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ESTUDO DE CASO PLANTÃO 26/03/2020 – CASO ANIELA

PRIMEIRO ENCONTRO
Paciente procurou o Plantão Psicológico num momento de crise,

demonstrando estar extremamente abalada por algo que possa ter ocorrido.

Quando convocada pela recepção da Clínica, dirigi-me à sala de espera, localizei

a cliente e convidei-a a acompanhar-me.

Como percebi sua ansiedade, falei brevemente sobre o tipo de Serviço no

qual ela estava sendo atendida e rapidamente coloquei-me em posição de

escuta. Perguntei-lhe o motivo da procura e ela me respondeu descrevendo o

que sentia:

“Não sei para onde ir, estou me sentindo como se estivesse dentro

de um cubo apertado e fechado, sem saídas”. (SIC)

Após essa analogia, diante de meu interesse por ela, solicito-lhe que se

aprofunde um pouco mais no que desejava compartilhar. Passou a explicar

então, mais detalhadamente o motivo da consulta.

Procurou o Plantão, pois há seis meses sentindo náuseas no período

noturno, não consegue ir à festas de sua turma de Faculdade, ficar em lugares

com muita gente e principalmente com pessoas que estejam ingerindo bebidas

alcoólicas.

Relatou isso vivenciando muito sofrimento, chorou por alguns minutos,

concluindo que acreditava que seu caso parecia não haver solução e fim.

Após proceder a escuta empática da queixa, comecei a investigar sua

história de vida, perguntando sobre seu ano anterior.


Disse-me que não havia sentido essas náuseas e ânsias na casa de seus

pais, mas que havia sido um ano difícil, de muita pressão, por causa do

vestibular. Os seus pais queriam que ela estudasse na USP. Para poder ter

alguma chance no vestibular, precisou interromper seus treinos de natação.

Dedicou-se totalmente aos estudos. Não passou na USP, o que lhe daria a

possibilidade de permanecer na casa dos pais em SP. Por outro lado, passara

no vestibular da UNESP em Comunicação, só que isso iria lhe exigir mudar-

se para Bauru sozinha.

Ao mesmo tempo, aconteceu outro fato que a atingiu muito do ponto de

vista emocional: a mudança de sua irmã para os Estados Unidos. Elas eram

muito próximas e diz sentir muita falta da cumplicidade e amizade das duas.

Pode-se dizer que você começou um processo de adaptação antes

mesmo de estar longe de casa? Perguntei-lhe.

Sem conseguir segurar o choro, responde que sim, que já vinha sofrendo

desde o ano passado, mas que agora, para piorar, estava tendo náuseas todas

as noites, e quanto mais pensava em não ter, mais tinha.

A partir desse momento, ao aproximar, aparentemente, da consciência

a realidade que estava vivenciando, a jovem começou a se acalmar,

perguntando se o caso dela tinha solução...

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