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Os Cinco Pontos Do Calvinismo2 PDF
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Pedras Vivas | Igreja Batista Reformada PedrasVivas.com
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Índice
Introdução
A IGREJA PRIMITIVA
A REFORMA PROTESTANTE
A ORIGEM DO ARMINIANISMO
ARMINIANISMO X CALVINISMO
1. Depravação Total
A CRIAÇÃO DO HOMEM
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A QUEDA DO HOMEM
ARMINIANOS x CALVINISTAS
2. Eleição Incondicional
ARMINIANOS x CALVINISTAS
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A PREDESTINAÇÃO
3. Expiação Limitada
O QUE É EXPIAÇÃO
4. Graça Eficaz
ARMINIANOS x CALVINISTAS
1. Chamado Eficaz
ll. Regeneração
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lV. Santificação
ARMINIANOS x CALVINISTAS
A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO
SEGURANÇA DE SALVAÇÃO
HUMILDADE
OUSADIA E CORAGEM
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Introdução:
A Igreja de Cristo é invisível, não pode ser discernida pelos olhos físicos porque é
essencialmente espiritual. O seu rol de membros é o livro da vida (Lucas 10.20;
Apocalipse 20.15; 21.27). Mas a Igreja de Cristo tem, também, um lado visível,
que são as comunidades de crentes, as igrejas locais, organizadas e compostas pe-
los servos de Jesus Cristo. "Justamente como a alma humana se adapta a um corpo
e se expressa por meio do corpo, assim a igreja invisível, que consiste, não de al-
mas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume necessariamente forma
visível numa organização externa, por meio da qual se expressa".
A IGREJA PRIMITIVA
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a) A igreja dos apóstolos não adotou nenhum nome específico. Ela é chamada no
Novo Testamento simplesmente de igreja. Historicamente ela é denominada Igreja
Primitiva, por ter sido a primeira.
A REFORMA PROTESTANTE
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vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios
2.8,9).
Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Sua família era pobre e
ele lutou com muita dificuldade para estudar. Preparava-se para ingressar no curso
de Direito, quando resolveu tornar-se monge. Entrou para o mosteiro agostiniano
de Erfurt, em 1505, antes de completar 22 anos de idade. Dois anos depois foi or-
denado sacerdote. No ano seguinte foi para Wittenberg preparar-se para ser profes-
sor na recém-criada universidade daquela cidade. Foi lá que Lutero dedicou-se ao
estudo das Escrituras. E ao estudar a Epístola aos Romanos, descobriu que “O justo
viverá por fé” (Romanos 1.17). Ele já havia feito tudo que a igreja indicava para
alcançar a paz com Deus. Mas sua situação interior só piorava. Ao descobrir a
graça redentora, entregou-se a Jesus Cristo, pela fé, e encontrou a paz e a se-
gurança de salvação.
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Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes o perseguiu
violentamente. Em 1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se es-
conder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto de Eisenach, para não ser
morto. Depois voltou para Wittenberg, de onde comandou a expansão do movi-
mento de reforma.
Úlrico Zwínglio nasceu na Suíça, no dia 1º de janeiro de 1484. Seu pai era magis-
trado provincial. Sua família tinha uma boa posição social e financeira, o que lhe
permitiu estudar em importantes escolas daquela época. Estudou na Universidade
de Viena, de Basiléia e de Berna. Graduou-se Bacharel em Artes, em 1504, e Me-
stre dois anos depois.
Em 1506 Zwínglio tornou-se padre, embora o seu interesse pela religião fosse mais
intelectual do que espiritual. Em 1520 Zwínglio passou por uma profunda ex-
periência espiritual, causada pela morte de um irmão querido. Dois anos depois
iniciou um trabalho de pregação do evangelho, baseando-se tão somente na Escri-
tura Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Poucos meses depois, o gov-
erno de Zurique, na Suíça, resolveu apoiar Zwínglio e ordenou que ele continuasse
pregando.
Em 1525 Zwínglio casou-se com uma viúva chamada Ana Reinhard. Nesse mesmo
ano Zurique tornou-se, oficialmente, protestante. Outros cantões (estados) suíços
também aderiram ao protestantismo. As divergências entre estes cantões e os que
permaneceram fiéis a Roma iam-se aprofundando.
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Zwínglio morreu, mas o movimento iniciado por ele não morreu. Outros líderes
deram continuidade ao seu trabalho. Suas idéias foram reestudadas e aper-
feiçoadas. As igrejas que surgiram como resultado do movimento iniciado por
Zwínglio são chamadas de igrejas reformadas em alguns países, e igrejas presbite-
rianas em outros. Dentre os líderes que levaram avante o movimento iniciado por
Zwínglio destacam-se Guilherme Farel e João Calvino.
Farel converteu-se em Paris. O homem que o levou a Jesus Cristo era seu professor
na universidade e se chamava Jacques LeFévre. Parece que Farel inicialmente não
pretendia deixar a Igreja Católica, pois em 1521 ele iniciou um trabalho de pre-
gação sob a proteção do bispo de Meaux, Guilherme Briçonnet. Mas logo depois
foi proibido de pregar e expulso da França, acusado de estar divulgando idéias
protestantes.
Em 1526 Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suíça de fala francesa. Ligou-
se aos seguidores de Zwínglio. Conseguiu implantar o protestantismo em vários
cantões (estados) suíços. E em 1532 entrou em Genebra pela primeira vez. Sua
pregação causou tumulto na cidade. Teve que se retirar... Mas voltou logo depois. E
no dia 21 de maio de 1536, a Assembléia Geral declarou a cidade oficialmente
protestante.
Mas Genebra aceitara o protestantismo mais por razões políticas que espirituais. E
agora Farel tinha uma grande tarefa pela frente: reorganizar a vida religiosa da ci-
dade.
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Guilherme Farel era um homem talhado para conquistar uma cidade para o protes-
tantismo. Mas se perdia completamente no trabalho que vinha a seguir. Não sabia
planejar, nem organizar, nem liderar, nem pastorear. Mas, felizmente, conhecia
suas limitações e convidou João Calvino para reorganizar a vida religiosa de Gene-
bra.
No dia 23 de abril de 1538, Farel e Calvino foram expulsos da cidade. Calvino foi
para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja formada por refugiados franceses.
Farel foi para Neuchâtel, uma cidade que havia sido conquistada por ele para o
Evangelho. Calvino voltou para Genebra em 1541. Farel permaneceu em Neuchâ-
tel, onde faleceu em 1565, com 76 anos de idade.
João Calvino nasceu em Noyon, Picardia, França, no dia 10 de julho de 1509. Seu
pai, Geraldo Calvino, era advogado e secretário do bispado de Noyon. Sua mãe,
Jeanne le Franc, faleceu quando ele tinha três anos de idade.
Geraldo Calvino usou o seu prestígio junto ao bispado para conseguir a nomeação
de seus filhos para cargos eclesiásticos, conforme os costumes daquela época. An-
tes de completar doze anos, João Calvino foi nomeado capelão de Lá Gesine,
próximo de Noyon. Não era padre, mas seu pai pagava um padre para fazer o tra-
balho de capelania e guardava os lucros para o filho. Mais tarde essa capelania foi
trocada por outra mais rendosas.
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Em agosto de 1523, logo depois de ter completado 14 anos, João Calvino ingressou
na Universidade de Paris. Ali completou seus estudos de pré-graduação no começo
de 1528. A seguir foi para a Universidade de Orléans onde formou-se em Direito.
Em maio de 1531 faleceu Geraldo Calvino. E João, que estudara Direito para satis-
fazer o pai, resolveu tornar-se pesquisador no campo de literatura e filosofia. Para
isto, matriculou-se no Colégio de França, instituição humanista fundada pelo rei
Francisco I. Estudou Grego, Latim e Hebraico. Tornou-se profundo conhecedor
dessas línguas.
João Calvino converteu-se a Jesus Cristo entre abril de 1532 e o início de 1534.
Não se sabe detalhes da sua experiência. Mas a partir daí Deus passou a ocupar o
primeiro lugar em sua vida.
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Calvino estava hospedado em uma pensão, quando Farel soube que ele estava na
cidade. Foi ao seu encontro e o convenceu a permanecer ali para ajudá-lo na reor-
ganização da cidade.
Calvino era bem jovem – tinha apenas 27 anos. A publicação das Institutas fizera
dele um dos mais importantes líderes da Reforma na França. Mas o seu início em
Genebra foi muito modesto. Inicialmente ele era apenas um preletor de Bíblia. Um
ano depois foi nomeado pregador. Mas enquanto isso elaborava as normas que
pretendia implantar e fazer de Genebra uma comunidade modelo.
João Calvino teve muitos adversários e opositores em Genebra. À medida que ele
ia apresentando as normas que pretendia implantar na cidade, a fim de torná-la uma
comunidade modelo, a oposição ia crescendo. Finalmente a oposição venceu as
eleições. E no dia 23 de abril de 1538, Calvino e Farel foram banidos de Genebra.
Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja constituída de refugiados
franceses. Ali viveu os dias mais felizes de sua vida. Casou-se. A escolhida se
chamava Idelette de Bure. Era holandesa. E viúva.
Calvino introduziu o estudo do seu catecismo, o uso de uma nova liturgia, um gov-
erno eclesiástico presbiterial, disciplinou a vida civil, estabeleceu normas para o
funcionamento do comércio e fez de Genebra uma cidade modelo.
No dia 29 de março de 1549 Idelette faleceu. Mas Calvino continuou o seu tra-
balho. Pesquisava, escrevia comentários bíblicos e tratados teológicos, adminis-
trava, pastoreava, incentivava...
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terra. Esses jovens se espalharam pela França, Países Baixos, Inglaterra, Escócia,
Alemanha e Itália.
João Calvino faleceu em Genebra, no dia 27 de maio de 1564. Mas a sua obra
permaneceu viva.
O grande nome da reforma escocesa é John Knox. Pouco se sabe a respeito dos
primeiros anos de sua vida. Supõe-se que tenha nascido entre os anos 1505 a 1515.
Estudou teologia e foi ordenado sacerdote, possivelmente em 1536. Não se sabe
quando e em que circunstâncias ocorreu a sua conversão. Em 1547 foi levado para
a França, onde ficou preso dezenove meses, por causa de sua fé. Libertado, foi para
a Inglaterra, onde exerceu o pastorado por dois anos. Em 1554 teve que fugir da
Inglaterra, indo, inicialmente, para Frankfurt, e depois para Genebra, onde foi
acolhido por Calvino. Em 1559 voltou para a Escócia, onde liderou o movimento
de reforma religiosa. Sua influência extrapolou a área religiosa, atingindo também
a vida política e social do país. Sob a sua influência, o parlamento escocês decla-
rou o país oficialmente protestante, em dezembro de 1567. A igreja organizada por
ele e seus auxiliares recebeu o nome de Igreja Presbiteriana. John Knox faleceu no
dia 24 de novembro de 1587.
Em 1726 teve início um grande despertamento espiritual nos Estados Unidos. Este
despertamento levou os presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras.
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A ORIGEM DO ARMINIANISMO
Após a morte de Calvino, alguns teólogos, sob a influência das tradições human-
istas, passaram a questionar algumas doutrinas formuladas por ele. Entre estes
destacou-se Jacó Arminius (1560-1609), professor da Universidade de Leyden, na
Holanda. O sistema de doutrina formulado por Arminius em oposição às doutrinas
formuladas por Calvino é conhecido como arminianismo. Após a morte de Armin-
ius, um grupo de seus seguidores redigiu um documento chamado de A Represen-
tação, no qual questionavam cinco pontos fundamentais das doutrinas sistematiza-
das por Calvino.
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ARMINIANISMO X CALVINISMO
O Rev. Paulo Anglada, pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, em seu livro
Calvinismo – As Antigas Doutrinas da Graça, apresenta uma síntese dos cinco pon-
tos do arminianismo e a posição calvinista, que transcrevo a seguir:
1. Uma das doutrinas fundamentais questionadas foi a doutrina da queda. Mais es-
pecificamente, a natureza da corrupção que a queda produziu no coração do
homem. Até onde o pecado corrompeu a vontade humana no que diz respeito à sal-
vação? O arminianismo defende o livre arbítrio ou a capacidade humana. Segundo
eles, o homem em seu estado natural tem, em si mesmo, a capacidade para re-
sponder negativa ou positivamente ao evangelho. A queda não o deixou totalmente
incapacitado para escolher no que diz respeito às questões espirituais. Ainda em
estado de pecado, sem uma operação prévia do Espírito Santo, ele pode cooperar,
com a fé e o arrependimento. A corrupção espiritual produzida pela queda, por-
tanto, para os arminianos, foi apenas parcial.
O Calvinismo entende o oposto. Entende que, depois da queda, o homem não tem
mais livre arbítrio. Ele continua responsável, pois o estado de pecado em que se
encontra foi decorrente da sua livre decisão no Éden. Mas agora, em estado de pe-
cado, a vontade do homem foi escravizada pelo pecado que o cegou, impedindo-o
de discernir e consequentemente decidir positivamente, por si mesmo, em questões
espirituais vitais para a salvação. Entende que a corrupção espiritual produzida
pela queda foi tal que, espiritualmente falando, o homem está morto nos seus deli-
tos e pecados. Assim, para o calvinista, o homem não precisa apenas de justifi-
cação, mas de vivificação; ele precisa ser primeiro regenerado pelo Espirito Santo
de Deus, para que, então, possa ser convencido do pecado e se arrependa, e seja
iluminado para crer no evangelho da salvação. Para os calvinistas, a queda foi
realmente uma queda e não um tropeço, ou um escorregão sem maiores con-
seqüências.
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O calvinismo, por sua vez, crê na eleição incondicional. Crê que a escolha de al-
guns homens para a santidade e para a vida não se baseia em nenhum mérito ou
virtude humana, nem mesmo na fé ou no arrependimento; mas unicamente no amor
e na misericórdia de Deus como expressão da sua livre e soberana vontade. Para os
calvinistas, a fé e o arrependimento não são condição, mas resultado da eleição, o
meio que Deus escolhe para aplicar a salvação aos eleitos. Deus não elege porque
antevê arrependimento e fé. Ele produz arrependimento e fé porque elegeu.
Já o calvinismo crê na expiação limitada de Cristo. Isto não quer dizer que a ex-
piação de Cristo não seja suficiente para a salvação do mundo inteiro; mas que foi
eficiente apenas para a salvação dos eleitos, pois este foi o seu propósito. Ou seja,
Cristo morreu na cruz, não apenas potencialmente, mas em substituição verdadeira
e individual aos eleitos. O calvinismo não entende que Cristo veio ao mundo ape-
nas para possibilitar a redenção (de todos), mas para efetivamente redimir (os elei-
tos) através da sua morte vicária e expiatória na cruz. A expiação não é potencial e
geral, mas objetiva e pessoal.
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aqueles a quem Deus eficazmente chamou, mas aqueles que decidem aceitar o
apelo geral e indistinto do Espirito.
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não quer dizer, entretanto, que o salvo não mais cometa pecado; mas que Deus,
sendo fiel, não permitirá que seus eleitos sejam tentados além das suas forças e que
lhes concederá o auxílio necessário a fim de que possam resistir às tentações, e não
venham jamais a se apartar definitivamente da graça de Deus.
Depravação Total
A CRIAÇÃO DO HOMEM
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vegetais e os animais foram criados "segundo a sua espécie", mas o homem foi cri-
ado à imagem e semelhança do Criador.
Após a queda, por causa do pecado, o homem perdeu a imagem de Deus no sentido
restrito, ficando apenas com a imagem no sentido mais abrangente. Isto é, o
homem perdeu o verdadeiro conhecimento, retidão e santidade, mas continuou
sendo um ente espiritual, racional, moral e imortal, embora imperfeito em todas es-
sas áreas.
A QUEDA DO HOMEM
Na criação Deus estabeleceu uma aliança com o homem, que os teólogos chamam
de pacto ou aliança das obras. O Criador o colocou no jardim do Éden, e lhe deu
esta ordem: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do con-
hecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres cer-
tamente morrerás" (Gênesis 2.16,17). A ameaça de morte, no caso de desobediên-
cia, deixa implícito que havia também uma promessa de vida. "Adão foi, de fato,
realmente criado num estado de santidade positiva, e não estava sujeito à lei da
morte. Mas não possuía ainda os mais elevados privilégios à espera do homem;
ainda não havia sido elevado acima da possibilidade de errar, de pecar e de morrer.
Ainda não possuía o mais alto grau de santidade, nem gozava a vida em toda a sua
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E o homem não passou no teste. Caiu. Deus lhe havia dado uma variedade enorme
de frutas, verduras, legumes e cereais para sua alimentação (Gênesis 1.29). Mas ele
preferiu comer da árvore proibida, desobedecendo ao Criador. Assim rejeitava a
vontade de Deus, e fazia a sua própria vontade. Abandonava o Criador, e tomava o
seu próprio caminho. A sentença de morte pairava sobre o homem. Morte, na Bíb-
lia Sagrada, significa basicamente separação. Ao pecar, o homem separou-se de
Deus. Morreu espiritualmente. E as sementes da morte física começaram imedi-
atamente a agir no seu corpo. Ele passou a viver sob a tirania da morte, que final-
mente o alcançaria.
Adão arrastou para o pecado toda a sua descendência. Ele era o cabeça e o repre-
sentante de toda a raça humana. Por isto, todos se tornaram pecadores quando ele
pecou. Nós não somos responsáveis pelo pecado de nosso pai ou de nossa mãe. "O
filho não levará a iniqüidade do pai" (Ezequiel 18.20). Mas somos responsáveis
pelo pecado de Adão, porque ele era nosso representante. O apóstolo Paulo escre-
veu que "por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação"
(Romanos 5.18).
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ARMINIANOS x CALVINISTAS
O Rev. Paulo Anglada, pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, em seu livro
Calvinismo – As Antigas Doutrinas da Graça, apresenta uma síntese das posições
arminiana e calvinista sobre a doutrina da queda, que transcrevo a seguir:
Até onde o pecado corrompeu a vontade humana no que diz respeito à salvação? O
arminianismo defende o livre arbítrio ou a capacidade humana. Segundo eles, o
homem em seu estado natural tem, em si mesmo, a capacidade para responder
negativa ou positivamente ao evangelho. A queda não o deixou totalmente inca-
pacitado para escolher no que diz respeito às questões espirituais. Ainda em estado
de pecado, sem uma operação prévia do Espírito Santo, ele pode cooperar, com a fé
e o arrependimento. A corrupção espiritual produzida pela queda, portanto, para os
arminianos, foi apenas parcial.
O Calvinismo entende o oposto. Entende que, depois da queda, o homem não tem
mais livre arbítrio. Ele continua responsável, pois o estado de pecado em que se
encontra foi decorrente da sua livre decisão no Éden. Mas agora, em estado de pe-
cado, a vontade do homem foi escravizada pelo pecado que o cegou, impedindo-o
de discernir e consequentemente decidir positivamente, por si mesmo, em questões
espirituais vitais para a salvação. Entende que a corrupção espiritual produzida
pela queda foi tal que, espiritualmente falando, o homem está morto nos seus deli-
tos e pecados. Assim, para o calvinista, o homem não precisa apenas de justifi-
cação, mas de vivificação; ele precisa ser primeiro regenerado pelo Espirito Santo
de Deus, para que, então, possa ser convencido do pecado e se arrependa, e seja
iluminado para crer no evangelho da salvação. Para os calvinistas, a queda foi
realmente uma queda e não um tropeço, ou um escorregão sem maiores con-
seqüências.
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(1) Que todos os homens são completamente depravados como poderiam chegar a
ser; (2) Que o pecador não tem nenhum conhecimento inato de Deus, nem tam-
pouco tem uma consciência que discerne entre o bem e o mal; (3) Que o homem
pecador raramente admira o caráter e os atos virtuosos dos outros, ou que é incapaz
de afetos e atos desinteressados em suas relações com os seus semelhantes; (4) Que
todos os homens não regenerados, em virtude da sua pecaminosidade inerente, se
entregarão a todas as formas de pecado: muitas vezes acontece que uma forma de
pecado exclui outra.
Nos dias dos apóstolos também surgiram problemas relacionados com as doutrinas
que eram ensinadas. “Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos
irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser
salvos. Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena dis-
cussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a
Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão. Então, se re-
uniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão” (Atos 15.1,2,6). Por-
tanto, o problema foi tratado por um concílio.
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... a mulher, enganada pela serpente e o homem dando ouvido à voz da mulher,
ambos conspiraram contra a soberana majestade de Deus, que, com palavras claras,
os havia previamente ameaçado de morte, se ousassem comer da árvore proibida.
... por instigação da serpente e pela sua própria culpa, ele (o homem) se afastou da
bondade e da retidão e tornou-se sujeito ao pecado, à morte e a várias calamidades.
E qual veio ele a ser pela queda – isto é, sujeito ao pecado, à morte e a várias cala-
midades – tais são todos os que dele descenderam.
Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e
assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as
faculdades e partes do corpo e da alma.
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Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a
seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, fo-
ram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.
Desta corrupção original, pela qual ficamos totalmente indispostos, incapazes e ad-
versos a todo bem e inteiramente inclinados a todo mal, é que procedem todas as
transgressões atuais.
As Escrituras atestam que o homem é escravo do pecado; o que significa que seu
espírito é tão estranho à justiça de Deus que não concebe, deseja, nem empreende
coisa alguma que não seja má, perversa, iníqua e impura; pois o coração, comple-
tamente cheio do veneno do pecado, não pode produzir senão os frutos do pecado.
Não pensemos, entretanto, que o homem peca como que impelido por uma neces-
sidade incontrolável; pois peca com o consentimento de sua própria vontade con-
tinuamente e segundo sua inclinação. Mas, visto que, por causa da corrupção de
seu coração, odeia profundamente a justiça de Deus; e, por outro lado, atrai para si
toda sorte de maldade, por isso afirmamos que não tem o livre poder de eleger o
bem ou o mal – que é o que chamamos livre-arbítrio.
Citaremos, também, um teólogo de nossa época, James Kennedy, que afirma o se-
guinte:
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Mais uma vez vamos recorrer ao livro do Rev. Paulo Anglada, Calvinismo – As
Antigas Doutrinas da Graça, e transcrever o que ele escreveu sobre as objeções à
doutrina da depravação total:
Em relação a essa última objeção, devemos lembrar, também, que Adão era o
nosso representante. Logo, o que ele decidiu foi decidido também em nosso nome.
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O ensino das confissões de fé e dos teólogos é muito importante, mas nossa única
regra de fé e prática é a Escritura Sagrada. Por isso, vejamos agora o que diz a Es-
critura sobre a natureza e a extensão da corrupção que a queda produziu no
homem.
1. O Relato da Queda
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Acompanhando o relato bíblico da queda, podemos ver que o pecado trouxe imedi-
atamente as seguintes conseqüências para o homem:
c) Depravação – “Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste
da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A mulher
que me deste por esposa, ele me deu da árvore, e eu comi.” (Gênesis 3.11,12). A
mulher teve a sua participação, mas o grande responsável era o homem. Foi ele
quem recebeu a ordem para não comer do fruto daquela árvore. Ao não assumir a
responsabilidade pelo erro cometido, o homem demonstrou que havia sido corrom-
pido pelo pecado. Ali estava a semente da depravação total da natureza humana.
Esta completa depravação do homem foi aprofundando-se até chegar ao ponto de
Deus “arrepender-se” de ter criado o homem (Gênesis 6.5,6).
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e) Saída do Éden – “O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden”
(Gênesis 3.23). O jardim do Éden era o lugar da comunhão com Deus e, também, o
símbolo da vida plena de sentido e significado e da bem-aventurança que estavam
reservadas para o homem, caso ele fosse aprovado no teste da obediência. Tendo
desobedecido, o homem perdeu a comunhão com Deus e a plenitude de vida que
lhe estava reservada; por isso, foi expulso do Éden.
Adão arrastou para o pecado toda a sua descendência. Ele era o cabeça e o repre-
sentante de toda a raça humana. Por isto, todos se tornaram pecadores quando ele
pecou. Nós não somos responsáveis pelo pecado de nosso pai ou de nossa mãe. "O
filho não levará a iniqüidade do pai" (Ezequiel 18.20). Mas somos responsáveis
pelo pecado de Adão, porque ele era nosso representante. O apóstolo Paulo escre-
veu que "por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação"
(Romanos 5.18).
CONCLUSÃO
“Do céu olha o SENHOR para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda,
se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam;
não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Salmo 14.2,3). Esta é a triste
situação do homem. O apóstolo Paulo a descreveu assim: “Ele vos deu vida, es-
tando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo
o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora
atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos ou-
trora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
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A consciência do nosso estado de pecado vai determinar o valor que damos à sal-
vação, a gratidão de nosso coração por termos sido alcançados pela graça salvadora
de Deus em Cristo e o nosso empenho na busca de uma vida de maior comunhão
com Deus. Quem crê que a queda foi parcial perde de vista a sublimidade da sal-
vação pela graça, mediante a fé em Cristo.
Eleição Incondicional
Entre os cinco pontos fundamentais da doutrina formulada por João Calvino (1509-
1564) que foram questionados pelos seguidores de Jacó Arminius (1560-1609) está
a doutrina da eleição. O arminianismo crê que a base da eleição é a presciência de
Deus, isto é, Deus escolheu aqueles que ele sabia que receberiam Jesus como Sal-
vador e Senhor. Os calvinistas crêem que a base da eleição é o amor de Deus. E,
portanto, a eleição é incondicional.
Kuiper nos adverte que, quando tratamos de quem será salvo, estamos tocando na
secreta vontade de Deus, e, portanto, devemos "lembrar que estamos lidando com
um profundo mistério, que estamos em terra santa, onde os anjos temem pisar, que
o homem finito não pode nem começar a compreender o Deus infinito, e que, por-
tanto, temos que ser sóbrios, evitando escrupulosamente qualquer especulação hu-
mana e apoiando-nos estritamente na segura Palavra de Deus".
ARMINIANOS x CALVINISTAS
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O calvinismo, por sua vez, crê na eleição incondicional. Crê que a escolha de al-
guns homens para a santidade e para a vida não se baseia em nenhum mérito ou
virtude humana, nem mesmo na fé ou no arrependimento; mas unicamente no amor
e na misericórdia de Deus como expressão da sua livre e soberana vontade. Para os
calvinistas, a fé e o arrependimento não são condição, mas resultado da eleição, o
meio que Deus escolhe para aplicar a salvação aos eleitos. Deus não elege porque
antevê arrependimento e fé. Ele produz arrependimento e fé porque elegeu.
• (Artigo 2) Mas nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em haver Deus en-
viado o seu Filho unigênito ao mundo..., ... para que todo o que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna (1 João 4.9; João 3.16).
• (Artigo 3) Para que os homens sejam conduzidos à fé, Deus envia, em sua mis-
ericórdia, mensageiros dessa alegre boa nova a quem e quando ele quer. Pelo min-
istério deles, os homens são chamados ao arrependimento e à fé no Cristo crucifi-
cado. Porque ... como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se
não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? (Romanos
10.14,15).
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• (Artigo 4) A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crerem no Evangelho.
Mas aqueles que o aceitam e abraçam a Jesus, o Salvador, com uma fé verdadeira e
viva, são redimidos por ele da ira de Deus e da perdição, e presenteados com a vida
eterna (João 3.36; Marcos 16.16).
• (Artigo 5) Em Deus não está, de forma alguma, a causa ou culpa dessa increduli-
dade. O homem tem essa culpa, assim como a de todos os demais pecados. Mas a
fé em Jesus Cristo e também a salvação por meio dele são dons gratuitos de Deus,
como está escrito: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus... (Efésios 2.8). Semelhantemente, Porque vos foi concedida a
graça de ... crer em Cristo (Filipenses 1.29).
• (Artigo 6) Deus nesta vida concede a fé a alguns enquanto não concede a outros.
Isto procede do eterno decreto de Deus. Porque as Escrituras dizem que ele ... faz
estas coisas conhecidas desde séculos... e que ... ele faz todas as coisas conforme o
conselho da sua vontade... (Atos 15.18; Efésios 1.11). De acordo com este decreto,
ele graciosamente quebranta os corações dos eleitos, por duros que sejam, e os in-
clina a crer. Pelo mesmo decreto, entretanto, segundo seu justo juízo, ele deixa os
não-eleitos em sua própria maldade e dureza de coração. E aqui especialmente nos
é manifesta a profunda, misericordiosa e ao mesmo tempo justa distinção entre
homens que estão sob a mesma condição de perdição. Este é o decreto da eleição e
reprovação revelado na Palavra de Deus. Ainda que os homens perversos, impuros
e instáveis o deturpem, para sua própria perdição, ele dá um inexprimível conforto
para as pessoas santas e tementes a Deus.
• (Artigo 7) Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual ele, antes da
fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a sal-
vação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom
propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído, por sua própria
culpa, de sua integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são
melhores ou mais dignos que os outros, mas envolvidos na mesma miséria. São es-
colhidos, porém, em Cristo, a quem Deus constituiu, desde a eternidade, Mediador
e Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação. E, para salvá-los por
Cristo, Deus decidiu dá-los a ele e efetivamente chamá-los e atraí-los à sua
comunhão por meio da sua Palavra e de seu Espírito. Em outras palavras, ele de-
cidiu dar-lhes verdadeira fé em Cristo, justificá-los, santificá-los, e depois, tendo-se
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• (Artigo 10) A causa desta eleição graciosa é somente o bom propósito de Deus.
Este bom propósito não consiste no fato de que dentre todas as condições possíveis
Deus tenha escolhido certas qualidades ou ações dos homens como condição para a
salvação. Mas este bom propósito consiste no fato de que Deus adotou certas pes-
soas dentre a multidão inteira de pecadores para ser sua propriedade.
• (Artigo 13) A consciência e a certeza desta eleição daria aos filhos de Deus maior
motivo para se humilharem perante ele, para adorarem a profundidade de sua mis-
ericórdia, para se purificarem e para amarem ardentemente aquele que primeiro
tanto os amou. Contudo, não é absolutamente verdade que esta doutrina da eleição
e a reflexão sobre a mesma os façam relaxar na observação dos mandamentos de
Deus ou rendam segurança falsa. No justo julgamento de Deus isto ocorre freqüen-
temente àqueles que se vangloriam levianamente da graça da eleição ou facilmente
falam acerca disso, mas se recusam andar nos caminhos dos eleitos.
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• (Artigo 15) A Escritura Sagrada mostra e recomenda a nós esta graça eterna e
imerecida sobre nossa eleição, especialmente quando, além disso, testifica que nem
todos os homens são eleitos; alguns, pois, são preteridos na eleição eterna de Deus.
De acordo com seu soberano, justo, irrepreensível e imutável bom propósito, Deus
decidiu deixá-los na miséria comum em que se lançaram por sua própria culpa, não
lhes concedendo a fé salvadora e a graça da conversão. Para mostrar sua justiça,
decidiu deixá-los em seus próprios caminhos e debaixo do seu justo julgamento e,
finalmente, condená-los e puni-los eternamente, não apenas por causa de sua incre-
dulidade, mas também por todos os seus pecados, para mostrar sua justiça. Este é o
decreto da reprovação, o qual não torna Deus o autor do pecado (tal pensamento é
blasfêmia!), mas o declara o temível, irrepreensível e justo Juiz e Vingador do pe-
cado.
O mesmo eterno Deus e Pai, que somente pela graça nos escolheu em seu Filho,
Jesus Cristo, antes que fossem lançados os fundamentos do mundo, designou-o
para ser nosso chefe, nosso irmão, nosso pastor e o grande bispo de nossas almas.
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Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno
propósito de sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os
que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo; são
eficazmente chamados para a fé em Cristo, pelo seu Espírito que opera no tempo
devido; são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder, por
meio da fé salvadora.
Mateus 24.24: porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes si-
nais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.
Mateus 24.31: E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os
quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade
dos céus.
Marcos 13.20: Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria;
mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
2. Paulo afirma que Deus nos predestinou; e chama os salvos de eleitos ou escolhi-
dos
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Efésios 1.3-5: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, as-
sim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e ir-
repreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de fil-
hos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.
Romanos 8.33: Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem
os justifica.
2 Tessalonicenses 2.13: Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós,
irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a
salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade.
2 Timóteo 2.10: Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que
também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória.
1 Pedro 1.1: Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dis-
persão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
4. O livro de Atos dos Apóstolos mostra que as pessoas que criam em Jesus haviam
sido destinadas para a salvação
Atos 16.14: Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púr-
pura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às
coisas que Paulo dizia.
Atos 18.9,10: Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse:
Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e nin-
guém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
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O versículo mais conhecido da Bíblia afirma que "Deus amou ao mundo de tal ma-
neira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna" (João 3.16). Qualquer que seja a interpretação dada a esse
versículo, é inegável que ele afirma a universalidade do amor de Deus.
O apóstolo Paulo declarou que Deus "deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Timóteo 2.4). E Pedro escreveu
que Deus é longânimo e não quer "que nenhum pereça, senão que todos cheguem
ao arrependimento" (2 Pedro 3.9).
O homem tem sido insensível ao grande e imensurável amor de Deus. Criado à im-
agem e semelhança do Criador, o homem preferiu dar ouvido a Satanás e afastar-se
de Deus. Foi expulso do Éden. E afundou de tal maneira no pecado que "viu o
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SENHOR que a maldade do homem havia multiplicado na terra, e que era con-
tinuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gênesis 6.5).
Deus levanta Israel para ser o seu povo. Mas esse povo passa a maior parte de sua
história vivendo na incredulidade, na desobediência e na idolatria. Através do
profeta Isaías, Deus disse: "Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é
quem fala: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim"
(Isaías 1.2).
Deus enviou os profetas para chamar o povo de volta à sua comunhão. Mas, além
de não darem ouvido à mensagem dos profetas, cometeram contra eles as maiores
atrocidades. "Alguns foram torturados; outros, por sua vez, passaram pela prova de
escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados,
serrados pelo meio, mortos ao fio da espada; andaram peregrinos, vestidos de peles
de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos an-
tros da terra" (Hebreus 11.35-38). E quando veio Jesus, o Messias prometido,
crucificaram-no entre dois ladrões.
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impõe essa sua vontade. Mas o Novo Testamento fala também de um plano
imutável de Deus que será realizado, quer colaboremos ou não com ele. Para falar
dessa vontade intencional de Deus o Novo Testamento usa a palavra grega boulê.
Em Atos 2.23 está escrito que Jesus foi entregue para ser crucificado "pelo deter-
minado desígnio e presciência de Deus". Desígnio aqui é boulê, isto é, o plano
imutável de Deus.
A PREDESTINAÇÃO
O desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos, mas o homem – morto em
seus delitos e pecados (Efésios 2.1) – não tem condições de colaborar com o Cria-
dor no processo de salvação. E se depender dessa colaboração ninguém será salvo.
Por isto, Deus, movido pelo seu profundo amor, incluiu no seu plano imutável a
salvação daqueles que lhe aprouve salvar. A Bíblia Sagrada chama isso de eleição
ou predestinação.
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O apóstolo Pedro também escreveu sobre a predestinação. Ele inicia a sua primeira
epístola se dirigindo "aos eleitos que são forasteiros da Dispersão, ... eleitos se-
gundo a presciência de Deus Pai" (1 Pedro 1.1,2).
Quanto a alegação de que Deus seria injusto se escolhesse uns e não escolhesse ou-
tros, o argumento é até infantil. Quando um rapaz vai se casar, ele escolhe uma
moça e deixa de escolher outra. Às vezes deixa até de escolher uma que tem mel-
hores qualidades e, que, além disso é apaixonada por ele. Ao fazer isso, ele está
cometendo injustiça? De modo nenhum; está apenas usando o seu direito de es-
colha. Se a humanidade toda está perdida, e Deus escolhe alguns para a salvação,
onde está a injustiça? Mas como queremos tratar esse assunto com os ensinos da
palavra de Deus, vejamos o que a Bíblia diz sobre isto. "Que diremos, pois? Há in-
justiça da parte de Deus? De modo nenhum. Quem és tu, ó homem, para discutires
com Deus?! Porventura pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste
assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um
vaso para honra e outro para desonra? Que diremos, pois, se Deus querendo
mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade
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os vasos de ira, preparados para perdição, a fim de que também desse a conhecer as
riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de an-
temão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas
também dentre os gentios?" (Romanos 9.14,20-24).
A questão séria que está por detrás das objeções à predestinação é esta: quem é
deus? É Deus ou é o homem? Quando o homem questiona a Deus, ele quer ser
deus. Ele quer dizer ao Criador o que é certo e o que é errado; o que deve ser feito
e o que não deve ser feito. Mas quando o homem se coloca no seu lugar de cria-
tura, ele reconhece humildemente que Deus é soberano e, portanto, pode fazer o
que quiser.
CONCLUSÃO
Humildade – Só pela graça de Deus somos o que somos. Não somos melhores do
que as outras pessoas,, talvez sejamos até piores, mas Deus teve misericórdia de
nós e nos escolheu para a salvação.
Gratidão – O que seria de nós se Deus não nos tivesse escolhido para a salvação?
Estaríamos eternamente perdidos e nossa vida não teria sentido. Mas Deus nos es-
colheu. A Ele toda honra, toda glória, todo louvor e toda exaltação!
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Expiação Limitada
O QUE É EXPIAÇÃO
Podemos definir expiação como a doutrina bíblica segunda a qual Jesus tomou o
lugar dos pecadores, a culpa deles lhe foi imputada e a punição que mereciam foi
transferida para ele. A doutrina da expiação afirma que o sacrifício de Jesus foi
feito em lugar do homem pecador com o objetivo de oferecer a Deus um paga-
mento, uma indenização ou reparação para satisfazer as exigências da justiça
divina.
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(1) O sacrifício de Jesus foi uma substituição penal, isto é, ele sofreu o castigo que
devia cair sobre o pecador. Isto significa que foi uma expiação vicária e não pes-
soal. Seria pessoal se a expiação tivesse sido feita pelo próprio pecador. Mas como
o pecador não tinham as condições necessárias para satisfazer à justiça de Deus,
Jesus assumiu a tarefa de ser o seu vicário, isto é, o seu substituto.
Amor e justiça são dois atributos de Deus. Em Deus, o amor e a justiça assumem
proporções infinitas. Mas, como aplicar a mais alta justiça a quem se ama com o
mais profundo amor?! Para a limitação de nosso entendimento, esse era o grande
“dilema” de Deus.
Deus, sendo justo, não poderia fechar os olhos para os pecados dos homens. Ele
não poderia simplesmente fazer de conta que o homem não era pecador. Sendo ele
justo, santo e reto, não pode tolerar o pecado. O pecador tinha que sofrer as con-
seqüências eternas de seu pecado. Mas Deus é também infinitamente amoroso. Ele
não tem prazer na perdição do ímpio. Por isso, ele providenciou um meio para sal-
var o pecador. Ele fez isso enviando seu Filho, Jesus Cristo, para morrer em nosso
lugar e pagar pelos nossos pecados. Nossos pecados não ficaram impunes: Jesus
sofreu a pena em nosso lugar! Extasiado diante de tão grande amor, o apóstolo
Paulo escreveu: “Nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a
morte do seu Filho... Dificilmente, alguém morreria por um justo... Mas Deus
prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós pecadores” (Rm 5.10,7,8)..
Deus é justo, mas é também “o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm
3.26).
(2) O sacrifício de Jesus inclui sua obediência ativa e passiva. Sua obediência ativa
consiste em tudo o que ele fez, vivendo uma vida sem pecado em perfeita
comunhão com o Pai. Sua obediência passiva inclui tudo o que ele sofreu em lugar
do pecador. Quando falamos sobre o sacrifício que Cristo fez em nosso lugar, às
vezes só nos lembramos de sua morte na cruz. Mas o sacrifício foi muito maior. O
sacrifício começou quando ele deixou o seu trono na glória e tornou-se um embrião
no ventre de Maria; e só foi concluído quando, após a ascensão, ele foi novamente
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introduzido à destra do Pai. Evidentemente, sua morte foi o vale mais profundo de
seu sofrimento. Mas o seu sofrimento não se resumiu à sua morte.
No Antigo Testamento Deus instituiu o sacerdócio, como um meio para que o pe-
cador se aproximasse dele. A função do sacerdote era oferecer sacrifícios e fazer
intercessão pelo pecador. "Aquele que ia ao templo adorar, se estava cônscio de
que era pecador, tinha de levar um animal vivo para ser sacrificado pelo sacerdote.
Deus requeria da parte do homem uma obediência perfeita, mas falhando nisso, o
mesmo Deus fazia provisão de um meio pelo qual o pecador se aproximasse dele:
era o sacrifício. O homem devia levar um animal limpo, sem defeito, que nada
tinha a ver com o seu pecado, e entregava-o para ser morto. A vida e o sangue do
animal inocente tomavam o lugar do pecado do adorador. O animal a ser sacrifi-
cado costumava ser um cordeiro, mas algumas vezes também se oferecia um no-
vilho, um bode, ou uma pomba. Levava-se o animal vivo até ao altar, que era o
lugar de adoração. A pessoa impunha a mão sobre a cabeça dele e confessava seus
pecados. Compreendia-se por isso que os pecados eram impostos à criatura viva,
de modo a ser considerada culpada, e então era ela tratada como se fosse o peca-
dor." Tanto o sacerdote como o animal inocente sacrificado apontavam para Jesus.
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Mas o livro da Bíblia que fala mais diretamente sobre o ofício sacerdotal de Cristo
é a Epístola aos Hebreus. Nela está escrito que Jesus é o grande sumo sacerdote
(4.14-16), superior ao sacerdócio da antiga aliança (5.1-10), que seu sacerdócio é
eterno (7.11-19) e que seu sacrifício não se repete, porque é perfeito e eficaz
(9.11-22). O que é peculiar no sacerdócio de Jesus é que ele é, ao mesmo tempo, o
sacerdote e o sacrifício. Ele ofereceu a si mesmo como sacrifício para a nossa
eterna salvação. Ele declarou: "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e
elas me conhecem a mim. ... e dou a minha vida pelas ovelhas. ... Ninguém a tira
de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entre-
gar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai."(Jo 10.14-18).
Mas a obra sacerdotal de Cristo não se limita ao seu auto-oferecimento como sac-
rifício pelos nossos pecados. Ele continua a sua obra sacerdotal como nosso inter-
cessor junto ao Pai. O apóstolo Paulo ensinou que "... Cristo Jesus ... está à direita
de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.34). O autor da Epístola aos Hebreus
afirmou que Jesus tem um sacerdócio eterno e imutável, "vivendo sempre para in-
terceder" pelos salvos (Hb 7.23-25). E o apóstolo João recomendou: "Filhinhos
meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar,
temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nos-
sos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo in-
teiro" (1 Jo 2.1-2).
Nós cremos que Jesus morreu para salvar os eleitos, e apenas os eleitos. Nós cre-
mos que a expiação é completa na sua suficiência, mas é limitada em sua extensão,
isto é, o sacrifício de Cristo é suficiente para salvar a humanidade inteira, mas se
aplica apenas aos eleitos para a salvação.
A expressão expiação limitada não significa que a obra expiatória de Cristo tenha
sido incompleta ou imperfeita. A obra de Cristo foi completa e perfeita. O termo
limitada se aplica apenas à extensão da expiação. Daí a afirmação de que o sac-
rifício de Cristo é suficiente para a salvação da humanidade toda, mas é eficiente
para salvar apenas os eleitos.
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“Não deve haver qualquer mal-entendido quanto a este assunto. O arminiano limita
a expiação assim como o faz o calvinista. Este limita a extensão da expiação
quando afirma que ela não se aplica a todas as pessoas... o arminiano, por sua vez,
limita o poder da expiação, pois ele afirma que ela não salva ninguém. O calvinista
limita quantitativamente a expiação, mas não qualitativamente; o arminiano limita-
a qualitativamente, mas não quantitativamente. Para o calvinista, a expiação é
como uma ponte estreita que segue em todo o caminho por cima do rio; para o
arminiano, a expiação é como uma ponte larga que vai somente até metade do
caminho. Na realidade, o arminiano coloca mais limitações severas na obra de
Cristo do que o faz o calvinista”.
Insistimos nisto: a expiação limitada não significa uma limitação da obra de Cristo.
Pelo contrário, “estamos realmente apresentando um ponto de vista mais elevado
sobre a obra de Cristo no Calvário, quando dizemos que a morte de Cristo realiza
alguma coisa na realidade e não apenas na teoria. A expiação, nós cremos, foi
autêntica, vicária e substitutiva; ela não foi uma expiação possível e teórica que,
para ser eficaz, depende da ação do homem.”
• (Artigo 2) Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação nem
podemos livrar a nós mesmos da ira de Deus. Por isso Deus, em sua infinita mis-
ericórdia, deu seu Filho único como nosso fiador. Por nós, ou em nosso lugar, ele
foi feito pecado e maldição na cruz para que pudesse satisfazer a Deus por nós.
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• (Artigo 3) Esta morte do Filho de Deus é o único e perfeito sacrifício pelos peca-
dos, de valor e dignidade infinitos, abundantemente suficiente para expiar os peca-
dos do mundo inteiro.
• (Artigo 4) Essa morte é de tão grande poder e valor porque quem se submeteu a
ela era não apenas homem verdadeiro e perfeitamente santo, mas também o Filho
único de Deus. Ele é Deus eterno e infinito junto ao Pai e ao Espírito Santo. Assim
devia ser nosso Salvador. Além disso, ele sentiu, ao morrer, a ira e a maldição de
Deus que nós merecemos pelos nossos pecados.
• (Artigo 5) A promessa do Evangelho é que todo aquele que crer no Cristo crucifi-
cado não pereça, mas tenha a vida eterna. Esta promessa deve ser anunciada e
proclamada sem discriminação a todos os povos e a todos os homens, aos quais
Deus, em seu bom propósito, envia o Evangelho com a ordem de que se arrepen-
dam e creiam.
• (Artigo 6) Muitos que têm sido chamados pelo Evangelho não se arrependem
nem crêem em Cristo, mas perecem na incredulidade. Isto não acontece por causa
de algum defeito ou insuficiência no sacrifício de Cristo na cruz, mas por culpa de-
les próprios.
• (Artigo 7) Mas aqueles que verdadeiramente crêem e pela morte de Cristo são
libertos e salvos dos seus pecados e da perdição, recebem tal benefício apenas por
causa da graça de Deus, que lhes é dada, em Cristo, desde a eternidade. Deus não
deve a ninguém tal graça.
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ram cometidos antes e depois de receberem a fé. E que Cristo os guardasse fiel-
mente até o fim e, finalmente, os fizesse comparecer perante o próprio Pai em
glória, sem mácula, nem ruga (Ef 5.27).
Vejamos, agora, alguns textos bíblicos que mostram que Cristo se ofereceu como
sacrifício em lugar dos eleitos.
Mateus 20.28: “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Hebreus 9.28: “assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para
tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguar-
dam para a salvação.”
2. Os “muitos”, em lugar dos quais Jesus morreu, são o “seu povo”, as “suas ovel-
has”, a “sua igreja”, “os eleitos”.
Mateus 1.21: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele sal-
vará o seu povo dos pecados deles.”
João 10.11,14,15: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Eu
sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim
como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovel-
has.”
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Atos 20.28: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo
vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com
o seu próprio sangue.”
Efésios 5.25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a
si mesmo se entregou por ela”.
CONCLUSÃO
A Bíblia afirma que nenhum plano de Deus pode ser frustrado (Jó 42.2). Portanto,
se o sacrifício de Jesus tivesse o objetivo de salvar todos os homens, todos os
homens seriam salvos. Mas esse não era o plano de Deus. Ele enviou seu Filho
para salvar os seus escolhidos. Logo, os escolhidos de Deus serão salvos. E é nessa
certeza que nós vivemos e descansamos.
Graça Eficaz
No estudo dos cinco pontos de calvinismo, chegamos ao quarto ponto: Graça Efi-
caz. Em síntese, esta doutrina afirma que “a graça que Deus estende ao ser humano
para efetuar a sua salvação não pode ser recusada, porque foi decretada por Deus, e
os decretos de Deus sempre se cumprem”. Esta verdade pode ser exposta também
assim: “Aqueles que Deus elegeu para a salvação não resistirão ao chamado divino
para a salvação porque é o Espírito Santo que age nesse chamado, e ninguém pode
resistir ao toque do Espírito Santo”.
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ARMINIANOS x CALVINISTAS
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A obra de Jesus por nós é completa, mas ela não alcança o seu objetivo de salvação
sem a obra do Espírito Santo em nós. Por isto, Jesus disse aos discípulos:
"Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós; se,
porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (Jo 16.7). O Espírito Santo aplica em nós a obra
redentora de Cristo. Ele atua nos corações dos pecadores e os leva a receber Jesus
como Salvador e Senhor. Atua, também, na vida daqueles que foram salvos,
levando-os a crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.
l. Chamado Eficaz
O Espírito Santo usa a Bíblia Sagrada, a palavra de Deus, para chamar o pecador
para receber a salvação. Tiago escreveu que o Pai, "segundo o seu querer, nos
gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas
criaturas" (Tg 1.18). A palavra da verdade é, sem dúvida, a palavra de Deus. E em
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1 Pedro 1.23,25 está escrito: "pois fostes regenerados, não de semente corruptível,
mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. ...
Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada". Somos feitos novas criaturas medi-
ante a palavra de Deus, a palavra que nos foi evangelizada. A palavra de Deus pode
chegar ao pecador por diferentes meios: através da pregação, da leitura da Bíblia
Sagrada, de um livro ou até de um folheto, de um hino ou outros meios.
Qualquer que seja o meio usado pelo Espírito Santo para aplicar em nós a obra re-
dentora de Jesus Cristo, a palavra de Deus é o instrumento que ele usa para nos
chamar para a salvação. "E assim, a fé vem pela pregação, e a pregação pela pa-
lavra de Cristo" (Rm 10.17). Mas a simples pregação do evangelho, sem a atuação
do Espírito, é insuficiente para levar o pecador a Jesus Cristo. A Bíblia traz vários
registros de pregação seguida de rejeição. Paulo fez uma veemente pregação em
Antioquia, mas muitos rejeitaram a palavra de Deus (At 13.16-46). E isto repetiu-
se em vários lugares.
A palavra de Deus só se torna eficaz para a nossa salvação quando o Espírito Santo
atua através dela. Foi o que aconteceu com Lídia. Paulo pregava. Ela e outras mul-
heres ouviam. E Deus, através do Espírito Santo, abriu o coração dela "para aten-
der às cousas que Paulo dizia" (At 16.14). Os teólogos chamam isto de vocação
eficaz, que é a atração irresistível que Deus, por meio da palavra e do Espírito
Santo, exerce sobre o pecador levando-o a aceitar a Cristo como seu único Salva-
dor.
ll. Regeneração
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Este toque regenerador do Espírito Santo leva o pecador à conversão. "Esta con-
versão é apenas a expressão externa da obra da regeneração, ou a mudança que a
acompanha, efetuada na vida consciente do pecador. Esta conversão tem dois as-
pectos, um ativo, o outro passivo. No primeiro, a conversão é contemplada como a
mudança efetuada por Deus, na qual Ele muda o curso consciente da vida do
homem. E no último, é considerada como o resultado desta ação divina. (...) (É)
aquele ato de Deus pelo qual Ele faz o regenerado, na sua vida consciente, voltar
para Ele com fé e arrependimento". Conversão, portanto, é o resultado da ação do
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Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas
de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mt 27.3-5). O sentimento de tristeza de Ju-
das foi gerado pelo resultado de seu ato, isto é, pela condenação de Jesus, e não
pelo seu ato em si. O verdadeiro arrependimento está focado no ato praticado, e
não apenas nos resultados desse ato.
As constantes exortações que a Bíblia faz aos homens para que se arrependam e
creiam em Jesus Cristo podem dar a idéia de que o homem é capaz de arrepender-
se e crer por si mesmo. A verdade, todavia, é que o verdadeiro arrependimento e a
fé salvadora são dádivas de Deus. Os crentes de Jerusalém, ao ouvirem a expla-
nação que Pedro fez sobre a conversão de Cornélio e de seus familiares, glorifi-
caram a Deus, dizendo: "Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arre-
pendimento para a vida" (At 11.18). Eles reconheciam que o verdadeiro arrepen-
dimento é concedido por Deus, mediante a atuação do Espírito Santo. Por meio do
profeta Jeremias, Deus disse a seu povo: "Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou
o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a
fazer o mal" (Jr 13.23). O homem, morto em transgressões e pecados – ou em con-
seqüência do pecado – é incapaz de arrepender-se; ele só se arrepende quando é to-
cado pelo Espírito Santo.
A fé que leva à salvação pode ser definida como "uma confiante entrega a Cristo
para a salvação". Calvino afirmou que "podemos ter uma definição perfeita da fé,
se afirmamos que é um conhecimento firme e certo da vontade de Deus a nosso re-
speito, fundado na verdade da promessa gratuita feita em Jesus Cristo, revelada ao
nosso entendimento e selada em nosso coração pelo Espírito Santo". Berkhof de-
fine a fé salvadora como "uma firme convicção, efetuada no coração pelo Espírito
Santo, quanto a verdade do evangelho, e uma confiança sincera e entusiástica nas
promessas de Deus em Cristo." O apóstolo Paulo deu testemunho de sua fé, afir-
mando: "Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para
guardar o meu depósito até aquele dia" (2 Tm 1.12).
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pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef
2.8). A fé é dom de Deus!
Devemos ter cuidado para não debitarmos a Deus a culpa por pessoas não rece-
berem Jesus como Salvador e Senhor. Quando o homem manifesta a fé salvadora é
porque o Espírito Santo operou em seu coração. Mas quando ele ouve o evangelho
e não o aceita, age consciente e deliberadamente. Não aceita por sua livre e
espontânea vontade. A este respeito, Jesus declarou: "... a luz veio ao mundo, e os
homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más" (Jo
3.18).
lV. Santificação
O propósito de Deus em nos salvar não é apenas nos levar para o céu, após a nossa
morte. Ele pretende também estabelecer conosco um relacionamento vital e pro-
duzir em nós um caráter que esteja de acordo com este relacionamento. Por isso, o
mesmo Espírito que nos chamou eficazmente para a salvação, nos regenerou, nos
concedeu o arrependimento para a vida e a fé salvadora, também nos santifica.
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tivamente separada para Deus. (2) A partir da regeneração, o crente começa a cres-
cer espiritualmente, e este crescimento continua a vida toda: é a santificação pro-
gressiva. Esta santificação, nesta vida, é sempre incompleta; ninguém chega aos
cem por cento de santidade nesta vida. (3) Mas na hora da morte, o crente é aper-
feiçoado em santidade, a fim de comparecer diante de Deus: é a santificação final.
CONCLUSÃO
A nossa salvação depende da graça divina, e não dos esforços humanos. Se depen-
desse de nós, não poderíamos ter segurança; pois somos fracos, imperfeitos, in-
stáveis. Mas como depende só da graça de Deus, a situação é diferente. “Quando o
próprio Deus é o guardião de nossa alma, podemos ficar tranqüilos, na certeza de
que estamos de fato seguros - sem o mínimo resquício de dúvida”. E a graça salva-
dora de Deus é eficaz, isto é, ela realmente produz os efeitos que deve produzir,
pois procede dos desígnios de Deus, e os desígnios de Deus sempre se cumprem.
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ARMINIANOS x CALVINISTAS
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• Aqueles que, de acordo com o seu propósito, Deus chama à comunhão do seu
Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e regenera pelo seu Santo Espírito, ele certa-
mente os livra do domínio e da escravidão do pecado. Mas nesta vida, ele não os
livra totalmente da carne e do corpo de pecado (Rm 7.24).
• Portanto, pecados diários de fraqueza surgem e até as melhores obras dos santos
são imperfeitas. Estes são para eles constante motivo para humilhar!se perante
Deus e refugiar!se no Cristo crucificado. Também são motivo para mais e mais
mortificar a carne através do espírito de oração e através dos santos exercícios de
piedade, e ansiar pela meta da perfeição. Eles fazem isto até que possam reinar
com o Cordeiro de Deus nos céus, finalmente livres deste corpo de morte.
• Por causa dos seus pecados remanescentes e também por causa das tentações do
mundo e de Satanás, aqueles que têm sido convertidos não poderiam perseverar
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nesta graça se deixados ao cuidado de suas próprias forças. Mas Deus é fiei: mis-
ericordiosamente os confirma na graça, uma vez conferida a eles, e poderosamente
os preserva [na sua graça] até o fim.
• Por tais pecados grosseiros, entretanto, eles causam a ira de Deus, se tornam cul-
pados de morte, entristecem o Espírito Santo, suspendem o exercício da fé, ferem
profundamente suas consciências e algumas vezes perdem temporariamente a sen-
sação da graça. Mas quando retornam ao reto caminho por meio de arrependimento
sincero, logo a face paternal de Deus brilha novamente sobre eles.
• Pois, em primeiro lugar, em tal queda, Deus preserva neles sua imperecível se-
mente da regeneração, a fim de que esta não pereça nem seja lançada fora. Além
disso, através da sua Palavra e de seu Espírito, ele certamente os renova efetiva-
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• Assim, não é por seus próprios méritos ou força, mas pela imerecida misericórdia
de Deus que eles não caem totalmente da fé e da graça e nem permanecem caídos
ou se perdem definitivamente. Quanto a eles, isto facilmente poderia acontecer e
aconteceria sem dúvida. Quanto a Deus, porém, isto não pode acontecer de modo
nenhum. Pois seu decreto não pode ser mudado, sua promessa não pode ser que-
brada, seu chamado em acordo com seu propósito não pode ser revogado. Nem o
mérito, a intercessão ou a preservação de Cristo podem ser invalidados, e a se-
lagem do Espírito tampouco pode ser frustada ou destruída.
• Os crentes podem estar certos e estão certos dessa preservação dos eleitos para a
salvação e da perseverança dos verdadeiros crentes na fé. Esta certeza ocorre de
acordo com a medida de sua fé, pela qual eles crêem que são e permanecerão ver-
dadeiros e vivos membros da Igreja, e que têm o perdão dos pecados e a vida
eterna.
• Esta certeza não vem de uma revelação especial, sem a Palavra ou fora dela, mas
vem da fé nas promessas de Deus, que ele revelou abundantemente em sua Palavra
para nossa consolação; vem também do testemunho do Espírito Santo, testificando
com o nosso espírito que somos filhos e herdeiros de Deus; e, finalmente, vem do
zelo sério e santo por uma boa consciência e por boas obras. E se os eleitos não
tivessem neste mundo a sólida consolação de obter a vitória e esta garantia in-
falível da glória eterna, seriam os mais miseráveis de todos os homens (Rm
8.16,17).
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• No entanto, a Escritura testifica que os crentes nesta vida têm de lutar contra
várias dúvidas da carne e, sujeitos a graves tentações, nem sempre sentem plena-
mente esta confiança da fé e certeza da perseverança. Mas Deus, que é Pai de toda
a consolação, não os deixa ser tentados além de suas forças, mas com a tentação
proverá também o livramento e pelo Espírito Santo novamente revive neles a
certeza da perseverança (1Co 10.13).
• Entretanto, esta certeza de perseverança não faz de maneira nenhuma com que os
verdadeiros crentes se orgulhem e se acomodem. Ao contrário, ela é a verdadeira
raiz da humildade, reverência filial, verdadeira piedade, paciência em toda luta,
orações fervorosas, firmeza em carregar a cruz e confessar a verdade e alegria
sólida em Deus. Além do mais, a reflexão deste benefício é para eles um estímulo
para praticar séria e constantemente a gratidão e as boas obras, como é evidente
nos testemunhos da Escritura e nos exemplos dos santos.
• Quando pessoas são levantadas de uma queda (no pecado) começam a reviver a
confiança na perseverança. Isto não produz descuido ou negligência na piedade
delas. Em vez disto produz maior cuidado e diligência para guardar os caminhos
do Senhor, já preparados, para que, andando neles, possam preservar a certeza da
perseverança. Quando fazem isto, o Deus reconciliado não retira de novo sua face
delas por causa do abuso da sua bondade paternal (a contemplação dela é para os
piedosos mais doce que a vida e sua retirada mais amarga que a morte), e elas não
cairão em tormentos mais graves da alma (Ef 2. 10).
• Tal como agradou a Deus iniciar sua obra da graça em nós pela pregação do
evangelho, assim ele a mantém, continua e aperfeiçoa pelo ouvir e ler do
Evangelho, pelo meditar nele, pelas suas exortações, ameaças e promessas, e pelo
uso dos sacramentos.
Artigo 15 – Este doutrina é odiada por Satanás mas amada pela Igreja
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• Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santifi-
cou pelo seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem final-
mente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão
eternamente salvos.
• Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabili-
dade do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da
eficácia do mérito e intercessão de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da se-
mente de Deus neles e da natureza do pacto da graça; de todas estas coisas vêm a
sua certeza e infalibilidade.
• Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles
restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados
e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem
o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos;
têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e es-
candalizam os outros e atraem sobre si juízos temporais.
A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO
! Aquele que recebe Jesus como Salvador e Senhor com toda a certeza chegará
ao céu. Isto não significa que o crente não esteja sujeito a pecar e a quebrar sua
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comunhão com Deus. Mas o verdadeiro crente jamais cairá completamente; isto signi-
fica que sua fé e seus hábitos cristãos jamais desaparecerão inteiramente. Mas essa
perseverança também é obra do Espírito Santo. É a isto que os teólogos chamam de
perseverança dos santos.
! O Rev. José Martins, em seu livro O Homem e a Salvação, aponta sete razões
bíblicas para a nossa segurança de salvação. Duas se relacionam com o Pai, três com
o Filho e duas com o Espírito Santo. Essas razões são as seguintes:
! Paulo escreveu aos efésios que "fomos também feitos herança, predestinados
segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua
vontade" (Ef 1.11). E João escreveu: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os
falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo" (1 Jo 4.4). O Pai tem o propósito de nos salvar. Como ele não muda, podemos
ter segurança da salvação. Satanás tem um propósito diferente. Ele quer nos levar
para o inferno. Mas o poder do Pai garante a nossa salvação. Nós venceremos porque
maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo.
! O apóstolo Paulo ensinou também que "depois que ouvistes a palavra da ver-
dade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua
propriedade, em louvor da sua glória" (Ef 1.13,14). Na antigüidade uma das funções do
selo era garantir a propriedade de um objeto ou de um escravo. O selo era uma marca
ou uma tatuagem, e o penhor era um objeto que garantia o pagamento de uma dívida.
O Espírito Santo vem habitar em nós, a partir do momento em que recebemos Jesus
como Salvador, assim ele nos sela como propriedade de Deus e, ao mesmo tempo, é o
penhor de que o Pai cumprirá a promessa de nos salvar.
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! Vejamos, agora, alguns textos bíblicos que mostram que Deus garante a sal-
vação daqueles que ele elegeu e que, consequentemente, recebem Jesus como Sal-
vador e Senhor.
1. Deus prometeu que os novos israelitas, isto é, os servos de Jesus Cristo, nunca se
apartarão dele
Jr 32.38-40: Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração
e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus fil-
hos. Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e
porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
Jo 5.24: Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a
vida.
Jo 6.47, 51: Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o
pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.
3. O apóstolo Paulo mostra que o que triunfará na vida do crente é a salvação e não o
pecado
Rm 5.20,21: Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado,
superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também
reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
Rm 6.14: Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei,
e sim da graça.
Rm 8.33-39: Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os jus-
tifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou,
o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor
de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo,
ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo,
fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém,
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem
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certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coi-
sas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor.
Rm 14.4: Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé
ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.
Fp 1.6: Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
3. O apóstolo Pedro afirma que a nossa salvação está garantida porque somos guar-
dados pelo poder de Deus
1 Pe 1.3-5: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua
muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição
de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarc-
escível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus,
mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.
CONCLUSÃO
! Jesus declarou que o Espírito Santo convenceria "o mundo do pecado, da justiça
e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e
não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado" (Jo
16.8-11). Isto significa, em outras palavras, que o Espírito Santo convenceria os
homens de que eles não estão em situação correta diante de Deus; colocaria no co-
ração deles o desejo de serem corretos diante de Deus e os levaria a se conscientiza-
rem da realidade do juízo vindouro. A partir desse convencimento, o Espírito Santo gui-
aria a toda verdade (Jo 16.13).
! Este mesmo Espírito continua atuando no crente até a glorificação. E isto que
garante a nossa salvação.
Há quase dois meses estamos estudando os cinco pontos do calvinismo. Vimos que os
seguidores de Jacó Arminius (1560-1609), através do documento denominado A Rep-
resentação, atacaram cinco pontos fundamentais das doutrinas formuladas por João
Calvino (1509-1564). O Sínodo de Dort, reunido para tratar do assunto, rejeitou as te-
ses do arminianismo. A resposta do sínodo deu origem aos cinco pontos do calvinismo,
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que são: (1) Depravação Total, (2) Eleição Incondicional, (3) Expiação Limitada, (4)
Graça Eficaz e (5) Perseverança dos Santos.
Após pecar, a vontade do homem foi escravizada pelo pecado. O homem perdeu a ca-
pacidade de discernir e, consequentemente, de decidir positivamente, por si mesmo,
em questões espirituais. A corrupção espiritual produzida pela queda foi tal que, espiri-
tualmente falando, o homem está morto nos seus delitos e pecados.
! A graça que Deus estende ao ser humano para efetuar a sua salvação não pode
ser recusada, porque foi decretada por Deus, e os decretos de Deus sempre se cum-
prem. Aqueles que Deus elegeu não resistirão ao chamado divino para a salvação
porque é o Espírito Santo que age nesse chamado, e ninguém pode resistir ao toque
do Espírito Santo.
! E agora... quais são as implicações dos cinco pontos do calvinismo para a nossa
vida cristã?
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SEGURANÇA DE SALVAÇÃO
A primeira implicação prática das antigas doutrinas da graça para a vida cristã que
quero mencionar é a segurança da salvação. O calvinista crê na salvação e na se-
gurança de salvação. E crê que são bênçãos distintas. Ou seja, é possível ser salvo e
não ter segurança de salvação. Nem todo o que é salvo está necessariamente convicto
da sua salvação.
E esta certeza o calvinista pode ter, enquanto que o arminiano não. A doutrina armini-
ana não dá lugar para que o crente possa ter convicção plena da sua salvação, porque
ela depende dele, do seu livre arbítrio, da sua decisão, da sua fé. O arminiano crê que
a qualquer momento pode apartar-se final e definitivamente da graça de Deus. O
máximo que ele pode acalentar no seu coração é a esperança que consiga chegar lá.
Mas não há segurança. Sua doutrina não permite. E esta é uma situação desespera-
dora.
Já a fé reformada confessa que Deus é soberano e tem misericórdia de quem Lhe ap-
rouver ter misericórdia; e que a base da salvação é o amor incondicional e imutável de
Deus. Assim, o calvinista não apenas alimenta a esperança de ser salvo, mas está ple-
namente convencido de que "aquele que começou boa obra em nós, há de completá-Ia
até ao dia Cristo Jesus" (Fp 1.6). E que nada, nem ninguém poderá separá-Io do amor
de Deus que está em Cristo Jesus. Nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados,
nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem alturas, nem profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor eterno e imutável de Deus,
manifestado na redenção que temos em Cristo. Se quando ainda éramos inimigos, fo-
mos reconciliados com Deus mediante a morte de Jesus, muito mais agora, estando já
reconciliados, podemos estar seguros de que a nossa salvação se consumará.
Parafraseando o apóstolo Paulo, nós podemos dizer que se a segurança da nossa sal-
vação dependesse de nós mesmos, nós seríamos os mais infelizes de todos os
homens. Mas, bendito seja Deus, tão certo como chegamos aqui, também chegaremos
lá. Pois não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a Sua mis-
ericórdia. “Nossa salvação torna-se segura para nós, quando descobrimos que sua
causa está no coração de Deus." E neste não pode haver variação nem sombra de
mudança.
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Outra implicação prática das antigas doutrinas da graça para a vida cristã é o conforto
que estas doutrinas nos dão em momentos de provações. Nós cremos num Deus so-
berano. Nós cremos num Deus cuja vontade é eterna, imutável, soberana, incondi-
cional, abrangente e eficaz. Nós cremos no propósito dAquele que faz todas as cousas
conforme o conselho da Sua vontade. Nós cremos em um Deus que opera em nós
tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. Em um Deus cujo con-
selho dura para sempre, e cujos desígnios do Seu coração por todas as gerações (Sl
33.11). Em um Deus que tudo faz como Lhe agrada. Remove reis e estabelece reis, e
opera até na vontade do homem convencendo-a da Sua boa, santa e agradável von-
tade.
Tais doutrinas são uma fonte segura de consolo e conforto nas horas de provações. Em
sobrevindo as enfermidades, o infortúnio, as aflições, a necessidade, as perseguições
e a dor, o calvinista não vê nenhuma dessas coisas como acidentais. Ele vê, sim, a
sempre presente e soberana mão de Deus agindo para o bem dos Seus eleitos. Em-
bora não compreenda no momento, ele sabe que estas desventuras são o "pilão" de
Deus, a escola de Deus, a vontade boa e santa de Deus para o seu próprio bem.
Desse modo, o calvinista sincero fica convencido que, por mais intensos que sejam os
seus sofrimentos, e que, por maiores que sejam as vagas e ondas de Deus que caiam
sobre ele, nada lhe sobrevirá sem a necessária porção de graça suficiente para que
possa suportar. Visto que estas coisas vêm de Deus ou são permitidas por Ele, nada
lhe sobrevirá a mais do que o necessário, para que um bem maior, segundo a sábia
consideração do Altíssimo, seja alcançado.
HUMILDADE
O calvinista sincero sabe que a única diferença entre ele e os que perecerem é a su-
prema riqueza da graça de Deus. O estado de depravação em que nos encontrávamos
não permitia que fizéssemos nada para mudar o nosso estado. Mesmo a fé não repu-
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tamos como mérito nosso, mas, como realmente é, dom de Deus, favor imerecido e in-
condicional do Todo-poderoso.
OUSADIA E CORAGEM
Humildade não deve de modo algum ser confundida com covardia. Juntamente com
humildade, as antigas doutrinas da graça produzem ousadia e coragem naqueles que
as professam com sinceridade. Quando consideramos a vida de calvinistas verdadei-
ros, esta qualidade desponta sempre com proeminência. Eles não são insolentes, nem
arrogantes; a qualidade anterior (humildade) não permite que coragem degenere em
imprudência, e a ousadia em insolência. Mas também não se acovardam diante dos
inimigos, sejam eles deste mundo ou espirituais.
Como acovardar-se, se a vitória é ganha? Por que temer, se cremos que tudo está sob
o controle do Deus que faz todas as coisas conforme o conselho da Sua vontade? Por
que amedrontar-se se "em todas as coisas somos mais que vencedores por meio
daquele que nos amou"?
Nós cremos que Deus nos amou antes da fundação do mundo e nos predestinou para
a salvação. Cremos que Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos
ou pensamos. Cremos que somos guardados pelo poder de Deus para a salvação pre-
parada para revelar-se no último tempo. Nós cremos que o mesmo poder que Deus
exerceu para ressuscitar Jesus dentre os mortos opera em nós, os que cremos. Que
poder! Que força! Que eficácia!
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"Tais também fostes outrora" é a advertência do apóstolo Paulo que deveria estar sem-
pre na nossa mente. Se somos calvinistas, ao considerarmos a impiedade dos de-
screntes temos que lembrar que este era o nosso estado; que tais eram as nossas
práticas; que assim também andamos outrora: "segundo o curso deste mundo, se-
gundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobe-
diência." Entre estes ”também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" (Ef 2.2-3).
Assim, se realmente cremos nessas doutrinas, temos que ser tolerantes para com os
descrentes, orando a Deus para que Ele lhes conceda o arrependimento dos seus pe-
cados e fé em Cristo, na Sua obra redentora e na Sua graça salvadora.
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alguém peque, como aquele irmão da igreja de Corinto, sem que a igreja o discipline; e
isto deu razão à indignação do apóstolo Paulo, em I Cor 5. Estaria ele sendo intoler-
ante? Não; e na sua segunda carta, sabendo que houve arrependimento, apressou-se
a orientar a igreja a perdoá-lo e confortá-lo, para que não fosse consumido por exces-
siva tristeza, dizendo: "Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor" (2
Cor 2.7-8).
As antigas doutrinas da graça devem nos conduzir à tolerância para com os irmãos. Se
nos temos por fortes, "devemos suportar as debilidades dos fracos" (Rm 15.1), ensina
o apóstolo. E mais, "Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo
digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com lon-
ganimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Ef 4.1-2). Depois de instruir aos
colossenses a despojarem-se das obras da carne, Paulo exorta-os a revestirem-se,
como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade
e de longanimidade. Então exorta-os: "Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mu-
tuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor
vos perdoou, assim também perdoai vós" (CI 3.12,13). Isto é tolerância. Isto é calvin-
ismo.
E, se devemos ser tolerantes para com os irmãos no que diz respeito às suas atitudes
erradas, devemos ser ainda mais tolerantes com relação àqueles que têm opiniões dif-
erentes das nossas quanto a doutrinas e práticas que não sejam essenciais à fé e à
conduta cristã. Esta é uma questão especialmente relacionada com membros de outras
denominações evangélicas, que pensam e agem diferente de nós. Os batistas e os
pentecostais de modo geral têm doutrina diferente da nossa quanto ao significado e
forma do batismo. Os congregacionais e os episcopais têm forma de governo diferente
da nossa. E há também aqueles que, sinceramente, não subscrevem as doutrinas cal-
vinistas que estamos estudando.
Pois bem, qual deve ser a nossa atitude com relação a isso? Se estamos convencidos
que nossas doutrinas e práticas são bíblicas e, por conseguinte, corretas, devemos crer
nelas, apegar-nos a elas, ensiná-Ias e defendê-Ias (dar razão da nossa fé e prática).
Nós estamos convencidos que as antigas doutrinas da graça, por exemplo, são a ver-
dadeira expressão do ensino bíblico, enquanto que a doutrina arminiana é deficiente, e
priva os que a professam de terem uma compreensão mais profunda e verdadeira da
obra da redenção. Nós também estamos convencidos de que a nossa forma de gov-
erno é mais bíblica e mais prática. O mesmo com relação à forma de batismo e ao bati-
smo infantil. Por isso ensinamos, pregamos e praticamos estas coisas - e devemos
fazê-Io com a convicção de um John Huss, de um Lutero, um Calvino, um Whitefield e
um Spurgeon.
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Não obstante, nossas convicções não podem degenerar em intolerância para com os
que não pensam como nós. Aqueles que, embora pensando diferente de nós, demon-
strem sinceridade, santidade, e sejam apegados às verdades evangélicas essenciais e
distintivas, têm o nosso respeito e comunhão. Precisamos ter cuidado para não negar
comunhão e respeito àqueles a quem Deus não negará os céus. Deus os escolheu,
Cristo os redimiu, o Espírito os regenerou; e nós lhes negaremos comunhão e amor fra-
ternal porque não pensam como nós? Que Deus nos guarde de tal atitude.
CONCLUSÃO
Muitos crentes, infelizmente, pensam que doutrina é algo desnecessário e até mau. Al-
guns chegam a citar as palavras do apóstolo Paulo “a letra mata, mas o espírito vivi-
fica” (2 Co 3.6) para repudiar o ensino de doutrinas. Mas as doutrinas são a coluna ver-
tebral de nossa vida cristã. Sem doutrina somos “como meninos, agitados de um lado
para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens,
pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14). Mas, bem doutrinados podemos cres-
cer “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efe-
tua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15,16).
O estudo sério dos cinco pontos do calvinismo e a prática dos princípios que neles en-
contramos certamente nos levarão a crescer “na graça e no conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
BIBLIOGRAFIA:
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DIAGRAMAÇÃO E FORMATAÇÃO: Pr. Rupert Teixeira - Pedras Vivas | Igreja Batista Reformada
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