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ABREU, Caio Fernando. O Homem e A Mancha PDF
ABREU, Caio Fernando. O Homem e A Mancha PDF
PERSONAGENS
CENÁRIO
PRÓLOGO
ATOR — Era uma vez.., era uma vez.., era uma vez.., era uma
vez.., era uma vez.., era uma vez.., era uma vez. Era uma vez o que,
meu Deus? Era uma vez quem? E quando, e onde era uma vez? E tão
difícil escolher, é tão difícil começar. Deixa eu ver, quem sabe aqui
tem alguma idéia... (Gira o globo terrestre. Com o indicador apontado
faz com que pare ao acaso.) Era uma vez.., a Groenlândia. Muito gelo,
muito branco, muito pingüim, muito esquimó, muito iglu, muito frio.
Ah, muito chato. Nem um pouco dramático. Deixa eu tentar outra vez.
(Torna a girar o globo.) Era uma vez... o Saara. Muita areia, muito sol,
muito camelo, muito calor, muita seca. Nossa, que sede me deu.
ATOR — Era uma vez.., eu. Claro, tem que ser alguma coisa
que eu conheça bem. Eu, então. Faz quase quarenta anos que
convivo comigo mesmo. Alguma coisa devo conhecer. Sim, é isso
mesmo. Eu. Por que não? Afinal, eu me acho bem interessantezinho.
CENA 1
(De como o Ator sofre um pequeno surto narcisista mas acaba
por reconhecer a necessidade do Outro para ser.)
CENA 2
CENA 3
(Onde se revela a radical decisão de Miguel de desligar-se do
de-fora e as providências tomadas para tanto.
CENA 4
CENA 5
CENA 6
CENA 7
CENA 8
CENA 9
CENA 10
CENA 11
ATOR - ...o que estou dizendo... (Mais alto.) Dizendo... Estou di-
zen-do... (Disfarça, estala os dedos, à parte) A de caralho! A deixa,
pelo amor de Deus!
CENA 13
CENA 14
(Dos sucessos e também insucessos de nosso herói no ato de
velar suas armas, atentado pelos nigromantes.
A luz baixa. Dom Quixote tira a roupa. Pode até ficar nu, ou só
de cuecas. Arruma as roupas ao lado das armas, com cuidado, sobre
praticável, junto ao globo terrestre. Arma uma espécie de escultura,
usando também Rocinante.
CENA 15
CENA 16
(O Ator benze o lugar onde deve estar Quixote. Pode usar uma
varinha de incenso. Apanha a espada e, com a mão livre, bate três
vezes em cada ombro da imaginária figura ajoelhada.)
CENA 17
(Onde são narradas inevitáveis indecisões no início do
caminho e também as curiosidades turísticas de Rocinante.)
CENA 18
CENA 19
CENA 20
CENA 21
CENA 22
CENA 23
CENA 25
CENA 26
EPÍLOGO