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BÁSICO
1.1 - Importância da Disciplina na Formação do Engenheiro Dessa forma, o que se procura no Saneamento‚ é a qualidade do meio.
Para que se tenha qualidade do meio, exige-se qualidade da água, do ar, do solo,
Atualmente, os recursos naturais vêem sendo destruído devido às dos alimentos, dos meios de transporte, dos locais de habitação, recreação e
atividades humanas, que se multiplicam rapidamente, e que além de serem trabalho, entre outros.
numerosas, se diversificam.
Dessa forma, a relação, entre os recursos naturais, os espaços existentes, 1.2 - Conceitos Básicos Relacionados ao Saneamento
os homens e suas atividades, passa progressivamente a apresentar um resultado
negativo, que se traduz em prejuízos à qualidade do meio ambiente. SAÚDE: é um estado completo de bem estar físico, metal e social, e não apenas a
ausência de doenças ou enfermidades (OMS).
Pela existência de uma correlação entre qualidade do meio e qualidade de Saúde é a perfeita e contínua adaptação do organismo ao seu ambiente (H.
vida, pode-se afirmar que, à medida que o meio ambiente se deteriora a qualidade Spencer).
de vida é afetada.
SAÚDE PÚBLICA: é a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde
Portanto são necessárias ações que ataquem os problemas e permitam através de medidas de alcance coletivo e de motivação da população
rápidos equacionamentos, apresentando soluções. Trata-se, portanto de ações
pertinentes à área do Saneamento. SANEAMENTO: é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que
exerceram ou podem exercer efeitos deletérios, sobre seu bem estar. Físico,
No saneamento, deve-se observar as PARTES que compõem o TODO, de Mental e Social (OMS).
acordo com uma visão de caráter global. Essas partes se referem aos recursos
naturais, aos recursos artificiais aos homens e suas atividades. Com o crescimento da população, principalmente, com a sua concentração em
grandes cidades, o saneamento passou a ter aumentadas suas atividades. A grande
Os recursos naturais são: água, ar, solo, flora, fauna, espaço. Os recursos quantidade de resíduos sólidos produzidos, o escoamento das águas pluviais, os
artificiais são: edificações e abrigos (casas, escritórios, fábricas, etc.), resíduos gasosos, a emissão de ruídos, e muitos outros problemas ambientais,
equipamentos (vias de circulação e outras, redes de água, esgoto, luz telefone, gás, resultaram na ampliação das ações do saneamento, as quais crescem a cada dia.
etc.), equipamentos/edificações (portos, aeroportos, rodoviárias e ferroviárias, As atividades do saneamento podem ser assim enumeradas:
barragens, represas, etc.)
Abastecimento de água; Coleta e disposição de águas residuárias (esgotos
Relacionando-se diretamente com os recursos naturais e artificiais, o sanitários, resíduos líquidos industriais, águas pluviais);Acondicionamento, coleta,
homem exige cuidados especiais quanto às suas atividades básicas, ou seja: transporte, tratamento e/ou destino dos resíduos sólidos, limpeza urbana;Controle
circulação, recreação, trabalho, habitação. de artrópodes (moscas mosquitos, baratas, etc.) e de roedores (ratos, etc.) de
importância em Saúde Pública;Saneamento de alimentos (leite, carne e outros);
Assim sendo, para satisfazer as necessidades do meio ambiente em geral, Saneamento nos meios de transporte; Saneamento de locais de reunião, recreação
deve-se preservar e controlar os recursos naturais e artificiais. Isso implica no e locais de trabalho; Saneamento de escolas, hospitais e das habitações;
controle de resíduos líquidos, gasosos, sólidos, etc., no conforto térmico, acústico, Saneamento no planejamento territorial; Saneamento em situação de emergência;
Aspectos diversos de interesse no saneamento do meio (cemitérios, ruídos, etc.).
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Constitui o melhor investimento em beneficio da saúde pública. Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos
em duas categorias principais:
A implantação ou melhoria dos serviços de abastecimento de água traz
como resultado uma rápida e sensível melhoria da saúde e das condições de vida • riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes
de uma comunidade, principalmente através de: biológicos (vírus, bactérias e parasitas) ou através de contato direto, ou por
• controle e prevenção de doenças meio de insetos vetores que necessitam de água em seu ciclo biológico;
• promoção de hábitos higiênicos • riscos derivados de poluentes químicos e radiativos, geralmente provenientes
• do desenvolvimento de esportes de esgotos industriais.
• da melhoria da limpeza pública
• melhoria do conforto e segurança coletiva: instalações de ar condicionado, Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são
combate de incêndio. as bactérias patogênicas, os vírus e os parasitas. As bactérias patogênicas
encontradas na águas e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de
Segundo a OMS, aproximadamente ¼ dos leitos existentes em todos os morbidade e mortalidade em nosso meio. São responsáveis pelos numerosos
hospitais do mundo estão ocupados por enfermos, cujas doenças são ocasionadas casos de enterites, diarréias infantis e doenças, como a febre tifóide, com
pela água. resultados freqüentemente letais.
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2.4.1 - Doenças Relacionadas Com a Ingestão de Água Contaminada • Cobre, zinco e ferro: dão a água gosto metálico característico e são
responsáveis por certos distúrbios em determinadas operações industriais;
• água utilizada no asseio corporal ou a que, por razões profissionais ou outras • Nitratos: presentes na água em quantidades maiores provocam em crianças o
quaisquer, venha a ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo humano estado mórbido denominado cianose ou metemoglobinemia.
(lavanderias, atividades recreativas, lagos, piscinas, etc.);
• água empregada na manutenção da higiene do ambiente: locais (domicilio, Obs.: Deve-se assinalar que a água é imprescindível ao ciclo biológico de muitos
restaurantes, bares, etc.), utensílios (preparo e apresentação de alimentos); vetores animados, de graves enfermidades, por exemplo, o mosquito que
• água utilizada na rega de hortaliça ou nos criadouros de moluscos (ostras, transmitem a malária e a febre amarela tem a fase larvária, obrigatoriamente no
mariscos e mexilhões). meio aquático.
A água é de importância básica na transmissão da cólera, febre tifóide e
Tabela 2.1 – Doenças relacionadas com a água esquistossomose, é de menor importância na transmissão das disenterias bacilar e
amebiana.
Doença Agente causador
Cólera Vibrio cholerae
Disenteria bacilar Shiggella sp. 2.5 - Água na Natureza
Febre tifóide Salmonella typhi
Febre Paratifóide Salmonella paratyphi A,B e C A água atualmente encontrada na terra é praticamente a mesma que
Gastroenterite Outros tipos de Salmonella, Shiggella,proteus sp. etc. existia há centenas de milhões de anos, quando se formou a primeira nuvem e caiu
Diarréia infantil Tipos enteropatogênicos e Escherichia coli a primeira chuva. Cerca de 97% de toda a água da terra estão nos oceanos, que
Leptospirose Leptospira sp. cobrem 71% da superfície do planeta. Somente 3% da água existente são água
doce (aproximadamente, 40 quatriliões de m3). Dessa água doce 75% estão
imobilizados nas capas ou calotas polares e 25% constituem as águas subterrâneas
2.4.2 - Doenças de Transmissão Hídrica e de superfície. Desses 25%, a quase totalidade, ou seja, cerca de 24,5% consistem
em água subterrânea e somente 0,5% estão nos rios, lagos e na atmosfera.
Relativo aos microrganismos patogênicos, as doenças de transmissão
hídrica podem ser ocasionadas por: A água subterrânea vem sendo acumulada no subsolo há séculos e
somente uma fração desprezível é acrescentada anualmente através das chuvas ou
• Bactérias: febre tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar, cólera;
retiradas pelo homem. Em compensação, a água dos rios é renovada cerca de 31
• Protozoários: amebiase ou disenteria amebiana;
vezes, em média, anualmente.
• Vermes e larvas: esquitossomiase;
• Vírus: hepatite infecciosa e poliomielite. A precipitação média anual, na terra, é de cerca de 86cm. Entre 70 a 75%
dessa precipitação voltam à atmosfera como evapotranspiração e os 30% restantes
correm na superfície, sendo que, destes, 65% voltam aos rios e o restante é
2.4.3 - Doenças de Origem Hídrica consumido e volta à atmosfera.
Contaminantes tóxicos:
• Flúor, selênio, arsênio, boro;
• Chumbo (acumulativo), empregado as vezes em tubulações. Doença:
saturnismo;
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O ciclo hidrológico movimento da água em nosso planeta. A água da chuva, ao cair, é quase pura; ao atingir o solo, seu grande
poder de dissolver e carrear substância altera suas qualidades.
A água da superfície livre dos mares, rios e lagos está em constante
evaporação. Ao evaporar-se, aumenta extraordinariamente de volume e com isso Dentre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias
diminui sua densidade. A diminuição da densidade relativa da água em relação à como, por exemplo, substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água dura;
do ar faz com que o vapor da água se eleve na atmosfera, formando nuvens. Em substâncias ferruginosas que dão cor e sabor diferentes à mesma e substâncias
conseqüência da condensação desse vapor, a água se precipita sob a forma de resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que as tornam
chuva, neve ou granizo. impróprias ao consumo. Por sua vez, a água pode carrear substâncias em
suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por onde passa e que dão
Ao cair sobre a terra, parte da água escoa-se na superfície, formando turbidez à mesma; pode também carrear substâncias animadas, como algas, que
córregos, riachos e rios que vão ter aos lagos ou o mar. Uma parte infiltra-se no modificam seu sabor, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade
solo; desta, uma porção vai alimentar os lençóis subterrâneos que, por sua vez vão humana, podem levar em suspensão organismos patogênicos. Em conseqüência da
novamente alimentar os rios e os lagos; a outra porção é usada pelos vegetais que sua grande atividade, a água quimicamente pura não é encontrada na natureza.
dela se apropriam, eliminando, pela transpiração, uma parcela se evapora.
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2.8 - Características da Água para o Abastecimento • Dureza: substâncias causadoras de dureza, como os cloretos, sulfatos e
bicarbonatos de cálcio e magnésio. As águas duras consomem mais sabão e,
A - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: estão relacionadas, principalmente, com o além disso, são inconvenientes para a indústria, pois incrustam-se nas caldeiras
aspecto estético da água, temperatura. e podem causar danos e explosões.
Inclui-se nestas características: • Agressividade: é uma característica da presença de gases em solução na água,
como o oxigênio, o gás carbônico e o gás sulfídrico. Uma água agressiva pode
• Cor: resulta da existência, na água, de substância em dissolução na água e não causar a corrosão de metais ou de outros materiais, tais como o cimento.
afeta sua transparência. Estas características é acentuada quando da presença, • Ferro e Manganês: são produtos que, em excesso na água, podem causar
na água, de matéria orgânica, de minerais como o ferro e o manganês, ou de problemas, tais como: coloração avermelhada no caso do ferro, ou marrom,
despejos coloridos contidos em esgotos industriais. Mede-se em mg/l por devida ao manganês, produzindo: manchas em roupas, peças sanitárias, sabor
comparação, em aparelhos chamados colorímetros. A escala que serve de metálico, em doses elevadas, podem ser tóxicos.
comparação é a de platino-cobalto. Nos padrões de potabilidade a cor máxima
admissível é de 20 unidades-padrão (uH). A unidade de cor é atualmente a • Compostos de Nitrogênio: o nitrogênio segue um ciclo, podendo estar
unidade Hazen , sendo que Hazen é o que na antiga escala seria 1 mg/l; presente em diversas formas - amoniacal, nitritos, nitratos. Estes compostos
ocorrem na água originários de esgotos domésticos e industriais ou da
• Turbidez: causada pela presença de materiais em suspensão na água, tais drenagem de áreas fertilizadas. Podem ser usados como indicadores da “idade”
como, partículas insolúveis de solo, matéria orgânica e organismos da carga poluidora (esgoto), dependendo do estágio em que se encontram.
microscópios, a turbidez perturba sua transparência. É medida em mg/1, em Teores elevados de nitratos são responsáveis pela incidência de uma doença
aparelhos denominados turbidímetros, sendo o mais comum o de Jakson. Nos infantil chamada metemoglobinemia (ou cianose), que provoca a descoloração
padrões de potabilidade, a turbidez máxima admissível; e de 5 unidades-padrão da pele.
(uT).
• Cloretos: estes compostos podem estar presentes na água, naturalmente ou
• Sabor e Odor: resultam da presença, na água, de alguns compostos químicos como conseqüência da poluição devida a intrusão da água do mar, de esgotos
(Ex.: sais dissolvidos produzindo sabor salino, alguns gases(sulfidrico), sanitários ou industriais. Em teores elevados causam sabor acentuado, podendo
resultando em maus odores) ou de outras, tais como a matéria orgânica em ainda provocar reações fisiológicas ou aumentar a corrosividade da água. Os
decomposição, ou ainda, de algas. Assim estas características estão, quase cloretos são usados, também, como indicadores de poluição por esgotos
sempre associadas às impurezas químicas ou biológicas da água; sanitários.
• Salinidade: presença de sais dissolvidos como bicarbonatos cloretos, sulfatos. • Compostos tóxicos: alguns elementos ou compostos químicos, quando
presentes na água, a tornam tóxica, podemos citar: cobre, zinco, chumbo,
cianetos, cromo hexavalente, cádmio, arsênio, selênio, prata, mercúrio, bário e
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o boro. Estas impurezas podem alcançar a água a partir dos esgotos industriais C - CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS
ou de usos agrícolas.
O meio aquático é habitado por um grande número, de formas vivas,
• Fenóis: os fenóis e seus compostos, existentes em resíduos industriais, além de vegetais e animais. Nestas, encontram-se os microrganismos, entre os quais
serem tóxicos, causam problemas em sistemas de tratamento d’água, pois acham-se os tipicamente aquáticos ou os que são introduzidos na água a partir de
combinam-se com o cloro, produzindo odor e sabor desagradáveis uma contribuição externa.
• Detergentes: os detergentes, principalmente os não biodegradáveis, são Os microrganismos aquáticos desenvolvem, na água, suas atividades
causadores de alguns problemas, quando incorporados à água: sabor biológicas de nutrição, respiração excreção, etc. Provocando modificações de
desagradável; formação de espuma em águas agitadas; problemas operacionais caráter químico e ecológico no próprio ambiente aquático.
em estações de tratamento de água e de tratamento de esgoto, devido à espuma;
toxidez, em teores mais elevados. Os microrganismos de origem externa (Ex.: microrganismos patogênicos
introduzidos na água junto com matéria fecal) normalmente não se alimentam ou
• Pesticidas: são substâncias químicas usadas no combate às pragas, tais como: se reproduzem no meio aquático, tendo apenas caráter transitório neste ambiente.
inseticidas, raticidas, herbicidas, fungicidas, formicidas, e outros. Acima de
certos teores, os pesticidas são tóxicos ao homem, peixes e outros animais. O Exames Bacteriológicos: indicam a presença ou não de microrganismos
uso, cada dia mais intenso, destes produtos tem causado a mortandade de patogênicos, através da contagem do número de coliformes. Os coliformes são
peixes e prejuízos ao abastecimento público d’água. bactérias que habitam os intestinos dos animais de sangue quente (sua presença
indica poluição fecal), assim, a quantidade de coliformes presentes representa uma
Substâncias indicadoras de poluição por matéria orgânica medida do grau de poluição. A pesquisa de coliforme tem maior significado
sanitário que a pesquisa direta de micróbios patogênicos, porque evidencia a
• Compostos nitrogenados: nitrogênio amoniacal, nitritos e nitratos. Os poluição por excreta; em conseqüência , deve-se temer que organismos
compostos de nitrogênio provêm de matéria orgânica e sua presença indica patogênicos ocorram de um momento para outro, mesmo na hipótese de exames
poluição recente ou remota. Quanto mais oxidados são os compostos de específicos os revelarem ausentes na ocasião. A água em questão será
nitrogênio, tanto mais remota é a poluição. Assim, o nitrogênio amoniacal caracterizada como potencialmente contaminada. Sua determinação se faz por
indica poluição recente e os nitratos indicam que a poluição ocorreu há mais técnicas bem estabelecida, os resultados são expressos em número de coliformes
tempo. por 100 ml de amostra de água. Atualmente o número de coliformes ‚ expresso
pelo denominado “Número Mais Provável” (N.M.P.), que é obtido através de
• Oxigênio consumindo: A água possui normalmente oxigênio dissolvido em estudos estatísticos; representa a quantidade mais provável de coliformes
quantidade variável conforme a temperatura e a pressão. A matéria orgânica existentes em 100 ml de água da amostra.
em decomposição exige oxigênio para sua estabilização; conseqüentemente,
uma vez lançada na água, consome o oxigênio nela dissolvido. Assim, quanto Os coliformes totais constituem um grande grupo de bactérias
maior for o consumo de oxigênio, mais próxima e maior terá sido a poluição. encontradas na água, no solo, e em fezes de seres humanos e de outros animais de
sangue quente. Os coliformes fecais integram um grupo de bactérias originárias do
• Cloretos: existem normalmente nos dejetos animais. Estes, sob certas trato intestinal humano e de outros animais. A Escherichia coli inclui-se entre os
circunstâncias, podem causar poluição orgânica dos mananciais. coliformes fecais, sendo um dos mais importantes indicadores.
recomendada, pois os mesmos mostram, com maior precisão, a presença de Entre os contaminantes químicos estão compreendidos os elementos ou
matéria fecal. compostos de radiações ionizantes.
Os coliformes fecais não são, de um modo geral, patogênicos. No entanto, Entre os contaminantes biológicos são citados organismos patogênicos,
como existem em grande quantidade nas fezes, a sua presença na água indica que a principalmente vírus, bactérias, protozoários e vermes que, veiculados pela água,
mesma recebeu dejetos, podendo, então, conter microrganismos patogênicos. possam parasitar o organismo humano por ingestão ou simples contado.
Os requisitos de ordem estética são principalmente; baixos índices de cor
Uma água com coliformes fecais é suspeita de conter microrganismos e turbidez e ausência de propriedades organolépticas; odor e sabor.
causadores de doenças. Por isso, os padrões de qualidade da água para consumo
humano (padrões de potabilidade) exigem a ausência total de coliformes fecais nas
amostras de água destinada ao abastecimento da população
D - PADRÕES DE POTABILIDADE
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3 - ELABORAÇÃO DE PROJETO • O período de atendimento das obras projetadas, também chamado de alcance
do plano, varia normalmente entre 10 e 30 anos.
• Estimativa de população para o período de alcance.
3.1 - Planejamento de Sistemas de Abastecimento de Água • Consumo de água
• Importância do abastecimento de água: aspectos sanitários e aspectos
econômicos.
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a falhas, encontram-se sistemas atingindo o seu limite de eficiência antes ou depois
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de decorridos os n anos. O importante é que a previsão seja feita de modo anos
criterioso, com base no desenvolvimento demográfico do passado próximo, a fim
de que a margem de erro seja pequena.
b) Comparação com curvas de crescimento de outras cidades
Geralmente n varia de vinte a trinta anos, prazo geralmente necessário à
amortização integral do capital investido nas obras.
As cidades pesquisadas devem apresentar características análogas,
população superior a da cidade em estudo.
4.2 - Métodos de Previsão As cidades devem ser da mesma região geo-econômica.
4.2.1 - Processo de Extrapolação Gráfica A transladação da curva não deve ser superior a 30 anos.
a) Prolongamento Manual:
4.2.2 - Processo Aritmético
Num sistema de coordenadas, leva-se ao eixo das abscissas os diversos
anos para os quais se dispõe dos valores populacionais e estes no eixo das
Calcula-se o incremento populacional:
ordenadas para tanto utilizando-se escalas convenientes.
r = (P1 – P0) / (t1 – t0)
Em seguida, marcam-se os diversos pontos correspondentes aos pares de
valores ano - população, pelos quais faz-se passar uma curva.
sendo :
P0 = população do primeiro censo representativo, realizado no ano t0
P1 = população do segundo censo, realizado no t1
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A população de projeto P, referente a data futura t é calculada pela formula: 4.2.5 - População Flutuante
Razão do crescimento geométrico no período conhecido: a) Quando a população prevista para o 20o ano for inferior ao dobro da população
de início do plano, adotar-se-á como população de projeto a correspondente ao
dobro.
q = t1−t 0 P1
P 0
b) Quando a população de 20o ano for superior ao dobro da população do inicio do
plano, adotar-se-á como população a correspondente ao triplo.
População de projeto P:
P = P0 (q)t-to
4.3 - Distribuição da População
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a) Para cidades de pequeno porte P < 5.000 hab. q = 150 a 200 l/hab.dia 5.1.3 - Volume de Água Necessária
b) Para cidades com P > 5.000 hab. q ≥ 150 l/hab.dia Vazão Média
Dentre os fatores que afetam o consumo per capita de água pode-se Q = P x q / 3600 x h (l/s)
destacar: O clima; padrão de vida da população; hábitos da população; sistema de
fornecimento e cobrança (serviço medido ou não); qualidade da água fornecida; onde:
custo da água (tarifa); pressão na rede distribuidora; consumo comercial; consumo Q = vazão média, l/s;
industrial; consumo público; perdas no sistema; existência de rede de esgotos; P = população abastecível a ser considerada no projeto, hab.;
entre outros fatores. q = taxa de consumo per capita em l/hab.dia;
h = números de horas de funcionamento do sistema .
O consumo anual destinado a combate de incêndio é desprezível. Os mananciais superficiais são constituídos pelos córregos, rios, lagos,
represas e reservatórios artificialmente construídos.
A vazão instantânea requerida pelos incêndios influem consideravelmente
no dimensionamento dos reservatórios e redes de distribuição.
5.4 - Captação em Rios
Para cidades pequenas, não deverão ser previstas demandas especiais para
combate a incêndios. Empregam-se as vazões normais disponíveis. A captação de rios tem sido em muitas regiões do país, a forma mais
usual de utilização das águas de mananciais de superfície para o abastecimento de
Para cidades de maior porte, fica a critério do projetista o estabelecimento cidades em extensas regiões do país. As obras são relativamente simples, na
do tipo e amplitude da proteção contra incêndio a ser dada. maioria dos casos.
Para P > 50.000 hab. deverão ser previstos hidrantes nas tubulações Freqüentemente, os cursos d’água no ponto de captação, acham-se
principais da rede de distribuição separados de 600 m no máximo. localizados em cota inferior à cidade; por isso, as obras de tomada estão quase
sempre associadas à instalações de bombeamento. Essa circunstância faz com que
Para áreas de P > 150 hab./ha, os hidrantes deverão possibilitar uma os projetos das obras de captação propriamente ditas, fique condicionado ás
vazão de 30 l/s. possibilidades e limitações dos conjuntos elevatórios.
Î Implantar em trechos retilíneos ou margem côncava (velocidades maiores, mais Para impedir a entrada, no sistema, de materiais flutuantes e em suspensão
difíceis à ocorrência de bolsões de areia). folhas, galhos de árvores, plantas aquáticas e ainda peixes, répteis e moluscos,
utilizam-se como flutuadores peças que se conservam em cima d’água, nas
proximidades da tomada, para manter afastados os materiais flutuantes.
• Grades:
Î Estabelecer com precisão, as cotas de todas as partes da obra, tendo em vista: • Crivos:
Æ permitir a entrada permanente de água para o sistema
Æ proteger contra enchentes o equipamento eletromecânico Peças adaptadas na extremidade de tubos imersos na água. São feitos de
Î Estudar o acesso permanente ao local da captação chapas perfuradas (válvulas de pé)
Î Pesquisar o fornecimento de energia elétrica
• Telas:
5.4.3 - Partes Constitutivas de Captação em Rio Peças com passagens pequenas, confeccionadas com fios metálicos.
Quando: Qmin ≥ Qdemanda, executam-se estas obras para elevar o NA e Regulam ou vedam a entrada de água no sistema, para possibilitar reparos ou
permitir a captação. limpeza em caixas de areia, poços de tomada, válvulas de sucção ou em
tubulações.
b) Barragem de regularização
Quando: Qdemanda > Qmin, constroem-se estas obras para armazenar água • Comportas (stop-log)
em períodos de estiagem.
Placa de vedação
Condição: Qmédio ≥ Qdemanda movediça, que desliza
em canaletas verticais.
c) Dispositivos retentores de materiais estranhos São instaladas em
• Caixas de areia (desarenadores): canais ou entradas de
tubulação de grande
Retém os sólidos decantáveis (areia), assegurando escoamento a velocidade diâmetro.
baixa.
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6.2- Traçado
Considerar:
6.3- Classificação
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b) adutora por recalque Para os condutos livres, têm sido comumentemente aplicadas as fórmulas
de Bazin, Ganguillet & Kutter ou ainda a chamada fórmula de Kutter simplificada.
Q = P x q x K1 / 3600 h
onde:
Q = vazão de adução (Q max. Diária) (l/s)
q = consumo per capita (l/hab. dia)
P = população abastecivel
K1 = coef. de variação diária
c) adutora mistas
• cálculo da velocidade
) parte por recalque e parte por gravidade
A velocidade é dada pela expressão de Chezy:
A vazão de adução, Q, é estabelecida em função da população a ser Onde: C e x dependem da categoria da parede do canal.
abastecida, da quota percapita, do coeficiente relativo ao dia de maior consumo
(K1) e do número de horas de funcionamento. Segundo Kutter C = 100 (R)1/2 / m+(R)1/2
A diferença entre os níveis de água e o comprimento, em geral são dados A fórmula de Kutter pode ser escrita ainda com: V = CRxI0,5
físicos conhecidos.
Onde: C e x são valores tabelados que dependem da categoria das paredes.
Î Condutos livres:
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A = Q/V
Î Condutos forçados:
onde:
Q = Vazão (m³/s)
V = velocidade na tubulação (m/s)
C = coeficiente rugosidade do material (tabela 6.2)
D = diâmetro (m)
J = perda de carga unitária (m/m)
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Pré - Dimensionamento (fórmula de Bresse) Hmt é a soma das alturas geométricas com a perda de carga total.
A solução do problema é hidraulicamente indeterminada. Um pré- A potência também pode ser calculada em KW pela fórmula:
dimensionamento, que determina o diâmetro das adutoras por recalque é realizado
através da fórmula de Bresse, onde: P = 0,736 QH/75η
A experiência mostra que a solução mais conveniente é aquela ligada a onde:
um diâmetro D que para dada vazão Q proporcione a velocidade em torno de P = potência requerida pelo conduto moto-bomba em KW
0,90m/s, que é denominada velocidade econômica. Q = vazão aduzida em l/s
Hmt = altura manométrica total em (m)
D = K (Q)1/2 (bombeamento: 24 horas) η = rendimento global do conjunto moto-bomba (bomba x motor)
Onde:
Dimensionamento Final
P = Q x Hmt x W/ 75 x η
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c Perda de carga unitária J (m/km) • Válvulas ou registros de parada - destinam-se a impedir o escoamento na
tubulação adutora, para tanto apenas um, localizado da extremidade de
d Perda de carga ao longo da tubulação (m) montante seria suficiente.
• Válvulas ou registros de descarga - localiza-se nos pontos baixos das
e Perdas localizadas (m) adutoras, em derivações à linha para permitir a saída de água sempre que for
necessário.
f Perda de carga total (m) • Ventosas - localiza-se nos pontos altos da rede. Facilitam a saída de ar da rede,
quando está estiver sendo cheia e quando a rede esta sendo esvaziada permite a
g Altura manométrica total – Desnível + Perda entrada de ar. É de praxe colocar-se um registro em todos os pontos altos do
de carga total (m) conduto, entre as duas ventosas. Quando utilizada uma ventosa, solução menos
h Potência consumida com rendimento de desejável, deverá ficar a jusante da mesma. Tais registros serão adicionados de
η = 60% (kW) mais dois, um na extremidade de montante e outro na de jusante do conduto.
i Energia consumida por dia (kWh)
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Podem ser:
São unidades destinadas a compensar as variações horárias de vazão e
garantir a alimentação de distribuição em casos de emergência, fornecendo água • Reservatórios enterrados - tem formato ditado pela economia: retangular ou
necessária à manutenção de pressões na rede. circular;
• Reservatórios semi-enterrados
A colocação do reservatório entre o sistema – captação – adução – • Reservatórios elevados - geralmente contribuem para o embelezamento
tratamento – rede de distribuição possibilita adotar uma vazão constante para os paisagístico.
diversos órgãos do abastecimento de água.
• Método da Senóide
b) Reservatório de jusante
LINHA PIEZOMETRICA Hipótese: a variação de consumo diário
Também chamado de NA
de uma cidade é representada por uma
reservatório de sobras porque recebe senóide
água durante as horas de menor
LP
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O reservatório armazena água durante o tempo em que QAD > QDEM e • manter uma reserva para atender as condições de emergência (acidentes,
abastece a cidade durante as horas de maior consumo QDEM > QAD, completando a reparos nas instalações, etc.,(um acréscimo de 33% sobre a soma das parcelas
adução anteriores);
QDEM = QAD + QR • atender à demanda no caso de interrupções de energia elétrica (sistemas com
recalques)
Capacidade do reservatório • manutenção de pressões na rede distribuidora.
Cm = k2 - 1 x V
π 7.4 – Dimensões Econômicas.
onde: V = volume do dia de maior consumo (V = P q K1) Os reservatórios têm seu formato ditado pela economia de material
K2 = coef. da hora de maior consumo necessário para sua confecção, em geral são construídos com duas câmaras, no
caso de reservatórios elevados os mesmos devem contribuir para o embelezamento
Acrescer margem de segurança para atender outras demandas paisagístico, mantendo assim uma certa harmonia com o espaço urbano.
No Brasil, utiliza-se para capacidade total do reservatório A figura a seguir mostra as dimensões econômicas de reservatórios bem
como as canalizações de entrada e saída.
CT = V/3
• funcionar como volantes da distribuição, atendendo à variação horária do A altura recomendada varia de 3 a 5 metros.
consumo, (capacidade superior 1/6 do volume consumido em 24 horas);
• assegurar uma reserva de água para combate a incêndio, (parcela mínima:
pequenas
cidades = 250 m3, e preferivelmente 500 m3);
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É a unidade do sistema que conduz a água para os pontos de consumo 8.3 - Cálculo da Vazão de Distribuição
(residências, indústrias, etc.). É constituída de tubulações e peças especiais
dispostas convenientemente a fim de garantir o abastecimento das unidades Q = P x q x K1 x K2 / 86400
componentes da localidade abastecida. onde:
Q = vazão máxima horária
Os condutos formadores da rede de distribuição podem ser assim q = consumo per capita
classificados: P = população
K1 = coeficiente do dia de maior consumo
a) condutos principais; K2 = coeficiente da hora de maior consumo
onde:
Lt = extensão total da rede em metros
a) rede em espinha de peixe ETA A = área abrangida pela rede em hectares
A tabela 8.1 apresenta valores típicos para estimar a taxa de ocupação por
hectare, sugerida pelo professor J. M. Azevedo Neto.
ETA
b) rede em grelha
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No projeto de um sistema de distribuição de água é usual o emprego de 6) Numeram-se todos os trechos com números arábicos de acordo com o sentido
planilha de cálculo. crescente das vazões.
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7) Levam-se para planilha de cálculo, convenientemente preparada, todos os 10) Com a extensão, a vazão fictícia de dimensionamento e com o diâmetro,
trechos, dispostos em ordem numérica, de modo que para eles constem: nome determina-se a perda de carga em cada trecho, através da fórmula de Hanzen-
da rua; extensão do trecho e as cotas topográficas. Williams.
8) Na planilha, calcula-se, para cada trecho, a vazão de jusante, marcha, hp = l x 10,649 x C-1,852 x D-4,87 x Q1,852
montante e fictícia. com:
Jusante: quando diferente de zero, é igual á soma das vazões de montante C = 100 para ferro fundido
dos trechos alimentados pelo trecho em estudo. C = 130 para cimento-amianto e ferro fundido cimentado
C = 140 para material plástico
Marcha: a vazão de distribuição em marcha é obtida multiplicando-se o
comprimento do trecho pela vazão unitária de distribuição, expressa em litros por Salvo indicações em contrário para esses coeficientes, fazendo-se uso de
segundo e por metro. tabelas. Ábacos ou monogramas.
Q’ = qu x l 11) Para o ponto da rede de condições mais desfavoráveis no que tange à cota
topográfica e/ou à distância em relação ao reservatório, estabelece-se a cota
Montante: soma-se a vazão de jusante com a de distribuição em marcha. O dinâmica mínima de 10 a 15 metros ou estática máxima de 60 metros,
cálculo é iniciado nos trechos seccionados ou de extremidade livres, uma vez que conforme o caso. O limite inferior é estabelecido, a fim de que a rede possa
neles a vazão de jusante é conhecida e igual a zero. abastecer diretamente prédios de até dois pavimentos e o superior, para
prevenir: maiores vazamentos nas juntas das tubulações; danos nas instalações
Qm = Qj + Q’ prediais (válvulas de flutuador).
Fictícia: a vazão fictícia de dimensionamento é a media da vazão de jusante e 12) A partir da cota piezométrica do ponto mais desfavorável (pressão máxima ou
de montante. mínima preestabelecida mais a cota topográfica), calculam-se as cotas
piezométricas de montante e de jusante de cada trecho, com base nas perdas
Qf = Qm + Qj /2 de carga já definidas.
Tabela 8.2 – Limites de velocidade As pressões dinâmicas em cada trecho são a diferença entre a cota
9) Ainda na planilha, em função da vazão Diâmetro Velocidade Vazão piezométrica e a cota do terreno. No final da operação, ficará definido o nível
fictícia de dimensionamento e dos (mm) máxima máxima médio de água do reservatório, que corresponde cota piezométrica de
limites de velocidades indicados, na (m/s) (l/s) montante do trecho de número mais elevado.
tabela 8.2 assinala-se para cada trecho o 40 0,55 0,62
50 0.60 1.20
valor do seu diâmetro. 75 0.70 3.20
Essa mesma operação pede ser feita de modo inverso, começando-se por
100 0.75 6.10 atribuir uma cota ao nível médio de água do reservatório, o que permitirá a
Obs.: Para obter-se os valores máximos de 125 0.80 10.40 determinação das pressões disponíveis em todos os trechos.
velocidade para os demais diâmetros, pode- 150 0.80 14.60
se usar a fórmula sugerida por Azevedo 175 0,90 21,7 13) Verifica-se para cada nó, onde houve seccionamento de um ou mais trechos,
Neto. 200 0.90 29.20 as diferentes pressões resultantes de percursos diversos da água e determina-se
250 1.00 50.70
V = 0,6 + 1,5D 300 1.00 72.80
a média, da qual nenhuma pressão deve se afastar de 10 por cento.
350 1.10 109.18
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14) Altera-se o traçado da rede, o seu seccionamento ou o diâmetro de algumas 8.7 - Materiais Empregados
tubulações, se o afastamento considerado no item anterior superar ou 10%,
bem como se as pressões máximas e mínimas preestabelecidas forem • ferro fundido: é usado praticamente em todas as obras de engenharia
ultrapassadas, ou se for impraticável a localização do reservatório numa cota sanitária:
definida pelo cálculo. - adutoras
- redes de distribuição
15) No final deste capitulo é apresentado um modelo de tabela, para ser usada no - canalizações dos reservatórios
dimensionamento de uma rede de distribuição de água pelo método do - estações de tratamento de água
seccionamento fictício. - redes de distribuição
• tubos de concreto:
8.6 - Condições para os Sistemas de Distribuição de Água - adutoras
- redes de distribuição (é raríssimo)
• O sistema de distribuição de água deve ser projetado e construído para
funcionar, durante todo o tempo, com a pressão adequada em qualquer ponto • tubos de aço:
da rede. - adutoras de grande diâmetro
estes tubos podem ser: - sem revestimento
• A segurança oferecida pela água deve ser mantida em toda a rede, sem - com revestimento (asfalto, por ex.)
alteração de qualidade. - tubos galvanizados
• O sistema deve incluir registros e dispositivos de descarga em todos os pontos • tubos de plásticos:
convenientes para possibilitar reparos e descargas, sempre que houver - rede de distribuição
necessidade sem interrupções prejudiciais para o abastecimento.
• Polietileno de alta Densidade (PEAD)
• O sistema deverá estar protegido contra poluição externa, os reservatórios
deverão ser cobertos e deve ser evitada qualquer possibilidade de introdução de • Fibra de Vidro
água nas canalizações.
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9 - CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS como um vasto reservatório ou conjunto de reservatórios naturais, cuja capacidade
é o volume total dos poros nas rochas que se encontram cheias de água.
As fontes, minas e nascentes, são formas de surgência natural da água A figura 9.1 apresenta o inter-relacionarnento da água superficial com a
subterrânea na superfície do terreno. Os poços rasos ou profundos destinados a subterrânea.
permitir a retirada artificial da água subterrânea das camadas em que se
encontram. Figura 9.1 – Inter-relacionamento das águas superficiais e subterrânea.
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Os aqüíferos que se situam no topo da parte saturada de formação 9.3 – Conceitos e Definições das Águas Subterrâneas
geológica têm a água que enche os seus poros submetida à pressão atmosférica,
como se ela estivesse ocupando um reservatório aberto, e são denominados Para melhor compreensão dos fenômenos ligados a água subterrânea por
aqüíferos freáticos. meio de poços, torna-se indispensável significado dos termos abordados a seguir.
A carga hidráulica para qualquer nível dentro do aqüífero freático é igual Porosidade (P). A porosidade é a percentagem de vazios (poros)
à profundidade abaixo do nível estático da água nele contida. Quando um poço é existentes no material.
perfurado, o nível d’água dentro dele atinge o nível estático do aqüífero. Em certos
casos, pode existir uma zona de saturação localizada acima do aqüífero principal. P = (Volume de vazios/ volume total) x 100
Esta situação pode ocorrer quando existir uma camada impermeável Quando um material se encontra saturado, todos os seus vazios ficam
dentro da zona de aeração capaz de interromper a percolação da água, forçando a preenchidos com água, de modo que multiplicando-se a porosidade pelo volume
água a se acumular numa área limitada acima do aqüífero. do material obtém-se o volume da água de saturação.
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Para calcular a produção específica, coloca-se num cilindro de fundo 9.6 – Hidráulica de Poços
afunilado e provido de torneira (fechada) o material seco que em seguida é
saturado.
9.4 - Vantagens do Uso de Águas Subterrâneas • Nível estático do poço - é o nível de equilíbrio da água no poço, quando o
mesmo não está sendo bombeado.
Pode-se resumir as vantagens do aproveitamento de águas subterrâneas
em três pontos: • Nível dinâmico do poço - é o nível de água no poço, quando o mesmo estiver
sendo bombeado. O nível dinâmico está relacionado com a vazão de água
a) qualidade, geralmente satisfatória, para fins potáveis; retirada e com o tempo decorrido desde o início do bombeamento. Quando,
b) relativa facilidade de obtenção; para um dada vazão o nível se estabiliza, tem-se o denominado nível dinâmico
c) possibilidade de localização de obras de captação nas proximidades das áreas de equilíbrio, relativo à vazão em causa. Neste caso, portanto se estabelece um
de consumo. regime permanente.
- Físicas – Normalmente boas devido a filtração lenta reduz a cor e a turbidez • Superfície piezométrica de depressão ou cone de depressão - em poços
- Biológicas – a filtração lenta possibilita a inexistência de bactérias, a menos freáticos, é a superfície real formada pelos níveis de água em volta do poço,
que o lençol esteja sendo atingido por uma fonte poluidora perto do ponto de quando em bombeamento. Em poços artesianos‚ a superfície imaginária
captação. formada pelos níveis piezométricos. Em ambos os casos, tem a forma de um
- Químicas – pode conter sais solúveis em excesso. A dureza pode ser elevada, funil com o vértice no próprio poço.
em alguns aqüíferos.
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• Curva de abaixamento ou de depressão - é a curva formada pela interseção 9.7 1 - Quantidade de Desinfetante a Usar:
da superfície piezométrica por um plano vertical que passa pelo poço. Os dois
ramos da curva nem sempre são simétricos. A assimetria‚ mais acentuada em - solução a 50 mg/l de Cl, — tempo de contato 12 horas;
lençóis freáticos e no plano coincidente com a direção de escoamento da água - solução a 100 mg/l de Cl, — tempo de contato 4 horas;
subterrânea. Pode-se conhecer a curva de abaixamento abrindo poços de - solução a 200 mg/l de Cl, — tempo de contato 2 horas.
observação num plano diametral em relação ao poço em bombeamento, e
medindo os respectivos níveis de água.
9.7.2 - Técnica de Desinfecção:
• Zona de influência do poço - é constituída por toda a área atingida pelo cone
de depressão de um poço. Um outro poço qualquer perfurado dentro dessa - cubar o reservatório ou poço a ser desinfectado;
zona, terá, quando bombeado, uma redução em seus níveis estáticos e - calcular o desinfetante a ser usado;
dinâmicos, sendo, portanto prejudicado pelo bombeamento do primeiro. Não é - preparar a solução desinfetante a 5%, pesando o produto e despejando-o em
possível, sem conhecer as características do aqüífero e a vazão de água limpa. Agitar bem e depois deixar em repouso;
bombeamento de um poço, prever a extensão da zona de influência. - desprezar a borra e derramar a solução no poço.
• Regime de equilíbrio - Situação que se verifica em um poço quando o nível Agitar o mais possível e deixar a solução permanecer em contato com o
dinâmico no seu interior para uma vazão de bombeamento constante mantém- poço o tempo necessário, de acordo com a dosagem, 2 - 4 - 12 horas. Findo o
se inalterável no decorrer do tempo. Essa condição ocorre quando a vazão de prazo, esgotar o poço até que nenhum cheiro ou gosto de cloro seja percebido na
escoamento da água subterrânea, na faixa abrangida pela zona de influência do água.
poço, equilibra a vazão retirada. Portanto, atingido o regime de equilíbrio, a
superfície piezométrica de depressão, a curva de abaixamento e a zona de Se possível, confirmar o resultado da desinfecção pela análise
influência do poço, não mais variam com o tempo. O tempo necessário para se bacteriológica antes de utilizar a água para bebida.
obter o equilíbrio perfeito do nível dinâmico, varia amplamente com a vazão
de bombeamento e as características do aqüífero. Poderá não ser nunca Observação:
alcançada. - A desinfecção com solução forte de 100mg/l de Cl, deve ser precedida de
limpeza, com escovas, de todas as superfícies do poço, paredes, face interna
da tampa, tubo de sucção;
9.7 – Desinfecção - As amostras para análise bacteriológica devem ser colhidas depois que as
águas não apresentem mais nenhum odor ou sabor de cloro;
Após a construção das obras o poço deverá ser desinfetado. Só assim a - A desinfecção de um poço elimina a contaminação presente no momento, mas
água a ser fornecida estará em condições de uso. não tem ação sobre o lençol de água propriamente dito, cuja contaminação
pode ocorrer antes, durante e depois da desinfecção do poço.
Os agentes desinfetantes mais comumente usados são os compostos de
cloro:
- hipoclorito de cálcio (superior a 65% de Cl);
- cloreto de cal (cerca de 30% de Cl,);
- hipoclorito de sódio (cerca de 10% a 15% de Cl);
- água sanitária (cerca de 2% a 2,5% de CL).
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O tratamento deverá ser adotado e realizado apenas depois de a) coagulantes, compostos de elementos que produzem hidróxidos gelatinosos,
demonstrada sua necessidade e, sempre que a purificação for necessária, como os compostos de alumínio e de ferro;
compreender somente os processos imprescindíveis à obtenção da qualidade que b) álcali para prover e manter a alcalinidade necessária ao processo (tais como
se deseja, com custo mínimo. hidróxido de cálcio, carbonato de sódio, sempre que necessário).
O tratamento é a técnica que tem por finalidade reduzir as impurezas O coagulante mais empregado é o sulfato de alumínio, Al(OH)3, pelo fato
prejudiciais e nocivas. O tratamento tem como finalidade fundamental melhorar a de ser facilmente obtido e de baixo custo.
qualidade da água natural, sob os seguintes aspectos:
Modernamente, verifica-se que as condições de floculação podem ser
• sob o ponto de vista sanitário: remoção de bactérias, protozoários e outros muito melhoradas mediante o emprego de agentes auxiliares de coagulação, tais
organismos, substâncias venenosas, teor excessivo de compostos orgânicos; como:
a) sílica ativada;
• sob o ponto de vista estético: correção da cor, turbidez, odor e sabor; b) polieletrólitos;
c) argila fina preparada (bentonita).
• sob o ponto de vista econômico: redução da corrosividade, dureza, ferro, etc.
Todo o processo de tratamento químico e preparação da água para a
decantação e filtração compreende três fases distintas:
10.1 - Principais Processos de Tratamento de Água
a) mistura rápida que consiste na adição dos compostos químicos ou reagentes e
10.1.1 - Aeração sua dispersão uniforme na água;
b) formação de flocos;
A aeração das águas pode ser realizada com os seguintes objetivos: c) desenvolvimento ou condicionamento dos flocos.
a) remoção de gases dissolvidos em excesso nas águas (CO2 , H2S); A primeira fase pode ser efetuada no próprio dispositivo de medição de
b) remoção de substância voláteis; vazão da estação de tratamento (normalmente calha Parshall) ou em câmaras
c) introdução de oxigênio (inclusive para a oxidação de ferro). especiais denominadas câmaras de mistura rápida, com agitadores mecânicos.
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As taxas de filtração variam, normalmente, de 2 a 6m3/m2/dia, conforme a biológica com as impurezas retidas. Terminada a operação, o filtro retorna ao
qualidade da água. funcionamento normal.
Devem ser utilizadas, no mínimo, duas unidades filtrantes, para que uma As raspagens, intervaladas de um a seis meses, a depender da qualidade
mantenha o suprimento d’água, enquanto a outra estiver fora de uso para limpeza da água, são feitas até que a espessura da camada filtrante fique reduzida a 60 cm,
ou reparo. oportunidade em que os 40 cm retirados em diversas operações devem ser
repostos, de uma só vez, com areia original já devidamente lavada.
São utilizados nos casos em que a água bruta apresenta pouca turbidez e
baixa cor, não exigindo tratamento químico (coagulação - decantação). A camada Corte longitudinal de um filtro lento.
filtrante é constituída de areia mais fina e a velocidade com que a água atravessa a
camada filtrante é relativamente baixa.
Limpeza do filtro. Quando o filtro entra em funcionamento, a perda de carga é A filtração rápida por si mesma é incapaz de remover a cor da água. Por
pequena, raramente ultrapassando 6 cm, o que pode ser constatado com um tubo outro lado, a colmatação do leito filtrante processa-se tanto mais rapidamente
piezométrico transparente, instalado na tubulação efluente. Com o decorrer do quando maiores a turbidez e a velocidade de filtração. Daí a razão de os filtros
tempo, a areia vai-se colmatando e, quando a perda de carga atinge seu valor rápidos serem mais utilizados para complementar a coágulo-sedimentação, já que
limite de 1,20m, oportunidade em que o nível d’água no tubo piezométrico fica a esta tem condições de produzir água de baixa cor e turbidez. Estão cabe aos filtros
10cm acima do nível da areia, a limpeza desta deve ser providenciada. a ação, quase exclusiva, de reter os flocos que escapam aos decantadores. E tanto
assim é, que pesquisas estão sendo feitas visando a evitar essa fuga, o que
Para a limpeza do filtro, começa-se por esvaziá-lo de água para em dispensaria a posterior filtração da água.
seguida ser procedida a raspagem superficial do leito de areia, do qual são
retirados os primeiros centímetros, justamente onde se encontra a camada
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Por outro lado, resultados satisfatórios estão sendo obtidos com a inicialmente bastante escura, vai gradativamente clareando-se num período de
filtração de baixo para cima (ascendente), livre da coágulo-sedimentação prévia, cinco a sete minutos, findo o qual a areia já se encontra limpa, oportunidade em
desde que a turbidez da água não ultrapasse certos limites. que são fechados os registros 4 e 3, e abertos os de n0 1 e 5, este quando o nível
d’água atingir sua posição normal de filtração.
Detalhes de projeto. No filtro rápido convencional utiliza-se uma camada de areia Diferem dos filtros lentos não só pela velocidade de filtração como pela
com espessura da ordem de 0,75m, tamanho efetivo de 0,45 a 0,55mm e sua construção e modo de operação. São constituídos com condições de
coeficiente de uniformidade de 1,3 a 1.7, situada sobre uma camada de pedregulho autolavagem através da inversão do fluxo normal de funcionamento. Os filtros
com cerca de 0,40m de espessura, ficando o conjunto dentro de uma caixa, rápidos recebem, geralmente, água tratada quimicamente e podem ser constituídos
geralmente de concreto armado e de base retangular. de concreto armado (filtros de gravidade) ou de chapas metálicas (filtros de
pressão).
A camada de pedregulho assenta sobre uma placa provida de orifícios,
denominados fundo falso, situada pouco acima do fundo verdadeiro.
Limpeza. Atingida a perda de carga limite, o que ocorre geralmente após um dia Esquema de um filtro rápido convencional .
de funcionamento do filtro, a areia deste deve ser lavada por inversão de corrente.
Para tanto. Inicialmente fecha-se o registro 1 e, em seguida, o 2, este no momento
em que o nível d’água, ao baixar, atinge o nível superior da camada de areia. 10.1.5 - Desinfecção
Então é aberto o registro 3 e logo após o 4, cuja tubulação conduz a água de
lavagem para o fundo falso, água esta que vai subindo no filtro com velocidade A desinfecção d’água para fins de abastecimento constitui medida que,
cerca de oito vezes maior que a filtração convencional. Com a subida da água a em caráter corretivo ou preventivo, deve ser obrigatoriamente adotada em todos os
areia expande-se dando condições para que as partículas retidas, relativamente sistemas públicos. Somente um processo de desinfecção bem controlado, antes
leves, como os flocos, sejam arrastadas e conduzidas para as canaletas de lavagem, d’água atingir o ponto de consumo, é que poder garantir a qualidade d’água. Do
de onde passam para a câmara lateral, encontrando saída pela tubulação de esgoto. ponto de vista da saúde pública.
A água de lavagem ao transbordar para as canaletas e daí para a câmara lateral,
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CASA DE QUÍMICA
Sulfato Cal Cloro Fluor
O O O O
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Em relação aos processos de tratamento sua influência se dá, despejos industriais, como por exemplo, dos despejos de indústria têxteis ou de
praticamente: tintas.
• nas operações de natureza biológica ( a velocidade de decomposição do esgoto A turbidez não é usada como forma de controle de esgoto bruto, mas
aumenta com a temperatura, sendo a faixa ideal para a atividade biológica 25 a pode ser medida para caracterizar e eficiência do tratamento secundário, uma vez
35oC, sendo ainda 15oC a temperatura abaixo da qual as bactérias formadoras que pode ser relacionada à concentração de sólidos em suspensão.
do metano se tornam inativas da digestão anaeróbia);
• nos processos de transferência de oxigênio (a solubilidade do oxigênio é menor
nas temperaturas mais elevadas); 11.2.2 - Características Químicas
• nas operações em que ocorre o fenômeno da sedimentação (o aumento da
temperatura faz diminuir a viscosidade melhorando as condições de A origem dos esgotos permite classificar as características químicas em
sedimentação). dois grandes grupos: da matéria orgânica e da matéria inorgânica.
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Pode-se conhecer a presença e estimar o grau de estabilização da matéria Há vários organismos cuja presença num corpo d’água indica uma forma
orgânica pela verificação da forma como estão presentes os compostos de qualquer de poluição. Para indicar no entanto a poluição de origem humana e para
nitrogênio na água residuaria. medir a grandeza destas contribuição, usa-se adotar os organismos do grupo
coliforme como indicador.
O nitrogênio presente no esgoto fresco está quase todo combinado sob
forma de proteínas e uréia; as bactérias no seu trabalho de oxidação biológica As bactérias coliforme são típicas do intestino do homem e de outros
transformam o nitrogênio presente primeiramente em amônia, depois em nitritos e animais de sangue quente (mamíferos em geral), e justamente por estarem sempre
depois em nitratos. presente no excremento humano (100 a 400 bilhões de coliforme/hab. dia) e serem
de simples determinação, são adotadas como referência para indicar e medir a
Demanda química de oxigênio grandeza da poluição. A bactéria coliforme, sozinha, não transmite qualquer
doença; mas se excretada por indivíduo doente, portador de um organismo
A DQO corresponde à quantidade de oxigênio necessária para oxidar a patogênico, ela virá acompanhada destes organismos capaz de trazer as conhecidas
fração orgânica de uma amostra que seja oxidável pelo permanganato ou doenças de veiculação hídrica.
dicromato de potássio em solução ácida.
A medida dos coliforme é data por uma estimativa estatística de sua
Demanda total de oxigênio concentração, conhecida como o Número Mais Provável de Coliforme (NPM/ml
ou NPM/100ml), determinada por técnicas próprias de laboratório.
Consiste em uma determinação instrumental capaz de não ser afetada por
certos poluentes que interferem mesmo no teste da DQO. O esgoto bruto contém cerca de 109 a 1010 NMP/100 ml de coliformes
totais, e de 108 a 109 NMP/100 ml de coliformes fecais.
Demanda teórica de oxigênio
11.2.3- Características Biológicas Sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos visa,
fundamentalmente, ao controle e à prevenção de doenças a eles relacionadas. As
Os principais organismos encontrados nos rios e nos esgotos são: as soluções a serem adotadas terão os seguintes objetivos:
bactérias, os fungos, os protozoários, os vírus e os grupos de plantas e de animais.
• evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
As bactérias constituirão talvez o elemento mais importante • evitar o contado do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
deste grupo de organismos, responsáveis que são pela decomposição e • evitar o contato de vetores com as fezes;
estabilização da matéria orgânica, tanto na natureza como nas unidades • propiciar a instituição de hábitos higiênicos na população;
convencionais de tratamento. • promover o conforto e atender ao senso estético.
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• aumentar a vida média do homem, pela redução da mortalidade em • Privada construída sobre curso de água: utilizada por habitantes da zona
conseqüência da redução dos casos de doenças; rural que residem na proximidade de córregos. A casinha é construída sobre
• diminuir as despesas referentes ao tratamento das doenças evitáveis; estacas à beira do córrego, geralmente próxima de barrancos. Os dejetos são
• reduzir o custo do tratamento da água de abastecimento, através da prevenção lançados diretamente dentro da água.
da poluição dos mananciais;
• controlar a poluição das praias e dos locais de recreação com o objetivo de • Privada sem fossa: possui apenas a casinha construída a pequena altura do
promover o turismo e obter o conseqüente aumento da renda; solo. Os dejetos são lançados diretamente na superfície do solo e ingeridos por
• preservar a fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes. porcos e galinhas.
a - soluções sanitárias
11.5 - Fossa Séptica
Não existindo água encanada, usam-se:
11.5.1 - Histórico
• privada com fossa seca
• privada com fossa estanque As pesquisas de caráter histórico registram como inventor das fossas
• privada com fossa de fermentação sépticas Jean Louis Mouras que, em 1860, construiu um tanque de alvenaria, no
• privada química qual eram coletados, antes de serem encaminhados para um sumidouro, os
esgotos, restos de cozinha e águas pluviais de uma pequena habitação em Veoul,
Existindo água encanada no domicílio, pode ser utilizada privada de vaso na França. Este tanque, aberto 12 anos mais tarde, não apresentava acumulada a
sanitário, mas, quando a localidade não dispõe de sistema de esgotos sanitários quantidade de sólidos que foi previamente estimada em função da redução
(rede de esgoto), o efluente do vaso sanitário é conduzido a: apresentada no efluente líquido do tanque.
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Tabela 11. 2 - período de detenção dos despejos, 11.5.3.2 - Geometria dos Tanques
por faixa de contribuição diária
Contribuição diária Tempo de detenção Os tanques sépticos podem ser cilíndricos ou prismáticos retangulares. Os
(L) (dia) cilíndricos são empregados em situações onde se pretende minimizar a área útil
Até 1500 1 em favor da profundidade; os prismáticos, nos caso em que sejam desejáveis
De 1501 a 3000 0,92 maior área horizontal e menor profundidade.
De 3001 a 4500 0,83
De 4501 a 6000 0,75
De 6001 a 7500 0,67 11.5.3.3 - Medidas Internas Mínimas
De 7501 a 9000 0,58
Mais de 9000 0,50 As medidas internas dos tanques devem observar o que segue:
Tabela 11.3 - taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por • profundidade útil: varia entre os valores mínimos e máximos recomendados na
intervalo entre limpezas e temperaturas do mês mais frio tabela 4, de acordo com o volume útil;
Intervalo entre Valores de K por faixa de temperatura • diâmetro interno mínimo - 1,10m;
limpezas (anos) ambiente (t) em 0C • largura interna mínima - 0,80m;
t <= 10 10 <= t <=20 t >= 20 • relação comprimento/largura para tanques prismáticos retangulares: mínimo
1 94 65 57 2:1, máximo 4:1
2 134 105 97 • a, b ≥ 5 cm; c = 1/3 h
3 174 145 137
5cm
4 214 185 177
5 254 225 217 5cm
Entrada Saída
C
5cm
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O efluente líquido é potencialmente contaminado, com odores e aspectos A eficiência do tanque séptico é normalmente expressa em função dos
desagradáveis, exigindo, por estas razões, uma solução eficiente de sua disposição. parâmetros comumente adotados nos diversos processos de tratamento. Os mais
usados são: Sólidos em suspensão e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). As
Entre os processos eficientes e econômicos de disposição do efluente quantidades de cloretos, nitrogênio amoniacal, material graxo e outras substâncias
líquido das fossas têm sido adotados os seguintes tipos: podem interessar em casos particulares, A tabela .5 Apresenta dados de eficiência
• diluição (cornos d’água receptores): para o Tanque Séptico a proporção é de das unidades de tratamento.
1:300;
• sumidouro;
• vala de infiltração e filtração; 11.5.6.1 - Sólidos em Suspensão
• filtro de areia;
• filtro anaeróbio. O tanque séptico, projetado e operado racionalmente, poderá obter
redução de sólidos em suspensão em torno de 60%.
A escolha do processo a ser adotado deve considerar os seguintes fatores:
• natureza e utilização do solo;
11.5.6.2 - Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
• profundidade do lençol freático;
• grau de permeabilidade do solo; A remoção de DBO poderá ser da ordem de:
• utilização e localização da fonte de água de subsolo utilizada para consumo
humano; • vazão em tomo de 2000 1/dia— 35 a 61%;
• •volume e taxa de renovação das águas de superfície. • vazão em torno de 1000 1/dia— 49 a 60%.
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11.7 - Sumidouro Em três pontos do terreno onde vai ser utilizado para disposição do
efluente da fossa séptica :
Os sumidouros são também conhecidos como poços absorventes,
recebendo os efluentes diretamente das fossa sépticas, tendo, portanto, vida útil • Com o trado de 150mm de diâmetro, escavar um cava vertical de modo que o
longa devido à facilidade de infiltração do liquido praticamente isento dos sólidos fundo da cava esteja aproximadamente no mesmo nível previsto para o fundo
causadores da colmatação do solo. Esta é a principal diferença entre sumidouros e do campo de infiltração.
outros dispositivos de lançamento dos esgotos em covas: latrina, fossa seca, etc. • Retirar o material solto no fundo da cava e cobrir o fundo com cerca de 0,05m
Os sumidouros devem ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos, assentes de brita.
com juntas livres, ou de anais (ou placas) pre-moldadas de concreto, • Encher a cava com água a profundidade de 0,30m do fundo e manter esta
convenientemente furadas, e ter enchimento no fundo de cascalho, ou pedra altura durante pelo menos 4 horas, completando com água na medida em que
britada de pelo menos 0,50m de espessura. desce o nível. Este período deve ser prolongado para 12 horas ou mais se o
solo for argiloso; esta constitui uma etapa preliminar para saturação do solo;
As lajes de cobertura dos sumidouros devem ficar no nível do terreno, ser • Se toda a água inicialmente colocada infiltrar no solo dentro de 10 minutos,
de concreto armado e dotadas de aberturas de inspeção com tampão de fechamento pode-se começar o ensaio imediatamente;
hermético, cuja menor dimensão em seção seja de • Exceto para solo arenoso, o ensaio de percolação não dever ser feito 30 horas
0,60m. após o inicio da etapa de saturação do solo.
O fundo do sumidouro deverá estar a uma profundidade de 1,5m acima Determinação da taxa de percolação K
do lençol de água, para evitar a poluição da água subterrânea.
• Colocar 0,15m de água na cava acima da brita, cuidando-se para que durante
As dimensões dos sumidouros são determinadas em função da capacidade todo o ensaio, não seja permitido que o nível da água supere 0,15m;
de absorção do terreno. Devendo ser considerada como superfície útil de absorção • Imediatamente após o enchimento, determinar o abaixamento no nível d’água
a superfície do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente do
na cava a cada 30 minutos (queda do nível) e após cada determinação colocar
tanque séptico.
mais água e retornar ao nível de 0,15m;
• O ensaio deve prosseguir até que se obtenha diferença de rebaixamento dos
A= V
níveis entre as duas determinações sucessivas inferior a 0,015m, em pelo
Tma
menos três medições necessariamente;
• No solo arenoso, quando a água colocada se infiltra no período inferior a 30
onde:
minutos, o intervalo entre as leituras deve ser reduzido para 10 minutos,
V = volume total diário de esgoto (m3dia);
durante uma hora, assim sendo, nesse caso, o valor da queda a ser utilizado é a
Tma = taxa máxima de aplicação diária e infiltração em litros por (m³/m² dia).
queda da última leitura;
• Calcular a taxa de percolação para cada cava escavada, a partir dos valores
11.7.1 - Teste de Percolação apurados, dividindo-se o intervalo de tempo entre determinações pelo
rebaixamento lido na última determinação.
O teste de percolação pode ser feito da seguinte maneira:
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11.8.1 - Dimensionamento
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A desinfecção tem por objetivo reduzir a quantidade de microorganismos 11.9.1 - Considerações Gerais
patogênicos, provenientes dos sistemas de tratamento de esgoto, atinjam os corpos
hídricos, uma vez estes microorganismos são potencialmente transmissores de Se colocássemos o esgoto em uma batedeira de bolo e o agitássemos por
doenças. um certo tempo, ele deixaria de ser esgoto e passaria a ser água com um pouco de
sais minerais. Do ponto de vista prático, este “milagre” originou-se da turbulência
Um dos desinfetantes mais utilizados tem sido o cloro, pois tem se provocada pela hélice da batedeira, captando oxigênio do ar. Na verdade, porém,
mostrado um agente eficaz no controle das bactérias do grupo coliforme. ente mecanismo é mais complexo, uma vez que o oxigênio para estabilizar ou
oxidar as matérias orgânicas tem necessidade da co-participação de
O processo de desinfecção consiste basicamente em fazer com que o microrganismos aeróbios. Trata-se, pois de um mecanismo biológico que é o
agente desinfetante entre em contato com o esgoto a ser desinfetado e permaneça responsável pelo fenômeno de autodepuração dos rios.
por um período e contato, este período é chamado de tempo de contato. Ao se
utilizar pastilhas de cloro pode-se considerar 30 minutos como tempo de contado. O mesmo resultado poderia ser obtido se, em lugar da agitação violenta,
introduzíssemos ar no esgoto, com auxilio de uma bomba de ar (usada dos
Dimensionamento do clorador: aquários ornamentais) ou, ainda, pulverizando o esgoto em forma de garoa, cuja
gotículas, em um contado com o ar, absorvessem o seu oxigênio. Finalmente, se
Volume = (N*C) / 48 colocássemos esse esgoto em um aquário cheio de algas e exposto à luz,
obteríamos igualmente a sua depuração, graças ao oxigênio produzido pela
Sendo: N = número de contribuintes; fotossíntese. Estes são, na verdade, as três alternativas básicas para tratamento
C = contribuição percapita de esgoto, em litros por habitante dia. biológico aeróbio dos esgotos.
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a) tratamento preliminar A desinfecção deve ser feita sempre que o problema a ser resolvido for o
da contaminação por bactérias, desejando-se manter as condições sanitárias do
É constituído por: corpo de água receptor, utilizando, por exemplo, para abastecimento de água ou
* grades para atividades desportivas; é feita particularmente no caso de efluentes de
* caixas de areia hospitais e de sanatórios onde existem portadores de doenças transmissíveis.
* desintegradores
* tanques de remoção de óleos e graxas Os agentes desinfetantes utilizados são o cloro e seus compostos, em
dosagem de acordo cos as características das águas de esgoto.
b) tratamento primário
No caso de ser utilizada a desinfecção dos efluentes numa estação de
Além dos processos do tratamento preliminar, inclui: tratamento de esgotos, esta geralmente é a última fase de todo o tratamento.
* decantação simples (primária)
* precipitação química
* digestão do lodo 11.9.3 – Lagoas de Estabilização
* secagem do lodo
* desinfecção do efluente. As lagoas de estabilização são o mais simples método de tratamento de
esgotos existente. São construídas através de escavação no terreno natural, cercado
c) tratamento secundário de taludes de terra ou revestido com placas de concreto. Geralmente têm a forma
retangular ou quadrada.
Em adição aos tratamentos preliminares e primários, incluem-se:
* processos biológicos Podem ser classificadas em quatro diferentes tipos:
- filtração biológica
- lodo ativado • lagoas anaeróbias;
* decantação final (secundária) • lagoas facultativas;
• lagoas de maturação;
d) tratamento terciário • lagoas aeróbias (de alta taxa).
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O seu funcionamento é através da ação de algas e bactérias sob a a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem – estar da população;
influência da luz solar (fotossíntese). A matéria orgânica contida nos despejos é b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
estabilizada, parte transformando-se em matéria mais estável na forma de células c) afetem desfavoravelmente a biota;
de algas e parte em produtos inorgânicos finais que saem com efluente. Estas d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lagoas são chamadas de facultativas devido as condições aeróbias mantidas na e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
superfície liberando oxigênio e às anaeróbias mantidas na parte inferior onde a estabelecidos.
matéria orgânica é sedimentada. Têm profundidade variando de 1,0 a 2,5m e áreas
relativamente grande. Assim, poluição tem um sentido amplo, não se restringindo apenas ao
prejuízos que possa causar ao homem ou aos seres vivos. Desde que uma alteração
c) Lagoas de Maturação provocada em um meio prejudique um uso benéfico definido para ele, dizemos
que houve poluição.
A sua principal finalidade é a redução de coliformes fecais, contido nos
despejos de esgotos. São construídas sempre, depois do tratamento completo de Dentro desta visão, podemos entender a poluição de um recurso hídrico
uma lagoa facultativa ou outro tipo de tratamento convencional. Com adequado como: qualquer alteração de suas características, de modo a torná-lo prejudicial às
dimensionamento, pode-se conseguir índices elevados de remoção de coliformes, formas de vida que ele normalmente abriga ou que dificulte ou impeça um uso
garantindo assim uma eficiência muito boa. As profundidades normalmente benéfico definido para ele. Assim, uma água com certos teores de impurezas pode
adotadas, são iguais as das lagoas facultativas. ser considerada poluída para determinado uso e não ser para outro.
d) Lagoas Aeróbias ou de Alta Taxa. Quando a poluição de um determinado recurso hídrico resulta em
prejuízos à saúde do homem, dizemos que há contaminação.
Têm como principal aplicação a cultura colheita de algas. São
projetadas para o tratamento de águas residuárias decantadas. Constituem um
poderoso método para produção de proteínas, sendo de 100 a 1000 vezes mais 12.1 – Fontes de Poluição
produtivas que a agricultura convencional. E aconselhável o seu uso, para
tratamento de esgoto, quando houver a viabilidade do reaproveitamento da As principais fontes de poluição da água são:
produção das algas. A sua operação exige pessoal capaz e o seu uso é restrito. A
profundidade média é de 0,3 a 0,5m. • de origem natural: decomposição de vegetal, erosão das margens, salinização,
etc.
• esgoto domestico.
• Esgoto industrial.
• Águas do escoamento superficial.
12 - POLUIÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS • De origem agropastoril: excrementos de animais, pesticidas, fertilizantes.
• Águas de drenagem de minas.
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• Lixo. O diagnóstico das condições sanitárias das águas é feito através da coleta
e exame de amostras obtidas em pontos significativos dos recursos hídricos. Os
mais utilizados são:
12.2 – Levantamento Sanitário
- Oxigênio Dissolvido
O levantamento sanitário de recursos hídricos tem por objetivo apresentar - Demanda Bioquímica de Oxigênio
um diagnóstico das condições de suas águas e das cargas poluidoras. Este - Bactérias do grupo coliforme
levantamento deve constituir a etapa inicial de qualquer programa de utilização ou - Temperatura
de proteção de recursos hídricos. - pH
- Nitrogênio e Fósforo
Em trabalhos visando à preservação de recursos hídricos, é importante - Condutividade tóxica
que seja feito o estudo completo das condições da bacia hidrográfica com um - Cloretos
todo. Este diagnóstico é denominado Levantamento Sanitário da Bacia - Sólidos
Hidrográfica, e compreende duas etapas:
- Estudo das características da bacia e das condições sanitárias dos corpos
d’água; e levantamento das fontes de poluição, com avaliação de suas cargas 12.3 – Avaliação de Cargas Poluidoras
poluidoras.
- Estudos das condições dos corpos d’água e das bacias contribuintes. Em muitos trabalhos de levantamentos de cargas poluidoras ou de
estimativas futuras das mesmas. Adotam-se parâmetros já conhecidos em função
Este levantamento é feito através da coleta de informações sobre os do tipo de fonte de poluição, para avaliá-las.
recurso hídricos em estudo, e de suas bacias hidrográficas respectivas, devendo
constar, principalmente, de: Assim, a avaliação das cargas poluidoras de um determinado recurso
hídrico, pode ser feita a partir de fatores já determinados, disponíveis na literatura
- Dados fisiográficos da bacia: aspectos geológicos; precipitações
pluviométricas e escoamento; variações climáticas; temperatura; evaporação; Conhecendo-se a concentração de determinado poluente e a vazão do
etc. esgoto, determina-se a carga diária do mesmo através da expressão:
- Informações sobre o comportamento hidráulico dos recursos hídricos: vazão
máxima e mínimas; volumes de reservatórios; etc. Carga poluidora (kg/dia) = Concentração (g/m³) x Vazão (m³/dia)
- Condições de uso/ocupação do solo: tipos; densidades; perspectivas de 1000
crescimento.
- Caracterização sócio-econômica: demografia, desenvolvimento econômico, Obs.: g/m³ = mg/l = ppm
etc.
- Levantamento dos usos múltiplos das águas da bacia.
- Localização das principais fontes de poluição. Identificação de áreas críticas. 12.4 – Assimilação de Cargas Poluidoras
- Diagnóstico do estado das águas, em termos de características físicas,
químicas e biológicas. Todo manancial tem uma certa capacidade de depurar as cargas que
recebe. Esta autodepuração ocorre através de fenômeno de natureza física, físico-
química e biológica.
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Desta maneira após ser feito um lançamento de poluentes em corpos Cm = concentração do poluente, no corpo receptor, após a mistura com o despejo
d’água, iniciam-se processo de assimilação dos mesmos, ocorrendo, com relação a (mg/l)
alguns deles, uma depuração completa. Cd = concentração do poluente, no despejo (mg/l)
Cr = concentração do poluente, no corpo receptor, antes de receber o despejo
Alguns fenômenos interferem na autodepuração, estes fenômenos (mg/l)
acontecem de forma conjunta, sendo, muitas vezes, difícil distinguí-los Qd = vazão do despejo (m³/s)
isoladamente. Dentre os fenômenos podemos destacar: Qr = vazão do corpo receptor (m³/s)
- Turbulência;
- Sedimentação;
- Luz solar; 12.6 - Equivalentes Populacionais
- Temperatura;
- Diluição Entende-se por população equivalente o número de pessoas capas de
contribuir com uma carga poluidora igual à produzida por uma indústria.
Entre os fenômenos químicos de autodepuração podemos destacar as
reações de oxidação e redução. As reações de oxidação de matéria orgânica
ocorrem devido aos processos de respiração dos organismos e, quando realizadas 12.7 – Oxigênio Dissolvido
por seres aeróbios, provocam redução no oxigênio do meio.
O teor de oxigênio dissolvido é um indicador de suas condições de
Entre os processos de redução química, destacam-se os de sínteses poluição por matéria orgânica. Assim, uma água não poluída (por matéria
orgânicas, sendo mais importante o da fotossíntese, o qual resulta na produção de orgânica) deve estar saturada de oxigênio. Por outro lado, teores baixos de
oxigênio. oxigênio dissolvido podem indicar que houve uma intensa atividade bacteriana
decompondo matéria orgânica lançada na água.
Onde:
12.9 – Demanda Química de Oxigênio
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As canalizações de esgotos são calculadas como condutos livres, com 13.3.4 - Declividade Mínima
exceção dos sifões invertidos e das canalizações de recalque que escoam como
condutos forçados. Os coletores são projetados de modo a se ter a sua autolimpeza, desde o
inicio do plano. Para a autolimpeza, deve-se garantir, pelo menos uma vez por dia,
uma tensão trativa de 1,0 Pa.
13.3.1 - Lâmina Líquida
A declividade a ser adotada deverá proporcionar, para cada trecho da
Como condutos livres, os coletores de esgotos são calculados para rede, uma tensão trativa média igual ou superior a 1,0 Pa, calculada para vazão
funcionarem à meia seção, escoando a vazão máxima (dia e hora de maior inicial. A declividade mínima que satisfaz essa condição pode ser determinada
contribuição) do fim do plano. pela expressão aproximada, para coeficiente de Manning n = 0,013:
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13.3.5 - Velocidades Mínimas possibilidade de escoamento de compartimentos sanitários situados a uma certa
distância da frente do lote e em cota inferior à da via pública.
As canalizações de esgotos devem ser calculadas com velocidade de
escoamento que evitem deposições excessivas de substâncias sólidas minerais que Este valor deve ser definido e limitado pelo órgão concessionários dos
normalmente são transportadas pelo líquido em escoamento. serviços de esgotos da cidade.
H = h + 0,50 + 0,02L + 0,30 + D
No Brasil é comum adotar como limite mínimo de velocidade 0,75m/s.
onde:
h = desnível entre o leito da via publica e o piso do compartimento sanitário a
13.3.6 – Velocidade Máxima esgotar:
0,50 = dimensão aproximada da caixa de inspeção em metros:
Nos condutos de esgotos deve-se evitar que a velocidade ultrapasse certos 0,02L = desnível no coletor predial de diâmetro mínimo 100mm, na declividade
valores máximos a fim de evitar a ação erosiva de partículas sólidas duras que são mínima correspondente (2%):
transportadas pelo esgoto. 0,30 = dimensão aproximada da curva de ligação do coletor predial ao coletor da
via pública, em metros:
Diversos autores indicam para esse limite, valores bem discordantes: D = diâmetro do coletor público em metros.
Limite de profundidade mínima dos coletores é estabelecido entre 1,50m
• Metcelf & Eddy aconselham: e 2,00m sendo o primeiro mais comum, para coletores localizados em passeios
- para tubos cerâmicos vidrados : 2,40 3 3,6m/s. pode-se adotar profundidades menores 0,90m.
- para tubos de concreto : 1,50m/s
- para tubos de concreto revestido de material vidrado: 2,40m/s. Deve-se também ter em conta no projeto não ultrapassar profundidades
acima de um certo valor (4,00m a 4,50m) devido ao aumento dos custos de
• Seelye adota os seguintes valores: instalação.
- para tubos de concreto: 2,40m/s
- para tubos vidrados: 3,45 a 6,00m/s.
13.3.6 - Simbologia
1-1 L
I D
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Feita esta identificação, estuda-se qual a saída natural para o conduto d) identificar os pontos baixos da área, tendo em vista o traçado do conduto
principal de toda a área, devendo-se ter uma idéia precisa do destino dos esgotos, principal;
ou seja: e) por meio de estudo criterioso, escolher o traçado a ser dado á rede, indicando
em cada trecho o sentido de escoamento;
• ponto de lançamento obrigatório; f) indicar no interior do círculo representativo do poço de visita o traçado das
• conduto emissário, interceptor ou outro conduto que receberá contribuição de canaletas de escoamento;
toda a área; g) na fixação dos sentidos de escoamento, procurar seguir, tanto quanto possível,
• localização da estação de tratamento de esgotos. os sentidos de escoamento natural do terreno, e aproveitar ao máximo a
capacidade limite de cada coletor;
Divide-se a área em bacias naturais de esgotamento e em sub-bacias, e
estuda-se a posição dos condutos principais de fundo de vale. Para o dimensionamento deverão ser obtidas as vazões de contribuição,
as quais são calculadas apartir dos seguintes dados gerais:
Tendo-se em vista a economia da obra, é conveniente que se de aos
condutos de diâmetro mínimo o melhor aproveitamento, evitando-se o rápido • população de projeto da área a ser esgotada;
aumento dos diâmetros com um traçado inadequado. • consumo "per capta" de água;
• coeficientes de variação diária, horária, e de retorno; (C - varia entre 0,70 e
A topografia, sendo uma das principais norteadoras do traçado, para bem 1,30)
adaptar os condutos ao terreno, é conveniente indicar a declividade natural dos • vazões de infiltração;
trechos de via públicas por pequenas setas, indicando o sentido da declividade • contribuição especifica de indústrias ou similares.
positiva.
Para o calculo da capacidade admissível da tubulação, pode ser usada a
formula de Manning.
13.10 - Traçado e Dimensionamento
1 2 3 12
O traçado e o dimensionamento de uma rede de esgotos exigem uma V = R I
planta topográfica atualizada da área a ser esgotada. Essa planta deverá estar n
desenhada em escala 1:2000 ou 1:2500 e ter as curvas de nível eqüidistantes de 1 Onde: n - Coeficiente de rugosidade
m, de preferência. Além disso, deve fazer parte dos trabalhos topográficos o R – Raio hidráulico
nivelamento dos pontos onde serão localizados os poços de visitas (cruzamento de I – Declividade
vias públicas, mudanças de direção ou de declividade, etc.).
Pode-se também lançar mão de tabelas que fornecem os valores de Q1/2 e
A partir da planta dada deve-se: V1/2.em função do diâmetro da tubulação e da declividade.
a) delimitar a área a ser esgotada, traçando-se os limites da bacia. Para obtenção dos valores de vazão e velocidade para tubulação
b) indicar em cada trecho, por meio de pequenas setas, o sentido do escoamento parcialmente cheia, usa-se o ábaco mostrado a seguir.
natural da superfície do terreno;
c) representar por meio de pequenos círculos os poços de visitas a serem
construídos;
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13.12.2 - Requisitos
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O sistema urbano de drenagem requer estudo muito particulares porque, onde: Q = vazão, em m3/s, na seção considerada;
geralmente, as bacias urbanas possuem tamanhos reduzidos, as superfícies são C = coeficiente de escoamento superficial da bacia;
pavimentadas ou, de alguma forma, parcialmente impermeabilizadas e o i = intensidade média da chuva de projeto, em mm/h;
escoamento se faz por estruturas hidráulicas artificiais (bocas de lobo, galerias e A = área da bacia que contribui para a seção, em km2.
canais revestidos), cujos tempos de concentração são reduzidos.
Q(m3/s) Recomenda-se a aplicação deste método para valores de “A” menores do
que 1 km2.
Qpu
A relação entre essa parcela que vai ter às galerias e a quantidade total de
água precipitada denomina-se coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente
de deflúvio.
tcu tcr t(h)
fig. 1 Comparação entre hidrogramas de bacias rurais e bacias urbanas A tabela a seguir mostra os valores usuais de C, CETESB, 1980
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Natureza da bacia C β
α+
Área comercial P =T Tγ
[at + b log(1 + ct )]
central 0,70 - 0,95
bairros 0,50 - 0,70 onde: P = precipitação máxima em mm
Área residencial T = tempo de recorrência em anos
residências isoladas 0,35 - 0,50 t = duração da chuva em horas
unidades múltiplas (separadas) 0,40 - 0,60 α, β = valores que dependem da duração da precipitação
unidades múltiplas (conjugadas) 0,60 - 0,75
γ, a, b, c = constantes para cada posto
lotes com 2000 m2 ou mais 0,30 - 0,45
Áreas com prédios de apartamentos 0,50 - 0,70
Tabela 14.1 - Valores de α no fator de probabilidade
Área industrial Duração 5min 15min 30min 1h 2h 4h 8h 14h 24h 48h 3d 4d 6d
industrias leves 0,50 - 0,80
α 0,108 0,122 0,138 0,156 0,166 0,174 0,176 0,174 0,170 0,166 0,160 0,156 0,152
industrias pesadas 0,60 - 0,90
Parques , cemitérios 0,10 - 0,25
Playgrounds 0,20 - 0,35 Tabela 14.2 - Valores de β no fator de probabilidade
Pátios de estradas de ferro 0,20 - 0,40 Postos Duração
Áreas com melhoramentos 0,10 - 0,30 5 min 15 min 30 min 1ha6h
Blumenau - 0,08 0,08 0,08 0,08
Para os casos em que a área apresentar mais de um coeficiente de Florianópolis - 0,04 0,12 0,20 0,20
deflúvio, torna-se necessário uma estimativa do valor médio do coeficiente a ser São Fco do Sul 0,00 0,08 0,08 0,16
atribuído à área. Este valor é obtido pela média ponderada dos valores dos
coeficientes de deflúvio pelas porcentagens de áreas que representam. Valores de γ para todos os postos = 0,25
Cmédio =
A1C1 A2C2
+
AC
+ ⋅⋅⋅⋅ n n
Valores de a, b, c para cada posto para T = 1 ano
AT AT An - Blumenau = 0,2t + 24 log (1 + 20t)
- Florianópolis = 0,3t + 33 log (1 + 10t)
A intensidade de precipitação do projeto é obtida a partir de curvas - São Fco do Sul = 0,3t + 37 log (1 + 10t)
intensidades versus duração, para cada período de retorno escolhido. Estas curvas,
denominadas de curvas intensidades-duração-frequência, são obtidas a partir da
análise do pluviogramas. Entretanto, não são muitos os locais que possuem um Equação de chuvas para Florianópolis por C.A. Pompêo
sistema de medição de precipitações por pluviografo, sendo mais freqüente a
existência de pluviômetros que realizam medidas dos totais diários de 145 ⋅ T 0, 25 Onde:
precipitação. i= para t ≤ 60 minutos
Também pode-se determinar a intensidade duração das chuvas através de (t − 3) 0 , 34
i = intensidade duração da chuva em mm/h
equações como as apresentadas a seguir: T = período de retorno em anos
Curvas intensas no Brasil – Otto Pfafstetter posto analisados para Santa 597 ⋅ T 0,32 t = duração da chuva em minutos
Catarina Blumenau, Florianópolis e São Francisco do Sul. i= para t > 60 minutos
(t − 3)0,73
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i(mm/h) pontos onde haverá necessidade de captar a água que escoa nas mesmas, por
80 intermédio de bocas de lobo, evitando-se assim inundações das ruas.
wo = yo.tgθo
1 2 3 4 5 6 t(h)
fig. 2 - Exemplo de curvas de intensidade-duração-frequencia
yo 1
z=tgθo
14.4 - Cálculo de Sistema de Microdrenagem
fig.4 - Corte lateral de uma sarjeta
14.4.1 - Introdução
- área da sarjeta
O projeto de um sistema de microdrenagem é composto por três
conjuntos de cálculos: A = (W x yo) / 2 onde: W = yo x z
O sistema de drenagem inicial‚ composto por: ruas, sarjetas, bocas de - Tempo de Percurso
lobo, galerias e pequenos canais. O cálculo das sarjetas permite a definição dos
tp = L / (60 Vo) (min)
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A capacidade da sarjeta a ser utilizada no projeto, capacidade admissível ) a altura da guria de uma sarjeta é de 15cm e a largura da sarjeta é de 60cm;
deve ser minorada, por um fator de redução (FR) da capacidade teórica que ) a velocidade máxima admissível para projeto da sarjeta é de 3,5m/s;
considera a possibilidade de obstrução ao escoamento, provocada pela deposição ) os cálculos acima descritos resultam em vazões para uma única sarjeta,
de sedimentos. Ver tabela 14.3. portanto quando se considerar os dois lados da rua, os valores das vazões
deverão dobrar;
Tabela 14.3 - – Fator de redução da capacidade de escoamento das sarjetas.
Declividade da sarjeta (%) Fator de Redução (FR) A tabela a seguir pode ser usada como modelo para o cálculo da
0,4 0,50 capacidade admissível das sarjetas.
1–3 0,80
5 0,50
6 0,40
8 0,27
10 0,20
I - Identificação do Trecho
• nome da rua;
• trecho; nome da rua a montante e nome da rua a jusante;
• cotas de montante e de jusante (m) ;
• diferença de cotas entre jusante e montante (m);
• comprimento do trecho L (m);
• declividade da sarjeta no trecho I (m/m);
• declividade do talude do canal triangular formado pela sarjeta Z (m/m);
• declividade transversal do trecho, correspondente ao perfil da rua Z (m/m);
• coeficiente de rugosidade de Manning para a sarjeta, para concreto n = 0,013;
• lâmina d’água na sarjeta yo = 0,13 m;
Observações
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14.7 - Localização das Bocas de Lobo Figura.14.1 - Detalhes da boca de lobo, sem grade e entrada pela guia.
Neste caso a caixa de coleta fica localizada no passeio; a sarjeta pode ser Q/L = [(5,44 k) / (tgθ)9/16]x (nQo / I1/2)9/16
continua ou com depressão a figura 14.1 mostra um esquema das bocas de lobo
desse tipo. onde: Q = vazão captada pela boca de lobo (m3/s);
Qo = vazão à montante da boca de lobo (m3/s);
I = declividade da sarjeta (m/m)
θ = ângulo entre a seção transversal da sarjeta e a vertical;
k = coeficiente igual a 0,23, 0,20 e 0,20, respectivamente para tgθ igual a
12, 24 e 48;
L = comprimento da abertura da boca de lobo na guia (m);
n = coeficiente de Manning
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As bocas de simples também podem ser calculadas como vertedores. W = largura da grade (m)
Tucci propõem a seguinte fórmula para calculo da boca de lobo quando a lâmina Lo = comprimento da grade para captar a vazão Qo (m)
de água acumula-se com uma altura menor do que a abertura da guia. Vo = velocidade de esc. na sarjeta montante da boca de lobo(m/s)
g = aceleração da gravidade (m/s2)
Q = 1,7 L y 3/2 yo = altura da lâmina líquida na sarjeta montante da boca de lobo (m)
m = coeficiente igual a 4 quando a grade for constituída somente de barras
Onde: Q = vazão em m³/s longitudinais é igual a 8 quando houver algumas barras transversais.
L = comprimento da soleira em m;
Y = altura da água próximo da abertura em m. Observações:
- Se L > Lo – uma grade com o tamanho igual ao calculado L é suficiente
Quando a altura de água sobre o local for maior do que o dobro da - Se L < Lo – será necessário mais de uma grade sendo que a resultante deverá
abertura na guia a vazão é calculada por: ser L ≥ Lo
Lo = m x Vo x (yo /g)1/2
onde:
L = comprimento da boca de lobo (m)
M' = parâmetro, determinado mediante o emprego do monogramo da fig.14.2
Qo = vazão afluente boca de lobo (m3/s)
θo = ângulo entre a seção transversal da sarjeta e a vertical (guia)
Wo = largura da sarjeta ocupada pelo escoamento Qo (m)
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15 - RESÍDUOS SÓLIDOS Assim, a identificação destes fatores é uma tarefa muito complexa e
somente um intenso estudo, ao longo de muitos anos, poderia revelar informações
mas precisas no que se refere à origem e formação do lixo no meio urbano.
15.1 - Origem e Produção de Lixo Entretanto, é comum definir como lixo todo e qualquer resíduo que resulte das
atividades diárias do homem na sociedade. Estes resíduos compõem-se
A problemática do lixo no meio urbano abrange alguns aspectos basicamente de sobras de alimentos, papéis, papelões, plásticos, pratos, couros,
relacionados à sua origem e produção, assim como o conceito de inesgotabilidade madeiras, latas vidros, lamas, gases, vapores, poeiras, sabões, detergentes e outras
e os reflexos de comprometimento do meio ambiente, principalmente a poluição substâncias descartadas pelo homem no meio ambiente.
do solo, do ar e dos recursos hídricos.
Sumariamente, podemos dizer que o lixo urbano resulta da atividade 15.3 - Fatores que Influenciam a Origem e Formação do Lixo
diária do homem em sociedade e que os fatores principais que regem sua origem e
produção são basicamente, dois: o aumento populacional e a intensidade da Como dissemos anteriormente, muitos são os fatores que influenciam a
industrialização. Observando o comportamento destes fatores ao longo do tempo, origem e formação do lixo no meio urbano, e a distinção destes mecanismos é uma
podemos verificar que existem fortes interações entre eles. Por exemplo, o tarefa complexa e de difícil realização. Entretanto, a título de informação,
aumento populacional exige maior incremento na produção de alimentos e bens de citaremos alguns deles:
consumo direto. A tentativa de atender esta demanda faz como que o homem
transforme cada vez mais matéria-prima em produtos acabados, gerando, assem, - número de habitantes do local;
maiores quantidades de resíduos que, dispostos inadequadamente, comprometem o - área relativa de produção;
meio ambiente. Assim sendo, o processo de industrialização constitui-se nem dos - variações sazonais;
fatores principais da origem e produção de lixo. - condições climáticas;
- hábitos e costumes da população;
Quanto aos aspectos epidemiológicos relacionados com os resíduos, - nível educacional;
dependendo da forma de disposição final, muitas são as possibilidades de - poder aquisitivo;
comprometimento do meio ambiente, que colocam em risco a vida do homem - tempo de coleta;
moderno. - eficiência da coleta;
- tipo de equipamento de coleta;
- disciplina e controle dos pontos produtores;
15.2 - Origem e Formação do Lixo - leis e regulamentações específicas.
Não é uma tarefa fácil definir lixo urbano, pois sua origem e formação Vale ressaltar que um dos fatores mais importantes é a componente
estão ligadas a inúmeros fatores, tais como: econômica.
- variações sazonais,
- condições climáticas, Além destes fatores primários, temos os chamados secundários que
- hábitos e costumes, também influenciam na formação e caracterização do lixo. Alguns destes são
- variações na economia etc. citados a seguir.
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O teor de umidade, que representa a quantidade de água contida na Considerando-se o critério de origem e produção, podemos classificá-lo
massa do lixo, é sem dúvida importante, principalmente para a escolha do sistema como: residencial, comercial, industrial, hospitalar, especial e outros.
de tratamento e aquisição de equipamentos de coletas. Por exemplo, nos sistemas
que visam gerar ou recuperar energia a partir dos resíduos, o teor de umidade tem Lixo residencial. Também chamado de lixo domiciliar ou doméstico, é
influência notável sobre o poder calorífico dos resíduos, assim como nos constituído, em geral, por sobras de alimentos,, invólucros, papéis, papelões,
tratamento por processos biológicos, onde a umidade atua na velocidade de plásticos, vidros, trapos etc.
decomposição dos materiais biodegradáveis presentes na massa de lixo. O teor de
umidade no lixo depende diretamente das condições climáticas, variando Lixo comercial. É oriundo de estabelecimentos comerciais como lojas,
sensivelmente portanto de um lugar para outro. No Brasil, o valor médio do teor lanchonetes, restaurantes, escritórios, hotéis, bancos etc.
de umidade do lixo domiciliar é da ordem de 60%.
Lixo industrial. É todo e qualquer resíduo resultante de atividades
O peso específico, que representa a relação entre o peso e o volume industriais, estando neste grupo o lixo proveniente das construções. Em geral, esta
(kgf/m3), também é importante na escolha de sistemas de coleta e tratamento, pois classe de resíduo é responsável pela contaminação do solo, ar e recursos hídricos,
sendo o lixo uma substância compressível, o conhecimento do peso específico devido à forma de coleta e disposição final, que na maioria dos centros urbanos
determina a capacidade volumétrica dos meios de coleta, tratamento e destino fica a cargo do próprio produtor. Assim é freqüente observar o lançamento de
final. resíduos industriais ao relento e nos recursos hídricos. Os resíduos industriais são
classificados em quatro categorias:
As mudanças de hábitos e costumes também vêm contribuído para a
modificação gradual do peso específico do lixo, percebendo-se uma redução na Categoria 1. Incluem-se nesta categoria os resíduos considerados
média destes índices nos países industrializados que no início do século estava perigosos, ou seja, que requerem cuidados especiais quanto à coleta,
entre 500 e 800kgf/m3 e hoje entre 150 e 300kgf/m3. acondicionamento, transporte e destino final.
No Brasil, o peso específico médio atual é da ordem de 192kgf/m3, Categoria 2. Incluem-se nesta categoria os resíduos potencialmente
segundo os estudos realizados pela CESP - Companhia Energética de São Paulo. biodegradáveis e/ou combustíveis.
Categoria 3. Incluem-se nesta categoria os resíduos considerados inertes
O teor de matéria orgânica, representa a quantidade, em peso seco, de e incombustíveis.
matéria orgânica contida na massa do lixo em geral, é subdividido em: matéria
orgânica não putrescível, incluindo papel, papelão, madeira, trapos, estopa, couro Categoria 4. Incluem-se nesta categoria os resíduos constituídos por uma
etc., e matéria orgânica putrescível, composta de verduras, folhas, restos de mistura variável e heterogênea de substâncias que individualmente poderiam ser
alimentos, carnes, animais mortos etc. Em países em desenvolvimento, o teor de classificados nas categorias 2 ou 3.
matéria orgânica costuma representar a maior fração em peso.
Lixo hospitalar. Geralmente divididos em dois tipos, segundo a forma de
geração: resíduos comuns, compreendendo os restos de alimentos, papéis,
15.4 - Classificação do Lixo invólucros etc.; resíduos especiais, que são os restos oriundos das salas de
cirurgias, das áreas de internação e isolamento. Estes últimos também podem ser
Considerando-se o lixo quanto à sua natureza e estado físico, podemos denominados lixos sépticos, e seu acondicionamento, armazenamento local, coleta
classificá-lo da seguinte forma: sólido, líquido, gasoso e pastoso. e disposição final exigem atenção especial devido aos riscos que podem oferecer.
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Lixo especial. Trata-se de resíduos em regime de produção transiente, permite uma confinação segura, em termos de controle da poluição ambiental e
como veículos abandonados, podas de jardins e praças, mobiliário, animais proteção ao meio ambiente.
mortos, descargas clandestinas etc.
As vantagens do aterro sanitário são inúmeras, porém o relativo baixo
Outros. Neste tipo de lixo estão incluídos os resíduos não contidos nos custo que envolve esta prática é o que a torna interessante. Algumas vantagens,
itens anteriores e aqueles provenientes de sistemas de varredura e limpeza de além desta, são:
galerias e bocas de lobo.
- disposição do lixo de forma adequada;
- capacidade de absorção diária de grande quantidade de resíduos;
15.5 - Destino Final - condições especiais para a decomposição biológica da matéria orgânica
presente no lixo.
15.5.1 - Aterro Sanitário
Os problemas associados a este método incluem a possibilidade da
A prática de aterrar lixo como forma de destino final não é privilégio da poluição das águas superficiais e lençóis subterrâneos pela ação do liquido
civilização moderna, pois também os antigos já faziam uso dela. Os nabateus na percolado (chorume), além da formação de gases nocivos e de odor desagradável.
Mesopotâmia 2.500 anos antes de Cristo enterravam seus resíduos domésticos e
agrícolas em trincheiras escavadas no solo. Passando algum tempo as trincheiras Os fatores limitantes deste método são basicamente quatro:
eram abertas e a matéria orgânica, já decomposta, era removida e utilizada como
fertilizante orgânico na produção de cereais. A história conta que no ano 150 o - disponibilidade de grandes áreas próximas aos centros urbanos que não
povo romano que morava na zona urbana, assustado com a grande quantidade de comprometam a segurança e conforto da população;
roedores e insetos que apareciam em torno dos locais onde o lixo era disposto, - disponibilidade de material de cobertura diária;
resolveu abrir valas e aterrar todos os resíduos, eliminando os inconvenientes - condições climáticas de operação durante todo o ano;
causados pelos vetores. Este relato pode ser comprovado, pois os registros - escassez de recursos humanos habilitados em gerenciamento de aterros.
mostram que durante este período o povo romano foi vítima da peste bubônica.
O aterro sanitário é uma das práticas mais utilizadas no presente em 15.5.1.2 - Classificação dos Aterros
virtude de sua relativa simplicidade de execução e de seu relativo baixo custo,
tendo como fator limitante à disponibilidade de áreas próximas aos centros Os aterros podem ser classificados conforme a técnica de operação ou
urbanos. pela forma de disposição.
Segundo a CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento - aterros controlados, uma variável da prática anterior em que o lixo
Ambiental, o aterro sanitário é definido como um processo utilizado para a receber uma cobertura diária de material inerte. Esta cobertura é realizada de
disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente o lixo domiciliar, que forma aleatória não resolvendo satisfatoriamente os problemas de poluição
fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, gerados pelo lixo, uma vez que os mecanismos de formação de líquidos e gases
não são levados a termo.
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15.3 - Incineração
15.3.1 - Definição
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16 - BIBLIOGRAFIA GERAL
LINSLEY, R.K. e FRANZINI, J.B. - Engenharia de Recursos Hídricos. Editora
Técnicas de abastecimento e Tratamento de água vários autores. CETESB, McGraw Hill do Brasil, São Paulo, SP.
Volumes 1 e 2
VILLELA, S.M. e MATTOS, A. - Hidrologia Aplicada, Editora McGraw Hill
Sistemas de Esgotos Sanitários. Vários autores. CETESB. do Brasil, São Paulo, SP.
DABBIT, W. E. Abastecimento de água. Editora Eggard Blucher. WILKEN, P.S. - Engenharia de Drenagem Superficial. Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental, São Paulo, SP.
BATALHA, Ben Hur Luttenbark. Controle de Qualidade da Água para
Consumo Humano. CETESB. LIMA, Luiz Mário Queiroz, Tratamento de Lixo, 2o edição, editora hemus.
Dacach, Nelson Gandur. Sistemas Urbanos de Água. Livros Técnicos e IPT, Lixo Municipal Manual de Gerenciamento Integrado. Cempre 2000.
Científicos Editora SA.
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