Apsyrann
Por Mago D`Zilla
A origem desta pequena porém inconspícua cidade
de Sallistick remonta aos tempos da Grande
Batalha em Lamnor, quando a civilização humana
ocupava apenas aquela porção do continente
artoniano. Originária do reino de Ylloran, a
população de Apsyrann luta hoje para preservar
sua cultura diferenciada.
Geografia
Apsyrann ocupa ambas as margens do Rio de
Sienn, a cerca de três semanas de viagem (à pé) a
sudeste de Yuton. O Rio de Sienn é um afluente do
Rio Vermelho, que desemboca próximo à fronteira
de Sallistick com Faran, sub-reino da União
Púrpura. A oeste da cidade há um pequeno
conjunto de montanhas, no qual se sobressai o
Mont Martre, onde a cidade explora um pequeno
veio de prata.
História
Ylloran, desde bem antes da guerra declarada
entre Mortenstenn e Ghondriann, era um reino
progressista, pacífico mas enérgico na manutenção
desta paz. Seus exércitos foram organizados e
desenvolvidos para proteger os maiores tesouros
ylloreses: sua tradição, sua arte e seu povo. Ante a
ameaça que a sanha do Triângulo de Ferro
representava a esses três pilares de sua cultura, o
apoio a Renngard por Solavar VIII na verdade foi
natural. Tratava-se, antes de mais nada, de auto-
preservação.
No entanto, não apenas com exércitos se
pretendia defender os tesouros de Ylloran. Desde
há muitos anos várias comunidades ylloresas
deslocavam-se aos outros reinos, formando
bolsões de propagação cultural que pretendiam
servir tanto como centros de intercâmbio quanto
como núcleos de preservação de seu modo de
vida. Assim, havia bairros ylloreses em quase
todas as capitais de Lamnor, e em várias das
grandes cidades. Inclusive – tragicamente – em
Corulla, capital de Ghondriann.
Desde antes dos primeiros combates com
Mortenstenn, o bairro yllorês de Corulla fora cercado
e mantido sob uma contenção a princípio velada,
depois sancionada, para rapidamente tornar-se
ostensiva. Entrar ou sair do bairro era considerado
uma degradação social para qualquer ghondriano,
graças a boatos habilmente semeados entre a
população por ordem de Corullan VI. O intolerante
monarca, desgostoso com a influência da cultura
estrangeira que rapidamente se fazia sentir em seu
reino, conseguiu assim aos poucos isolar a
comunidade entre altos muros de pedra e preconceito.
Durante as guerras que se seguiram ao lamentável
passamento da princesa Yllia (filha de Corullan VI), o
monarca encarregou alguns pelotões de suas forças de
aprenderem os costumes, os idiomas e as culturas de
todas as comunidades minoritárias de seu reino. Fez
isso para que se acreditasse fora das fronteiras que o
apoio à sua causa era total por parte de seu povo.
Assim um pelotão falando idioma yllorês, com armas
e armaduras condizentes com aquela cultura,
participou ativamente dos combates em Tarid, nos
chamados "Anos da Forja". O estratagema funcionou:
tendo tomado conhecimento do fato, Louis
Charnavour (Alto Ministro de Ylloran) discursou
pessoalmente às tropas dizendo que qualquer yllorês
lutando ao lado do inimigo era pior ainda do que o
próprio inimigo. Ao final da famosa Grande Batalha,
não houve nenhum sobrevivente daquele pelotão
específico.
Em Corulla, presos dentro de seu próprio bairro, os
ylloreses aclamaram vivamente a vitória das forças de
Renngard e a chegada das Tropas de Desocupação à
capital. Acreditavam ser aquele o fim de sua
humilhação, mas as tropas expulsaram-nos de seus
lares de forma ainda mais rancorosa do que faziam aos
próprios cidadãos ghondrianos. Toda a comunidade
ylloresa radicada em Corulla, dessa forma, fez parte da
enorme caravana que rumou para Arton Norte,
perplexa e imensamente magoada.
Durante a árdua jornada, os ylloreses acabaram
descobrindo a razão daquele tratamento, e a mágoa
deu lugar à tristeza. Por culpa de um monarca
intolerante e ambicioso seus conterrâneos tinham-nos
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na conta de traidores, e mesmo os outros grupos de
exilados os tratavam de forma fria e distante. Deixada
à própria sorte em mais de uma ocasião, a comunidade
mal conseguia manter seus membros vivos, e ao longo
dos anos definhou lenta porém inexoravelmente, num
sofrimento em tudo semelhante ao que acometeria aos
elfos sobreviventes do massacre de Lennórien muitos
anos depois.
Aproximadamente 12.500 habitantes. 99%
humanos, 1% outras raças. Deste contingente não-
humano, boa parte constitui-se de halflings, elfos e
meio-elfos. Não há goblins em Apsyrann, pois por
tradição os apsyranienses votam verdadeiro rancor
a todo tipo de goblinóide, não confiando-lhes nem
mesmo as mais ignominiosas tarefas.

Allain de Sienn, jovem de espírito inconformista,

Cultura
cresceu nesses anos de peregrinação esforçando-se por
A influência da comunidade ylloresa fez-se sentir
manter a coesão da comunidade ylloresa. Reconheceu
suavemente na cultura sallistiense, mas é em
em um grupo de quatro grandes famílias de exilados
Apsyrann que ela assume expoência máxima.
uma atitude menos intolerante que considerou
Imediatamente, o que diferencia a comunidade
apropriada aos seus esforços. Ainda mais
ylloresa de seus vizinhos é o uso ostensivo de seu
convenientemente, muitas daquelas famílias tinham
idioma ancestral, ainda hoje conhecido como
parentes distantes entre os ylloreses, de forma que a
yllorês. Em Apsyrann, fala-se preferencialmente o
comitiva ylloresa se incorporou ao grupo mantendo
yllorês, mas ensina-se o valkar nas escolas para que
sua própria identidade cultural, o primeiro de muitos
o povo não perca contato nem com suas raízes, nem
grandes feitos de diplomacia do rapaz.
com seus vizinhos. Disso resulta o peculiar
"sotaque yllorês" em sua forma de pronunciar o
Quando Roramar Pruss encontrou a gigantesca estátua
valkar, que apesar de ser tido pela maioria das
de Valkaria onde seria a futura capital de Deheon, os
pessoas de fora apenas na conta de "exótico",
corações dos ylloreses se apertaram. Para eles, o
alguns consideram afetado e até mesmo irritante.
enorme monumento era fonte de dor e tristeza, pois
lembrava-lhes não a deusa da Humanidade mas sim
Como o yllorês é o idioma original de vasta literatura
Apsyr, uma valorosa heroína ancestral de sua terra
romântica, amplamente disseminada por todo o
natal, cujo nome foi dado à capital de Ylloran em
Reinado em traduções mais ou menos fiéis de seus
póstuma homenagem. Apesar da ausência das asas em
poemas, novelas, crônicas e canções, ele é considerado
forma de relâmpago, a semelhança era demais para
universalmente a "linguagem do amor". Se a cultura
aquele povo suportar.
ylloresa abrangesse apenas esse aspecto do mais
elevado sentimento que a humanidade desenvolveu, já
O desejo de seguir adiante manifestado pela comitiva
justificaria plenamente sua existência. No entanto,
de quatro famílias que acompanhavam foi, em parte,
como qualquer pesquisador sério sabe, há mais, muito
embasado neste sentimento yllorês. Mas, ao contrário
mais sob a primeira camada.
destas famílias, os ylloreses não se radicaram na
região que se tornaria Yuton, capital do reino de
A exacerbada intolerância contra ditaduras, por
Sallistick. Foi por viverem num bairro dentro de uma
exemplo, é herança direta das décadas de luta em
cidade de cultura diferente que haviam se tornado
Ylloran contra a tirania. Grandes heróis do passado
presas de uma cruel manipulação, assim resolveram
como Robesfort, Pourot e Hercullain, mártires da
que por menor que fosse, haveria uma cidade apenas
Grande Revolta que derrubou o ditador Napolloan I,
deles.
inspiram até hoje aventureiros apsyranenses a
perseguir os ideais de Coragem e Determinação pela
Foi assim que se deslocaram mais para sudeste, onde
Liberdade.
encontraram um rio que desagua no Rio Vermelho. Ali
concordaram em erigir mais do que seus lares, um
Na filosofia, Descreant discutiu em várias obras a
verdadeiro monumento vivo e vibrante à cultura
verdadeira natureza do Universo e o papel de deuses e
ylloresa. Assim chamaram o rio de Sienn, em
homens nele. Sua máxima "Sou maldito se não
homenagem ao homem que em última análise
medito." é o princípio de uma longa argumentação que
propiciara aquele momento, e sua cidade, Apsyrann.
reduz qualquer criatura pensante – seja de que
natureza for – a única responsável por seu próprio
População destino. T´anzille, famoso diretor e escritor teatral,
trafegou com sucesso pela comédia e pela ironia... e

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por toda Ylloran também, evitando desafetos furiosos
com ele por suas obras e peças de teatro. Rennard e
Brancant, dois dos maiores pintores do movimento
Inconformista, nasceram e criaram a maior parte de
sua obra naquele reino. A contribuição de Ylloran à
cultura do Reinado é vasta demais para ser deslindada
aqui, e a menção apenas destes poucos exemplos de
forma alguma desmerece os outros tantos que não
foram aqui contemplados.
Apsyrann, como último baluarte da cultura ylloresa,
preserva ferozmente tudo o que foi possível resgatar
de sua cultura ancestral, bem como qualquer outra
obra de valor produzida depois, seja por eles mesmos,
seja por direta influência de Ylloran. Seus vários
museus e bibliotecas, se não são os maiores ou os mais
numerosos do Reinado, contam com muitas e variadas
obras importantes em seus acervos, coligidas ou dentre
os pertences dos descendentes da própria caravana
original que fundou a cidade ou recuperada pelos
bardos locais em suas muitas aventuras por toda
Arton. Durante o dia, a afluência de visitantes em
Apsyrann para visitar as exposições ou consultar as
raras obras nos acervos seria suficiente para justificar
a própria existência da cidade. Os belíssimos
boulevares, as praças, as alamedas, passarelas floridas
e as pontes sobre o Sienn compõem uma arquitetura
integrada com aqueles estabelecimentos, criando um
ambiente mais do que propício à contemplação da arte
e ao deleite que esta contemplação proporciona. Mais
do que isso, artistas de muitos lugares competem para
estabelecerem-se ali, e terem sua obra impregnada
pela aura ylloresa.
A noite apsyranense, no entanto, tem seus próprios
encantos, e compete vividamente com o dia em
matéria de burburinho, agitação e prazeres, ainda que
de seu próprio tipo. À noite as bibliotecas e os museus
fecham, mas os bares, as boates, os cabarés e os
cassinos mantém a vida pulsando na cidade. Assim
como Apsyr, a saudosa capital do não menos saudoso
reino de Ylloran, Apsyrann é uma cidade que "nunca
dorme".
Pontos de Interesse
Próximo ao centro da cidade a praça Champs de
Fierté (Campos Altivos) é considerada passagem
obrigatória a qualquer visitante, não apenas por
suas gloriosas fontes, seu profuso arvoredo e
gramados artisticamente floridos, uma obra prima
de paisagismo. O maior monumento da cidade fica
ali, o Arc du Succès (Arco do Sucesso), uma
construção pinacular de pedra que alarga-se sobre
a principal avenida da praça, abraçando-a com seu
titânico arco. Nas bases deste monumento, baixos
relevos representam momentos cruciais da história
do povo yllorês, e em seu topo afunilado repousa
uma estátua da heroína Apsyr, ereta com as asas
em forma de raio abertas e carregando com os
braços estendidos sobre sua cabeça uma replica do
Cristal da Luz, um enorme cristal mágico que
ainda hoje está nos escombros da Cidade-Luz
original, hoje tomada por hobgoblins. Através de
inteligentes dispositivos um feixe de luz é projetado
a partir da base da estátua da heroína à base do
cristal, que projeta reflexos desta luz por quase
toda cidade, reproduzindo palidamente o efeito que
o Cristal da Luz, engastado no topo do Obelisque
Anvell, produz ainda hoje sobre a cabeça das
hordas de Ironfist (muito para o desagrado dos
monstros, diga-se de passagem).
O principal museu de Apsyrann, o Petit Louveur, foi
construído como uma réplica em menor escala do
Grand Louveur, o enorme palácio da família real de
Ylloran que duas vezes por semana era aberto à
visitação pública para que fosse admirada a vasta
coleção de arte real. Mesmo menor que seu original, o
Petit Louveur é uma esplendorosa peça arquitetônica,
uma obra de arte fabulosa por si só. Em anexo a ela, a
Bibliothèque du Petit Louveur, mantida por membros
da Irmandade da Perfeição do Corpo, franqueia a
consulta a seu acervo para qualquer um que os queira
ver. Cópias de qualquer obra ou trecho de obra são
fornecidos sem o menor empecilho... mas tentar tirar
um tomo que seja do edifício irá despertar a ira de
seus guardiões, uma coisa nada bonita de se ver.
Apsyrann é cortada pelo Sienn, e há uma
diferenciação notável entre os dois lados da cidade,
ainda que a unidade cultural prevaleça. À margem
esquerda (Rive Gauche) do Sienn prevalecem os
museus e bibliotecas, enquanto que à margem direita
os cabarés, bistrôs e cassinos dominam. Dentre estes
últimos estabelecimentos, o Cassino Royalle é o mais
organizado, “organizado até demais” de acordo com a
Gendarmèrie de la Citée – a milícia local, devido às
suspeitas (totalmente fundamentadas, diga-se de
passagem) de que o cassino serviria também de quartel
general da guilda criminosa local. Qualquer atividade
ladina em Apsyrann não sancionada pelo chefe da
organização criminosa conhecida como Guilda
Fantasma, um homem horrivelmente deformado por
queimaduras e lacerações múltiplas chamado Dr.
Phiddes, será cruelmente punida por ele.
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Entre as outras casas noturnas da “Rive Droit”, como é doutores de Apsyrann preferem em sua maioria
chamada a cidade a leste do rio Sienn, a “Alors especializar-se no cuidado da mente, aquela parte que
Enfants” destaca-se por ser a sede informal da escalpelos e clisteres não conseguem alcançar, como
principal agremiação de aventureiros de Apsyrann. dizem. Esses doutores chamam sua ciência de
Originalmente ponto de encontro de cinco bardos “psicologia”, e gerenciam um centro de estudos
amigos que ali partilhavam suas aventuras e suas próprio.
bebidas, a Alors Enfants passou a incentivar esse tipo
de reunião pelo fluxo de negócios que a presença dos Curiosamente instalado na Rive Droit, o Institute de la
bardos trazia. Com o passar do tempo e o crescimento Carèque reúne sob seu característico domo brilhoso
do grupo, os bardos decidiram organizar (bem, mais praticamente todos os “psicólogos” da cidade, e
ou menos) a participação dos vários candidatos, mesmo as poucas exceções sempre acabam referindo-
restringindo o direito de contar e comentar as se ao I.C. ocasionalmente em seus trabalhos e
aventuras ali relatadas em prosa ou verso aos pesquisas. Ali são estudados muitos casos graves de
participantes de uma lista oficial de membros. A insanidade, inclusive os gerados pela exposição a
qualquer tempo que se vá à Alors Enfants, sempre áreas de Tormenta. Como todos os doutores do I.C.
haverá pelo menos três membros da Liste des Fréres costumam raspar totalmente suas cabeças, acabou
(literalmente, “Lista dos Irmãos”, às vezes chamados surgindo o comentário maldoso que “os loucos
por seus desafetos como “Clube do Irmão dirigem o hospício”.
Aventureiro”) envolvidos em algum fantástico relato
de suas experiências por Arton. Anualmente, nos Personalidades
primeiros dias do outono, um mega encontro dos
membros torna a taverna muito, mas muito barulhenta.
Phillipe de Martin – Descendente de Allain de Sien,
Phillipe foi eleito pela população apsyranense para o
Os bardos da Liste des Fréres procuram envolver-se
cargo de regente de Apsyrann, cargo ligeiramente
em missões que objetivem localizar e/ou recuperar
diferente nesta cidade. Cabe ao regente principalmente
obras de arte ylloresa perdidas, seja em coleções
indicar o Primeiro Secretário, que por sua vez escolhe
particulares, tesouros em covis draconianos, áreas
os outros Secretários e coordena a administração do
atacadas pela Tormenta ou até mesmo nos territórios
município. Phillipe goza de grande popularidade, e as
ylloreses hoje ocupados pela Aliança Negra. Os
poucas atribuições de seu cargo permitem-lhe passar
poucos especialistas neste último tipo de incursão
parte dos dias – e as noites inteiras – nos cassinos,
garantem ter travado contato, próximo a Apsyr, com
boates e tavernas da Rive Droit, "em contato com o
sobreviventes humanos do massacre goblinóide em
povo", como gosta de dizer.
Ylloran. Por intermédio da lendária Resistência
Ylloresa é possível – às vezes – recuperar alguns dos
Auguste de Martin – irmão gêmeo de Phillipe, é o
tesouros ainda ocultos na antes maravilhosa Cidade
Primeiro Secretário da cidade; Auguste demonstrou
Luz.
desde cedo uma inteligência que rivaliza com a do
ancestral famoso. Compenetrado e competente,
As duas partes da cidade são unidas por oito pontes,
Auguste conta com a fidelidade da maioria do
construídas conforme o crescimento da cidade
secretariado, e com as informações do submundo que
demandava por elas. Desde a primeira ponte, no centro
seu irmão Phillipe coleta em seus "serões".
da cidade, até as mais recentes nos extremos nordeste
e sudoeste, todas foram construídas por membros da
Dra. Bulliard – a cientista-chefe do Institute de la
Confrarie de la Secrète, escola arquitetônica e guilda
Carèque; séria e desapaixonada, seus estudos da
hermética local. Apesar das patentes diferenças de
psiqué humana e humanóide têm para ela precedência
estilo, todas são consideradas belas a sua própria
sobre qualquer outro aspecto da vida. Nenhuma outra
maneira. Diz-se que cada ponte oculta um segredo em
consideração a fará desviar-se de uma pesquisa... nem
sua estrutura, mas os membros da Confrarie não
mesmo de ordem legal ou ética, ainda que nestes casos
confirmam nem desmentem tais afirmações.
ela procure manter a maior discrição possível, como
em suas frequentes consultas com o Dr. Phiddes.
Sendo uma cidade de Sallistick, Apsyrann não foge ao
padrão comum deste reino. Há na cidade
Captain Henri DeClamp – comandante da eficiente
representantes dos Herbários e da Irmandade da
Gendarmèrie de la Citée; alto, corpulento e
Perfeição do Corpo e, é claro, doutores. No entanto, os
ameaçador, suas capacidades investigativas não

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encontram par em todo o reino. Mesmo quando não
prende os culpados, DeClamp "providencia" para que
eles sejam punidos de alguma forma.
Edouard de Ville-Champ – considerado o maior
bardo de toda Apsyrann, e o mais requisitado pelos
museus e bibliotecas da cidade para recuperar obras
extraviadas. Edouard foi um dos membros fundadores
da Liste Tormente, e também o principal contato da
organização com a Resistência Ylloresa em Lamnor.
Mme. Touneaux – curadora do Petit Louveaur,
normalmente é quem contrata expedicionários para
investigar os boatos de obras de arte avistadas em
locais remotos ou de difícil acesso; esta senhora
simpática e rechonchuda, quase sempre sorridente,
pode parecer frágil mas tem uma inteligência aguda,
percepção assombrosa e uma resistência invejável. Os
poucos aventureiros inescrupulosos que já tentaram
enganá-la com falsificações podem atestar que isso
não é nada fácil... ou seguro.
Louis Carnivore – Gerente do Cassino Royalle, e
também o mais cruel tenente do Dr. Phiddes (mas nem
de longe tão cruel quanto o próprio Dr.); sempre
elegante e com modos refinados, Carnivore administra
os aspectos mais "práticos" da Guilda Fantasma, ainda
que caiba ao "bom doutor" aprovar cada operação e
novos membros.
Jacques Spèctre – mais famoso "cliente" do Institute
de la Carèque, Jacques sofre de um peculiar caso de
dupla identidade: durante o dia comporta-se como um
bêbado alegre e folgazão (mesmo não tendo ingerido
uma única gota de bebida alcoólica), mas assim que
cai a noite sua personalidade mais soturna e psicótica,
Le Spèctre, assume o controle. Vigilante furioso, caça
e agride selvagemente todo aquele que considera
"fora-da-lei". O Captàin DeClamp às vezes articula
secretamente a libertação dele para cuidar de um ou
outro assunto mais intrincado em que a Gendarmèrie
não pode agir com um pouco mais de... força bruta.
Dr. Phiddes – o medonho líder da Guilda Fantasma;
Antoine de Sade Phiddes foi um grande doutor em
Yuton, onde gozava de renome e ampla aceitação da
família real. Alguns colegas, invejosos de seu sucesso
e sob ameaça de terem seus próprios esquemas ilegais
desmascarados, arquitetaram a derrocada de Phiddes
forjando provas que o incriminavam por todos os
crimes de que eram culpados. Durante a caçada
promovida a Phiddes pela milícia local e pela
população revoltada com a hediondez dos crimes a ele
atribuídos sua esposa Madelleine foi morta e ele,
gravemente desfigurado por um incêndio que
consumiu sua morada. Enlouquecido de dor, fugiu
pelos pântanos com o cadáver da amada e planejou
seu retorno à sua cidade natal... não antes de vingar-se
de cada um dos responsáveis por sua desgraça,
fazendo-os serem mortos cruel e lentamente, um por
um, deliciando-se com o sofrimento retribuído.
Phiddes busca meios clínicos de restituir Madelleine à
vida. O que sem recorrer a clérigos poderia ser
considerado impossível o "Bom Doutor" vê apenas
como um desafio, no entanto o máximo que ele já
conseguiu foi fazer de sua amada uma espécie de
morta-viva com uma macabra predileção por... fígados
humanos. Assim, as mais afortunadas vítimas de
Phiddes são as que morrem, ao passo que outros ficam
para sempre paralisados em tanques alquímicos nos
porões do Cassino Royalle, mantidos vivos enquanto
os fígados extirpados para alimentar o apetite nefasto
da criatura regeneram.
O crime é apenas um modo do "bom doutor" obter
recursos para suas pesquisas de ressurreição. Ele tolera
oposição às suas atividades criminosas, mas não às
suas pesquisas. Ou mesmo ameaças à sua amada
Madelleine.
Madelleine - belíssima quando em vida, a falecida
esposa do “Bom Doutor” teve muito de sua beleza
conservada pelos misteriosos processos desenvolvidos
por seu marido, os mesmos que conferiram a seu
cadáver a mobilidade e o apetite monstruoso de um
zumbi. Sua mente, entretanto, deteriorou-se bastante,
restando-lhe pouco mais do que a antiga vontade
indômita de cuidar pessoalmente dos próprios
interesses. Assim, nem sempre Phiddes consegue
manter sua esposa sob o controle necessário e seguro.
Madelleine tem 1,90 m de altura, corpo esbelto e
atraente, longos cabelos castanhos, e uma pele que
revela um tom ligeiramente esverdeado apenas a uma
luminosidade equivalente ao da lua cheia ou mais
intensa. Como Phiddes insiste em recobrir seu corpo
com os mais finos trajes, quando escapa usa sua
silhueta sedutora para atrair vítimas (sem nunca dizer
sequer uma palavra) e devorar-lhes o fígado, quando
então passa a vagar sem rumo pelas ruas,
ensangüentada e num estado de aparente embriaguez.
Quando isso chega a acontecer, alguém da Guilda
Fantasma paga... e não é em dinheiro.
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Encontros possibilidade de apadrinhamento pelos diversos
mecenas endinheirados apsyranenses e mesmo a
simpatia do povo local por tais profissionais.
Apsyrann em si é um lugar bastante sossegado.
Residências de temporada, por outro lado, recebem
Normalmente o pior que pode acontecer é
tantas taxações extras que apenas os mais ricos
encontrar-se com um bêbado da noitada anterior
cidadãos do Reinado podem suportar mante-las,
ainda procurando confusão, mas a Gendarmèrie
como realmente o fazem alguns.
costuma cuidar rapidamente de tais desordeiros
(Conselho: não seja um dos tais desordeiros, pois a
Apsyrann é progressista, alegre, agradável, mas como
cadeia local, chamada La Baptiste, não está entre
todo lugar tem seu lado negro; o Dr. Phiddes mantém
as Dez Melhores Cadeias do Reinado). Entretanto,
as noites iluminadas da cidade sob o miasma do terror
muito esporadicamente um interno do Institute de
que suas pesquisas macabras instilam; Madelleine às
la Carèque (do qual a La Baptiste fica descon-
vezes é vista perambulando pela cidade, e mais um
fortavelmente próximo) escapa de seu confinam...
crime sem solução é acrescentado ao fichário do
digo, tratamento, e pode dar algum trabalho à
Captàin DeClamp; Carnivore articula roubos de obras
Gendarmèrie ou a heróis dispostos a ajudar. O I.C.
de arte dos aventureiros que chegam de suas missões
costuma pagar modestas recompensas pela
contratadas pelo Petit Louveur; Ville-Champ e seus
recaptura de tais fugitivos.
colegas às vezes conseguem impedir os planos de
Carnivore, às vezes não... e aventureiros têm muita
Mortos-vivos, animais ferozes e versões gigantes de
oportunidade de ganhar alguns tibares honestamente,
insetos e aracnídeos são tão comuns quanto em outras
ou talvez nem tanto. Pois se à noite todos os gatos são
partes do reino, sendo parte do treinamento dos
gendarmes cuidar apropriadamente destas ameaças pardos, algumas garras no entanto são mais afiadas
quando surgem. do que outras.

Aventureiros
O tipo mais freqüente de aventureiro nativo é o
Bardo, artista dinâmico cujo espírito coaduna-se
com a mentalidade geral da cidade, usualmente
inscritos na Liste des Fréres. Guerreiros
normalmente alistam-se na Gendarmerie e ficam
sob as ordens do Captàin DeClamp, o eficiente
porém pouco ortodoxo comandante-geral da
instituição. Ladrões também são poucos, restritos
pela Guilda Fantasma a seus membros
participantes.

Personagens Nativos
Além das capacidades inatas de qualquer nativo de
Sallistick, todo apsyraniense recebe um bônus para
reconhecer qualquer obra de arte ylloresa, bem
como reconhecer falsificações das mesmas obras.
Para eles, a dificuldade em tais ações cai um nível.

Considerações Finais
Artistas, aprendizes e modelos são incentivados a se
instalarem na cidade, com medidas fiscais
(abatimento de impostos sobre moradia e produção
artística avalizada pelo Petit Louveur), a

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