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Fichamento – marta shuare (parte sobre petrovski)

Shuare, M. (1990). La psicología soviética tal como yo la veo. Moscou: Progresso,


1990.

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A autora aponta que, na década de 80 do século XX, a psicologia soviética atravessava


uma situação comum às ciências humanas e à reflexão acerca da cultura como um todo:
(1) assimilação crítica de valores culturais presentes em períodos históricos anteriores, e
(2) características e modo de operar da psicologia com relação à realidade histórico-
social

Segundo a autora, a Psicologia, na União Soviética, continuava sendo uma profissão


acadêmica, “de gabinete”, não obstante os esforços de psicólogos de várias áreas
(psicologia educativa e pedagógica, social, do trabalho, neuro e patopsicologia), o que
se refletia na inexistência de um estatuto legal e trabalhista da profissão. Havia, segundo
dados da época trazidos pela autora, em torno de 5 mil psicólogos para uma população
de 288 milhões de habitantes. [Para efeito comparativo, segundo o Jornal do Federal,
órgão de divulgação do Conselho Federal de Psicologia, 216 mil profissionais
encontravam-se em atividade no país no ano de 2012, quando se comemorou 50 anos de
regulamentação do exercício profissional do psicólogo, registrando-se então o maior
quantitativo de psicólogos cadastrados em todo o mundo, para uma população de pouco
mais de 200 milhões de habitantes, conforme projeções do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) – (Ano XXIII Nº 104 - Jan/Ago 2012 -
http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2013/01/Jornalespecial1.pdf)]

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A autora indica que a carência de uma imersão na vida real e cotidiana como uma
possível explicação para a baixa operacionalidade dos conceitos básicos com os quais
trabalhava a psicologia soviética naquele período, a despeito da sua inegável
participação no acervo científico mundial.

Neste sentido, na realização de atividades em âmbito comunitário (abordagem familiar,


orientação profissional, psicoterapia etc.) era comum que os psicólogos soviéticos
utilizassem tecnologias/instrumentos comuns no Ocidente, outrora proibidos por
decreto, o que representaria certa “fascinação pelo proibido”.

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