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Noticiário 113
logia, de Farias Brito, e em 1923 começaram as atividades experimentais de
Radecki no Brasil.
Podemos citar vários psicólogos significativos no Brasil: Lourenço Filho,
Plínio Olinto, Mira y López, Robert Mange, Betti Katzenstein, Helena Antipoff,
Nilton Campos, Pe. Benko, etc. Estes nomes foram citados na historiografia
brasileira de Cabral, Lourenço Filho, Penna, Pessott, pfromm Netto, Veloso
e Rosas.
Há 50 anos começou a psicologia acadêmica no Brasil. A regulamentação
da profissão ocorreu há 25 anos. Deste modo, o seminário inseriu-se num mo-
mento histórico significativo. Participaram 180 profissionais e estudantes de vá-
rios pontos do país, que trabalharam em 10 mesas-redondas com atividades para-
lelas, tendo sido apresentados 36 trabalhos.
As mesas-redondas se concentraram nos seguintes temas:
1. 25 anos de regulamentação da profissão no Brasil, um balanço crítico;
2. História da psicologia no Brasil;
3. História da psicologia no Mundo;
4. A psicologia nos regimes totalitários;
5. A psicologia e a realidade brasileira;
6. Psicologia clínica;
7. Psicologia comunitária;
8. Psicologia da educação;
9. Psicologia e justiça;
10. Psicologia do trabalho.
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dores de psicologia: a citação de um líder estudantil alemão da revolução de
68, "Geschichte ist machbar, Herr Nachbar" (a história dá para fazer, senhor
vizinho), transformou-se em "Geschichte ist Machtbar" (a história é poderosa),
o que significa que a história pode ser uma peteca na mão dos poderosos (ver
história oficial) ou, pelo menos, constitui um fator de poder, isto é, representa
uma dimensão essencial de nossa consciência humana.
HaIa Puga (PUC/RS) apresentou a reformulação de um departamento de
psicologia e seus desdobramentos. A discussão subseqüente evidenciou que a
realidade brasileira ainda é uma desconhecida no ensino e na pesquisa brasileiros.
O que a psicologia tem a dizer em relação à rápida urbanização, à explosão
demográfica, aos meninos de rua, à inflação (de que modo ela influencia a
vivência e o comportamento do brasileiro), às rápidas mudanças sociais e aos
subseqüentes problemas organizacionais, aos conflitos culturais, às crises ecoló-
gicas (só para citar alguns aspectos)?
As demais mesas-redondas voltaram-se para temas específicos da psicologia.
Será que a reduzida audiência na mesa-redonda Psicologia e justiça reflete a
situação profissional? Questões em debate: como se explica a presença super-
marcante de negros nos presídios brasileiros? - a violência dos policiais pode
ser explicada pela sua socialização militar? - quais são os mais freqüentes
delitos dos meninos de rua? - não deveria haver maior presença de psicólogos
no sistema judiciário e na polícia? Os debatedores foram Raquel O'Donnell (RJ),
Eliezer Schneider (Uerj) e Marlene Guiraudo (USP).
As diferentes possibilidades da psicologia comunitária foram apresentadas
por Ventura (Fundação Leão XIII) e M. A. Negreiros (PUC/RJ). Deve-se deixar
uma pessoa gravemente ferida à beira da estrada sem socorro, com o argumento
de que ela é pobre e que devemos aguardar uma revolução social? O psicólogo
pode realizar trabalhos importantes com grupos marginalizados? Devem ser in-
troduzidos mais estágios para os estudantes nesta área? Deve ser dada maior
atenção a estes grupos nos currículos? Muitas questões deste tipo foram acalo-
radamente discutidas sob a coordenação experiente de T. C. Negreiros (PUC/RJ).
Na mesa-redonda Psicologia e trabalho, a partir do questionamento da pró-
pria nomenclatura (psicologia industrial, psicologia do trabalho), C. Novaes
(PUC/RJ) mostrou os grandes impasses vividos nesta especialidade desde a
universidade. Seminério apresentou um histórico da psicologia do trabalho no
Brasil e C. Malvezzi (PUC/SP) trouxe sua experiência dentro da realidade pau-
lista. A tecnicização crescente como vai incidir sobre o trabalho, e sobre as
atividades do próprio psicólogo? O papel da ergonomia como área relativamente
nova e de crescente interesse, no sentido da melhoria das condicões de trabalho
da população? A desqualificação que acompanha a especialidade, a defasagem
que esta vive com experiências feitas em outros países, foram alguns dos pontos
levantados.
Na mesa-redonda Psicologia e educação, M. H. Novaes fez um rico histórico
da psicologia educacional!escolar no Brasil, sinalizando evolução favorável na
atuação do psicólogo nesta área. Já A. Fernandes (UFF) fez uma análise crítica,
apontando as questões e dificuldades a serem pensadas e teorizadas. A. Baeta
(FGV /RJ) colocou em discussão a formação do psicólogo nesta especialidade,
discutindo questões relativas a linhas de pesquisa e capacitação docente.
Na mesa-redonda Psicologia clínica, T. Lins (RJ) trouxe um depoimento
pessoal de sua trajetória; B. Lamosa (lncor/SP) abordou a prática clínica desen-
volvida num dos centros hospitalares mais avançados do Brasil; Mures (CRP-V)
HANNES STUBBE
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