Você está na página 1de 10

V Jornada de Psicologia - da UNIFASE (25/06 às 07h).

50 minutos e você estaria em uma mesa com uma professora filósofa da UERJ (ela
tambem é docente na nossa instituição). Gostaríamos, se possível, que falasse um
pouco do centenário da obra de Gustave Le Bon Psychologie Politique et
Defénse Social.

O que é psicologia política? De onde vem? Para o que serve?

1) Histórico;

1.1. Precursores

1.1.1. Le Bom;

Essa obra de Le Bon (1910) foi traduzida para diversos idiomas, dentre os quais o
espanhol (1911) e o português (1921),
Em 1908, Vitor de Brito publicou no Brasil um
livro chamado Gaspar Martins e Julio de Castilhos: estudo
crítico de psychologia política
Le Bon levantou nessa obra um conjunto de
temários que continuam atuais na Psicologia Política, ainda
que vistos por outros olhares. Sindicalismo, (neo)colonialismos,
governança e relações internacionais são alguns
deles. Algo bastante significativo para nós, é o fato de Le
Bon (1921, p. 6) pensar na Psicologia Política como sendo
“sciencia do governo” e ser “tão necessária que os estadistas
não a poderiam dispensar”. Nesse sentido, podemos
dizer que um dos temas que mais se desenvolve na Psicologia
Política contemporânea refere-se às políticas públicas
ou, porque não dizer, à essa sciência do governo.
É clara a influência desse autor no desenvolvimento
de textos psicossociais de Freud, como apontou
Serge Moscovici (1996). Do mesmo modo, as contribuições
de Wilhelm Reich (1976, 1988), Antonio Gramsci (1992),
Charles Merriam (1924), Harold Lasswell (1933, 1948), Alfred
Sauvy (1949, 1957), Andrea Devoto (1960), William
Stnone (1974) e outros certamente colocam de manifesto
diferenças e antagonismos entre a Psicologia Política leboniana,
o desenvolvimento dela própria, bem como de seu
atual estado da arte.
Para a libertação, para a transformação social
[…] a psicologia política da América hispano e
lusoparlante encontra o caminho que a vincula
à ação e aos problemas mais urgentes desses
países, mas não como colocou Le Bon nos
princípios do século, desde o poder e para governar
“melhor”, mas para construir uma sociedade
que possa dar a si mesma um governo
de acordo com suas necessidades.” (Montero e
Dorna, 1993, p. 12)

Para Le Bon (1921, p. 7), “a psychologia politica se edifica com materiaes diversos, de
que os principaes são: a psychologia individual a psychologia das multidões e, enfim, a
das raças.”

Uso do medo como ferramenta de governo.

Psicologia das massas e psicanálise.

1.2. Fundação

1.2.1. Alemanha
W. Reich
(1897-1957), com sua psicologia das massas do fascismo (1933),
está na base da PP alemã. Além de proporcionar importante reflexão
psicopolítica ao analisar os fundamentos políticos e sexuais de adesão
ao fascismo, Reich também criou o primeiro periódico que recebeu o
nome de PP.
Menos da metade dos profs de psi foram forçados a deixar o a Alemanha
nazista.

1.2.2. EUA

Esta ocorreu nos EUA, na qual os


pensadores em Ciências Sociais da Universidade de Chicago tiveram
papel fundamental tanto para a constituição da PP, como da
Psicologia Social. A história celebrativa da PP situa como momento
fundador o interesse de C. Merriam (1874-1953) na década de 1920
em articular os estudos psicológicos à Ciência política. No entanto,
entendemos Merriam como um precursor, e seu discípulo H. Lasswell
(1902-1978) como o efetivo fundador do campo no território
estadunidense, devido à sua grande e pungente obra que criou uma
nova tradição.
Lasswell vai estudar na Europa onde é muito influenciado pela
psicanálise.
“Psychopatology and Politics”(1930):
Para tratar desse deslocamento do psíquico
ao político elabora uma equação simples: p } d } r = P, “en la que p
equivale a los motivos privados; d designa el desplazamiento sobre
un objeto público; r la racionalización en función del interés público;
P
el hombre político; y } equivale a ‘transformado en’.” (Lasswell,
1930, p. 83).
Outro marco fundante da PP norte-americana apenas foi possível com
a elevada migração europeia de psicólogos, filósofos e cientistas
sociais para os EUA devido ao perigo do nazifascismo e as vicissitudes
da 2ª guerra mundial, tais como K. Lewin (1890-1947), M. Sherif
(1906-1988), H. Marcuse, T. Adorno, E. Fromm, entre muitos outros.
Adorno e a personalidade autoritária (segue a tradição de Reich e
Fromm)
Dessa forma, McGuire (1993) elenca três momentos nos
estudos da PP norte-americana: o 1º, da Personalidade e Cultura
(1940-1950), o 2º, das atitudes políticas e comportamento eleitoral
(1960-1970), e o 3º (1980- ...), da ideologia política.
Lavine (2004) realiza outra divisão, referente às ferramentas teóricas
da PP. O 1º foi o estudo dos fenômenos políticos pela psicanálise, o
2º das atitudes políticas via escalas e atualmente a utilização da
Psicologia cognitiva

1.2.3. Institucionalização

A institucionalização da PP ocorre quando o campo cumpre alguns


requisitos básicos para a constituição de uma disciplina, tal como Farr
(1998) sugere: a oferta de cursos, a publicação de um manual que
integre o conhecimento da área, a criação de uma associação e de
um periódico acadêmico. Essa conjunção de fatores ocorreu na
década de 1970 nos EUA, graças ao esforço de J. Knutson, que
organizou o primeiro Handbook of Political Psychology, publicado em
1973.
Primeiro, diferentemente do que é
propagado pelo senso comum do campo na AL, as pesquisas em PP
nos EUA não se restringem aos temas de comportamento eleitoral e
persuasão política, não utilizam apenas métodos positivistas,
quantitativos e experimentais e nem assumem somente uma posição
política de neutralidade. Há uma diversidade de temas investigados,
pesquisas qualitativas e de métodos mistos e também perspectivas
críticas e politizadas.
A Psicologia Política enquanto campo institucionalizado
surge em 1965, momento em que se ofertou a
primeira disciplina com esse nome no curso de Ciências
Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais. Não se
pode dizer que sua presença fosse orgânica e dinâmica. Ela
também chegou as ser ofertada na Universidade de Brasília
em um período curto nos anos 1980, reaparecendo em
2009 nas ciências políticas. Como um campo de produção
intelectual, os trabalhos de Victor de Britto (1908) ou de
Francisco José Oliveira Vianna (1921, 1933, 1949) foram
muito importantes para que se assentassem as bases de
uma Psicologia Política brasileira. (Alê, Introdução)
1.2.4. LA

A PPL tem uma gestação tardia, embora já existissem estudos que


articulassem Psicologia e política ao longo do século XX. Sua
constituição não ocorreu por influência direta dos estudos da PP
norte-americana, visto que poucos são citados em seus históricos
(Brussino, 2017; Montero, 1987b; Silva, 2015.). A PPL constitui-se
como uma resposta à crise da Psicologia Social (Camino & Menandro,
1996), durante a qual houve um descontentamento com o caráter
supostamente neutro da disciplina, devido ao contexto social
efervescente das décadas de 1960 e 1970.
O marco fundador do campo foi a publicação do livro Psicología
Política Latinoamericana (Montero, 1987a), do qual participaram
grandes nomes de referência da Psicologia Política e Social do
continente até os dias de hoje. Na obra há uma crítica à Psicologia
instituída, vista como positivista, a-histórica, individualista, e a
assunção de um compromisso ético-político nas investigações e
intervenções em PP na AL.

Em 2001 e 2002 foram criadas,


respectivamente, a Revista de Psicologia Política (Brasil) e a Revista
Electrónica de Psicología Política (Argentina). Todavia, o Brasil é o
único país do continente que possui uma associação nacional, a
Associação Brasileira de Psicologia Política, e congressos regulares de
PP desde 2000.

Dessa forma, constituiu-se


na AL uma PP mais sociológica do que psicológica, que assume um
caráter interdisciplinar com outros campos de conhecimento, como as
Ciências Sociais, a História e a Filosofia, ou seja, uma disciplina na
encruzilhada (Montero & Dorna, 1993). Do ponto de vista dos
referenciais teóricos, constata-se que há dois principais momentos:
primeiramente uma perspectiva mais crítica, e posteriormente a
adoção do construcionismo social.

Uma expressão desse crescimento foi a criação


em 2011 da Asociación Ibero-Latinoamericana de Psicología Política

1.3. Síntese

Consideramos que os fundadores da PP são os que efetivamente


criaram esta disciplina. Situam-se em dois países: EUA e Alemanha.
Grande parte das narrativas marca a importância dos EUA para a
constituição do campo, seja devido à obra de Lasswell, ou pela
institucionalização da disciplina na década de 1970. Entretanto,
defendemos que o pensamento norte-americano não foi o
protagonista para a criação da PP, mas sim o europeu. Seja pela
migração de pensadores europeus, principalmente alemães,
preocupados com a problemática do fascismo e que constituíram a
Psicologia Social e Política nos EUA; seja pela perspectiva de análise
que Lasswell assumiu em suas obras seminais, diretamente
influenciada pela psicanálise de Freud e de Adler; ou, ainda, pela
importância do pensamento europeu que serviu de alicerce às
teorizações da PP e da PPL.

Constata-se também que os países do hemisfério


sul buscam conhecer a literatura norte-americana e europeia, mas o
movimento contrário é raro. Seja por barreiras linguísticas, ou pelo
desinteresse ao que se produz na AL, norte-americanos e europeus
raramente citam a produção de PP das ‘periferias’ do planeta.

2) Definições;

São diversas as suas


definições 2, como a de Stone & Schaffner (1988), que afirmam que
“Political Psychology can be defined both as the ‘influence of
psychological processes on political behavior’, and as the effect of a
particular political systems on the thought, feelings, and motives of
its members” (p. 30). Outra definição importante é a de Sabucedo
(1996), que afirma que a PP “consiste en el estudio de las creencias,
representaciones o sentido común que los ciudadanos tienen sobre la
política, y los comportamientos de éstos que, ya por acción u
omisión, traten de incidir o contribuyan al mantenimiento o cambio
de un determinado orden socio-político” (Hur, história)
Desde los inicios de su sistematización como una rama académica de la psicología
(mediados del siglo XX), pero no desde sus orígenes en las ciencias sociales (fines del siglo
XIX), ha predominado la definición que ve a la psicología política como el estudio de la
interacción entre fenómenos políticos y procesos y fenómenos psicológicos (cf. Brückner,
1971; Horkheimer, 1971; Grohs, 1971; Stone, 1974; Hermann, 1986; Gross Stein, 2002). Su
aporte fundamental sería entonces dar explicaciones teóricas de fenómenos políticos, a partir
de teorías y conceptos psicológicos.(Montero, que es pp)

2002 Hermann modifica su posición diciendo que la


PP es, “como la economía política o la cultura política”, otra “manera de comprender la
política”; una “manera de describir el rol que juega la gente en la política y como tal,
representa una construcción de la realidad política” (p.46). En este caso, quizás la posición
epistemológica se modifica al admitir el principio construccionista, pero no así la base
ontológica. La nueva definición es una vez más, una forma de interacción entre dos campos
separados.

Una especie de reservorio de explicaciones donde la CP buscaría ciertas formas de comprensión


aplicables a los hechos políticos. De hecho, para algunos autores (Trognon & Larrue, 1994,
p.e.), no hay una PP sino una psicología social de la política. Y vista así, la PP sería una
disciplina auxiliar de la CPP.

Debido a eso Krosnick y McGraw (2002) exhortan a desarrollar una psicología política
“propiamente dicha” (PPPD)1 cuyo objetivo debería ser el producir teorías en su campo
específico de estudio que pudiesen aplicarse a otras ramas de la psicología, en lugar de tomar
teorías desarrolladas en la psicología y trasladarlas a estudios generados en el campo de la
ciencia política. Las teorías de esta PPPD deberían ser hechas en función de aspectos
sustantivos, conceptuales y metodológicos, tomando en cuenta el contexto político, que es un
ámbito natural de la conducta social humana, para generar principios psicológicos de carácter
general pancontextuales, que pudiesen enriquecer todo el ámbito de la psicología; incluyendo
en él lo político, pues también es objeto de la conducta humana.

Billig (1986) para distinguir entre una PP que, como luego han dicho Krosnick y
McGraw (2002), incluiría a la política como parte de su objeto de conocimiento; en tanto que
la Psicología de la Política, correspondería a la definición tradicional antes mencionada que
supone la separación entre las esferas de la psicología y de la política.

Esta discusión podría parecer bizantina, pero en realidad, la pregunta inicial puede ser
respondida con mayor o menos dificultad, según se adopte una definición que la limite al
establecimiento, descripción e interpretación de formas de interacción entre el nivel
psicosocial de la vida humana y la vida política de los seres humanos; o bien se pretenda
otorgar a la PP una tarea un poco más ardua, que extiende esa labor hasta la comprensión de
la política como actividad humana y de sus efectos sobre esa vida humana, sus procesos y
fenómenos psicológicos incluidos.

psicología política es:


un espacio multidisciplinario que se ocupa de describir, analizar y explicar los fenómenos
que atañen a la vida pública en función de las prescripciones sociales generadas para organizar
esa vida, y de los mecanismos de poder que operan en ella, poniendo de manifiesto
los recursos comunicativos, persuasivos y de fuerza empleados en ese espacio.

Segundo Rosa e Silva (2012, p. 11):

A Psicologia Política é uma disciplina acadêmica, fruto da especial confluência entre a


Psicologia e a Ciência Política, visto que outros estudos se associam na sua produção.
Ela se constitui no interstício das fronteiras disciplinares e muitas vezes se vê refém de
sua própria identidade, mas com possibilidades efetivas de dar respostas a questões que
a tradição disciplinar não tem conseguido responder.

- O que é comportamento político?

O comportamento política seria (Martin Baró):

a) Aqueles realizados nos marcos do Estado;

b) Aqueles nos quais se manifestariam relações de poder;

c) Aqueles que possuem um efeito significativo no sistema social.

3. Para que serve: campo de potencia.

3.1.
Así, Margaret Hermann en 1986, en su capítulo introductorio
a una recopilación organizada por ella misma, implícitamente coloca un objetivo de esta rama
de la psicología, al preguntarse ¿Cómo es que “los factores psicológicos ayudan a
determinar la conducta política y cómo las acciones políticas afectan 3 a los factores
psicológicos”? (Hermann, 1986:1-2). Lo cual es coherente con su definición basada en la
interacción entre ambos campos. Sin embargo, algo de análisis de discurso puede ayudar a
definir un poco mas el sentido de esa interacción: Los verbos usados indican que lo
psicológico ayuda; lo político afecta. Esto parece indicar que la relación no es simétrica. El
aspecto político incide, marca influencia, o como la misma Hermann añade: “tiene un impacto
sobre cómo es la gente” (Hermann, 1986:2). Hay pues un escalón, una diferencia semántica,
una brecha de significado entre ambas esferas, que ayuda a configurar el lugar auxiliar
asignado a la psicología.

Sabucedo (1996:25-27) siguiendo a Deutsch (1983, citado por Sabucedo, 1996), define los
objetivos a través del objeto, es decir, a través de los temas investigados. Estos son
clasificados en las siguientes categorías: El individuo como actor político; movimientos
políticos; líderes y personas políticas; condiciones y estructuras políticas; relaciones entre
grupos políticos; procesos políticos y estudios monográficos, los cuales estarían referidos a
casos concretos en el sentido de tratar de localizaciones geográficas o temporales específicas,
lo cual de hecho puede también referirse a cualquiera de los aspectos anteriores

Risco de perder a neutralidade ao adquirir certa “sensibilidade política”.


Liberación es entonces un conjunto de
procesos, cuya teorización viene siendo desarrollada en América Latina desde los años
sesenta del siglo XX (cf. Freire; Fals Borda) a partir del Educación Popular y de la Sociología
y Antropología críticas y que, asumida por la psicología está generando una corriente
psicopolítica que se extiende e impregna diferentes áreas de la investigación social.
Seoane hablaba de una cierta sensibilidad. En la América latina hemos descubierto que
para hacer PP esa es una condición y es parte de lo que se llama compromiso. Pero como
veremos, no garantiza nada. Sólo es condición para hacer. Y es allí donde reside la
característica saliente de esta PP: Su concepción transformadora, que asume la política como
una actividad que trasciende las asociaciones partidarias, pero que no las descarta y que para
bien o para mal, es esencial en la constitución de la vida social y en el desarrollo de las
formas y procesos de acción públicos, de carácter individual y colectivo, que constituyen el
campo de estudio de la PP

Por la libertad. Para la democracia. Por la vida.

3.2. Minhas práticas como exemplo

Definições:

Sandoval (1997), abordando o histórico do campo de conhecimento, defende que a


psicologia política surge a partir da reaproximação entre as ciências sociais e a psicologia na
busca por entender o comportamento político.

(dissertação)

Sandoval (1997) elabora um breve percurso histórico dos estudos sobre o comportamento
político. O autor defende que a análise deste fenômeno, no século XX, foi predominantemente
de cunho determinista. Ele divide os referenciais sociológicos para se pensar tal
comportamento em duas grandes correntes: estruturalismo e categorialismo. Segundo os
teóricos dessas linhas, o comportamento político seria determinado por variáveis sociológicas.
O primeiro grupo daria ênfase às estruturas econômica e social, e o segundo destacaria a
determinação de diversas categorias sociais como idade, sexo, trabalho, raça, etc. Assim
sendo, para entender a forma como as pessoas se comportam politicamente seria, segundo
esses referenciais, desnecessário olhar para o sujeito, uma vez que as variáveis sociológicas
explicariam o fenômeno.

Outra abordagem explicitada por Sandoval (1997) é a chamada psicologia das massas. Tendo
como seu principal teórico Le Bon, a psicologia das massas defende a irracionalidade das ações
coletivas e entende que o indivíduo em grupo perde parte de sua capacidade racional,
havendo uma “regressão” a estados predominantemente instintivos e violentos (Le Bon,
1910). Segundo Sandoval (1997), algumas destas vertentes da psicologia utilizam em sua
argumentação pressupostos biológicos na tentativa de explicar que tais comportamentos
seriam determinados por uma origem genética e fisiológica.

Na leitura realizada por Sandoval (1997), mesmo com suas diferenças, as abordagens
sociológicas e a da psicologia das massas possuiriam um ponto em comum. Ambas destacam
um papel pouco ativo do sujeito nos seus processos de inserção social. A primeira por
entender que o indivíduo é determinado por categorias ou estruturas que o transcendem, e a
segunda por defender a perda da racionalidade e do controle individual em uma situação de
ação coletiva.

Segundo o autor, essas abordagens são, a partir dos anos 50, consideradas insuficientes para
explicar o comportamento político por seus excessos deterministas. Surgem vertentes
psicoculturais que se tornam hegemônicas nesse campo, tendo destaque o referencial da
cultura política nos anos 60 e 70. No entanto, ao final dessas décadas ficam evidentes os
limites destas abordagens. No polo oposto da generalidade sociológica, tais abordagens foram
consideradas demasiadamente microcósmicas. A saída para essa questão foi a tentativa de
aproximação entre as vertentes psicossociais e sociológicas. Sandoval (1997) defende que a
possibilidade de uma ciência do comportamento político se encontra na transdisciplinaridade,
e define esse momento de aproximação de diversas áreas do saber com o mesmo interesse
como o ponto de partida da sociologia do comportamento político e da psicologia política.

Sabucedo (1996) situa a participação política como tema de interesse do campo da


psicologia política. Ele escreve sobre a história de tal campo dividindo-o em antecedentes
remotos e antecedentes imediatos. Entre os antecedentes remotos, o autor destaca
Maquiavel, Hobbes, Montesquieu, Locke, Rousseau e Marx. E agrupa como antecedentes
imediatos nomes como Durkhein, Le Bon, Freud, autores da escola de Frankfurt, Lasswell,
Campbell, Hyman, entre outros.

Escrevendo sobre a Psicologia Política, Montero e Dorna destacam que uma de suas
características marcantes “é sua estreita correspondência com sistemas de vida, sociedades
específicas com fenômenos sociais particulares [...]. Trata-se de uma psicologia que responde
às vivências e exigências do lugar em que é produzida” (1993, p. 13).

Tabela 1: Categorias temáticas por quantidade de artigos

Artig
Categoria temática
os
Concepções sobre temas políticos e construção de práticas cotidianas: análise de
concepções dos indivíduos sobre temas políticos e suas implicações em práticas
164
cotidianas ou de práticas cotidianas relativas ao enfrentamento/reprodução de relações
de dominação.
Modelos teóricos e dimensão política: análise de modelos teóricos referentes a relações
73
de dominação ou sobre a relação entre ciência e política.
Política pública: análise de políticas públicas quanto à avaliação, construção e/ou
58
atuação profissional.
Ação coletiva: análise da dinâmica de movimentos sociais ou de outras formas de
25
comportamento coletivo.
Intervenções políticas: análise de intervenções, distintas das políticas públicas, que
11
visam visibilizar e enfrentar relações de dominação.
Estado: análise da organização do Estado, focalizando as estruturas institucionais e a
07
atuação de partidos políticos.
Tabela 2: Quantidade de artigos publicados entre 1995 e 2014 em cada categoria temática
pela taxa de crescimento entre os governos FHC e PT

Quantidade de artigos
Categorias temáticas 1995- 2003- 2011- Taxa de
2002 2010 2014 crescimento
Política Pública 3 21 33 18,0 x
Ação Coletiva 2 7 13 10,0 x
Concepções sobre temas políticos e
15 59 82 9,4 x
construção de práticas cotidianas
Modelos teóricos e dimensão política 7 32 31 9,0 x
Estado 1 2 4 5,0 x
Intervenção Política 2 6 3 4,5 x
Total 30 127 166 9,8 x

Concluir:

Sonhar uma sociedade que tenha como prioridade a vida e a dignidade e não o lucro.

Você também pode gostar