ORIENTAÇÕES GRUPO PANDEMIA

Orientações gerais
• Empatia, escuta ativa e estabelecimento de proximidade – maior contato que o habitual;
• Manter um tom de voz amigável e calmo, falar pausadamente e com convicção, dar instruções caso
necessário;
• Facilitar a comunicação e encorajar a expressão de emoções, sentimentos e pensamentos;
• Perceber como a pessoa está falando para reconhecer o que não está sendo diretamente expresso por meio
das palavras. Prestar atenção ao tom de voz, velocidade, respiração, pausas na fala etc;
• Respeitar o silêncio, mas também saber quando interrompê-lo;
• Competência social/assertividade: alcançar os objetivos sem afetar negativamente a relação com o outro;
• Estar atento às relações de poder explícitas e implícitas que possam dificultar o processo;
• Importância das pessoas se sentirem cuidadas, mesmo que não acessem os recursos;
• Comunicar como está sentindo o grupo para acolhimento e facilitar que eles mesmo se signifiquem.
• Tentar explicar as intervenções para favorecer autonomia do grupo.
• Ajudar a desenvolver recursos e reconhecer os já existentes para produzir um grupo saudável (Dejours).
• Grupo saudável: trabalha e cuida (trabalha e ama);
• Pessoas devem (no mínimo) se sentirem ouvidas. Se possível, cite todas e incentive as falas.
• Os primeiros grupos são “didáticos” para as pessoas “aprenderem” a fazer o grupo. Talvez sejam
necessárias mais mediações que o comum (organizar fala, incitar mais etc).
• Grupo de partilha: o grupo todo acolhe e é acolhido. Não há “pacientes” e “terapeutas”.
• Favorecer a superação dos dilemas (medos básicos: mudança e ataque) que entravam a tarefa grupal;
• Para militantes: autocuidado não é privilégio, é direito. Saúde melhora a militância. Cuidado com
autoexigência e culpa. Dimensão individual e organizacional.
• Importância de dar nome aos pepinos.

Fatores terapêuticos
1. Instilação de esperança; 6. Aprendizado por intermédio do outro;

2. Universalidade; 7. Aceitação; empatia; autenticidade;

3. Compartilhamento de informações (muito importante na 8. Autocompreensão (insight);

pandemia);
9. Ideais de mudança comunitária e social;
4. Altruísmo;
10. Garantia de sobrevivência e segurança material para
5. Desenvolvimento de técnicas de socialização / habilidades família;
sociais;
11. Conquistas relacionadas à luta social.

Orientações Pandemia:
- Natural sentir medo, incerteza, desamparo, solidão, irritabilidade, ansiedade, angústia, tristeza,
pensamentos recorrentes – manifestação de tais sintomas no corpo, no sono, apetite, regressão, libido...;
- Cuida de sua saúde: alimentação, descanso, proteção, contato socioafetivo etc;
- Manter os locais higienizados;
- Obter informações confiáveis (sentir algum controle sobre a situação);
- Organizar, manter e dividir tarefas e rotinas (controlar o que é possível);
- Reconhecer e acolher seus medos e anseios. Conversar com pessoas confiáveis e queridas;
- Realizar exercícios e práticas para relaxar (respiração, meditação, exer físicos, leitura, etc.);
- Cuidado com a forma de se comunicar. Você e os outros estão tensos. Paciência.
- Filtrar e limitar as informações;
- Manter atividades e momentos prazerosos (piadas, jogos, conversas, música etc);
- Contato e cuidado pessoal com distanciamento físico: troca de atos por palavras, por ex.
- Utilizar-se de estratégias que já funcionaram em outros momentos difíceis;
- Reenquadrar planos e estratégias de vida;
- Evitar uso de álcool, tabaco e outras drogas para lidar com a situação;
- Participar e incentivar ações de solidariedade e pertença comunitária;
- Estar atento aos sonhos e seus sentidos;
- Estar atento ao agravamento de sintomas e sofrimento: buscar ajuda especializadas;
- Atenção à violência doméstica;
- Atenção aos grupos de risco: idosos, cardiopatas e diabéticos.
- Crianças e idosos precisam de quarentena de acordo com a cognição; Crianças: ludicidade; Idosos:
repetição e gatilhos para lembrar o que precisam fazer (higiene, máscara, etc.);
- Trazer informações para centrar, trazer para o presente.
- Exercícios de respiração, meditação: centrar o pensamento no presente;
- Conectar as pessoas com potências de vida e não apenas com a morte da pandemia.
- Maioria das pessoas (que adoecem) desenvolvem depressão e ansiedade e não EPT após os traumas;
- Fatores protetivos Estresse pós-traumático: rede social e espiritualidade. Capital social e capital cognitivo
(como vc entende?);
- Os três primeiros meses são muito importantes na contenção da cronificação;
- Confiar nos gestores é muito importante para os trabalhadores;
- Conflitos: podem fortalecer a relação se bem gestados. Bons exemplos para crianças.
- Luto: 90% lida a partir de acolhimento e apoio social. Pandemia como luto coletivo;
- Depressão (humor rebaixado, sem perspectiva de melhora e uma visão negativa do self) x Luto (vazio
existencial, uma dor que pode vir em ondas e que diminui de intensidade e frequência durante o passar do
tempo).
- Crianças: espaço para ela se expressar e compartilhar experiências de sua infância tbm; criar rotina;
momentos de diversão em família; manter momentos para as lições escolares ou “brincar de escola”; afeto
físico; evitar discussões ou broncas; explicar sobre a pandemia de forma adaptada, mas real; fornecer
interesse, atenção e carinho.
- Definhamento: Você não funciona com plena capacidade. O definhamento embota sua motivação, perturba
sua capacidade de se concentrar e triplica a probabilidade de você regredir no trabalho. Buscar o fluxo -
fugidio estado de absorção em um desafio importante ou uma ligação momentânea, em que sua sensação de
tempo, lugar e self se dilui.
- Indígenas: Respeitar a singularidade de cada povo; “conduzir com a comunidade o desafio de enfrentar
uma ameaça externa, vendo suas próprias estratégias ameaçadas, uma vez que as atividades de autocuidado
implementadas pelas aldeias são baseadas no contato comunitário”;
- Importância como fatores protetivos: fé, solidariedade, empatia (dispositivo cerebral de “desligar” a
empatia em momentos de crise e risco); foco na resolução de problemas; construção, manutenção e
fortalecimento de redes socioafetivas – sensação de pertença; comunicação e lideranças positivas;
reavaliação positiva – algum significado “positivo” da situação.
- Agravam a saúde mental: evitação; focar nas emoções em um primeiro momento.
- Informação como primeiro passo da estabilidade psíquica.