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ANALISE DO ESTUDO DE CASO “BREVES NOTAS SOBRE O IMPACTO

DA PANDEMIA DA COVID-19 NAS


RELAÇÕES CONTRATUAIS”

Nome (aluno):
Flavia Cristina de Souza Ferreira (Matrícula: 201491-3N) – 9º período – Direito.
Assunto:

O impacto da pandemia da covid-19 nas relações contratuais.

Referência da obra resenhada:

COELHO e FREITAS (2020). Breves notas sobre o impacto


da pandemia da covid-19 nas
relações contratuais.

O IMPACTO NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS DIANTE DOENÇA CORONA


CIVUS

Desde o início da pandemia decorrente da covid-19 na China em Novembro


de 2019, diversas são as áreas impactadas pelas consequências geradas,
sobretudo as relações que envolvem prestação de serviços, o que gera,
naturalmente, a dúvida quanto à possibilidade de revisão ou mesmo rescisão dos
contratos em vigor. Tendo como principal questionamento a possibilidade de
suspensão do pagamento ou das obrigações estabelecidas contratualmente, diante
da evidência de uma situação de caso fortuito ou de força maior.
Os eventos de força maior, são aqueles decorrentes de fatos externos à
vontade humana e impedem o cumprimento de obrigações, cujos efeitos não
podem ser evitados ou impedidos.
Logo, a pandemia do COVID-19 pode ser considerada como evento de
força maior, uma vez que é uma situação que não poderia ser prevista pelas partes
no momento da contratação, bem como não é possível prever ou impedir seus
impactos. Neste caso inexiste culpa pelo descumprimento das obrigações, sendo o
inadimplente não é responsabilizado.
Tendo em vista, que a uma necessidade de revisão das relações comerciais
e contratuais, devido o esperado desequilíbrio financeiro que certamente atingirá as
partes envolvidas nessas relações.
O artigo 393 do Código Civil estabelece que o devedor não responderá
pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não
se houver por eles responsabilizado e, complementarmente, o parágrafo único traz
a previsão de que este instituto somente é aplicável se os efeitos dele decorrentes
forem imprevisíveis e inevitáveis.
Não obstante o princípio da exoneração, necessariamente precisa constar
um impedimento real e comprovado que justifique a impossibilidade de
cumprimento do dever contratualmente assumido e não um pretexto genérico.
Podemos observar que os principais impactos causados pelo coronavírus
esta sendo: A falta ou atraso no cumprimento das obrigações; Falta de insumos
para produção ou prestação de serviços; Atrasos ou impossibilidade de entrega de
produtos ou serviços e o Termino antecipado dos contratos.
Desta forma, para esclarecer e resolver essas problemáticas faz-se
necessário a análise de diversos aspectos em relação aos próprios contratos em si,
quanto em relação ao que o Código Civil brasileiro.
Em se tratando de uma hipótese, mesmo que as partes se vejam diante de
um evento totalmente imprevisto, seus efeitos podem não necessariamente afetar a
relação contratual, sendo o que ocorre na maior parte dos contratos com
cumprimento imediato de obrigações. Numa situação similar estarão os contratos
firmados após o surto de coronavírus e conhecimento de seus possíveis efeitos
para o cumprimento de obrigações, como aumento dos prazos usualmente
praticados, em que as partes não poderão se valer do argumento da força maior.
Qualquer descumprimento nesta hipótese produzirá os efeitos legais e
eventualmente contratuais previstos do inadimplemento.
Em uma segunda situação possível é de haver a impossibilidade do
cumprimento das obrigações assumidas em razão do evento de força maior. Por
exemplo, porque em função do coronavírus, um fornecedor que esperava receber
insumos da China para montagem dos produtos que comercializa, e que já se
comprometeu em entregar em determinado prazo, se vê impedido de cumprir
pontualmente a entrega. Esta hipótese se subdivide em duas: 1) apesar da
impontualidade, ainda é possível o cumprimento, porém com atraso.  Trata-se de
inadimplemento relativo, ou mora (art. 394 do CC); ou 2) há impontualidade e não
mais possibilidade de entrega da prestação pelo devedor ou, se ainda houver, o

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cumprimento impontual não é mais útil para o credor.  Trata-se de inadimplemento
absoluto, a distinção é importante, pois só no segundo caso o credor pode contar
com o remédio da resolução contratual, desvinculando-se do contrato que se tornou
disfuncional, conforme exemplifica o art. 395 do CC.
O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 6º, estabelece como
direitos básicos do consumidor “a proteção à vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos”. O direito fundamental à saúde também está
previsto na Constituição Federal no seu artigo 196.
Contudo, cada contrato de prestação de serviços seja cuidadosamente
analisado, a fim de verificar se, porventura, há regras específicas aplicáveis nesse
sentido. Deverá ser dada especial atenção às cláusulas de rescisão e vigência
contratual, pois é possível que nelas contenha alguma previsão tratando de temas
como “força maior” e/ou “caso fortuito”.

QUESTÕES

1. Quais as teses sustentadas no texto, de acordo com a legislação em


vigor (Constituição, Código Civil e Código de Defesa do Consumidor)?

R: A tese utilizada e que com os efeitos da pandemia do coronavírus sobre a


perturbação das prestações e da impossibilidade de cumprimento dos contratos.
Sendo evidente que tal situação configura-se como força maior, atingindo e
impactando diversas relações, razão pela qual entendemos pela plena possibilidade
de revisão dos contratos e relações comerciais diante dessa situação excepcional
que atinge o mundo todo.

Podendo-se utilizar do inciso V do artigo 6º do CDC, que aduz “a modificação das


cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”.

2. Quais os princípios de Defesa do Consumidor abordados no texto?

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R: Um dos princípios abordados no texto e o Previsto no art. 4º, III, da Lei 8.078/90,
o princípio da boa-fé exige no contrato de consumo o máximo de respeito e
colaboração entre os negociantes. O princípio da vulnerabilidade previsto no art. 4º,
I, do CDC, Razoabilidade art.20º, §2 CDC, proporcionalidade 51º IV do CDC. e
transparência descrito Art. 4º IV; 6º lll e 31º todos do CDC, Principio da Informação
e transparência artigo 6º, III, CDC.

3. Como esses princípios se articulam para construção do texto?

R: Esses princípios partem do conceito que em qualquer relação contratual entre o


fornecedor e consumidor, devem ser observar princípios da boa-fé, razoabilidade,
proporcionalidade e transparência, sendo imprescindíveis equilíbrio e bom senso
entre as partes.

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