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GERENCIAMENTO DE RECURSOS
Belo Horizonte
2020
LISTA DE ESQUEMAS
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE QUADROS
4
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IE Inteligência Emocional
QI Quociente de Inteligência
TD Transformação Digital
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54
ANEXO A – Práticas de Negociação (Material cedido pelo professor Nélio Oliveira) .... 56
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UNIDADE 1: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
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1.2 Apresentando os processos
De acordo com Verzuh (2000), o ciclo de vida de um projeto mostra a sua progressão
linear, podendo ser divididas em quatro etapas: definir, planejar, executar, concluir. Para
gerenciar o ciclo de vida de um projeto é necessária uma série de atividades de gerenciamento
de projetos conhecidas como processos de gerenciamento de projetos. Para Montes (2018), um
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grupo de processo é um somatório de processos (ações) que suportam o desenvolvimento do
projeto, levando a um resultado. Como descrito no Guia PMBOK (2017), os processos podem
ser aplicados em setores diferentes e também assumir três categorias: a) processos usados uma
vez ou em pontos predefinidos no projeto; b) processos que são executados periodicamente,
conforme necessário; e c) processos que são realizados continuamente ao longo do projeto. A
fim de integrá-los e permitir o alcance dos objetivos propostos, foram agrupados em cinco
Grupos de Processos (GUIA PMBOK, 2017, p. 23):
Os processos também podem ser categorizados por Áreas de Conhecimento que, mesmo
estando interligadas, são definidas separadamente. As dez Áreas do gerenciamento de projeto
descritas no Guia PMBOK (2017) são:
Gerenciamento da Integração;
Gerenciamento de Escopo;
Gerenciamento de Custos;
Gerenciamento de Qualidade;
Gerenciamento das Aquisições;
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Gerenciamento dos Recursos
Gerenciamento das Comunicações;
Gerenciamento de Risco;
Gerenciamento do Cronograma;
Gerenciamento das Partes Interessadas.
Este material tem como enfoque principal a área de Gerenciamento dos Recursos.
Neste primeiro momento são trazidas informações basilares e essenciais para compreensão
geral dos processos, bem como as nomenclaturas básicas utilizadas no gerenciamento de
projetos. Nas próximas unidades serão explorados conteúdos mais específicos relacionados ao
Gerenciamento dos Recursos.
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1.4 Em qual ambiente os projetos operam?
Influências
APOs
FAEs
internos
Processos, Base de
Externos Internos políticas e conhecimentos
procedimentos corporativos
Como mencionado anteriormente, os FAEs podem ser tanto internos quanto externos à
organização e estão relacionados a circunstâncias que fogem do controle da equipe do projeto.
Os FAEs variam em tipo ou natureza e são considerados entradas em muitos processos de
gerenciamento de projetos, especialmente para a maioria dos processos de planejamento (GUIA
PMBOK, 2017). No quadro 3 foram agrupados alguns exemplos comuns de fatores internos e
externos à organização:
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Quadro 3 – FAEs internos e externos à organização (continua)
FAEs Internos à organização FAEs Externos à organização
Cultura, estrutura e governança Condições de mercado. Entre os exemplos
organizacionais. Entre os exemplos incluem- incluem-se concorrentes, participação no
se visão, missão, valores, crenças, normas mercado, reconhecimento de marca e marcas
culturais, estilo de liderança, relações de registradas.
autoridade e hierarquia, estilo organizacional,
ética e código de conduta.
Distribuição geográfica de instalações e Influências e questões sociais e culturais.
recursos. Entre os exemplos incluem-se Entre os exemplos incluem-se o clima
localização de fábricas, equipes virtuais, político, códigos de conduta, ética e
sistemas compartilhados e computação na percepções.
nuvem.
Infraestrutura. Entre os exemplos incluem-se Restrições legais. Entre os exemplos incluem-
instalações, equipamentos, canais de se leis e regulamentos locais e nacionais
telecomunicações organizacionais, hardware relacionados com segurança, proteção de
de tecnologia da informação, disponibilidade dados, conduta de negócios, emprego e
e capacidade existentes. contratação.
Software de tecnologia de informação. Entre Bancos de dados comerciais. Entre os
os exemplos incluem-se ferramentas de exemplos incluem-se resultados de
software para a elaboração de cronogramas, benchmarking, dados padronizados de
sistemas de gerenciamento de configuração, estimativa de custos, informações sobre
interfaces web para outros sistemas online estudos de risco do setor e bancos de dados de
automatizados e sistemas de autorização de riscos.
trabalho.
Disponibilidade de recursos. Exemplos Pesquisa acadêmica. Entre os exemplos
incluem restrições de contratação e compras, incluem-se estudos, publicações e resultados
provedores e subcontratados aprovados e de benchmarking sobre o setor.
acordos de colaboração.
Capacidade dos funcionários. Entre os Padrões governamentais ou setoriais. Entre os
exemplos incluem-se expertise, habilidades, exemplos incluem-se normas e
competências e conhecimentos especializados regulamentações de órgãos reguladores
de recursos humanos existentes. relacionados com produtos, produção,
ambiente, qualidade e mão de obra.
Considerações financeiras. Entre os exemplos
- incluem-se taxas de câmbio, taxas de juros,
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taxas de inflação, tarifas e localização
geográfica.
Elementos ambientais físicos. Entre os
- exemplos incluem-se condições de trabalho,
climáticas e restrições.
Fonte: Adaptado do Guia PMBOK 6ª Edição, PMI (2017).
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Canais claros de comunicação;
Materiais certos para a pessoa certa, para o trabalho certo, no momento certo;
Tratamento justo e equitativo das pessoas no local de trabalho;
Proteção evidente das posições de trabalho;
Segurança das pessoas no local de trabalho;
Contribuição aberta ao planejamento e execução de cada pessoa; e
Moral.
A estrutura de governança de uma organização não pode ser negligenciada pelo gerente
de projetos. O Guia PMBOK (2017) conceitua a governança como arranjos organizacionais ou
estruturais presentes em todos os níveis de uma organização e criados para determinar o
comportamento dos colaboradores de uma organização. Entende-se, portanto, que a estrutura
de governança é o meio pelo qual as organizações exercem autoridade, podendo influenciar a
forma como os objetivos são definidos e alcançados, o monitoramento e avaliação dos riscos e
a otimização do desempenho. São exemplos de estruturas: regras, políticas, procedimentos,
normas, relacionamentos, sistemas e processos (GUIA PMBOK, 2017).
Exerce influência também sobre um projeto e, consequentemente, a organização, as
entidades e pessoas com interesses em seus resultados, também conhecidas como stakeholders
ou partes interessadas (KRETAN et al., 2008). O sucesso ou fracasso se relaciona com a
percepção dos stakeholders sobre o valor criado pelo projeto, bem como a natureza do
relacionamento com a equipe que participa do projeto. O fortalecimento dos relacionamentos
dentro dos projetos passa a ser requerido como chave para o alcance do sucesso.
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desempenho, controlar estoques, coletar e analisar diferentes dados, além de verificar em quais
áreas há excesso/escassez de recursos e qual está gastando mais.
As estruturas organizacionais mais comuns são: verticais e horizontais, sendo que no
primeiro modelo a estrutura é mais rígida, as decisões são tomadas em níveis hierárquicos e a
comunicação é mais lenta. Numa estrutura organizacional horizontal as pessoas são agrupadas
com base em conhecimentos semelhantes, consequentemente, a comunicação entre membros é
melhor. Existem também outros tipos de estrutura, como:
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Ainda de acordo com o Guia PMBOK (2017, p. 46), a escolha de um tipo de estrutura
depende da consideração de alguns fatores como:
17
Conformidade com as estruturas de governança.
Bibliografia Básica
ATKINSON, R. Project management: cost, time and quality, two best guesses and a
phenomenon, it’s time to accept other sucess criteria. International Journal of Project
Management, v. 17, n. 6, 337–342, 1999. Disponível em:
https://notendur.hi.is/vio1/Project_management_Cost_time_and_quality.pdf
BESNER, C.; HOBBS, B. The perceived value and potential contribution of project
management practices to project success. Project Management Journal, v. 37, n. 3, 37–48,
2006. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/875697280603700305
CRAWFORD, L.; POLLACK, J. How generic are project management knowledge and
practice? Project Management Journal, v. 38, n. 1, 87–96, 2007. Disponível em:
https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/875697280703800109?journalCode=pmxa
18
GADDIS, P. O. The Project Manager. Harvard Business Review, v. 37, n. 3, 89-97, 1959.
Disponível em: https://www.nickols.us/ThePM.pdf
MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos. 4 ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018. Disponível em:
Livro Online - Biblioteca PUC Minas
19
VARGAS, R. V. Análise de valor agregado: revolucionando o gerenciamento de prazos e
custos. 6. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2013. 118 p. Disponível em: Livro Físico - Biblioteca
PUC Minas
Bibliografia Complementar
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UNIDADE 2: HABILIDADES GERENCIAIS, TÉCNICAS E HUMANAS
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Esquema 1 – Explicando os Tópicos do Triângulo de Talentos
Liderança
Liderar uma equipe não é uma tarefa fácil para os gerentes de projetos, ainda mais pelo
fato de ter que trabalhar com pessoas cujas personalidades e características são diferentes e
muitas vezes conflitantes. Diante disso, emerge a necessidade de os gerentes desenvolverem
habilidades de liderança capazes de orientar, motivar e dirigir uma equipe. Essas competências
vão se tornando cada vez mais necessárias e relevantes à medida em que forem executados
projetos complexos e que exigem a aplicação de várias estratégias ao mesmo tempo pelas
empresas envolvidas (GUIA PMBOK, 2017). Assim, um bom gestor de projetos deve ser capaz
não somente de lidar com as pessoas, mas estudar seus comportamentos e motivações de forma
contínua.
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Então, quais são as qualidades e habilidades que um líder precisa ter?
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Capacita seguidores por meio de atributos e comportamentos idealizados,
Transformacional motivação inspiradora, incentivo à inovação e à criatividade e consideração
individual.
Carismático É capaz de inspirar; tem alto nível de energia, entusiasmo, autoconfiante;
tem convicções fortes.
Interativo Combinação de carismático, transformacional e transacional.
Fonte: Adaptado do Guia PMBOK 6ª Edição, PMI (2017).
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A inteligência emocional é baseada em cinco pilares (SBCOACHING, 2019):
Autoconhecimento emocional (ser capaz de aprender a ouvir e conhecer os próprios
sentimentos);
Controle emocional (saber lidar com os sentimentos);
Automotivação (redirecionar um sentimento para obter algum ganho pessoal);
Empatia (preocupar-se com os outros);
Relacionamentos interpessoais (ser capaz de formar novos laços).
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A inteligência emocional não deve ser confundida com o Quociente de Inteligência (QI).
Este se refere à capacidade de raciocínio lógico e conhecimentos intelectuais, enquanto aquele
estabelece a relação entre os sentimentos. Já existem testes que mostram em que nível está a
inteligência emocional de uma pessoa como o Myers-Briggs Type Indicator. É um tipo de teste
de personalidade que foi criado por Katharine C. Briggs e Isabel B. Myers com o intuito de
descrever os modos de conduta, comportamentos e preferências de cada pessoa individualmente
(SBCOACHING, 2019). Pessoas com alto EQ (Quociente de Inteligência Emocional) são
menos suscetíveis ao stress e à ansiedade, conseguem navegar melhor pelas complexas políticas
organizacionais e avançar na carreira, tendem a ser mais empreendedoras e inovadoras.
Outra forma de identificação do nível de inteligência emocional é por meio da
observância de alguns comportamentos e características como: ser curioso; de fácil adaptação;
saber dizer não; não ser interesseiro; saber ouvir; não guardar rancor; dar valor ao que possui;
ser positivo; não se comparar com os outros; conhecer o porquê de estar bem ou mal em cada
momento; saber trabalhar em equipe; ser ótimo líder; seguir bem as instruções; estar alinhado
à cultura da empresa; funcionar sob pressão; conseguir atuar em diferentes frentes; ter voz ativa
dentro da empresa; dentre outros.
Saber ouvir é uma das qualidades mais importantes para gerentes de projeto que
almejam o desenvolvimento da inteligência emocional. Não se trata de colocar à disposição um
ouvido que julga e sim propenso a aprender. Como bem observado pela Revista de RH (2018),
as pessoas devem evitar partilhar experiências semelhantes, pois faz sentir que o ouvinte não
está ouvindo aquilo que o locutor está compartilhando ou diminuindo a importância da
experiência vivida. O foco deve estar no locutor e, no decorrer da conversa, o gerente deve
demonstrar que está presente por meio de interpelações pontuais. As pessoas estão em busca
do conforto de ter alguém interessado em escutá-las.
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pessoal inerente, uma predisposição que forma a base das tendências humanas naturais de
pensar, sentir, desejar e agir (FACCIOLI, 2008).
O primeiro a estudar temperamentos foi Hipócrates (460-370 a.C.). Posteriormente foi
enriquecido pelo médico romano Galeano que definiu os quatro tipos de temperamentos
(sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico) dentro da Teoria da Personalidade (FACCIOLI,
2008). No quadro 7 abaixo estão descritos esses quatro tipos de temperamentos e seus
respectivos pontos fortes e fracos:
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Temperamento pessoa naturalmente
Melancólico sombria, tristonho e
pessimista, entretanto é
muito bem-dotado e
com tendências para
gênio.
É bastante comum existir um temperamento dominante e outro secundário, uma vez que
devido às várias experiências, traumas e necessidades vividas durante a vida, certas
características de temperamento podem aparecer ou não. Para um gerente de projetos, o ideal é
aperfeiçoar as características positivas de seu temperamento em busca de vencer os pontos
críticos. O líder precisa compreender que o temperamento é influenciado pelo caráter,
personalidade e comportamento de cada indivíduo (FACCIOLI, 2008). Por isso, é importante
conhecer bem sua equipe, respeitando seus limites e enfatizando qualidades peculiares para
auxiliá-los em suas fraquezas. Aproveitar as diferenças ao seu favor pode ser uma boa
estratégia.
Vide modelo de Teste de Personalidade no Anexo B deste material.
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começar a olhar ao seu redor de forma menos crítica e julgadora e mais compreensiva, visto
que cada ser humano é diferente. Além disso, a empatia deve ser praticada e desenvolvida pelo
gerente de projetos junto à sua equipe não com o intuito de esperar algo em troca ou criar
expectativas uma vez que a reciprocidade surgirá naturalmente.
Situações como baixa de produtividade de colaboradores são comuns dentro das
organizações que, na maioria das vezes, é motivada por fatores emocionais e problemas
pessoais, ou ainda, clima organizacional inadequado. Antes de traçar qualquer diagnóstico, o
gestor precisa estar apto a ouvir e observar cada situação para, sem seguida, dialogar e buscar
a compreensão. As habilidades de empatia podem ser desenvolvidas. Segundo o SBCoaching
(2019) é preciso:
Procurar se conhecer primeiro – isso ajuda na percepção dos seus sentimentos para
saber lidar de forma mais fácil com os dos outros.
Buscar escutar para compreender – mais uma vez a importância de escutar é
destacada. Ser um bom ouvinte faz diferença.
Não dar conselhos – entender a realidade do outro e construir juntos uma solução é o
ideal.
Evitar fazer julgamentos – tentar se informar sobre o real motivo pelo qual as pessoas
estão apresentando determinado comportamento.
Respeitar o próximo – a forma de enxergar o mundo é subjetiva e cada um vai
desenvolver pontos de vista e opiniões diferentes. Tal circunstância deve ser vista
como algo positivo.
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Gerentes de projetos mais proativos e intencionais se destacam, principalmente, quando
trabalham para adquirir o poder e a autoridade necessárias conforme os limites das políticas
organizacionais, protocolos e concessão de procedimentos (GUIA PMBOK, 2017). Existem
inúmeras formas de poder que podem assumir grande complexidade por causa da natureza e
outros fatores em jogo de um projeto. São exemplos (GUIA PMBOK, 2017, p. 62-63):
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Para saber se você é ou não um bom negociador, vá até o Anexo A, localizado no final
deste material. Nele estão sintetizadas as melhores práticas de negociação com base em autores
específicos da área.
Não ficar na defensiva – visões diferentes sobre um mesmo fato geram conclusões
diferentes. Ouvir críticas somente não é o ideal. Assim, é importante ouvir primeiro
o que está sendo dito e tentar entender como aquela avaliação foi feita. Quando for
dada a oportunidade da palavra, não ficar na defensiva e usar aquele momento para
explicar os motivos que levaram a tomar determinadas decisões. Neste ponto faz-se
necessário trabalhar o autoconhecimento, autocontrole e empatia para receber o
feedback, mesmo que tenha sido negativo.
Entender e reconhecer os motivos do feedback negativo – fazer uma autoavaliação é
uma forma de entender como seu trabalho foi avaliado.
Escolher bem as batalhas – diante de um feedback negativo, mostrar-se disposto a
corrigir e colaborar para a melhoria dos processos. Isso pode ser feito, por exemplo,
anotando e pedindo sugestões de como melhorar o desempenho.
Há casos em que os gerentes evitam falar sinceramente com sua equipe sobre o que está
funcionando e o que precisa ser mudado. Geralmente, isso acontece por causa das barreiras
criadas ao dar ou receber feedback negativo como: mágoas, medo do emocional e de destruir a
cultura legal da organização, medo da rejeição que dói emocional e fisicamente. Assim, muitos
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gerentes preferem evitar tais circunstâncias. Do lado do colaborador, quando isso acontecer, a
estratégia a ser usada seria a pessoa falar de si mesma apontando quais são ou tem sido seus
erros. Neste momento, há uma quebra do medo do avaliador que se dissipa a partir da abertura
dada pelo avaliado. Ainda, podem ser traçadas metas de melhoria anual que serão reportadas
ao gerente. Às vezes, será preciso aprender a solicitar para que o trabalho e carreira sejam
desenvolvidos.
Bibliografia Básica
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HANSEN, R.; FABRICIO, A.; ROTILI, L. B.; LOPES, L. F. D. Inteligência Emocional e
Engajamento no Ambiente de Trabalho: estudo empírico a partir de gestores e equipes.
Revista Gestão Organizacional, v. 11, n. 1, p. 3-24, 2018. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/332307214_Inteligencia_Emocional_e_Engajament
o_no_Ambiente_de_Trabalho_Estudo_Empirico_a_Partir_de_Gestores_e_Equipes
KERZNER, H.; SALADIS, F. P. O que os gerentes precisam saber sobre projetos. Porto
Alegre, RS: Bookman, 2011. 257 p. Disponível em: Livro Online - Biblioteca PUC Minas
REGO, M. L.; SILVA, J. F. Factors that affect the performance of project managers in
the Brazilian context. Paper presented at PMI® Research and Education Conference,
Limerick, Munster, Ireland. Newtown Square, PA: Project Management Institute, 2012.
Disponível em: https://www.pmi.org/learning/library/factors-affect-performance-project-
managers-6362
33
http://www.spell.org.br/documentos/ver/36539/inteligencia-emocional-de-lideres-em-
empresa-de-confeccao-
THOMPSON, L. L. O negociador. Tradução: Carlos Tasso Eira de Aquino. 3 ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2009. 384p. Disponível em: Livro Online - Biblioteca PUC Minas
Bibliografia Complementar
GOLEMAN, D. Leadership That Gets Result. Harvard Business Review Press, 2017. 96p.
MONTES, E.; PATZ, F. Gerenciamento das partes interessadas: como engajar as pessoas
em seus projetos. São Paulo, 2017. 180p.
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UNIDADE 3: TENDÊNCIAS E PRÁTICAS EMERGENTES
Nesta unidade são abordadas algumas das novas tendências para o gerenciamento de
projetos. Uma mudança significativa tem ocorrido na forma de gerenciar equipes ao passar de
uma estrutura de comando e controle para uma abordagem de gerenciamento mais colaborativa
e apoiadora, concedendo maior autonomia às equipes na tomada de decisões.
Segundo apontado por Carlos Junior (2017), os principais métodos ágeis existentes que
uma equipe pode aderir são:
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funcionalidade desenvolvida; controle de qualidade em todas as fases do projeto;
gerenciamento de configurações; integração contínua das funcionalidades;
planejamento incremental; teste de software.
eXtreme Programming (XP) – também foi criado nos anos 1990 com foco no
desenvolvimento de softwares a partir de três pilares: agilidade no desenvolvimento
da solução, economia de recursos e qualidade do produto final. Para o alcance da
excelência na prestação dos serviços e integração, uma equipe XP deve se basear num
contrato de atitudes e comportamentos em cada atividade desempenhada. Os valores
devem ser: comunicação, simplicidade, feedback, coragem e respeito. O método ágil
XP também leva em consideração melhores práticas de trabalho que visam também à
satisfação do cliente durante o processo de desenvolvimento do projeto.
Microsoft Solutions Framework (MSF) – é um dos métodos mais utilizados para o
desenvolvimento de soluções tecnológicas por equipes reduzidas, foco na diminuição
de riscos e aumento da qualidade do produto final. Seu propósito é identificar as falhas
mais comuns em projetos de tecnologia para reduzi-las e alcançar sucesso. Suas
premissas são: alinhamento da tecnologia desenvolvida com os objetivos de negócio
do cliente, escopo bem estruturado e detalhado, desenvolvimento iterativo,
gerenciamento de riscos, agilidade na resposta a mudanças.
Dynamic System Development Model (DSDM) – um dos métodos mais antigos
empregados também no meio tecnológico. É destinado ao desenvolvimento de
projetos com orçamento fixo e prazos curtos. Sua estrutura é composta por processos
interligados de modelagem, concepção, construção e implementação. A gestão do
tempo não é flexível, permitindo que as funcionalidades mudem desde que os prazos
de execução não se modifiquem.
Scrum – é o método ágil mais utilizado nos dias atuais, pois pode ser integrado a
outros métodos ágeis e ser aplicado tanto no desenvolvimento de softwares quanto
em qualquer ambiente de trabalho. Tem como base o planejamento iterativo e
incremental baseado em reuniões chamadas de Sprints. O Scrum tem papeis bem
definidos e essenciais para o sucesso do projeto: indivíduos e interação mais do que
processos e ferramentas, software em funcionamento mais do que documentação,
colaboração com o cliente mais do que contratos e negociações, respostas a mudanças
mais do que planejamento.
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Os métodos ágeis tem como vantagens: entregas rápidas e frequentes; qualidade do
produto; previsão de cronograma e custos e mitigação de riscos (CARLOS JUNIOR, 2017).
Não adianta, todavia, uma equipe de projetos desenvolver agilidade nas ferramentas
empregadas e desconsiderar o comportamento profissional de uma pessoa. Diante da
necessidade de se considerar tal fato, têm crescido no meio organizacional preocupações quanto
à chamada soft skills que significa as habilidades mentais, emocionais e sociais que competem
a personalidade de uma pessoa. Um soft skill é uma habilidade única de uma pessoa, ou seja,
são habilidades particulares que nascem de acordo com as experiências, cultura, criação e
educação de cada pessoa, entre outros fatores.
A soft skill pode ser potencializada e estimulada por gerentes de projetos. Uma das
formas é reconhecer potenciais e estimular, visto que dentro das equipes há sempre profissionais
que se destacam por causa das suas habilidades. É fundamental identificar aqueles mais
comprometidos, engajados e dispostos em crescer. Outra maneira é por meio da troca constante
de feedbacks para que o colaborador perceba seus pontos fortes. O autoconhecimento também
ajuda a identificar as soft skills da pessoa (MENDONÇA, 2018).
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3.3 Equipes Virtuais
O management 3.0 é um método criado por Jurgen Appelo, holandês, CEO da rede de
negócios Happy Melly e co-fundador da rede Agile Lean Europe. Essa metodologia foi criada
com a finalidade de otimizar os processos de gestão de projetos através de práticas que
contribuam para organização, desenvolvimento de competências entre colaboradores e
crescimento da estrutura empresarial. Inicialmente o método foi desenvolvido para as empresas
de TI, mas outros segmentos têm adotado o conceito como uma nova abordagem de liderar
equipes.
O método é voltado para líderes que enfrentam grandes desafios, principalmente,
aprender novos métodos e práticas e aplicá-los juntamente com a equipe para estimular sua
participação na criação de um ambiente ideal de trabalho e gerar resultados que aumentem a
produtividade. Assim, estimula a participação das equipes na criação de um ambiente ideal de
trabalho. Segundo Appelo (2010), o management 3.0 abrange seis visões:
38
Figura 4 – Visões do Management 3.0
1. Energizar as
pessoas
6. Aprimoramento
2. Empoderar
para melhorar
times
sempre
5. Crescer a 3. Alinhar
estrutura restrições
4. Desenvolvimento
de competências
1. Energizar as pessoas
Criar mecanismos que ajudam a manter as pessoas motivadas, criativas e mais engajadas para
garantir a produtividade do trabalho.
2. Empoderar times
Incentivar a auto-gestão dos membros da equipe para que possam se organizar e tomar decisões
importantes.
3. Alinhar restrições
Nesta etapa é primordial definir os limites e as regras para que haja um engajamento coletivo.
4. Desenvolvimento de competências
O time deve ser auto organizado e autossuficiente. É papel do gestor contribuir para o
desenvolvimento de competências individuais e ajudar a fortalecer a equipe como um todo.
5. Crescer a estrutura
O crescimento das organizações deve ser incentivado. O foco deve ser nas metas e no ambiente
colaborativo.
6. Aprimoramento para melhorar sempre
A melhoria contínua é primordial
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3.5 A gamificação na gestão de equipes
O termo gamificação foi aplicado inicialmente nas estratégias de marketing digital para
aumentar o engajamento de clientes como, por exemplo, os sistemas de pontuação de milhas.
Como mostrou-se efetivo, chegou a outros domínios como educação, saúde e, nos últimos anos,
em ambientes organizacionais para engajar pessoas em suas tarefas (DETERDING; KHALED;
NACKE; DIXON, 2011). Para Vianna et al. (2013), o conceito de gamificação vem sendo
utilizado por organizações de vários segmentos e tem provocado mudanças de comportamentos,
adaptações a novas tecnologias e processos de aprendizagem mais efetivos.
Segundo Kapp (2012), a palavra gamificação, que muitas vezes pode ser confundida
com jogo, significa utilizar de estratégias mecânicas (elementos básicos de um jogo, tais como
regras, desafio e recompensas; estéticas (experiências visuais agradáveis que alguns jogos
oferecem que ao serem percebidas influenciam positivamente); e de jogos para engajar pessoas,
motivar a ação, gerar aprendizagem e resolver problemas. Burke (2015) corrobora com a
mesma visão ao afirmar que a gamificação consiste no uso de design de experiências digitais e
mecânicas de jogos para motivar e engajar as pessoas no alcance de seus objetivos.
O autor acrescenta que a motivação pessoal é estimulada para o alcance dos objetivos
pessoais e não os da organização e que a gamificação cria modelos de envolvimento
completamente novos. Como se fosse num jogo, as metas de cada jogador devem ser colocadas
como primárias e os objetivos da organização como subprodutos a serem alcançados quando
cada jogador atingir suas próprias metas, diferenciando, portanto, dos programas de
recompensa e videogames (BURKE, 2015).
De acordo com o Guia PMBOK (2017), o desenvolvimento da equipe do projeto é
efetivado com o processo de melhoria de competências por meio da interação da equipe,
descoberta de habilidades interpessoais e do ambiente geral. Desse modo, o objetivo da
gamificação na gestão de projetos é inovar, tornando mais dinâmica e focalizado nas pessoas
para aumentar o desempenho e gerar benefícios. Consoante aponta Burke (2015), a gamificação
não é uma fórmula mágica que vai gerar engajamento sem levar em consideração o
conhecimento geral das personalidades dos jogadores.
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3.6 Transformação digital
Bibliografia Básica
MASSARI, V. L; CRUZ, F. 51 Respostas e 1/2 sobre Agile e Gestão de Projetos: que você
queria saber, mas tinha medo de perguntar. Rio de Janeiro: Editora Brasport, 2018.
Disponível em: Livro Online - Biblioteca PUC Minas
OLIVEIRA, B. S. de. Métodos Ágeis e Gestão de Serviços de TI. Rio de Janeiro: Editora
Brasport, 2018. 109p. Disponível em: Livro Online - Biblioteca PUC Minas
41
RIBEIRO, W. D.; MONTENEGRO, L. F. dos S.; NETO, M. V. de S. Gestão inovadora e
dinâmica de projetos: uma abordagem sobre gamificação. Revista de Gestão e Projetos –
GeP, v. 10, n. 2, 2019. Disponível em:
https://periodicos.uninove.br/index.php?journal=gep&page=article&op=view&path%5B%5D
=11008
Bibliografia Complementar
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UNIDADE 4: AS ESPECIFICIDADES DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS DO
PROJETO
Físicos Humanos
Para o uso oportuno dos recursos físicos, as organizações precisam dispor de dados
sobre as demandas no presente, a médio prazo e longo prazo, configurações de recursos
necessários para o atendimento das demandas e o suprimento de recursos (GUIA PMBOK,
2017). Tudo isso para garantir que os projetos sejam bem-sucedidos. São exemplos de situações
que devem ser observadas pelos gerentes de projetos (GUIA PMBOK, 2017, p. 310):
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Deixar de garantir a disponibilidade de infraestruturas ou equipamentos críticos a
tempo poderá resultar em atrasos na fabricação do produto final;
Encomendar material de baixa qualidade pode prejudicar a qualidade do produto,
causando uma taxa elevada de recalls ou retrabalho;
Manter muito estoque pode resultar em custos operacionais altos e reduzir o lucro da
organização. Por outro lado, um nível de estoque inaceitavelmente baixo pode resultar
em não satisfazer a demanda do cliente e, novamente, reduzir o lucro da organização.
Política
Localização interna e
geográfica dos externa
membros
Questões culturais
Outros fatores e fatores de
que podem exclusividade
alterar
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Em projetos com alta variabilidade, as equipes auto organizáveis com especialistas
seriam estruturas de equipe ideais por maximizarem o foco e a colaboração. Embora as equipes
colaborativas tenham muitas vantagens como, por exemplo: impulsionam a produtividade,
facilitam soluções inovadoras para os problemas e a integração de atividades diferentes,
aprimoram a comunicação e aumentam o compartilhamento de conhecimentos; são críticas para
bons retornos em projetos com alto grau de variabilidade e mudanças rápidas (GUIA PMBOK,
2017).
Deste modo, o planejamento de recursos físicos e humanos é menos previsível em
projetos com alta variabilidade, visto que nesses ambientes os acordos para suprimento rápido
e métodos enxutos são críticos para o controle de custos (GUIA PMBOK, 2017).
Para garantir a adequada alocação dos recursos, bem como o seu monitoramento e
controle é fundamental implementar os seguintes processos de Gerenciamento dos Recursos:
De forma mais detalhada, a figura 8 traz uma visão geral e as especificidades de cada
processo do Gerenciamento dos Recursos:
45
Figura 8 – Processos de gerenciamento de recursos detalhado
48
Figura 13 – Modelo de Estrutura Analítica
De acordo com o Guia PMBOK (2017, p. 328) “adquirir recursos é o processo de obter
membros da equipe, instalações, equipamentos, materiais, suprimentos e outros recursos
necessários para concluir o trabalho do projeto”. Este é um processo que deve ser realizado
periodicamente ao longo do processo quando necessário e traz como principal benefício definir
e orientar a seleção de recursos (GUIA PMBOK, 2017). As figuras 14 e 15 ilustram o processo:
49
Figura 15 - Diagrama de Fluxo de Dados
50
Figura 17 - Diagrama de Fluxo de Dados
51
Figura 19 - Diagrama de Fluxo de Dados
Este processo visa garantir que os recursos alocados ao projeto estejam disponíveis. Para
tanto, é feito um monitoramento da utilização planejada versus a utilização real. As figuras 20
e 21 ilustram o processo:
52
Figura 21 - Diagrama de Fluxo de Dados
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
MONTES, E. Gerenciamento das Aquisições: O melhor custo x benefício das suas compras.
São Paulo; 2018.
53
REFERÊNCIAS
CARLOS JUNIOR. Quais são os principais tipos de métodos ágeis? Project Builder.
Disponível em: < https://www.projectbuilder.com.br/blog/quais-sao-os-principais-tipos-de-
metodos-ageis/> Acesso em: 31 jan. 2020.
GOLEMAN, D. Leadership That Gets Result. Harvard Business Review, mar./abr., 2000.
KERZNER, H. Gestão de projetos as melhores práticas. 2. ed. São Paulo: Bokkman, 2006.
796p.
54
MAYER, J. D.; SALOVEY, P. What is emotional intelligence? In: P. Salovey e D. Sluyter
(Eds.), Emotional development and emotional intelligence: Implications for educators.
New York: Basic Books, 1997.
REVISTA DO RH. Como lidar com feedback negativo e tirar proveito dele. Disponível em:
<http://www.revistadorh.com.br/como-lidar-com-feedback-negativo-e-tirar-proveito-dele/>.
Acesso em: 30 jan. 2020.
REVISTA DO RH. Como pedir um feedback negativo quando seu chefe não quer te dar
um. Disponível em: <http://www.revistadorh.com.br/como-pedir-um-feedback-negativo-
quando-seu-chefe-nao-quer-te-dar-um/>. Acesso em: 30 jan. 2020.
VIANNA, Y.; VIANNA, M.; TANAKA, S. Gamification, Inc.: como reinventar empresas a
partir de jogos. Rio de Janeiro: MJv Press, 2013. 139p.
55
ANEXO A – Práticas de Negociação (Material cedido pelo professor Nélio Oliveira)
1 PSICOLOGIA DA NEGOCIAÇÃO1
1
Baseado em vários autores
56
1.2 Concessão
Concessão é sinal de que quer negociar. As concessões devem ser dadas aos poucos –
seja mais rígido, mas não inflexível, no início – a lógica do bandido-mocinho tem fundamento.
Grandes concessões no início aumentam expectativas e desvalorizam a concessão. Não se
esqueça que a concessão deve ser valorizada.
As concessões podem continuar, mas diminuindo para dar a impressão que está
chegando ao ponto de resistência. Além disso, concessão deve ser seguida de concessão da
outra parte. Seguem algumas dicas e exemplos:
Muitos dão concessões gratuitas ao outro negociador acreditando que, com isso, vão
melhorar o relacionamento e a boa vontade, mas esse é um erro muito grave. Generosidade
pode não ser contagiante: se você concede quando pressionado sem pedir algo em troca, a
tendência do outro negociador é continuar pressionando até que você chegue no seu limite.
Concessões unilaterais e gratuitas também não melhoram relacionamentos: dar concessões com
o objetivo de construir relacionamentos é como pagar a um chantagista: você paga a primeira
vez e não fica livre nunca mais.
Exemplo: Você está em uma corretora de imóveis assinando um contrato de locação
de um apartamento onde você vai morar com sua família. Você lê o contrato com toda a
atenção e acha uma cláusula com a qual você não concorda. Você chama o corretor, pede
para que a cláusula seja modificada e o corretor, muito gentil e atencioso, aceita
imediatamente sua proposta e modifica a cláusula, atendendo a seu pedido. Você continua
lendo o contrato e logo em seguida encontra outro item com o qual não concorda. Pede a
modificação ao corretor e ele, outra vez muito solícito, aceita sem discutir. Qual é sua
tendência daí pra frente?
Quase todos responderiam que pediriam para modificar o contrato todo, mesmo aquelas
cláusulas pouco importantes, porque as coisas estão fáceis e o corretor é solícito e gentil.
Agora imagine outra situação: você pede a primeira modificação e o corretor diz que
precisa consultar o advogado da empresa. Ele sai da sala e volta 30 minutos depois
explicando que o advogado estava ao telefone e por isso levou tanto tempo para voltar. Mas
57
ele tem uma boa notícia: o advogado concordou com sua modificação, desde que você
apresentasse dois fiadores, em vez de um, como estava acertado anteriormente. Logo em
seguida, você pede outra modificação: o corretor alega outra vez que precisa consultar o
advogado e volta uma hora depois, pedindo muitas desculpas e explicando que o advogado
teve que consultar alguns livros jurídicos para dar a resposta, e esse foi o motivo da demora.
Mais uma vez, ele tem uma boa notícia: sua proposta pode ser aceita, desde que o aluguel
seja pago no primeiro dia útil do mês e não no quinto dia como estava previsto inicialmente.
Você já está há duas horas no escritório da corretora e ainda falta muito do contrato para
ler: é verdade que o corretor está atendendo a seus pedidos de forma sincera, honesta e gentil,
mas as consultas ao advogado estão muito demoradas e irritantes e isso está incomodando-
o. Qual sua tendência a partir daí?
Ao contrário da situação anterior, você provavelmente passaria a pedir somente aquelas
modificações que fossem realmente importantes, caso contrário iria passar todo o dia
aguardando as respostas do advogado.
Esse exemplo serve para ilustrar dois fatos importantes sobre concessões:
Nunca conceda nada de graça: se você concede facilmente quando eu o pressiono,
minha melhor atitude é a de continuar pressionando até estar convencido de que você
não vai ceder mais. No primeiro caso, as concessões foram obtidas rapidamente e sem
dificuldades pelo inquilino e a tendência dele foi pedir cada vez mais concessões
porque estava obtendo-as muito fácil e rapidamente. No segundo caso, as mesmas
concessões também foram dadas, mas com duas diferenças: foram colocadas
dificuldades e, principalmente, foram pedidas outras concessões em troca. Assim
obtenha uma concessão do outro negociador para cada concessão de sua parte,
lembrando-se de que o que vem muito facilmente normalmente é pouco valorizado
por quem recebe.
Valorize toda concessão que oferecer e faça o outro lutar para obter concessões:
quando o inquilino estava recebendo concessões sem dificuldades, sua tendência foi
pedir cada vez mais, porque estava fácil.
58
1.2.2 Deixe espaço para a negociação
Exemplo: Você decidiu vender seu carro usado: ele está em bom estado e você acaba
de oferecê-lo a um possível comprador, um colega de trabalho. Você consultou o jornal de
Domingo e verificou que os preços para um carro deste mesmo ano e modelo variam entre
oito e dez mil reais. Você, inclusive, procurou alguns anúncios de carros do mesmo ano e
modelo no jornal, ligou para os vendedores e confirmou que os valores da tabela
correspondiam à realidade do mercado. Seu objetivo é obter um preço maior que o máximo
da tabela do carro, pois ele está em excelente estado, sempre foi seu e você acredita que seu
colega gostou do carro. Seu colega dirigiu o carro e perguntou-lhe o preço que você deseja
por ele. Lembrando que você quer obter um preço superior ao da tabela, qual é a sua melhor
proposta?
Para cumprir seu objetivo você só tem uma saída: pedir um preço maior do que o máximo
da tabela e resistir ao máximo aos pedidos de desconto que o comprador vai fazer-lhe. Depois
de algum esforço da parte dele, ceder um pouco e fechar o negócio. Isso se chama folga para
concessão: deixe uma folga em seus limites para oferecer como concessão. Se você for
comprador, faça uma oferta mais baixa e, se for vendedor, faça uma proposta mais alta. Em um
ambiente competitivo, uma proposta apresentada de forma definitiva e sem margem para
concessões pode ser vista como inflexibilidade e levar ao impasse. Lembre-se de que uma
proposta alta (ou baixa) só será considerada ultrajante se você não tiver uma justificativa para
ela. Em seguida, não ceda imediatamente e resista ao máximo a fazer concessões, mas sem
agressividade. Tente mostra ao outro negociador que você pode ceder alguma coisa, mas será
melhor se ele ceder primeiro. Quando a pressão se tornar muito alta, dê a primeira concessão,
mas sempre tentando trocar por outra do outro negociador. Se for necessária uma segunda
concessão, ela deve ser menor que a primeira e mais difícil de ser obtida. Você deve mostrar ao
outro que ele lhe está arrancando concessões à força e que isso está custando caro para você. É
uma questão de paciência, de controle emocional e da própria tensão, mas, se você não se
controlar e der a concessão de graça, ele interpretará como parte de sua estratégia, e não
valorizará a sua concessão.
Agora imagine outra possibilidade par a venda do carro do exemplo citado. Você não
conseguiu descobrir uma justificativa aceitável para pedir um preço mais alto do que o da
tabela e pediu dez mil reais (o preço máximo da tabela) ao comprador. Para sua surpresa,
59
ele aceitou imediatamente a proposta sem discutir, deu-lhe o dinheiro a vista e levou embora
o carro. Qual é a sua sensação?
Provavelmente, você vai se sentir muito mal, perguntando-se por que não pediu um preço
mais alto. Isso nos leva a outra técnica de concessão:
Mesmo que a oferta seja extremamente vantajosa para você, rejeite, com habilidade, a
primeira proposta. Lembre-se de que, se a proposta foi bem elaborada, ela deve conter alguma
folga para concessão em algum item apresentado.
A diferença entre uma proposta ultrajante e uma proposta justa está na justificativa
apresentada. Uma proposta alta, mas para a qual se tem uma justificativa aceitável, não vai ser
encarada como ultrajante, mesmo que o outro negociador não concorde com o valor pedido.
Muitos compradores, acostumados a pedir concessões sem justificativa (do tipo “você
tem que melhorar sua proposta”), ficam em situação difícil quando um negociador mais
experiente pergunta o motivo do pedido. Como muitas vezes eles não têm a resposta adequada
e convincente, perdem poder nesse momento.
1.2.5 Não aumente expectativas (da outra parte) demasiadamente. Não faça concessões
demais nem muito rapidamente
60
e de desconfiança, e não existe mais qualquer possibilidade de fechar o negócio nesse momento.
Concessões muito grandes e, principalmente, dadas muito rapidamente causam desconfiança e
repulsa no outro negociador, além de mostrar despreparo ou ansiedade. Quem recebe a oferta
de concessões muito grandes pode ter duas atitudes. A primeira é de não se interessar pelo
negócio e a segunda é de considerar que essa é apenas a primeira concessão e que outras do
mesmo tamanho virão com um pouco mais de pressão. Além disso, concessões muito grandes
e/ou muito rápidas, além de causarem desconfiança, fazem perder dinheiro muito rapidamente.
Conclusões:
Uma oferta alta sem concessões mostra inflexibilidade. O outro negociador pode até
fechar o negócio, mas se sentirá mal por pagar um preço alto e não ter obtido nenhuma
concessão.
Uma oferta moderada sem concessões é um pouco melhor, mas o outro pode não se sentir
bem por não ter obtido ao menos uma concessão.
Uma oferta alta com concessões elimina todos esses inconvenientes: o negociador sente
seu esforço recompensado e vê flexibilidade e boa vontade por parte do outro negociador. Uma
oferta alta no início tem outra vantagem: você pode ter avaliado mal a capacidade de pagamento
do outro e ele pode achar que sua oferta é razoável e você conseguir uma negociação melhor
do que esperava inicialmente.
Existe uma tendência das pessoas a se submeter à autoridade e seus sinais. Isso pode ser
usado como argumento.
61
1.5 Reciprocidade
No caso de táticas duras usadas pelo oponente, use também a lógica do ignore primeiro,
discuta, e depois parta para dureza, justificando sua ação.
62
1.9 Dois tipos de pessoas: pró – social e pró – individual
1.10 Reputação
A negociação com uso de equipe é perigosa, a não ser que existe boa divisão do trabalho
(grupo e não equipe). Negociação em equipe é mais apropriada para negociação integrativa.
Uma boa prática da negociação em equipe é ter intervalos pré-agendados.
Quando for fazer uma exposição, se a conclusão é positiva para a outra parte. Ela deve
ser apresentada no início. Se ela é negativa, deve ser apresentada ao final, e as justificativas que
conduzem a conclusão devem vir antes.
Podem ser apresentados problemas no início, mas com frases positivas com soluções ou
com perspectivas de soluções. Problemas menores, ou já resolvidos, também podem ser
apresentados para mostrar erro de sua parte, ou para que a outra parte resolva e isso crie uma
atmosfera positiva.
63
Cuidado para não dar a impressão que você é um sabe tudo. Impessoalidade é uma
palavra chave.
Não caia no truque do dividir ao meio, se isso não lhe for conveniente. Cuidado com
armadilhas de coerência – a outra parte pode buscar apoio em argumentos gerais antes para,
depois, usar sua concordância em outros argumentos específicos. Cuidado com grandes
negócios e amizades/parentesco.
Não se deve ameaçar a autoestima da outra parte durante a negociação – para isso,
quando for fazer uma observação negativa, procure ser impessoal.
Você deve conhecer suas características, ou estilo, e não fugir tanto dele nas negociações
pessoais. Todavia, nas negociações em que você representa outra pessoa, um grupo ou uma
organização, existe o aspecto situacional a seguir, pelo bem dos representados.
“PROBLEMAS” PSICOLÓGICOS
Problemas psicológicos devem ser resolvidos, inclusive com terapia
2 PERSUASÃO2
2
Baseado em Thompson, L. L. O Negociador
64
Tenha o controle da agenda, para apresentar/conduzir o que lhe for interessante
primeiro.
Poder de alternativas – formulando alternativas, você pode apresentar aquelas que lhe
forem mais adequadas.
Poder de opções - idem
Contraste (entre alternativas) – você pode apresentar alternativas fracas que serão
descartadas
Compromisso e consistência – obter compromisso pode obrigar a outra parte a
concordar para manter consistência. (ver acima armadilhas da coerência)
Heurística do tratamento justo – baseado em habilidade, contribuição ou necessidade.
Rota periférica
Ir aumentando o apreço pela outra parte gradualmente. Não apresente grande apreço no
início.
Errar é humano – apresente pequenos erros. Isso traz uma ligação entre as pessoas, e
evita a noção de artificialismo.
Atenção para efeitos não conscientes do ambiente. Ambientes que apresentam disputas
levam a comportamentos ligados a disputas.
Atenção para reforços não conscientes – gestões, sinais etc. Esses comportamentos
podem levar a aumento da empatia/sincronismo.
Evidência social – o que é feito pelos outros. Mostrar para a outra parte o que outras
pessoas estão fazendo e que caminham na direção de sua proposta.
Técnica do pé na porta – muitas vezes é importante obter uma concordância inicial em
outro item, gerando “boa vontade”.
Técnica da porta na cara – rejeição e retratação – conseguir uma rejeição inicial para
conseguir uma concessão depois. Usa uma proposta inicial que certamente será
recusada. É baseada na idéia de contraste e muito útil quando uma parte mais fraca quer
obter algo.
Técnica do “isso não é tudo” – oferecer acessórios e ganhos extras/adicionais.
65
3 ESTRATÉGIA E TÁTICAS DA NEGOCIAÇÃO INTEGRATIVA3
A. AVALIAÇÃO DO PROCESSO
• Criando fluxo livre de informações
• Tentando entender as verdadeiras necessidades e os objetivos do outro
• Enfatizando os pontos em comum entre as partes e minimizando as diferenças
• Procurando soluções que venham ao encontro das metas e dos objetivos de ambos os
lados.
B. PASSOS NO PROCESSO
• Identificar e definir o problema
Definir o problema de maneira que seja mutuamente aceitável
Manter a declaração do problema clara e simples
Colocar o problema como meta e identificar os obstáculos para atingi-la
Despersonalizar o problema
Separa a definição do problema da procura por soluções
• Entender o problema completamente – identificar interesses e necessidades
Tipos de interesses
Observações sobre interesses:
• Gerar soluções alternativas
Inventando opções: gerando soluções alternativas
Ampliar o bolo
Troca de favores
Usar a compensação não especifica
Cortar os custos por complacência
Achar uma solução ponte
3
Baseado em Lewicki, Fundamentos da Negociação
66
Estar alerta à influência de fatores intangíveis ao selecionar
Usar subgrupos para avaliar opções complexas
Fazer um intervalo para acalmar os ânimos
Explorar modos diferentes de fazer a troca de favores
Explorar as diferenças na preferência de riscos
Exporá as diferenças de expectativas
Explorar as diferenças de preferências de tempo
C. FATORES QUE FACILITAM UMA NEGOCIACAO INTEGRATIVA
• Algum objetivo ou meta comum
• Crença na própria habilidade de resolver problema
• A convicção na validez da própria posição e da perspectiva do outro
• A motivação e o compromisso em trabalhar juntos
• Confiança
• Comunicação clara e precisa
• Uma compreensão da dinâmica de negociação integrativa
5 TÁTICAS DURAS
Fique atento para: Ameaças, intimidação, debilitação do outro, técnica do mocinho e bandido
(good cop, bad cop), retiradas táticas (silêncio, p. ex.), intransigência, mordida, jogo alto/jogo
baixo etc.
Com lidar com táticas duras: ignorá-las primeiro, discuti-las, responder na mesma moeda,
justificando sua ação de maneira explicita ou não. Procure seguir essa sequência!
67
ANEXO B – Teste de Temperamento
Instruções: Em cada uma das seguintes linhas de quatro palavras, coloque um X diante da
palavra que mais se aplica a você marcando uma única opção das quatro por linha. Continue
preenchendo as quarenta linhas. Se não sabe o significado de alguma palavra, consulte um
dicionário ou pergunte antes de responder.
FORÇAS
1 Animado Aventureiro Analítico Adaptável
2 Brincalhão Persuasivo Persistente Sossegado
3 Sociável Decidido Desinteressado Submisso
4 Convincente Controlado Competitivo Considerado
5 Entusiasmado Inventivo Respeitoso Reservado
6 Enérgico Autossuficiente Sensível Feliz
7 Ativista Positivo Planejador Paciente
8 Espontâneo Seguro Pontual Tímido
9 Otimista Aberto Ordenado Atento
10 Humorístico Dominante Fiel Amigável
11 Adorável Ousado Detalhista Diplomático
12 Alegre Constante Culto Confiante
13 Inspirador Independente Idealista Inofensivo
14 Quente Decisivo Humor seco Introspectivo
15 Cordial Instigador Considera Conciliador
16 Falante Teimoso Considerado Tolerante
17 Animado Líder Leal Ouvinte
18 Hábil Chefe Organizado Feliz
19 Popular Produtivo Perfeccionista Permissivo
20 Jovial Atrevido Comporta-se bem Equilibrado
68
FRAQUEZAS
21 Estridente Mandão Tímido Sem graça
22 Indisciplinado Hostil Sem entusiasmo Implacável
23 Repetidor Reticente Ressentido Resistente
24 Esquecido Sincero Exigente Medroso
25 Interrompe Impaciente Inseguro Indeciso
26 Imprevisível Frio Sem Impopular
comprometimento
27 Descuidado Medroso Difícil de agradar Hesitante
28 Tolerante Orgulhoso Pessimista Sem sal
29 Raivoso Argumentador Sem motivação Tranquilo
30 Ingénuo Nervoso Negativo Desapegado
31 Egocêntrico Viciado em Abstraído Ansioso
trabalho
32 Falador Indiscreto Suscetível Tímido
33 Desorganizado Dominante Deprimido Duvidoso
34 Inconsistente Intolerante Introvertido Indiferente
35 Bagunçado Manipulador Devedor Lamentador
36 Ostentador Medroso Cético Lento
37 Emocional Prepotente Solitário Exigente
38 Precipitado Mal Suspeito Sem ambição
39 Inquieto Precipitado Vingativo Pouca vontade
40 Variável Crítico Comprometido Astuto
Realizado o teste, verifique a folha que corresponde ao seu temperamento e verifique se ela se
aproxima do resultado avaliado por você ... Depois disso, verifique também as combinações. A
melhor porcentagem no seu resultado é o seu melhor temperamento, e o que se segue define
sua combinação nessa ordem ...
69