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1. Foi estabelecido um prazo base na autonomia privada.

A livre revogabilidade pelo


mandatário, presente no artigo 1170/1 não pode ser desligada da sua fonte
inspiradora: a renúncia do procurador a que alude o artigo 265/1: porém, a diversa
natureza da procuração e do mandato justificariam que a faculdade desvinculativa do
procurador se não estendesse ao mandatário, a qual, desta forma só poderá explicar-
se, formalmente, por razões de reciprocidade ou equivalência com a posição do
mandante.
De acordo com o disposto no art. 1179, a revogação e a renúncia da procuração
implicam revogação do mandato. É sabido, porém, que, por força do disposto do
artigo 256/1 a procuração não se extingue com a cessação do mandato quando for
essa a vontade do representado
Apesar da “feição” aparentemente injuntiva do art. 1179, maxime se confrontando
com o teor do nr 1 do art.° 265, pensamos que o mesmo é, ao menos num sentido,
supletivo. Se o representado-mandante revogar a procuração ressalvando, porém, a
manutenção do mandato, tal corresponderá a uma instrução ao mandatário para que
pratique o ato ou atividade para que foi mandatado. Mas se for o mandatário-
procurador a renunciar aos poderes, a renúncia já implicará, forçosamente, a
revogação do mandato, uma vez que não se compreende que o mandatário imponha
ao dominus uma atuação em termos diversos dos que este delineou.
Portanto, como o mandato caducou, a procuração também. Havendo a alienação a
teresa após o decurso do prazo de dois meses estaríamos perante uma representação
sem poderes, aplicando-se então o artigo 268. É ineficaz salvo se houver ratificação.

2. Inicialmente pensei que se aplicasse o artigo 1167/d. Justifica-se este artigo com o
seguinte fundamento: o mandatário atua por conta do mandante pelo que devem
repercutir-se na esfera desta, não apenas os gastos obtidos pelo mandatário mas
também os prejuízos. De acordo com o artigo 563 é exigido que o prejuízo seja sofrido
em consequência do mandato, não se bastando com uma mera ocorrência por ocasião
deste. A causalidade do mandato em relação aos danos sofridos é naturalmente
excluída sempre que o prejuízo tenha sido causado por terceiro ou resulta de facto
culposo do lesado – 570. O que ocorre é que Bernardo perdeu a oportunidade de
vender a Liu Liu porque ELE preferiu dar preferência ao negocio de Antonieta

3. Uma vez constituído o mandato, pode acontecer que o mandatário tenha


conhecimento de alguns factos ou circunstâncias desconhecidas do mandante por
serem posteriores ao contrato ou por, sendo embora anteriores, terem sido
desconhecidos ou incorretamente considerados. Quando assim seja, desde que,
objetivamente, o mandante tenha interesse em conhecer esses dados, o mandatário
deve comunicá-los em tempo útil. Uma vez feita a comunicação, o mandante poderá
modificar as suas instruções iniciais ou mandar suspender a execução do mandato;
mas se o mandante não confirmar o mandato e as instruções anteriores nem tomar
qualquer posição? se o mandatário tiver fundadas razões para crer que a comunicação
foi recebida em termos de o mandante poder, em tempo, reorientar a gestão, deve,
no silêncio deste, executar o mandato nos termos do contrato e das instruções
recebidas, salvo se as consequências dessa execução se revelarem claramente
desfavoráveis ao “dominus”, ao arrepio do objetivo da gestão. Por outro lado, parece-
me aplica-se o artigo 1262. Olívia tem de fazer um próprio juízo do presumível
comportamento do mandante', quando seja razoável supor que o mandante ordenaria
a não execução do mandato ou modificaria as instruções de acordo com as novas
circunstâncias, então o mandatário deve suspender a execução do mandato ou
afastar-se das instruções recebidas, no todo ou parte, consoante as circunstâncias
aludidas; quando seja razoável supor que o mandante nada modificaria, então a
execução do mandato deve continuar de acordo com as instruções inicialmente
recebidas.

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