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SUMÁRIO

03 Introdução

04 Quem é Aquiles Priester?

11 O que é empreendedorismo
musical?

13 Os 6 maiores pecados de todo


músico

26 Palavras Finais

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1. INTRODUÇÃO

Aquiles Priester & Pablo Jamilk

Olá, eu sou o Aquiles Priester! Sou baterista e


empresário do ramo musical! Já viajei o mundo inteiro
fazendo aquilo de que eu mais gosto: subir em um palco e
mostrar a minha música para o público. Toquei com algumas
das maiores bandas do cenário do rock e do metal no Brasil
e no exterior.
Eu resolvi escrever este pequeno e-book para dividir
um pouco da minha experiência com você, que é meu
seguidor e – como eu – deseja projetar seu nome no cenário
difícil do mundo da música.

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2. QUEM É AQUILES PRIESTER?
Nascido na África do Sul, ainda criança Aquiles veio para o
Brasil, passando a infância e parte da adolescência na cidade
paranaense de Foz do Iguaçu. Em 1988, mudou-se para
Porto Alegre e nove anos depois montou o grupo de heavy
metal Hangar, no qual começou a desenvolver o estilo que
o tornaria conhecido mundialmente. Com o Hangar, Aquiles
lançou 8 CDs e 2 DVDs.

O primeiro trabalho paralelo à banda Hangar foram


alguns shows da banda Tritone em 1999, que era uma
espécie de G3 brasileiro, formado por Edu Ardanuy,
Frank Solari e Serj Buss. Logo em seguida, Aquiles
Priester foi convidado para gravar e excursionar com
o vocalista Paul Di'Anno, ex-Iron Maiden. O resultado
foi o disco Nomad e uma turnê que passou por várias
cidades brasileiras.

Em 2001, entrou para a banda Angra e gravou o álbum


Rebirth, que foi certificado Disco de Ouro no Brasil. Após seis
anos de trabalho e três discos de estúdio, um EP e um CD/
DVD ao vivo, Aquiles desligou-se da banda.
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A partir daí, não parou mais, lançando produtos direcionados
ao mundo da bateria que se tornaram ‘best sellers’. Foram
dois DVDs instrucionais, Inside My Drums (2004) e The
Infallible Reason of My Freak Drumming (2010), sendo este
último eleito o 3º melhor DVD instrucional do mundo pela
revista americana Modern Drummer em 2011. Lançou
também um livro didático sobre o estudo de dois bumbos,
Inside My PsychoBook – 100 Double Bass Patterns (2007).

Em 2013, foi a vez do lançamento mundial do


aclamado DVD Aquiles Priester's Top 100 Drum Fills,
que também foi indicado para votação na revista
americana Modern Drummer, sendo eleito o Melhor
DVD Instrucional do ano. Nos 37 anos de existência da
revista mais conceituada do gênero, Aquiles colocou
o Brasil em primeiro lugar do ranking mais cobiçado
da bateria mundial, fato inédito para um baterista
brasileiro até então. E finalmente, a pedido de
muitos fãs, lançou seu primeiro livro de ‘play along’,
intitulado PsychOctopus Play Along (2014).

Paralelamente aos produtos instrucionais, em 2010 lançou


também sua biografia Aquiles Polvo Priester – De Fã a Ídolo,
que chegou à sua 2ª edição em 2013 e traz depoimentos de
bateristas consagrados, como Kiko Freitas, Vera Figueiredo,
Serginho Herval e João Barone.

Em 2010, foi um dos sete bateristas escolhidos em todo o


mundo para participar da audição para substituir Mike Portnoy
na banda norte-americana Dream Theater – com Aquiles
estavam Mike Mangini, Peter Wildoer, Marco Minnemann,
Virgil Donati, Derek Roddy e Thomas Lang.
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Após essa audição, foi indicado pelo próprio guitarrista
do Dream Theater, John Petrucci, para o mundialmente
conhecido guitarrista americano Tony MacAlpine, com quem
acabou fazendo uma turnê no início de 2012. Em 2010 e
2013, Aquiles fez turnês com outro virtuoso da guitarra, o
também americano Vinnie Moore.

A Mapex, que fornece os instrumentos usados por


ele, criou em 2006 a bateria Mapex Limited Edition
Aquiles Priester e em 2013 lançou mundialmente
a caixa signature Aquiles Priester's Psych Octopus
Black Panther Snare. Por sua vez, a fabricante de
pratos Paiste não ficou para trás, soltando para o
mercado brasileiro, no início de 2009, o PST5 Limited
Edition Aquiles Priester e, em julho de 2012, o ride
signature 2002 Psych Octopus Giga Bell Ride 18"
para todo o mundo. Com esses feitos, Aquiles se
tornou o primeiro baterista brasileiro a ter modelos
de produtos assinados e lançados mundialmente por
marcas internacionais de bateria.

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Também no ano de 2013, foi convidado pelo guitarrista
Tony MacAlpine para gravar seu novo disco solo,
Concrete Gardens, além de participar da gravação de
um DVD ao vivo com o guitarrista no EMGtv em 2014.
Aquiles participou ainda da gravação dos discos da
banda brasileira Noturnall e do primeiro DVD do grupo,
First Night Live.

Em 2014, Aquiles lançou mais dois trabalhos: The


Best of 15 Years, Based on a True Story... com o
Hangar e seu primeiro disco instrumental com o
guitarrista Gustavo Carmo, intitulado Our Lives,
13 Years Later...

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No mesmo ano, voltou a excursionar com Tony
MacAlpine pelos EUA e em abril de 2015 foi lançado
o disco Concrete Gardens, que Aquiles gravou com o
guitarrista. Ao lançamento seguiram-se uma turnê
pelos EUA e outra pela Europa. Também em 2015,
Aquiles foi anunciado como baterista da banda
brasileira de metal alternativo About2Crash, que fez
sua estreia no Rock in Rio daquele ano.

Já 2016 foi um ano de intensas atividades para Aquiles.


Além de ver seu vídeo Aquiles Priester's Top 100 Drum
Fills ser lançado internacionalmente pela Mel Bay, editora
especializada em obras direcionadas a músicos, a banda
Hangar colocou dois novos produtos no mercado: o CD
Stronger than Ever e o DVD Hangar Live in Brusque-SC. E para
completar o ciclo de lançamentos, também saiu o DVD Our
Lives, 15 Years Later... Live in Studio!, que traz, como o nome
indica, Aquiles e Gustavo Carmo apresentando ao vivo e no
estúdio o repertório do disco que ambos lançaram em 2014.

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Para encerrar o ano, o baterista
ficou na estrada entre outubro
e novembro acompanhando
Tony MacAlpine em turnê pela
costa oeste americana em que
o guitarrista abriu os shows de
Steve Vai.

Em 2017, morando em
Los Angeles (EUA) com
vistas a focar sua carreira
principalmente no
mercado internacional,
Aquiles foi o baterista na
turnê europeia do WASP,
um dos principais nomes do
heavy metal americano. A
"Re-Idolized – The Crimson
Idol 25th Anniversary
World Tour" comemorava
os 25 anos de lançamento
de seu maior clássico, o
álbum The Crimson Idol, e
percorreu 21 países entre
setembro e novembro.
A turnê totalizou 54
shows, sendo 28 deles
com lotação esgotada.
Naturalmente, Aquiles
acabou se tornando um dos
destaques da tour.

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Encerrada a tour com o WASP, Aquiles passou a se dedicar à
“Rebirth of Shadows Tour”, na qual o vocalista Edu Falaschi
apresenta músicas dos dois principais discos que gravou com
o Angra, Rebirth e Book of Shadows.
A turnê se mostrou um enorme sucesso e percorreu as cinco regiões
do país em 40 shows entre o final de 2017 e início de 2018, muitas
vezes com lotação esgotada. Nos meses de agosto, setembro e
outubro, a banda realizou a primeira turnê internacional do projeto,
passando por Colômbia, Espanha, Bélgica, Itália e Japão.

Considerado por 18 anos o melhor baterista de heavy metal


do Brasil pelas principais revistas e sites especializados,
Aquiles Priester vem colecionando recordes e feitos inéditos
ao longo de sua carreira. Aquiles Priester foi o único
baterista da história do metal brasileiro a ganhar a votação
na categoria dois bumbos em 50 anos da revista mais
importante da bateria mundial, a Modern Drummer. Além
disso, a mesma votação Aquiles ficou em segundo lugar na
categoria Live Performace.

Ele já realizou mais de 500 workshops em vários países e


participou dos maiores festivais de bateria ao redor do globo,
como Modern Drummer Festival (Estados Unidos), Montreal Drum
Fest (Canadá), Batuka! International Drum Fest (Brasil), La Rioja
Festival (Espanha), Laguna Drum Fest (México), London Drum
Show (Inglaterra), Drummer Live (Inglaterra), Tam Tam Drum Fest
(França), International Summer Drum Camp (France), October Drum
Fest (Polônia), Thomas Lang’s Big DrumBonanza (Estados Unidos),
Musikmesse Frankfurt (Alemanha) e Namm Show (Estados Unidos).

Para o show da banda Dragonforce, Aquiles teve apenas 5 dias


para aprender as músicas e um dia de ensaio, por isso o foco e a
determinação são importantes.

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Em 2020, houve o
Drumeo Festival
(Canadá), o
Festival do portal
de bateria mais
importante do
mundo. Nele,
Aquiles foi o
único baterista de
metal do mundo
a representar o
estilo.

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11
3. O QUE É EMPREENDEDORISMO MUSICAL?

Eu vou definir aqui algo que eu amo demais: o que é


empreendedorismo musical. Na realidade, isso é uma
derivação da noção de empreendedorismo, a qual eu
apresento agora. Por definição, temos o seguinte:

1. disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e


realizar projetos, serviços, negócios.
2. inciativa de implementar novos negócios ou
mudanças em empresas já existentes, geralmente
com alterações que envolvem inovação e riscos.

Você viu quais elementos estão envolvidos no conceito


de empreender? Coordenar, realizar, negócios,
mudanças, inovação, riscos. Todo mundo que se lança ao
empreendedorismo entende que há riscos, que nada é seguro,
mas também entende que há um mar de possibilidades
pronto a ser navegado.

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Isso aplicado ao meio musical significa que há passos e
ferramentas que você pode implementar a fim de gerir sua
carreira como músico, de modo que consiga inovar, ganhar
expressividade, e obter resultados positivos para a arte que
você faz.

Ainda há um pensamento muito antiquado de que não se deve


pensar dessa forma quando o assunto é música; quem fala isso
geralmente tem mente ultrapassada, um instrumento velho
e acabado na garagem, que só sai de lá para ensaiar uma vez
a cada vinte dias, carregando sonhos frustrados e mágoas
escondidas.

O empreendedorismo musical envolve planejamento


de carreira, postura midiática, planejamento de
composição e lançamento, gestão de carreira, gestão
de crise, análise de mercado, estudo de avatar e
nichamento, emprego das ferramentas disponíveis para
divulgação, reconfiguração da imprensa musical entre
outros elementos críticos para o músico que deseja viver
efetivamente de música.

Eu vou apresentar, neste e-book, seis dentre os maiores erros


que todo músico comete por não ter as mínimas noções de
como empreender dentro do meio musical.
Boa leitura!

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4. OS 6 MAIORES PECADOS DE TODO MÚSICO

Eu vou listar para você aqui quais sãos os maiores pecados


que todo músico comete ou já cometeu na vida, mesmo sem
saber.

Fique de olho e leia atentamente, para que você


consiga fazer uma autoavaliação e uma crítica sobre
como anda o seu comportamento profissional como
músico. Vamos lá, então, para uma conversa franca
sobre o assunto.

1º ERRO: NÃO TER FOCO E DISCIPLINA


Quando o cara entra para o mundo da música, o que ele quer
– na maioria dos casos – é um hobby para passar o tempo e
se divertir com os amigos. Isso quando o objetivo do cidadão
não é tentar chamar a atenção de algumas gatinhas. Não há
problema em começar com esse pensamento, o problema
surge no momento em que você cresce, mas não abandona
essa mentalidade jovial.

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Já sabemos bem que isso aí é um sinal de falta de foco.
Quando você quer ser grande, você precisa pensar de forma
grande também. Além disso, precisa entender que a disciplina
é parte essencial desse processo, porque ninguém se
transforma no instrumentista ou no vocalista mais fantástico
do mundo sem treinar exasperadamente aquilo a que se
dedicou.

Eu passei incontáveis horas


em minha bateria para poder
desenvolver habilidade
suficiente para eu mesmo
crer que era habilidoso.
Sim, existe talento, mas
nem mesmo o talento mais
destacado supera a disciplina
e a DETERMINAÇÃO, e olha
que eu já conheci muito cara
talentoso que nunca conseguiu
sair do seu quarto para
mostrar a sua arte ao mundo.
Hoje em dia, existem as redes
sociais que aproximam e muito
as pessoas e, dessa forma,
todos podem ficar sabendo o
que seus ídolos estão fazendo,
mas não existe como mensurar
as horas solitárias que os
grandes instrumentistas e
líderes se dedicam para serem
diferenciados aos olhos dos
outros. Isso somente cada um,
dentro da sua perspectiva,
pode mensurar.
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Você precisa definir uma meta e trabalhar para que ela
chegue, não importa o tamanho dessa meta: tocar em um
festival gigante, gravar um disco, compor uma música,
tocar na festa dos seus amigos, executar aquela levada que
você sempre curtiu. Sem ter um ponto de chegada, você
nunca terá um ponto de partida e dessa forma não chegará
a lugar algum.

É duro ouvir algumas verdades, mas também é necessário.


Por mais que pareça sem objetivo ou monótono, sem
sempre será um mar de aventuras e possibilidades sua
carreira como músico. Em diversas situações, você será
obrigado a fazer escolhas que irão direcionar sua carreira,
ou mesmo sua vida para algum caminho extremamente
específico!

SEJA DISCIPLINADO! Mantenha uma rotina de


treinos para ficar ainda mais hábil naquilo que você
faz, exercite-se, tenha uma dieta equilibrada, fuja
dos vícios, não caia nas tentações da “diversão”
fácil. Ser um músico virtuoso exige tempo e
dedicação! Isso é uma realidade!

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Aqui eu vou dar um exemplo
muito prático para você:
quando você está estudando
o seu instrumento, há sempre
algo que você gosta mais de
executar e algo que você acha
mais complexo. É normal que
a complexidade faça você
querer parar de tentar aquilo e
ficar na sua zona de conforto,
reputando ao que você já
sabe fazer melhor qualidade
ou maior interesse. Isso é um
baita erro! Ainda que você
tenha que ficar horas sentado
e praticando a mesma coisa,
faça isso! É esse o tipo de foco
que fará de você um músico
diferenciado dos demais que
estão por aí!

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2º ERRO: NÃO SABER O QUE ESTUDAR
Esse tópico sobre estudo é algo muito importante mesmo!
Tem tudo a ver com foco! Vou esclarecer a você: é preciso
saber o que você deve estudar a fim de que você consiga se
destacar naquele seu nicho a que você se dedica.

Pense comigo: se você quiser ser um músico de


orquestra, você precisará ter uma leitura musical
muito apurada, porque é o que você irá fazer ao
mesmo tempo em que executa o seu instrumento.
Se você quiser fazer parte de uma banda, você não
precisará ser o cara mais forte em teoria ou leitura
musical, mas – provavelmente – será exigido de você
que tenha habilidade para compor algumas faixas
e que consiga executar algo com a “cara” de quem
escreveu a canção. Isso quer dizer que você deverá
saber ocupar o seu lugar na banda.
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Se você quiser ser um músico de estúdio, que ganha
para gravar os trabalhos que lhe passarem, será
importante que você tenha uma execução muito
forte do seu instrumento, além da capacidade
de tirar um som muito bom toda vez que estiver
gravando.

Um exemplo do erro 2 que todos cometem: sempre


que estão estudando alguma coisa nova e estão tendo
dificuldades para realizar o exercício, intercalam o tempo
de estudo tocando outra coisa que já sabem.

Isso, numa carreira musical de 30 anos, acaba se tornando


ineficiência de aproveitamento das horas de estudo.
Preciso dizer que, às vezes, você deverá aprender a
ignorar a sua intuição musical para seguir aquilo que os
produtores irão exigir de você.

Eu sei muito bem aquilo que eu toco: tudo que eu


estudo ou realizo é – de alguma forma – aplicado
ao heavy metal, porque eu decidi que minha
vida seria voltada inteiramente para que eu me
transformasse em um grande baterista de heavy
metal. Ou seja: eu mirei no alvo e treinei infinitas
horas, estudando corretamente aquilo quer seria
necessário para eu chegar ao ponto a que queria.

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3º ERRO: NÃO SABER QUAL É O SEU NICHO DE MERCADO
Todo mercado é nichado, ou seja, há uma parcela específica
de pessoas com gostos e preferências específicos que
povoam cada mercado. Eu costumo comparar isso com o
cara que vai para a praia de terno, gravata e sapato. É ridículo
imaginar a cena de um cara que tenta surfar de sapatos, não
é? Pois é, isso é tão ridículo quanto tentar achar que você irá
se encaixar em um nicho de mercado que não é o seu.

O músico precisa entender que ser um side man é uma


coisa; ser um freelancer é outra coisa; ser membro
efetivo de uma banda também é algo diferente.
Saber para quem você toca, o que você toca, qual
será o seu público-alvo, o que esperam de você, o que
você vinha entregando para ter chegado até ali são
elementos a serem considerados seriamente.

O caminho para o fracasso é tocar aquilo de que você não


gosta ou aquilo que lhe causa repulsa. Com toda certeza,
você poderá fazer isso por um tempo; mas – se insistir nisso –
sua vida como músico será curta e frustrada.
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Veja quem são seus influenciadores, veja que tipo de som
você produz e veja – principalmente – quem está dizendo
que gosta daquilo que você está fazendo. Assim, você
começará a encontrar melhor o seu nicho de mercado e –
certamente – terá mais sucesso.

4º ERRO: NÃO SABER QUE AS COISAS PRECISAM DE UM


TEMPO PARA ACONTECER
A sabedoria, assim como a maturidade, vem com
o tempo. Um erro fatal de diversos músicos é
não entender que muitas coisas precisam de um
determinado tempo para acontecer. Apesar de
estarmos vivendo em um tempo de Internet, com um
turbilhão de informações por segundo chegando aos
nossos celulares a cada segundo, leva tempo para
que você consiga consolidar uma imagem, ou mesmo
ser notado por quem irá ajudar você a dar o próximo
passo em sua carreira.

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Essa estrada é, às vezes, longa e solitária. Eu mesmo me vi
diversas vezes pensando a respeito desses processos todos:
se eu estava no caminho certo, se eu estava fazendo as
escolhas certas. A despeito de todas as incertezas, eu sempre
mantive firme a ideia de que eu estava trilhando o caminho
que eu escolhi; que eu estava buscando um sonho.

Aprendi, ao longo da minha carreira, que – com


solidez e dedicação – o reconhecimento do trabalho
irá ocorrer. No entanto, eu preciso dizer que isso não
cai do céu. Ninguém vai te procurar dentro do seu
quarto ou sala de estudo. Como alguém vai saber da
sua existência e do o seu talento que está ali dentro
escondido? Você também precisa buscar as formas
corretas de mostrar ao mundo o que você sabe fazer.
Ainda bem que a Internet está aí (também) para isso!

Não cobre o resultado imediato de si. Cobre-se constância,


porque é isso que fará seus resultados aparecerem de
maneira verdadeira. Mantenha em sua mente que – se você
estiver focado em seus resultados – você estará no caminho
certo.

Vou dar um exemplo triste e que vejo muito sobre não saber
esperar as coisas acontecerem: já vi inúmeros músicos
iniciantes, que ainda estão gravando o seu primeiro álbum,
chegarem para mim e dizerem algo como “cara, como eu
arrumo um patrocinador para mim?”

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A resposta é simples: você nunca irá arrumar um
patrocinador se você não for conhecido em seu nicho
de mercado e for um influenciador. Nesse caso, o
máximo que você vai conseguir será um apoio, o que
na prática será um desconto para comprar o seu
instrumento, o que na verdade é muito bom se você
estiver comprando os equipamentos para exercer a
sua função.

Eu mesmo comecei dessa forma e conforme fui evoluindo,


a própria marca fez questão de mudar o acordo por não se
sentir à vontade de me ver pagando pelo equipamento. O
patrocínio real só vai acontecer de verdade, se ele for melhor
e mais vantajoso para o patrocinador do que para você.

5º ERRO: NÃO CUIDAR DA


PRÓPRIA IMAGEM
Existe uma aura mágica
que envolve todo músico.
Ela aparece em cima do
palco, mas não pode sair de
lá quando o cara desce. Eu
quero dizer, com isso, que
você deve se preocupar com
a sua imagem, e aqui há
dois aspectos importantes
a considerar: o físico e o
moral.

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O cuidado com sua aparência envolve você saber qual é o
seu estilo, se você tiver um estilo, é claro! Já reparou que –
quando você está perto de um artista, ou mesmo quando
vê uma figura assim – essa pessoa não se veste como você
e também não se comporta como você. Há sempre algo
que indica uma distinção, que manda a mensagem: eu sou
o cara! Não se trata de ser esnobe ou algo do tipo, trata-se
de indicar ao seu público o que faz de você alguém único,
digno de ser notado. Suas roupas, seu corte de cabelo, seus
instrumentos, tudo conta.

O cuidado com sua “imagem” no aspecto moral


envolve o seu comportamento. Ninguém quer ser
notícia por causa de razões ruins. Você ainda é o
músico daquela banda em qualquer lugar em que
estiver, você ainda é o fulano ou a fulana que é
representante daquela banda ou daquela “música
famosa” em qualquer lugar. Busque ser profissional e
não dar mole para não virar meme da galera.

Saca só esse exemplo: em Los Angeles, há um lugar muito


interessante para onde os músicos da região vão a fim de
serem “encontrados” pelos olheiros do mercado. Lá, eles
fazem jams, mostram o seu talento. Mas não é só isso,
camarada! Os caras vão no traje, como se estivessem sobre
o palco mesmo! Já ouviu falar em pose de rockstar? Pois é, o
cara que nasceu para a coisa sabe que essa imagem pode vir
antes mesmo de você executar a primeira nota. Muita gente
já sabe disso fora do Brasil, agora você também já sabe.

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6º ERRO: MISTURAR A VIDA
PESSOAL COM A PROFISSIONAL
Nunca se esqueça de que você – que
quer ser ou já é músico profissional –
usa a música como forma de ganhar
a vida. Por isso, não confunda o seu
trabalho com sua vida pessoal. Não
decida que vai tocar com alguém ou
em algum lugar apenas porque seu
“amigo” pediu de forma gentil. A
empresa de luz não cobra menos de
você, porque você conhece o cara
que faz a medição.

O seu relacionamento com


os fãs também é profissional,
apesar de não ser assim que
eles pensam. O fã deseja ser,
antes de qualquer coisa, seu
amigo; conversar com você
como se fosse alguém de sua
convivência. Você não pode
destruir essa imagem dele,
mas também precisa entender
que há certo distanciamento
profissional que você precisa
manter, sob pena de não
conseguir gerenciar as próprias
demandas de sua carreira.

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Também existem aqueles fãs que se tornam tão especiais
devido ao contato diário através das mídias sociais, que viram
praticamente amigos e acabam se tornando termômetro
para você saber o que os fãs esperam dos seus próximos
passos. Sempre entenda que essa pessoa te admira por você
representar algo totalmente diferenciado para ela, portanto
mantenha isso.

Em 1995, eu comecei a trabalhar em uma grande


empresa multinacional, e em 1997 eles perceberam a
minha facilidade em me relacionar com pessoas e me
transferiram para a área de marketing. Fui treinado
para resolver problemas de qualquer natureza, em
termos de relacionamento com clientes. Se nossa
música é um produto que é consumido, temos
clientes que consomem os nossos produtos. Deixe o
romantismo de lado e entenda: se sua arte tem um
código de barras, ela é um produto. Se é um produto,
precisa ser consumido. Quem consome os seus
produtos? Seus fãs que são seus fiéis seguidores.

Vamos a um exemplo prático: se você tiver uma página do


Instagram com 200 mil seguidores. Muito provavelmente
10% desse público irá mandar mensagens inbox para você.
Você conseguiria responder a todos e ainda gerenciar a
própria carreira, tocar, produzir conteúdo e ter uma família?
Viu? A realidade é mais complexa do que parece. Não
raro, alguém vai comentar em alguma rede que você é um
ignorante ou coisa do tipo, porque não teve a atenção que
acreditava merecer ter naquele momento.

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Infelizmente isso acontece,
porque ninguém consegue
estar bem todos os dias ou
mesmo dar a mesma atenção
a todas as pessoas.

Esforce-se, mas não se


deixe consumir por isso.
Sua música precisa de
uma cabeça no lugar
para acontecer!

Eu falo abertamente sobre a


necessidade de você aprender
a fazer marketing, porque
eu tive de aprender isso para
alavancar a minha própria
carreira. Em 2000, eu comecei
a trabalhar em uma grande
empresa, justamente na área
de marketing.

Lá, eu aprendi que –


independentemente
daquilo que você faça
(médico, advogado,
músico, professor etc.)
– você SEMPRE está
vendendo alguma coisa,
ainda que seja a sua
imagem. Pense nisso!

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PALAVRAS FINAIS
Gerenciar a própria carreira como músico é uma arte, que
poucas pessoas dominam. Agora, você entende um pouco
mais sobre como esse processo ocorre e quais são algumas
das armadilhas que você pode encontrar pelo caminho.

Para você saber mais ainda sobre isso e conseguir


desenvolver o empreendedor musical que há em você,
inscreva-se em minhas redes sociais e conheça o meu
curso “Gestão de Carreira através do Marketing e do Music
Business”.

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