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1.

RESUMO

Este trabalho desenvolvido para a matéria de Didática da História visa apresentar a


História de Minas Gerais por meio do Pod-Cast. Após a construção introdutória é
apresentado os objetivos, metodologia e roteirização. Espera-se que com essa
didática seja possível produzir uma educação que motive a crítica e o pensamento
autônomo.
2. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A historiadora e filósofa Guiomar de Grammont apresenta seu livro


argumentando que o seu objetivo não é escrever uma biografia do artista mas sim
que, ao debruçar sobre o artista que encarna estética barroca e identidade
brasileira, ela consegue evitar certas armadilhas bibliográficas em que muitos
autores caem ao escrever uma biografia como por exemplo, anacronismos
gerados pela distância temporal do biógrafo e de quem se quer biografar.
Afinal de contas, Aleijadinho existiu? De acordo com Guiomar, a resposta é
não. Quem existiu foi o escultor pobre de Vila Rica no século XVIII Antônio
Francisco Lisboa. Existiram diversos “Aleijadinhos”, inventados à medida que se
deu a construção nacionalista de uma imagem da “arte brasileira” em diferentes
contextos, do século XVIII até hoje. Os questionamentos acerca destes
postulados, busca compreender em seu contexto histórico a construção de
Aleijadinho como mito brasileiro. Cada momento criou o seu Aleijadinho em
diversos gêneros literários e científicos, segundo a autora, que é doutora em
barroco mineiro e diretora do Instituto de Filosofia Artes e Cultura da Universidade
Federal de Ouro Preto.  Segundo ela, uma das maiores injustiças criadas entre as
tantas versões de quem foi Aleijadinho, foi a de colocá-lo como uma imagem
grotesca e com tantas limitações físicas que beira ao de uma figura não-humana.
O fato é que existe, segundo Germain Bazin, uma falta de documentação
mais precisa acerca do “barroco” brasileiro e de seus respectivos personagens,
trazendo assim certo obscurantismo que se atribuía aos indivíduos que eram de
classes menos abastadas e, portanto, não mereciam que tivessem registro de sua
passagem pela Terra.
A unidade genérica que Guiomar deu o nome de “homem barroco” é
constituída segundo ela, como ser mítico. Diante de uma síntese imaginária em
que se aglomera de vários fatores determinantes, atribuímos o cruzamento de
forças econômicas, políticas, religiosas, artística, etc. que ajudaria a formular uma
“identidade nacional” em cada país ibero-americano onde o fenômeno barroco
existiu. De qualquer forma, este personagem paradigmático terá como ponto em
comum o de destacar-se como um herói que promove a apropriação e a
subversão da cultura européia, transformando-a em cultura híbrida que é a
principal característica brasileira, por exemplo. Com malícia e persuasão, o mulato
Antônio Francisco Lisboa enquanto homem mítico, transformaria a violência do
explorador em arte, usando até mesmo as próprias armas que lhe foram impostas
para reprimir e extinguir a sua cultura, “roubando” as formas e demais aspectos
artísticos europeus para inspirar-se e construir sua própria obra de arte.
Ao analisar os documentos reunidos sobre a história do artífice, a autora
chega a conclusões absolutamente inéditas: não há prova de que Antônio
Francisco Lisboa tenha sido filho de Manuel Francisco Lisboa ou de que ele tenha
sido arquiteto, como afirmam os críticos que lhe atribuem o risco de diversas obras
arquitetônicas, entre outros pontos polêmicos. Guiomar mostra como o mito foi
reapropriado e tomado como evidência histórica, sem contestação, em diversos
programas da história do pensamento sobre artes e letras no Brasil. Nos séculos
XIX e XX, vários discursos interpretaram as obras atribuídas ao Aleijadinho a partir
de noções raciais, ambientais, psicológicas, artísticas e políticas não existentes no
tempo em que o personagem viveu.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:
 Produzir um pod-cast tendo como referência a construção do herói nacional
mineiro Antônio Francisco Lisboa
Objetivos Específicos
 Utilizar o pod-cast como ferramenta didática de ensino e aprendizagem em
História de Minas Gerais.
 Basear o pode-cast na tese de Guiomar de Grammont sobre a invenção
colonial Aleijadinho como ideologia e política.

METODLOGIA
Após a apresentação em livros didáticos de História que abordam o
contexto mineiro e a figura mitológica criada em torno de Aleijadinho é
necessário problematizar a diversidade de narrativas que compõem a
historiografia. Após problematizar a História de Minas Gerais, segundo o
livro didático, o professor deve realizar sua crítica mostrando outras
possibilidades de narrativa histórica. Essa metodologia de didática permite
o aluno a desenvolver a capacidade de questionamento sobre os dados da
realidade, nesse sentido pode pensar além do senso comum ou dos
saberes cristalizados no currículo escolar ou estrutura social. Após a
discussão do material: didático e pod-cast, os alunos seriam avaliados por
meio de um vídeo de 3 minutos em que eles explicam as diferentes
hipóteses de narrativas sobre a História.

ROTEIRO PARA POD-CAST


DIDÁTICA DA HISTÓRIA
“PÍLULA MINEIRA”

Legendas
LOC 1: Bruno Augusto da Costa
LOC 2: Andreza Montes
TEC: Bruno Augusto da Costa
BG: Background
FADE: Diminui som

Nome do Programa: Pílula Mineira


Locutores: Bruno e Andreza Montes
Duração:
TEC BG: Música Barroca Mineira
LOC1 Hoje na Pílula Mineira vamos conhecer outra abordagem
histórica para a construção do herói nacional barroco Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Um estudo polêmico, muito
bem fundamentado e argumentado, coloca em xeque o que
conhecemos nos livros de História sobre o artista. A
historiadora e filósofa Guiomar de Grammont  levanta a
hipótese de o herói barroco Antônio Francisco Lisboa não ter
sido o artista genial que conhecemos e que sua obra pode
não ter sido tão vasta como indica a enorme quantidade de
peças que lhe são atribuídas. Bons Estudos!
TEC Sobe: Música Barroca Mineira
LOC2 Guiomar apresenta seu livro argumentando que o seu objetivo
não é escrever uma biografia do artista mas sim que, ao
debruçar sobre o artista que encarna estética barroca e
identidade brasileira, ela consegue evitar certas armadilhas
bibliográficas em que muitos autores caem ao escrever uma
biografia como por exemplo, anacronismos gerados pela
distância temporal do biógrafo e de quem se quer biografar.

Afinal de contas, Aleijadinho existiu? De acordo com Guiomar,


a resposta é não. Quem existiu foi o escultor pobre de Vila
Rica no século XVIII Antônio Francisco Lisboa. Existiram
diversos “Aleijadinhos”, inventados à medida que se deu a
construção nacionalista de uma imagem da “arte brasileira”
em diferentes contextos, do século XVIII até hoje. Os
questionamentos acerca destes postulados, busca
compreender em seu contexto histórico a construção de
Aleijadinho como mito brasileiro. Cada momento criou o seu
Aleijadinho em diversos gêneros literários e científicos,
segundo a autora, que é doutora em barroco mineiro e
diretora do Instituto de Filosofia Artes e Cultura da
Universidade Federal de Ouro Preto.  Segundo ela, uma das
maiores injustiças criadas entre as tantas versões de quem foi
Aleijadinho, foi a de colocá-lo como uma imagem grotesca e
com tantas limitações físicas que beira ao de uma figura não-
humana.

O fato é que existe, segundo Germain Bazin, uma falta de


documentação mais precisa acerca do “barroco” brasileiro e
de seus respectivos personagens, trazendo assim certo
obscurantismo que se atribuía aos indivíduos que eram de
classes menos abastadas e, portanto, não mereciam que
tivessem registro de sua passagem pela Terra.

A unidade genérica que Guiomar deu o nome de “homem


barroco” é constituída segundo ela, como ser mítico. Diante
de uma síntese imaginária em que se aglomera de vários
fatores determinantes, atribuímos o cruzamento de forças
econômicas, políticas, religiosas, artística, etc. que ajudaria a
formular uma “identidade nacional” em cada país ibero-
americano onde o fenômeno barroco existiu. De qualquer
forma, este personagem paradigmático terá como ponto em
comum o de destacar-se como um herói que promove a
apropriação e a subversão da cultura européia,
transformando-a em cultura híbrida que é a principal
característica brasileira, por exemplo. Com malícia e
persuasão, o mulato Antônio Francisco Lisboa enquanto
homem mítico, transformaria a violência do explorador em
arte, usando até mesmo as próprias armas que lhe foram
impostas para reprimir e extinguir a sua cultura, “roubando” as
formas e demais aspectos artísticos europeus para inspirar-se
e construir sua própria obra de arte.

Ao analisar os documentos reunidos sobre a história do


artífice, a autora chega a conclusões absolutamente inéditas:
não há prova de que Antônio Francisco Lisboa tenha sido filho
de Manuel Francisco Lisboa ou de que ele tenha sido
arquiteto, como afirmam os críticos que lhe atribuem o risco
de diversas obras arquitetônicas, entre outros pontos
polêmicos. Guiomar mostra como o mito foi reapropriado e
tomado como evidência histórica, sem contestação, em
diversos programas da história do pensamento sobre artes e
letras no Brasil. Nos séculos XIX e XX, vários discursos
interpretaram as obras atribuídas ao Aleijadinho a partir de
noções raciais, ambientais, psicológicas, artísticas e políticas
não existentes no tempo em que o personagem viveu.

TEC BG: Música Barroca Mineira diminuindo.

REFERÊNCIAS:

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