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A UTI – 1926: Walter Dandy

O Ventilador: Phlip Drinker 1927


1930
Assistência Ventilatória
A Intubação:
Dwyer 1890 e Magill 1916
1910 – Chevalier Jackson
Ventiladores:
1906 Pulmotor e Spiropulsatil 1934
Mark – 7:
Redução óbito de 70% para 10%.
Evolução dos Ventiladores
Mecânicos
 1950 – Pulmão de Aço (IRON LUNG);
 1960 – Ventiladores BIRD MARK – 7;
 1970 – Ventiladores Volumétrico –
Benneti;
 1980 – Ventiladores Microprocessados;
 1990 – Válvulas Mecatrônicas;
 2000 – Monitorização Ventilatória.
Conceitos fisiológicos

Profª Espec. Terapia Intensiva


Keyla Christina
Relembrando
VENTILAÇÃO
• Ação de entrada e saída de O2 dos
pulmões
• Inspiração – processo ativo resultante da
contração do diafragma e dos músculos
intercostais externos.
• Expiração – processo passivo que resulta
do relaxamento dos pulmões na parede
torácica.
Relembrando Conceitos
Fisiológicos
• Existe uma pressão negativa no espaço
interpleural de modo que os pulmões não
se separam do tórax durantes os
movimentos de inspiração e expiração.
Em um individuo sadio, a ventilação eficaz
mantém uma PaCO2 entre 35 e 45mmHg.
• Alguns paciente requerem ventilação
mecânica devido alguma patologia,
traumatismo ou período perioperatório.
Regulação
• A respiração é regulada por neurônios na
medula espinhal e ponte, pelo equilíbrio
ácido-básico e pelo estado de vigília.
• Os quimiorreceptores centrais são
sensíveis a alteração no nível de CO2,
que é o estimulo primário para a
respiração.
• Os quimiorreceptores periféricos são
sensíveis a alterações no nível de O2 e no
pH e fornecem um estímulo secundário
para a respiração.
Regulação
• O sistema nervoso autônomo é o principal
responsável pela regulação da função
respiratória, incluindo a contração ou
relaxamento do músculo liso bronquiolar.
• São prioridades no atendimento aos
pacientes em unidades de cuidados
intensivos e em situações de emergência
as vias respiratórias (pérvias), ventilação e
circulação.
Troca Gasosa
• Dois processos envolvem a troca gasosa: o
movimento do O2 dos alvéolos para a
corrente sanguínea, onde é ligada à
hemoglobina e transportada para as
células; e o movimento do CO2 da corrente
sanguínea para os alvéolos, onde é removido
por meio da expiração.
• Depende do volume corrente, da quantidade
de ar normalmente inspirado ou expirado;
entretanto nem todo volume corrente alcança
os alvéolos, para que haja trocas gasosa.
• A hematose ocorre a nível dos alvéolos.
• As células alveolares tipo II secretam
SURFACTANTE, uma lipoproteína que
diminui a tensão existente na superfície da
membrana celular e evita o colapso
alveolar.
• A distribuição de oxigênio em todas as
áreas do pulmão não é uniforme.
• A troca insuficiente de O2 resulta em
hipoxemia e a troca insuficiente de CO2
resulta em hipercapnia.
• Quando existe perfusão sem ventilação,
ocorre um fenômeno denominado
SHUNTING. O sangue ultrapassa os
alvéolos e não participa da troca gasosa.
Normalmente, isto chega a 2% do ar
inspirado mas pode chegar a 50% em
determinadas doenças como Síndrome da
Angústia Respiratória no Adulto.
• A avaliação da troca gasosa é
determinada pela análise da gasometria
arterial e análise do sangue venoso misto.
• A troca gasosa adequada requer
ventilação satisfatória e boa relação
perfusão/difusão.
• A perfusão tecidual é o processo pelo qual
o fluxo sanguíneo fornece às células os
nutrientes necessários para o
desempenho apropriado; é essencial para
o desempenho adequado e a
homeostase.
• Fornece às células o O2 necessário para
os processos metabólicos e a remoção
das excretas.
• Os pacientes admitidos em Unidade de
Terapia Intensiva ou de emergência,
normalmente apresentam condições
clínicas que resultam em uma perfusão
tecidual alterada.
• A medida que ocorre perfusão tecidual
alterada, desenvolve-se o choque,
causando alterações no metabolismo
tecidual e necrose tissular.
• A avaliação correta da perfusão tecidual e
a intervenção imediata com o objetivo de
corrigir as alterações podem melhorar a
sobrevida do paciente.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
ASMA
• Corresponde a aproximadamente 2% das
admissões de UTI.
• 10% dessa admissões evoluem para
morte por PCR.
• 50% requerem VMI nas primeiras 24horas
• Mulheres
• 40 anos
• Pessoas saudáveis poderão sofrer falta
de ar quando estiver exposta a grandes
irritações, como a fumaça de um incêndio. O
organismo da pessoa identifica os agentes
irritantes e faz com que a musculatura que
existe em volta do brônquio se contraia,
fechando o órgão e impedindo que o ar
contaminado entre nos pulmões. O mesmo
processo acontece com um paciente que tem
asma, só que os gatilhos para causar uma
irritação nos brônquios são bem menos
intensos, como a poeira.
• Asma é uma das condições crônicas mais
comuns, acometendo cerca de 235
milhões de pessoas no mundo todo,
segundo a Organização Mundial de
Saúde. Estima-se que, no Brasil, cerca de
10% da população sofra com o problema.
A asma é classificada em quatro categorias

• Grau 1: sintomas leves e intermitentes


até dois dias por semana e até duas
noites por mês, em geral com predomínio
dos sintomas no inverno, por exemplo;
• Grau 2: sintomas persistentes e leves
mais do que duas vezes por semana, mas
não mais do que uma vez em um único
dia;
• Grau 3: sintomas persistentes moderados
uma vez por dia e mais de uma noite por
semana;
• Grau 4: sintomas graves persistentes
ao longo do dia na maioria dos dias e
frequentemente durante a noite.
O que pode levar à asma
• Ninguém sabe exatamente o que provoca
asma, uma vez que cada pessoa
apresenta uma sensibilidade a gatilhos
diferentes. Dessa forma, é importante
entender o que causa seus ataques de
asma e tentar reduzir a exposição a esses
agentes ou buscar tratamentos mais
adequados.
Gatilhos mais comuns na asma
• Substâncias e agentes alérgenos

• Cerca de 80% das pessoas com asma


sofrem crises quando expostas a alguma
substância transportada pelo ar, como
ácaros e poeira, poluição, pólen, mofo,
pelos de animais, fumaça de cigarro e
partículas de insetos.
• Substâncias químicas como tinta,
desinfetantes e produtos de limpeza
também podem desencadear uma crise.
Quando aspirados, esses agentes podem
irritar os brônquios, levando a uma crise.
Infecções virais, como o resfriado comum
ou a gripe, também constituem causa
importante para o desencadeamento de
uma crise de asma.
Asma induzida por exercício
• Desencadeada por exercício ou esforço
físico. Muitas pessoas com asma
experimentam algum grau de sintomas ao
praticar atividade física. No entanto,
existem muitas pessoas sem asma
diagnosticada que desenvolvem sintomas
apenas durante o exercício. Inclusive,
alguns atletas podem apresentar essa
manifestação da doença.
• Com asma induzida por exercício, o
estreitamento das vias aéreas tem um
pico de cinco a 20 minutos após o
exercício começar, o que dificulta a
retomada do fôlego. Alguns pacientes
poderão precisar usar um broncodilatador
antes do exercício para evitar os
sintomas.
Asma ocupacional
• A asma ocupacional é um tipo de asma
que resulta de gatilhos do trabalho.
É muito comum em pessoas que
trabalham em usinas ou expostas a agentes
químicos, tinturas, agrotóxicos, etc.
Possivelmente a pessoa pode ter
dificuldade em respirar e sofrer outros
sintomas de asma apenas nos dias em que
está no trabalho.
• Muitas pessoas com este tipo de asma
sofrem com nariz escorrendo, congestão,
irritação nos olhos ou tosse, em vez de o
chiado no peito típico da doença. Alguns
trabalhos comuns que estão associados
com a asma ocupacional incluem
criadores de animais e veterinários,
agricultores, cabeleireiros, enfermeiros,
pintores e marceneiros.
Asma noturna
• Asma noturna é um tipo comum da
doença. As chances de sofrer uma crise
são muito mais elevadas durante o sono,
porque a asma é fortemente influenciada
pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que
regula as funções do nosso corpo,
geralmente de acordo com a luz do sol)
tais como mudanças de temperatura no
corpo - resfriamento das vias aéreas -,
baixa circulação de hormônios da glândula
supra-renal,
doença do refluxo gastroesofágico,
aumento da exposição aos alérgenos ou
até mesmo posição reclinada.
Medicamentos AINEs como o ácido
acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno,
inibem uma enzima chamada COX-1,
inibindo alguns sistemas protetores do
nosso organismo, e isso pode levar ao
estreitamento do diâmetro dos brônquios,
desencadeando uma crise de asma.
Preferível tomar paracetamol para dor e
antinflamatórios seletivos da COX-2 em
caso de inflamação.
Sinais e sintomas
• Tosse com ou sem produção de muco
• Repuxar a pele entre as costelas durante
a respiração (retrações intercostais)
• Deficiência respiratória que piora com
exercício ou atividade.
Atenção para:
• Lábios e rosto de cor azulada
• Nível diminuído de agilidade, como
sonolência grave ou confusão, durante um
ataque de asma
• Extrema dificuldade de respirar
• Pulsação rápida
• Ansiedade grave devido à deficiência
respiratória
• Sudorese.
Diagnóstico
• Dispnéia
• Tosse crônica
• Desconforto torácico
• Simbilância
• Reversão espontânea ou com uso de
broncodilatadores
Insuficiência Respiratória Aguda
• É um dos motivos mais freqüentes de
internação em Unidade de Terapia Intensiva.
O sistema respiratório torna-se incapaz de
atender a demanda necessária para
manutenção da boa oxigenação do paciente.
Em conseqüência disso, o sangue venoso
não é suficientemente oxigenado e, portanto,
o dióxido de carbono não é eliminado
adequadamente. Esse processo é de início
súbito.
• O resultado da gasometria apresenta
PaO2 < 50mmHg e/ou PaCO2 > 50mmHg
O paciente poderá apresentar como sinais
e sintomas:
Agitação; cefaléia; taquicardia ou
bradicardia; convulsões; alteração na
amplitude respiratória; alteração de ritmo
respiratório; apneia; sudorese; cianose;
uso da musculatura acessória; roncos;
sibilos; estertores; ausência de murmúrio
vesicular; arritmia; hipertensão ou
hipotensão e parada respiratória.
Causas da Insuficiência
Respiratória
Tipo I: caracterizada por déficit de
oxigenação:
• Desequilíbrio da ventilação/ perfusão;
• Shunt;
• Hipoxemia de origem circulatória;
• Alteração de difusão
Tipo II: caracterizada por déficit de
ventilação
• Disfunções do Sistema Nervoso Central
(traumatismo craniencefálico, intoxicação
exógena, acidente vascular encefálico
etc.);
• Disfunções do Sistema Neuromuscular
(trauma cervical, poliomielite, miastenia
grave etc.);
• Disfunções da caixa torácica (escoliose,
trauma)
• Disfunções das vias aéreas intra e
extratorácicas (aspiração de corpo
estranho, tumores);
• Problemas pleurais (hidropneumotórax e
ou fibrose).

A maioria dos pacientes portadores


de insuficiência respiratória
aguda necessita de intubação e
ventilação mecânica.
Shunt pulmonar
Os alvéolos pulmonares são perfundidos normalmente com sangue,
mas a ventilação (o fornecimento de ar) falha em suprir a região
perfundida. Um shunt pulmonar geralmente ocorre quando os alvéolos
se enchem de líquido, fazendo com que partes do pulmão não sejam
ventiladas embora ainda sejam perfundidas. Shunt intrapulmonar é a
principal causa de hipoxemia (oxigênio sanguíneo inadequado) em
edema pulmonar e condições como a pneumonia. A fração de shunt é
a percentagem de sangue posto para fora pelo coração que não é
completamente oxigenada. Um pequeno grau de shunt é normal e
pode ser descrito como "shunt fisiológico”. Em uma pessoa normal e
saudável, o shunt fisiológico raramente é superior a 4%, em condições
patológicas, como contusão pulmonar, a fração de shunt é
significativamente maior e até mesmo respirar oxigênio a 100% não
oxigena completamente o sangue.
Quando os alvéolos se enchem de líquido, eles são incapazes de
participar nas trocas gasosas com o sangue, causando hipóxia local ou
regional, desencadeando assim vasoconstrição.
Hipoxemia
• Circunstância na qual a concentração de
oxigênio no sangue está abaixo do valor
considerado normal. Os valores da
pressão arterial de oxigênio no sangue
abaixo de 80mmHg são indicativos de
hipoxemia, sendo valores abaixo de
60mmHg característicos de hipoxemia
severa.
Situações que podem levar a
hipoxemia
• Congestão e/ou edema agudo de pulmão
Atelectasia; Pneumonias; Discrasia;
Anemias; Instabilidade da musculatura
respiratória; Bloqueio do sistema nervoso
central por drogas como sedativos e
curare.
Sinais e sintomas mais freqüentes
• Confusão mental; agitação psicomotora;
taquicardia; arritmias; dispneia;
taquipneia; alterações respiratórias com
sinais de esforço; cianose; sudorese

O diagnóstico pode ser feito mediante


histórico do paciente, exame físico e
gasometria (pressão arterial de oxigênio
menor que 80 mmHg)
Edema Agudo de Pulmão
• O edema agudo de pulmão (EAP) é uma
situação de emergência caracterizada por
acúmulo anormal de líquidos no interstício
e nos alvéolos pulmonares (congestão
pulmonar). Esse acúmulo de líquido é
causado pelo aumento da pressão
sangüínea nos capilares, acarretando
deslocamento de líquido do sangue para o
interstício e, depois, para os alvéolos
pulmonares.
Principais causas
• Estenose mitral
• Insuficiência ventricular esquerda, que
pode ser causada por: doença arterial
coronariana; cardiopatias isquêmicas
crônicas; angina instável; infarto agudo do
miocárdio; miocardiopatias; arritmias
cardíacas; hipertensão arterial; doenças
das válvulas cardíacas, além da estenose
mitral; distúrbios de condução elétrica;
infusão excessiva de líquidos (por
exemplo via endovenosa).
Principais sinais e sintomas
• Dispnéia súbita ou progressiva;
dificuldade respiratória quando o paciente
fica na posição dorsal (ORTOPNEIA);
dificuldade respiratória ao dormir (dispneia
paroxistica noturna); sibilos; sensação de
estar em afogamento; presença de
secreção rósea pela boca; agitação
psicomotora; alteração do nível de
consciência podendo ser confusão ou
rebaixamento de nível;
• Pele fria; palidez; cianose; diaforese;
utilização da musculatura acessória;
taquicardia; ritmo cardíaco de galope;
estertores crepitantes; hipertensão ou
hipotensão; melhora da respiração em
posição fowler ou sentado.
Diagnóstico
• Histórico;
• Exame físico;
• Presença de sinais e sintomas
característicos;
• Radiografia de tórax;
• Ecocardiograma (avaliar função cardíaca
que fornecerá indícios da causa do edema
agudo de pulmão).
Síndrome da Angústia
Respiratória do Adulto (SARA)
ou
Síndrome do desconforto
Respiratório do Adulto (SDRA)
• A Síndrome da Angústia Respiratória do
Adulto é definida como um quadro de
lesão pulmonar aguda associada a um
edema agudo de pulmão, não
cardiongênico e hipoxemia severa.
Fatores de risco associados a
SARA
• Aspiração; infecção pulmonar difusa
(causa bacteriana, viral, pneumocystis e
outras); afogamento; inalação tóxica;
contusão pulmonar; embolia gordurosa;
toxicidade pelo oxigênio; síndrome
séptica; politraumatismo; politransfusão;
choques; grandes queimados; pancreatite;
By-pass cardiopulmonar; intoxicação
exógena; Coagulação Intravascular
Disseminada (CID) e excesso de fluidos.
Principais sinais e sintomas
• Taquipnéia;
• Dispneia;
• Cianose;
• Estertores respiratórios finos
O diagnóstico é feito mediante histórico do
paciente, exame físico com a presença de sinais
e sintomas característicos e radiografia de tórax
(presença de infiltração bilateral difusa que
evoluirá para opacificação).
Hipertensão Pulmonar
• É uma síndrome caracterizada pelo
aumento progressivo da resistência
vascular pulmonar, ocasionando
sobrecarga do ventrículo direito e
culminando com sua falência. Consiste na
elevação da pressão sangüínea nas
artérias que levam o sangue do lado
direito do coração para os pulmões.
Principais sinais e sintomas
• Dispneia progressiva (falta de ar ou
respiração curta); dores torácicas atípicas;
sintomas de insuficiência cardíaca direita;
edemas nos pés; edema abdominal;
dilatação das veias do pescoço; síncope e
fadiga.
Diagnóstico
• Histórico do paciente;
• Exame físico com presença de sinais e
sintomas característicos;
• Prova de função pulmonar (redução da
capacidade de difusão de monóxido de
carbono);
• Ecocardiograma (avaliação da pressão na
artéria pulmonar);
• Cateterismo cardíaco (mensuração exata
da pressão das artérias pulmonares.
Classificação funcional da
hipertensão pulmonar
• Classe I: pacientes com hipertensão pulmonar,
mas sem limitação das atividades físicas.
Atividades físicas habituais não causam
dispnéia ou fadiga excessiva, dor torácica ou
pré-síncope
• Classe II: pacientes com hipertensão pulmonar
resultando em discreta limitação das atividades
físicas. Esses pacientes sentem-se confortáveis
quando em repouso, mas atividades físicas
habituais causam dispneia ou fadiga excessiva,
dor torácica ou pré-síncope
• Classe III: pacientes com hipertensão
pulmonar resultando em importante limitação
das atividades físicas. Esses pacientes
sentem-se confortáveis quando em repouso,
mas esforços menores que as atividades
físicas habituais causam dispnéia ou fadiga
excessiva, dor torácica ou pré-síncope.
• Classe IV: pacientes com hipertensão
pulmonar resultando em incapacidade para
realizar qualquer atividade física sem
sintomas. Esses pacientes manifestam sinais
de falência ventricular direita. Dispnéia e/ou
fadiga podem se manifestar durante o
repouso, e o desconforto aumenta em
qualquer esforço.
OBSERVAÇÃO
Insuficiência cardíaca direita
A insuficiência cardíaca direita (ICD) se apresenta
em decorrência de falência crônica da função ventricular
direita. Como o ventrículo direito funciona principalmente
na forma de capacitância estes fenômenos ocorrem de
forma lenta e gradual. Surgem sinais e sintomas de
pressões elevadas e de congestão nas veias e capilares
sistêmicos.
Principais sintomas:
Ganho de peso inexplicado; Edema dos
tornozelos; Congestão hepática; Veias jugulares
distendidas; Anorexia e náuseas; Nictúria; Fraqueza;
Cardiomegalia; Galope ventricular; Taquicardia; Pulso
alternante.
Equilíbrio Ácido Básico
• A razão normal ácido/base é 1:20,
representando uma parte de ácido, tal
como o dióxido de carbono (CO2), para 20
partes de base, tal como o bicarbonato de
sódio.
CO2 sai sob O2 entra sob
baixa pressão alta pressão
São utilizados três mecanismos para
controlar o equilíbrio ácido-básico do
sangue.
• Inicialmente, o excesso de ácido é
excretado pelos rins, principalmente sob a
forma de amoníaco, e os rins possuem
uma certa capacidade para alterar a
quantidade de ácido ou de base que é
excretada, mas isto em geral demora
vários dias.
• Em segundo lugar, o corpo usa soluções-
tampão no sangue para amortecer as alterações
bruscas da acidez. Um tampão atua
quimicamente para minimizar as alterações no
pH de uma solução. O tampão mais importante
do sangue utiliza bicarbonato, um composto
básico que está em equilíbrio com o anidrido
carbônico, um composto ácido. Quanto mais
ácido penetrar no sangue, mais bicarbonato e
menos anidrido carbônico se produzem; quanto
mais base penetrar no sangue, mais anidrido
carbônico e menos bicarbonato se produzem.
Em ambos os casos, o efeito sobre o pH é
minimizado.
Curiosidade

• Anidrido carbônico pode ser misturado com


o oxigénio (carbogênio) e utilizado em
anestesia, para controlar a respiração em
certas anestesias; é igualmente usado no
tratamento de determinadas asfixias, como a
devida ao óxido de carbono. A intoxicação
por anidrido carbónico, pode ser fatal, desde
que não se intervenha a tempo.
• O terceiro mecanismo para combater o pH do
sangue implica a excreção do anidrido
carbônico, que é um subproduto importante do
metabolismo do O2 e, é produzido de forma
constante pelas células. O sangue transporta o
anidrido carbônico para os pulmões, onde é
exalado. Os centros de controle respiratório no
cérebro regulam o volume de anidrido carbônico
que é exalado por meio do controle da
velocidade e da profundidade da respiração.
Quando a respiração aumenta, o valor do
anidrido carbônico do sangue diminui e este
torna-se mais básico. Quando a respiração
diminui, o valor do anidrido carbônico aumenta e
o sangue torna-se mais ácido.
• Por meio da modificação da velocidade e da
profundidade da respiração, os centros de controle
respiratório e os pulmões são capazes de regular o
pH do sangue minuto a minuto.
• Uma anomalia em um ou mais mecanismos de
controle do pH pode provocar uma das duas principais
alterações no equilíbrio ácido-básico: acidose ou
alcalose. A acidose é um quadro em que o sangue
tem muito ácido (pouquíssima base), dando como
resultado com frequência uma diminuição do pH do
sangue. A alcalose é uma situação em que o sangue
possui muita base (ou pouquíssimo ácido), resultando
por vezes num aumento do pH do sangue. A acidose
e a alcalose são o resultado de uma ampla variedade
de perturbações e fornecem um indício importante da
existência de um grave problema metabólico.
ACIDOSE E ALCALOSE
• A acidose e a alcalose podem ser
metabólicas ou respiratórias dependendo
da causa principal. A acidose e a alcalose
metabólicas são causadas por um
desequilíbrio na produção e na excreção
renal dos ácidos ou das bases. A acidose
e a alcalose respiratórias são causadas
principalmente por perturbações
pulmonares ou da respiração.
O pH
• pH significa "potencial Hidrogeniônico",
mede o grau de acidez, neutralidade ou
alcalinidade de uma determinada solução.
• As substâncias são consideradas ácidas
quando o valor de pH está entre 0 e 7 e
alcalinas (ou básicas) entre 7 e 14.
Curiosidades
• Vinagre: 2,9
• Coca-Cola: 2,5
• Saliva Humana: 6,5 - 7,4
• Água natural: 7
• Água do mar: 8
• Cloro: 12,5
• O pH no interior do estômago é
aproximadamente 1,5 a 2, graças à
presença do ácido clorídrico.
O pH do sangue
• A diminuição do pH no sangue humano
está relacionado com o surgimento de
doenças. O valor normal do pH sanguíneo
deve ser 7,4. Abaixo desse valor, a acidez
do sangue torna-se um meio propício para
os mais variados fungos, bactérias e vírus.
Medições do pH da saliva de pacientes
com câncer registraram valores entre 4,5
e 5,7.
Gasometria arterial ou venosa?
• Quando se está interessado em uma
avaliação da performance pulmonar, deve
ser sempre obtido sangue arterial, pois
esta amostra informará a respeito da
hematose e permitirá o cálculo do
conteúdo de oxigênio que está sendo
oferecido aos tecidos. No entanto, se o
objetivo for avaliar apenas a parte
metabólica, isso pode ser feito através de
uma gasometria venosa.
Valores normais da gasometria
• pH 7,35 a 7,45
• pO2 (pressão parcial de oxigênio) 80 a
100 mmHg
• pCO2 (pressão parcial de gás carbônico)
35 a 45 mmHg
• HCO3 (necessário para o equilíbrio ácido-
básico sanguíneo) 22 a 26 mEq/L
• SaO2 Saturação de oxigênio (arterial) 92
A 98 %
• Um pH < 6.9 afeta a contratilidade
miocárdica, o ritmo cardíaco e o estado
mental;
• A acidose é classificada como respiratória
ou metabólica dependendo do tipo de ácido
(co2 ou HCO3)
A avaliação do pH serve para determinar se
está presente uma acidose ou uma
alcalose. Um pH normal não indica
necessariamente a ausência de um
distúrbio ácido-básico, dependendo do grau
de compensação. O desequilíbrio ácido-
básico é atribuído a distúrbios ou do sistema
respiratório (PaCO2) ou metabólico.
PaO2 ou PO2
• A PaO2 exprime a eficácia das trocas de
oxigênio entre os alvéolos e os capilares
pulmonares, e depende diretamente da
pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da
capacidade de difusão pulmonar desse
gás, da existência de Shunt anatômicos e
da reação ventilação / perfusão pulmonar.
Alterações desses fatores constituem
causas de variações de PaO2.
Avalia a capacidade de oxigenação
dos pulmões.
PaCO2 ou PCO2
• A pressão parcial de CO2 do sangue
arterial exprime a eficácia da ventilação
alveolar, sendo praticamente a mesma do
CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade
deste gás. Seus valores normais oscilam
entre 35 a 45 mmHg.
• Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg,
o paciente está hiperventilando, e se o pH
estiver maior que 7,45, ele está em
Alcalose Respiratória.
• Se a PaCO2 estiver maior que 45 mmHg,
o paciente está hipoventilando, e se o pH
estiver menor que 7,35, ele está em
Acidose Respiratória.
HCO3
• HCO3- (bicarbonato) As alterações na
concentração de bicarbonato no plasma
podem desencadear desequilíbrios ácido-
básicos por distúrbios metabólicos.

• Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L


com desvio do pH > 7,45, o paciente está
em Alcalose Metabólica.
• Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L
com desvio do pH < 7,35, o paciente está
em Acidose Metabólica.
• BE (Base excess) Sinaliza o excesso ou
déficit de bases dissolvidas no plasma
sanguíneo.
• SatO2 (%) Conteúdo de
oxigênio/Capacidade de oxigênio;
corresponde à relação entre o conteúdo
de oxigênio e a capacidade de oxigênio,
expressa em percentual.
Acidose respiratória
(Aumento da PaCO2)
Qualquer fator que reduza a ventilação
pulmonar, aumenta a concentração de CO2
(aumenta H+ e diminui pH) resulta em
acidose respiratória.
• Hipoventilação → Hipercapnia (PaCO2 >
45mmHg) → Acidose respiratória
• A acidose respiratória é a acidez excessiva
do sangue causada por uma acumulação de
anidrido carbônico no sangue resultante de
um fraco funcionamento pulmonar ou de uma
respiração lenta.
• A velocidade e a profundidade da respiração
controlam a quantidade de anidrido
carbônico no sangue. Normalmente, quando
este se acumula, o pH do sangue desce e o
sangue torna-se ácido. Os valores elevados
de anidrido carbônico no sangue estimulam
as zonas do cérebro que regulam a
respiração, que por sua vez induzem uma
respiração mais rápida e mais profunda.
Causas
• Surge quando os pulmões não expulsam o
anidrido carbônico de uma forma adequada.
Isto pode acontecer nas doenças que afetam
gravemente os pulmões: enfisema, bronquite
crônica, pneumonia grave, edema pulmonar
e asma.
• Pode ocorrer também quando as doenças
dos nervos ou dos músculos do tórax
dificultam o mecanismo da respiração ou em
casos onde ouve sedação demasiada por
narcóticos e hipnóticos que abrandam o ritmo
da respiração.
Sinais e sintomas
• Inicialmente pode haver dor de cabeça ou
sonolência. Quando a acidose respiratória
se agrava, a sonolência pode evoluir para
estupor e coma, que podem verificar-se
imediatamente, caso a respiração se
interrompa ou seja gravemente alterada,
ou em horas, se a respiração se for
alterando gradualmente. Os rins tentam
compensar a acidose retendo bicarbonato,
mas este processo pode exigir muitas
horas ou dias.
Tratamento
• O tratamento da acidose respiratória tenta
melhorar o funcionamento dos pulmões.
Os medicamentos que melhoram a
respiração podem ajudar a aliviar os
pacientes com doenças pulmonares como
a asma e o enfisema.
• As pessoas que por qualquer razão têm
um funcionamento pulmonar gravemente
alterado podem precisar de respiração
artificial por meio de ventilação mecânica
Alcalose respiratória
(Diminuição da PaCO2)
Quando a ventilação alveolar está
aumentada, a PaCO2 alveolar diminui,
consequentemente, haverá diminuição da
PCO2 arterial menor que 35mmHg,
caracterizando uma alcalose respiratória
(diminuição de H+, aumento do pH).
• Hiperventilação → Hipocapnia (PaCO2 <
35mmHg) → Alcalose respiratória
• É uma situação onde o sangue é alcalino
devido a respiração rápida ou profunda e
tem como resultado uma baixa
concentração de anidrido carbônico no
sangue.
• Uma hiperventilação, provoca uma
eliminação excessiva de anidrido carbônico
do sangue. A causa mais frequente de
hiperventilação, e portanto de alcalose
respiratória, é a ansiedade. As outras
causas de alcalose respiratória são a dor, a
cirrose hepática, baixos valores de oxigénio
no sangue, febre e sobredose de aspirina.
Sinais e sintomas
• A alcalose respiratória pode produzir
ansiedade e uma sensação de formigamento
ao redor dos lábios e do rosto. Se a alcalose
respiratória se agravar, pode causar espasmos
musculares e o doente pode sentir-se
separado da realidade.
• Geralmente pode-se chegar ao diagnóstico de
alcalose respiratória pela simples observação
do doente e dialogando com ele.
• Quando o diagnóstico não é óbvio, pode-se
medir o valor do anidrido carbônico numa
amostra de sangue arterial. Com frequência o
pH do sangue também é elevado.
Tratamento
• Habitualmente o único tratamento necessário é
reduzir a velocidade da respiração.
• Se a respiração rápida é causada por qualquer
tipo de dor, geralmente o alívio da mesma é
suficiente para que o ritmo respiratório se
regularize.
• Respirar dentro de um saco de papel (e não de
plástico) pode ajudar a aumentar o conteúdo de
anidrido carbônico do sangue.
• Quando o anidrido carbônico aumenta, os
sintomas de hiperventilação melhoram,
reduzindo desse modo a ansiedade e
interrompendo-se o ataque.
Acidose Metabólica
(Diminuição de HCO3-)

• O distúrbio ácido-básico que mais


frequentemente se observa na prática
clínica é a acidose metabólica. A
administração de HCO3- por via venosa
está indicada quando o pH < 7.25, na
maioria dos casos.
• ↓ HCO3- ( < 22 mEq/L) e ↓ pH ( < 7,35)
• É uma acidez excessiva do sangue onde há
uma concentração anormalmente baixa de
bicarbonato no sangue.
• Quando um aumento do ácido ultrapassa o
sistema de amortecimento do pH do corpo, o
sangue pode acidificar-se. Quando o pH do
sangue diminui, a respiração torna-se mais
profunda e mais rápida, porque o corpo tenta
libertar o sangue do excesso de ácido
diminuindo o volume do anidrido carbônico.
• Por fim, os rins tentam compensá-lo por meio da
excreção de uma maior quantidade de ácido na
urina. Porém pode não funcionar caso o corpo
continue a produzir muito ácido, o que conduz a
uma acidose grave e finalmente ao coma.
Causas
• A quantidade de ácido no organismo pode
aumentar devido à ingestão de um ácido
ou de uma substância se transforma em
ácido. A maior parte das substâncias que
causam acidose ao ser ingeridas
consideram-se venenosas.
• Exemplos: metanol e os anticoagulantes
(etilenoglicol). Contudo, mesmo uma
sobredose de aspirina (ácido
acetilsalicílico) pode provocar acidose
metabólica.
• Em segundo lugar, o corpo pode produzir
quantidades crescentes de ácido através
do metabolismo. O organismo pode
produzir um excesso de ácido em
consequência de várias doenças; uma das
mais significativas é a diabetes mellitus
tipo I. Quando a diabetes está mal
controlada, o corpo decompõe os lipídeos
e produz ácidos denominados cetonas;
também produz um excesso de ácido nos
estágios avançados do choque, formando
ácido láctico através do metabolismo do
açúcar.
• Em terceiro lugar, a acidose metabólica
pode ser consequência da incapacidade
dos rins em excretarem a quantidade
suficiente de ácido. A produção de
quantidades normais de ácido pode
produzir uma acidose quando os rins não
funcionam normalmente. Este tipo de
disfunção do rim denomina-se acidose
tubular renal e pode surgir nas pessoas
com insuficiência renal ou que tenham
alterações que afetam a capacidade dos
rins para excretar ácido.
Sinais e Sintomas
• Acidose metabólica ligeira pode não provocar
sintomas, embora em geral provoque náuseas,
vómitos e cansaço. A respiração torna-se mais
profunda ou ligeiramente mais rápida, mas pode
passar despercebido em muitos casos.
• Quando a acidose se agrava, o doente começa
a sentir-se extremamente fraco e sonolento e
pode sentir-se também confuso e cada vez com
mais náuseas. Se a acidose continuar a
agravar-se, a pressão arterial pode baixar
bruscamente, conduzindo ao choque, ao coma
e à morte.
• O diagnóstico de acidose requer em geral a
determinação do pH sanguíneo numa amostra de
sangue arterial, colhida habitualmente da artéria
radial no antebraço. Usa-se o sangue arterial
porque o sangue venoso não proporciona uma
medição exata do pH.
• Também mede-se as concentrações de anidrido
carbônico e de bicarbonato no sangue. São feitas
também análises adicionais de sangue para
determinar a causa. Por exemplo, as altas
concentrações de açúcar no sangue e a presença
de cetonas na urina indicam geralmente uma
diabetes não controlada. A presença de uma
substância tóxica no sangue sugere que a acidose
metabólica é causada por intoxicação ou
sobredose.
Tratamento
• O tratamento depende principalmente da causa.
Sempre que for possível, trata-se a causa base.
Por exemplo, pode-se controlar a diabetes com
insulina ou tratar a intoxicação mediante a
eliminação da substância tóxica do sangue. Por
vezes é necessário recorrer à diálise para tratar
casos graves de sobredose e intoxicação.
• Pode ser tratada diretamente. Se a acidose for
ligeira, é possível que seja suficiente fornecer
líquidos por via endovenosa e tratar a perturbação
de base. Caso seja grave, pode-se administrar
bicarbonato EV; contudo, haverá apenas alívio
temporário e pode causar problemas.
Alcalose Metabólica
(Aumento de HCO3-)

• A alcalose metabólica verifica-se quando o


corpo perde muito ácido. Pode
desenvolver-se quando a excessiva perda
de sódio ou de potássio afeta a
capacidade renal para controlar o
equilíbrio ácido-básico do sangue.
• ↑ HCO3- ( > 28 mEq/L) e ↑ pH ( > 7,45)
• A alcalose metabólica é uma situação em
que o sangue é alcalino devido a uma
concentração muito elevada de bicarbonato.
• Verifica-se quando o corpo perde muito
ácido. Por exemplo, durante períodos de
vômitos repetidos ou quando se aspira o
ácido do estômago com uma sonda
nasogástrica (normalmente depois de uma
cirurgia abdominal). Raramente desenvolve-
se quando se ingeriram demasiadas
substâncias alcalinas, ou quando a excessiva
perda de sódio ou de potássio afeta a
capacidade renal para controlar o equilíbrio
ácido-básico do sangue.
Sinais e Sintomas
• Pode causar irritabilidade, clonismo e
contrações musculares ou então não
causar qualquer sintoma. Se a alcalose
metabólica for grave, podem-se verificar
contrações prolongadas e espasmos dos
músculos (tetania).
• Uma amostra de sangue arterial revela em
geral que o sangue é alcalino. Uma
amostra de sangue venoso contém
elevados valores de bicarbonato.
Tratamento
• Geralmente o tratamento da alcalose
metabólica consiste na reposição de água
e de eletrólitos (sódio e potássio)
enquanto se trata a causa base. Por
vezes, quando a alcalose metabólica é
muito grave, fornece-se ácido diluído sob
forma de cloreto de amónio por via
endovenosa
Causas de acidose e alcalose
metabólica
• Acidose metabólica: Insuficiência renal; Acidose
tubular renal (um tipo de malformação renal);
Cetoacidose diabética; Acidose láctica (acumulação
de ácido láctico);Substâncias tóxicas como
etilenoglicol, salicilato (em dose excessiva), metanol,
paraldeído, acetazolamida ou cloreto de amónio;
Perda de bases, como o bicarbonato, através do trato
gastrointestinal, causada por diarreia, íleostomia ou
uma colostomia.
• Alcalose metabólica: Uso de diuréticos (tiazidas,
furosemida, ácido etacrínico); Perda de ácido causada
por vómitos ou aspiração do conteúdo do estômago;
Glândulas supra-renais hiperativas (síndroma de
Cushing ou utilização de corticosteróide).
Intubação Traqueal
• Um dos procedimentos mais utilizados em
UTI é a intubação traqueal. Isso ocorre
porque os pacientes que ai se encontram
apresenta quadro clínico instável,
decorrente de intervenções feitas em
situações de urgência ou emergência, ou
são pacientes em recuperação pós-
operatória. É procedimento é exclusivo do
médico.
• Antes que o procedimento seja realizado,
alguns itens devem ser observados para que o
procedimento seja um sucesso e não traga ao
paciente eventos indesejáveis. Os principais
itens a serem observados no paciente são o
estado de consciência no qual ele se encontra,
a característica de sua respiração espontânea e
a utilização da musculatura acessória,
alterações no padrão clínico hemodinâmico e
análise de exames laboratoriais onde podemos
citar: valores de saturação de oxigênio no
sangue e gasometria arterial e venosa.
Ventilação Mecânica
• A ventilação mecânica controla ou
sustenta a respiração artificialmente. Os
respiradores funcionam criando alterações
de pressão que fazem o ar mover-se para
dentro e para fora dos pulmões. Os
respiradores com pressão positiva
ciclados a volume, o tipo mais comumente
usados em pacientes adultos, distribuem
um volume específico de ar a cada
ventilação ciclada.
• Quando o paciente não consegue promover
a troca gasosa adequada para suprir os
tecidos corporais com oxigênio, a ventilação
mecânica sustenta artificialmente ou ajuda o
paciente a fazê-lo.
- Realiza o trabalho físico de movimentar
o ar para dentro e para fora dos pulmões;
- Não substitui nem altera a função
fisiológica dos pulmões.
• O médico seleciona um tipo de respirador e o
modo de ventilação com base no diagnóstico
do paciente e nas suas necessidades
específicas.
• O respirador é conectado a uma via
respiratória artificial
- Um tubo é usado para ventilação (com
cuff para adultos; sem cuff para
crianças). Esse tubo deve ser utilizado
por tempo determinado.
- Uma cânula para traqueostomia é usada
para ventilação de longo prazo.
Propósito e indicação para
Intubação e Ventilação Mecânica
• Fornecer energia mecânica que
capacitará o sistema pulmonar a manter
ventilação quando uma condição
neurológica ou neuromuscular, ou uma
paralisia farmacologicamente induzida
evita respiração.
• Melhorar a eficácia da ventilação ou da
oxigenação por meio da manipulação do
padrão ventilatório e de pressões da via
respiratória
• Manter um bom padrão respiratório e
favorecer a HEMATOSE, evitar angústia
respiratória e seqüelas provocadas pela
anóxia.
• Desviar uma obstrução das VAS
• Remover secreções
TRAQUEOPULMONARES acumuladas;
• Favorecer ou corrigir o padrão respiratório
do paciente;
• Dar condições para respiração mecânica
através da utilização de respiradores;
• Evitar aspiração mantendo a separação
ente a via aérea e a via digestiva
• Promover hiperventilação para o
paciente que apresenta lesões
cranioencefálicas.
• Manter vias aéreas permeáveis;
• Permitir a administração de aerossóis.
• Diminuir o desconforto respiratório
• Reverter a acidose respiratória aguda
grave
• “Monitorar” o pH
• Corrigir a hipoxemia
• Reverter a fadiga muscular
• Reverter ou prevenir atelectasias
• Possibilitar sedação e bloqueio
neuromuscular
• Diminuir o consumo de O2 dos
músculos respiratórios e aumentar a
oferta de O2 ao miocárdio e outros
órgãos
• Controlar a pressão intracraniana
Necessidade de Ventilação
Mecânica – quando é indicada
• Achados da Avaliação física

Dispnéia; taquipnéia; sons respiratórios


adventícios ou ausentes; cianose;
alteração do estado mental; taquicardia ou
arritmiasecundária à hipóxia
• Achados no exame diagnóstico
Níveis de gasometria arterial: pressão
parcial de dióxido de carbono (PaCO2)
maior que 50; pressão parcial de oxigênio
(PaO2) menor que 50; pH menor que 7,35
-Saturação de oxigênio arterial (SaO2)
menor que 80
-Diminuição do nível de consciência,
aumento da frequência respiratória e
diminuição de SaO2 fornecem indicação
precoce de angústia respiratória
• Volume corrente: menor que 5ml/kg
• Pressão inspiratória negativa: menor que
20cm H2O
• Volume-minuto (volume corrente x
freqüência): menor que 10l/ min.
Diagnóstico de enfermagem
sugerido para paciente que requer
ventilação mecânica
• Depuração de via respiratória ineficaz
• Ansiedade
• Padrão respiratório ineficaz
• Troca gasosa prejudicada
• Risco para infecção
• Comunicação verbal prejudicada
• Intolerância à atividade
Intervenções de enfermagem
• Realizar aspiração conforme protocolo e
sempre que necessário;
• Manter procedimentos datados, identificados
e fixados;
• Proporcionar mecanismos de comunicação
paciente-cuidador;
• Observar sinais de dor (taquicardia,
hipertensão, taquipneia);
• Comunicar alterações em ventilação
mecânica;
• Observar em extremidades: cianose,
perfusão, temperatura;
• Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas;
• Manter cabeceira elevada;
• Interromper fluxo de dietas durante
procedimentos;
• Trocar umidificador/filtro a cada 7 dias ou
conforme protocolo;
• Observar e anotar padrão ventilatório;
• Comunicar se SpO2 < 92%;
• Observar e anotar frequência de evacuações,
náuseas e vômitos;
• Observar e anotar comportamento neurológico;
• Monitorar a pressão do Cuff, se não houver
fisioterapeuta.
Indicação Profilática para
Intubação e Ventilação Mecânica
• Procedimento feito de forma preventiva,
possibilita a diminuição de intercorrência
pois, todo procedimento realizado fora de
uma situação de urgência ou emergência
é mais seguro e adequado.
Situações sugestivas de intubação
preventiva
• Choque prolongado;
• Pré-operatório de cirurgia de grande e
médio porte (depende da situação clínica
do paciente);
• Pós-operatório de cirurgia de grande e
médio porte (depende da situação clínica
de cada paciente);
• Obesidade (em casos de procedimentos
de alto risco ou quadro instável);
• Probabilidade de sepse;
• DPOC grave;
• Hipotermia;
• Caquexia;
• Desequilíbrio eletrolítico;
• Reoperação (cirurgia de grande e médio
porte);
• Possibilidade de sangramento superior a
500 ml.
MÉTODOS DISPONÍVEIS
Cânula Orofaríngea
(Guedel)
Cânula Nasofaríngea
Máscara Laríngea

Tubos traqueais ou
endotraqueais
Tubos de traqueostomia
Cânulas Orofaríngeas
(Guedel)
Tamanhos: 0 a 5 Máscara Laríngea Cânulas Orofaríngeas
Tamanhos: 1; 1,5; 2; 2,5; a 6 Tamanhos: 4 a 8,5

Tubo endotraqueal Cânula de


Tamanhos: 2 a 10.5 Traqueostomia 
CPAP
Quando descontinuar
Recomendação: O uso de VNI deve ser
monitorado por profissional da saúde à beira-
leito de 0,5 a 2 horas.
Para ser considerado sucesso, deve ser
observado diminuição da f, aumento do VC,
melhora do nível de consciência, diminuição ou
cessação de uso de musculatura acessória,
aumento da PaO2 e/ou da SpO2 e diminuição
da PaCO2 sem distensão abdominal
significativa.
Quando não há sucesso, recomenda-se
imediata
IOT e ventilação invasiva. Espera-se sucesso na
população hipercápnica com o uso da VNI em
75% dos casos, e nos hipoxêmicos em cerca de
50%.
Contraindicações a VNI
Absolutas (sempre evitar)
• - Necessidade de intubação
de emergência
• - Parada cardíaca ou
respiratória
Relativas
(analisar caso a caso risco x benefício)

- Incapacidade de cooperar, proteger as vias


aéreas, ou secreções abundantes

- Rebaixamento de nível de consciência


(exceto acidose hipercápnica em DPOC)

- Falências orgânicas não respiratórias


(encefalopatia, arritmias malignas ou
hemorragia digestivas graves com
instabilidade hemodinâmica)
• Cirurgia facial ou neurológica
• Trauma ou deformidade facial
• Alto risco de aspiração
• Obstrução de vias aéreas
superiores
• Anastomose de esôfago recente
(evitar pressurização acima de 20
cmH2O)
Classificação – Fase do Disparo
1 - TEMPO - TE = (60 / FREQUÊNCIA)

2 – PRESSÃO - GRADUADA EM CMH20


- ESCALA – 0.5 à – 20 CMH20

3 – FLUXO - AJUSTE MAIS SENSÍVEL DO


VENTILADOR - GRADUADA EM L / MIN
SENSIBILIDADE ESFORÇO INSP.
TRABALHO INSP.
Ciclos Ventilatórios
Há essencialmente 3 tipos de ciclos
ventilatórios na VM:
• Controlados: disparados, controlados e
ciclados pelo ventilador.
• Assistidos: disparados pelo paciente,
controlados e ciclados pelo ventilador.
• Espontâneos: disparados pelo paciente
que respira “espontaneamente” ligado ao
ventilador.
• Controlada: nenhuma participação do paciente
nesta modalidade, portanto é recomendável o
paciente estar sedado e/ou curarizado.
• Assisto / Controlada: o paciente já tem uma
participação no início da fase inspiratória
determinando quando iniciar através de um ligeiro
esforço inspiratório.
• SIMV (Espontânea / assistida): os ciclos
ventilatórios são divididos entre paciente e
ventilador. Durante a fase espontânea, o paciente
tem que vencer a resistência do circuito do
ventilador.
• PSV (Espontânea / assistida): o paciente participa
durante toda a fase inspiratória, tendo total controle
sobre FR, Volume e Fluxo
Tipos de Ventiladores
• Pressão negativa: exerce pressão
negativa no tórax externo (pulmão de aço
ou couraça); não requer intubação;
raramente utilizado nos dias de hoje.
• Ciclado a pressão com pressão positiva:
exerce pressão positiva na via
respiratória; uma pressão predeterminada
encerra a inspiração e pode proibir a
distribuição de volume corrente
• Com pressão positiva ciclada a tempo:
exerce pressão positiva na via respiratória;
distribui um volume de gás durante tempo
predeterminado
• Com pressão positiva ciclada a volume:
exerce pressão positiva na via respiratória;
distribui um volume predeterminado de gás e
possibilita que sejam estabelecidos limites
para a pressão e o tempo; é o tipo de
respirador mais comumente usado
• Ventilação com pressão positiva: exerce
pressão positiva na via respiratória; distribui
volumes pequenos de gás a freqüências
muito altas
Modos Ventilatórios
• Ventilação mandatória controlada (VMC):
distribui um volume corrente preestabelecido
a uma freqüência preestabelecida; ignora o
esforço ventilatório do próprio paciente ; é o
modo de ventilação menos frequentemente
utilizado. Desvantagem: assincronia
• Ventilação assistida controlada (A/C):
distribui um volume corrente preestabelecido
para cada respiração iniciada pela máquina
ou através do esforço do paciente; possibilita
a hiperventilação. Desvantagem: assincronia,
back up.
• Ventilação mandatória intermitente (VMI):
distribui um volume corrente preestabelecido
a uma freqüência preestabelecida enquanto
possibilita que o paciente respire à sua
própria freqüência e ao volume corrente;
podem ocorrer alterações da respiração se a
ventilação estiver fora de sincronia com os
esforços do paciente
• Ventilação mandatória intermitente
sincronizada (VMIS): distribui um volume
corrente mandatório preestabelecido
sincronizado com o esforço inspiratório do
paciente; é o modo de ventilação mais
comumente utilizado.
Ventilação Controlada por Volume

• Modo Controlado: Neste modo, fixa-se


FR, VC e Fluxo.

Se fixarmos FR=12 rpm, o disparo ocorrerá


a cada 5 seg, pois o disparo ocorre neste
modo exclusivamente por tempo.
Pois o volume corrente pré estabelecido é
liberado de acordo com a velocidade
determinada pelo fluxo.
Ventilação com Volume Controlado
Modo Assisto Controlado
• Nesta situação, a FR pode variar de
acordo com o esforço inspiratório do
paciente, porém mantêm-se fixo tanto o
VC como o fluxo.
Caso o paciente não consiga fazer esforço
inspiratório (sensibilidade atingida
insuficiente), este modo manterá os ciclos
ventilatórios de acordo com a FR mínima
indicada pelo operador da ventilação
mecânica
Ventilação Controlada por Pressão
Modo Controlado
• Neste modo fixa-se a FR, o Tempo
Inspiratório ou a relação Ti/Te, e o limite
de pressão inspiratória.
O volume corrente passa a depender da
pressão inspiratória pré-estabelecida, das
condições de impedância do sistema
respiratório e do tempo inspiratório
estabelecido.
Ventilação Controlada por Pressão
Modo Assisto-controlado
• No modo assito-controlado, os ciclos
ocorrem conforme o esforço do paciente,
pois este deverá ultrapassar a
sensibilidade.
A garantia do volume corrente, depende
do seu esforço na ventilação mecânica
Ventilação Mandatória Intermitente
• Quando o ventilador permite que o disparo
dos ciclos mandatórios ocorra em
sincronia com pressão negativa ou fluxo
positivo realizado pelo paciente,
chamamos este modo de Ventilação
Mandatória Intermitente Sincronizada -
SIMV
SIMV - Volume
Fixa-se FR, Vc, Fluxo insp e Sensibilidade.
Os ciclos mandatórios ocorrem na janela de
tempo pré-determinada (SIMV), de forma
sincronizada com paciente.
Se houver uma APNÉIA, o próximo ciclo
será disparado por tempo até que retornem
as incursões inspiratórias do paciente.
SIMV - Pressão
• Semelhante ao modo anterior, o que difere
são os parâmetros definidos pelo
operador: FR, Tempo Insp. ou a relação
I:E e o limite de pressão inspiratória, além
de sensibilidade.
Ventilação com Pressão de Suporte
PSV
• Modo de VM – espontâneo.
Apesar de ser disparado e ciclado pelo paciente,
o ventilador ASSISTE à ventilação através dos
parâmetros ajustados.
• Pressão Positiva na Inspiração.
• Normalmente 25% do pico de fluxo insp.
• Neste modo paciente controla: FR, Tempo
Inspiratório e Volume Inspirado.
• O volume corrente depende do esforço
inspiratório, da PS e da mecânica do sistema
respiratório.
Sinopse de Modalidades e
Modos
• Controladas:
VCV (Ventilação Controlada a Volume)
PCV (Ventilação Controlada a Pressão)
• Assistidas:
SIMV (Ventilação Mandatória Intermitente
Sincronizada)
Volume ( SIMV/V) ou Pressão (SIMV/P).
PSV (Ventilação com Pressão Suporte).
Todas outras modalidade derivam da A/C.
Ventilação Mecânica Não Invasiva
com Pressão Positiva
• As máscaras nasais ou oronasais são as
mais freqüentemente utilizadas para a
aplicação da VNI no ambiente hospitalar.
A máscara nasal é, provavelmente, a mais
confortável, porém a resistência das
narinas ao fluxo de ar e a presença do
vazamento de ar pela boca podem limitar
o seu uso em alguns pacientes.
• A máscara oronasal, também conhecida
como facial, é a mais utilizada para
pacientes com IRA, permitindo maior
volume corrente quando comparada com
a máscara nasal e, conseqüentemente,
correção mais rápida das trocas gasosas.
Não existe evidência suficiente para
recomendar o uso da máscara oronasal
ao invés da nasal para pacientes IRA.
Máscaras com orifício de exalação na
própria máscara podem diminuir a
reinalação de CO2 quando comparadas
com o uso de orifícios de exalação no
circuito único dos ventiladores de VNI.
A ventilação não invasiva (VNI) está
contraindicada nos pacientes com lesão das
vias aéreas superiores, na presença de
instabilidade hemodinâmica e no
traumatismo craniencefálico (TCE) grave.
Em pacientes com trauma torácico isolado,
a aplicação precoce de VNI é capaz de
melhorar as trocas gasosas, prevenir a
intubação orotraqueal (IOT), reduzir o tempo
de estadia na UTI e complicações.
O uso de VNI deve ser monitorado por
profissional da saúde à beira do leito de 0,5
a 2 horas.
Para ser considerado sucesso, devem ser
observados: diminuição da frequência
respiratória (f ), aumento do volume corrente
(VC), melhora do nível de consciência,
diminuição ou cessação de uso de
musculatura acessória, aumento da pressão
parcial de oxigênio (PaO2) e/ou da
saturação periférica de oxigênio (SpO2) e
diminuição da pressão parcial de gás
carbônico (PaCO2), sem distensão
abdominal significativa. Quando não há
sucesso, recomendam-se imediata IOT e
ventilação invasiva.
Pressão Positiva ao final da
Expiração (PEEP)
• Pressão expiratória final positiva: pressão
positiva exercida pela ventilação mecânica
ao final da expiração; contrapõe-se a
colapso pequeno das vias respiratórias e
facilita a troca gasosa para melhorar a
oxigenação
• PEEP= 5 CM H2O- impede colabamento
alveolar
• PEEP > 8 CM H20 – melhora oxigenação
• PEEP > 12 CM H20- repercussões
hemodinâmicas.
CPAP
• Pressão positiva contínua das vias
respiratórias (CPAP): pressão positiva
exercida continuamente por ventilação
mecânica; ajuda a evitar o colapso
alveolar nos pacientes que respiram
espontaneamente.
Pressão de suporte
• Pressão positiva exercida por ventilação
mecânica no início da inspiração; usada
para minimizar o estresse causado pela
respiração por meio de via artificial
• Responsável por vencer a resistência do circuito
durante a ventilação espontânea;
• VC, Fluxo, TI e FR são livres de acordo com o
esforço inspiratório;
• Pressões Suporte de 5 a 10 cmH2O – vencem a
resistência do circuito;
• De 10 a 20 cmH2O diminuem o esforço
muscular espontâneo.
• Ventilação espontânea NÃO assistida pelo
ventilador
• Fornece pressurização contínua tanto na
inspiração quanto na expiração
• O volume corrente depende do esforço
inspiratório do paciente e das condições
mecânicas do pulmão e caixa torácica
Controles do respirador
1 Modo: seleção de VMC, A/C, VMI ou VMIS

2 FIO2: a fração de oxigênio inspirado; em


geral relatada como porcentagem (0,40 =
40%)

3 Volume corrente: a quantidade de ar


distribuído para o paciente a cada ciclo
inspiratório; o montante de volume corrente
estabelecido em um respirador é de 10 a 15
ml/kg do peso corporal
4 Freqüência: o número de respirações do
respirador distribuído a cada minuto; a
frequência espontânea do paciente é
adicionada à do respirador para se obter a
frequência respiratória real por minuto.
5 Pressão inspiratória de pico: o montante de
pressão exercido para distribuir um volume
corrente preestabelecido; os limites são
estabelecidos para evitar barotrauma; o
volume restante não será distribuído quando
o limite da pressão for alcançado.
6 Alarmes: os dispositivos de segurança
usados para monitorar as alterações na
frequência, no volume e na pressão;
estes variam de máquina para máquina
7 Razão inspiratória/expiratória (I:E):
compara a duração da inspiração com a
duração da expiração; a razão normal é
1:2; observe que a expiração é duas
vezes mais longa que a inspiração.
Complicações da Ventilação
Mecânica
• O PNEUMOTORAX pode resultar da
ruptura alveolar causada por pressão
positiva alta exigida para distribuir um
volume preestabelecido
• O BAROTRAUMA pode resultar de
pressão intratorácica aumentada , que
pode lesionar os grandes vasos ou órgãos
no tórax
• Alterações na pressão hemodinâmica
podem resultar de aumento da pressão
intratorácica, que pode impedir o retorno
venoso, levando assim a uma diminuição
do débito cardíaco e aumento da pressão
arterial em cunha.
• O aumento da pressão intracraniana pode
resultar de diminuição de retorno venoso e
estase de sangue nos vasos cerebrais
• O desequilíbrio hídrico pode resultar do
uso de ar umidificado, fluxo linfático
reduzido ou síndrome da secreção
inapropriada de hormônio antidiurético.
Cuidados ao Paciente em Ventilação
Mecânica Invasiva e não invasiva
• Manter umidificação e aquecimentos
das vias aéreas inferiores durante a
ventilação mecânica.
• Trocar os dispositivos a cada 7, desde
que sejam mantidas a altura e a posição
adequadas do dispositivo em relação ao
tubo endotraqueal (o dispositivo deve ficar
vertical, conectado ao tubo e ao circuito,
de forma que as microgotas e sujidades
não o inundem).
• Em caso de sujidade, condensação ou
dano, o filtro deve ser trocado.
• Não realizar troca rotineira do circuito do
ventilador mecânico, somente quando
apresentar sujidade visível a olho nu,
dano ou ventilação prolongada (>30 dias).
CUFIMETRIA
• Em pacientes sob ventilação
mecânica, o balonete do tubo
endotraqueal deve permanecer
inflado a fim de evitar fuga aérea e
broncoaspiração.
• A pressão intra-cuff tem faixa
recomendada entre 18-22 mmHg e
deve permanecer constante. Pressão
mínima necessária para oclusão da
traquéia.
• Pressões elevadas: podem lesar a
parede traqueal.
• Pressões baixas: podem promover
microaspiração de secreções da
orofaringe, predispondo à ocorrência de
pneumonia nosocomial, deficiência de
ventilação em virtude da fuga aérea e
extubação acidental.
DESMAME

O desmame é descrito por diversos


autores como a área da penumbra da
terapia intensiva”
As técnicas de desmame enfocam o aumento
gradualmente crescente do uso pelo paciente
dos músculos respiratórios e a certificação de
ele pode respirar sem assistência antes de a
ventilação mecânica ser retirada.

INDICAÇÕES:
• Pacientes em ventilação mecânica invasiva por
mais de 24 horas
CONTRA-INDICAÇÕES:
• Situações de instabilidade clínica e/ou cirúrgicas
e insuficiência respiratória grave.
Responsável para indicar desmame
• Médico - indicação de manutenção do suporte
ventilatório ou dar início ao de desmame em
descontinuidade do suporte ventilatório.
Risco no desmame ou extubação
• Fadiga: ansiedade, confusão,
rebaixamento do nível de consciência;
sudorese;
• agitação; desaturação de O2; uso de
musculatura acessória; movimento
paradoxal tóraco-abdominal;
descompensação hemodinâmica; taqui ou
bradicardia; hipo ou hipertensão;
• Insucesso no desmame e reintubação
Como desmamar o paciente da
ventilação mecânica
• VMI
- A freqüência ventilatória é diminuída
gradualmente à medida que o paciente se
torna capaz de restabelecer a respiração
espontânea
- Em geral, é melhor para o paciente no
suporte ventilatório a longo prazo
• Adaptador T acoplado
- O paciente é desacoplado do respirador e
deve respirar espontaneamente por
períodos crescentes; depois, o paciente é
novamente acoplado ao respirador para
possibilitar repouso da musculatura
acessória
- Em geral utilizado para pacientes no pós
operatório que se submetem a ventilação
mecânica por um período curto até que os
efeitos anestésicos terminem ou para
pacientes que se submetem a paralisia
respiratória induzida durante um
procedimento curto
Avaliar a prontidão para o
desmame
• Pressão respiratória negativa > 20cm H2O
• Volume corrente: > 15ml/kg
• FiO2: menos que 40%
• Níveis de gasometria: PaCO2 45mmHg ou
menos, PaO2 de 60 mmHg ou mais, e pH 7,35 a
7,45 (os níveis de gasometria para pacientes
que apresentam doença pulmonar obstrutiva
crônica podem não estar dentro dos parâmetros
normais; os níveis de gasometria devem estar
próximos dos limites basais do paciente)
Avaliar se o paciente tem nível consciência
(escala de coma de Glasgow >8), tosse
eficaz (teste do cartão branco positivo e pico
de fluxo >60 lpm) e pouca secreção (sem
necessidade de aspiração a cada 1 ou 2
horas).
Recomenda-se o uso da VNI como
facilitadora de retirada da VM de forma
precoce em pacientes portadores de doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), desde
que sob adequada condição clínica. O
paciente deve ser conduzido em centros com
experiência no uso de VNI
Teste de Respiração Espontânea
PRIMEIRAOPÇÃO
Paciente fora da ventilação mecânica

Tempo de duração de 30 minutos a 2 horas

Oferta oxigênio para manter SpO2 > 90%


Segunda opção
BIPAP ou CPAP

Estes modos tiveram resultados iguais ao


do tubo “T” e PSV no teste de respiração
espontânea
Conduta no Paciente que NÃO Passou
no
Teste de Respiração Espontânea

Permanecer 24 horas em um modo


ventilatório que ofereça conforto

Novo teste de respiração espontânea

Nova tentativa de progredir o desmame


após 24 horas
Definições
• Desmame: transição da ventilação artificial para
a espontânea nos pacientes que permanecem
em ventilação mecânica invasiva por tempo
superior a 24 h.
• Interrupção de ventilação mecânica: refere-se
aos pacientes que toleraram um teste de
respiração espontânea e que podem ou não ser
elegíveis para
extubação.
• Extubação: é a retirada da via aérea artificial.
No caso de pacientes traqueostomizados,
utiliza-se o termo decanulação.
• Ventilação mecânica prolongada: é a
dependência da assistência ventilatória,
invasiva ou não-invasiva, por mais de 6 h por
dia, por tempo superior a três semanas,
apesar de programas de reabilitação,
correção de distúrbios funcionais e utilização
de novas técnicas de ventilação.
• Sucesso do desmame: manutenção da
ventilação espontânea durante pelo menos
48 h após extubação ou por 7 dias nos
pacientes em ventilação mecânica
prolongada.
Aspiração de secreções
• Existem os seguintes tipos de aspiração:
• aspiração orofaríngea, nasofaríngea,
orotraqueal, nasotraqueal e a aspiração
do tubo endotraqueal.
• A ordem de Aspiração é: primeiro o tubo
endotraqueal, segundo a cavidade nasal e
terceiro a cavidade oral, quando se trata
de utilizar a mesma sonda de aspiração.
Aspiração de orofaringe e
nasofaringe
• É indicada no paciente que apresenta
secreções pulmonares, capacidade de
tossir diminuída e ausência do tubo
endotraqueal. A sonda é introduzida até a
traquéia pela cavidade oral ou, através da
narina preferencialmente. Este
procedimento não deve ultrapassar 15
segundos
• É indicado nos casos de diminuição do
estado de consciência,
• obstrução das vias aéreas, ventilação
mecânica e remoção das secreções
acumuladas na traqueia.
• É indicado nos casos de diminuição do
estado de consciência, obstrução das vias
aéreas, ventilação mecânica e remoção
das secreções acumuladas na traquéia.
• A necessidade de aspiração será
determinada pela observação do paciente,
sendo imprescindível sempre que a
inspeção ou a ausculta revelarem a
presença de secreções.
• Cânula de Guedel - Facilita a aspiração
orotraqueal do paciente inconsciente,
tornando mais fácil o acesso da sonda à
traquéia.

• A retirada das secreções da traquéia


precisa ser asséptica, sem traumas e
eficaz.
Complicações
• Hipoxemia e dispnéia, pela remoção de
oxigênio com as secreções; ansiedade e
inquietação podendo alterar o padrão
respiratório; arritmias cardíacas resultantes
da hipóxia e do estímulo ao nervo vago na
árvore traqueobrônquica.
• Traumatismo traqueal ou bronquial devido a
aspiração traumática ou prolongada.
• Pacientes em uso de anticoagulantes ou com
discrasia sanguinea podem apresentar
sangramento como resultado da aspiração.
• Infecções sistêmicas e pulmonares.
Monitorização cardíaca
• Oximetria de pulso
• Monitor cardíaco
• A monitorização cardíaca contínua
possibilita a observação contínua da
atividade elétrica do coração. As
habilidades essenciais para a
monitorização cardíaca contínua incluem
colocação correta do eletrodo no paciente,
com base na derivação de monitoração
selecionada e a capacidade de reconhecer
um ritmo sinusal e a forma de onda
característica do ciclo cardíaco normal. O
ritmo sinusal fornece o padrão para se
identificarem todos os outros ritmos
• Alterações hemodinâmicas indicam
falência orgânica múltipla atribuída a
hipoperfusão periférica e/ou hipóxia
celular Entretanto quantificar o grau de
hipoperfusão a beira do leito, continua um
desafio
Monitor
• A monitoração cardíaca mede a atividade
elétrica cardíaca, exibida nas formas de
onda, por meio da colocação de eletrodos
no tórax.
- Cada forma de onda representa um
evento particular no ciclo cardíaco
- As formas de onda são identificadas pelas
letra P, Q, R, S e T
• O paciente pode ser monitorado
continuamente enquanto estiver no leito
(monitoração a beira do leito) ou enquanto
deambula (TELEMETRIA)
- Os eletrodos são colocados no tórax para
possibilitar a mobilidade do paciente; não
devem ser colocados sobre proeminências
ósseas
- O gel condutor utilizado nos eletrodos deve ser
úmido
- A qualidade da forma de onda do
eletrocardiograma (ECG) depende do gel
condutor do eletrodo e da colocação do
eletrodo.
Componentes do equipamento
para monitoração básica
• Alarmes: controles que permitem
estabelecer limites para as freqüências
cardíacas rápidas ou lentas

• Cópia impressa: impressão do traçado


do ECG em papel padronizado
Determinação da freqüência e do
ritmo
• A freqüência e o ritmo são determinados a
partir do monitor ou da cópia impressa
• O tempo é medido ao longo do eixo
horizontal da cópia impressa; cada
pequeno quadrado representa 0,04s e
cada quadrado maior representa 0,20s
• A cópia impressa em geral é marcada nos
intervalos de 3 a 6s
• A velocidade de registro no monitor e na
cópia impressa deve ser ajustada para
25mm/s, de maneira que 300 quadrados
maiores passem através do registrador a
cada minuto
• A freqüência pode ser obtida a partir de
um display digital de leitura ou calculada a
partir da cópia impressa, determinando-se
o número de ciclos cardíacos em um
intevalos de 6s e multiplicando-se por 10
• Pode-se determinar o ritmo na cópia
impressa, medindo-se o comprimento
entre os intervalos R-R (determina o ritmo
ventricular) ou os intervalos P-P (o ritmo
atrial) por meio de CALIBRADORES
• O monitor serve para a equipe médica
avaliar de modo contínuo os sinais vitais
do paciente. Através de eletrodos,
aparelhos de pressão automatizados e
sensores ligados ao paciente é possível
acompanhar a frequência cardíaca e
respiratória, a pressão arterial e a
saturação de oxigênio do sangue. O
monitor cardíaco também nos fornece um
traçado simples de eletrocardiograma,
onde é possível identificar o surgimento
de arritmias cardíacas.
• O monitor é programado para alarmar
sempre que houver:
– Acelerações ou desacelerações da
frequência cardíaca.
– Picos hipertensivos ou hipotensão.
– Queda da saturação de oxigênio no
sangue.
Indicações da monitoração
contínua
• Monitorar o ritmo cardíaco em paciente
criticamente doentes
• Observar as arritmias sintomáticas ou a
doença cardiaca
• Avaliar terapia medicamentosa,
reposição volêmica ou de eletrólitos
Limitações da monitoração
cardíaca
• Mede apenas a atividade elétrica
• Não é indicador de função mecânica
cardíaca
• Requer avaliação e correlação com o estado
clinico do paciente antes que seja
implementada qualquer intervenção para o
rimo cardíaco indicado por monitoração
cardíaca continua
• Não é substituto do ECG diagnóstico de 12
derivações
Assistência ao paciente
• Explicar o procedimento ao paciente
• Preparar a pele para a colocação dos
eletrodos retirando pelos, limpando e
friccionando para diminuir a resistência da
pele à transmissão dos sinais elétricos
dos coração
• Colocar os eletrodos nos locais corretos
com base na seleção da derivação
• Observar o monitor para mudanças da
freqüência, no ritmo ou na condução;
registrar e relatar ao médico alterações
significativas
• Registrar e relatar ao médico dor torácica
e diaforese, especialmente se ocorrerem
simultaneamente com as alterações do
monitor
• Orientar o paciente
ELETROCARDIOGRAMA
• O ECG é registrado pelo aparelho
eletrocardiográfico em papel milimetrado,
sendo registrado na velocidade de 25
mm/s.
• O ECG padrão compõe-se de 12
derivações, sendo 6 derivações periféricas
– DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF e 6
derivações precordiais – V1, V2, V3, V4,
V5 e V6. Podemos ter ainda – V7, V8,
V3R e V4R.
Posicionam-se as pás do ECG na
seguinte disposição

Pá de cor amarela – posição em MSE;


Pá de cor verde – posição em MIE;
Pá de cor vermelha – posição em MSD;
Pá de cor preta – posição em MID.
Derivações Precordiais
V1: quarto a quinto espaço intercostal à
direita;
V2: quarto a quinto espaço intercostal à
esquerda;
V3: posição mediana entre V2 e V4;
V4: linha hemiclavicular E, abaixo do
mamilo esquerdo;
V5: posição mediana entre V4 e V6;
V6: linha axilar média esquerda.
V7: posição mediana entre V6 e V8.
V8: linha hemiescapular esquerda.
V3R: mesmo posicionamento de V3, porém
à direita.
V4R: mesmo posicionamento de V4, porém
à direita.
TIPOS DE DERIVAÇÕES
• Polarização e repolarização são os
eventos eletricos em um ciclo cardíaco
• Cada evento eletrico é representado pela
deflexão de uma forma de onda
ONDA P
• A onda P representa a despolarização
atrial e indica a função do nódulo sinuatrial
• Localização: precede o complexo QRS
• Duração: 0,06 a 0,11s
• Configuração: em geral simetricamente
arredondada e vertical na derivação II;
pode ser difásica (positiva e negativa),
plana ou invertida em MCL1
COMPLEXO QRS
• O complexo QRS representa a
despolarização ventricular
• Localização: segue-se ao intervalo PR
• Duração: menos de 0,10s
• Configuração: diferente em cada derivação;
a onda Q é a primeira deflexão negativa
(pode não aparecer sempre); a onda R é a
primeira deflexão positiva; a onda S é a
deflexão negativa após a onda R
ONDA T
• A onda T representa a polarização
ventricular
• Localização: segue-se a onda S e ao
seguimento ST
• Duração: em geral não mensurada
• Configuração em geral arredondada,
vertical, plana e menor que 5mm na
derivação II; a direção da deflexão na
MCL1 é variável
INTERVALO PR
• O intervalo PR representa o tempo que o
impulso leva pára alcançar a FIBRAS de
PURKINJE
• Localização: estende-se do inicio da onda
P até o início do complexo QR
• Duração: 0,12 a 0,20s
Segmento ST
• O seguimento ST representa o final da
despolarização ventricular e o início da
repolarização
• Localização: estende-se do final da onda
S até o início da onda T
• Duração: em geral não mensurada
• Configuração: em geral isoelétrica, não
variando mais que 1mm (um bloqueio
vertical pequeno)
Ritmo Sinusal normal
• Ritmo que origina no nódulo sinusal com
todas as características de um ciclo
cardíaco normal (ver ciclo normal)
• Freqüência varia de 60 a 100
batimentos/min
SISTEMA DE PURKINJE
• A ritmicidade própria do coração, assim
como o sincronismo na contração de suas
câmaras, é feito graças um interessante
sistema condutor e excitatório presente no
tecido cardíaco: O Sistema de Purkinje.
Este sistema é formado por fibras auto-
excitáveis e que se distribuem de forma
bastante organizada pela massa muscular
cardíaca.
• Nodo Sinu-Atrial (SA): Também chamado
nodo Sinusal, é de onde partem os
impulsos, a cada ciclo, que se distribuem
por todo o restante do coração. Por isso
pode ser considerado o nosso
marcapasso natural. Localiza-se na
parede lateral do átrio direito, próximo à
abertura da veia cava superior. Apresenta
uma frequência de descarga rítmica de
aproximadamente 70 despolarizações (e
repolarizações) a cada minuto.
• A cada despolarização forma-se uma
onda de impulso que se distribui, a partir
deste nodo, por toda a massa muscular
que forma o sincício atrial, provocando a
contração do mesmo. Cerca de 0,04
segundos após a partida do impulso do
nodo SA, através de fibras denominadas
internodais, o impulso chega ao Nodo AV.
• Nodo Atrio-Ventricular (AV): Chegando o
impulso a este nodo, demorará
aproximadamente 0,12 segundos para
seguir em frente e atingir o Feixe AV, que
vem logo a seguir. Portanto este nodo,
localizado em uma região bem baixa do
sincício atrial, tem por função principal
retardar a passagem do impulso antes
que o mesmo atinja o sincício ventricular.
• Isto é necessário para que o enchimento
das câmaras ventriculares ocorra antes da
contração das mesmas pois, no momento
em que as câmaras atriais estariam em
sístole (contraídas), as ventriculares ainda
estariam em diástole (relaxadas). Após a
passagem, lenta, através do nodo AV, o
impulso segue em frente e atinge o feixe
AV.
• Feixe AV: Através do mesmo o impulso
segue com grande rapidez em frente e
atinge um segmento que se divide em 2
ramos: Ramos direito e esquerdo do feixe
de Hiss.
• Ramos Direito e Esquerdo do Feixe de
Hiss: Através destes ramos,
paralelamente, o impulso segue com
grande rapidez em direção ao ápice do
coração, acompanhando o septo
interventricular. Ao atingir o ápice do
coração, cada ramo segue, numa volta de
quase 180 graus, em direção à base do
coração, desta vez seguindo a parede
lateral de cada ventrículo. Note que cada
ramo emite uma grande quantidade de
ramificações.
• Estas têm por finalidade otimizar a chegada
dos impulsos através da maior quantidade
possível e no mais curto espaço de tempo
possível por todo o sincício ventricular. Com
a chegada dos impulsos no sincício
ventricular, rapidamente e com uma grande
força, ocorre a contração de todas as suas
fibras. A contração das câmaras ventriculares
reduz acentuadamente o volume das
mesmas, o que faz com que um considerável
volume de sangue seja ejetado, do ventrículo
direito para a artéria pulmonar e, do
ventrículo esquerdo para a artéria aorta.
Arritmias cardiacas
• As arritmias podem ser detectadas por
alteração no pulso, anormalidade na
ausculta da freqüência cardíaca ou
anormalidade no ECG.
• A etiologia das arritmias é determinada
por diversos fatores, que atuam sobre o
nodo sinoatrial e as estruturas envolvidas
no processo de condução dos impulsos
nele gerados.
• Causas não-cardíacas = infecções,
desequilíbrio eletrolítico, desequilíbrio ácido-
básico, hipóxia, intoxicação digitálica.
• Causas cardíacas = IAM, ICC, embolia
pulmonar e pericardite.
• O segredo da interpretação das arritmias está
no reconhecimento dos fatores responsáveis
pela sua aparição. A história clínica e o exame
físico servem para interpretar as arritmias. É
necessário conhecer os sintomas, como se
iniciou a arritmia (gradual ou súbita), o estado
de hidratação do paciente, medicamentos
atuais, equilíbrio eletrolítico, temperatura do
corpo e estado de oxigenação.
• As arritmias, às vezes, são inofensivas, mas
também podem ser o primeiro sinal de uma
parada cardíaca iminente. Quando acontece
uma arritmia, o débito cardíaca, e
conseqüentemente a pressão arterial podem
baixar. O coração, o cérebro e os demais
órgãos passam a receber menos irrigação e
concretiza-se uma crise de isquemia.
• Verificar o estado do paciente (cor da pele,
palidez, cianose); palpar o pulso carotídeo;
auscultar o pulso apical com estetoscópio e
verificar a freqüência e as características dos
batimentos cardíacos são cuidados
fundamentais.
TRATAMENTOS PARA ARRITMIAS
CARDÍACAS
• CONVERSÃO ELÉTRICA - Realização de
desfibrilação e cardioversão.
• ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA - Implante de
marcapasso externo.
• ABLAÇÃO - Método utilizado para eliminar
uma via acessória de estimulação do sistema
elétrico cardíaco - um cateter especialmente
desenhado é posicionado nas proximidades da via
acessória. Em seguida, uma forma de energia (ondas de
radiofreqüência) é liberada pelo cateter, aquecendo os
tecidos cardíacos situados sob a ponta do cateter e
fazendo com que as células anormais parem de
funcionar, eliminando o circuito anômalo.
“A tarefa não é tanto ver o que
ninguém viu ainda, mas pensar
o que ninguém pensou sobre algo
que todos vêem”.
Arthur Schopenhauer filósofo alemão
(1788-1860).

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