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Guia do Episódio de Cuidado

Insuficiência Respiratória em Pediatria

1. FLUXOGRAMA MANEJO DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NA PEDIATRIA

Via
aérea NÃO
pérvia e
sustentá
vel ?

SIM

• Paciente em • Abrir via aérea (elevação de


apnéia/ queixo/tração da mandíbula)
bradipnéia? • Aspirar via aérea se
• Letárgico? necessário
• Hipoxemia • Fornecer O2 100%
persistente com • Avaliar via aérea orofaríngea
NÃO o2 em 100%? ou nasofaringea

• Ventilação com bolsa-


SIM válvula –máscara (12-
• Fornecer O2 conforme Sequência rápida
necessidade para manter 20/min) de intubação
saturação alvo de 92- • Manter oxigênio 100%
94%:
• Baixo fluxo: cateter
nasal/ máscara simples IOT
• Alto fluxo: máscara não
reinalante/cateter nasal
de alto fluxo
• Avaliar causa do
desconforto respiratório/
tratamentos específicos SIM Sucesso
(ver tabela) Cuidados pós IOT na IOT?
• Avaliar VNI

NÃO

Possível
ATENÇÃO: Em caso de deteriorização ventilar
súbita em paciente intubado avaliar: SIM paciente
Videolaringoscopia com bolsa-
Deslocamento ATENÇÃO: Em caso de
Obstrução deteriorzação súbita em válvula –
Pneumotórax paciente intubado máscara?
Extubação IOT
avaliar:
Deslocamento NÃO
Obstrução
Pneumotórax
SIM • Acionar código de via aérea difícil tentar
Extubação Sucesso
máscara/tubo laríngeo
na IOT? NÃO • Se falha: cricotireoidostomia por punção
1. DEFINIÇÃO
• Incapacidade do organismo em atender às necessidades metabólicas em relação à captação de oxigênio, eliminação de gás carbônico
e manutenção do equilíbrio ácido-ácido-básico. Possíveis consequências: hipoxemia, hipóxia tecidual e hipercabia. Habitualmente é
precedida por sinais de desconforto respiratório, mas pode ocorrer com pouco ou nenhum desconforto.

2. DIAGNÓSTICO E EXAMES
Confirmação diagnóstica (clínica e/ou laboratorial):
O diagnóstico é essencialmente clínico. Exames complementares podem ser solicitados de acordo com a etiologia.

3. CLASSIFICAÇÃO

Desconforto respiratório leve Desconforto respiratório intenso Possível insuficiência respiratória

Taquipneia leve Taquipneia acentuada Piora da taquipneia ou apneia

Leve aumento do esforço respiratório Aumento ou diminuição do Esforço respiratório significativo ou


(batimento de asa nasal e retrações) desconforto respiratório inadequado hipoventilação ou
(hipoventilação ou bradpneia) bradpneia)

Sons anormais das vias aéreas Movimento débil do ar distal Fluxo de ar distal ausente
(estridor, sibilo, gemido) Taquicardia
Hipoxemia (apesar de alto fluxo de O2
suplementar)

Moteamento Hipoxemia (apesar de alto fluxo de O2 Cianose


suplementar)

Moteamento Cianose Rebaixamento do nível de consciência

4. PRINCIPAIS CAUSAS E CONDUTAS ESPECÍFICAS

Diagnóstico
Sinais e Sintomas Diagnóstico Específico Conduta
Sindrômico
Crupe NBZ adrenalina; Dexametasona VO/IM
Obstrução Vias Aéreas Estridor, Rouquidão, Anafilaxia Adrenalina IM; Anti-histamínico EV + Corticoide EV
Superiores Tosse Espasmódica
Corpo Estranho Manobras de Remoção de corpo estranho

Obstrução Vias Sibilância, Tempo Bronquiolite Aspiração VAS; teste com broncodilatador
Aéreas Inferiores Expiratório
Prolongado Asma Salbutamol inalatório, Corticóide VO/EV

Pneumonia Antibioticoterapia; tratar BE, se associado


Crepitações,
Doença do Parênquima
gemência, Redução
Pulmonar Pneumonite tratar BE, se associado
do MV
Edema Pulmonar
considerar diuréticos e suporte vasoativo
Cardiogênico/SARA
Doença Neuromuscular suporte ventilatório
Ritmo respiratório
Distúrbios do Controle normal ou irregular, Intoxicação CEATOX; Antídoto, se disponível
da Ventilação ausência de esforço
respiratório Evitar hipoxemia/hipercapnia/hipertermia; avaliar
Hipertensão Intracraniana
salina 3% e manitol
5. TRATAMENTO

O alicerce do tratamento é o suporte ventilatório e pode ser iniciado através de medidas simples como limpeza das vias aéreas e
oferta de oxigênio suplementar. Nos últimos anos houve aumento significativo do uso de técnicas de ventilação não invasiva, que
pode ser ofertada através de Cateter Nasal de Alto Fluxo, CPAP ou BiPAP. No entanto, em caso de franca insuficiência respiratória ou
falência desses métodos deve-se proceder à intubação orotraqueal e ventilação mecânica.

Referências
[1]- Chameides, L., Ralston, M., American Academy of Pediatrics., & American Heart Association. (2011). Pediatric advanced life support.
Dallas, TX: American Heart Association.

[2]-Weiner DL. Acute respiratory distress in children: Emergency evaluation and initial stabilization. In: UpToDate, Post, TW (Ed),
UpToDate, Waltham, MA, 2014.

[3]- Hammer J. Acute respiratory failure in children. Paediatr Respir Rev. 2013;14(2):64‐69. doi:10.1016/j.prrv.2013.02.001

[4]- Friedman ML, Nitu ME. Acute Respiratory Failure in Children. Pediatr Ann. 2018;47(7):e268‐e273. doi:10.3928/19382359-20180625-01

Código Elaborador: Revisor: Aprovador: Data de Elaboração: Data de Aprovação:


Documento: Viviane Mauro Correa José Leão e Haggeas Da 19/08/2021 19/08/2021
CPTW260.1 Meyer e Ludmila Padua Milena de Silveira Fernandes
Domingues Braga Paulis

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