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VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA

Prof. João Souza


Fisioterapeuta Especialista em Pediatria e Neonatologia (Hospital Israelita Albert Einstein)
Mestre em Ciências da Saúde com foco em Medicina Crítica (Hospital Israelita Albert Einstein)
Professor da Pós-graduação em Medicina em Urgências Pediátricas (Hospital Israelita Albert Einstein)
Professor da Pós-graduação em Fisioterapia Intensiva Ped/Neo (Physio Cursos-SP)
OBJETIVOS EDUCACIONAIS

Princípios da VNI Reconhecimento Avaliação Aplicação


Definição, histórico, objetivos, Dispositivos, interfaces, Monitoramento, falha Discussão de
indicações e contraindicações modalidades ventilatórias e desmame da VNI casos clínicos
DEFINIÇÃO
➢ Técnica de ventilação na qual não é utilizado nenhum tipo de
prótese endotraqueal, sendo realizada através de interfaces como
máscaras ou prongas.

➢ Início em 1930 pacientes adultos

➢ Década 70 – CPAP em pediatria

➢ Uso crescente nas 2 últimas décadas


HISTÓRICO
➢ Tratamento de primeira escolha na evolução da IRpA (leve a moderada)
▪ Diminuindo chance de IOT e comorbidades associadas

➢ Uso pós EOT têm sido associado com desfechos clínicos positivos:
▪ Manutenção dos volumes pulmonares

▪ Menor taxa de RE-IOT

▪ Menor tempo de internação


OBJETIVOS
➢ Facilitar as trocas gasosas;

➢ ↓ WOB e fadiga muscular;

➢ ↓ Dispneia;

➢ ↑ CRF (PEEP) - ”EPAP” ↑ PaO2/SatO2

➢ ↑ Ventilação alveolar (VC/Pip) - “IPAP”↓ PaCO2


ESCOLHA DO SUPORTE RESPIRATÓRIO
Rescue Weaning
Mechanical
Ventilation
Bi-Level Bi-Level
CPAP CPAP
Acuity

High Flow High Flow


Therapy Therapy

General 02 General 02
Therapy Therapy

Choice of Therapy

HFT in the Neonatal Population – Vapotherm 2015


6º PASSO

Principles And Practice Mechanical Ventilation – Martin J. Tobin, 3º edição 2013


VNI PÓS EXTUBAÇÃO
➢ Principais complicações descritas em pediatria:
Crise de abstinência Sedo analgesia

Edema Pós traumático V.A. Corticosteroides e VNI

Imaturidade do SNC (neo) Estimulantes SNC e VNI

Colapso Alveolar VNI

Fraqueza muscular adquirida Treinamento musc.


INDICAÇÕES
NCPAP
Hipoxemia PaO2 < 60 mmHg
SpO2 < 92%

Taquipnéia/Dispnéia
Leve à moderado SNIPPV (BIPAP)
PaCO2 > 50 mmHg
VNI
Desconforto
Hipercapnia
respiratório
CLASSIFICAÇÃO DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO
ESCORE

SINAIS CLÍNICOS 0 1 2

1. Retração intercostal e Esternal Não Intercostal Intercostal + Esternal

2. Dissociação toraco-abdominal Não Moderado Severo


3. Batimento de aletas nasais Não Leve Severo

4. Sibilos expiratórios Não Durante a ausculta Audível sem ausculta

5. Cianose e Saturação arterial de Oxigênio (SaO2) Não (>92%) Em ar ambiente <92%


(<92%) Com FiO2 > 0.4

6. Nível de consciência Normal Deprimido ou Letárgico ou altamente


inquieto inquieto
Escore total: <4 leve; 4-6 moderado; >6 severo

- O2 (< 5l/min) - O2 (> 5l/min) - BIPAP*


- CPAP - CNAF - VMI
- BIPAP Munoz-Bonet JI, et al. Pediatric Critical Care Medicine. 2010
CONTRA INDICAÇÕES
➢ OVA’S, cirurgia, trauma ou deformidade facial (impeditivos do uso da interface)

➢ ↓ reflexo de tosse (vômitos/secreção)

➢ Ausência de Drive respiratório (apneias recorrentes)

➢ Pneumotórax não drenado


➢ Falência orgânica não respiratória:
▪ RNC (Glasgow < 10)
▪ Hemorragia Digestiva Alta (HDA)
▪ Arritmias e instabilidade HDN (incluindo choque)
TIPOS DE DISPOSITIVOS

Bubble CPAP F&P

VN 500 Stellar 150

Gerador de Fluxo Newmed


MODALIDADES E NOMENCLATURAS

➢ Continuous Positive Airway Pressure (CPAP)


Nasal Continuous Positive Airway Pressure (NCPAP)

➢ Bilevel Positive Airway Pressure (BIPAP)


Nasal Intermitent Positive Pressure Ventilation (NIPPV)

➢ Pressure Support Ventilation (PSV)


Synchronized Nasal Intermitent Positive Pressure Ventilation (SNIPPV)
NCPAP
➢ Ajuste de apenas UM nível pressórico
▪ Sem incremento de Volume Corrente Indicações: IRpA leve/hipoxêmicos.

▪ ↑ CRF e Oxigenação

▪ ↓ WOB

NCPAP

EPAP FiO2
Suficiente p/ SpO2
Fluxo*
4 a 6 cmH2O 8 a 12 L/min
>90%
FLUXO CONTÍNUO
➢ Bubble CPAP
▪ Uso na enf. e berçários

▪ Pronga nasal/máscara nasal

▪ Circuito flexível Bubble CPAP F&P

▪ Fluxometro/Blender

▪ Uso de umidificação ativa

▪ Ramo expiratório ligado no selo d’água (Peep)

▪ Ressonância Estocástica
FLUXO CONTÍNUO
➢ Bubble CPAP
FLUXO CONTÍNUO
➢ Bubble CPAP
FLUXO CONTÍNUO
➢ Gerador de Fluxo
▪ Sistema pneumático simples

▪ Geralmente não umidificado


Gerador de Fluxo Newmed

▪ Apenas EPAP (NCPAP)

▪ Utilizado nas enfermarias

▪ Necessária máscara especial

▪ Válvula de Peep
MÁSCARAS ALMOFADADA (GERADOR DE FLUXO)
VÁLVULAS DE PEEP
➢ Válvula de Peep ajustável
➢ Sistema de molas
VÁLVULAS DE PEEP
➢ Válvula de Peep fixa
➢ 2.5 cmH2O
➢ 5.0 cmH2O
➢ 7.5 cmH2O
➢ 10.0 cmH2O
➢ 12.5 cmH2O
➢ 15.0 cmH2O
➢ 20.0 cmH2O
BIPAP/NIPPV

➢ Ajuste de DOIS níveis pressóricos


➢ Incremento de Volume Corrente
➢ Sincronia falha*

BIPAP
Indicações: IRpA moderada/hipercápnicos.

EPAP IPAP FR Ti FiO2


Suficiente p/ SpO2
4 a 6 cmH2O 8 a 12 cmH2O 8 a 30 rpm 0,5 a 1s
>90%
MODALIDADES E NOMENCLATURAS

➢ Continuous Positive Airway Pressure (CPAP)


Nasal Continuous Positive Airway Pressure (NCPAP)

➢ Bilevel Positive Airway Pressure (BIPAP)


Nasal Intermitent Positive Pressure Ventilation (NIPPV)

➢ Pressure Support Ventilation (PSV)


Synchronized Nasal Intermitent Positive Pressure Ventilation (SNIPPV)
PSV/SNIPPV
➢ Ajuste de DOIS níveis pressóricos SINCRONIZADOS
➢ Disparo com base na alteração de fluxo/pressão
➢ Sincronia eficiente? Assincronias por vazamento?

PSV

BACK
EPAP PS FiO2
4 a 6 cmH2O 8 a 12 cmH2O
Suficiente p/ SpO2
>90%
UP*

Indicações: IRpA moderada/hipercápnicos/assincrônicos.


DESVANTAGENS DAS ASSINCRONIAS
➢ ↓ interação paciente-VM

➢ ↑ trabalho respiratório

➢ ↑ agitação psicomotora

➢ ↑ distensão gástrica (aerofagia)

➢ ↑ necessidade de sedação/analgesia
VM
➢ ↑ IOT ou ReIOT
PACIENTE
COMPARATIVO
Microprocessados
• Diversos modos (NCPAP, NIPPV e SNIPPV)
• Uso em UTI (desmame ou pré VMI)
• Circuito de ramo duplo
• Compensação de escape?
• Sincronia paciente ventilador?

VS

Específicos VM domiciliar
• Circuito de ramo único
• Válvula exalatória proximal ao paciente
• Melhor sincronia paciente-VM
• Programados para funcionar na presença de vazamentos
• Preço competitivo
PARÂMETROS INICIAIS

CONSENSO VENTILAÇÃO PULMONAR MECÂNICA EM PEDIATRIA/NEONATAL AMIB - 2013


INTERFACES
INTERFACES
PRONGA BINASAL LONGA

▪ Pode ser utilizada em:


▪ RNPT
▪ RN
▪ Lactentes
Peso Número da pronga
< 700 g 0
700g - 1250g 1
1250g - 2000g 2
2000g - 3000g 3
> 3000g 4
1 a 2 anos 5
MÁSCARAS

▪ Nasais (todas as idades)

▪ Faciais e Faciais totais (crianças > 3 anos)


*Intercalar com outra interface (6/6 h)*
HELMET
MONITORAMENTO DURANTE A VNI
MONITORAÇÃO

CONSENSO VENTILAÇÃO PULMONAR MECÂNICA EM PEDIATRIA/NEONATAL AMIB - 2013


FALHA DA VNI
COMPLICAÇÕES
➢ Sangramento nasal

➢ Necrose de septo nasal

➢ Distensão abdominal

➢ Alterações hemodinâmicas

➢ Pneumotórax

➢ Pneumomediastino

➢ Retardo na indicação da VMI


FALHA DA VMNI
➢ Escape/vazamento acima de 25%
➢ Sinais de desconforto respiratório persistentes;
➢ Exames laboratoriais sem melhora (gasometria arterial);
➢ Exame de imagem com piora do quadro;
➢ Complicações extremas;
➢ Tolerância máxima de 2 horas.
Parâmetros “Máximos”
Peep ≥ 8, ∆P ≥ 15cmH2O, FiO2 ≥ 60%
DESMAME
DESMAME DA VMNI
Rescue Weaning

Mechanical
Ventilation
Bi-Level Bi-Level
Acuity

CPAP CPAP

High Flow
Therapy

General 02 General 02
Therapy Therapy

Choice of Therapy

High Flow Therapy: Definitions - High Flow Therapy (HFT) in the Neonatal Population – Vapotherm 2015
DESMAME DA VMNI
➢ Manutenção/estabilidade do QC

➢ Exames complementares dentro da normalidade

➢ Progredir com oxigenoterapia convencional

➢ Se não houver quadro de hipoxemia = A.A.


joaosouzaft@gmail.com

@__joaosouza

OBRIGADO

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