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Objetivos e abrangência
Conceitos
Asma é uma doença inflamatória crônica heterogênea, ou seja, de apresentação clínica variada
caracterizada por hiperresponsividade brônquica. Os pacientes apresentam sinais e sintomas como:
tosse, aperto no peito, dispneia e sibilância. A diminuição da capacidade de fluxo pulmonar
expiratório é variável, não estando sempre presente nos momentos de doença controlada, tendo
grande variação de tratamento na exacerbação e na asma controlada.
A exacerbação pode ter como causa: infecções respiratórias virais, alérgenos/irritantes, atividade
física e mudanças no tempo.
Manifestação clínica
Sinais e sintomas: tosse, aperto no peito, dispneia, sibilância associados ou não a queda da
saturação, esforço respiratório e taquipneia.
2 a 11 meses: <50
1 a 5 anos: <40
6 a 8 anos: < 30
16 a
> 8 anos: 20
Componente do exame 1 2 3
FR
1-4 anos = ou <34 35-39 =ou >40
4-6 anos = ou <30 31-35 =ou >36
6-12 anos = ou <26 27-30 = ou >31
>12 anos =ou <23 24-27 = ou >26
esforço respiratorio fala frases, fala frases curtas, fala poucas palavras,
balbucia choro curto frases curtas,
gemência
PASS<ou=7: leve
PASS 8-11: moderada
PASS >ou=12: grave
Diagnóstico:
Presença dos sintomas clássicos ou mais de um dos sintomas ou variáveis o pioram à noite ou pela
manhã o gatilhos de exacerbação o história prévia de asma.
Radiografia de tórax:
Não devem ser realizadas de rotina, pois raramente fornecem informações relevantes que alteram a
conduta da criança com exarcebação asmática. Achados comumente encontrados nas exarcebações
podem ser confundidos com complicações infecciosas.
Hemograma e proteína C reativa:
Não estão indicados rotineiramente. Reservados para casos com forte suspeita de doença bacteriana
associada.
Deverá ser realizado para todo o paciente com sintomas respiratórios, principalmente porque na faixa
etária pediátrica os vírus são os maiores gatilhos para as exarcebacões da asma.
Gasometria:
Reservada para quadros graves com saturação de oxigênio baixa e outros parâmetros que não
respondem a terapia inicial.
DESCRIÇÃO DO PROTOCOLO
1- Se qualquer um presente: Manter em NVO (Nada Via Oral) + iniciar Beta 2 de Curta 1 jatos a
cada 2 kg (Máximo 10 jatos) 6x/hora + O2 15L/min + Considerar via aérea avançada + Sala de
emergência.
1- Moderada a leve:
● Estado geral: preservado
● Estado mental: normal
● Dispneia: ausente
● Fala: normal
● Musculatura Acessória: retração intercostal leve ou ausente.
● Sibilos: ausentes com MV NORMAL/ localizado ou difusos.
● FR: NORMAL OU AUMENTADA
● FC: NORMAL OU AUMENTADA
● PFE: > 50%
● Sat 02 (ar ambiente): > 95%
● Pa02 (ar ambiente): normal
● PaCo2: <40 mmhg
2- Grave:
● Estado geral:preservado
● Estado mental:normal
● Dispneia: presente e moderada
● Fala: frases incompletas. Lactente choro curto, dificuldade de se alimentar.
● Musculatura Acessória: retrações subcostais e/ou esternocleindomastoides acentuadas.
● Sibilos: localizado ou difusos.
● FR: AUMENTADA para a idade
● FC: > 110 bpm
● PFE: 30 a 50%
● Sat 02 (ar ambiente): 91- 95%
● Pa02 (ar ambiente): ao redor de 60mmhg
● PaCo2: <40 mmhg
3- Muito Grave :
Variável/Pontuação 0 1 2
Salbutamol (Beta 2 agonista) : via inalatória com espaçador em menores de 12 anos e sem
máscaras em pacientes maiores ou que não tenham dificuldade para inspirar o medicamento.
- Paciente em crise leve a Moderada → apresentou melhora clínica ? Saturação > 95% , sem sinais
de desconforto respiratório ( retração de Fúrcula, Tiragem Intercostal, Tiragem Subcostal), fala
normal e MV presentes. Se sim manter em observação por um período ( até 1 hora) se estável alta
com tratamento adequado.
- Paciente com Saturação < 92% , sinais de desconforto respiratório ( retração de fúrcula, Tiragem
Intercostal, Tiragem Subcostal), fala normal e MV presentes → manter Beta 2 agonista no 2°
horário a cada 20 minutos é possível associar o Brometo de Ipratrópio (Atrovent).
*Brometo de Ipratrópio (Atrovent) -Nebulização.
< 6 anos: 250mcg = até 20 gotas.
> 6 anos: 500mcg = até 40 gotas.
*ATENÇÃO: deve ser realizado de forma inalatória, caso suspeita de COVID, não realizar.
Não Melhorou:
- Hidratação ISO de Manutenção.
- Manter Beta 2 agonista a cada 1 hora.
- Metilprednisolona
ASMA NA MANUTENÇÃO:
Corticoterapia:
Deve ser ofertada na 1° hora do diagnóstico por via IV ou VO (mesma eficácia)
● Prednisolona ou prednisona: 1-2 mg/kg/dia (máximo 60mg)
● Metilprednisolona: 0,5-1mg/kg/dose a cada 4-6h (máximo 60mg)
● Hidrocortisona: 2-4mg/kg/dose a cada 4-6h (máximo 250mg)
Salbutamol (Beta 2 agonista) : via inalatória com espaçador em menores de 8 – 9 anos e sem
máscaras em pacientes maiores ou que não tenham dificuldade para inspirar o medicamento.
1: Saturação > 95% em AA, sem sinais de desconforto respiratório ( retração de fúrcula,Tiragem
Intercostal, Tiragem Subcostal), fala normal e MV presentes.
Manter Beta 2 agonista a cada 2 horas, avaliação clínica de horário estável e sem novas crises de
broncoespasmo, alta com tratamento adequado domiciliar corticoterapia .
2: Saturação entre 92-95%, sinais de desconforto respiratório ( retração de Fúrcula, TIC, TSC),
fala normal e MV presentes.
Próxima etapa:
Avaliar resposta após sulfato de magnésio: se não ocorreu melhora considerar uso de:
Salbutamol Intravenoso: Ataque: 10mcg/kg/dose em 10 minutos.
Manutenção 1 a 2 mcg/kg/minutos (dose máxima 4 mcg/kg/min)
Crise Muito Grave: crise que não responde a terapêutica habitual apropriada com dose repetidas
de broncodilatadores inalatórios. Paciente sem resposta ao tratamento com sinais de PCR
iminente, diminuição da consciência e SAT < 85%.
Critérios de internação: paciente que não respondeu ao resgate com broncodilatador após 2
tentativas.
Indicações de intubação:
● Fadiga respiratória;
● Alteração do nível de consciência;
● Acidose respiratória;
● Bradicardia ou sinais de instabilidade hemodinâmica;
● Hipoxemia - Pa02 <60mmHg com Fi02 > 60%;
● PaCO2 >55 mmHg ou elevação de 5mmHg/hora.
Critérios de alta para casa: paciente em ar ambiente, alimentação via oral, afebril,
terapia inalatória de 4/4h ou menos frequente, familiares que consigam aplicar as medidas
de tratamento corretamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention,
2018. Disponível em: www.ginasthma.org