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ASMA - FELIPE SORDI ROST


PUBMED 2019

Definição - doença pulmonar


heterogênea, caracterizada por
inflamação crônica das vias aéreas;
história de sintomas respiratórios como
sibilância, dispneia, aperto no peito e
tosse importante causa de procura
por atendimento médico;

Fisiopatologia - redução do calibre


das vias aéreas por espasmo da
musculatura lisa das vias aéreas
inferiores, edema, aumento da secreção
de muco e comprometimento do
transporte ciliar de partículas de muco
associado ao processo de descamação
do epitélio;

Apresentação Clínica
– Quadro clássico
● Sibilância, dispneia, tosse e aperto
no peito podem piorar à noite e
podem ser exacerbados por
infecções respiratórias ou
alérgenos inalatórios;
● Crianças menores relatam "dor"
intermitente no tórax não
localizada.
– Fatores de risco - outras doenças
alérgicas (rinite alérgica,
conjuntivite alérgica, dermatite
atópica, alergias alimentares),
asma dos pais e/ou sintomas
independentemente dos
resfriados;
– Avaliar comorbidades - Sinusite,
doença do refluxo GE, obesidade,
apneia obstrutiva do sono,
depressão, ansiedade pioram
quadro
– Fatores desencadeantes -
Esforço físico, hiperventilação
(risadas), ar frio ou seco, irritantes
das vias aéreas e infecções do
trato respiratório;


a probabilidade de asma
● Presença de mais de um tipo de
sintoma (sibilância, dispneia, tosse
e aperto no peito);
● Os sintomas pioram à noite ou ao
despertar, e variam em intensidade
e ao longo do tempo;

Exame Físico
Pode ser normal, mas os achados
mais comuns são a sibilância,
principalmente na expiração forçada,
além de tosse seca intermitente.
Pacientes com alterações de exame
físico fora das exacerbações agudas
geralmente apresentam doença grave,
controle subótimo ou condições
atópicas associadas.
Avaliar também sinais de rinite,
sinusite e conjuntivite; sinais de
infecção respiratória aguda; presença
de halitose devido à rinite ou sinusite
crônica ou respiração bucal; dermatite
atópica; pólipos nasais; aumento do
diâmetro anteroposterior do tórax.
Durante as exacerbações da asma,
pode haver sibilância expiratória,
taquipneia, hipóxia, tempo expiratório
prolongado, diminuição do murmúrio
vesicular em alguns campos
pulmonares. Estertores crepitantes (ou
subcrepitantes) e roncos ocorrem por
excesso de muco e de exsudato
inflamatório nas vias aéreas.
Nas exacerbações graves há maior
grau de obstrução das vias aéreas
gerando sibilos inspiratórios e
expiratórios, aumento do tempo
expiratório, pouca entrada de ar,
retrações de fúrcula e intercostais,
batimento de asa de nariz e uso da
musculatura acessória. O
desaparecimento dos sibilos é um sinal
de gravidade que pode ocorrer em
situações extremas e indica entrada de
ar ruim nas vias aéreas causada pela
obstrução.

Refratariedade - Ausência de
melhora dos sintomas após uso de
broncodilatadores e corticoides faz
pensar em doenças que simulem asma.

Fatores de risco para desfechos


ruins na asma:
● Necessidade de intubação por
causa da asma;
● Sintomas da asma não
controlados;
● Ter apresentado uma ou mais
exacerbações nos últimos 12
meses;
● VEF1 baixo (preditor independente
do risco de exacerbação);
● Uso incorreto do inalador;
● Baixa adesão ao tratamento;
● Tabagismo, obesidade, gravidez
(nas crianças maiores e
adolescentes);
● Eosinofilia;
● Exposições: fumaça de cigarro,
poluição do ambiente, alérgenos
de ambientes fechados.

Classificação de Gravidade da
Exacerbação Aguda
Leve Modera Grave
da
Dispnei Aos Ao falar Ao
a esforço repouso
s
Oralida Sentenç Frases Palavra
de as complet s
as isoladas
Posiçã Capaz Prefere Senta-
o de sentar- se
deitar se a inclinad
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deitado frente
(incapa
z de
deitar)
Estado Não Não Está
de está está agitado/
consci agitado agitado confuso
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FR Aument Aument > 30/
ada ada minutos
Muscul Não usa Usa Usa
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acessó
ria
Satura > 95% 90 a < 90%
ção O2 95%
em ar
ambien
te
FC < 100 100 a > 120
bpm 120 bpm (>
bpm 5 anos)
>180
bpm (4
a5
anos)
> 200
bpm (0
a3
anos)
VEF1 > 80% 60 a < 60%
ou PFE do valor 80% do do valor
previsto valor previsto
ou do previsto ou do
melhor ou do melhor
valor melhor valo
valor

Abordagem Diagnóstica
Teste de Função Pulmonar
(espirometria) ou medida do Peak
Flow: Ajudam a confirmar o diagnóstico
de asma e a determinar a intensidade
da doença. Indicado em maiores de 5
anos. O achado de obstrução reversível
do fluxo aéreo é sugestivo do
diagnóstico (aumento do FEV1 > 8 a
12%). Porém, espirometria normal ou
não reversibilidade da obstrução não
excluem o diagnóstico. Nesses casos,
prova terapêutica ou indução de
obstrução com exercícios físicos ou
metacolina podem ser indicados.
Testes alérgicos: Podem ser
cutâneos ou in vitro. Não são
fundamentais para o diagnóstico, mas
podem ser úteis para relacionar
sintomas com desencadeadores
específicos.
Radiografia de tórax: Geralmente
são normais, exceto por achados
discretos e inespecíficos de
hiperinsuflação (retificação de
diafragma) e espessamento
peribrônquico. Não é feita de rotina,
mas é útil para identificar
anormalidades que mascaram a asma
(pneumonite por aspiração,
hipertransparência pulmonar na
bronquiolite obliterante) e complicações
durante as exacerbações da asma
(atelectasia, pneumomediastino,
pneumotórax). Solicitar quando houver
suspeita de complicações, desde que
não retarde o tratamento.
Gasometria arterial: Avalia os
distúrbios causados durante a
exacerbação aguda. Indicada naqueles
pacientes com sinais/sintomas de
quadro grave, PFE < 30% do valor
previsto ou SatO2 < 93%.
Hemograma: Indicado quando
houver dúvida sobre comorbidades
infecciosas e fatores desencadeantes,
principalmente quando apresentar
alterações no exame físico além das
esperadas nos casos de asma. Lembrar
que a contagem de neutrófilos pode
elevar-se 4 horas após o uso de
corticoides sistêmicos.
Dosagem de eletrólitos: Indicada
quando houver comorbidade
cardiovascular, uso de diuréticos ou
altas doses de beta-2-agonistas,
especialmente se associados a xantinas
e corticoides sistêmicos.
Tomografia computadorizada de
tórax: Avalia bem bronquiectasia, que
implica em doenças que simulam asma,
como fibrose cística, micoses
broncopulmonares alérgicas
(aspergilose), discinesias ciliares ou
imunodeficiências.

Classificação da Asma
Persistente grave: Sintomas diurnos
contínuos; sintomas noturnos
frequentes.
Persistente moderada: Sintomas
diurnos diários; sintomas noturnos > 1
vez por semana.
Persistente leve: Sintomas diurnos > 2
vezes por semana, mas < 1 vez/dia;
sintomas noturnos > 2 vezes por mês.
Intermitente: Sintomas diurnos ≤ 2
vezes por semana; sintomas noturnos <
2 vezes por mês.

Gravidade da asma: É avaliada de


forma retrospectiva a partir da etapa de
tratamento necessária para controlar
sintomas e exacerbações:
● Asma leve: bem controlada com
beta-2-agonista de curta ação ou
corticoide inalatório em dose baixa
ou antagonista dos receptores de
leucotrienos;
● Asma moderada: bem controlada
com dose baixa de corticoide
inalatório e beta-2-agonista de
longa ação;
● Asma grave: requer dose
moderada ou alta de corticoide
inalatório e beta-2-agonista de
longa ação com ou sem tratamento
adjuvante, ou se continua não
controlada apesar do tratamento.
Diagnóstico Diferencial: se
estabelece entre outras causas de
doença respiratória:
● Rinossinusite;
● Refluxo Gastroesofágico;
● Aspiração recorrente;
● Traqueobroncomalácia;
● Aspiração de corpo Estranho;
● Fibrose Cística;
● Displasia broncopulmonar;
● Disfunção de prega vocal;
● Insuficiência cardíaca congestiva;
● Pneumonite por hipersensibilidade;
● Infestações parasitárias
pulmonares;
● Tuberculose;
● Bronquiolite obliterante;
● Anel vascular;
● Discinesia ciliar primária;
● Imunodeficiências humorais;
● Tosse e/ou sibilos induzidos por
medicação como efeito adverso.

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