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A CRIANÇA GRAVEMENTE DOENTE

 A abordagem da criança gravemente doente baseia-se no ABCDE, dividindo-se a avaliação em 3 momentos:

1º Momento 2º Momento 3º Momento


•Avaliação primária (A, B, C e •Avaliação secundária •Estabilização
D) - <1 minuto!! •Identificação de pontos-chave •Transferência para tx
•Reanimação •Tratamento emergente definitivo

A - AIRWAY
Manobras de abertura da via aérea
1. Lactente – posição neutra
2. Criança – posição de fumador
3. Mais velho – subluxação da mandíbula
Adjuvantes da via aérea
1. Tubo orofaríngeo
2. Tubo nasofaríngeo
Entubação oro-traqueal

B – BREATHING
 MEDIDIAS:
1. Avaliar respiração
2. Frequência Respiratória, Volume Corrente, Trabalho Respiratório
3. Oxigenação
4. Oxigenar/Ventilação assistida
 FR:
Idade (A) <1 1-2 2-5 5 - 12 >12
FR (cpm) 30 - 40 25 - 35 20 - 30 20 - 24 12 - 20

 Ventilação minuto = Volume Corrente x Frequência Respiratória


 Esforço respiratório:
 Ruídos adventícios – estridor/sibilância
 Sinais de  trabalho respiratório:
1. Tiragem
2. Gemido
3. Adejo nasal
4. Balanceio da cabeça
5. Exaustão – sinal pré-terminal!
 Eficácia da respiração:
 Expansão do tórax
 Auscultação pulmonar
o Entrada de ar - tórax silencioso é SINAL PRÉ-TERMINAL!
o Ruídos adventícios
 Oximetria de pulso
 Efeitos da respiração inadequada nos outros órgãos:
 Frequência cardíaca: Hipóxia  taquicardia  bradicardia  SINAL PRÉ-TERMINAL!
 Cor da pele: Cianose  sinal tardio e PRÉ-TERMINAL!
 Estado de consciência: Agitação, sonolência  perda de consciência
 Sinais de Alarme:
1. FR <10 ou >55 cpm
2. Tórax silencioso
3. Exaustão
4. Bradicardia
5. Cianose
6. Depressão do estado de consciência
 Falência respiratória Vs Dificuldade respiratória:

Falência Respiratória Dificuldade Respiratória

•Incapacidade do sistema respiratório em manter •Situação clínica com  do trabalho respiratório


níveis sanguíneos adequados de O2 e CO2

NOTA: causas de falência respiratória SEM dificuldade respiratória: 1) Exaustão; 2) Depressão do SNC; 3) Doença
neuromuscular
 Medidas terapêuticas:
 Oxigénio a alto débito (O2 a 15 L/min administrado por máscara com reservatório)
 Ventilação com insuflador manual (AMBU)
 Intubação oro-traqueal e ventilação com AMBU ou com ventilador

C – CIRCULATION
 AVALIAR:
 Avaliar Circulação
 Frequência cardíaca, Pressão arterial, Amplitude Pulso, Perfusão Periférica
 Acesso vascular/Fluidos/Inotrópicos
 FC:
Idade <1 m 1m – 1A 2-5 A 6-12 A 13-18 A
Taquicardia >180 >180 >140 >130 >110
Bradicardia <100 <100 NA NA NA

 PA:
Idade PA sistólica (mm/Hg) MAP (mmHg)
RN > 60
Lactentes (1-12 M) > 70 > 45-50
1 – 10 A 70 + 2 x Idade (A) > 50-55
> 10 A > 90 > 60-65
NOTA: a PA permanece normal no choque compensado (por  RVP), sendo que a hipotensão é sinal tardio e PRÉ-TERMINAL!
 Perfusão periférica:
 Pele: aspeto, cor, temperatura
 Tempo de Repreenchimento Capilar: <2 segundos
 Pulso: reflete o volume sistólico
 Hipoperfusão periférica:
 Alteração estado de consciência
 Hipoxémia, Taquipneia
 Acidose metabólica, ↑ Lactatos
 Oligúria
 Extremidades frias, TRC 
 Medidas terapêuticas:
 Oxigénio a alto débito
 Acesso vascular (considerar intra-óssea)
 Bólus de fluidos
 Aminas vasoativas

D - DISABILTY
 Estado de consciência – Glasgow ou AVPU
 Postura – descorticação ou descerebração
 Pupilas:
 Miose – Intoxicação opióides
 Anisocoria – Herniação cerebral
 Medidas terapêuticas:
 Estabilizar a via aérea
 O2 alto débito
 Assegurar ventilação
NOTA: avaliar Glicémia capilar sempre que  consciência/convulsão

E - EXPOSURE
 Não faz parte da avaliação primária!
 Temperatura e evidência de rash cutâneo

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