Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
*BRENNAN
MAGIA EXPERIMENTAL
A TABELA DE ESMERALDA
Traduzido por:
ANDRÉS LINARES
*Scan *Elfowar
Revisão *Melusina
NOVEMBRO 2002
J. H. *BRENNAN, 1972.
1982, *EDAF, Edições-Distribuições, S. A.
Jorge Juan, 30. Madri; para a edição em espanhol por acordo com *THE *AQUARIAN
*PRESS *LIMITED *WELLINGBOROUGH, *NORTHANTS *ENGLAND.
Reservados todos os direitos. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida em
qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo xeroxs,
*grabadoras sonoras, etcétera, sem a permissão escrita do Editor.
ISBN: 84-7166-852-1
INTRODUÇÃO 9
PRIMEIRA PARTE
A MAGIA *VULGAR
I. CONTATAR COM Os *ESPIRITUS 13
II. PORQUE FUNCIONA A MAGIA 22
III. A *ANATOMÍA OCULTA 31
IV. O TRUQUE DO BILHETE DE CINCO LIBRAS 42
V. EXCENTRICIDADES OCULTAS 48
VI. O OURO E Os FANTASMAS 58
VII. A MAGIA E A MENTE 66
VIII. PLANO *BASICO DO MUNDO 78
SEGUNDA PARTE
A MAGIA ELEVADA
IX. DIMENSÕES ESTRANHAS 83
X. *MEDITACIÓN 91
XI. *RITUALES 99
XII. BUSCA DE MILAGRES 106
XIII. UN TEMPERO NA MENTE 115
XIV. FORMAS DIVINAS 121
XV. CONJUROS 128
XVI. MAGIA *CEREMONIAL 135
XVII. A ÓPTICA E As ILUSÕES 141
XVIII. *INVISIBILIDAD *RITUAL 145
APÊNDICE I.- ESCALAS CA*BALÍSTICAS DE CORES 153
APÊNDICE II.- COMO RECOBRAR A VISIBILIDADE 154
APÊNDICE III.- *GUIA PARA PRONUNCIAR As INVOCAÇÕES *ENOQUICAS 155
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos tenho lido inumeráveis livros sobre magia e *ocultismo... e não
posso recordar nem*nguno que não me deixasse com a leve sensação de que lhe
faltava algo.
Cheguei finalmente à *conclusión de que o que tinha saudades era
*convencimiento e compromisso. Poucos autores têm sido o suficientemente ousados
como para afirmar rotundamente sua crença pessoal em que a magia funciona... e
têm sido menos ainda os que tiveram o valor de expor em t*érminos singelos que é
o que ocorre quando se embarca um em um experimento de magia. Neste livro
tenho tentado evitar os dois erros... e, de passagem, permitiu-me compreender
melhor por que se produzem com tanta frequência.
Em primeiro lugar, falar de magia em era-a dos computadores eletrônicos faz-lhe
sentir-se a um como um imbecil: parece ir na contramão do sentido comum, de todo
o que temos aprendido, de todas as coisas reais, práticas e *meritorias que nos
rodeiam. Por conseguinte, e sentindo-se um oun imbecil, afirma que a magia existe e
se pergunta se não terá sofrido *alucinaciones ou se não será todo produto da
casualidade. E como tem decidido explicar em termos singelos que é o que ocorre, se
vê privado do manto protetor levado pela maioria dos magos: o *aura de um escuro
mistério.
Uma vez que se põe em prática, a magia não é nem tão espetacular nem tão
enche de feitiço como pode parecer a primeira vista: consiste em grande parte em
um duro esforço e em repetição. Os resultados produzem-se sem *teatralidad
alguma. Isto pode parecer *desilusionador, mas sempre o será menos que tentar
fazer algo sem obter o menor sucesso.
MAGIA EXPERIMENTAL
Tenho tentado reduzir ao mínimo a teoria; mas não pode ser ignorado totalmente.
Quando *lleg*ue aos capítulos mais teóricos e especulativos, se diga comigo: é
agradável saber o que se está fazendo, além de como o fazer. Isso não quer dizer
que deva ser aceitado como um *dogma nem tão sequer o mínimo de teoria exposto
nesta obra. As únicas vias para a verdade que conheço são a experiência e a
*meditación. Medite sobre as teorias e extraia suas próprias conclusões. Prove a
realizar os experimentos e aprenda de seus próprios erros.
Algo que vai descobrir muito rapidamente é que, em todos os experimentos de
magia, a sugestão e a *autosugestión desempenham um importante papel. Digo-o
de antemão, não seja que se senta tentado de recusar por esta razão todas minhas
propostas. Dantes de fazê-lo, tente duplicar os efeitos mágicos *recurrindo
unicamente à sugestão. Verá como não pode.
Outra descoberta que efetuará rapidamente é que boa parte das técnicas mágicas
consistem em manipular a *imaginación. Isso quiçá lhe faça sentir de novo a
*tentación de recusar sem mais todo o sistema. O único que posso fazer é lhe
manifestar minha crença pessoal de que a *imaginación é quiçá a função mais
*infravalorada da mente humana, e lhe sugerir que não se apresse a formular
nenhum julgamento dantes da provar.
Uma última advertência. Em determinados capítulos, sobretudo nos dedicados à
magia *vulgar, poderá observar que meu enfoque é ligeiro e inclusive algo *frívolo;
isto se deve a duas razões: a primeira é que estou cansado do estilo rígido e
*grandilocuente adaptado pela maioria de lvos autores que escrevem sobre o tema e
que me imagino que vocês, também o estarão; a segunda consiste simplesmente em
que a magia *vulgar pode resultar também divertida.
A magia *vulgar seguirá sendo divertida, e a alta magia segura, enquanto se
e*sfuerce por recordar que está manipulando um sistema sumamente potente.
Primeira Parte
A MAGIA *VULGAR
I. CONTATAR COM Os ESPÍRITOS
A magia funciona; mas a quantidade de falhas é muito elevada e o sucesso resulta
algumas vezes uma experiência *aterradora. O diferentes sistema ou métodos -pois
há mais de um- exigem um estudo cuidadoso e um esforço *monumental. A cada um
deve coincidir se vale a pena os realizar, ainda que de quando em quando se obtêm
recompensa ou sucessos de direções imprevistas.
Se *pu*ede, por exemplo, fazer aparecer um bilhete de cinco libras mediante
magia. O método para realizar este truque exige um mínimo de quatro meses de
estudo diário e um mês de prática igualmente diária. Uma simples *asistenta pode
conseguir as cinco libras en menos de uma semana limitando-se a *fregar solos.
Mas no que difere um mago de uma *asistenta é nos benefícios adicionais que
atinge: sua força de vontade e sua capacidade de concentração vêem-se
consideravelmente *ejercitadas; melhora sua capacidade de visualização; seu
entendimento do universo e de si mesmo se faz um pouco mais profunda, e é
provável que seu bilhete de cinco libras lhe proporcione maior satisfação da que uma
*asistenta possa sentir jamais.
Os magos são uma gente curiosa e a magia um tema curioso: abarca desde a
simples *charlatanería, por um de seus extremos, até o *fascinante campo da
psicologia profunda pelo outro. É o suficientemente ampla como para dar cabida em
seu seio aos experimentos com mesas, à *adivinación, el *hipnotismo e a missa.
Resulta o bastante poderosa como para lhe situar cara a cara com Deus... ou para
voltar-lhe louco.
Na raiz da magia encontra-se o seguinte princípio ou preceito básico: "Conheça-se
a você mesmo."
MAGIA EXPERIMENTAL
Quando um médico e*scribe sobre medicina, ou um *psiquiatra sobre a mente
humana, o normal é que apresente primeiro suas credenciais para que o leitor possa
valorizar melhor o peso de suas propostas e afirmações. Desgraçadamente, no
campo da magia não há nada pare*cido a um *doctorado ou título. Certos grupos
outorgam títulos *grandilocuentes; mas, ao não existir medida de comparação
alguma, sua validade resulta difícil de determinar. Ao igual que ao artista ou ao
poeta, ao mago lhe deve julgar em parte pelo que faz e em parte pelo que é. E não
há ninguém que possa o fazer melhor que ele mesmo.
Meu primeiro livro de texto sobre magia foi a obra de *Blavatsky *The *Secret
*Doctrine, seis *tomos que ainda sigo encontrando *prá*cticamente impossíveis de
compreender. Meus primeiros experimentos não superaram o nível dos aficionados;
mas eu era jovem e exerceram sobre mim uma *fascinación que me levou a coisas
melhores e mais difíceis.
Em páginas posteriores proponho-me assinalar algums dessas "coisas melhores",
e, em por *pueriles que possam parecer, dar uma descrição desses experimentos
iniciais.
E como fiz já em meu primeiro livro, desejo formular a seguinte advertência: ao
igual que a eletricidade, a magia pode ser perigosa se não a trata com o devido
respeito. A você lhe corresponde se tomar esta advertência mais ou menos em sério.
Na época em que Belfast era ainda uma cidade tranquila, ia todos os dias a uma
velha casa *victoriana de *University *Road para *cortejar a minha *muj*er, Helen,
e para falar de magia com sua caseira, *Miss *Johanna *Kerr.
Helen considerava a *Johanna *fascinante, e o mesmo ocorreu-me a mim assim
que a conheci. Era uma *solterona muito pálida e loira, ligeiramente *neurótica, que
se aproximava à fronteira dos quarenta, dando claramente sinais de que não lhe
fazia nada feliz a ideia da cruzar. Era a primeira *médium com a que me encontrei;
possuía grandes dote naturais aumentadas por uma formação *espiritualista, e
tinha-se especializado em curar.
I CONTATAR C*ON Os ESPÍRITOS
Em certa ocasião convidou-nos a tomar o chá em unha fria sala de estar cheia de
*muebles *arcaicos, e depois de assegurar-se de que nosso interesse não era
simples *frivolidad, se mostrou disposta a contatar com os espíritos por meio do
conhecido *exp*erimento da mesa e o copo investido.
O atrativo deste pequeno experimento de magia arraiga em que não precisa
preparação, ensaios nem uma equipe complicada: todo o que faz falta é um copo,
uma mesa lisa e polida, as letras do alfabeto e um mim*nimo de três pessoas.
O mais complicado é possivelmente o alfabeto. O ideal é um jogo de "*letraset";
mas se não tem um a mão, o mais singelo é escrever as letras em *cuadraditos de
papel. Também é conveniente acrescentar *cuadraditos com as palavras "Sim" e
"Não". Os números do 1 ao 10 podem ser, assim mesmo, úteis.
Disponha as letras em um círculo ao redor da mesa. Deixe um espaço razoável
entre umas e outras. Se utiliza *cuadraditos de papel com as palavras "Sim" e
"Não", os coloque em posição este/oeste. Ponha logo o copo investido no centro da
mesa. Servirá praticamente qualquer tipo de copo, sempre que deslize-se livremente
sobre a superfície polida e não tenha pé.
Ao princípio da sessão, a cada um dos presentes se senta *fo*rmando um círculo
ao redor da mesa e coloca um dedo de qualquer de suas mãos levemente sobre o cu
do copo, preferencialmente na borda. O outro ingrediente que se precisa é
unicamente paciência.
Em nossa primeira tentativa fizeram falta vinte m*inutos para que o copo
começasse a se mover; mas moveu-se. *Johanna, que estava demasiado
acostumada a essas coisas como para se deixar impressionar, formulou a pergunta
habitual: "Há alguém aí?" O copo tremeu ligeiramente e começou a dar voltas ao
redor das letras, a cada vez a maior velocidade. Finalmente voltou ao centro da
mesa e ficou novamente *quieto.
Então formulamos nossas perguntas, algumas delas até verdadeiro ponto
*asininas, e o copo nos contestou elegendo sucessivamente letras. *Lue*go
*Johanna confessou-nos que o experimento do copo não a deixava nunca
completamente satisfeita. Fenômenos físicos como esse tendem a *obstaculizar as
verdades espirituais de sua religião.
A partir daquela noite tenho utilizado esta modalidade *rudimentaria de *ouija
mais vezes das que sou capaz de recordar. Hoje em dia também não sento-me
totalmente feliz com ela, ainda que por razões muito diferentes das que
atormentavam a *Johanna.
A primeira questão que cabe propor é por que se move o copo. E a primeira
resposta é a mais simples: porque empurra-lhe. Trata-se de uma *objeción
praticamente impossível de rebater. Sempre que faça-o com certa sutileza, um
*farsante ou um simples *bromista poderá empurrar o copo sem que ninguém se dê
conta. A única garantia real é conhecer bem às pessoas que realizam o
experimento .com um e estar seguro de que o fazem sem nenhuma classe de
preconceitos.
Supondo que não existe fraude consciente, fica a possibilidade de uma influência
*inconsciente. Durante anos estive *conven*cido de que esta devia ser a explicação
do fenômeno (pois me mostrava *reacio a aceitar a possibilidade de uma intervenção
dos espíritos). Mas um *psiquiatra demonstrou-a:
―Quanta gente assiste a essas sessões?
―Cinco ou seis.
―Então *tendr*íamos *ci*nco ou seis mentes *inconscientes influindo sobre a
direção do copo. O resultado seria incoerente.
―Mas não o era, ou sim?
―Não, não o era.
Desgraçadamente, o método do copo não costuma resultar em uma comunicação
rica nem inspirada. Digam o que digam os *psiquiatras a respeito do *inconsciente,
minha própria experiência me demonstra que o copo reage segundo o estado de
ânimo da reunião.
Tenho visto realizar este experimento em uma festa, e deu lugar a umas
respostas ligeiras e *animosas, próprias dessa *cl*ase de atos. Um experimento
bem mais sério e solene, levado a cabo por seguidores de Dennis *Wheatley, pôs-
lhes em contato com o próprio *Satán, com resultados vagamente parecidos a uma
ópera *bufa.
Mas entre estes dois extremos existem centos de *variacíones... e, entre elas,
umas quantas surpresas. Os que praticam regularmente esta classe de experimentos
descobrem que, segundo progridem neles, diminui a variação no tipo de "contato"
obtido. Aparecerá uma e outra vez a mesma entidade até *que, como ocorre com
frequência, chega a se formar uma imagem sumamente nítida de sua personalidade.
A maioria das surpresas serão as derivadas das habilidades mostradas por dita
entidade.
O melhor é reconhecer sempre a verdade, e a verdade é que um g*ran
percentagem das comunicações recebidas pelo método do copo são *porquería. Isto
é verdadeiro ainda naqueles casos em que os experimentos se realizam com
propósitos sérios. Mas também vale a pena procurar as possíveis exceções a esta
regra. Ounos quantos exemplos extraídos de minha experiência pessoal podem
resultar de interesse.
Estávamos sentados ao redor da polida mesa de *Johanna, decididos a *averiguar
se o espírito que movia o copo era capaz de predizer o futuro. Paul, que foi quem
*sug*irió o experimento, se manteve em todo momento distante, sentado em um
rincão da habitação. Desejava assegurar-se de que não influía inconscientemente
sobre o copo. Só desejava formular perguntas e tomar notas.
―Vou mudar de trabalho? ―*preguntou Paul.
―S*í ―*respondiou o copo.
―Que vou fazer?
―Estudar.
―Que vou estudar?
―Arte.
―Onde vou estudar arte?
―Londres.
*odas e a cada uma das respostas do copo demonstraram ser totalmente falsas.
Paul não mudou nunca de trabalho nem estudou arte em Londres nem em nenhuma
outra parte. E, no entanto, o experimento não pode ser considerado como um
completo falhanço. Dantes do mesmo, Paul tinha-nos ocultado alguns fatos, que
eram os seguintes: Nos últimos meses, Paul tinha-se sentido *insatisfjogo com seu
trabalho, decidindo mudar de vida. Tinha chegado à conclusão de que seu verdadeiro
futuro era o de ser pintor e, com vistas a se preparar para dita profissão, tinha
tomado a resolução de começar a estudar arte. Por razões pessoais, preferiu não
ingressarem o *College *of *Art de Belfast, e tinha solicitado uma bolsa que teria de
lhe levar a Londres.
Se trata-se de uma coincidência, há que reconhecer que é demasiado perfeita. Eu
era o único que lhe conhecia dantes do experimento, e devo dizer que me tinha
ocultado cuidadosamente quais eram seus planos.
A *telepatía parece uma teoria bem mais razoável para explicar o fenômeno. Isto
se vê confirmado pelo fato de que Helen, minha mulher, tem utilizado com *éxi*to o
método do copo para experimentos de *telepatía realizados no passado entre ela
mesma e seu irmão.
De quando em quando, o copo oferece uma informação gratuitamente e sem que
ninguém o peça. Em certa ocasião, e no meio de uma sessão noturna, o copo disse
de repente: "Contata com Sheila."
―Pára quem é a mensagem? -perguntei.
―Para você.
―Por que tenho que contatar com Sheila?
―Precisa ajuda.
―Porquê precisa ajuda?
―*Est*á doente.
Fazia meses que não via a Sheila. Agora tinha o menor *motivou para o fazer.
Sheila era "*médium" e bruxa e, por tanto, estava perfeitamente preparada para
aceitar o que a gente atuasse se baseando em comunicações ocultas. Chamei-a a
sua casa, mas não me contestou ninguém.
Ao terceiro dia de telefonemas telefônicos *infructuursas comecei a sentir-me
inquieto. Ainda que o marido de Sheila não compartilhava em absoluto seus pontos
de vista a respeito do desconhecido, decidi correr o risco de chamar a seu trabalho.
Mas não estava. O e Sheila tinham-se ido de férias. Pensei que ninguém se vai de
férias se sentindo mau, classifiquei a comunicação como inexata e me esqueci
completamente do tema.
Semanas depois encontrei-me casualmente com Sheila e contei-lhe toda a
história.
Então disse-me que se tinha ido de férias precisamente para se preparar com
vistas a uma intervenção *quirúrgica séria. E, de fato, no momento de realizar nosso
experimento estava bastante doente.
Este exemplo, e o anteriormente citado, ilustram até que ponto podem ser
estranhos alguns resultados *obtenidois com o método do copo. Mas, apesar disso,
em nenhum dos dois casos podia lhe atribuir a menor importância à mensagem. Não
importava que Paul estivesse se propondo seu translado a Londres para estudar arte,
pois não chegou a ir, não importava que eu não chegasse a contatar com Sheila, pois
o que precisava (e encontrou) era um bom *cirujano.
Tenho visto outros exemplos parecidos ao longo dos anos. Um tipo ao que o copo
lhe disse que tinha sido marinho em uma *encarnación anterior demonstrou estar
emocionalmente obsedado com a ideia do ser. Outro, que pediu uma resposta em
espanhol, a obteve com toda clareza apesar de que nenhum dos participantes no
experimento falávamos dito idioma. E, justo quando' a fé de um nas entidades
espirituais se reforça, alguém sugere *vendar os olhos dos assistentes. Mostram-se
todos de acordo e se produz um resultado incoerente.
Pode resultar *desconcertante que, em um livro sobre magia experimental, lhe
dedique tanto espaço a um "jogo de salão". Mas devo dizer que o método do copo
tem um objetivo válido.
Em primeiro lugar, quase todo mundo pode participar no jogo. E, uma vez que o
faça, descobrirá cedo que dele não se saca praticamente mais do que se põe. Realize
o experimento ou*na ou duas vezes com um estado de ânimo *frívolo e alegre e
conseguirá um entretenimento agradável e divertido... e nada mais. Faça-o com
seriedade e as respostas serão sérias, ainda que pelo geral pouco importantes.
Mas para chegar à fase do *esoterismo faz falta tempo, como se o experimento
do copo gerasse *esoterismos com a mesma lentidão com a que uma *ostra vai
gerando uma pérola. Se é capaz de ter paciência e *perseverar, esta pequena
operação pode chegar a merecer realmente a pena. Não pelo *esoterismo em si, que
muitas vezes consiste em pouco mais que uma curiosidade, sina pela lição de
paciência que aprenderá.
Toda operação de magia requer consideráveis doses de paciência: as mais
importantes são as que mais paciência exigem. Os pré*parativos podem durar dias,
meses e inclusive anos. E, como em um experimento de laboratório, o resultado final
pode ser um falhanço apesar de tudo. Faz falta uma personalidade firme e resistente
para não *desanimarse e voltar a provar.
Por *pueril que possa parecer, o método do copo ensina outra importante lição
aparte de precisar paciência: a de saber discriminar. Trata-se de um ensino
fundamental para qualquer que deseje pesquisar no tema da magia.
O edifício da magia possui uma deslumbrante fachada que fascina à mente e que
pode a superar com facilidade, chegando inclusive à anular. Qualquer leitura sem
preconceitos das profecias *medievales bastará para revelar uns componentes
*patológicos v*erdaderamente espantosos e *espeluznantes. Não obstante, ainda
hoje em dia ficam pessoas que seguem crendo nelas.
Muito menos dramático, ainda que igual de perigoso a sua própria maneira, é o
rápido deslizamento na superstição no que incorrem algums dos que começam à
praticar. Dedicam-se a viver pendentes de toda uma série de *ominosos augúrios,
ou calculando desesperadamente nos dias e momentos favoráveis para fazer tal ou
qual coisa. Tudo isto seria para se rir se não se tratasse de algo que *puede chegar a
ser realmente grave, sobretudo quando essas *fantasías se apoderam
completamente da *imaginación dos indivíduos em questão.
Pelo que eu seja, a única defesa contra este tipo de *obsesión é a capacidade de
discriminação; e o método do copo, com sua elevada percentagem de mensagens
incoerentes ou sem sentido, ensina a discriminar muito melhor que qualquer outro. O
processo está tão *desprovisto de verdadeiro encanto ou feitiço que o risco de se
enganar um a si mesmo fica praticamente *elimin*ado.
E, sobretudo, subsiste o *excitante exercício mental de tentar *desentrañar o
mistério básico de porquê move-se o copo. Fraude? Truque? Empurra-lhe
inconscientemente? Intervenção dos espíritos? *Psicoquinesia? *Telepatía? Ou quiçá
uma *com*binación desses elementos?
A resposta só se encontrará através da experiência pessoal da cada um. A minha,
que *dista muito de ser segura e *inamovible, se baseia na doutrina *ocultista do
Elementar Artificial; mas isso é algo que analisaremos em um capítulo posterior.
II. PORQUE FUNCIONA A MAGIA
Quando se estuda *aritmética ou *álgebra existem determinados fatos que devem
ser dado por supostos. Por exemplo, 2 + 2 tanto faz a 4 ou em qualquer
circunstância, e se a= b e b= c, a = c.
A magia baseia-se também em um axioma fundamental: toda causa mágica
funciona de dentro a fora, e não existem coisas tais como os milagres.
A ideia que se faz o homem da rua da magia está condicionada pelos contos de
*hadas: espera que movendo uma *varita *mág*ica possa ser desencadeado uma
tormenta; ou uma chuva de ouro; e inclusive as pessoas mais sofisticadas sentem-se
um pouco *desilusionadas quando uma operação de magia não dá lugar a nada
disto. Diga a um amigo que está estudando magia e lhe pedirá de *inme*diato que
realize algum truque ou que pronuncie um conjuro. Não deve, pois, nos surpreender
que algumas *logias exijam *discreción e capacidade de discriminação como
primeiras virtudes dos *principiantes.
*Dion *Fortune descreve a magia como "a arte de produzir mudanças de
consciência a vontade", com o que o faz só a médias. As mudanças de consciência
vêem-se seguidos de efeitos, mas estes o fazem a seu próprio ritmo, através de seus
canais naturais.
Para compreender isto faz falta ter certa ideia da *teoria mágica, o qual não
resulta fácil ainda que se explique a teoria com os termos mais singelos possíveis.
Praticamente todo mundo ―salvo os cientistas e uns quantos *filósofos tão
"*lunáticos" como nós― aceita e subscreve a ideia de que a mente e a matéria são
duas coisas diferentes. Trata-se de algo que parece não precisar demonstração
alguma e que rara vez se põe em dúvida. Algumas vezes considera-se estes dois
aspectos de nossa vida como diretamente contrários, como branco e negro, e outras
como complementares, como *ying e *yang. Mas, opostos ou complementares, o
que se dá por sentado, e isso é o importante, é que são diferentes.
E isso é precisamente o que os magos negamos.
Para o mago, a mente e a matéria são uma continuidade. A um *cie*rto nível, se
mostrará de acordo com os *Vedas em que o inundo é uma ilusão. A outro se
limitará a aceitar que determinados exercícios mentais podem dar lugar a certos
efeitos físicos; pois, em último extremo, não existe diferença alguma entre uns e
outros.
O como um mago chega a esta extraordinária conclusão não é nosso tema de
discussão. Pode aceitá-la simplesmente como um artigo de fé ou a tomar como uma
hipótese de trabalho que simplesmente lhe permite pôr mãos à obra. Pode ter
inclusive razões que lhe impulsionem a achar que se trata de uma proposta
equivocada, que a magia funciona por alguma razão completamente diferente. Isso
não é algo que deva lhe preocupar. Seus métodos são interessantes, seus resultados
razoáveis. Digam o que digam os c*ínicos, a vida é boa.
Suponhamos que estão interessados por minha referência ocasional no Cap. I à
possibilidade de fazer aparecer um bilhete de cinco libras. O exemplo é
evidentemente *mundano, mas não tão *frívolo como poderia parecer a primeira
vista. A maioria de nós dedicamos boa parte de nosso tempo e energia a contínuas
tentativas de produzir bilhetes de cinco libras, e umas vezes obtemos mais sucesso e
outras menos. Uma descrição do esforço mágico destinado a esse mesmo fim
ilustrará *cla*ramente as diferenças de enfoque e filosofia básica.
Se analisamos as formas normais de conseguir o bilhete de cinco libras,
descobriremos que se desmembram em quatro fases diferentes: desejo, crença,
ação e reação.
Em primeiro lugar está o desejo de conseguir o dinheiro. Se não existe, é evidente
que não dará nenhum passo para o obter.
Depois vem a crença em sua capacidade para ganhar-se cinco libras. Trata-se
uma vez mais de uma etapa vital do processo, pois sem ela também não fará nada
para a conseguirs.
A terceira fase é a da ação: pode decidir comprar um abrigo e vendê-lo a
mudança de um benefício, ou também fixar uns *honorarios de cinco libras por
algum serviço que esteja em disposição de prestar.
E finalmente a reação. O abrigo vende-se, o serviço aceita-se. O resultado é que
você recebe suas cinco libras.
Nesta sequência quase todo a ênfase se põe na ação. Os demais fatores devem
estar assim mesmo presentes, mas funcionam a um nível quase reflexo e ninguém
presta grande *atención aos mesmos.
Um mago segue a mesma sequência, mas pondo o *acento em lugares
completamente diferentes.
Existe um velho provérbio religioso que diz: "*Inflámate com a oração." O desejo
deve atingir as intensidades mais elevadas. O é como o *comb*ustible para a
operação, e quantos mais *octanos tenha, melhores serão os resultados. Não resulta
fácil manter um único desejo ardendo durante dias e semanas; mas, para poder ter
sucesso, o mago deve ser capaz de conseguí-lo. Este único fator, mais que *nin*gún
outro, é o que faz que poucos magos avançados se preocupem de assuntos tão
triviais como os bilhetes de cinco libras. Em uma rede tão grande e resistente podem
ser apanhado peixes maiores.
A crença ou fé tanto faz de importante para o mago. Uma débil se*guridad em si
mesmo, obtida sem esforços e que se dê por sentada, não é nem muito menos
suficiente. Um mago se esforçará por atingir a segurança interior, a convicção
absoluta em que não pode falhar. E este é o fator que *tienta aos *principiantes a
basear seus experimentos em resultados que realmente não importem demasiado.
Em teoria não existe diferença mágica alguma entre produzir 5 ou 50.000 libras, mas
poucos *principiantes possuem a convicção necessária para atingir uma cifra como a
segunda.
A d*iferencia do que ocorre no método anterior, a ação tem muita menos
importância: é simplesmente rotineira e de caráter interior. Quando tem realizado
sua rotina, o mago se limita a esperar. Sabe que os resultados rara vez são rápidos,
e em *ningún caso *milagrosos. O bilhete de cinco libras chegará mais dia menos
dia.
E chega. Pode fazê-lo por correio, como a devolução de um empréstimo longo
tempo esquecido; ou em forma de empréstimo, como o presente *espontáneo de um
admirador. Mas chegará quando *él queira... através de canais perfeitamente
naturais.
Em que consiste essa curiosa rotina que segue o mago para conjurar o
aparecimento do bilhete de cinco libras? Estranhamente, varia de uns casos a outros.
E o que é ainda mais estranho, não parece importar que varie.
Segundo *Frazer, o *chamán primitivo aceita certas correspondências no
universo. Tem crescido com essa fé ou crença e, por tanto, as correspondências são
para ele tão naturais como andar. Carece de *sofisticación e seu método é primitivo,
baseiemou na equação "Igual = Igual".
O água com que se *rocía o solo é como a chuva; por tanto, para produzir chuva
há que aspergir o solo com água. Os apitos imitam o ruído do vento. Pode-se, pois,
conjurar uma tormenta assobiando. Trata-se da chamada "magia por simpatia", que
possui umas raízes profundas. Quantos de nós não estamos convencidos de que
basta com lavar o carro para que caia um *chaparrón? Em um barco os marinheiros
abstêm-se de assobiar, pois considera-se que traz má *suerte, que provoca
tormentas.
Hoje em dia, ao menos no mundo ocidental, ninguém crê na "magia por
simpatia". Resulta um método demasiado *rudimentario para ser possível. E sem fé,
a sequência de quatro passos derruba-se. O *ocultista mais refinado se *encuen*tra
incapaz de realizar uma operação que não proporia problema algum a seu singelo
semelhante da selva. Mas não importa. Não é que a magia tenha morrido, sina que
sua complexidade tem aumentado.
Os atuais estudantes de artes mágicas aprendem um novo jogo de
correspondências, que dependerão em grande parte do centro em que o façam. As
mais estendidas são provavelmente as derivadas da *Cabala *hebraica,
complementadas por *Aleister *Crowley. A *cabala está bem vista, como
corresponde a um grande *sistema *místico. *Crowley não. Mas inclusive seus mais
*encarnizados *oponentes fazem uso ou beneficiam-se de seu trabalho, ao igual que
numerosos britânicos de hoje em dia se comprazem conduzindo um carro (o
"Volkswagen") originalmente criado por *Hitler.
Se o mago tem sido formado no sistema da *Cabala dantes de levar a cabo o
experimento terá construído em sua mente toda uma série de associações
relacionadas com o dinheiro. O associará, por exemplo, com um determinado
planeta, uma determinada cor e uma determinema esfera da Árvore da Vida. Ao
nível mais simples, inundará seu *aura com a cor associada -mediante um ato da
*imaginación- e tentará visualizar como o bilhete de cinco libras vai a. ele. Se deseja
seguir mais adiante, pode ser rodeado de novas *asoci*aciones, e inclusive
desempenhar ações *rituales de valor simbólico. Todas elas terão exatamente o
mesmo propósito: orientar sua mente na direção adequada e mantê-la nela.
A corrente básica de associações é a seguinte:
*Sephírah: *Tiphareth
Ccheiro: Dourado
Planeta: O Sol
Todo *ésto parece demasiado fácil para ser verdade. Mas o simples fato de
conhecer os eslabões não bastará para poder unir a corrente a nada. O mago é
sobretudo um trabalhador. Passará semanas, meses ou inclusive anos meditando
todos os dias sobre as esferas da Árvore da Vida, introduzindo suas associações nos
níveis mais profundos de seu ser, as convertendo em parte dele, se dando
lentamente conta de por que funcionam as associações e qual é seu significado. Só
de *spuésde todo isso se sentirá verdadeiramente seguro de que vai obter seu
bilhete de cinco libras. E, como cabe supor, para quando chegue esse momento lhe
interessará pescar com sua rede peixes maiores que esses.
Como funciona este *fascinante conjuro de oun bilhete de cinco libras? Muitos
magos não têm nem a menor ideia. Aprenderam o método ―o mesmo que pode
fazer você no capítulo correspondente―, realizaram suas tarefas *preparatorias e
descobriram que, mais dia menos dia, o bilhete chegava a seus *manvos por uma
via ou outra. O poder da magia tinha-se visto demonstrado pelo experimento.
Mas a magia não é um poder, sina um método ou um conjunto de métodos. O
fato de que um *televisor funcione não demonstra o "poder" da eletrônica, sina
*simplemento aplicativo prático de determinados princípios. Esses princípios podem
constituir um mistério inclusive para o homem que o conserte: todo o que precisa
saber é que cabos deve ligar a um lustre, etc. E o mesmo pode ocorrer com o
homem que o fabrique.
É um fato demonstrado que a *intuición mais profunda de por que funciona o
truque do bilhete não a teve um mago, sina o astuto e velho psicólogo *Carl *Gustav
*Jung. Desgraçadamente, o estilo literário de *Jung não pode ser comparado com o
de Fr*eud, com o resultado de que muitas de suas melhores ideias ficam enterradas
embaixo de sua *farragosa e acadêmica forma de escrever.
Como à maioria dos *psiquiatras *clínicos, a *Jung lhe ocorreram ideias
aparentemente *disparatadas enquanto tratava a seus pacientes. Mas, a diferença
da maioria deles, decidiu não fazer caso *omiso delas. Esta singela diferença deu
origem à teoria da *sincronicidad. Um caso concreto servirá para ilustrá-la:
Em uma determinada etapa de sua carreira, *Jung estava t*ratando a um
paciente, o senhor X, que padecia um transtorno emocional. Aparte disso, o senhor
X, parecia estar em forma e bem.
Certo dia, depois de uma sessão do tratamento, o senhor X queixou-se de dor de
garganta. Este não é um sintoma que costume perturbar aos *legos na matéria, mas
a experiência médica de *Jung lhe levou a suspeitar que podia ser tratado de algo
mais que um simples resfriado de peito. *Intuyó que existia a possibilidade de que
se tratasse de uma doença cardíaca, e aconselhou ao senhor X que consultasse com
seu médico, quem se mostrou de acordo. Quando ia ser operado ―o que *Jung não
sabia naquele momento―, sofreu um *infarto e faleceu.
Mas aqui é onde entra a senhora X na história. Chamou a *Jung cheia de medo
para perguntar-lhe se seu *ma*rido padecia alguma doença grave.
Façamos uma pausa para deter-nos a reflexionar ―como sem dúvida fez *Jung―
que o se*ñ*or X estava sendo tratado de uma doença *psiquiátrica. Ainda que
molestas, tais doenças rara vez resultam mortais. Apesar de que a senhora X podia
estar inteirada das dores de garganta de seu marido, é improvável que tivesse
formulado o mesmo diagnóstico que *Jung. De fato, no momento de falar com ela,
*Jung desconhecia que seu *intuición se tinha visto dramaticamente *confirm*ada.
*Jung tentou tranquilizar à senhora o melhor que soube e lhe perguntou que era o
que lhe tinha feito lhe chamar para lhe perguntar aquela. Sua resposta foi muito
curiosa: porque à janela do dormitório de seu marido tinha ido toda uma bandada de
*pája*ros.
Para compreender esta resposta faz falta saber algo mais a respeito da senhora X.
Uns quantos anos dantes, enquanto seu avô estava agonizando, foram a sua janela
um grande número de pássaros. O mesmo fenômeno tinha-se repetido quando
morreu seu pai. Devido a isso, a senhora X chegou a associar a chegada dos
pássaros com a ideia da morte. O aparecimento de uma bandada na janela tinha-se
convertido em uma espécie de augúrio *funesto.
Quando o augúrio demonstrou ser correto três vezes seguidas, *Ju*ng começou a
reflexionar sobre que era o que podia ter ocorrido. Baseou-se em dois *premisas,
ambas inegavelmente lógicas e sensatas:
1. A chegada de uma bandada de pássaros a uma janela não provoca a
morte; de ser assim, média espécie humana teria *falleci*do faz já muito tempo.
2. A morte humana não atrai aos pássaros; caso contrário, nossas clínicas e
hospitais teriam que se enfrentar a um gigantesco problema.
Em resumo, entre o aparecimento dos pássaros e a morte não existe nenhuma
relação de causa-efeito. Mas isso não quer dizer que não exista nenhuma em
absoluto. Era evidente que estava ocorrendo algo e que estava o suficientemente
claro como para empurrar à senhora X a chamar a *Jung.
*Jung chegou à conclusão de que sim existia uma *relaci*ón, mas que se tratava
de uma relação alheia à acostumada sequência de causa-efeito. *Intuyó que no
mundo funcionava uma segunda sequência em grande parte oculta à atenção
imediata. O eslabão entre os dois fatores do caso era o significado. O significado é
uma função da mente humana. O eslabão entre o *fallecimiento do senhor X e o
aparecimento de uma bandada de pássaros na janela de seu dormitório não era
outro que a mente ―e/ou as crenças-- da senhora X. *Jung creu ter *descubie*rto
um princípio não causal de conexão, e o denominou "coincidência significativa" ou
"*sincronicidad".
Mas a *sincronicidad parece uma conclusão própria dos contos de *hadas, um
convite aberto à ideia de que basta desejar as coisas para que *é*stas se produzam.
Ainda vindo de *Jung, poderia não ter passado de ser uma teoria mais, se não se
tivesse lançado a demonstrar suas conclusões mediante a realização de
experimentos.
O método de experimentação de *Jung resulta divertido e estranho ao mesmo
tempo. Primeiro procurou um instrumento adequado para submeter a *sincronicidad
a prova, e encontrou-o na antiga *seudociencia da *astrología. Os astrólogos
aceitam a ideia de que determinadas configurações dos planetas proporcionam
chaves acerca de a probabilidade de que se produzam determinados fatos ou
situações. A crença nas relações *astrológicas se r*emonta a faz séculos,
possivelmente inclusive milênios. E, no entanto, as ações dos homens não podem
influir sobre o curso ou trajetória dos planetas; enquanto, se alguns misteriosos raios
*planetarios influíssem sobre as ações dos *hom*bres, a *astrología seria uma
ciência exata, algo que nem suas mais *acérrimos defensores se atrevem a afirmar.
Contando com este instrumento, *Jung preparou-o todo para a realização de um
experimento. Primeiro procurou as tradicionais *conjunciones *matrimonialé nos
horóscopos de umas quantas casais previamente eleitos, e descobriu uma
determinada percentagem de casos nos que essas *conjunciones se produziam
realmente. Depois analisou estatisticamente suas descobertas e encontrou-se com
que essa percentagem e*ra demasiado significativo como para se tratar de um
simples produto da casualidade.
Os astrólogos felicitaram-se de que um respeitado *psiquiatra tivesse
demonstrado a verdade da *astrología. Mas em realidade não tinha feito nada disso,
sina mais bem pró*bado que a *astrología tem algo para valer. *Jung chegou à
conclusão de que tinha demonstrado a verdade de sua teoria da *sincronicidad, e
não se equivocava.
A descoberta de um princípio não causal de conexão resultou tão *desconcertante
como em outro sentido o princípio descoberto por *Einstein de que E = *mc2. Mas
como seu aplicativo prático era muito menos evidente que a bomba atômica, a
*sincronicidad se viu em grande parte ignorada. Só o grupo dos *esoteristas , do que
os magos formam t*ambién parte de melhor ou pior grau, presta algo de atenção à
"*rareza" descoberta por *Jung. E como ninguém crê na magia, suas afirmações se
viram recebidas com *condescendientes sorrisos.
Acho que é razoável mudar o nome de mago pelo de "*sincronicista", pois resulta
bem mais impressionante, atual e, em consequência, aceitável; ainda que isso não
modificará o fato de que os *sincronicistas fazem magia.
III. A *ANATOMÍA OCULTA
A *anatomía oculta não é um tema fácil. Mas terá que compreender seus
*rudimentos dantes de poder realizar com sucesso o truque do bilhete de cinco
libras... ou outras operações bem mais importantes.
O mago coincide com o *místico, que nos ensina que somos Um com o Tudo. Dito
em termos mais *banales, isso significa que é você parte do universo e que está
sujeito a suas leis. Devido a isso, todo o que ocorre no universo influi sobre você,
ainda que seja só em grau *infinitesimal. E, pelo contrário, o que você faz influi a
sua vez sobretudo o universo (no mesmo grau *infinitesimal).
Esta *perturbadora ideia resulta provavelmente fácil de aceitar a nível físico; mas,
como é lógico, existem outros níveis a tomar em conta. Para que resulte o mais
singela possível, limitarei a análise a só outros dois níveis: o mental e o espiritual.
O mago acha que estes três níveis, que fazem parte do Tudo, se *entremezclan
uns com outros e possuem determinados pontos de contato. Ademais, e deixando-se
guiar pela experiência, de *místicos e *visionarios, crê ter uma vão*ea bastante
exata de como são os nivele interiores.
O mago vê-se a si mesmo rodeado por um *amplísimo e inesgotável mar de
energia espiritual. O alcance do poder de que dispõe supera literalmente à
*imaginación; mas, felizmente, ao menos parte desse poder está baixo seu controle.
Os problemas que se propõem são em realidade os do contato e a transformação.
Uma *bombilla não funcionará a não ser que seus cabos entrem em contato com a
fonte de energia; e, como poucos dos eletrodomésticos ex*istentes funcionam com
corrente direta ou contínua, fará falta instalar um transformador em um ponto ou
outro da instalação.
Em teoria, o contato com a fonte de energia espiritual deveria ser algo fácil e
natural. Você é parte do Todo e, por *tantou, o Todo deveria poder fluir através de
você sem obstáculos nem dificuldades. Mas ainda que seja a nível *inconsciente, vê-
se *obstaculizado por um dos hábitos mais estendidos entre a humanidade: o da
tensão.
A tensão é bem mais *insidiosa do q*ue a maioria da gente imagina-se. Eu tenho
visto a pacientes sentados na borda de suas cadeiras e afirmando que estavam
perfeitamente relaxados. A tensão penetra em nós sem que nos *percatemos e
chega a se converter em um *arraigado hábito ou pauta de conduta. Algumas vezes
resulta difícil acabar com ele; mas, com o tempo e a prática, consegue-se sempre.
vou explicar como acabar com o hábito da tensão.
Reserve-se todos os dias um tempo para praticar exercícios de *relajación. Nas
*primeras fases bastará com 10 ou 15 minutos, que, se o deseja, poderá aumentar
posteriormente. O melhor momento é a primeiras horas da manhã, pois existem
menos distrações e muitas menos *tentaciones de fazer qualquer outra coisa.
Convença-se depois de que d*ebe praticar a *relajación todos os dias; de fato,
vale a pena fazê-lo durante toda a vida, e lhe resultará bem mais útil e valiosa que
sua atual rotina diária de se lavar os dentes ou *cepillarse o cabelo. E é
importantíssimo fazê-lo de maneira *contin*uada: inclusive dois minutos diários são
melhores que várias horas a intervalos irregulares.
Tendo isto em conta, estará pronto para começar. Realize as primeiras tentativas
na cama, jogado boca acima e com as mãos apoiadas a ambos lados. Sua mente
*incon*sciente, que tem muito que ver com a formação de hábitos, associa a cama
com o sonho e, por tanto, com a *relajación; por conseguinte, praticando seus
primeiros exercícios na cama estará dando automaticamente um passo para atingir
os resultados desejados.
Em teoria, relaxar-se é o mais fácil do mundo, pois consiste simplesmente em
"deixar-se levar". Em realidade, hoje em dia costuma tratar de uma resposta
aprendida, baseada no prática consciente e em grandes doses de repetição.
Para assegurar-se uma *relajacíon completa faz falta ser previamente consciente
da tensão. Isto pode parecer uma *perogrullada, mas segue sendo verdadeiro que
muito poucas pessoas são verdadeiramente conscientes da tensão acumulada em um
determinado conjunto de músculos. No *mejor ―ou no pior― dos casos limitam-se a
experimentar o efeito geral em t*é*rminos de *incomodidad ou moléstias.
Por conseguinte, sua primeira tarefa consiste em estimular a consciência. Comece
com os pés. Curve os dedos para abaixo e para dentro, como se *est*uviese
tentando apanhar um lenço com eles. Quando o tenha feito, mantenha nessa
posição... e continue fazendo-o até que os dedos dos pés lhe doam e comecem a lhe
produzir choques. A moléstia lhe fará plenamente consciente da deliberada tensão
dos músculos dos dedos dos pés. Uma vez que seja plenamente consciente, volte
aos pôr em posição normal.
Mas sigamos. Duplo os pés para diante e mantenha-os assim até sentir
*incomodidad ou moléstia. Deixe-os logo como estavam.
*Pase aos músculos das *pantorrillas, *tensándolos até que a produzam
moléstia... e deixe-os logo como estavam.
Continue com a sequência, *tensando lenta e deliberadamente todo seu corpo.
Tome-se o tempo todo que faça falta para que nenhum conjunto de músculos
sujeitos a essa influência consciente fiquem sem *ejercitar. Quando chegue à cara,
aperte os dentes e faça caretas. Volte depois a sua posição normal.
Recorde finalmente que o couro *cabelludo tem também músculos. Franza o
cenho para movê-lo para diante; retenha nessa posição...; deixe-o logo como
estava.
Para quando tenha terminado do fazer, o mais provável é que volte a existir algo
de tensão nos músculos anteriormente tratados. Efetue, pois, uma revisão mental, e
se descobre te *nsiónem alguma parte, aumente-a até voltar a sentir uma moléstia
consciente... e deixe-a logo como estava.
Repitamos agora o processo. *Tense todos e a cada um dos *tendones e nervos
de seu corpo. Deixe-o logo como estava... e relaxe-se. Se se *había familiarizado
com a tensão, encontrará a experiência do *relajamiento completo e consciente
*placentera. Pratique-o diariamente.
Uma vez praticada suficientemente à sequência do *relajamiento consciente, isto
é, quando possa o realizar com toda facilidade, com *fluidez e como algo rotineiro,
será o momento de melhorar seu nível de rendimento. Quando o consiga terá
aprendido um truque consideravelmente *beneficioso para você em sua vida
quotidiana.
Ao chegar a esta fase é prudente renunciar à cama. Continue com seus exercícios
*matutinos, mas em uma cadeira. Há boas razões para isso: segundo vai
aumentando a profundidade de seu re*lajamiento também o irá fazendo o risco de
ficar dormido, e como seguramente terá melhores coisas que fazer, lhe convém o
evitar. Se pratica o *relajamiento em uma cadeira e fica dormido, se cairá dela; é
uma forma um pouco *ruda, mas segura, de acordar-se.
Ponha-se cômodo na cadeira. Está a ponto de acrescentar um exercício
respiratório à *relajación básica.
Os exercícios respiratórios, especialmente os do *yoga, podem causar-lhes aos
ocidentais montões de problemas. Ainda que singelo, *inc*luso o que se explica aqui
não deveria ser praticado com exagero, sobretudo durante as primeiras fases. Não o
faça durar mais de três minutos em sua primeira tentativa, e vá o aumentando
lentamente, minuto a minuto, ao longo de um período de semanas. Em c*aso de que
surja o menor problema, o interrompa de imediato.
Durante as primeiras fases deveria evitar também respirar demasiado
profundamente; a profundidade da respiração deve ser ido aumentando também
gradualmente ao longo de uma série de semanas.
Uma última advertência: este exercício exige conter a respiração; mas deve ser
feito *tensando os músculos *abdominales, e não fechando a garganta. E se sente a
menor moléstia durante a realização do exercício é que o está fazendo mau.
Passemos agora ao exercício em si. Esvazie primeiro os pulmões: nas primeiras
fases não há necessidade do fazer por completo e, evidentemente, não lhes deve
forçar no mais mínimo.
Respire enquanto conta mentalmente até quatro. Se descobre que tem *inhalado
*todou o ar que podia dantes de chegar a quatro, regule a velocidade à que conta.
Não tente forçar a entrada a mais ar. O objetivo deste exercício é estabelecer ou
fixar um ritmo, não aumentar a capacidade dos pulmões.
Contenha logo a *respiraci*ón enquanto conta mentalmente até duas. Recorde
que deveria fazer mediante os músculos *abdominales, e não fechando a garganta.
Exale finalmente o ar enquanto conta mentalmente até quatro. Pode que ao
princípio não lhe resulte fácil, mas não se esqueçade que está tentando chegar a
uma situação que lhe permita contar a um ritmo equilibrado durante toda a
sequência.
Mantenha finalmente o fôlego fora enquanto conta mentalmente até dois.
Resumo brevemente a sequência: Inalação até quatro; contenção até duas;
*exhalación até quatro; contenção até duas. Repita esta sequência, aumentando
gradualmente todos os dias a duração da prática até que resulte fluída e sem
problemas. Com o tempo, e uma vez iniciada, chegará a converterse em
praticamente automática, pois se dá-lhe tempo para aprender a sequência, sua
*inconsciente ocupará seu lugar e realizará dita tarefa por você.
Durante a realização deste exercício descobrirá que *inhala mais ar que quando
respira normalmente: isto é verdadeiro ainda no caso de se praticar sem demasiado
esforço, pois a maioria da gente tende a respirar muito pouco profundamente. Uma
maior quantidade de oxigênio em seus pulmões significa um aumento do mesmo em
seu sangue. Terá iniciado uma pequena reação bioquímica. O resultado final é uma
melhor *relajación.
Mas o benefício não termina aqui. Está praticando este exercício conjuntamente
com os de *relajación consciente. Combine ambos com a frequência e regularidade
suficientes e porá em *marcha um curioso mecanismo psicológico. É um mecanismo
mencionado dantes em um contexto diferente: o da associação.
Mais dia menos dia ―e as investigações básicas de *Pavlov indicam que entre
cinquenta e sessenta sessões consecutivas bastarão para o conseguir― sua mente
associar*á firmemente a respiração de 2/4 com a *relajación. Quando isso ocorra,
bastará com que inicie a sequência respiratória para produzir uma *relajación
através de um reflexo condicionado.
Aparte de seus benefícios ocultos, este é um talento que convém muito
desenvolver. Quando se produza uma crise poderá combater o pânico com uma
respiração, recuperando a tranquilidade de ânimo mediante uma sequência
*espontánea de 2/4. O corpo e a mente acham-se estreitamente relacionados entre
si, e quando o primeiro se relaxa, a segunda o faz também.
Uma vez atingido a arte de relaxar-se terá derrubado a barreira que se interpunha
entre o *vastísimo mar da energia espiritual e você mesmo. Sua seguinte missão
será abrir os canais *necesa*rios para que possa fluir livremente.
Aqui tropeçamos-nos com um conceito difícil: os canais estão já aí, existem como
órgãos *innatos da mente; mas para fazê-los funcionar conscientemente requer-se
tempo e esforço. Não existe autêntico *paralelis*mo no plano físico. Seu coração, ou
bate, ou não bate. Seu *hígado funciona ou não funciona. E, salvo que recorra a
Christian *Barnard, mal poderá fazer nada ao respeito.
A analogia física mais próxima que me ocorre é a dos músculos. Temos nascido
com t*oda uma série de músculos, capazes de desempenhar as mais diferentes
funções; mas para crescer precisam exercício, e seguem precisando-o para funcionar
eficazmente. Não se trata de uma analogia perfeita, mas sim a mais aproximada
para descrever como são lvos canais *psíquicos.
Se acha-se familiarizado com os métodos orientais terá ouvido falar dos *chakras.
Também é possível que conheça a ideia de que o ser humano conta com mais de um
corpo. Esta segunda ideia bastaria para justificar um complicado e*studio por si
sozinha. Não obstante, por enquanto nos limitaremos a tomar em consideração dois
corpos aparte do físico: o *etéreo e o *astral (ou astro-mental).
Seu corpo *etéreo é seu "duplo" invisível. Encontra-se *interpenetrando com seu
corpo físico, e *algun*as escolas de pensamento consideram-no essencialmente
como a pauta de forças sobre a que se acha construído este. Está mais próximo da
matéria que à mente, o que quer dizer que pertence ao plano material, do mesmo
modo que a eletricidade e el *magnetismo. Parece funcionar como um eslabão ou
enlace entre seu corpo físico e sua mente.
Seu corpo *astral é um passo acima do *etéreo, e precisamente o passo que nos
*adentra no reino do propriamente *psíquico. O corpo *astral está formado por
m*ateria mental; ou, dito com maior exatidão, por material da *imaginación.
ou
*FIG. 2.- As *PERCHAS COMO VARETAS DE *ZAHORI
Depois sugeri-lhes que se mudavam a moeda de um *penique por outra de seis,
os arames se cruzariam sobre qualquer moeda de seis *peniques, mas vibrariam
para diante *cuandou passassem acima de outra de um *penique, pois o cobre e a
prata são metais "*antagónicos". Uma vez mais, as *perchas comportaram-se tal
como tinha predito.
Finalmente, estendi sua credibilidade até o limite máximo: disse-lhes que eu me
imaginaria um *cu*enco com água sobre um determinado lugar (bem definido) do
solo, e que os arames se cruzariam quando passassem acima daquela "forma
mental". Em dois casos ocorreu assim, enquanto em um terceiro não passou nada. A
garota que sustentava os arames me confessou que todo aquilo da "forma mental"
lhe soava a tolice.
Em vista de todo isso, parece não ter a menor dúvida de que o que move os
arames é a mente *inconsciente; isto é, que em realidade não se construiu um
dispositivo que capte as subtis emanações do água, a prata, o cobre ou as ainda mas
duvidosas "formas mentais". Mas apesar do elemento de sugestão, não cabe
descartar o experimento das *perchas como uma simples novidade de caráter
psicológico; nem também não o *péndulo, que é uma forma algo mais complicada de
conseguir os mesmos resultados.
Pode ser construído um *péndulo com relativa facilidade. Limite-se a atar um
peso a uma corda. Mas, dantes de embarcar-se em experimentos, terá que
determinar você mesmo a "longitude de onda" dos diversos materiais. Um *péndulo
de *zahorí efetuará um ou dois: para diante e para atrás ou circular.
Tradicionalmente, um *péndulo da longitude correta oscilará para atrás e para diante
se pendura da mão de um homem, e efetuará um *moviminto circular se pendura da
de uma mulher: esta associação está tão firmemente estabelecida, que verá muitas
vezes como se utiliza o *péndulo para determinar o sexo de um menino ainda no
seio de sua mãe. Não tenho a menor ideia de até que ponto dá resultado este
método na prática; mas se seja que funciona para outras coisas.
Dantes de começar a usar o *péndulo terá que decidir para que quer o fazer.
Suponhamos que, como os *alquimistas da Idade Média, deseja encontrar ou*ro.
Tome qualquer objeto de ouro a mão, um anel de casamentos ou alguma outra jóia,
e sustente o *péndulo sobre ele: o mais provável é que não ocorra absolutamente
nada. Vá ajustando logo a longitude da corda, fazendo frequentes pausas. Mais dia
menos dia descobrirá a longitude à que o *péndulo descreve um círculo sobre o
objeto de ouro. *Máquela sobre a corda.
Se é capaz de resistir a *tentación de sair a procurar ouro de imediato, poderá ser
fabricado um *péndulo para múltiplos usos. Limite-se a repetir o processo com, por
exemplo, *estaño, cobre e prata, e a anotar a longitude para a cada um destes
metais.
O único perigo deste processo é o do *autoengaño: não tente mover o *péndulo
você mesmo; deixe que as coisas ocorram de por si sozinhas. Ao igual *que as
*perchas, o *péndulo é simplesmente um meio de descobrir sua mente
*inconsciente. Prepare-a como é devido. Os resultados merecerão o esforço
realizado.
Em onde o *péndulo destaca na prática é em que não precisa permanecer
suspendido sobre o objeto para determinar sua presença. Prove este truque e, como
dizem os anúncios, assombre com ele a seus amigos.
Peça-lhe a alguém que esconda um objeto de ouro em alguma parte da habitação.
Como não está realizando um conjuro, não tente escutar nem *averi*guar onde
pode ser encontrado o objeto. Uma vez oculto, entre na habitação com sua
*péndulo. (Nem que dizer tem que deverá ter sido previamente adaptado à
"longitude de onda" do ouro.)
Situe cerca da porta. Sustente o *péndulo com a mão *izqu*ierda e deixe que se
balance para atrás e para diante. Estenda logo mano-a direita e dirija a mirada como
se estivesse assinalando algo. Mova lenta e sistematicamente mano-a direita até ter
assinalado a todas as partes da habitação. Em um *mom*ento ou outro desta
manobra, descobrirá que o *péndulo deixa de se balançar e começa a girar em
círculo. Quando isso ocorra é que estará você apontando ao objeto em questão.
Deveria ter indicado dantes que, enquanto quase todo mundo possa *obtener
bons resultados com as *perchas, o truque do *péndulo parece exigir talentos
especiais; mas não se trata de talentos raros ou pouco frequentes. Minha experiência
faz-me pensar que o número de pessoas capazes de encontrar objetos escondidos
desta *manera supera com muito o 50 por 100.
Uma vez realizados uns quantos ensaios, lhe ocorrerá a você mesmo toda uma
série de usos tanto para as *perchas como para o *péndulo. Mas um dos que pode
não passar pela cabeça é o da caça ou busca de fantasmas..
Tínhamos terminado de *cenar em uma das mais agradáveis mansões
*campestres de Irlanda. Fora *nevaba fortemente, mas um grande fogo na lareira
da biblioteca mantinha o frio a listra. Nossa anfitriã, a quem interessavam muito
esses te mas,acabava de nos informar que a casa estava encantada.
Esta informação não podia ter caído em ouvidos mais *receptivos. Entre meus
colegas figuravam meu querido amigo *Desmond, *teosofista e especialista no tema
dos *platillos volantes, e Kevin, entre cujas anteriores experiências destacava a de
uma projeção *etérea *involuntaria.
O fantasma era o de uma idosa senhora, uma azarada sombra que se deslizava
pelos corredores e corredores da casa sem lhe fazer ao que parece dano a ninguém.
*Según *Sybil *Leeke, que tinha pesquisado em certa ocasião o fenômeno, estava
fortemente associado com uma determinada habitação.
Tinha visto nossa anfitriã o fantasma alguma vez?, perguntamos. Ficou olhando
fixamente o fogo e assentiu com a *cabeza. Podia ser tratado de um fantasma, mas
certamente não de um mito.
Saímos da biblioteca e dedicamos-nos a percorrer os *alfombrados corredores da
mansão. Nenhum de nós estava especialmente sensibilizado aquela noite, pois não
apareceu fantasma ao*guno. Perguntamos-lhe à anfitriã se podíamos ver a habitação
encantada. Então sugeriu a realização de um experimento. Nenhum de nós tinha
estado dantes na casa, nem sabíamos qual de suas numerosas habitações estava
associada com o *fantas*ma. Por que não comprovar nosso grau de sensibilidade ao
encantamento tentando a encontrar nós mesmos?
Tentamo-lo, mas não o conseguimos. Quando parecia ter esgotado a inspiração,
*Desmond sugeriu que empregássemos um *péndulo. Apareceu el *mayordomo com
fio e uma pesa sobre uma bandeja de prata. Construímos o *péndulo. Ninguém sabia
se os fantasmas possuíam uma longitude de onda específica, mas ajustamos a
longitude do fio de maneira que o *péndulo reagisse quando estivesse cerca de uma
mulher, e confiamos em que a idosa senhora não tivesse perdido sua *femineidad ao
morrer.
Fizeram falta vinte minutos para que Helen encontrasse uma habitação na que o
*péndulo reagia como se se tivesse voltado louco.
"É esta?", perguntou.
Nossa a *nfitrionaassentiu com a cabeça.
As *perchas também captam a presença de fantasmas, ao menos a daqueles que
permanecem *quietos o tempo suficiente como para permitir ser detectados. Em
nossa própria casa apareceu um ponto mais frio que o resto, *que um *clarividente
diagnosticou como "um elementar atrapado em um cone de força". Demos por bom
esse diagnóstico e aprendemos a conviver com ele.
Certa tarde, quando alguns amigos estavam divertindo com o experimento das
*perchas, lhes sugerimos que o praticassem no rincão em que morava o elementar
de nossa casa. Fizeram-no e ocorreu algo muito estranho: em lugar de cruzar-se, os
arames deram-se a volta e começaram a balançar-se ou vibrar para fora. Parece ser
que nosso elementar se *equiparava com alguma modalidade de energia negativa.
O *péndulo e as *perchas fecham o círculo iniciado com o experimento do copo.
Nosso seguinte passo consistirá em uma análise ou discussão da teoria, do que
passaremos a temas mais profundos e *importanté.
Mas dantes de abandonar a Magia *Vulgar, é interessante deixar *constancia da
existência de um dispositivo que, ainda que *bordea a Magia Elevada devido a seu
uso, pertence no entanto à mesma categoria dos instrumentos descritos neste
capítulo. Descobri-o quando me apresentaram a um tal senhor Ou, *homeópata de
*Dublín. Segundo ele, utilizava uma caixa negra para diagnosticar as doenças de
seus pacientes. Depois resultou que a "caixa negra" não era em absoluto uma caixa,
ainda que sim negra: tratava-se de hjogo de um bloco sólido de madeira com uma
*membrana de borracha estendida em cima dele. O objeto inteiro era o
suficientemente pequeno como para caber comodamente em um bolso, e mal era
maior que um pacote de cigarros.
Quando tinha que fazer um *diag*nóstico, o senhor Ou lhe pedia ao paciente que
se sentasse adiante dele. Então colocava o bloco de madeira apontando à cabeça do
sujeito e começava a acariciar levemente a *membrana. Enquanto fazia-o, ia
baixando lentamente o dispositivo até *reco*rrer todo o corpo. Assim que chegava
no ponto ou sede da doença, descobria que não podia seguir golpeando suavemente
a *membrana, e que esta se *arrugaba baixo a pressão de seus dedos.
Trata-se de um método sumamente especializado de *destapar o *incon*sciente.
Ainda que o senhor Ou não podia ver nenhuma razão que impedisse utilizar sua
"caixa negra" aos demais, o verdadeiro é que muito poucos eram capazes do fazer.
A capacidade de sua *inconsciente para diagnosticar é algo que só poderá
descobrir mediante *experi*mentos. Resulta relativamente fácil construir uma "caixa
negra"; mas tenha muito cuidado de não levar seus experimentos demasiado longe:
são numerosas as pessoas que têm falecido devido a um "ataque agudo" de supostos
*curanderos.
VII. A MAGIA E A *MENTE
Espero que tenha aprendido muito a respeito da Magia *Vulgar, já que tem
chegado o momento do demonstrar, pois, apesar do tom ligeiro dos capítulos
anteriores, a Magia *Vulgar tem sua importância. Alguns de seus princípios básicos
podem conduzir à Magia Elevada, e esta a níveis *insospechados para o homem da
rua.
O comum *denominador de todos os exemplos de magia até agora mencionados é
a mente: descobrirá que isto é verdadeiro ainda no caso de que se decida a ampliar
o campo ou *alcance de sua investigação. A composição de um filtro de amor pode
ser química ―ou mais normalmente bioquímica―, mas está destinado a modificar a
mente da pessoa que o ingira. Um talismã deve ser primeiro carregado, e isto se faz,
de uma forma ou outra, m*ediante uma operação mental. (O método mais singelo
de quantos conheço consiste em ativar a Coluna Média, fazer circular sua força e
depois, mediante um ato de visualização, verter sobre o objeto eleito. A operação
requer uma concentração *ba*stante intensa; mas, sempre que evite as substâncias
sintéticas, o objeto reterá o ônus durante bastante tempo.) Os servidores
elementares que surgem de uma operação não só de magia *vulgar, sina também
cinza, se conjuram não desde o espaço, semou desde a *psique.
Como disse em anteriores capítulos, toda a magia funciona de dentro a fora.
Existe outro método mais conhecido que funciona de idêntica maneira: trata-se da
psicologia. Assim que começa-se a estudar a psicologia e a magia ao mesmo
você*empo, começam a surgir grandes paralelismos entre uma e outra.
A psicologia *postula a existência de dimensões da realidade diferentes das
físicas, dimensões conhecidas coletivamente com o nome de *psique. A mente
consciente é só uma parte da *psique, e ademais bastante pequena; mas pode
entrar em contato e ver-se influenciada pelas demais partes. Assim mesmo, a magia
*postula a existência de dimensões da realidade diferentes das físicas: conhece-as
coletivamente com o nome de Planos Interiores. Uma vez mais, a mente consciente
pode entrar em contato e ver-se influenciada por elas.
Em psicologia aprendemos a existência de determinadas energias *extrafísicas: a
*libido é um exemplo extraído da escola *freudiana. O *psiqui*atra, que se interessa
sobretudo por curar, realça a importância de deixar livres os canais de ditas
energias, para que o paciente possa levar uma vida plena e feliz, e isso mesmo é o
que pretende o mago, com só uma leve diferencia *terminológica: considera que
essas energias são espirituais ou *psíquicas no sentido não psicológico da palavra.
Durante séculos e séculos, os magos têm vindo observando o fenômeno da posse;
isto é, como uma entidade não física se apodera da personalidade de um ser
humano. Nos piores casos, a entidade mostrava características perversas e, por
tanto, considerava-a *satánica ou demoníaca. A não ser que contivesse-a por meio
de *exorcismos, a posse desta classe conduzia frequentemente à morte da pessoa
que a padecia. Faz uns quantos anos assisti a um julgamento no que um *psiquiatra
apresentava provas de que o acusado era esquizofrênico: sentia-se controlado por
demônios. Ao cabo de verdadeiro tempo, sua personalidade se *desintegró
totalmente e tirou-se a vida.
O mago fala de espíritos; o psicólogo formula teorias a respeito de "complexos
*semiautónomos", constelações de energia *psíquica que se comportam como
personalidades por direito próprio e que mostram *inquietantes signos de
independência.
O mago ocupa-se de deuses, de entidades *sobrehumanas cuja simples presença
basta para que se senta cheio de terror; o psicólogo fala de *arquetipos, de
dominantes do *inconsciente coletivo que possuem uma qualidade *ominosa,
também *aterradora.
*Jung assinalou em certa ocasião até que ponto era inútil e pouco *fructífero
negar a existência dos deuses quando podia ser dedicado o tempo a estudar
determinadas forças que se comportam exatamente tal e como se supõem que o
fazem ditos deuses.
Uma regra *bási*ca da magia é "Conheça-se a *tí mesmo". Um *psiquiatra da
escola *freudiana submete-se ao *psicoanálisis como parte de sua formação.
O mago, especialmente o seguidor da *Cábala, realizará viagens *astrales com o
fim de atingir o equilíbrio necessário para que as forças espirituais possam circular
através dele; os seguidores dos métodos de *Jung empregarão praticamente a
mesma técnica da *imaginación criativa para tentar integrar e equilibrar a *psique.
Os primeiros experimentos de *Freud ex*igían o uso da *hipnosis, uma
*antiquísima técnica *ocultista conhecida algumas vezes como "*fascinación" e
outras como "O Olho do Mau".
O mago estabelece uma relação muito curiosa, quase *telepá*tica, com suas
*aprendices ou seguidores; o *psiquiatra tenta estabelecer uma intensa relação com
seus pacientes, e vê-se em ocasiões assombrado ante aparentes casos de *telepatía.
Isto não pretende ser uma lista *exhaustiva de paralelismos, mas acho que, de
m*omento, tenho dado os suficientes como para *corroborar meu ponto de vista de
que a magia é um sistema *arcaico de psicologia.
Dispõe já de uma definição de magia; mas, ao igual que outras muitas que
pretendem descrever o mesmo fenômeno, esta tem *también graves inconvenientes.
A psicologia significa unicamente o estudo da mente. Por desgraça, a maioria de
nós tendemos à considerar como o estudo mais atual da mesma, com o que
chegamos inconscientemente à ideia de que a psicologia m*oderna deve ser correta
em todas suas conclusões; mas em realidade não é assim. A psicologia moderna não
é nem uma ciência exata nem completa, e seus únicos aplicativos generalizados são
as do campo da cura (*psiquiatría) e as do campo da *mani*pulación (publicidade e
propaganda).
O fato que por enquanto não existam mais que dois aplicativos práticos não
significa que não possa ter mais: a teoria da *sincronicidad de *Jung aponta para
uma terça. O mesmo ocorre com os atuais experimentos par*apsicológicos, sempre
que dêmos-nos conta de que a *parapsicología é uma falsa *subdivisión e de que
este *fascinante campo deveria formar em realidade parte e uma *parcela da
psicologia global.
O segundo inconveniente grave consiste no emprego do *ad*jetivo "*arcaico".
Ainda que dá ideia da velha relação ou eslabão existente entre magia e *perfección,
implica também certos matizes de *inutilidad. E propõe, assim mesmo, o perigo de
fazer pensar na magia como algo *rudimentario e primitivo, quando não p*uede ter
nada mais afastado da verdade. Para realçá-lo, acrescentarei uma *coletilla a minha
própria definição: A magia é um sistema *arcaico de psicologia, mas de primeira
categoria.
Ao tentar defender minha definição original não tive mais remédio que realçar lvos
paralelismos existentes entre a magia e a psicologia moderna. Para justificar meu
*coletilla terei que fazer todo o contrário; isto é, pôr de relevo as diferenças. O
núcleo destas se acha em como responda ao conhecido *acertijo de que foi
*primero, a *gallina ou o ovo. Neste caso, a *gallina é a *psique e o ovo o cérebro.
A psicologia moderna afirma de lábios para fosse que a *psique é real, mas
formula a assunção *tácita de que é algo menos real que o cérebro. A Escola
*conducti*sta, cada vez mais em *auge, é a que menos importância concede ao
tema da *psique. Segundo dita escola, toda experiência *psíquica pode ser explicado
ao menos parcialmente em termos de funções cerebrais. Se danifica-se o cérebro
fica danificada a mente; se estimula-se (mediante medicamentos ou eletrodos),
estimula-se também a mente.
As especulações *victorianas em relação com o tema têm deixado toda uma
*secuela. No fundo da maioria da teoria psicológicas subjaz a ideia de que o cérebro
dá *lu*gar à mente de maneira parecida a como o água fervendo dá lugar ao vapor,
ou o *radium à *radiactividad. No melhor dos casos, o psicólogo admitirá que a
mente e o cérebro coexistem e mantêm uma inter-relação. A ideia de uma mente
*preexistencostuma você produzir uma sensação de *revulsión.
Este ponto de vista limita gravemente as possibilidades de especulação ou
reflexão psicológicas. Os complexos *semiautónomos mostram características ou
rasgos de personalidade própria. Algumas vezes, um dissos pode ser apoderado
completamente da personalidade normal do indivíduo. Mas onde vai a personalidade
normal quando isso ocorre? Para um *psiquiatra essa é uma questão ridícula e sem
sentido. E segue sendo-o ainda nos casos em que em um mesmo *individuou
convivem duas personalidades gêmeas.
A noção de que a mente depende totalmente do cérebro elimina também qualquer
especulação psicológica a respeito da possibilidade e natureza de uma vida após a
morte. Essas especulações costumam-se deixar aos *teólogos, que normalmente só
as *embrollan e complicam. Inclusive *Jung, em seu comentário ao Livro tibetano
dos mortos2, teve muito cuidado de não ir demasiado longe. Pode ser lido de
princípio a fim sem descobrir se cria ou não em uma vida após esta.
Mas, para o mago, a *gallina é dantes que o ovo. O cérebro é como um magnífico
computador em uma fábrica plenamente automatizada. Tem sido d*iseñado e é
manejado pelo indivíduo encarregado da mesma.
Se atemos-nos a esta analogia, observaremos como explica tanto fatos
comprovados como as conclusões dos psicólogos. Recorde que a pessoa que maneja
a fábrica se esconde de você. S*ólo pode ver a fábrica e as ações ou movimentos de
sua maquinaria.
Se danifica-se o computador, a maquinaria se parará. Por suposto, não se
danificou ao encarregado da fábrica, mas é possível que senta a *tentación de
deduzir essa conclusão. Se se *i*nmiscuye nas delicadas entranhas do computador,
o processo de produção se converterá em um verdadeiro *lío; mas isso não quer
dizer que o encarregado da fábrica se tenha voltado louco. *Trastoque o *interfono,
e o encarregado parecerá estar dizendo *tonteria; mas isso é culpa do aparelho, e
não do homem.
Lamentavelmente, o único que podemos ver é o corpo, nunca a mente que o
controla. Só podemos nos comunicar através de símbolos verbais, e não
diretamente. Encontramos-nos com *dementes ou cadáveré e adotamos
determinadas suposições a respeito da mente, ou carência de mente, dos mesmos;
2
O livro tibetano dos mortos, *Ed. *EDAF, *Col. "A Tabela de Esmeralda", Madri,
1981. (N. do E.)
mas há ao menos um 50 por 100 de probabilidades de que ditas suposições sejam
completamente falsas.
Mas ainda que o mago aposta pela *gallina, o tema não t*ermina aqui. A teoria
mágica da mente é tão complexa e difícil de explicar como a psicológica.
Em primeiro lugar, o mago vê uma continuidade entre a *psique e o mundo físico:
um e outro se *entremezclan sem linha divisória clara. Chegará a afirmar que a
mente ou a matéria são essencialmente a mesma coisa ou, ao menos, manifestações
diferentes da mesma coisa.
Parece ser que, quando alguém lhe disse a *Chesterton que o carvão e os
diamantes eram o mesmo, este replicou: "Qualquer idiota pode ver que não o são!"
E, no entanto, as ideias de um mago não são tão néscias como podem parecer.
Estamos acostumados às afirmações dos físicos de que a cadeira em que nos
sentamos não é sólida; mas também estamos acostumadois a nos comportar como
se o fosse. Se a física ensina algo, é o fato *innegable de que o sentido comum não
serve de nada para tentar compreender a realidade.
O sentido comum diz-nos que um mesmo objeto não pode ser encontrado em dois
lugares ao mesmo você*empo, enquanto a física nos diz que um elétron sim pode. A
física também nos ensina que os chamados *mesones só podem viver uma
*millonésima de segundo... e, no entanto, existem durante minutos e inclusive
horas. Seu conteúdo de energia parece dei*storsionar o tempo.
Desde *Einstein, a física tem começado a traçar uma imagem do universo em
termo de energia ou energias, e com #cada nova descoberta a imagem vai-se
aproximando cada vez mais à descrita pelos magos.
Se desenha um espectro que vá passando gradualmente do alvo ao negro,
etiqueta um extremo como "Mente" e o outro como "Matéria" e lhe dá a todo o nome
ou título de "Energia", terá obtido uma imagem mágica. Imagino-me que se alguma
vez se une a psicologia com a física, os cientistas traçarão um diagrama parecido.
ENERGIA
FIGURA 3
Uma vez aceitado o ponto de vista mágico da psicologia, começarán a cobrar vida
toda uma série de ideias antigas e descartadas. Já não é pura superstição ―ou
ciência ficção― tomar em consideração a possibilidade de dimensões estranhas, e
também não deve ser dado por sentado que essas dimensões não poderão afetar às
de ounão mesmo.
Ao longo dos anos, os magos têm manifestado ser capazes de ligar com outros
mundos não físicos, afirmando que se tratava de verdadeiras fontes de
conhecimento, poder e sabedoria. Todo isso parece pura ficção, mas está só a um
passo mais a *lládas atuais fronteiras da psicologia profunda ortodoxa.
Contatos estranhos... uma sabedoria estranha... Parece como se você e eu nos
estivéssemos embarcando em uma aventura romântica... e assim é em realidade.
É possível que tudo isto resulte algo terrível, e quiçá o seja. Por tanto, dantes de
aventurar no reino da Magia Elevada, que se ocupa em grande parte de criar linhas
de comunicação com esses outros mundos e seus habitantes, vale a pena examinar o
alcance geral da *cosmología ou*cultista. Lhe deveria servir de consolo em caso que
as coisas se ponham duras.
VIII. PLANO BÁSICO DO UNIVERSO
No princípio Deus criou o Céu e a Terra. E a Terra era relatório e vazia, e a
escuridão reinava nos abismos.
E o Espírito de Deus p*asó sobre a superfície das águas. E Deus disse: Faça-se a
Luz, e a Luz fez-se. E Deus viu a Luz, e era boa, e Deus separou a luz das trevas.
Segundo o *Génesis, assim é como começou tudo. É possível que, em algum
momento, tenha tomado essas palavras como literais. Quiçá siga fazendo-o, ainda
que nos últimos tempos pôs-se de moda descartar a história da Criação como uma
simples ficção. O mago, uma figura passada de moda, não considera o *Génesis
como uma ficção; mas também não aceita-o a lpé da letra. Em lugar disso se propõe
perguntas, e uma das mais importantes é a seguinte: "Que quer ser dito quando se
fala de Deus?"
Para encontrar resposta não recorre ao Antigo *Testamento, sina a uma obra
hebréia igualmente interessante, a *Cábala. A diferença do *Génesis, esta não
define um ponto de partida. No princípio, dantes do princípio e após o princípio há,
teve e terá sempre existência; mas não tem por que tratar de uma existência
manifesta. Navegamos em águas *pr*ofundas. A *Cábala não resulta fácil de
entender.
Como ponto arbitrário de partida, cabe pensar na ideia de uma existência
negativa ou, como preferem a denominar os seguidores da *Cábala, do Grande Não
Manifestado.
Não pode ser dito muito a respeito do Grande Não Manifestado. A existência é
positiva por natureza, e isso é todo o que conhecemos. Expressões reais como
"existência negativa" carecem de verdadeiro significado pelo simples fato de se
referir a algo fosse do alcance de nossa experiência. E ao*go que, por sua própria
natureza, deve permanecer fora de dito alcance. O melhor que podemos fazer é
seguir o exemplo dos indianos que descrevem à Suprema *Deidad como "Não Isto,
Não Aquilo".
Mas, por pouco que possamos dizer a respeito do Grande Não *Manifestado,
podemos saber ao menos algo: que em algum ponto da linha se produziu uma
mudança; que se iniciou a existência positiva.
Para o seguidor da *Cábala, a existência positiva começou a dar-se com o
*Kether. O fato essencial do *Kether é a *existenc*ia em bruto. A *esencia da esfera
é a unidade. Ainda que não podemos especular nada a respeito do Grande Não
Manifestado, sim podemos o fazer a respeito do *Kether. Mas todas nossas
especulações serão ao mesmo tempo verdadeiras e falsas; já que, como unidade, o
*Kether supera toda contradição. Qualquer termo aplicado ao *Kether será
puramente simbólico. E o melhor símbolo é quiçá o número um.
Ao igual que, unido ao zero (o Grande Não Manifestado), o um forma o potencial
de todos os números, o *Kether, rês*altando sobre o *telón de fundo da existência
negativa, dá lugar à capacidade ou potencial de *dualidad. O partidário da *Cábala
considera a situação em termos de pressão. A unidade primordial do *Kether produz
a consciência de um mesmo... e se transforma, por tanto, em dois. Tem nascido o
chamado estado *Chokmah.
O *Chokmah é a grande força masculina positiva do universo, e como nos temos
*adentrado no reino da *dualidad, sua própria existência exige a de seu
complementar. Deste modo, o *Chokmah engendra a *Binah.
Seria um erro dar por sentado que o *Kether, o *Chokmah e a *Binah são Deus,
deuses, ou inclusive a *Santísima Trinidad; mas também seria errôneo dar por
sentado que não o são. Tudo depende do ponto de vista de cada um. A um *ci*erto
nível de desenvolvimento cabe experimentar um fato como força, e a outro como um
deus. O fato em si não varia, só o faz o ponto de vista.
3
O livro egípcio dos Mortos, *Ed. *EDAF, *Col. "A Tabela de Esmeralda", Madri,
1981. (N. do E.)
Para preparar a operação deve eleger primeiro sua *deidad. Não existe nenhuma
razão que impeça utilizar uma forma divina *arquetípica de qualquer *panteón, mas
o *principiante deveria ser atido ao egípcio. O emprego das *deidades egípcias é
tradicional em Magia; graças a isso, a operação resulta mais fácil de realizar, p*ues
na Luz *Astral estão já meio formados os canais necessários para isso.
Evidentemente, sua eleição final da forma divina dependerá totalmente do
resultado que deseje atingir com o experimento. Suponhamos para fins *ilustrativos
que tem elegido ou*sted ao deus egípcio do Sol, *Ra.
Dantes de tentar qualquer operação mágica, deverá *averiguar todo o que possa
a respeito de *Ra. A *egiptología tem produzido uma rica bibliografia. Utilize-a. Leia
as características de *Ra, a *mitología de *Ra, as *descripcio*nes de *Ra. Não
*escatime nunca o tempo destinado a esta classe de estudo, pois constitui a chave
para o sucesso de sua operação. Converta-se em um experiente em *Ra, em um
experiente capaz de discutir sobre o tema com qualquer especialista ou professor de
*egipto*logía.
Preste especial atenção ao aspecto do deus; isto é, ao que costumam lhe atribuir
os artistas. Tome nota das posturas características em que lhe costuma mostrar. É
especialmente importante saber como o pintaram os artistas tradicionais do
*an*tiguo Egito. Esses homens encontravam-se, quase por definição, um grau mais
cerca da fonte que você está procurando.
A biblioteca pública mais próxima a sua casa conterá quase seguro livros que
arrojarão luz sobre o tema. Se não é assim, lhe diga ao *bibli*otecario que os peça.
Quando estude as posturas tradicionais do deus, preste especial atenção a seus
gestos; estes são rara vez *fortuitos, e se os reproduz durante seu experimento
mágico, o resultado do mesmo se verá consideravelmente beneficiemou.
Tome também boa nota dos utensílios ou objetos tradicionalmente associados
com a *deidad em questão. Por exemplo, *Ra leva uma *varita de *ibis na mão
esquerda e um *ankh —a antiga cruz *entrelazada dos egípcios— na direita.
Só deveria *i*niciar os experimentos para valer quando se tenha "*empapado"
desta classe de conhecimentos detalhados, de tal maneira que lhe vingam à cabeça
quando queira sem necessidade de fazer o menor esforço.
O melhor momento para realizar os exercícios mágicos é pela manhã, e o
entardecer é mais aconselhável para as operações de magia. Não tenho nem a
menor ideia de por que é assim, mas a experiência lhe demonstrará que, seguindo
estas regras, se obtém melhores resultados. Pode ser que o início da *oscurid*ad,
que produz pequenas mudanças de consciência na maioria da gente, resulta mais
favorável para a magia, que, na maioria dos casos, exige uma mudança ainda mais
profundo na consciência de quem a pratica.
Eleja, pois, a tarde para assumir a forma divina de *Ra; ou mais bem as tardes,
pois é muito improvável que o consiga à primeira tentativa.
O primeiro passo consistirá em fazer uso de seus conhecimentos acumulados.
Uma vez mais, estará construindo imagens, ou, c*omo dizem os *ocultistas, criando
tensões na Luz *Astral.
Sente em alguma postura cômoda similar àquela em que se costuma representar
ao deus. Realize logo o processo de *relajación, combinado com a sequência
respiratória de 2/4. Se é capaz de re*lajarse na mesma postura tradicionalmente
associada com o deus, tanto melhor, ainda que isso não resulta sempre factível. (Em
caso que a postura tradicional do deus seja de pé, como ocorre por exemplo com
*Hathor, o equivalente egípcio de Vénus ou *Afrodi*ta, pratique os exercícios de
*relajación, respiração e visualização inicial em sua habitual postura *meditativa e
adote a própria da *deidad em questão no momento de assumir sua forma.)
Quando esteja totalmente relaxado, comece a construir a visão. Utilizando
novamente o exemplo de *Ra, deveria ver ao Deus Sol como uma gigantesca forma
de pé ante você, *irradiando luz e calor. Essa forma será a mesma com a que se
tenha familiarizado previamente através de seus estudos.
Tente dotar a sua visão de *nitidez e cor. *Esfuércese por ver o tom dourado da
pele, o *halo ou *nimbo que rodeia sua cabeça. Ponha também em jogo seus outros
sentidos imaginários, de maneira que pareça sentir seu calor e ouvir seu *celestial
voz.
Quando invoque uma forma divina estar*á mantendo a mesma relação com a
força que se esconde depois dela que um fiel com seu deus. Isto é algo que convém
não esquecer em nenhum momento, pois a assunção de uma forma divina não pode
ser algo frio e puramente científico: implica uma profunda emoção e um verdadeiro
grau de compromisso ou participação. De fato, uma dos sinais mais seguros de que
sua visualização tem tido sucesso consiste em sua capacidade de lhe produzir um
sentimento de *pavor.
A teoria da operação é bastante singela: *Ra não existe como pessoa, e
provavelmente não existiu nunca; mas a ideia na que se apoia sim é real e
verdadeira; isto é, a constelação de poderes e características que os antigos egípcios
*personificaron em *Ra é uma realidade a outro nível da existem*cia. (De fato,
encontramos-nos novamente no campo dos Planos Interiores, mas isso não é
importante por enquanto.)
As imagens, posturas e gestos tradicionais de *Ra são as formas, descobertas
mediante o método de ensaio e erro, através das c*uales pode ser manifestado mais
facilmente força-a-*Ra. Graças às atividades dos sacerdotes consagrados ao culto a
*Ra e de seus numerosos fiéis, essas formas foram gradualmente adotando uma
existência *semipermanente na Luz *Astral, e, no *antiguou Egito, qualquer
operação de Magia que evocasse ou invocasse a *Ra costumava se ver seguida de
resultados relativamente rápidos e fáceis de conseguir.
Mas segundo foi degenerando a civilização egípcia, as formas *astrales também
caíram em um estado de batem*cia. Produz-se aqui uma conexão com a teoria
*ocultista do elementar artificial. Quando um determinado número de pessoas se
concentra com emoção em um sozinho objeto, no Plano *Astral se forma o que
chamamos um elementar artificial. Esse elementar *pers*iste só enquanto se vê
sustentado pelas emoções dos indivíduos.
Sem fiéis e *adoradores, os deuses não podem seguir existindo aos níveis
*astrales; mas isso não significa que desapareçam do tudo, pois seus fiéis produzem
só \a forma do deus, e não seu *esencia. E as antigas formas seguem sendo as mais
adequadas para que o deus se manifeste.
Quando se dê conta disso compreenderá com facilidade que é o que está fazendo
para invocar uma imagem vivida de *Ra. Mediante um ato de *conc*entración
*devota está produzindo uma forma através da qual possam ser manifestado as
forças de dita *deidad.
Sempre que tenha construído a forma como é devido, sua animação mal proporá
problemas; de fato, a animação é algo sobre o que você não tem controle algum.
Sua tarefa —ou, ao menos, sua principal tarefa— termina com a construção da
forma. O resto corresponde ao próprio *Ra.
Uma vez criada a forma na Luz *Astral com o maior grau de detalhe de que seja
capaz, adote fisicamente a postura e gestos tradicionais do deus em questão.
Depois, mediante um ato de *imaginación, faça que a forma divina *astral coincida
com seu corpo. O que está fazendo em realidade é se fundir com seu próprio corpo
*astral e proporcionar assim pontos de com*tacto pára que a força divina penetre
em você. Enquanto a forma coincide —algo para o que pode fazer falta um pouco de
prática—, invoque verbalmente ao deus.
A maioria dos especialistas sugerem que seja você quem crê sua própria
invocação. O t*eoría em que se baseiam é a de que assim estará mais próxima a seu
próprio caráter e terá, por tanto, mais probabilidades de dar bons resultados. Minha
experiência pessoal é que as invocações tradicionais funcionam igual de bem,
sempre que eleja alguma que realmente lhe atraia e não a utilize simplesmente por
obrigação.
Uma invocação boa —isto é, factível— é como um bom poema: deve afetar à
mente. Se encontra uma invocação que *inflame sua *imaginación, a utilize; se não
a encontra, se invente uma que cumpra dita missão.
Pode servir-lhe de ajuda fazer-lhe saber que existem duas modalidades de
invocação factível: a primeira, frequentemente utilizada por *principiantes que não
se dão conta de que existe outra, cumprimenta ao deus como uma força exterior e
lhe convida depois a animar a forma preparada. Por exemplo:
"Cumprimentos a #Ti, *Ra, Olho da Manhã..."
A segunda modalidade identifica-se com o deus, como se já se tivesse produzido a
animação da forma divina assumida. Por exemplo:
"Uni-me aos *Sim*ios divinos que cantam ao amanhecer, e sou um Ser divino
entre eles..."
A modalidade que eleja dependerá em grande parte de suas *gustos e
preferências pessoais; ainda que a segunda, ou de identificação, parece oferecer
vantagens marginais para a maioria de q*uienes põem-na em prática.
Os resultados de assumir uma forma divina fazem-se visíveis no mesmo instante
em que se realiza como é devido. O primeiro deles consiste em um espantoso *aflujo
de energia pura; mas se continua-se a prática produz-se uma mudança gradual em
sua própria personalidade, que vai adotando mais e mais das características do deus.
Um perigo, rara vez realçado, é o de um desenvolvimento unilateral. Poucas das
*divinidades antigas tinham personalidades completamente formadas e
*equ*ilibradas. Mas suponho que, para quando se proponha tentar experimentos de
Magia Elevada como esses, sua evolução e processo de aperfeiçoamento bastarão
para assegurar que se dá conta por si mesmo da existência desta classe de perigos.
Como a *asuncíon de uma forma divina constitui uma espécie de contato com o
Plano Interior, convém que vá precedida dos prolongados preparativos de limpeza ou
purificação anteriormente expostos. Se tem realizado já os exercícios *preparatorios
para as *visio*nes do Templo Central, não terá necessidade dos repetir; mas em
caso que não seja assim, os faça dantes de tentar assumir uma forma divina.
Complete a operação separando a forma divina de seu corpo, projetando-a ante
você e permitindo que se vá de *svaneciendogradualmente mediante um ato de
*imaginación. Também é conveniente arrematar o procedimento com um gesto
*ritual, que servirá para traçar uma clara linha divisória entre seus experimentos
mágicos e sua vida *mundana.
XV. CONJUROS
*Ray inclinou-se h*acia mim e me *susurró: "Tem entrado em *trance?"
Não, não tinha entrado em *trance, mas se me tinha ficado *embelesado.
Encontrávamos-nos em uma missa, e a cerimônia tinha sido celebrada por um
desses poucos sacerdotes que parecem saber o que están fazendo. Suponho que um
católico se acostuma à missa, e assim, e até verdadeiro ponto, se endurece em
frente a ela. Para um seguidor da *Cábala como eu, a falta de *familiaridad fez que
o *ritual resultasse bem mais surpreendente.
A missa é, por *supues*to, um excelente exemplo de Magia Elevada, ainda que a
maioria das vezes não se reconhece como tal, e fora da Igreja Católica liberal se
celebra com excessiva frequência sem vigor nem convicção alguma.
Como todas as operações mágicas, a missa possui oun aspecto interno e outro
externo. Desgraçadamente, a Igreja Católica Romana esqueceu-se ou tem decidido
ignorar o primeiro deles, com o resultado de que a maioria dos sacerdotes que dizem
a missa o fazem rotineiramente e como para sair do *pa*so.
Mas que diferencia quando o sacerdote pertence a alguma ordem *contemplativa
ou tem experimentado a realidade que se oculta depois de exercícios de visualização
como os de San *Ignacio! Em mãos desses homens, a missa volta a reviver e os
assistentes la seguem com *unción, emocionalmente elevados, espiritualmente
exaltados e, suspeito, perguntando-se que é o que lhes passou.
Durante a missa, que, apesar do que *Ray cria, não me tinha feito entrar em
*trance, tinha estado pensando em outra operação m*ágica que tive a mordomia de
contemplar uns quantos anos dantes; mas, a diferença da missa, aquele ato não se
tinha celebrado em público.
A habitação não era especialmente grande, mas se tinha ao que parece reservado
para operações mágicas, de *manera que possuía um verdadeiro *aura. Fazia parte
de um edifício que alguém me tinha dito era propriedade da Igreja. Mas ponho-o em
dúvida, pois acho que tratava-se de uma mostra da típica *ironía irlandesa.
O solo de madeira carecia de tapetes, mas tem*bía sido escrupulosamente
limpado e estava brilhante. Nele se tinha pintado um duplo círculo com linhas de uns
cinco centímetros de largura, que ocupavam a maior parte do espaço disponível. A
um lado do círculo —naquela habitação resultava-me *impossível determinar onde
estavam os pontos *cardinales— se tinha pintado um triângulo *equilátero.
Dentro do círculo tinha um *quemador de carvão sobre um *trípode de fotógrafo.
Na cada uma dos cantos da habitação ardia uma grande vá-a. Ainda que lamento
decepcionar aos aficionados às histórias *siniestras, nenhuma delas era negra.
O mago constituiu também uma pequena *desilusión para mim, pois sempre os
imagino como os das espetaculares obras de Dennis *Wheatley. Parecia-se um pouco
a um f*uncionario público; ou ao menos adequava-se à imagem que eu tenho dos
servidores públicos públicos: *regordete e quase *calvo, e de uns cinquenta anos de
idade. Suponho que os servidores públicos públicos não têm em absoluto este
aspecto; mas, ao igual que todo mundo , me *aferró a minhas imagens.
O mago —a quem chamaremos Carlos4, para proporcionar alguma pista sobre seu
país de origem— tinha sido durante muitos anos *médium *espiritista. Mas a
*filosofía de o *espiritismo deixou de satisfazer-lhe e tinha passado a operações algo
4
Em espanhol - no original. (N. do T.)
mais complicadas. Misturava a magia com a *astrología e ganhava-se a vida
*comerciando com toda uma série de curiosos artigos.
Carlos tinha uma *ayudante, uma atraente jovem chamada M*iranda, à que
cheguei à conclusão que estava tentando seduzir.
Miranda foi a que me convidou a uma cerimônia que, caso contrário, deveria ter
sido estritamente privada. Dado que todos os augúrios eram favoráveis, Carlos se
propôs tentar o m*ás infrequente e espetacular de todos os *ritos mágicos: a
*evocación de um aparecimento visível.
A *evocación de um aparecimento visível é algo que parece ter muito atrativo
para a maioria da gente; mas é também a operação que os escritores de ficção pior
descrevem em suas novelas sobre magos do presente ou do passado. Nas obras de
ficção, as entidades evocadas costumam ser de caráter *satánico. Não sei até que
ponto reflete isso a realidade; o único que posso dizer é que eu não tenho sido
jamais testemunha de uma *evocación infernal e que, de fato, conheço só a um
punhado de pessoas capazes de levar a cabo qualquer tipo de *evocación.
O modelo básico da mesma pode ser descrito facilmente: o mago e seus
*ayudantes agrupam-se no círculo *prot*ector; desde esse "forte", o mago celebra
um *rito destinado a provocá-la aparecimento de uma entidade espiritual. Se tem
sucesso, a entidade se manifestará dentro dos *confines de um triângulo situado
para além de dito círculo; mas, se detém-se aí, é a *lgomais corrente que a
experiência da que eu fui testemunha. A não ser que esteja dotado de faculdades ou
dote *psíquicas, o mago terá que trabalhar com um *clarividente. Seguindo um
modelo que tem permanecido *inalterado desde os dias de John *Dee e *Edward
K*elly, o mago lhe formula perguntas ao espírito através do *clarividente.
Dado que esta forma de trabalho produzirá todos os resultados que precisa, a
infinitamente mais difícil *evocación de um aparecimento visível se viu em grande
parte abandonada hoje em dia. A Ordem da Aurora Dourada utilizava-a como prova
de admissão —o espírito evocado devia adquirir consistência de vapor para que o
*aspirante fosse admitido—. Mas, desde então, os únicos que a tentam são os
magos, como Carlos, com *atra*ctivas *ayudantes às que impressionar.
A não ser que utilize-se algum acessório artificial, a *evocación visível só pode ser
realizada por um mago dotado de determinadas características físicas. Sua
constituição *corporal deve ser tal que lhe permita *fabric*ar essa curiosa
substância medeio física e meio *etérea denominada *ectoplasma. O *ectoplasma
produz-se de alguma maneira misteriosa a partir dos sucos *gástricos, e ou bem se
pode *segregar, ou bem não. A capacidade de produzí-lo é o que converte a um
pe*rsona em um *médium de *materialización. Mas ainda que Carlos era *médium
não estava especializado em *materializaciones e, de fato, era incapaz de produzir
*ectoplasma.
Sem *ectoplasma, a entidade *psíquica deve ser apresentado com algum outro
material apropriado para m*oldearla em um corpo temporário. Este fato contribui a
explicar os sacrifícios *cruentos —que se explica também pela libertação da força
vital em bruto—. Acha-se que o sangue provoca uma subtil *evaporación que o
espírito pode utilizar.
Mas os s*acrificios *cruentos são desagradáveis para qualquer indivíduo
*imaginativo, e se um mago é algo, é precisamente isso: *imaginativo. Por tanto,
muitas vezes empregam-se flores, das que se acha que dão assim mesmo lugar a
uma subtil *evaporación; ou, mais *frecue*ntemente, como no caso de Carlos, se
queimam grandes quantidades de *incienso.
Uma vez invocada a entidade e situada no triângulo anteriormente mencionado,
utiliza as partículas de fumaça de *incienso para construir algum tipo de corpo; este
corpo não es de grande utilidade, mas resulta ao menos visível. Certos vestígios
deste processo encontram-se nas histórias das Mil e uma Noites nas que algum gênio
ou espírito se manifesta na fumaça de um lustre.
Carlos mostrou-se bastante explícito *acerca de os detalhes de sua arte. Segundo
ele, o círculo devia ser visto normalmente fortificado pelas palavras hebréias de
poder, e entre as duas linhas do solo deviam ser traçado símbolos com *tiza. Não
obstante, o círculo real, o "forte", encontra-se no planoou *astral, e como a
habitação se empregava frequentemente para *evocaciones, estava firmemente
estabelecido. O círculo pintado (físico) constituiria uma guia aos limites exteriores de
nossa proteção, mais que um foco para a mente do mago, como era sua função mais
habitual.
Como ia realizar Carlos a *evocación? Tentou utilizar uma versão ligeiramente
modificada de um *ritual hebreu que no passado lhe tinha dado bons resultados.
Disse-me que esperava que eu fosse um homem paciente, pois *probableme*nte se
demoraria algum tempo.
Quando chegou o momento de começar, lhe deixamos só durante exatamente
vinte minutos. Quando voltámos à habitação —em silêncio, tal como nos tinha
indicado—, levava uma longa *túnica negra, parecida a uma *sotana, sujeita à
*cintura mediante um cordão branco com *flecos. Estava ajoelhado dentro do
círculo, com os olhos fechados, e cabe supor que comprovando as fortificações
*astrales.
Entramos no círculo e eu me situei a um lado do *incensario depois de me ter
mostremou de acordo no ir enchendo de *incienso e, o que era mais difícil, em
manter o fogo continuamente acendido.
Carlos iniciou a sessão com um *ritual *purificador. Tinha-me proibido que lhe
interrompesse com perguntas; mas, por acaso, estava *fam*iliarizado com ele.
Tratava-se do breve e atraente *ritual da *Rosacruz —outra descoberta da Ordem da
Aurora Dourada—, que cumpre exatamente a mesma função que o *Ritual do
*Pentagrama, mas deixando a atmosfera da habitação algo mais "*suave".
A partir desse momento não me dei muito bem conta do que ocorreu. Carlos tinha
afirmado que o *ritual da *evocación era hebreu, e não tenho nenhuma razão para o
pôr em dúvida; mas, pelo que pude *discernir, sua forma era muito similar à dessas
*monstruosidades *medievales que se encontram na Chave de *Salomón.
Fez falta duas horas e meia para atingir um "*clímax". Para então a habitação
estava cheia de fumaça de *incienso que surgia a grandes ondas do *incensario
situado ao lado meu. Em algumas ocasiões, os membros mais exaltados da
*hermandad mágica acrescentam algumas drogas ao *incienso para incrementar o
grau de consciência dos participantes em um *ritual. Neste caso não se *añ*adió
droga alguma, mas duvido de que isso tivesse representado uma grande diferença. O
efeito físico de duas horas e meia em uma habitação pequena, escura e cheia de
fumaça deveu ser considerável.
Apesar de seu aspecto de servidor público, Carlos tinha um bom v*oz e
pronunciou bem o *ritual. As frases possuíam uma qualidade fluída e sonora que, se
se mantém durante um prolongado período de tempo, suponho contribui à produção
de marcados efeitos *hipnóticos.
Outro fator importante a ter em conta era o da tensão criada: esperávamos que
ocorresse algo, e durante duas horas e meia permitimos que nossos nervos se
fossem *tensando em uma situação que não era a mais adequada para uma fria
análise lógica.
A liberdade de movimentos estava relativamente limitada; a habitação era
pequena e nosso campo de operações dentro do círculo, mais pequena ainda.
Todos estes fatores deveram produzir um efeito acumulativo, que é o que me faz
terminar o relato com uma nota de dúvida ou questão: não estou seg*uro de se a
*evocación chegou a bom porto ou não.
Tratava-se de uma *evocación elementar; isto é, a força evocada não era nem
divina nem infernal, sina neutra. Ao chegar ao *clímax do *ritual, encontrei-me
olhando fixamente e com os olhos cheios de lágrimas para o triângulo, meio
escondido pela densa fumaça do *incienso.
Tinha ali uma forma? Durante um momento minha resposta era afirmativa, e ao
seguinte estava seguro de que não. A fumaça pareceu formar a figura de um homem
delgado de rosto alongado... L*uego a ilusão desvaneceu-se... se é que tinha sido só
uma ilusão.
Isso é algo que ainda não sei. Mas estou seguro de algo: de que o elementar
conjurado por Carlos não lhe teria permitido nunca ingressar na Ordem da Aurora
Dourada. Não era o *suficien*temente consistente.
Uma realidade fora do normal, uma *imaginación? Se lê as obras de Israel
*Regardie, e sobretudo sua *Milddle *Pillar, descobrirá a interessante teoria que
nelas se expõe. Trata-se de uma teoria que tenta *reconciliar dois métodos
aparentemente diferentes: a magia e a psicologia *freudiana.
*Regardie afirma, como eu, que a magia constitui um método *arcaico de
psicologia. Mas no momento em que formulou esta teoria, tanto ele como quase todo
mundo estavam bem mais influenciados pelas ideias *freudíanas que hoje em dia.
As teorias de *Freud têm sido tão assumidas pela *intelectualidad atual, que
resulta difícil se dar conta de até que ponto pareciam *vanguardistas e
revolucionárias faz só trinta anos.
Como lhe ocorreu a outros muitos depois, *Regardie observou a existência de
claras *similitudes entre as tradições mágica e *psiquiátrica. *Intuyó que, à margem
das diferentes terminologias, ambos podiam estar descrevendo fenômenos idênticos.
*Regardie sugeriu que a *evocación era um processo paralelo ao *psicoanálisis.
Viu a operação mágica como um meio de fazer surgir à superfície complexos
*inconscientes e de, em forma de *personificaciones projetadas, apresentar ao
consciente.
Se *Regardie vocêene razão, não há a menor dúvida de que o elementar de
Carlos não foi sina uma *alucinación no sentido real da palavra. A única pergunta
que ficaria sem resposta seria por que vi eu as *alucinaciones de Carlos.
Mas *Regardie tem mais de mago que de *psicoanalista. Segundo ele, a mente é
algo bem mais estranho e complexo do que jamais pudesse ser imaginado *Freud, e
é possível que um complexo possa ser revestido com as partículas de *incienso
queimado.
Ou, quiçá, todo aquilo não foi após toda sina uma forma *astral vazia
(*imaginación/*alucinación). É possível que a força *impulsora se encontra a um
nível bem mais profundo que o *astral, nesses Planos Interiores situados ao outro
lado da mente.
XVI. MAGIA *CEREMONIAL
Eu sou incapaz de evocar uma *apari*ción visível. Meu estômago tem já
suficientes problemas sem necessidade de lhe pedir que produza *ectoplasma, e
quando se requer informação de entidades espirituais me resulta bem mais singelo
utilizar um bom *clarividente. Mas sim possuo alguns *conocim*ientos sobre magia
*ceremonial que creio vale a pena transmitir.
O primeiro que sei é que os *ceremoniales mágicos possuem todos os rasgos de
uma arte moribunda. Para as pessoas espirituais resulta relativamente fácil esquecer
das considerações *mu*ndanas; mas, tanto se esquece-se um delas como se não,
essas considerações *mundanas acostumam a se deixar sentir. E uma das
considerações *mundanas mais frequente em relação com os *ceremoniales mágicos
é que custa muito dinheiro os montar.
Segundo la tradição, o mago deve *confeccionarse ele mesmo os instrumentos de
sua arte. Uma velha fonte consultada por mim indica que a espada do mago deve
começar com a extração do *mineral de ferro por ele mesmo. Na prática moderna
não ocorre nada disto: o normal é que o *aprendiz ou *aspirante a mago se compre
seus materiais e os adapte ou modifique.
Os livros demoram em plotar-se, e os preços parecem subir um pouco todos os
dias; por tanto, é quase seguro que, para quando leia este, estarão já superadois ao
menos alguns dos cálculos econômicos que possa efetuar agora. Em consequência,
me limitarei a listar alguns dos objetos necessários para o *ceremonial e a permitir
que seja você mesmo quem elabore sua lista de preços.
Precisará uma *túnica. Em um estabelecimento de produtos religiosos poderá
adquirir a mais singela de todas: uma *sotana.
Também precisará um anel. Se não lhe fica mais remédio, o compre; mas seria
melhor que o fizesse você mesmo. Não obstante, a confecção de um anel requer
determinados materiais e conhecimentos sobre *orfebrería.
Precisará uma habitação. A não ser que disponha em casa de espaço de sobra,
alugue-a.
Precisará mobiliário para a celebração de *rituales (um altar, colunas, etc.).
Trata-se de objetos altamente especializados. É possível que possua a habilidade
necessária para os fazer você mesmo. Em caso que não seja assim, terá que
encarregar a alguém, e terá que dedicar a isso boa parte de seu orçamento.
Precisará um cálice. Mas bastará com uma copa de *coñac levemente modificada,
pelo que este apartado não tem por que resultar muito caro.
Precisará uma espada. A não ser que tenha um filão de ferro no jardim ou pátio
de sua casa, dedique-se a procurá-la por lojas de antiguidades. *Felic*ítese se
encontra uma adequada. Ponha cara de assombro quando ouça o preço.
Precisará uma *daga. Volte a um *anticuario. Com um pouco de sorte poderá
encontrar a um preço não excessivamente elevado.
Finalmente, precisará *incienso. O tipo que empregue *var*iará segundo a
operação mágica de que se trate. Cedo descobrirá que se estão esgotando
rapidamente os fornecimentos mundiais de matérias prima para a produção de
determinados tipos de *incienso, dando como resultado um marcado aumento dos
preços nos últimos anos.
*Aleister *Crowley, quem herdou uma fortuna de seu pai, recomendava que a
equipe necessária para a prática da magia deveria ser comprado sem titubear nem
pechinchar, já que o rendimento final compensaria mais que de sobra o investimento
de capital; mas *Crowley terminou seus dias em *Hastings, vivendo em grande
parte de *donativos ocasionas fatos por seus discípulos e seguidores.
Segundo os *ceremoniales vão-se fazendo cada vez mais e mais caros,
convertem-se também *prerrogativa de grupos; e inclusive estes resultam às vezes
difíceis de encontrar.
Uma vez que uma modalidade artística —e os *ceremoniales mágicos o são—
começa a contrair desta maneira, entra em funcionamento um torque decrescente.
Se encontrará enfrentado à lei dos rendimentos decrescentes. Diminui o número de
artesãos: ao ter menos artesãos, há também menos mestres para os *aprendices;
por tanto, também diminui o número de *aprendices, o que conduz a sua vez a uma
redução ainda maior do de artesãos.
Que pode ser feito para *remediarlo? Faz tempo que tenho renunciado às
soluções *utópicas. O mais provável é que não possa ser feito nada e que não se
faça nada. As grandes cerimônias, os impressionantes *rituales de iniciação,
*evocación, expressão da*gradecimiento e *invisibilidad irão encontrando cada vez
menos e menos seguidores até que o *péndulo comece a se mover na outra direção
e a magia *ceremonial volte a ser um ramo importante das artes mágicas em seu
conjunto.
No último capítulo de esta obra encontrará instruções para levar a cabo uma
operação mágica quase tão espetacular, mas consideravelmente mais seguras, que a
*evocación de um aparecimento visível.
Trata-se de uma simples *frivolidad, e se incluí-a aqui tem sido *únicamente para
satisfazer o desejo de qualquer artista de terminar seu trabalho com uma grande
*apoteosis final.
Dado que dita operação é de caráter *ceremonial, tanto se trata-se de uma arte
moribunda como se não, o melhor é que saiba algo de como funciona.
Já temos explicado que toda magia funciona de dentro para fora; isto é, trata-se
de uma ciência mental; e, por espetaculares que resultem, as operações mágicas
não são nada mais que estimulantes dos processos mentais.
O maior instrumento isolado empregado por sua mente é o símbolo. Todos nós
falamos e pensamos em símbolos verbais. Suas visualizações são símbolos
*pictóricos da realidade. (O mesmo ocorre com as imagens ou ilustrações de um
livro, incluindo os *estilizados diagramas deste. Lcompreende vocês porque sua
mente está acostumada de antemão ao uso dos símbolos.)
Se sua mente utiliza símbolos, não é de estranhar que determinados símbolos
possam utilizar a sua mente. Algumas configurações possuem um atrativo que
equivale a verdadeiro f*ascinación, e que não pode ser explicado mediante a simples
lógica. A cruz é uma delas: utilizou-se como símbolo religioso séculos e séculos
dantes de Cristo. Por que? Porque, como símbolo, a cruz exerce sobre a mente
humana um afeto profundamente *arrai*gado e em grande parte automático; o que
é outra forma de dizer que ninguém sabe muito bem por que.
Os símbolos podem ser visuais, verbais, *olfativos, *táctiles, gráficos, simples ou
complexos. Um dos símbolos mais complexos é precisamente um *ceremonial
*ocultista levado a cabo como é devido.
Ser testemunha, ou, melhor ainda, tomar parte em uma cerimônia mágica,
equivale a ver como os próprios sentidos se vêem assaltados desde todas direções.
Muitos dos *rituales empregados implicam um drama *arquetípico —o da morte e o
*renacimiento é o favorito para os *rituales de iniciação—, capaz de provocar um
forte afeto na mente *inconsciente.
As circunstâncias contribuem a pôr de relevo este efeito. Inclusive as pessoas
mais *agnósticas experimentam *alg*ún tipo de tensão quando tomam parte em
uma cerimônia mágica. As luzes estão baixas, as velas ardem misteriosamente... A
mente mostra-se *receptiva... que é precisamente o que querem os inventores do
*ritual em questão.
Todo isso se deve, por *supues*to, ao funcionamento do *ritual de fora para
dentro; mas também se está produzindo o processo inverso.
Parte do funcionamento interno de numerosos *rituales é o processo analisado no
último capítulo: a assunção de formas divinas. Participam-nos*tes no *ritual são
*médiums para a manifestação de forças espirituais e potentes energias que surgem
dos antigos deuses, os anjos e os *arcángeles e, em alguns casos, dos que dominam
aos elementares. Estas energias, que fluem através dos participantes, formam, por
assim o dizer, um depósito ou reserva de poder que o *ritual em sim utiliza para
aprofundar na tarefa que está realizando.
Não pode ser construído nenhum *ritual efetivo sem consideráveis doses de
conhecimentos psicológicos. Os grandes *rituales da antiguidade baseiam-se em sua
maior parte em *arquetipos, com o *consiguiente resultado de que dificilmente
deixarão de produzir certo efeito.
Mas existem outros *rituales, quase igual de potentes, que, para dar resultado,
exigem uma *cier*ta preparação ou formação psicológica. Enquanto os *rituales
antigos parecem inventados para comprazer a um psicólogo da escola de *Jung,
estes parecem se ter criado para satisfazer aos partidários das teorias *conductistas.
Os mecanismos de l*conductismo (associação, *acondicionamiento, *autohipnosis)
correspondem-se quase à *perfección com os da magia *ceremonial, com resultados
verdadeiramente espantosos em proporção ao esforço dedicado a sua preparação.
Meu *familiaridad pessoal com esta modalidade de *ritual baseia-se em grande
parte nos trabalhos *cabalísticos que tenho realizado. Um exemplo extraído de dita
fonte bastará para ilustrar como funciona. Trabalhando sobre a Árvore da Vida, um
seguidor da *Cabala aprende a relacionar entre si numerosas coisas aparentemente
diversas e sem nenhuma relação umas com outras. Associará, por exemplo, a Lua, a
cor púrpura, a *mandrágora, o *jazmín, o número nove e o deus egípcio *Shu.
Todas essas associações, e muitas mais, encaixam na esfera de *Yesod..
Suponhamos por um momento que um seguidor da *Cabala deseje se inventar
um *ritual que lhe ponha em contato com as forças *lunares (*Yesod). Começará
criando um meio onde o maior número de objetos possível atraiam sua mente ao
tema central de *Yesod. Pode, por exemplo, cobrir todo seu templo com *cortinas de
cor púrpura, ou colocar nove *mandrágoras no altar. Como é lógico, seu *incienso
estaria perfumado com aroma de *jazmín. Ao igual que Carlos, pode procurar a
ajuda de alguma *ayudante jovem e *at*ractiva, pois *Yesod possui claras
associações ou *connotaciones sexuais. Poderia começar sua cerimônia com a leitura
do correspondente Texto *Yetzirático: "A Nona Via denomina-se a Inteligência Pura,
pois purifica as Emanações. Prova e corrige o dei*seño de suas representações e
provê a unidade com que se designam, sem diminuição nem divisão..."
Tudo isto *encauza a mente do seguidor da *Cabala em direção a *Yesod. E aqui
faz-se evidente o resultado de meses, anos, ou inclusive dúzias de anos de
*meditación. As contínuas *meditaciones do seguidor da *Cabala formam
determinados canais *inconscientes para a manifestação das forças *Yesod, cuja
atividade se vê estimulada pelo *ritual. Por elaborada e impressionante que possa
resultar a *cere*monia, o canal seguirá sendo sempre o mesmo: a mente -e às
vezes o corpo- de quem realiza-o.
XVII. A ÓPTICA E As ILUSÕES
A maioria das coisas refletem a luz. No fenômeno que nos denominar visão, tanto
você como eu vemos esses raios de *lu*z refletidos. Quando não existe nenhuma
fonte *lumínica, não vemos nada, o que experimentamos como se se tratasse de
uma escuridão tridimensional.
Em determinadas condições de *iluminación, o cristal é invisível: em lugar de
refletí-los, os raios de luz atravessam-no completamente. E em determinadas
condições de iluminação, os espelhos são assim mesmo invisíveis: isto se deve a que
um espelho reflete a luz demasiado. Nossa atenção se vê captada pela imagem;
nossos olhos vêem-se *deslumbrados pelo reflexo. Vemos algo, mas não o próprio
espelho.
Você mesmo se dará conta de que a experiência de ver algo invisível, como um
cristal adequadamente colocado, difere consideravelmente de não ser capaz do ver
por estar ausente a luz.
Desde o ponto de vista da física, a *invisibilidad produz-se na prática quando os
raios de luz atravessam completamente um objeto. Em teoria, produz-se quando os
raios de luz se refletem sobre um objeto e são emitidos para o extremo mais
distante. (Mas isto só ocorre em teoria; pelo que eu seja, não é possível refletir os
raios de luz dessa maneira.) A *invisibilidad não se produz quando o objeto absorve
toda a luz. É possível que não veja o objeto, mas sim será capaz de ver que há algo
mau.
Tudo isto não é sina óptica elementar ao nível mais baixo possível. Não obstante,
vale a pena assinalá-lo aqui, já que, se alguma vez detêm-se a fazê-lo, a maioria da
gente pensa na *invisibilidad em termos do comportamento dos raios de luz.
Mas existe uma segunda forma de *invisibilidad que não tem nada que ver com os
raios de luz. Uma vez explicada, à gente lhe resultará bem mais fácil de aceitar que
as explicações *seudo-*cientí*ficas dos relatos de ciência ficção ao *Wells ou ao
Julio Me Vá.
Se entrasse você em uma habitação na que se encontrasse, por exemplo,
*Brigitte *Bardot em *bikini, seria *disculpable que não me visse a mim, sentado
silenciosamente em um rincão. Mas há pessoas que parecem condenadas a não ser
vistas esteja ou não presente a *señorita *Bardot: sua personalidade —ou sua falta
de ela— basta para assegurar que se faça sempre caso *omiso delas. Trata-se
dessas não entidades da natureza, dessa gente *incolora que não impressiona a
ninguém. Reconhecerá que você se encontrou alguma vez com essa classe de
pessoas, ainda que pode lhe resultar difícil recordar suas caras. Enquanto sua mirada
escorrega sobre esses indivíduos em uma reunião ou na rua, é como se, para todos
os fins, fossem invisíveis para você. Sua presença não fica registrada; se *diluyen no
meio no que se encontram; possuem a *invisibilidad não do cristal, sina do
*camaleón.
Qualquer *hipnotizador competente poderá fazer-lhe uma demonstração deste
rasgo psicológico levado até seus últimos extremos. A um sujeito em profundo
*trance pode-lhe dizer que não há ninguém na habitação na que se encontra você
sentado. E, quando olhe, não lhe verá. Em caso que deseje sentar na cadeira em que
está você, o fará sobre seus joelhos. Uma vez desaparecido o efeito do *hipnotismo,
lhe pedirá toda classe de desculpas e lhe explicará que singelamente não lhe viu.
Tenho aqui quiçá um segredo da *invisibilidad que valerá a pena examinar. Que
faz que um p*ersona veja a outra? Em primeiro lugar, o movimento. Um objeto em
movimento resulta mais fácil de distinguir que outro estático. Determinados animais
sabem-no instintivamente e ficam "congelados" nos momentos de perigo. Alguns
*predadores sabem-no *ta*mbién, e impõem um determinado tipo de movimento à
cena balançando a cabeça enquanto caçam.
Se deseja passar *inadvertido, tente ficar-se sentado e perfeitamente imóvel. A
posição joga também um grande papel. Dito de maneira algo *ruda, é menos
provável que lhe vejam em um rincão que no centro de uma habitação; dito de
maneira mais subtil, a iluminação e o decorado de uma habitação tenderão a
produzir um foco de atenção. Se sai-se desse área terá menos probabilidades de que
lhe vejam.
Istos e outros fatores tão óbvios como o que fale muito ou pouco, constituem
aspectos físicos do problema de por que lhe vêem ou não os demais; mas parece ser
que não são todos. Um homem sentado silenciosamente em um rincão atrairá a
atenção dos demais como se fosse um íman, enquanto outro resultará praticamente
invisível. A diferença entre ambos parece se encontrar a nível psicológico.
Algumas coisas são tão óbvias que nunca nos detemos a reflexionar sobre elas. E,
no entanto, é realmente notável q*ue minha atenção veja-se instantaneamente
atraída para outro ser humano em uma habitação cheia de gente quando —ao menos
em aparência— não está fazendo absolutamente nada para o conseguir.
Os *ocultistas, que aceitaram a *telepatía muito dantes de que *Rhine
*dem*ostrase sua existência no laboratório, dão por sentado que a razão de que isso
ocorra é um contato entre as mentes.
Por suposto, não se trata de nada específico; mas, ainda no caso de ser incapaz
de ler o pensamento, pode ser perfeitamente *consc*iente do que se denomina
"discurso mental". O *hombrecillo que leva dentro de seu *cráneo fala o tempo todo
consigo mesmo. Utilizando uma conhecida analogia, direi que o transmissor emite
uma série de sinais *incomprensibles, e que ainda que seu receptor não capta os
detalhes, sim é consciente de onde procedem ditas sinais.
Este tipo de teoria conduz a um enfoque muito concreto de todo o problema da
*invisibilidad, sumamente interessante, ainda que no fundo pouco *fructífero.
Suponhamos que fosse você *cap*az de suprimir esses sinais *incomprensibles, não
daria isso lugar, ao menos em teoria, a uma situação na que teria menos
probabilidades de ser visto ou advertido? A resposta é afirmativa, mas fica a difícil
questão de *acallar esses sinais *confus*as e *incomprensibles. Deixar de pensar
parece a coisa mais singela do mundo... até que se tenta o fazer. Os *yoguis passam
muitas vezes a vida inteira praticando este único truque.
Os orientais podem ser capazes de fazer gala de uma paciência tão
extraordinária; enquanto os ocidentais, que normalmente terão provado e fracassado
umas quantas vezes, centrarão toda sua atenção na possibilidade de encontrar um
"atalho".
Se, em uma habitação escura, revelo-lhe minha existência falando-lhe, meu
melhor f*orma de ocultar-me será deixando de fazê-lo; mas se experimento uma
*compulsión *irresistible a seguir falando, a outra medida que me fica é me rodear
com uma *cortina *insonorizada. A raiz do *ritual de *invisibilidad que explicamos a
seguir se *encuent*ra nesta maneira de pensar.
A sequência é uma versão resumida e modificada de uma cerimônia utilizada na
Ordem da Aurora Dourada. 'O *ritual inteiro seria demasiado longo e complicado e,
desde um ponto de vista prático, reflete provavelmente um *am*or *masónico à
cerimônia pela cerimônia. Não obstante, os interessados deveriam consultar a
notável obra de Israel *Regardie, *The *Golden *Dawn.
XVIII. *INVISIBILIDAD *RITUAL
Prepare em primeiro lugar seu espaço de trabalho, pois o precisará para a
*realizacíon de *rituales, e quanto mais o *escatime mais difícil lhe resultará o fazer.
Eleja uma habitação de dimensões razoáveis e deixe-a completamente vazia. Nem
que dizer tem que deverá ser assegurado de que ninguém lhe vai molestar nela.
Levante seu altar no centro da habitação; bastará com uma mesa pequena
envolvida em um *paño negro. A parte superior da mesma será sua superfície de
trabalho. Coloque a uma altura cômoda para você.
Ao este do altar deveria ter duas colunas gêmeas, uma negra a sua *izq*uierda
quando olhe para o Leste, e outra branca, ou *plateada, a sua direita. É pouco
provável que encontre as colunas adequadas para o *ritual, pelo que, de não ser
assim, deverá ao menos as representar. Pode utilizar, por exemplo, dois *cajones,
ou inclusive dois discos pintados das cores mencionadas. Assegure-se de visualizar
intensamente as colunas, e comporte-se em todo momento como se estivessem ali,
inteiras e perfeitas.
Para a superfície do altar precisará um *crucifijo e um triângulo *equilátero;
*am*bos podem ser de *cartón e deveriam estar pintados de vermelho.
Também precisará uma #copa cheia de água e um lustre; esta deveria ser o
suficientemente pequena como para poder levar de um lado para outro e estar
alimentada com azeite ou algo parecido.
*Co*loque o *crucifijo ao Leste do altar, e o triângulo ao Oeste. O lustre no Sur e
a copa embaixo do triângulo; isto é ao Oeste.
Ainda que não estritamente necessário para a realização do *ritual, é conveniente
equilibrar estes símbolos elementares *co*locando uma rosa (símbolo do Ar) ao
Leste e pan e sal (símbolos da Terra e de seus frutos) ao Norte.
Quando esteja pronto para começar, realize o *Ritual de Purificação do
*Pentagrama. Assegure-se de que tem funcionado (quando a atmosfera *astral se
tem *pur*ificado, se produz uma curiosa mas inconfundível sensação de vazio). Se
tem a menor dúvida, comece de novo. O *ritual original recomenda o emprego do
*Ritual de Purificação do *Hexagrama também, mas o considero desnecessário,
sempre que o *Ritual do *Pentagrama se leve a cabo como é devido.
Agora, de pé em frente ao altar, olhando para o Leste, *recite a seguinte
invocação:
"Ouvi *Sonuf *Vaorsag *Goho *lad *Balt, *Lonsh *Calz *Vonpho. Sobra *Z-*ol
*Ror I *Ta *Nazps, *od *Graa *Ta *Malprg. *Ds *Hol-q *Qiaa *Nothoa *Zimz, *Od
*Commah *Ta *Nobloh *Zien. *Soba *Thil *Gnonp *Prge *Aldi. *Ds *Vrbs *Oboleh
G *Rsam. *Casarm *Ohorela *Taba *Pir *Ds *Zonrensg *Cab *Erm *ladnah. *Pilah
*Farsm *Znrza *Adna *Gono *ladpil. *Ds *Hom *Od *Toh. *Soba *Ipam *Lu
*Ipamis. *Ds *Loholo *Vep *Zomd *Poamal *Od *Bogpa *Aai *Ta *Piape *Piaomel
*Od *Vaoan. *Zacare *Eca *Od *Zamran. *Odo *Cicle *Qaa. *Zorge *Lap *Zirdo
*Ñoco ¥*ad. *Hoath *laida.
'*Adgt *Vpaah *Zong *Om *Faaip *Sald, Vi-*i-*vl, *Sobam *lalprg *Izazaz *Pi
*Adph, *Casarma *Abramg *Ta *Talho *Paracleda, Q *Ta *Lorslq *Turbs *Ooge
*Baltoh. *Givi *Ch*is *Lusdi *Orri, *Od *Micalp *Chis *Bia *Ozongon. *Lap *Noan
*Trof *Cors *Ta Ge Ou Q *Manin *laidon. *Torzu *Gohe L. *Zacar *Eca Ca *Noquod.
*Zamran *Micalzo *Od *Ozazm *Vrelp. *Lap *Zir o-*Iiad."
Apesar das aparências, estas palavras *distan muito de ser um *galimatías.
Formam de feito uma diminuta parte de um dos métodos mágicos mais potentes até
agora conhecidos, as chamadas Invocações *Enóquicas5.
Este método remonta-se aos *dí*as de Isabel I de Inglaterra, nos que o astrólogo
e mago John *Dee levou a cabo uma série de experimentos de *evocación com a
ajuda do *médium ou *clarividente *Edward Kelly. Ditos experimentos consistiram
na *evocación de determinados anjos a um *cri*stal no que, ao que parece, Kelly os
viu. Um deles ditou as Invocações *Enóquicas letra por letra e ao revés para que os
poderes que continham não se desencadeassem acidentalmente.
As notas originais de *Dee com as Invocações conservam-se no Museu Britânico
—junto com o cristal no que Kelly viu aos Anjos—, e os especialistas têm chegado à
conclusão de que a estranha linguagem em que se expressavam possui sua própria
*gramática e sua própria sintaxe.
O texto que acabamos de reproduzir es uma invocação. Quando o tenha
terminado de dizer, se mantenha em silêncio e *quieto durante uns instantes e
experimente o fluxo de força que controla. Então continue:
"Em nome de *Yeheshuah, *Yehovashah, invoco o poder do Ángel *Registrador.
*Adjuro de você, oh Luz invisível e intangível na que estão escritos todos os
pensamentos e atos dos homens. *Adjuro de você por *Thoth, Senhor da Sabedoria
e a Magia, que é seu Senhor e seu Deus. Por todos os símbolos e palavras de poder;
pela luz de minha Cabeça Divina situada em seu centro. Por *Harpocrates, Senhor
do Silêncio e a Força, o Deus desta minha Operação, peço você que abandone todas
suas moradas e habitações para concentrar você ao redor de mim, invisível e
intangível, como um manto de escuridão, como uma fórmula de defesa; peço você
que me faça invisível, de forma que, quando me vejam, os homens não vejam nem
compreendam o que estão contemplando."
Dirija para o Leste, ajoelhe-se e medite em *Sephiran *Binah sobre a Árvore da
vida. (Em caso que sua preparação *cabalística seja limitada, aconselho-lhe que leia
o mais possível a respeito de dita esfera por antecipado. São recomendáveis obras
como, por exemplo, *The *Mystical *Qabalah, de *Dion *Fortune.)
Volte ao altar e, visualizando a *Binah como a Mãe Suprema, se dirija a Ela:
"Senhora da Escuridão, que mora na Noite à que nenhum homem pode ser
acercado e na que reinam um terrível silêncio e um Mistério e Profundidade
*inimaginables. Imploro você em seu nome, *Shekinah e *Aimah *Elohim, que
concedas sua ajuda às aspirações mais elevadas de minha Alma e que me revista
com sua *inefable mistério. Imploro você que me outorgue a presença de sua
*arcángel *Tzaphqiel, o grande Príncipe da iniciação espiritual através do sofrimento
e o combate *espiritual contra o mau, para que jogue sobre mim um manto de
*ocultamiento. Oh, vocês, os fortes e poderosos da esfera de *Shabbathai, oh, você,
*Aralim, conjuro você no nome de *YHVH *Elohim, o divino príncipe de *Binah, e no
de *Tzaphqiel, seu *arcángel. *Ayúdame com seu poder a colocar um vá-o entre
mim e todas as coisas pertencentes ao mundo exterior e material. Cubra-me com um
vá-o tecido dessa escuridão silenciosa que rodeia a sua morada de eterno repouso na
esfera de *Shabbathai."
5
Para uma guia a respeito da *pronunciación destas Invocações, veja-se o Apêndice
III.
Depois produz-se o que é em *esencia um *aquietamiento da mente através de
uma invocação a *Hoor-*po-*krat-*ist, Senhor do Silêncio. Seu nome deveria ser
pronunciado *vibrantemente na posição *Kether, e depois circular através do *aura
mediante o exercício da Coluna Média *ant*eriormente citado. Diga Depois:
"*Hoor-*po-*krat-*ist, Senhor do Silêncio. *Hoor-*po-*krat-*ist, Senhor do *Loto
Sagrado. Oh, *Hoor-*po-*krat-*ist, você que se sustentou vitorioso sobre as
cabeças dos *moradores infernais das águas das que se criaram todas as coisas. A
você invoco no nome de *Eheieh e pelo poder de *Agía."
Medite por um momento sobre a força *entrante representada pelo Deus, e
depois, visualizando vigorosamente *Hoor-*po-*krat-*ist, continue:
"Por tanto, peço você que me leve a sua morada no Silêncio *indecible, todo
sabedoria, todo luz, todo poder. Leve-me a você para que possa ser defendido. Leve-
me a sua morada de infinito silêncio para que possa acordar à glória de minha
cabeça divina, para poder me voltar invisível, de forma que não me vejam nem
compreendam os espíritos criados, as almas dos homens e as bestas, nem nenhuma
coisa dotada de vista e *discernimiento.
"E agora, no nome de *Elohim, peço que tenha uma limitação a esse vazio. Abrir
vocês, oh portas infinitas, para que possa entrar o Rei da Glória, o Silêncio e a Noite.
"Conjuro, pois, uma barreira fora de minha forma *astral que seja para mim
muro, fortaleza e defesa segura. E declaro que deve constituir a base e *receptáculo
para o Manto da Escuridão, o Ovo de *Aazul com o que me revestirei de imediato."
Vem depois uma segunda invocação *enóquica algo mais curta:
"Ouvi *Sonuf vai-*Orsagi *Goho *lada *Balata. *Elexarpeh *Comananu *Tabitom.
*Zodakara, *Eka *Zodakare *Od *Zodameranu. *Odo *Kikle *Qaa *Piape *Piamoel
*Od *Vaoan."'
E depois:
"Dirijo *aho*ra minha vontade para vocês, oh forças do Espírito da Vida cuja
morada é o invisível. Nos grandes nomes dos *Angeles que regem vocês, *Elexarph,
*Comananu, *Tabitom, e por todos os nomes e letras da Tabela Sagrada da União,
por poderosos nomes de Deus, *Eheieh, *Agía, *YHVH *Elohim, e pelo Grande
Senhor do Silêncio, *Hoor-*po-*krat-*ist, pela profunda escuridão púrpura e pela
*resplandeciente luz da Coroa situada sobre minha cabeça, conjuro vocês. Reunir
vocês ao redor meu e envolvam esta minha forma *astral com um ovo de azul, um
manto de escuridão. Juntem-se, oh *copos de Luz *Astral, e recubram minha forma
com vossa noite essencial. Revistam-me e ocultem-me, mas baixo meu controle.
Escureçam os olhos dos homens para que não possam me ver. Agrupem-se a meu
dei*vina palavra, pois vocês são as *sacerdotisas e minha alma o santuário."
Trace a Cruz *Cabalística e visualize *vividamente como se vai materializando ao
redor de você o ovo negro-azul. Não acelere baixo nenhum conceito esta parte da
operação, pois possivelmente se trata da mais importante para obter resultados.
Deve concentrar toda sua atenção na ideia de se converter em invisível. Diga:
"Que o Manto do *Ocultamiento me rodeie a uma distância de dezoito polegadas
do corpo físico
"Que o Ovo se veja consagrado pelo fogo e o água..."
Não proceda à *consagración -que tende a estabilizar a forma *astral- até estar
completamente satisfeito com sua formulação do Ovo. Para a *consagración, coloque
a *lá*mpara a sua direita e o água a sua esquerda, e repita:
"Oh, *Auramo-*oth e *Thaum-*Aesh-*Neith, deusas das Balanças do Equilíbrio:
invoco vocês e imploro que os vapores da água mágica e este fogo *consagrador
constituam uma base sobre o plano material para a formação do Manto de Arte."
Volte a visualizar o Ovo o mais intensamente possível. Dirija para o Leste do Altar,
olhando inicialmente para o Oeste, gire três vezes sobre seu próprio eixo, e diga:
"No nome do Senhor do Universo, e pelo p*oder de meu *Augoeides e a aspiração
de sua própria alma superior, conjuro você, oh manto de escuridão e mistério, a que
me rodeie de maneira que me possa voltar invisível. Para que, ao me ver, os homens
não me vejam nem compreendam. Para que não vejam o que vêem nem
compreendam o que contemplam. Assim seja!"
Dê-lhe uma volta ao templo na direção das agulhas do relógio, dirija-se depois
para o Sur e, de em frente ao altar, visualize duas colunas gêmeas de fogo e nuvens.
Visualize o manto pendurando entre as duas. *Desp*lácese para o Oeste, e diga:
"Invisível, não posso atravessar as Portas do Invisível, salvo em virtude do Nome
da Escuridão."
Visualize o Ovo envolvendo-lhe uma vez mais e afirme:
"Meu nome é Escuridão e *Ocultamiento. Sou o Grande Invisível dos Caminhos
das Sombras. Ainda que envolvido na escuridão, careço de temor; pois, apesar de
não ser vista, em meu interior se encontra a magia da Luz Divina."
Dirija-se para o Norte e realize a mesma visualização que no Sur. Diga:
"Invisível, não posso atrair as Portas do Invisível, salvo em virtude do Nome da
Luz."
Visualize o Ovo claramente. Então diga:
"Sou a Luz envolvida em Escuridão. Sou o que governa as forças do Equilíbrio."
Contemple em seu *imaginación como a *oscuridêem do Ovo se faz #cada vez
mais intensa. Volte a sua posição anterior ao Oeste do altar, e diga:
"Oh, você, Ovo divino da escuridão criativa do espírito, #se formule ao redor de
meu. Ordeno-o no nome de *Yeshe-*shuah. Desce sobre mim, *Mantou da
Escuridão e da noite. Conjuro vocês, partículas de escuridão espiritual que me
rodeiam como um guardião desconhecido e como manto de *indecible silêncio e de
mistério. Ovo da escuridão divina, manto de *ocultamiento, tem permanecido
durante muito tempo escondido. Abandona a Luz para que possa ocultar aos olhos
dos homens."
Veja novamente como se vai formando o manto a seu ao redor.
"Recebo você como proteção e guarda. *Khabs *Am *Pekht *Konx *Om *Pax. Luz
em Extensão. Dantes de toda *manifestacíon mágica está o conhecimento da luz
escondida."
Situe-se de pé entre as colunas do templo, olhando para o Oeste, e deixe que o
Ovo vá formando a seu arredor e fazendo que sua forma física vá desaparecendo da
vista. Dê-lhe três voltas ao templo na direção das agulhas do relógio, e diga desde o
Leste:
"Deste modo tenho conjurado sobre mim este manto de Escuridão e Mistério a
modo de ocultação e guarda.
"Esplendor *Sobrenatural que brilha na esfera de *Binah, *YHVH *Elohim, *Aima,
*Sh*ekinah, Senhora da Escuridão e do Mistério, #Tu, Alta *Sacerdotisa da Estrela
de Prata Oculta, Luz Divina que rainhas em sua própria escuridão profunda, vêem a
mim e mora dentro de meu coração para que inclusive eu possa gozar de poder e
controle sobre este *ma*nto de escuridão e Mistério. E agora conjuro você a você,
oh manto de Escuridão e Mistério, para que me oculte aos olhos dos homens, a todas
as coisas dotadas de vista e *discernimiento, neste meu atual propósito, que é o de
permanecer invisível duramto espaço de hora(s), bem como o de receber
enquanto os sagrados mistérios do Senhor do Silêncio *entronizado em seu *Loto,
*Hoor-*po-*krat-*ist."
Assim finaliza a cerimônia. Ao igual que os carros precisam travões e os venenos
*antídotos, a *invisibilidad *ritual conta com uma cerimônia em sentido inverso,
para recobrar a visibilidade, que expomos no Apêndice II.
APÊNDICE I
ESCALAS *CABALÍSTICAS DE CORES
APÊNDICE II
COMO RECOBRAR A VISIBILIDADE
Volte a seu templo e realize a Cruz *Cabalística visualizando-a
vividamente.en*tonces diga:
"No nome de *YHVH *Elohim, invoco você a você, que está revestida pelo Sol, de
pé sobre a *Lu*na e coroada com a coroa das doze estrelas. #Tu, *Aima *Elohim
*Shekinah, que é a Escuridão alumiada pela Luz divina, me envie a sua *Arcángel
*Tzaphkiel e a suas *legiones de *Aralim, os poderosos anjos da esfera de
*Shabbathai, para que possa dêintegrar e dispersar este manto de escuridão e de
mistério, pois sua missão tem terminado por enquanto.
"Conjuro você a você, Oh manto de escuridão e de mistério que tão bem me
serviu, a que volte agora a seus antigos costumes. Mas *apréstate a, mediante uma
palavra ou desejo, ou através desta grande invocação a seus poderes, voltar rápida e
vigorosamente a petição minha para proteger dos olhos dos homens. E agora digo
você: parte em paz com as bênçãos do Deus imenso e oculto, e mostre-se
*dispue*sto a voltar assim que chame você."
Visualize como se *desintegra o manto de *invisibilidad e termine a cerimônia
com o *Ritual do *Pentagrama.
APÊNDICE III
*GUIA PARA PRONUNCIAR As INVOCAÇÕES *ENOQUICAS
A invocação dada no Cap. XVIII constitui um p*equeña parte de um dos sistemas
mágicos mais difíceis e complexos, ainda que também mais *fascinantes, que se
tenha criado nunca.
Como meio de produzir resultados práticos, o Sistema ou Método *Enóquico
possui uma grande reputação entre os *ocultistas. Não *ob*stante, e devido a suas
dificuldades intrínsecas, os que atualmente tentam o praticar são só uma minoria. As
invocações *enóquicas, seu aplicativo e sua filosofia faziam parte do antigo sistema
da Aurora Dourada e, ao menos até verdadeiro ponto, estavam integradas na vasta
estrutura das doutrinas *cabalísticas ensinadas em dita organização. No momento
atual só conheço uma *Hermandad que pratique em medida importante o Sistema
*Enóquico: trata-se da Ordem da Pedra Cúbica, que ou*pera na região dos
*Midlands ingleses.
Ainda que a origem destas invocações só pode ser remontado com verdadeiro
grau de certeza à época de *Dee e Kelly, se acha que a linguagem *enóquico é bem
mais antigo. O *aná*lisis de determinadas palavras-chave parece sugerir que é
anterior ao *sánscrito. A tradição afirma que se trata de uma linguagem "*angélico",
empregado naquela era longínqua em que a comunicação com as esferas superiores
era bem mais corrente que agora. Outra escola de pensamento afirma que se trata
do idioma falado pelos habitantes da *Atlántida.
A invocação que faz parte do *Rito da *invisibilidad abarca as duas primeiras
Invocações *Enóquicas. Dado que a revelação original foi ditada letra por letra em
lugar de falada, não existe nenhuma guia "autorizada" sobre como deve ser
pronunciado.
Não obstante, seu *pronunciación propõe consideráveis dificuldades,
especialmente nessas palavras nas que há várias *consonantes seguidas, sem
nenhuma vogal em meio. Felizmente, contamos com a ajuda da grande quantidade
de investigações práticas levadas a cabo pelos membros da Aurora Dourada. De suas
descobertas cabe deduzir que a melhor modalidade falada desta linguagem consiste
em *pr*onunciar por separado todas e a cada uma das letras naquelas palavras em
que a ausência de vogais o exija.
Uma vez compreendidos estes princípios e, o que é mais importante, uma vez
captado o ritmo e "música" da invocação, as dificuldades de p*ronunciación tendem
a desaparecer com bastante rapidez.
A invocação pode ser feito também em espanhol, ainda que o efeito não será tão
pronunciado. A tradução das invocações apropriadas dá-se a seguir. É conveniente
estudá-la ainda que vá a e*mplear a linguagem *enóquico, pois em qualquer
operação de magia é conveniente entender o que se está dizendo em cada
momento.
"Reino sobre vocês, disse o Deus da Justiça, exaltado em poder sobre o
Firmamento do Ódio. Sou Aquele em cujas mãos o Sol é como uma espada e a Lua
como um fogo que todo o abrasa; Aquele que mediu vossas roupas com suas
*vestiduras e uniu vocês como as *palmas de suas mãos; Aquele cujo assento
enfeitou com o fogo da *congregación, que embelezou vossas *vestiduras *con
admiração, que ditou uma lei para que governasse aos Santos; Aquele que entregou
vocês uma vara com o *Arca do Conhecimento. Ademais todos vocês elevaram
vossas vozes e lhe juraram obediência e fé a O, que vive e triunfa. Sou Aquele cujo
princípio nou é fim nem pode o ser. Aquele que *resplandece como um lume no meio
de vosso palácio e rainha sobre vocês com o equilíbrio da verdade e a equidade.
Movam-se, por tanto, e mostrem-se; abram os mistérios de vossa Criação, mostrem-
se amistosos comigo, pois sou servo do mesmo Deus, verdadeiro admirador do
Supremo.
"Que possam as asas dos ventos compreender suas vozes de assombro. Oh, #Tu,
o Segundo do Primeiro. Aquele a quem os ardentes lumes têm enquadrado dentro da
profundidade de minhas *fauces, a quem tenho preparado como se fosse copas para
um casamento ou flores em toda sua beleza e esplendor para a câmera dos justos.
Vossos pés são mais fortes que as pedras e vossas vozes mais potentes que as dos
ventos. Pois estão-se convertendo em um edifício como não há, salvo na Mente do
*Todopoderoso, Surjam, disse o Primeiro. Mostrem a vossos servos. Mostrem-se
com todo vosso poder e me façam *contemplador de todas as coisas, pois sou
daquele que viveu para sempre."
Muitos magos rodeiam sua arte do maior dos mistérios, mas o autor deste livro
foge de tal atitude, conseguindo uma obra de grande singeleza e com um enfoque
mais prático que acadêmico.
A TABELA DA ESMERALDA