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24/09/2019

INTRODUÇAO

Divisão histórica: responsabilidade civil contratual e extracontratual e pré contratual.

A responsabilidade civil extracontratual vai assumir um papel residual. Se houver um


contrato vamos para a via da responsabilidade contratual se não houver vamos para a via da
responsabilidade extracontratual.

Pode ser uma relação pluricontratual.

RESPONSABILIDADE CONTRATUAL

Incumprimento

Mora (atraso na prestação- o devedor pode pagar, mas atrasou-se. Na mora não há o
incumprimento definitivo, a mora é um atraso apenas). Quando se celebra um contrato, por
norma deve-se colocar uma data no contrato. Se não estabelecermos um prazo para o
cumprimento não há mora.

Queria usar um carro para o dia 5 de outubro, se não me arranjarem o carro para esse dia
há perda de interesse, neste caso a mora transforma-se em incumprimento.

Incumprimento defeituoso- encomendamos febras e vem frango. Incumprimento


defeituoso.

Quando houver dúvidas temos de ver o interesse do credor.

Ao contrário do incumprimento e da mora que estão reguladas no CC, este incumprimento


não surge regulado na forma geral. No comodato eles não são responsáveis a não ser que
tenha agido com dolo.

Quando falarmos em responsabilidade contratual o caminho é: incumprimento, mora e


incumprimento defeituoso.

Quando vamos determinar os danos podemos procurar saber qual é o interesse contratual
positivo: estes são os danos resultantes do não cumprimento do contrato. O interesse
contratual negativo vai procurar outros danos, os danos que eu não teria se o contrato fosse
válido.

RESPONSABILIDADE PRÉ CONTRATUAL

Ex: A quer vir morar para o Porto e mora em Coimbra, falou com o senhor B e ele disse que
lhe ia vender a casa no Porto. A pôs a casa dele à venda em Coimbra, assinou o contrato de
promessa com os futuros compradores, pediu um empréstimo, arranjou um fiador, etc. B
decide depois que não lhe vai vender a casa. A fica numa situação complicada, mas, no
entanto, não tinha nenhum contrato com B. Daí surge a responsabilidade pré contratual.
Art.227º diz que as partes devem agir de boa-fé mesmo antes do contrato.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL

3 Partes: factos lícitos, ilícitos, risco.

As partes não têm nenhuma particular ligação entre si. Porque que uma vai ter que
indemnizar outra? Porque violou o direito de outra pessoa, ou violou uma norma jurídica
destinada a proteger o direito de outra pessoa. Ex: atropelamento- violo os direitos de
personalidade, violei uma norma do código da estrada destinada a proteger os interesses.
Pagar uma indeminização é tornar o outro in demne. Ex: Se eu passar o semáforo vermelho e
assustar os peões, não provoquei nenhum dano por isso não tenho que pagar indeminização.
Se não houver dano não há indeminização e por consequência não há responsabilidade civil.

O normal e que haja responsabilidade por factos ilícitos, eu violei um direito ou uma norma
destinada a protege-las. Mas, posso praticar danos a alguém sem ser por factos ilícitos.

Risco- na responsabilidade pelo risco deixamos de procurar se há culpa ou não. O princípio


que leva a responsabilidade pelo risco é que a pessoa que tem. Ex: os condutores de veículos
automóveis respondem pelo risco. Há um acidente, 2 carros bateram, a regra geral é que não
se saiba quem é o culpado, o automóvel é um veículo perigoso, o facto de andar na estrada
gera uma atividade perigosa, logo, para isso temos os seguros. Apesar de o condutor ser
responsável, quem vai pagar a indeminização é o seguro não é o condutor.

A responsabilidade não pretende punir nem castigar.

RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL

5 REQUISITOS:

Facto- facto voluntário que gere a responsabilidade civil.

Ilicitude- a lei diz “violar ilicitamente o direito de outrem”.

Culpa- “com dolo ou mera culpa/negligencia”.

Dano- prejuízo.

Nexo de causalidade entre o facto e o dano – Ex: A dá um empurrão sem querer a B, B cai e
fica internado no hospital e o médico administra um medicamento que faz com que B fique
gravemente doente e contrai muitas infeções. Em consequência B falta a 2 exames
importantes. Apesar de A ter empurrado B não foi ele que causou as infeções. Não há nexo de
causalidade entre o empurrão e b ter faltado aos exames.

O que é um facto voluntário? Um facto que seja objetivamente controlável ou dominável


pela vontade. Então o que excluímos da responsabilidade civil? Os factos que não dependam
da vontade humana. Excluímos desde logo todos os factos que resultem de formas naturais:
inundação, ciclone, incêndio provocado por um raio.
O quê que não se exige? Quando é que ainda consideramos ser uma to voluntario? Noa se
exige que seja um ato intencional, não se exige que seja um ato doloso. Não se exige que haja
intenção de provocar o dano.

Também não se exige que ao agente tenha capacidade de exercício de direitos, ou seja, um
maior incapacitado acompanhado ou um menor pode provocar um facto suscetível de o
responsabilizar civilmente.

Art.488º CC-

Art.489º CC

Se os menores de 7 anos não são imputáveis quem é responsável? As pessoas que estão
obrigadas à sua vigilância- Art.491º do CC. Neste caso, não responde quem praticou o facto,
mas sim quem, no momento, estava obrigado à vigilância de quem praticou o facto.

Em princípio, este ato será uma to positivo, pois será uma ação. Mas, as omissões também
geram responsabilidade civil – Art.486º está prevista a omissão

Há um dever geral de cuidado? Celebrei um contrato com um professor para dar aulas de
natação numa escola e o contrato é nulo, logo, a lei diz que a responsabilidade por omissão
resulta ou da lei ou de contrato. A lei não diz nada e o contrato era nulo entoa não há
obrigação. Não! A doutrina resolve isto que por força de uma vinculação contratual vai-se
buscar o dever de cuidado. Se a empresa não toma conta daquelas crianças há dever de
garante, no mínimo dever de boa-fé contratual.

Resumindo: Noa se exige o dolo nem se exige capacidades de exercício de direito. Pode ser
positivo ou negativo, pode resultar de ações ou de omissões.

4 Acórdãos importantes:

1. Acórdão do Supremo: 25 junho de 2009, processo: 459/05.0TBMCB

2. Acórdão do Supremo: 13 de janeiro de 1989, processo: 076678

3. Acórdão do Supremo: 31 de janeiro de 1996, nºSJI99601310481573

4. Acórdão do Supremo: 15 de novembro de 2002, processo: 736/04.7TBCTB.CLS1

01/10/2019

Art.483º

Facto pode ser positivo ou negativo: ação ou omissão.

Se falarmos de uma omissão: dever pode resultar da lei.

Lei generalizou aquelas situações em que só uma pessoa pode controlar: mãe convida
crianças para uma festa de anos, aquela mãe tem um dever de vigiar. É um caso que não
resulta da lei, mas ela tem o dever de exclusividade de tomar conta, se ela noa cumpre o dever
vai responder por omisso do comprimento do dever.

Várias vias:

Não cumpriu o dever e a criança provocou danos num 3º


Não cumpriu o dever e provocou danos na criança

2º REQUISITO DA RESPONSABILIDADE CIVIL: ILICITUDE

Só há responsabilidade nos casos expressamente previstos na lei.

Noção: A ilicitude em termos amplos é a violação de um dever jurídico.

Não é qualquer ato lesivo de direitos de 3º que gera responsabilidade civil (Ex: fabrica que
deita muito fumo, deve ser aborrecido para os vizinhos, mas, no entanto, é um ato lícito).

Quando falamos em violação e um dever jurídico temos de ter uma violação de uma norma
que se destine a proteger o interesse do particular. O interesse não pode ser protegido só
reflexamente, tem de haver uma violação de um dever jurídico. Ex: cliente do novo banco,
celebrou contrato com o novo banco e vão ser todos declarados nulos. Agora quer uma
indeminização porque o novo banco não cumpriu com as regras da supervisão bancaria. O
novo banco tinha de ter um rácio de solvabilidade e não cumpriu com este rácio. O banco
violou um dever jurídico. Mas quando a lei estabelece o banco ter um rácio elevada é para
proteger os particulares? Noa! É para proteger o sistema bancário, por isso não pode pedir
uma indeminização com fundamento nesta norma.

Ou há violação de um direito ou violação de uma norma. Temos de ver se a norma foi


criada a pensar nos interesses dos particulares, se não foi, não há direito a indeminização.

FORMAS DE ILICITUDE

Art.483º só refere 2 formas: na violação de “direitos alheios” – há ofensas contra as


pessoas e ofensas contra o património. Ou quando alguém viola uma norma legal tendente à
proteção de interesses alheios. Estamos a falar de interesses particulares.

VIOLAÇAO DE UM DIREITO ALHEIO – PERSONALIDADE OU REAL

NORMA LEGAL DESTINADA A PROTEGER INTERESSES ALHEIOS

ABUSO DE DIREITO – ART334ºCC

Significa que uma pessoa tem um direito qualquer e o que acontece é que o exercício
daquele direito é manifestamente contrário à boa-fé ou ao fim daquele direito.

Quem agir em abuso de direito pode ser responsabilizado contratualmente

SITUAÇOES EM QUE A LEI REFERE ILICITUDES

Art.484º - ofensa ao crédito ou ao bom nome – “difamações”

As pessoas coletivas têm direito a indeminizações por danos não patrimoniais? Não, pois os
danos morais são danos ligados à pessoalidade.

A veracidade da notícia é relevante? Em geral não, a não ser que estejam em causa a
proteção de interesses legítimos.

O que são interesses legítimos?


OFENSA AO BOM NOME- estamos a falar em abalar o prestígio de que a pessoa
(singular/coletiva) goza, ou o bom conceito que ela tem ou que ela seja tida no meio social em
que vive ou que exerce a sua atividade.

OFENSA AO CRÉDITO – diminuir a confiança na capacidade e na vontade da pessoa para


cumprir as suas obrigações.

Art.485º do CC- especificidades: responsabilidade por conselhos, recomendações e


omissões. Aqui não há contrato. Normalmente as pessoas que nos dão conselhos estão
vinculadas a nos por uma relação contratual. Diz respeito há responsabilidade extra contratual,
e, neste caso, a regra geral é a regra da não responsabilização. Existe a responsabilidade
quando a pessoa assuma (v.g. conselheiro que assume a responsabilidade por alguma
informação ou conselho que dá a alguém).

CAUSAS DE EXCLUSAO DA ILICITUDE

Causas gerais que não estão expressas na lei:

Regular exercício de um direito – Ex: A voluntariamente prática um ato aparentemente


ilícito porque vai violar o direito ao bom nome de alguém, mas, só o faz porque está a cumprir
um direito dele. A só publicitou uma notícia porque está a exercer o direito à liberdade de
expressão. Neste caso, se estivermos a exercer um exercício num regular exercício de um
direito não há direito a indeminização.

Cumprimento de um dever jurídico – Se alguém estiver no cumprimento de um dever


jurídico não é responsável pelos danos que causar. Ex: agente de autoridade prender alguém.

Causas especiais – Art.335º até 339º: (ação direita, legitima defesa, estado de necessidade)

Art.336º - AÇAO DIRETA

O meio normal de fazermos valer os nossos direitos é através dos tribunais, ou seja, não é
através da ação direta.

Serve para salvaguardar um direito que é nosso.

Quando for indispensável.

“Prejuízo”- critério da necessidade

Posso partir uma porta para salvar alguém que esteja lá dentro. Mas não posso aleijar
alguém para proteger a jarra que está a cair. Só é admitida quando o interesse que estamos a
proteger é de valor superior ao interesse que estamos a por em causa.

15/10/2019

RESPONSABILIDADE TEORICA

CULPA: dolo e negligência.

Dolo:

1. Direto - agi para provocar o dano


2. Necessário -Eu não quero provocar dano mas ele é necessário para atingir determinado
resultado. Eu quero chegar em primeiro numa corrida por isso empurrei um colega
para ele não chegar primeiro que eu

Eventual - mais difícil de identificar, não sabemos se determinada conduta vai se realizar ou
não. Ex: empurrei o colega não sei se ele se vai despistar ou não, se ele cair paciência, pode
acontecer, mas se acontecer paciência.

NEGLIGENCIA - omissão de um dever de diligência

Na negligência, nos 2 estamos sempre no Art.487º/2 do CC

Dolo eventual. Não previu

Negligencia. Previu e não se deveria ter conformado com ele

Grande campo na negligência é a negligência médica.

A responsabilidade civil por factos ilícitos requer que haja culpa. A culpa pode ser dolosa ou
negligente. O que caracteriza o dolo? Há uma intenção dirigida ao resultado (eu quero
provocar aquele dano)

Na responsabilidade civil pro factos ilícitos o ónus da prova cabe ao lesado, o lesando tem
que provar a culpa do lesante.

497º/1

Situações de presunção de culpa- situações em que se dispensa o lesado do ónus da prova


da culpa, não quer dizer que ela deixe de existir. O que o legislador faz é ajudar o lado no
sentido de ele não ter este ónus.

Art.491º- responsabilidade das pessoas obrigadas a vigilância de outrem. Cada um apenas


responde pela sua vigilância.

Porque que haveria de estar obrigada a vigiar outrem? Dever legal: pais. Negócio jurídico:
escola, natação, etc..

Por virtude na capacidade natural destas-

Art.491º só trata da responsabiliza relativamente aos danos causados a 3º

486 - Responsabilidade direta- idoso caiu aleijou-se e morreu

491º- Estabelecer uma presunção de culpa

Ex. Senhora com alzheimer provocou danos a 3os agrediu um colega do lar, há aqui uma
violação do dever de cuidar. Mas, neste caso este 3º tem que fazer a prova que houve um
facto ilícito.

Relativamente a culpa não presume porque quem a presume é a lei.

CAUSA VIRTUAL “salvo se”


Algo que em termos processuais o demandado pode trazer para ilidir a presunção de culpa.

Salvo se cumpriu o seu dever de vigilância ou demonstrar que devia ter cumprido.

Se ele cumpriu i dever de vigilância não há culpa.

Causa virtual- mesmo que eu tivesse estado lá eu não conseguiria evitar este resultado.

O juiz de censura é subjetivo mas é sempre aferido em função do resultado

A prova da culpa cabe ao lesado, é uma especificidade.

Art.491º estabelece uma forma de presunção nova.

Art.492º - DANOS CAUSADOS POR EDIFICIOS OU OUTRAS OBRAS

Nº2 vem concretizar as situações práticas. Pode ter havido negligencia mas quem tem que
conversar pode não ser o proprietário. Ex: locatário, usufrutuários,

493º- Danos causados através dos animais - riscos próprios do animal

493º/2- Presunção de culpa que abrange todas as empresas que exercia, prioridades
perigoso

O que é catividade perigosa? Fogo-de-artifício, foguetes, dano causados por fogo-de-


artifício.

Qual a relevância entre dolo ou negligência?

Resarcibilidade, tornar-se sem dano.

As vezes parece estático, não significa que haja só um responsável por dano.

Art.490º todos eles podem pelo danos causados.

Art.497º - sendo vários responsáveis, todos eles são solidariamente responsáveis.

29/10/2019

Requisitos da responsabilidade por factos ilícitos:

1º. Facto voluntário


Pode ser:
a) ação
b) omissão (Art.486º)
São fontes de responsabilidade civil quando haja o dever.

2º. Ilicitude
Podem ser:
a) Gerais: - violação de um direito de 3º
- Violação de normas legais destinadas a proteger interesses de
terceiros
(normalmente a solução está na primeira forma da ilicitude)

3º. Culpa
Pode ser :
a) Dolo: - direto
- Necessário
- Eventual
b) Negligencia: usa-se o padrão do homem medio no apuramento da violação
de um dever de cuidado. O homem medio visa responsabilizar.

Em relação à culpa temos presunções na lei. Em regra a prova da culpa cabe ao lesado. As
presunções são aquelas do Art.491º e ss, estas presunções têm como feito pelo Art.350º/1 e 2
do CC a inversão do ónus da prova.

Os Art.491º e ss CC faz uma presunção de culpa a quem está brigado à vigilância.

A responsabilidade por omissão não exclui a presunção de culpa.

4º. Dano – se não houver dano não há responsabilidade civil por muito ilícita que seja a
conduta (A anda a conduzir alcoolizado mas se não provocar nenhum dano não é
responsável por ninguém pois é o pressuposto essencial a responsabilidade civil).
É o prejuízo que se tem.
Podem ser:
a) Patrimoniais – danos quantificáveis em dinheiro e portanto sabemos
exatamente em quanto consiste a reparação (A pagou 4000€ em despesas
no hospital. A ficou incapaz de trabalhar durante 1 mês, rendimento
mensal=1000€, danos patrimoniais 1000€.)
b) Não patrimoniais- Art.496º do CC. (A sofreu dores, humilhação, exposição
publica, sofrimento, vergonha, sensação de exclusão. Estes não são
quantificáveis. Estes dependem de pessoa para pessoa.) O art.496º do CC
só limita a indemnização aos danos graves que diz o legislador que
mereçam a tutela do direito. No brasil criou-se um novo dano patrimonial
não indemnizável – A vai ao banco e levou muito tempo a ser atendido e
queria uma indemnização pelo tempo que lá perdeu. No brasil está a ser
construído com danos não patrimoniais. Na nossa ordem jurídica não é
possível isto devido ao Art.496º do CC.
O Art.496º também prevê a indemnização pelo dano morte. Está a tratar
do sofrimento que os outros têm com a perda do falecido. Pelo facto de ser
um dano próprio está afastado da sucessão.
c) Presentes – Ex: Ângelo rodrigues tem um contrato com a adidas, com o
continente, etc. Estes contratos vão ser perdidos com justa causa. Isto é um
dano que ele tem já.
d) Futuros – Ele tem um dano na perna. Os médicos dizem que é uma questão
de tempo e daqui a 1 ou 2 anos tem de ser amputada a perna. O limite do
dano futuro é termos sempre um facto. Amputar a perna neste caso só é
futuro quando ele resulte do facto. Imaginemos que ele tem um acidente
de viação no futuro e têm que lhe amputar a perna, já não é um dano
futuro.
e) Danos emergentes- Os contratos que tinha vai deixar de ter
f) Lucros cessantes – É aquilo que se deixa de ganhar. No caso do Ângelo ele
no futuro vai perder possibilidades de ganho. Ex: Uma pessoa era
carpinteiro e perde uma mão, nunca mais vai puder trabalhar, vai ter um
dano de lucros cessantes.
5º. Nexo de causalidade entre o facto e o dano. Estamos sempre a pressupor que o
facto ilícito deu origem ao dano. O que é que significa que um dano seja resultante
de um facto? Art.483º/1 do CC – a causalidade tem a ver com os danos que
resultam da violação.
Ex: A da um encontrão a B a abrir uma porta e B vai para o hospital. No hospital há
um incendio e a pessoa morre. Há causalidade?
Quando se estuda a questão da casualidade há muitas teorias (não temos de saber
todas).

Doutrinas seletivas:
Naturalistas: Há autores que defendem que tudo é natural.
Condição sine qua non: A fere um cavalo, houve um incendio e o cavalo não
conseguiu fugir por isso morreu- condição sem a qual não se teria produzido o
resultado morte.

Nós usamos a teoria da causalidade adequada- pressupõem que haja em abstrato


uma de adequação do facto à produção do dano. Há truques que facilitam. Há
interrupções da causalidade. B atropela A e A foi para o hospital e apanhou uma
infeção B não é responsável pela limpeza do hospital que causou a infeção.
Ex: A foi internada para ser operada ao joelho, é queixinhas e obesa. Teve que levar
uma anestesia geral. É operada corre tudo bem. Depois da operação A está sempre
a queixar-se, o médico acha que é exagero. Chama-se um segundo anestesista para
mandar A fazer um teste placebo (medicamento sem efeito nenhum para ver se
não é psicológico.) e ela continua a queixar-se. No fim descobre-se que houve
negligencia e tudo foi provocado pela anestesia. Quem é o responsável? Onde está
a causalidade? Quem tem que provar é o lesado. Nos casos de responsabilidade
médica é muito difícil estabelecer quem é o culpado. Neste a culpa seria do 2
anestesista mas são casos muito difíceis de estabelecer responsabilidade.
Quando falamos em causalidade adequada temos de voltar ao dano Art.562º do
CC, esta norma está nas modalidades das obrigações e trata da obrigação de
indemnizar e fala da obrigação para todos os tipos de responsabilidade
(extracontratual, pelo risco, por factos lícitos, contratual). “A obrigação …
provavelmente não teria sofrido se não fosse a lesão”- a própria obrigação de
indemnizar está limitada aos danos que o lesado não teria sofrido se não fosse a
lesão. Danos são queles que não se teriam sofrido se não fosse o facto ilícito.
Ex de responsabilidade contratual: A é credor de B e B não paga voluntariamente. A
vai a casa de B para cobrar a divida e é atropelado. Os danos de at4ropelamento
não resultam do dano culposo que é o não cumprimento da obrigação. Aqui
usamos o truque descrito anteriormente.
O dano não é uma sanção punitiva, a função principal da responsabilidade civil é
reparar danos.
“Obrigação” do Art.562º do CC.
“Reconstituir” é tornar sem dano. Quando dizemos isto podemos ter vários tipos de
restituição. Reconstituição natural (colocar as cosias como estavam antes), esta
reconstituição tem prioridade pois o lesante a obrigação que tem em princípio é de
reconstituir a coisa. O art.566/1º diz que “a indeminização é ficada em dinheiro
sempre que …”, logo a reconstituição em dinheiro não é a primeira linha da
responsabilidade civil.
Art.564/1º - Trata dos danos emergentes e lucros cessantes.
Art.564/2º do CC- Trata dos danos futuros
Art.495º do CC- trata da indemnização a terceiros. Em caso de morte ou de lesão
corporal. No caso do Ângelo Rodrigues ele esteve internado num hospital público e
quem é que vai pagar? O SNS. Imaginemos que não paga. Ou a fatura vai para o
lesado ou tem a possibilidade de se dirigirem à pessoa que produziu a lesão.
Ex: A na ginástica caiu e foi para o hospital e quando A chegou lá diz que caiu na
ginástica. O hospital pode ir diretamente ao clube que tem um seguro de
responsabilidade civil obrigatório e pode aciona-lo. O hospital pode ir ao lesado
mas A pode não ter como pagar as despesas.

RESPONSABILIDADE CIVIL POR FACTOS LICITOS

O que acontece de diferente é que desaparece o requisito da ilicitude e diz a doutrina que
desaparecendo este requisito que é o requisito da imputação objetiva também desaparece o
requisito da culpa que é o requisito da imputação subjetiva.

Fica então: facto, dano e nexo de causalidade entre o facto e o dano.

O que vamos ter aqui é um facto que gera um dano e então o pagamento da indemnização
aqui é reparador, ou seja, vamos compensar um prejuízo que alguém teve. Na
responsabilidade civil por factos ilícitos podemos ter uma réstia de censura, mas nesta
responsabilidade temos uma responsabilidade compensadora.

Alguém praticou um facto que a lei permite, mas deste facto resultaram danos para a
outra. A lei determina que esses danos venham a ser reparados. É verdadeiramente um
instituto de compensação.

A resposnabilidade civil por factos lícitos tem que star expressamente prevista na lei. O
legislador não tratou em bloco esta responsabilidade.

Estado de necessidade

Art.339º/2 do CC – estado de necessidade que é uma causa de exclusão da ilicitude e


portanto não há responsabilidade por factos ilícitos. “em qualquer outro caso o tribunal pode
fixar uma … ”- âmbito em que não há ilicitude e ainda assim a pessoa provoca um dano e pode
ser obrigada ao pagamento.

Direito de passar momentaneamente predio alheio

Art.1349º/3 do CC- permite a passagem forçada momentânea. Ex: andaimes que tenho que
prender na casa do vizinho. O dono do prédio é obrigado a deixar que o vizinho ponha os
andaimes no prédio dele.

Quem esta a usar o prédio alheio está a praticar um ato licito mas pode ser
responsabilizado por danos que possa causar ao vizinho.
Apanha de frutos

Art.1367º do CC – tem uma faculdade legal.

Escavações

Art.1348º/2 do CC – vê-se normalmente quando se deita um prédio abaixo e o outro fica a


descair porque o prédio estava apoiado no outro. Mesmo que alguém tenha tido cuidado se
houver dano é obrigado a compensar pelos danos causados. Ex: obras num convento debaixo
de água em Coimbra e andaram a tirar a água e a mexer as terras, então todos os prédios na
vizinhança ficaram com fendas então a construtora tem que tratar das fendas.

Enxames de abelhas

Art.1322º/1 do CC

RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL POR FACTOS LICITOS

Também podem haver situações de responsabilidade civil contratual por factos lícitos

Divórcio

Art.1792º/2 do CC – tem a ver com o pedido do divórcio de acordo com as alterações das
faculdades mentais. Se um divórcio entrar assim o autor deve reparar os danos não
patrimoniais causados ao outro cônjuge pela dissolução do casamento. O legislador teve que
prever a responsabilidade por um facto lícito e da indeminização dos danos não patrimoniais.

Contrato de empreitada

Art.1229º do CC- é um contrato que vem definido no Art.1207º do CC. Tecnicamente é


empreitada sempre que pedimos alguém para fazer uma coisa e pagamos por isso. Obra não
tem que ser num imóvel. Ex: A manda fazer uma estante para o escritório. A manda fazer um
vestido de noiva. Tecnicamente é um contrato de empreitada pois é mandar fazer uma obra
mediante um pagamento do preço.

Neste contrato podemos querer muito uma obra e a obra tornar-se um mono.

Se A encomendou o vestido de noiva e desiste do casamento e agora não o quer, ou seja, a


pessoa paga para não ter o vestido de noiva.

A manda fazer uma piscina porque está num terreno com muita privacidade porque não
mora ninguém à volta. Durante a construção da piscina vão morar 8 pessoas para a casa ao
lado. A já não quer a piscina.

Nestes casos a obra é um transtorno para quem a encomendou. Por isso o legislador criou a
desistência da obra – Art.1229º do CC. Mas no entanto A tem que indemnizar o empreiteiro de
tudo, dos gastos, dos danos emergentes e dos lucros cessantes.

Neste caso a indeminização não é por danos patrimoniais mas sim por danos morais.

Mandato
Art.1172º do CC- o Art.1170º diz-nos que o mandato é livremente revogável a todo o
tempo, esta é a regra geral. No entanto, o Art.1172º diz que o mandato é livremente revogável
mas pode haver lugar ao pagamento de uma indemnização nestas circunstâncias.

Quando se fala na compensação dos danos os pressupostos mantêm-se todos: danos


patrimoniais ou não patrimoniais, presentes ou futuros, emergentes ou cessantes. Ou seja,
toda a dogmática do dano mantem-se.

05/11/2019

Facto omissivo – ilícita porque violou um dever legal

Com dolo ou negligência? Negligencia.

Como o parque aquático é uma situação perigosa afasta-se a presunção de culpa do 493º e
para afastar ele tinha que demonstrar que tomou todas as providências necessárias.

CASO PRATICO

Dano morte do H .

Danos não patrimoniais para a mulher e para os filhos.

Quando há um dano morte 496º temos a morte do H e depois temos o cônjuge e os filhos
que neste caso são 5. Estes danos nos termos do Art-496º/2 são danos próprios.

Danos não patrimoniais – ferimentos graves, dores, morte e sofrimento (chamou a mulher).

Nexo de causalidade – o que provocou o dano?

Quem teve culpa? Os 2.

Condutora- não cumpriu com os deveres de cuidado.

Lesado- também teve culpa

A culpa do lesado pode levar a uma diminuição de uma indeminização

A regra é a regra da equidade.

Neste caso o tribunal não teve cuidado com a fundamentação dos montantes.

Danos que resultaram do acidente:

Dano morte – 50.000€

Dano sofrimento – 20.000€

Filhos 10.000€/cada

Total 120.000€

Como o tribunal atribuiu 50 por cento

60.000€ cabe à condutora.


CASO 2

Danos : não ter credito e dano reputacional

Danos não patrimoniais – bom nome ficou afetado por ele estar na lista negra

Danos patrimoniais –

O que deu causa ao dano?

Imaginemos que a CGD enviou uma carta escrita com aviso de receção e registada em que
informava que os afiançados não pagam. O tribunal provou que ele não podia pagar os 2
créditos ao mesmo tempo. O que pediu para o contrato de promessa e o dos afiançados.

A CGD está a cumprir um dever enquanto comunica ao banco de Portugal sempre que
alguém não cumpre um crédito.

Há dificuldade em encontrar a ilicitude. Cláusula geral de exclusão da ilicitude- quando


alguém age em função do cumprimento.

Este caso foi decidido que não haveria causalidade.

Neste caso o advogado falhou, deveria ir pela responsabilidade civil contratual, dizendo que
o banco violou a responsabilidade de boa-fé de avisar.

Temos de procurar qual é o requisito que falta. Falta a ilicitude e o nexo de causalidade
aqui. Ilicitude (CGD agiu no cumprimento de um dever).

CASO PRATICO 3

Facto que deu origem a queda- cliente que partiu a garrafa? Ou centro comercial que não
limpou?

Danos patrimoniais – dano emergente

Danos não patrimoniais – cicatriz

Lucros cessantes – faltar ao trabalho

Nexo de causalidade – existe

17/12/2019

RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL

Há 3 formas de não cumprimento:

1ª – Incumprimento definitivo (o incumprimento definitivo gravoso que poem em causa a


subsistência do contrato permite a parte que não viola o contrato a resolução 801º). Regra do
art.798º

Mora- não cumprimento da obrigação a tempo, ou seja há um atraso no cumprimento da


obrigação. Também neste caso o não cumprimento pode dar origem a uma indeminização dos
danos causados ao credor.
A regra geral é que as obrigações têm um prazo- elas vencem em determinado dia e se não
for pago naquele dia elas vencem-se. Art.805º/2

O que é importante? Quando não há prazo.

QUANDO É QUE A MORA PASSA A INCUPRIMENTO DEFINITIVO?

Art.808º- quando é que a mora passa a incumprimento definitivo, sem em consequência da


mora o credor perder o interesse que tinha da prestação ou esta não for …

Em primeiro lugar a pessoa perder o interesse na prestação – este perder o interesse é um


perder o interesse objetivo

Quando temos mora a mora pode ser um estado permanente. Há pessoas que não pagam
nada: agua, luz, etc.. Isto não poem em causa a subsistência do contrato a não ser que a mora
se transforme em cumprimento definitivo, aí é que temos efeitos da resolução do contrato e
pagamento de indeminziaçao.

Obrigação tinha prazo certo – devia ser cumprida até dia 15 hoje dia 17 neste caso o credor
tem de dar um prazo pra o cumprimento. Ex: dizer que a prestação tem que ser efetuada até
ao dia 20 de dezembro porque senão considera incumprimento. Pode não ter interesse porque
já não precisa ou por causa da confiança da coisa.

Obrigação não tinha prazo – não há mora. Para haver mora é necessário interpelar o
devedor. Se não há prazo noa há mora. Então é necessário: 1º - interpelar o devedor para o
cumprimento num determinado prazo Art.804º/1 CC; 2º- adverti-lo que se não cumprir
naquele prazo perde o interesse na prestação.

Pessoa diz ao mecânico que tem que arranjar o carro até sexta-feira. A partir de sexta-feira
ele está em mora e depois na segunda feira é preciso dizer que tem que arranjar mesmo até
terça senão perco o interesse na prestação.

Contrato de empreitada- compromete-se a realizar a obra num determinado prazo. Ex:


comprometeu-se a realizar a obra em março de 2020, e hoje 12 de dezembro ainda nem
sequer começou. Neste momento não há mora. Isto complica na vida pratica quando as obras
são faseadas.

Há situações em que o devedor quer cumprir o credor não quer aceitar.

Isto acontece em 2 situaçoes especificas:

Arrendamento- inclino quer pagar a renda e o inclino não quer receber a renda: acha que o
contrato já acabou e não quer o inclino lá em casa, ou não acha que o montante da renda não
é aquele ou há renda em atraso. E também acontece nas situações de empreitada em que o
credor decide fechar o acesso à obra.

Art.803º e ss – MORA DO CREDOR

Quais são os efeitos da mora do credor?

1º- o devedor deixa de ter responsabilidade moratória;

2º - a questão do risco – 815º - entregar uma jarra e a pessoa não aceitou ou não estava lá
e nessa noite parte-se as coisas. E o que seria uma responsabilidade por força do art.796º
transfere-se o risco para o credor que está em mora.
3º - Consignação em depósito – significa que o devedor pode ir a um banco de referência e
nesse banco de referência (CGD) e pode exonerar-se do pagamento da prestação.
Art.481/841º e ss CC. A quantia é entregue ao credor por decisa judicial

COMO TERMINA A MORA?

Com o cumprimento ou com a transformação em incumprimento definitivo.

Uma das normas específicas na mora é o Art.791º que se chama a perda do benefício do
prazo. Se a divida for liquidável em prestações por este artigo a falta de pagamento de uma so
prestação implica o vencimento de todas.

Conseuencia pratica: estando em mora há lugar ao pagamento da indeminzaçao dos


dadnos causados e depois pode haver transformação da mora em incumprimento definitivo
verificados os pressupsotos do 808º.

Regime de excepçao – 934º - pagamento a prestações. Diz que se houver pagamento a


prestações a falta de pagamento de uma prestação que não exceda 1/8 do preço não se
vencem as restantes prestações nem importa a perda do beneficio do prazo.

Há 2 normas do direot doconsumidor que se aplicam nesta situaao. Relaçao de consumo


entre profissional. Art.20º do decreto 133/2009 diz que numa relação credito ao consumo a
perda do beneficio do prazo acontece só quando faltem 2 prestaçoes.

Decreto 74A/2017 – Art.27º - só com falta de 3 prestaçoes – credito habitação

CUMPRIMENTO DEFEITUOSO

O devedor cumpriu mas não cumpriu bem, pois a prestação efetuada não coincide com o
programa contratual, a prestação não tem os requisitos idóneos para fazer coincidir com o
conteúdo do programa contratual.

Art.763º - obrigação de cumprir integralmente a prestação e portanto a prestação tem que


ser cumprida integralmente e não por partes.

No cumorimento defeituoso não é verdadeiramente este cumprimento mas é sobretudo


aquele cumprimento que resulta da falta de conformidade da coisa, que resulta de um vicio da
coisa, um deformidade da coisa, da falta de qualidade da coisa ou até da diversidade (querer-
se vinho e vieram sumos).

Art.905º e ss CC – temos or egime da venda de bens onerados. Um bem onerado é um bem


que tem um vicio de direito. A vende uma casa a B e B visitou a casa, viu muitas fotografias,
coisas jovens etc e depois de A vender a casa B percebe que não era casa de família mas que
estava arrendada a estudantes universitários. Tme um ónus aoaencargo que é o
arrendamento. A venda de bens onerados traduz o regime de uma coisa que traduz um ónus
ou limitação que excede as limitações normais.

Art.913º ss – VENDA DE COSIAS DEFEITUOSAS

Tem pouca aplicação porque há umr eigme do dreto lei 67/2003 que regula a compra e
venda de compras defeituosas entre um comprador e um profissional. Porque é uma relação
de consumo. Se for um particular já é regulado pelo CC.
Art.1218º ss – contrato de empreitada- tratam dos defeitos da obra.

Doação pode ter um vicio

Art.1032- arrendamento

O cumprimento defeituoso não é um estado definitivo. Se houver um cumprimento


defeituoso há dever de reparar. Se não reparar há incumprimento definitivo que da origem á
resolução do contrato e pagamento de uma indeminização.

HÁ ALGUM CASO EM QUE SEJA RAZOÁVEL NÃO CUMPRIR UMA OBRIGAÇÃO?

428º - exeçao do não cumprimento do contrato. Se uma das partes não cumprir a outra
pode também recusar-se ao cumprimento da obrigação.

Sinalagma

Direito de retenção – direito de recusar entrega de uma coisa que detem e a quem esta
orbigado

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