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Romantismo: Poesia

FALAR SOBRE O MOVIMENTO DO TRANSCENDENTALISMO, QUE ACONTECEU DURANTE O

ROMANTISMO NORTE-AMERICANO; FALAR SOBRE OS POETAS DA ERA ROMÂNTICA, PRINCIPALMENTE


WALT WHITMAN E EMILY DICKINSON

AUTOR(A): PROF. ELTON LUIZ ALIANDRO FURLANETTO

Transcendentalismo
Dentro da vertente norte-americana do movimento romântico, que acontecia no século XIX, há uma
corrente que se chamava de Transcendentalismo. Eles levaram os preceitos românticos a um extremo,
principalmente na sua forma de se relacionar com a natureza e com a divindade. Vejamos algumas de suas

características:
Maiores representantes:
Ralph Valdo Emerson (1803-1882), com a publicação do ensaio “Nature” (1836);

Henry David Thoreau (1817-1862), com o ensaio “Civil Desobedience” (1849);

começou no século XIX e terminou no século XX;


Caracterizado pela adoração aos elementos da natureza;
Representava uma reação ao racionalismo do século XVIII;
Representou a tendência humanista do séc. XIX;
Defendia o Panteísmo (O panteísmo é a crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus
abrangente e imanente, ou que o Universo (ou a Natureza) e Deus são idênticos);
Individualismo;
Seus representantes eram intelectuais de uma religião cristã;
Presença do misticismo;
 

Os autores transcendentalistas e suas obras:

Ralph Waldo Emerson nasceu no ano de 1803, em Boston, nos Estados Unidos, no dia 23 de maio. Escritos,

ensaísta, poeta e filósofo norte-americano. É um dos fundadores do Transcendentalismo. Filho do


Reverendo Wilain Emerson, figura ilustre nas artes e na literatura, que impulsionou ao ambiente cultural de

Boston onde conheceu Ruth Haskins, com quem teve cinco filhos. Ficou órfão com oito anos de idade.

Apesar de a família ter passado por muitas necessidades, a preocupação da mãe com a educação dos filhos e
a influência intelectual da tia Mary Mood Emerson estiveram sempre presentes. Ralph foi estudar em

Harvard aos 14 anos de idade, obtendo a graduação quatro anos mais tarde, em 1821. Concluiu sua

graduação e trabalhou algum tempo como professor. Ingressou alguns anos mais tarde na Harvard Divinity
School, devido ao forte componente religioso da família, através da sua tia Mary, proporcionando-lhe

educação teológica. Começou com uma oferta para pastor júnior na Segunda Igreja de Boston, reconhecido

como uma pessoa de mente aberta e envolvida com a comunidade. Em 1829 se casou com a jovem Ellen
Tucker e pouco tempo depois se tornou pastor sênior. Ellen tinha problemas graves de saúde e veio a falecer

após um ano e meio de casados. Inconformado com a perda da esposa, não encontrou conforto espiritual na

Igreja e renunciou o serviço religioso , não considerando-o compatível com o seu desejo de evolução
intelectual. 

Legenda: RETRATO DE RALPH WALDO EMERSON, POR EASTMAN JONHSON, 1846

Retornou aos Estados Unidos, onde iniciou uma nova carreira como conferencista. Em 1834 se casou com

Lydia Jackson, com quem teve quatro filhos.

Seu primeiro livro, “Nature”, foi publicado anonimamente em 1836. No mesmo, revelou suas ideias sobre
um sentido ideal de vida alcançado pelo ser humano através da introspecção.

Nos últimos anos de vida, dedicou grande parte da sua vida a palestras, das quais resultou parte

significativa da sua obra. Suas atividades tiveram relevância em diversos jornais e obteve também

reconhecimento através da escrita e tradução de diversos poemas.

Faleceu aos 78 anos em Concord, Massachusetts, Estados Unidos, no dia 27 de abril de 1882.

 
Suas obras:

The American Scholar (1837),


The Divinity School Address (1838),
Essays: First Series (1841),
Essays: Second Series (1844),
Representative Men (1850),
English Traits (1856),
The Conduct of Life (1860),
Society and Solitude (1870).
 
Um trecho de “Nature”, veja como sua construção das imagens naturais leva em conta uma série de

camadas, de significados ocultos e da grandiosidade dela:

Legenda: ILUSTRAçãO PARA NATURE, POR CHRISTOPHER PEARSE CRANCH, 1836-38

Our age is retrospective. It builds the sepulchers of the fathers. It writes biographies,

histories, and criticism. The foregoing generations beheld God and nature face to face;

we, through their eyes. Why should not we also enjoy an original relation to the universe?

Why should not we have a poetry and philosophy of insight and not of tradition, and a
religion by revelation to us, and not the history of theirs? Embosomed for a season in
nature, whose floods of life stream around and through us, and invite us by the powers

they supply, to action proportioned to nature, why should we grope among the dry bones

of the past, or put the living generation into masquerade out of its faded wardrobe? The

sun shines to-day also. There is more wool and flax in the fields. There are new lands, new

men, new thoughts. Let us demand our own works and laws and worship.

Undoubtedly we have no questions to ask which are unanswerable. We must trust the

perfection of the creation so far, as to believe that whatever curiosity the order of things

has awakened in our minds, the order of things can satisfy. Every man's condition is a

solution in hieroglyphic to those inquiries he would put. He acts it as life, before he

apprehends it as truth. In like manner, nature is already, in its forms and tendencies,

describing its own design. Let us interrogate the great apparition, that shines so

peacefully around us. Let us inquire, to what end is nature?

All science has one aim, namely, to find a theory of nature. We have theories of races and
of functions, but scarcely yet a remote approach to an idea of creation. We are now so far

from the road to truth, that religious teachers dispute and hate each other, and

speculative men are esteemed unsound and frivolous. But to a sound judgment, the most

abstract truth is the most practical. Whenever a true theory appears, it will be its own

evidence. Its test is, that it will explain all phenomena. Now many are thought not only

unexplained but inexplicable; as language, sleep, madness, dreams, beasts, sex.

NATURE, BY EMERSON. LINK NAS REFERêNCIAS

Henry David Thoreau

Nascido em Concord, Massachusetts, em 12 de julho de 1817, Henry David Thoreau era o terceiro de uma

família de quatro filhos. Se formou em Harvard em 1837. Além de escrever, sucessivamente era um

habilidoso agrimensor, mecânico, carpinteiro e até jardineiro, e era muito respeitado por seus vizinhos

fazendeiros.
Legenda: DAGUERREOTIPO DE HENRY DAVID THOREAU, POR MAXHAM, 1856

Mais conhecido por seu livro Walden, uma reflexão sobre a vida simples cercada pela natureza, e por seu
ensaio “Desobediência Civil”, uma defesa da desobediência civil individual como forma de oposição

legítima frente a um estado injusto.

Todos os seus livros, artigos, ensaios, jornais e poemas somam mais de 20 volumes. Suas contribuições mais

influentes foram sobre história natural e filosofia.

Foi também um notório abolicionista, realizando leituras públicas nas quais atacava as leis contra as fugas

de escravos evocando os escritos de Wendell Phillips e defendendo o abolicionista  John Brown. Suas

filosofias da desobediência civil influenciaram personalidades notáveis que vieram depois, tais como Leon

Tolstói, Gandhi e Martin Luther King Jr.

O local de sua cabana é até hoje marcado por pedras colocadas pelos peregrinos que o visitam todos os

anos. Faleceu devido a uma tuberculose galopante em maio de 1862, com 45 anos.  A casa que construiu no

lago Walden hoje é um museu que possui uma estátua sua na entrada.
Legenda: MEMORIAL DE THOREAU PERTO DO LAGO WALDEN E SUA ESTáTUA

Suas obras:

·         A Week on the Concord and Merrimac Rivers (1839)

·         A desobediência civil (Civil disobedience, 1849)

·         Slavery in Massachusetts (1854)

·         Walden (1854)

·         A Plea for Captain John Brown (1860)

·         Excursions (1863)

·         The Maine Woods (1864)


·         Cape Cod (1865)

·         Early Spring in Massachusetts (1881)

·         Summer (1884)

·         Winter (1888)

·         Autumn (1892)

·         Miscellanies (1894)

Vejamos um trecho de uma de suas obras mais comentadas:

ON THE DUTY OF CIVIL DESOBEDIENCE (1849,


THOREAU)
The authority of government, even such as I am willing to submit to--for I will cheerfully obey

those who know and can do better than I, and in many things even those who neither know nor can

do so well is still an impure one: to be strictly just, it must have the sanction and consent of the
governed. It can have no pure right over my person and property but what I concede to it. The

progress from an absolute to a limited monarchy, from a limited monarchy to a democracy, is a

progress toward a true respect for the individual. Even the Chinese philosopher was wise enough to

regard the individual as the basis of the empire. Is a democracy, such as we know it, the last

improvement possible in government? Is it not possible to take a step further towards recognizing

and organizing the rights of man? There will never be a really free and enlightened State until the

State comes to recognize the individual as a higher and independent power, from which all its own

power and authority are derived, and treats him accordingly. I please myself with imagining a State

at last which can afford to be just to all men, and to treat the individual with respect as a neighbor;

which even would not think it inconsistent with its own repose if a few were to live aloof from it,

not meddling with it, nor embraced by it, who fulfilled all the duties of neighbors and fellow men. A
State which bore this kind of fruit, and suffered it to drop off as fast as it ripened, would prepare

the way for a still more perfect and glorious State, which I have also imagined, but not yet

anywhere seen.

Os outros autores:
Enquanto Emerson e Thoreau são conhecidos por suas obras mais ensaísticas, temos alguns autores da

mesma época que ficaram famosos por seus versos. Tendo sido direta ou indiretamente influenciados pela

geração transcendentalista, a poesia vibrante de Whitman e a poesia doméstica e introspectiva de


Dickinson marcaram o Romantismo estadunidense.

Walt Whitman

Walt Whitman, de descendência inglesa e neerlandesa, nasceu na cidade de Huntington, no estado de Nova

Iorque. Aos quatro anos de idade, mudou-se com sua família para Brooklyn, onde estudou até os onze anos

em uma escola oficial, e posteriormente trabalhou como aprendiz em uma tipografia.


Legenda: FOTO DE WALT WHITMAN, POR GEORGE C. COX, 1887

Em 1835, trabalho como impressor em Nova Iorque, e no ano seguinte começou a ensinar em East Norwich,

Long Island. Entre 1836 à 1839, dividiu seu tempo dando aulas e editando em semanários. Editou o

Freeman de Brooklyn entre 1848 e 1849, e no ano seguinte montou sua própria tipografia e papelaria.
Em Julho de 1855 publicou a primeira edição de Leaves of Grass, impressa na Rome Brothers de Brooklyn.

Os versos deste livro eram livres, longos e brancos, imitando os ritmos da fala. A primeira edição da obra

mais importante da sua carreira, não mencionava o nome do autor, e continha apenas 12 poemas e um

prefácio. Sua segunda versão foi publicada no verão seguinte, composta por 32 poemas, e dessa vez com o

nome do autor na capa. O livro foi mal recebido pela maioria dos críticos, mas isso não o impediu de

continuar a trabalhar em novos poemas.

Ao longo da sua vida ele se dedicou a rever e completar o livro, que teve oito edições durante sua vida. Em

maio de 1865 publicou o livro “Dru-Taps”, que continha 53 poemas acerca da guerra civil e da experiência

do autor nos hospitais militares.

Seus últimos anos foram marcados pela pobreza, amenizada apenas pela ajuda de amigos e admiradores.

Em 1888 teve um novo ataque de paralisia, e viu publicados 62 novos poemas sob o título November

Boughs, e ainda naquele ano foi publicado Complete Poems and Prose of Walt Whitman.
Whitman morreu no dia 26 de Março de 1892, e foi sepultado em Camden, New Jersey.
Cinco anos depois foi publicada em Boston a décima edição de Leaves of Grass (1897), a que se juntaram os

poemas póstumos Old Age Echoes.

Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a

vida em geral em termos pouco convencionais. Na sua obra, Whitman exprime em poemas visionários um

certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa. Profundamente identificado com os
ideais democráticos da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.

Legenda:

Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme Sociedade dos

Poetas Mortos.  Na série No Fim do Mundo, alguns poemas de  Leaves of Grass  são lidos na rádio local,
originando uma disputa entre o locutor e o proprietário da rádio a propósito das supostas inclinações

sexuais de Whitman e da conotação sexual da obra.

Legenda: CAPA DE LEAVES OF GRASS, THAYER AND ELDRIDGE, BOSTON: 1860. NEW YORK PUBLIC

Alguns poemas de Whitman e suas traduções. O primeiro aparece no filme citado, e fala sobre a morte de

Abraham Lincoln, assassinado enquanto era presidente. Podemos perceber as questões políticas misturadas

com as emoções do poeta. No segundo, temos a primeira seção do longo poema que abre Folhas da Relva, e
já podemos notar as questões do misticismo, da importância da natureza e a proposição do que seja o Eu e a

arte para o autor. Em ambos é possível notar o uso do verso livre e a métrica mais longa, criando um ritmo

próprio:

O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done; 

The ship has weather’d every rack, the prize we Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível

sought is won;  jornada,

The port is near, the bells I hear, the people all Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.

exulting, O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,

While follow eyes the steady keel, the vessel grim Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e

and daring:  austero.


But O heart! heart! heart! Mas ó coração, coração!

O the bleeding drops of red, O sangue mancha o navio,

Where on the deck my Captain lies, No convés, meu Capitão

Fallen cold and dead. Vai caído, morto e frio.

   

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells; Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos

Rise up—for you the flag is flung—for you the sinos;

bugle trills; Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus

For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you hinos.

the shores a crowding;  Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias

For you they call, the swaying mass, their eager lotam,

faces turning; Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos

Here Captain! Dear father! voltam,

This arm beneath your head; Capitão, querido pai,

It is some dream that on the deck, Dormes no braço macio...

You’ve fallen cold and dead. É meu sonho que ao convés

  Vais caído, morto e frio.

My Captain does not answer, his lips are pale and  

still; Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro

My father does not feel my arm, he has no pulse expulso,

nor will; Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade

The ship is anchor’d safe and sound, its voyage ou pulso.

closed and done; Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.

From fearful trip, the victor ship, comes in with E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.

object won; Povo, exulta! Sino, dobra!


Exult, O shores, and ring, O bells! Mas meu passo é tão sombrio...

But I, with mournful tread, No convés meu Capitão

Walk the deck my Captain lies, Vai caído, morto e frio.

Fallen cold and dead.  

 
 

(WHITMAN, W. Folhas de relva. Trad. Luciano Meira. São Paulo: Martin Claret, 2006)

Song of Myself (1892 version)

1.

I celebrate myself, and sing myself,

And what I assume you shall assume,

For every atom belonging to me as good belongs to you.

I loafe and invite my soul,

I lean and loafe at my ease observing a spear of summer grass.

My tongue, every atom of my blood, form’d from this soil, this air,

Born here of parents born here from parents the same, and their parents the same,

I, now thirty-seven years old in perfect health begin,

Hoping to cease not till death.

Creeds and schools in abeyance,


Retiring back a while sufficed at what they are, but never forgotten,

I harbor for good or bad, I permit to speak at every hazard,


Nature without check with original energy.

 
Canção de mim mesmo

1.
Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo,

E aquilo que eu presumir também presumirás,


Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.

 
Descanso e convido a minha alma,

Deito-me e descanso tranqüilamente, observando uma haste da relva de verão.


 

Minha língua, todo átomo do meu sangue formado deste solo, deste ar,
Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais o mesmo e seus pais também o mesmo,

Eu agora com trinta e sete anos de idade, com saúde perfeita, dou início,
Com a esperança de não cessar até morrer.

 
Crenças e escolas quedam-se dormentes

Retraindo-se por hora na suficiência do que não, mas nunca esquecidas,


Eu me refugio pelo bem e pelo mal, eu permito que se fale em qualquer casualidade,
A natureza sem estorvo, com energia original.

 
 
WHITMAN, W. 2006. FOLHAS DE RELVA. SP, MARTIN CLARET. O POEMA TODO ESTá
ARRANJADO EM 52 SEçõES

Emily Dickinson

 
Outra autora importante do período foi Emily Dickinson, que nasceu no ano de 1813, em uma casa

construída pelos seus avós. Era a segunda filha de Edward e Emily Norcross Dickinson.
De uma família abastada, Emily teve sua formação irrepreensível, chegando a cursar durante um ano o

South Hadley Female Seminary, o qual o abandonou após se recusar, publicamente, a declarar sua fé.

Legenda: DAGUERREOTIPO DE EMILY DICKINSON AOS 16 ANOS, é O SEU úNICO RETRATO

AUTENTIFICADO.

Após concluir os estudos, Emily retornou à casa dos pais para cuidar deles, juntamente com sua irmã

Lavínia, que assim como ela, nunca se casou.


Construiu-se em torno de Emily, o mito sobre sua personalidade solitária. Tanto que a denominavam de a
“Grande Reclusa”. Vale lembrar que este comportamento de Emily era oposto daquele modelo de conduta

feminina que era do ser público no Massachusetts do século XIX. Emily, em raros momentos, deixou sua
vida reclusa, tanto que em toda sua vida, apenas fez viagens para a Filadélfia para tratar dos seus problemas
de visão, uma para Washington e Boston. E em uma dessas viagens que conheceu dois homens que teriam

marcada influência em sua vida e inspiração poética: Charles Wadsworth e Thomas Wentworth Higginson.
Emily conheceu Charles, um clérigo de 41 anos, em sua viagem à Filadélfia. Alguns críticos acreditam que o

grande alvo de parte dos poemas de amor escritos por Emily, tenha sido Charles Wadsworth.
Algumas de suas obras são:
·         Poems by Emily Dickinson - Organização de Mabel Loomis Todd & T. W. Higginson. Boston: Robert

Brothers, 1890.
·                The poems of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson. Cambridge: The

Belknap Press, Harvard University Press, 1955.


·                The letters of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson & Theodora Ward.

Cambridge: The Belknap Press, Harvard University, 1958.


·         The complete poems of Emily Dickinson. Organização de Thomas H. Johnson. Boston e Toronto: Little

Brown and Company, 1960.


 

Em toda sua vida, Emily não publicou mais do que dez poemas, algumas vezes anonimamente, e teve sua
numerosa obra reconhecida só após a morte. Sua vida discreta e misteriosa desafia até hoje os estudiosos de

sua obra.
Legenda: CAPA DA PRIMEIRA EDIçãO DE POEMS, PUBLICADO EM 1890

Algumas características de seus poemas:

Investigou questões ligadas à metafísica e à sensualidade em seus poemas;


Não inovou na poesia, como Whitman, usou métrica formal, porém  não era regular;
Poesia densa, criou uma literatura particular;
Temas: reflexões psicológicas, a fé (ou a ausência dela), natureza, animais, plantas, ela questiona a pureza

dos sentimentos, a morte, etc.


Um dos seus poemas mais famosos é “I’m nobody! Who are you?”. Nele, a poeta fala sobre um assunto

aparentemente simples e engraçado: ser ‘nobody’. Enquanto a maioria das pessoas se considera um
‘somebody’ e rejeita os ‘nobody’, o poema vem e afirma que você, leitor/a, também é um ‘nobody’. A

mensagem é uma rejeição da fama porque pode ser bom ser um ‘nobody’ também. As pessoas se consideram
‘somebody’ por fazerem parte de grupos, terem um carro ou um bom emprego. A poeta mostra que isso tudo

torna a pessoa mais comum que nunca. Você, leitor, é exatamente igual a todos os outros, não importa o
que faça. O melhor, então, é reconhecer-se um ‘nobody’ e viver com essa consciência. Vejamos o poema e

sua tradução:
 
I'm Nobody! Who are you?

Are you – Nobody – too?
Then there's a pair of us!

Don't tell! they'd advertise – you know!


How dreary – to be – Somebody!

How public – like a Frog – 


To tell one's name – the livelong June –

To an admiring Bog!
 

Não sou Ninguém! Quem é você?


Ninguém - Também?

Então somos um par?


Não conte! Podem espalhar!

Que triste - ser - Alguém!


Que pública - a Fama -

Dizer seu nome - como a Rã -


Para as almas da Lama!

 
POEMA E TRADUçãO POR AUGUSTO DE CAMPOS (CF. REFERêNCIAS)

Os Brahmin Poets
Todos esses artistas acabaram sendo conhecidos somente muitas décadas depois de sua vida porque os
poetas mais lidos e a elite cultural do país na época era formada pelos Boston Brahmin Poets. Eles eram

formados em Harvard, muito ricos, viajados: conheciam a literatura inglesa, francesa e alemã. Além da
italiana e da francesa. Eles eram democráticos e alguns eram abolicionistas. Buscavam educar e elevar as

pessoas em geral ao imprimir um caráter europeu às tradições e à cultura americana. Ao focar no


estrangeiro, eles retardaram o crescimento de uma literatura genuinamente americana. Apesar de

politicamente bem intecionados, tinham um conservadorismo que os impedia de ver positivamente os


trabalhos inovadores de Whitman e dos transcendentalistas. Um dos poetas mais famosos e lidos da época

fez parte desse grupo: Henry Wadsworth Longfellow.


Nascido em Portland, Maine, nos Estados Unidos, em 27 de fevereiro de 1807, Henry Wadsworth Longfellow

foi um poeta estadunidense.


Se graduou em 1825, após o que percorreu a Europa. Na Alemanha, familiarizou-se com o romantismo. Deu

inicio a sua carreira com a tradução das “Coplas”, de Jorge Manrique.


Voltou para os Estados Unidos em 1836 e lecionou francês e espanhol em Harvard. Alcançou o sucesso ao

publicar o livro de poesia Vozes da Noite (Voices of the Night), em 1839, onde se encontra o majestoso
poema “O Salmo da Vida” (The Psalm of Life).
Abandonou o ensino em 1854 para se dedicar mais a poesia. Publicou uma série de poemas narrativos de

inspiração histórica, como The Song of Hiawatha (1855) e The Courtship of Miles Standish (1858). Em
seguida publicou seu projeto de maior ambição, uma trilogia sobre o cristianismo, Christus: A Mistery
(1872).

Legenda: FOTO DE HENRY WADSWORTH LONGFELLOW, POR JULIA MARGARET CAMERON, 1868

Sua poesia é impregnada de uma emoção controlada, e nela transparece a nostalgia por um tempo perdido.

No entanto, os ritmos se adaptam com a variedade de temas tratados desde o entusiasmo patriótico até o
lirismo na hora de comentar as injustiças cometidas contra os indígenas, por exemplo.

Nos seus últimos anos de vida se dedicou mais ativamente ao intercâmbio cultural através de publicações.
Publicou em 1876 uma tradução da Divina Comédia de Dante Alighieri, e morreu em Cambridge,

Massachusetts.
Principais obras:

·         Voices of the Night, 1839 – (Vozes da Noite)


·         Ballads (Baladas), 1841

·         Poems on Slavery, 1842 – (Poemas sobre a Escravidão)


·         Evangeline, 1847, seu poema mais popular.

·         The Song of Hiawatha, 1855 – (O canto de Hiawatha)


·         The Courtship of Miles Standish, 1858 – (O Namoro de Miles Standish)

·         Christus: a Mistery, 1872 – (Cristo: um Mistério)


·         Tradução de A Divina Comédia, de Dante Alighieri, 1876
Legenda: QUADRO SOBRE O POEMA EVANGELINE, CHAMADO EVANGELINE DISCOVERING HER
AFFIANCED IN THE HOSPITAL, POR SAMUEL RICHARDS, 1887-89

ATIVIDADE

Quais das características a seguir NÃO era própria dos poetas do

período romântico:

A. tratamento diferenciado do metro e ritmo do poema


B. misticismo

C. visão da sociedade e do universo como uma máquina perfeita operada


pela divindade

D. patriotismo
E. comentar a natureza em seus diversos aspectos

REFERÊNCIA
BESSA, Maria Cristina. Panorama da Literatura Americana. São Paulo: Alexa Cultural, 2008.

DICKINSON, Emily. Complete Poems of Emily Dickinson. Org. Thomas H. Johnson. Boston: Little, Brown,
1960.

_____________. Emily Dickinson: Não Sou Ninguém – Poemas. Tradução e organização: Augusto de Campos.
Campinas: Unicamp, 2008.

EMERSON, Ralph W. Nature. Disponível em: http://www.gutenberg.org/ebooks/29433


ROYOT, Daniel. A Literatura Americana. Série Essência. Tradução Maria Helena Vieira de Araújo. Revisão

técnica Marcos César de Paula Soares. São Paulo: Ática, 2009.


THOREAU, Henry D. Walden, and On the Duty of Civil Desobedience. Disponível em:
http://www.gutenberg.org/ebooks/205

VANSPANCKEREN, Kathryn. Outline of American Literature. Washington, D.C.: U.S. Information Agency,
1994.

WHITMAN, Walt. Leaves of Grass. Whitman, Walt, Harold William Blodgett, and Sculley Bradley.  Leaves of
Grass. New York: New York UP, 1965.
_____________. Folhas de relva. Trad. Luciano Meira. São Paulo: Martin Claret, 2006
www.e-biografias.net

www.wikipedia.org
www.nossacasa.net
www.lpm.com.br
www.dec.ufcg.edu.br

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