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Subsídios norteadores aos conteúdos da proposta pedagógica para a 7ª


série do ensino fundamental do componente curricular obrigatório
Educação Física, um projeto do Departamento de Educação Física da
Secretaria de Estado da Educação de Sergipe.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental

IV- Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos


alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e
a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional; a Base
Nacional Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em torno
do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação
undamental com:

a) a Vida Cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos


como:
1. a Saúde;
2. a Sexualidade;
3. a Vida Familiar e Social;
4. o Meio Ambiente;
5. o Trabalho;
6. a Ciência e a Tecnologia;
7. a Cultura;
8. as Linguagens; com,

b) as Áreas de Conhecimento de:


1. Língua Portuguesa;
2. Língua Materna (para populações indígenas e migrantes);
3. Matemática;
4. Ciências;
5. Geografia;
6. História;
7. Língua Estrangeira;
8. Educação Artística;
9. Educação Física;
10. Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB).

SUBSÍDIOS AOS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA


7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

O Departamento de Educação Física da SEED/SE, na preocupação


de sistematizar uma educação física que realmente contemple os

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conteúdos da Base Nacional Comum, de forma igualitária a toda
Rede Estadual de Ensino, desenvolveu em conjunto com os
professores da rede estadual, o projeto de construção do caderno de
subsídios aos conteúdos da Educação Física. Através da
apresentação de relatos de experiências dos professores em sala,
materiais pesquisados em livros, artigos e Internet, foi coletado
subsídios, de acordo com a proposta específica das séries, 5ª à 8ª do
ensino fundamental e 1ª à 3ª do ensino médio. Temos a convicção,
de que o caminho em busca de uma Educação Física organizada,
sistematizada, igualitária e de alta qualidade, é longo complexo e
dinâmico, entretanto, a construção dos mais diversos livros,
cadernos, cartilhas, qualquer nome que se denomine, de subsídios
aos conteúdos da educação física, e que atenda as propostas de
todos os níveis de ensino, dos poderes públicos e privados, será um
grande avanço ao aperfeiçoamento da Educação Física Nacional.
Que os nossos profissionais da Educação Física possam dedicar
parte das suas produções ao levantamento e construção destes
subsídios. Que a Educação Física não seja privada da oferta de
materiais Teórico/Prático para seus professores e alunos. Que para a
legitimação do componente oficialmente regulamentado se traduza
na construção destes materiais, e estes, possam traduzir os anseios
da Educação Física ideal.

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SUBSÍDIOS AOS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Assim, esta articulação permitirá que a Base Nacional Comum e a


Parte Diversificada atendam ao direito de alunos e professores,
terem acesso a conteúdos mínimos de conhecimento e valores,
facilitando, desta forma, a organização, o desenvolvimento e a
avaliação das propostas pedagógicas das escolas, como
estabelecido nos art. 23 a 28, 32 e 33, da LDB. Respeitadas as
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da população servida pelas escolas, todos os alunos
terão direito de acesso aos mesmos conteúdos de aprendizagem, a
partir de paradigma curricular apresentado dentro de contextos
educacionais diversos e específicos. Esta é uma das diretrizes
fundamentais da Educação Nacional

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SUBSÍDIOS AOS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVO:

1. Desenvolver uma fundamentação teórica e prática sobre Educação


Física no Ensino Fundamental na 7ª série.
2. Caracterizar a importância da educação física, bem como organizar
experiências pedagógicas conforme as possibilidades de
desenvolvimento do aluno.
3. Elaborar um programa de educação física, considerando todos os
elementos que compõem esse programa.
4. Proporcionar o contato do aluno com Escolas públicas e privadas
de Ensino Fundamental ( através de apresentações, gincanas,
jogos e competições), para que seja possível traçar um perfil das
propostas e concepções da educação física, assim como das
perspectivas e vivências dos alunos.
5. Oferecer oportunidade de experiência com situações de aulas em
instituições de Ensino Fundamental da 7ª série, envolvendo
discussões de planejamento, observações e participações no
processo de docência.
6. Conhecer as fontes de informações sobre educação física e
preocupar-se com a continua atualização profissional.
7. Oferecer aos professores de Educação Física da Rede Pública
Estadual, material Teórico/Prático, com os Subsídios aos
conteúdosda Base Nacional Comum(Jogo, Luta, Dança, Ginástica
e Esporte) para as aulas de Educação Física.

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Professor,

Na sala de aula a autonomia tem como pressuposto, além da capacidade


didática do professor, seu compromisso e, por que não dizer, cumplicidade
com
os alunos, que faz do trabalho cotidiano de ensinar um permanente voto de
confiança na capacidade de todos para aprender. O professor como
profissional
construirá sua identidade com ética e autonomia se, inspirado na estética da
sensibilidade buscar a qualidade e o aprimoramento da aprendizagem dos
alunos
e inspirado pela política da igualdade desenvolver um esforço continuado
para
garantir a todos oportunidades iguais de aprendizagem e tratamento
adequado às
suas características pessoais.

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CONTEÚDOS 7ª SÉRIE

UNIDADE I

Atividade física e Saúde


1. Atividades Físicas e componentes da Atividade Física Relacionada
à Saúde

UNIDADE II
Esporte
1. Futebol
1.1. Elementos Históricos
1.2. Fundamentos Básicos
1.3. Regras Básicas
2. Futsal
2.1. Elementos Históricos
2.2. Fundamentos Básicos
2.3. Regras Básicas

UNIDADE III
Dança
1. Danças Regionais
2. Danças Folclóricas Internacionais
3. Danças de Salão

UNIDADE IV
Ginástica
1. Conceito
2.Elementos Básicos da Ginástica Artística (GA)
3.Elementos Básicos da Ginástica Rítmica (GR)
4.Ginástica Geral (GG)

UNIDADE V
Lutas
1. Jiu Jitsu
1.1. Elementos Gerais
2. Karatê
2.1. Elementos Gerais

UNIDADE VI
Jogos
1. Denominações dos Jogos
1.1. Conceitos
2. Jogos Cooperativos
2.1. Jogos de Inclusão

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I UNIDADE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

Atividades Físicas e componentes da Atividade Física Relacionada à


Saúde

1- Conceitos: Aptidão Física

APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À:


 Saúde e a Resistência cardiorrespiratória
 Composição corporal
 Flexibilidade
 Força e resistência muscular localizada

Aptidão Física Relacionada à Saúde e a Resistência Cardiorrespiratória

Para muitos entendidos em aptidão, a resistência cardiorespiratória é o


componente mais importante da aptidão relacionada à saúde. Para muitas
pessoas, estar "em forma" significa Ter boa capacidade de resistência
cardiorespiratória, exemplificada por feitos de corrida, ciclismo, natação,
durante tempos prolongados.

A resistência cardiorespiratória pode ser definida como a capacidade de


continuar ou persistir em tarefas prolongadas que envolvem grandes
grupos musculares. É uma capacidade dos sistemas circulatório e
respiratório para se ajustar e se recuperar dos esforços do corpo em
exercício.

Cooper (1970) chamou a resistência cardiorespiratória de "Capacidade


Aeróbica" e deu a seguinte definição:

“Aeróbica refere-se a uma variedade de exercícios que estimulam a


atividade do coração, dos pulmões durante um período suficientemente
longo para produzir mudanças benéficas para o corpo”. Correr, nadar,
pedalar, são exercícios tipicamente aeróbicos. Há muitos outros. Eles têm
uma coisa em comum: ao trabalhar intensamente, eles exigem bastante
oxigênio. Esta é a idéia básica. Isto que os torna aeróbicos.

Composição Corporal

O peso corporal tem dois componentes: peso de gordura e peso de


massa magra (músculos, ossos, água). Não é a quantidade total de peso
que importa em termos de saúde, mas a proporção de gordura para a de

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músculos e ossos. Algumas pessoas são pesadas, porque têm músculos
muito desenvolvidos ou ainda uma ossatura pesada, mas nem por isso
são gordas. Por outro lado, muitas estão no "peso ideal" mas possuem
grande quantidade de gordura por isso são obesas.

A porcentagem de gordura, isto é, a porcentagem do peso corporal total


que é peso de gordura, é o índice preferido para avaliar a composição
corporal de uma pessoa.

Para os homens, os níveis de gordura estão ótimos, quando a


porcentagem de gordura estiver abaixo de 15%, e são considerados
obesos quando esta porcentagem estiver acima de 25%. Para as
mulheres, um nível de gordura abaixo de 20% está ótimo, e acima de
33% é considerado obesidade.

Flexibilidade, Força e Resistência Muscular Localizada

Estes três componentes fazem parte da chamada aptidão músculo-


esquelético. Uma disfunção músculo-esquelético que afeta muita gente é
a "dor na coluna lombar". Registros históricos destacam que Hipócrates, o
"pai da medicina" aventou a hipótese de que o homem apresentava dores
na coluna em virtude de seu bipedalismo e da posição ereta em que
caminha. Foi somente a partir da revolução industrial que os problemas
da coluna, com destaque para as dores lombares, ganharam atenção, em
virtude de sua alta incidência. Excluindo a gripe e resfriado, a "dor nas
costas" é a justificativa mais freqüente de afastamento temporário do
trabalho nos países industrializados. Os operários que ainda têm que
fazer algum trabalho braçal e para isso usam a coluna como alavanca
para levantar objetos, bem como aqueles que fazem trabalho sedentário,
pois passam a maior parte do tempo em cadeiras, poltronas e mesas
inadequadas, são os mais atingidos. Junte-se a essas causas, uma outra
de ordem emocional que afeta a todos que vivem numa sociedade
competitiva, extremamente desgastante e em constante stress, tensão,
que repercute principalmente na musculatura das costas, causando fadiga
e dores. A vida sedentária produz músculos abdominais flácidos, por falta
de exercícios, mas os músculos das costas (principalmente da região
lombar) ficam tensos, duros encurtados, por problemas emocionais e
sociais.

Teoricamente, músculos fracos cansam facilmente e não podem sustentar


a coluna em um alinhamento correto. Quando se está em pé, os músculos
abdominais fracos e os músculos posteriores das coxas encurtados fazem
com que à pélvis se incline para frente, causando uma hiper-lordose na
coluna lombar. Esse stress na coluna causa a chamada "dores nas
costas".

O fortalecimento da musculatura abdominal e a melhoria da flexibilidade


da coluna e do quadril, com o conseqüente alongamento das

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musculaturas posterior do tronco e posterior das coxas, podem prevenir
esta síndrome.

Cada componente da Aptidão Física Relacionada à Saúde pode ser


medido separadamente e exercícios específicos podem ser aplicados
para o desenvolvimento de cada um. Os níveis desses cinco
componentes da Aptidão Física Relacionada à Saúde não precisam variar
juntos, isto é, uma pessoa pode ser forte, mas faltar flexibilidade, ou uma
pessoa pode ter boa resistência cardiorespiratória e necessitar de força
muscular. Para o desenvolvimento total da Aptidão Física Relacionada à
Saúde, cada componente deveria ser representado na elaboração dos
exercícios.

2. A Necessidade de Movimento do Corpo Humano

De muitas maneiras pode se comparar o corpo humano como uma


máquina, tal como um carro. A máquina converte uma forma de energia
em outra na execução de um trabalho. Do mesmo modo, uma pessoa
converte energia química em mecânica no processo de andar, correr,
saltar, dançar, jogar bola.

Ela pode, como uma máquina, aumentar a intensidade da ação pelo


acréscimo da proporção de energia que é convertida de uma forma para
outra. Assim ela anda mais rápido pelo aumento do metabolismo e pela
velocidade de ação dos combustíveis, que dão mais energia para o
trabalho muscular.

Em suas raízes, todas as atividades físicas são baseadas na


bioenergética que controla e limita o rendimento nessas atividades.

Quando o corpo se movimenta, muitos processos fisiológicos e


psicológicos ocorrem simultaneamente. Por exemplo, quando alguém
corre aumenta a contratibilidade e a freqüência dos batimentos do
coração; o metabolismo é aumentado; os hormônios são mobilizados; a
temperatura corporal é elevada.

Neste sentido, o corpo é uma máquina, afinal, ele é formado por mais de
mais de 10 bilhões de células; o esqueleto com mais de 200 ossos que
servem de suporte para mais de 600 músculos, comandados por cerca de
11 quilômetros de fibras nervosas e irrigados por mais de 96 milhões de
vasos sangüíneos.

Nosso coração bombeia quase 6.000 litros de sangue a cada dia; os


olhos têm cerca de 100 milhões de receptores, os ouvidos contêm mais
de 24 mil fibras. Milhares de reações químicas estão acontecendo a cada
instante. Ao lado desse fabuloso aparato biológico, existe o cérebro que é
capaz de pensar numa velocidade de 800 palavras por minuto; capaz de
lembrar eventos do passado como se eles estivessem acontecendo hoje;
e capaz de prever eventos que nunca aconteceram, como se eles
estivessem realmente acontecendo.

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Embora o corpo possa ser comparado com uma máquina, seria muito
simples (e até desumano) considerá-lo somente isso. Ao contrário das
máquinas, o corpo tem uma tremenda capacidade de se adaptar aos
estresses físicos e com isso melhorar suas funções.

O funcionamento do corpo é mantido por um equilíbrio dinâmico que


necessita de atividades para funcionar normalmente. O rompimento do
frágil equilíbrio dentro do corpo, causado, por exemplo, por hábitos
alimentares errôneos ou deficientes; por padrões de pensamentos
negativos; pela vida sedentária, podem resultar (e freqüentemente
resulta) em doenças, discordâncias e desordens emocionais.

Numa sociedade caracterizada por "apertar botões", as tendências


modernas, a mecanização, as ocupações sedentárias e o uso
generalizado de utensílios domésticos, levaram a uma exigência
diminuída da atividade física particularmente no trabalho. Ao mesmo
tempo há um aumento espantoso de doenças cardiovasculares.

Os estudos têm mostrado que o risco de doenças cardiovasculares é


aumentado por falta de atividade física satisfatória. A atividade física,
principalmente o exercício, o esporte, aumenta o rendimento físico das
pessoas. Este aumento está associado com uma melhora na eficiência
funcional de todas as células do nosso corpo. Essas eficiências
funcionais, chamadas de APTIDÃO FÍSICA, é geralmente vista como um
atributo desejável e positivo para a saúde.

A atividade física é uma parte integral e complexa do comportamento


humano, envolvendo componentes culturais, sócio-econômicos,
psicológicos e é dependente de vários fatores como o tipo de trabalho,
tipo físico, personalidade, quantidade de tempo livre, possibilidade de
acesso a locais e instalações esportivas, etc.

A capacidade de rendimento do nosso corpo muda continuamente


durante a vida.

3. Principais Atividades que Promovem a Aptidão Física Relacionada à


Saúde

A filosofia que prevalece hoje em dia é fazer da vida a mais mecanizada


possível, isto é, excluir o trabalho manual pesado. O ser humano passa a
maior parte de sua vida profissional com gasto energético próximo do
estado de repouso.

Como a vida sedentária é um fator de risco para a saúde, particularmente


em relação às doenças cardiovasculares, obesidade, artrites e doenças
reumáticas, a falta da atividade motora no trabalho, na escola e na
sociedade em geral, deveria ser compensada por atividades físicas e
esportes durante o tempo livre.

Há uma infinidade de atividades nas quais pessoas de ambos os sexos


podem tomar parte, atividades estas que não requerem habilidades

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excepcionais, coragem, equipamentos sofisticados e caros, instalações
faraônicas para praticá-las. A preferência deveria ser por atividades que
permitissem às pessoas se ajustarem de acordo com sua aptidão,
característica corporal, e acima de tudo desejo pessoal.

"ATIVIDADE FÍSICA 'IDEAL' É AQUELA QUE A PESSOA GOSTA."

 Correr e andar

Para qualquer pessoa, correr e andar constituem formas predominantes


de atividades físicas usadas nas horas livres.

A mídia (e também algumas indústrias de calçados!) freqüentemente


destaca que andar tem benefícios fisiológicos iguais ou superiores ao
correr. Contudo, em relação ao gasto de energia, esse não é o caso.
Vários estudos demonstraram que correr se gasta mais energia do que
andar. O gasto energético de correr e andar no plano, depende da
velocidade e do peso do indivíduo.

Comparações entre essas duas atividades, mostraram ainda que durante


a corrida se usa maior proporção de gordura como substrato energético,
do que andar na mesma velocidade.

Alguns estudos em laboratórios indicam que, o grau de metabolismo de


gordura durante o exercício, pode depender da quantidade de massa
muscular envolvida no exercício. Quanto mais massa muscular usada
maior a proporção de gordura utilizada. A quantidade maior de massa
muscular usada durante a corrida do que no andar, explicaria porque
maior número de quilocalorias (e maior quantidade de gordura) é usado
durante a corrida.

Por isso, correr seria muito melhor exercício se perder peso e gordura
fosse seu objetivo. Ainda, esse gasto total de energia maior na corrida,
pode estimular outros efeitos favoráveis, como a síntese de lipoproteína
de alta densidade (HDL), considerada como uma espécie de protetora
contra as doenças coronarianas.

Essa relação entre o gasto energético e a velocidade no andar não é uma


linha reta porque a eficiência mecânica diminui em velocidades acima de
7 km/h e o gasto energético em termos de consumo de oxigênio aumenta
desproporcionalmente. Num ritmo mais rápido, então, é menos cansativo
do que andar. Por outro lado, em velocidades abaixo de 7 km/h, andar é
mais eficiente do que correr. Para as pessoas sedentárias a velocidade
normal é cerca de 3 a 5 km/h.

A exigência física imposta ao organismo no andar em uma certa


velocidade, depende do peso e do nível de aptidão da pessoa. Andar a 5
km/h se gasta cerca de 3,7 Kcal/min em uma pessoa de 65 kg, ou seja, 3
vezes o nível de repouso. Isso é considerado um exercício leve para
pessoas com alguma condição física. Por outro lado, o mesmo exercício

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em uma pessoa obesa, gasta-se cerca de 4,4 Kcal/min, ou 4 vezes o nível
de repouso. Para essa pessoa, o exercício é considerado "puxado".

Andar é o modo mais fácil, barato, e agradável de reduzir o peso em


excesso. Andar 2 km exige cerca 100 Kcal apenas, mas se fosse
realizado diariamente, daria o consumo de 1 kg de gordura por mês,
desde que a pessoa não aumente a ingesta de alimentos.

Andar em subidas ou em terrenos acidentados é mais exigente em termos


de gasto energético, cerca de 4 a 5 vezes mais do que andar no plano.

A tabela a seguir dá exemplo dos gastos energéticos de andar em


diferentes situações.

GASTO ENERGÉTICO
VELOCIDADE
TERRENO
(km/h) HOMENS (70 kg) MULHERES (60 kg)
Kcal/min. Kcal/min.

2 1.7 1.5

3 2.4 2.1

4 3.1 2.7

Plano 5 4.0 3.4

6 5.3 4.5

7 7.1 6.1

8 9.6 8.2

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Subida Leve 3 3.9 3.3

Subida Forte 3 8.9 7.6

Plano (Carregando
4 3.6 3.1
10 kg extra)

Plano (Carregando
4 4.3 3.7
20 kg extra)

Com cargas extras, carregando uma mochila ou outro peso, diminui a


eficiência mecânica do andar e a atividade se torna mais exigente.
Dependendo do modo como se carrega também afeta o gasto energético;
ele é mínimo quando a carga é carregada sobre os ombros, e é máximo
quando é carregada debaixo do braço (embaixo da axila).

Nadar

A natação é uma atividade excelente porque ela normalmente exige a


participação de grandes massas musculares. Ela pode ser praticada por
pessoas de todas as idades (desde que saibam nadar, é claro!), e até por
pessoas com deficiências físicas.

A natação pode ser realizada em deferentes técnicas como o crawl,


costas, borboleta e o nado de peito, ou até algumas não técnicas como o
nado "de lado", "cachorrinho" ou "mata-cobra".

A maioria das pessoas considera o nado de peito o mais fácil.

Como a gravidade do corpo não é muito diferente da água (60% do corpo


humano é feito de água), o peso do corpo é bastante reduzido quando
submerso na água. Muito pouca energia é exigida para se manter o corpo
boiando, principalmente nas pessoas gordas.

A natação pode ser uma atividade bem fácil quando realizada com pouca
intensidade, mas pode se tornar bastante estrênua (exigente) quando
realizada em velocidades elevadas.

O gasto energético da natação depende da velocidade e é quase


independente do tamanho do corpo, da idade e do sexo.

A eficiência do nado pode ser melhorada com o treinamento. Há portanto,


diferenças individuais consideráveis no gasto energético em pessoas
nadando na mesma velocidade.

 Pedalar

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Já existe disponível comercialmente vários tipos de bicicletas
estacionárias e quase todas as academias de ginástica as possuem.

Embora para muitos, pedalas no lugar sem ir a lugar algum é uma coisa
estúpida, chata, tais máquinas podem se constituir em excelentes meios
de exercícios para todas as pessoas, velhos e jovens. Infelizmente, a
maioria delas não pode ser graduada precisamente e as pessoas quase
nunca podem controlar a intensidade, e freqüentemente pedalam com
grande velocidade contra praticamente nenhuma resistência.

Pedalar nas ruas, estradas, ao ar livre é uma atividade muito agradável


principalmente para as crianças, contudo, o risco é muito elevado nas
grandes cidades, onde o tráfego de automóveis, caminhões e ônibus é
muito grande. Já existe uma certa pressão da sociedade para a
construção de trilhas próprias para as bicicletas.

Pedalar é bastante popular em cidades pequenas e planas, onde as


pessoas usam a bicicleta para locomoção.

O gasto energético durante o ciclismo depende da velocidade, terreno e


do vento mas quase não depende do corpo, idade e sexo.

Ginástica Aeróbica

No início da década de 80, surgiu uma forma bastante popular de


exercício que parecia ser mais uma moda. Baseada na Dança Aeróbica,
desenvolvida pela americana Jacki Sorensen, aqui entre nós ela foi
denominada, (erroneamente, diga-se de passagem!) Ginástica Aeróbica,
e o que parecia ser apenas uma moda, hoje é uma forma legítima de
exercício, com milhares de praticantes, principalmente entre as jovens.

A Ginástica Aeróbica é uma atividade com rotinas de movimentos de


vários tipos de danças (às vezes do jazz, dança de salão, dança
moderna, rock, etc.) combinadas com outros movimentos rítmicos tais
como corridas, saltitamentos, saltos, chutes, alongamentos, etc.
realizados continuamente com música.

Ela ganhou imensa popularidade, por ser alegre, divertida e não exigir o
alto grau de habilidade dos dançarinos.

O propósito fisiológico da Ginástica era o de elevar a freqüência cardíaca


movimentando-se continuamente com a música.

A Ginástica Aeróbica no seu início empregava exercícios que envolviam


um grande impacto sobre as articulações de suporte do peso corporal,
como acontece nos saltos, saltitamentos, em que há uma aterrissagem
mais brusca nos pés. Atualmente essa característica de exercícios se
denomina Aeróbica de Alto Impacto. Nela, a pessoa é um corpo e a
superfície (solo) onde se realiza o exercício é o corpo contra o qual
acontece a colisão. As sobrecargas aplicadas às articulações pelo

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impacto na Ginástica Aeróbica incluem forças longitudinais; de translação
e de rotação.

A maioria dessas forças sobre a articulação contração muscular, não pela


sustentação do peso. Várias pesquisas evidenciaram o tipo e a
quantidade de sobrecargas nas várias articulações. Por exemplo, numa
mesma superfície o correr produz uma força na articulação do quadril
duas vezes maior do que o andar; no joelho essa força é seis vezes maior
e no tornozelo, duas vezes maior.

Como nossas articulações suportam esses impactos? As articulações


normais são capazes de manusear os estresses do impacto sem efeitos
prejudiciais. Elas podem dissipar a energia produzida pela sustentação do
corpo; pela atividade de impacto através das várias articulações que
aproximadamente não tem atrito; e ainda pelo suporte muscular. Por
exemplo músculos bem condicionados sustentam os joelhos com seus
mecanismos de lubrificação, junto com a capacidade normal de absorção
de choque da cartilagem articular e do menisco, ajudam a dissipar a
energia.

Alguns tipos de solo, mais flexíveis, e vários tipos de tênis próprios para a
Ginástica Aeróbica, diminuem o impacto.

Recentemente, criaram-se exercícios menos exigentes e mais seguros,


proporcionando menos estresses nas juntas pelo impacto. Surgiu então a
Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto, que preconiza a manutenção de um
dos pés em contato com o solo.

Dessa forma, a rotina de exercícios evita exercícios de saltos,


saltitamentos, diminuindo o impacto.

Os possíveis benefícios da Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto estão


apenas começando a ser documentados.

Em um estudo de Yoke e colaboradores (1983) foi avaliado o custo


metabólico da Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto. Eles verificaram que
ela não providencia um estímulo aeróbico suficiente. Outro estudo, feito
por Williford e colaboradores (1989), também verificou que ela não
atendia as exigências de intensidade para adaptações cardiovasculares.
A Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto deveria ser realizada com Alta
Intensidade para atingir um limite aceitável.

Musculação

A musculação, ao lado da Ginástica Aeróbica, foi a atividade física que


mais ganhou adeptos na última década. Muito mais antiga do que a
Aeróbica, (ela era chamada de Halterofilismo), foi uma das atividades que
mais se beneficiou com o avanço tecnológico, incorporando dezenas de
equipamentos para sua prática. A prática de exercícios com pesos é bem
antiga, mas de máquinas de força começou aqui apenas na década de
70.

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Quase todas as Academias possuem uma sala de musculação, assim
como todo clube esportivo, clínicas, hotéis, universidades, faculdades, e
escolas.

A popularidade da Musculação se deve parte à segurança dada pelos


novos aparelhos, que permitem trabalhar cada músculo do corpo humano;
e parte pelo esclarecimento dos tradicionais mitos e superstições que
envolviam (e ainda envolvem!) a sua prática.

Basicamente a musculação objetiva a modelagem do corpo, o aumento


ou diminuição de seu volume, a definição muscular, a proporcionalidade,
a simetria corporal e suas linhas desenvolvidas harmoniosamente. Ela
pode aumentar o tônus muscular (estado de prontidão do músculo para
se contrair); a velocidade de contração; a coordenação e a flexibilidade.

De modo geral, a Musculação aumenta o tamanho do músculo e/ou sua


força.

O músculo se torna mais forte pela Musculação através de dois


mecanismos básicos:

1. Maior recrutamento das unidades motoras das fibras,


2. Hipertrofia das fibras musculares individuais.

ATIVIDADES PROPOSTAS

"NA ESCOLHA DE UMA ATIVIDADE FÍSICA, DEVERIA SER


CONSIDERADO AS CONDIÇÕES, OS HÁBITOS, AS PREFERÊNCIAS E
AS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA. FELIZMENTE HÁ UMA GRANDE
DISPONIBILIDADE DE ATIVIDADES FÍSICAS, DE FOEMA QUE TODO
MUNDO PODE ENCONTRAR AQUELA QUE DÁ SATISFAÇÃO."

1- CONCEITOS DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA E FREQÜÊNCIA


CARDÍACA MÁXIMA;

a) Pontos de Identificação
b) Tempos de Identificação
c) Zona Alvo: diferentes níveis de intensidade

A prática de um exercício físico provoca alterações no funcionamento do


organismo, no coração por exemplo, em condições normais bate
aproximadamente 70 a 80 vezes por minuto. Durante o exercício físico o
número de batimentos aumenta e, em cessada a atividade, o coração
gradativamente volta a bater normalmente. Pelo número de batimentos do

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coração pode-se avaliar o esforço realizado durante uma atividade física
adequada ou demasiado. Os batimentos podem ser medidos colocando-
se o polegar e o indicador no pescoço e contando-se o número de
batimentos por minuto.

O número de batimentos do coração numa unidade de tempo chama-se


pulsação, assim:

1. conte o número de batimentos do seu coração durante 15 segundos.


Multiplique por 4 e anote em seu caderno.
2. corra durante três minutos prestando atenção ao que acontece em seu
corpo e responda:
A respiração permanece normal? Está vagarosa ou acelerada? Descreva-
a
O coração bate normalmente? Qual o número de batimentos por minuto?
3. apresente suas anotações para o professor.

2--BENEFÍCIOS DO AQUECIMENTO

Aquecimento Muscular e Alongamento

Existem diferentes estados de atividade física, que variam desde a pouca


atividade de uma pessoa que descansa até a grande atividade de um
atleta em pleno jogo. Tal como necessitamos de um preparo para estudar,
como estar sentados comodamente num ambiente sem barulho e livre de
objetos que nos distraiam, estar com a mente tranqüila e sem
preocupações, os nossos músculos também precisam de preparo para
iniciar uma atividade física mais intensa. Isso é o que faz o aquecimento:
prepara o corpo para fazer atividades físicas mais intensas sem o risco de
lesões musculares ou nas articulações.
O Alongamento muscular é um exercício natural destinado a relaxar os
músculos antes e depois de uma atividade física dando maior elasticidade
aos músculos tornando os movimentos mais fáceis e soltos.

a) Tipos de aquecimento: ativo e passivo

Em duplas, um aluno realizará o alongamento do companheiro


observando o limite do colega para não causar lesões. Troca a função.
(alongamento passivo)
Cada um irá realizar o alongamento, repetindo a ação também
observando o seu limite, sem forçar. (ativo)

b) Atividades de aquecimento: aulas práticas

No alongamento o movimento deve ser longo e estável, ao mesmo tempo


em que sua atenção permanece focalizada sobre os músculos que estão
sendo trabalhados;

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Ao atingir o limite do seu movimento, pare e mantenha cada posição por
um tempo de aproximadamente 10 a 20 segundos. É errado e perigoso
balançar-se para forçar o limite do músculo ou alongá-lo até sentir dor;
Saia de cada posição bem devagar, procurando relaxar completamente;
Encerre o trabalho procurando soltar bem todos os músculos que foram
alongados.

3- ATIVIDADES ANAERÓBICAS E AERÓBICAS, RESISTÊNCIA


MUSCULAR LOCALIZADA

a) Conceito

a resistência aeróbia – equilíbrio entre o oxigênio que está a ser


requisitado para o trabalho muscular e o que é transportado pela
circulação até esse tecido;

a resistência anaeróbia – onde há falta de oxigênio e a energia é


produzida através da fermentação. Dentro desta última existem outras
duas variantes: a resistência anaeróbia aláctica (nos esforços de pequena
duração, quando a energia é obtida a partir da fosfocreatina, não se
formando muito ácido láctico) e a resistência anaeróbia láctica (quando os
esforços são mais prolongados e se usa o açúcar de reserva do nosso
organismo – o glicogênio, formando-se grandes quantidades de ácido
láctico no sangue)

Resistência Muscular: É a capacidade de resistir contra o cansaço físico e


mental ao efetuar um esforço durante um tempo prolongado, mantendo os
parâmetros dados de movimento; capacidade de recuperação rápida após
um esforço. (Weineck, 1989; Grosser, 1988)·.

4- ATIVIDADES PRÁTICAS

Após exercícios de alongamento. Vivenciar atividades de corrida como:


Cola-ajuda, barra-manteiga, pega-pega, cabo de guerra, estafeta com
transporte de cargas, corrida com obstáculos de equilíbrio sobre bancos,
linha ou cordas, subidas, saltos e transposições. Movimentos combinados
de equilíbrio e força, corrida e agilidade entre objetos, velocidade e
habilidade de coordenação óculo – manual com troca de bastão.
Pedir para os alunos identificar na atividade proposta a presença dos
elementos componentes: força, velocidade, agilidade, habilidade e
equilíbrio e coordenação motora.

5- MONTAGEM DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA

O exercício físico feito regularmente, é uma forma de prevenção.


Aumenta a oxigenação dos tecidos, diminui o peso, favorece a mudança
de dieta, pode auxiliar na mudança de hábito para deixar o fumo, controla
os níveis pressóricos em alguns tipos de hipertensão arterial e regula o
colesterol, elevando a fração HDL do colesterol.

19
A corrida, o andar de bicicleta, a natação, a ginástica e principalmente a
caminhada vem sendo cada vez mais aceitas como atividades aeróbias
de importância preventiva, desde que feitas com regularidade e
orientadas adequadamente.
O exercício físico além de beneficiar nos aspectos preventivos,
proporciona um novo e saudável relacionamento social em companhia de
outras pessoas.
Vale lembrar que apesar da atividade física parecer fácil é indispensável
de início uma avaliação médica para que você conheça os seus reais
limites e possa se aproveitar melhor dos benefícios, o exercício que é leve
para um pode ser muito puxado para o outro.
No inicio da atividade fazer alongamento da musculatura dos membros
inferiores, e aquecer as articulações do quadril, joelhos e tornozelos são
de fundamental importância para evitar lesões.
A duração do exercício físico de início não deve ultrapassar 20 minutos
para as pessoas que nunca fizeram aumentando progressivamente até 40
ou 50 minutos, tempo necessário para ser considerada como atividade
aeróbia.
A intensidade do seu exercício deve ter a orientação de profissional
especializado. Cuidado com as fórmulas que determinam a freqüência
cardíaca em função da idade, elas são de natureza geral e pode não se
aplicar a você.
Para encerrar a atividade é importante que se diminua a velocidade
lentamente, por volta de 5 minutos. A parada súbita do exercício pode
acumular sangue nas extremidades, levando a hipotensão arterial, e falta
de oxigênio no coração e no cérebro.

LEMBRETES IMPORTANTES:

1. Não fazer grandes refeições 2 horas antes e uma hora depois de


qualquer atividade.
2. Nunca fazer exercício em jejum.
3. Não ingerir bebida alcoólica e café antes e depois do exercício.
4. Não fumar antes e depois do exercício.
5. Não realizar exercício em temperaturas extremas e clima úmido.
6. Não tomar banhos quentes, duchas frias e saunas antes e após o
exercício; dar preferência a banhos mornos.
7. Vestir-se adequadamente, com roupas quentes no inverno e leves no
verão.
8. Não usar agasalhos especiais "impermeáveis" para emagrecimento.
9. Usar calçados confeccionados em material macio e flexível, com sola
grossa e calcanhar acolchoado.
10. Evitar tensão emocional durante o exercício.
11. Evitar exercícios intensos e esporádicos como o futebol só no final de
semana.

Metodologia para montagem dos programas de musculação


Bompa (2000) sugere que:
 Antes de desenvolver a força muscular, desenvolva a flexibilidade
 Antes de desenvolver a força muscular, fortaleça os tendões e

20
ligamentos – o aumento da força normalmente excede a capacidade
de adaptação desses. Trabalhos com intensidade prematura,
oferecem riscos.
 Antes de desenvolver os membros, fortaleça o tronco. Os músculos do
tronco funcionam como uma unidade que proporciona estabilização e
mantém o tronco fixo.

Montagem das séries


 Repetições: de 15 a 25 (com autores citando até 50)
 Carga até 65% de 1 RM
 Séries por grupo muscular:entre 2 e 3 séries
 Freqüência semanal para o mesmo grupo muscular: 3 dias
 Intervalo entre as sessões: de 24 a 48 horas em média
 Intervalo entre as séries e exercícios: de 30” a 2 minutos
 Velocidade de execução: moderada

21
II UNIDADE ESPORTE

1. FUTEBOL

1.1. Histórico do Futebol

O futebol é um esporte coletivo jogado como seu próprio nome


diz (foot = pé; ball = bola), principalmente com os pés.
A organização do futebol coube aos ingleses, mas sua origem
perdeu-se no tempo. Na China 2.600 anos antes de Cristo o Sr. YangTsé
inventa o KEMARI. Oito jogadores de cada lado, campo quadrado, de 14
metros, duas estacas fincadas no chão, ligados por um fio de seda, bola
redonda, com 22 centímetros de diâmetro. Dentro da bola colocavam-se
cabelos e crinas para que ficasse cheia. Os jogadores, sem deixar a bola
cair, e com os pés, tentam passá-la além das estacas. Aí começa a idéia
do futebol... Chegando na Grécia Antiga encontramos um jogo disputado
com bola que era feita da bexiga do boi, coberta com uma capa de couro.
Para os Gregos eram EPYSKIROS. Regras desconhecidas perdidas no
tempo. Os romanos adotam a bola e detalhes do jogo e fazem o
HARPASTUM. Na Idade Média, ninguém abandonava a bola, os
registros são poucos claros. Jogavam-se na Inglaterra um futebol
demasiado selvagem, violento, sem regras. Não havia números de
jogadores. Só em 1660 começaram as regulamentações, principalmente
quanto ao número de participantes. Também é determinado o tamanho do
terreno de jogo (80 por 120 metros). Surgem os gols. São dois postes
com largura de um metro que chamou de ARCOS. A bola era de forro de
couro e o gol valia se ela passasse entre os dois postes. Jogava-se entre
populares, sem muitas regras. A grande transição é quando esse esporte
atinge as Escolas Superiores e a Corte. Na França, na mesma época,
jogava-se o SOULE. Franceses e ingleses querem a primazia do evento
FUTEBOL, mas a organização é inglesa. Os Italianos também entraram
na briga em 17 de fevereiro de 1529 na Piazza Santa Croce, grupos
políticos decidiram resolver problemas na disputa de um jogo de bola.
Jogaram 27 elementos de cada lado com a duração de duas horas
chamando de CÁLCIO com regras criadas por Giovani di Bardi em 1580,
incluíam 10 juízes que impediam os empurrões e pontapés e os jogadores
tinham posições definidas assim, Florença contribuiu para o futebol atual.
No Brasil, o futebol chegou por intermédios de marinheiros
ingleses, holandeses, e franceses, na segunda metade do século
passado. Eles jogavam em nossas praias, na parada dos navios. Iam
embora e levavam as bolas. Para os brasileiros só restava admirar o
esporte, sem saber que seria o nosso esporte nacional, anos depois
campeão do mundo. Em 1894, o paulista Charles Miller, filho de pai inglês
e mãe brasileira, nascido em Brás, estudava na Inglaterra em 1874 e ao
retornar ao Brasil após concluir cursos na Inglaterra trouxe de lá duas
bolas que permitiam aos brasileiros praticar o futebol regularmente, ele
estudava em Banister Court School, de Southampton, chegou a jogar na
seleção de Hampshire, numa partida contra os amadores do Corinthians,
de Londres, que deu origem ao Corinthians do Brasil. Charles não trouxe
apenas duas bolas, trouxe calções, chuteiras, camisas, bomba de encher,

22
etc. Faleceu em 1953, em São Paulo, cidade onde nasceu, foi um grande
estimulador da prática do futebol no Brasil.

1.2. Fundamentos Básicos

 Passe
 Condução de bola
 Domínio/Recepção/Controle
 Drible/Finta/Deslocamento/Marcação
 Cabeceio

Propostas de atividades no ítem futsal.

1.3. Regras Básicas

CAMPO DE JOGO

DIMENSÕES

O campo de jogo é retangular. O comprimento da linha lateral deverá ser


superior ao comprimento da linha de meta.

Comprimento: mínimo 90m; máximo 120m.

Largura: mínima 45m; máxima 90m.

Partidas Internacionais

Comprimento: mínimo 100m; máximo 110m.

Largura: mínima 64m; máxima 75m

MARCAÇÃO DO CAMPO DE JOGO

23
O campo de jogo será marcado com linhas. As ditas linhas pertencem as
áreas que demarcam.

As duas linhas de marcação mais compridas denominam-se linhas


laterais. As duas mais curtas chamam-se linhas de meta.

Todas as linhas terão uma largura de 12cm como máximo.

O campo do jogo estará dividido em duas metades por uma linha média.O
centro do campo estará marcado com um ponto na metade da linha
média, ao redor do qual se traçará um círculo com um raio de 9,15m.

A ÁREA DE META.

A área de meta, situada em ambos extremos do campo de jogo, será


demarcada da seguinte maneira:

Serão traçadas duas linhas perpendiculares a linha de meta, a 5,5m da


parte interior de cada poste de meta. As ditas linhas se adentrarão 5,5m
desde a parte interior de cada poste de meta. As ditas linhas se
adentrarão 5,5m no campo de jogo e se unirão com uma linha paralela a
linha de meta. A área delimitada por essas linhas mais a linha de meta
será a área de meta.

A ÁREA PENAL

A área penal, situada em ambos extremos do campo de jogo, será


demarcada da seguinte maneira:

Serão traçadas duas linhas perpendiculares a linha de meta, a 16,5m, da


parte interior de cada poste de meta. Essas linhas se adentrarão 16,5m
no campo de jogo e se unirão com uma linha paralela a linha de meta. A
área delimitada por essas linhas e a linha de meta será a área penal.

24
Em cada área penal será marcado um ponto penal a 11m de distância do
ponto médio da linha entre os postes e equidistantes dos mesmos. No
exterior de cada área penal se traçará, também, um semicírculo com um
raio de 9,15m desde cada ponto penal.

A BOLA

Propriedades e medidas

A bola:

 será esférica,será de couro ou outro material adequado;


 terá uma circunferência não superior à 70cm e não inferior a 68cm;
 terá um peso não superior à 450g e não inferior à 410g no começo
aa partida;
 terá uma pressão equivalente a 0,6-1,1 atmosferas (600 - 1100
g/cm²) ao nível do mar.

NÚMERO DE JOGADORES

Jogadores

A partida será jogada por duas equipes formadas por um máximo de 11


jogadores cada uma,dos quais um jogará como goleiro. A partida não se
iniciará se uma das equipes tiver menos de sete jogadores.

Competições oficiais

Poderão ser utilizados como máximo três (3) substitutos em qualquer


partida de uma competição oficial jogada sob os auspícios da FIFA, das
confederações ou das Associações Nacionais.

Em outras partidas poderão se utilizar como máximo cinco substitutos,


sempre que:

 as equipes em questão cheguem a um acordo sobre o número


máximo;
 o árbitro tenha sido informado antes do início da partida.

O EQUIPAMENTO DOS JOGADORES

Segurança

Os jogadores não utilizarão nenhum equipamento nem levarão nenhum


objeto que seja perigoso para eles mesmos ou para os demais jogadores
(incluindo qualquer tipo de jóias).

Equipamento básico

O equipamento básico obrigatório de um jogador será:

25
 um jérsei ou camiseta
 calções - caso usem calções térmicos, estes deverão ter à cor
principal dos calções do uniforme
 meias
 caneleiras
 calçado

    Caneleira

 deverão estar abertas cobertas completamente pelas meias


 deverão ser de um material apropriado (borracha, plástico ou
material similar)
 deverão proporcionar um grau razoável de proteção

Goleiros

cada goleiro vestirá cores que o diferenciem dos demais


jogadores, do árbitro e dos árbitros assistentes

O ÁRBITRO

Cada partida será controlada por um árbitro, que terá autoridade total
para fazer cumprir as Regras de jogo na partida para a qual tenha sido
designado.

Serão designados dois (2) árbitros assistentes que terão, sem prejuízo do
que decida o árbitro, a missão de indicar:

 se a bola tenha ultrapassado em sua totalidade os limites do


campo de jogo
 a que equipe corresponde efetuar os tiros de canto, de meta ou o
arremesso lateral
 quando se deverá sancionar a um jogador por ele estar em posição
de impedimento
 quando se solicita uma substituição
 quando ocorre alguma falta ou outro incidente fora do campo visual
do árbitro

DURAÇÃO DA PARTIDA

A partida durará dois tempos iguais de 45 minutos cada um, salvo que por
mútuo acordo entre o árbitro e as duas equipes participantes decidam
outra coisa. Todo acordo de alterar os períodos de jogo (por exemplo,
reduzir cada tempo há 40 minutos devido a que luz seja insuficiente)
deverá ser tomado antes do início da partida e em conformidade com o
regulamento da competição.

Intervalo do meio tempo

 Os jogadores têm direito a um descanso no meio tempo.


 O descanso do meio tempo não deverá exceder de 15 minutos.

26
 O regulamento da competição deverá estipular claramente a
duração do descanso do meio tempo.
 A duração do descanso do meio tempo poderá alterar-se
unicamente com consentimento do árbitro.

Recuperação do tempo perdido

Cada período deverá prolongar-se para recuperar todo o tempo perdido


por:

 substituições
 avaliação da lesão de jogadores
 transporte dos jogadores lesionados para fora do campo de jogo para
serem atendidos
 perda de tempo
 qualquer outro motivo

O INÍCIO DE JOGO

Será lançada uma moeda e a equipe que ganhe o sorteio decidirá a


direção para a qual atacará no primeiro tempo da partida.

A outra equipe efetuará o tiro inicial para começar a partida.

A equipe que ganha o sorteio executará o tiro inicial para iniciar o


segundo tempo.

No segundo tempo da partida, as equipes trocarão de metade de campo e


atacarão em direção oposta.

O GOL MARCADO

Só terá marcado um gol quando a bola tiver ultrapassado totalmente a


linha de meta entre os postes e por baixo do travessão, sempre que a
equipe a favor da qual se marcou o gol não tenha cometido previamente
alguma irregularidade às Regras de Jogo.

O IMPEDIMENTO

O fato de estar em uma posição de impedimento não constitui uma


infração em si.

Um jogador estará em posição de impedimento se:

 se encontra mais próximo da linha de meta contrária que a bola e o


penúltimo adversário

FALTAS E CONDUTAS ANTIDESPORTIVAS

27
As faltas e condutas antidesportivas serão sancionadas da seguinte
maneira:

Tiro livre direto

Será concedido um tiro livre direto a equipe adversária se um jogador


comete uma das seguintes seis (6) faltas de uma maneira que o árbitro
considere imprudente, temerária ou com o uso de uma força excessiva:

 dar ou tentar dar um pontapé em um adversário


 dar ou tentar dar uma rasteira em um adversário
 saltar sobre um adversário
 trancar a um adversário
 agredir ou tentar agredir a um adversário
 empurrar a um adversário

Será concedido assim mesmo um tiro livre direto a equipe adversária se


um jogador comete uma das seguintes quatro (4) faltas:

 dar um pontapé no adversário antes de tocar a bola


 agarrar a um adversário
 cuspir em um adversário
 tocar a bola com as mãos deliberadamente (exceto o goleiro dentro
de sua própria área penal)

O tiro livre direto será lançado desde o lugar onde se cometeu a falta.

O TIRO PENAL

Será concedido um tiro penal contra a equipe que cometer uma das dez
faltas que levam a um tiro direto, dentro de sua própria área penal
enquanto a bola está em jogo.

Um gol poderá ser marcado diretamente de um tiro penal.

Será concedido tempo adicional para poder executar um tiro penal ao final
de cada tempo ou ao final dos períodos suplementares.

O ARREMESSO LATERAL

O arremesso lateral é uma forma de reiniciar o jogo.

Não se poderá consignar um gol diretamente de um arremesso lateral.

Será concedido arremesso lateral:

 quando a bola tiver ultrapassado em sua totalidade a linha lateral


seja por terra ou pelo ar;
 desde o ponto por onde ultrapassou a linha lateral;
 aos adversários do jogador que tocou por último a bola.

28
Procedimento

No momento de lançar a bola, o executor deverá:

 estar de frente para o campo de jogo;


 ter uma parte de ambos os pés sobre a linha lateral ou no exterior
da mesma;
 servir-se de ambas as mãos;
 lançar a bola desde de trás e por cima da cabeça.

O executor do arremesso lateral não poderá voltar a jogar a bola até que
esta não tenha tocado a outro jogador.

O TIRO DE META

O tiro de meta é uma forma de reiniciar o jogo.

Um gol pode ser anotado ditetamente de um tiro de meta, porém somente


contra a equipe adversária.

Se concederá um tiro de meta quando:

 a bola tiver ultrapassado na sua totalidade a linha de meta, seja por


terra ou pelo ar,
 depois de haver tocado por último a um jogador da equipe atacante
e não tenha sido marcado um gol conforme a Regra 10

Procedimento

 a bola será lançada desde qualquer ponto da área de meta por um


jogador da equipe defensora
 os adversários deverão permanecer fora da área penal até que a
bola esteja em jogo
 o executor do tiro não poderá voltar a jogar a bola até que esta não
tenha tocado a outro jogador
 a bola estará em jogo quando tenha sido lançada diretamente fora
da área penal

O TIRO DE CANTO

O tiro de canto é uma forma de reiniciar o jogo.

Se poderá anotar um gol diretamente de um tiro de canto, porém somente


contra a equipe contrária.

Será concedido um tiro de canto quando:

 a bola tiver ultrapassado na sua totalidade a linha de meta, seja por


terra ou pelo ar,
 depois de haver tocado por último a um jogador da equipe
defensora e não tenha sido marcado um gol conforme a Regra 10

29
Procedimento

 a bola será colocada no interior do quadrante da bandeirinha de


córner que estiver mais próxima 
 não se deverá tirar a bandeirinha de córner
 os adversários deverão permanecer a um mínimo de 9,15m
(10yds) da bola até que esta esteja em jogo
 a bola será Íançada por um jogador da equipe atacante
 a bola estard em jogo no momento em que é chutada e se põe em
movimento
 o executor do tiro não deverá jogar a bola pela segunda vez até
que esta não tenha tocado em outro jogador

TÍTULOS MUNDIAIS

O Brasil é pentacampeão mundial de futebol, ganhando a Copa do mundo


em 1958 (Suécia); 1962 (Chile)

1970 (México); 1994 (USA) e 2002 (Japão e Corea)

2. FUTSAL

2.1. Histórico do Futsal

Há controvérsias em torno da origem do futebol de salão (Uruguai –


década 30 ou Brasil – década de 40). No entanto, é considerado o único
esporte genuinamente brasileiro.
A versão uruguaia é que nos anos 30 (campeão copa do mundo de
futebol de campo), o futebol popularizou-se e passou a ser praticado em
pequenos espaços, na Associação de Moços de Montevidéu (ACM),
tendo sido criado pelo seu diretor, Profº JUAN CARLOS CERIANI, que o
chamou de “Indoor-foot-Ball” e que mais tarde redigiu as primeiras regras.
A versão brasileira é a mais aceita e define que o surgimento do
futebol de salão começou a ser praticado nos idos de 1940, por jovens
freqüentadores da ACM, em São Paulo.
Diante das dificuldades para encontrar campos de futebol para
divertimento, improvisaram “peladas” em quadras de basquete. No início
as “equipes” variavam em número, tendo cinco, seis e até sete jogadores,
sendo pouco a pouco fixado o limite de cinco jogadores.       
       Até 1959 havia divergência de regras, com Rio de Janeiro e São
Paulo disputando a primazia do novo esporte, procurando impor seus
pontos de vista. O Futebol de Salão ganhara, já, tal amplitude que a então
Confederação Brasileira de Desportos resolveu oficializar a sua prática,
uniformizando suas regras, aceitando como filiadas as Federações
Estaduais e promovendo certames de âmbito nacionais, de clubes e
seleções.
       Convém destacar que o amor e a tendência natural do brasileiro pelo
futebol transfundiram-se para o Futsal, em razão da valorização
imobiliária e de outros fatores sócio-econômicos que implicaram na quase
extinção dos antigos campos de várzea. E o futebol passou, à falta de

30
espaços principalmente nas áreas urbanas, a ser praticado em quadras
originalmente destinadas a jogos de basquete e vôlei, daí explicar-se a
"febre" do Futebol de Salão.
       Hoje, seguramente o Futsal é a recreação e lazer desportivo da
preferência de mais de 12 (doze) milhões de brasileiros, tendo assim,
grande relevância não só na manifestação esporte-performance, como
também nas outras manifestações (esporte-educação e esporte-
participação).

2.2. Primeiras Regras

Pode-se afirmar sem dúvida alguma que foi o Uruguai quem


redigiu as primeiras regras e coube ao Brasil a responsabilidade pelo
seu crescimento e ordenação como modalidade esportiva.

2.2.1. Publicação - Primeiras Regras Oficiais

Foi o brasileiro ROGER GRAIN, após frequentar um curso no


Uruguai quem publica a Primeira Regra Oficial sobre o futebol de
salão, em 1936 “Normas e Regulamentações do Futebol de Salão”.

2.2.2. Primeiro Livro de Regras Editado no Mundo

Elaborado pelo brasileiro Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes e


editado em 1956.

2.2.3. Divergências de Regras - Brasil

O futebol de salão brasileiro tinha no seu início, várias regras


havendo divergências de regras, entre Rio e São Paulo os quais
disputaram a primazia do novo esporte, procurando impor seus pontos
de vista.

2.2.4. CBD – Padronização das Regras

A Confederação Brasileira de Desporto (CBD), oficializa a


prática do futebol de salão, fundando o Conselho Técnico de Futebol
de Salão em 05 de Maio de 1957, com as Federações Estaduais
filiadas, aperfeiçoando e padronizando as regras

2.2.5. Noções Básicas da Regra

31
 Cada equipe é composta de 05 jogadores titulares e 07 reservas.
Total de 12 atletas.
 A quadra tem de 22 a 42m de comprimento por 15 a 22m de
largura. (dimensões Jogos Internacionais)
 A trave(Gol), tem 3m de comprimento por 2m de largura.
 A partida dura 40 minutos divididos em dois tempos de 20 minutos,
com intervalo de até 10 minutos.
 Nenhuma partida é iniciada sem que as equipes tenham no mínimo
com 05 atletas na quadra.
 Será permitido um número ilimitado de substituições.

2.3. Primeiras Bolas.

As bolas usadas eram de serragem, crina vegetal, ou de cortiça


granulada, mas apresentavam o problema de saltarem muito e
freqüentemente saiam da quadra de jogo, então tiveram seu tamanho
diminuído e seu peso aumentado, por este fato o futebol de salão foi
chamado o “Esporte da Bola Pesada”.
Atualmente as bolas não são tão pesadas e pulam mais.

2.4. Primeiro Torneio Aberto

Em 1949, a ACM do Rio de Janeiro organiza o Primeiro Torneio


Aberto de Futebol de Salão para meninos entre treze e quinze anos.

2.5. Primeira Entidade

Em 28 de Julho de 1954, é fundada a primeira entidade oficial do

Brasil, a FEDERAÇÃO METROPOLITANA DE FUTEBOL DE SALÃO

(RJ), que em 1955 organiza a primeira competição oficial,

denominando-a “Torneio de apresentação”, vencido pelo Braz de Pina.

Neste mesmo ano é realizado o Primeiro Campeonato na cidade do

Rio de Janeiro, com 42 disputantes.

2.5.1. Outras Entidades

Criação da CSFS

Em 14 de Setembro de 1969 é fundada a CONFEDERAÇÃO


SUL-AMERICANA DE FUTEBOL DE SALÃO.

Surge a FIFUSA

32
A dimensão internacional do Futebol de Salão iniciou-se desde
a criação da FIFUSA – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL
DE SALÃO, em 25 de Julho de 1971, no Rio de Janeiro, com sede em
São Paulo, com a filiação de 32 países, com regras brasileiras. Tendo
como primeiro presidente o Sr. João Havelange (FIFA).
O objetivo da FIFUSA era desenvolver e dirigir, com
exclusividade o futebol de salão mundial.

Criação da CBFS

No Brasil, com a extinção da CBD (Confederação Brasileira do


Desporto), responsável pelo futebol e várias outras modalidades que
não tinham entidades Nacionais organizadas, possibilitou a criação em
15/06/79 da CBFS – CONFERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE
SALÃO, sendo o 1º presidente o Sr. Aércio Borba de Vasconcelos.
Fundada por 21 Estados (inclusive Sergipe),.
Hoje consta com 27 Federações Estaduais, congrega 2.500
clubes e associações e possui 250. mil atletas inscritos e tem sede
atual em Fortaleza, Ceará. O PRESIDENTE ATUAL é o Sr. Aécio de
Borba Vasconcelos.
A entidade promove anualmente competições nacionais e
internacionais de clubes e seleções nas categorias infantil, juvenil ,
adulto e feminino.

Em 14 de Junho de 1955, foi fundada a FEDERAÇÃO PAULISTA e

logo em seguidas as de Minas Gerais, Pernambuco, Paraná e Rio Grande

do Sul.

2.6. Primeiro Campeonato Brasileiro

No ano de 1959, realizou-se o Primeiro Campeonato Brasileiro


de Seleções , sendo o Rio de Janeiro o campeão e São Paulo o vice.

2.7. Primeiro Campeonato Mundial

Em 1982, a FIFUSA, realiza em São Paulo o primeiro


Campeonato Mundial de Seleções, na época o seu presidente era o Sr.
Januário D’alécio.

2.8. Futebol De Salão Feminino


Em 23 de Abril de 1983, a FIFUSA autoriza a prática do futebol
de salão feminino.
2.9. FIFA no Futebol de Salão
Em 1989, a FIFA homologou a supervisão do FUTSAL mediante a
extinção da FIFUSA e cria sua Comissão de Futsal.

33
Posteriormente , algumas federações desistiram de acabar com
a FIFUSA e elegeram o Sr. Antônio Alberto para presidente. A entidade
continua em ativa.
Em 02 de Maio de 1990 legalmente se desligou da FIFUSA.
Surge O Termo Futsal
Na década de 90, ocorre a grande mudança na trajetória do futebol
de salão, com a fusão do futebol de 5 (praticado pela FIFA) e o futebol de
salão (praticado pela FIFUSA), surgindo então o esporte
internacionalmente conhecido por FUTSAL.

Maiores Praticantes Do Mundo


Brasil (12 milhões), Espanha (1 milhão), República Checa(300
mil), Itália(210 mil) e Austrália (120 mil).
Países de Destaque

Destacam-se no quadro mundial os seguintes países: Brasil,


Paraguai, Espanha, Portugal, Itália, Austrália e Rússia.

CAMPEONATO MUNDIAL – FIFA

Em 1992, é realizado o primeiro Campeonato Mundial de


Seleções, organizado pela FIFA, O Brasil consegue o seu quarto título. A
FIFA passou a realizar o campeonato mundial a cada 4 anos.

Campeonatos Mundiais Masculinos

ANO PAÍS SEDE CAMPEÃO


1982 Brasil Brasil
1985 Espanha Brasil
1988 Austrália Paraguai
1989 Holanda Brasil
1992 China Brasil
1996 Espanha Brasil
2000 Guatemala Espanha
2004 Taiwan – China Espanha
* A partir de 1992 – FIFA

PRETENSÕES OLÍMPICAS

Hoje o futsal considerado esporte genuinamente brasileiro já está


disseminado e largamente praticado em pelo menos 160 paises e nos 05
Continentes. Ademais, a humanização e agilização das regras, hoje
adotadas, propiciou sua consolidação, com milhares de adeptos em todos

34
os recantos do mundo, satisfazendo as exigências do COI (Comitê
Olímpico Internacional), para ser reconhecido como Esporte Olímpico.

FUTSAL NOS JOGOS PAN-AMERICANO

Por intermédio de Carlos Artur Nuzman, presidente do COB


(Comitê Olímpico Brasileiro), o Futsal é incluído nos Jogos Pan-
americanos de 2007, a ser realizado no Rio de Janeiro.

BRASIL

O Brasil é o maior conquistador de títulos mundiais (82-85-89-92-


96), porém a FIFA só reconhece oficialmente os três últimos(89-92-96).
Brasil: Penta campeão mundial, 12 vezes campeão Sul-
americano, tri campeão Campeonato pan-americano, penta campeão da
Taça América e Tetra campeão do mundialito.
Vários craques do futebol de campo foram praticantes do futsal,
onde desenvolveram drible fácil, e curto em pouco espaço, dentre eles:
Pele, Zico, Sócrates, Rivelino, Ronaldinho, Denilson, Edmundo. ...

 2002 é realizado o Primeiro Campeonato Brasileiro de Seleções


Femininas em São Paulo, sendo campeã a equipe paulista, de
forma invicta
 Federação Sergipana de Futsal
Fundada em 30/04/1979
Presidente Atual: \Manuel Menezes Cruz
Sede: Aracaju/SE - Complexo Lourival Baptista

3. Fundamentos básicos do Futsal

3.1. Passe

- Quanto a distância
Curtos (até 4 metros), Médios (de 4 a 10 metros) e Longos (acima de 10
metros).

- Quanto à trajetória
Rasteiros, meia altura, parabólicos e altos.

-Quanto à execução
Parte interna, externa, anterior, solado e dorso do pé.
-Em relação ao espaço de jogo
Lateral, diagonal e paralelo (todos em relação às linhas limítrofes da
quadra)
- Passes de habilidade
Com a coxa, peito, cabeça, ombro, calcanhar, parabólico e curvado.

3.2. Recepção

-Quanto à trajetória
Rasteira, meia altura, parabólica e alta.

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- Quanto à execução
Nas rasteiras, parte interna, externa e solado. Meia altura: parte interna e
externa do pé e da coxa. Parabólica: cabeça, peito, coxa, dorso do pé e
solado. Altas: cabeça, ombro e peito.

3.3. Dribles, Fintas e Marcação

- Quanto aos objetivos


Ofensivo e defensivo.

- Quanto ao tipo
Simples (parado) ou clássicos: parado ou deslocando.

- Quanto à execução
Puxadinhas e saídas laterais, com o solado, a parte interna ou externa do
pé.
Dribles clássicos, com o corpo: passar por cima da bola sem tocá-la,
executar uma “meia- lua”, “janelinha”.

3.4. Cabeceio

- Quanto aos objetivos


Defensivo (afastar da área de defesa ou armar a jogada com segurança)
e Ofensivo (tentar consignar o gol).
- Quanto a execução
Frontal ou lateral.

3.5. Condução

- Quanto a trajetória
Retilínea e sinuosa.

- Quanto a execução
Com a parte interna ou externa e solado. Desse modo, poderá ser de
costas para o adversário, protegendo a bola, ou de frente, “lambendo” a
bola.

3.6. Chute

- Quanto à trajetória
Rasteiro, meia altura e alto.

- Tipos de execução
Simples (com o dorso), bate pronto, volteio, parte anterior do pé “bico” e
chute de cobertura.

36
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO
CONTEÚDO

FUTSAL NA ESCOLA

1 – Futsal Historiado: Iniciar um jogo de futebol com suas regras (número


de jogadores, dimensões da quadra, bola, formas de cobranças de lateral
e tiro de meta, etc). Com o surgimento das dificuldades e necessidades
de mudança de regras, realizar uma contextualização e reflexão de como
foi desenvolvido o futsal a partir do futebol.

Objetivo: Vivência da historia do futsal.

Opções de ação: pesquisar as dimensões das áreas encontradas na


escola e no município; Assistir e relatar jogos; pesquisar fatos históricos
do futebol realizar debates e encenações teatrais.

Recursos Materiais: Bolas, televisão, vídeo, revistas, livros, fita métrica.

Espaço Físico: Quadra de Futsal

2- Caçador de Bola: Cada aluno estará com uma bola, ficando todos
espalhados pela quadra. O caçador ficará sem bola. Ao sinal do
professor, os alunos terão que fugir conduzindo a sua bola, não deixando
que o caçador a pegue. O aluno que perder a bola passará a ser o
caçador, sendo que este não poderá tirar a bola daquele que antes o
tinha pego.

Variação: Aumentar gradativamente o número de caçadores.

Objetivo: Condução de bola e noção de espaço.

Opções de ação: Iniciar com a construção do material pelos alunos.

Recursos Materiais: Bolas, bolas de meia (construção coletiva)

Espaço Físico: Área livre

3 - Corrida de Condução: Inicia-se com uma corrida com condução de


bola em volta da quadra. Em seguida, colocam-se cones em meio ao
percurso e solicita-se que os alunos continuem a condução passando por
entre os cones.
Variação: Mesma atividade em dupla.

Opção de ação: Explanar os tipos de condução de bola.

Objetivo: Desenvolvimento da condução de bola como fundamento e


respeito ao próximo.

Recursos Materiais: Bolas, Cones, Garrafas Pet (com areia ou água)

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Espaço Físico: Área Livre

4 - Condução Orientada: Cada aluno irá conduzir uma bola livremente


pelo campo. Em seguida irão formar 4 grupos de alunos dispostos ao
longo das linhas laterais do campo (dois grupos de cada lado), um de
frente para o outro, deverão conduzir a bola com a parte interna o pé até
ao grupo oposto entregando a bola para o primeiro da fila, que fará o
mesmo exercício. Mantendo-se a mesma formação, deverão conduzir a
bola com a parte externa do pé e contornar o cone que estará no meio da
distância entre os grupos. Posteriormente, irão repetir a atividade
realizando a condução com o solado dos pés.

Objetivo: Vivência das várias formas de condução.

Recursos Materiais: Bolas e Cones

Espaço Físico: Área Livre

5 - Guarda de Trânsito: O professor irá formar várias colunas espaçadas 2


metros uma da outra e cada fila com uma bola e se posicionará a uma
distância de 20-30 metros das colunas. Ao som do apito os alunos irão
conduzir a bola para frente, em cada novo silvo do apito o professor
indicará com os braços a direção que os alunos continuarão a realizar a
condução, isto se dará até que este alunos cheguem no local onde o
professor se encontra.

Objetivo: tempo de reação e vivência de mudanças de direção realizando


a condução.

Recursos Materiais: Bolas e Apito

Espaço Físico: Área Livre

6 – Losango: Forma-se um losango com os quatro cones, com uma


distância aproximada de 5 metros de um para outro. Divide-se o grupo de
alunos em quatro, onde cada grupo fica atrás de um cone. O primeiro
aluno de cada grupo fica à frente de seu cone. O professor escolhe um
grupo qualquer e entrega uma bola para o primeiro aluno. Ao sinal do
professor, o aluno que está com a bola passa a mesma para o grupo
vizinho e corre para trás do mesmo grupo o qual tocou a bola. O aluno
que recebeu a bola faz o mesmo procedimento e assim por diante.
Quando todos os alunos realizarem a atividade pede-se para que eles
mudem a forma de execução do passe e repitam a dinâmica.

Variação: Mesma atividade utilizando duas bolas.

Objetivo: Vivenciar o passe.

Recursos Materiais: Bolas e Cones

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Espaço Físico: Área Livre

7 – Jogo de Bobinho: Os alunos formam um grande círculo, um aluno é


escolhido para ser o bobinho, os outros alunos devem realizar passe e
não deixar que o bobinho toque ou tome posse da bola. Quando o
bobinho tocar a bola ou tomar a posse da mesma, o ultimo aluno do
círculo a ter a posse da bola vai para o lugar do bobinho e assim por
diante.

Variação: Formar vários círculos para que tenham maior participação;


aumentar a quantidade de bobinho ou de bola.

Objetivo: Vivenciar o passe.

Recursos Materiais: Bola

Espaço Físico: Área Livre

8 - Bola ao Chão: Os alunos são divididos em dois grupos ficando


enfileirados um grupo de frente para o outro distante 2 metros próximo a
linha central da quadra. O professor irá enumerar os componentes de
cada equipe de maneira que cada equipe tenha dois alunos com o
mesmo número. O professor colocará a bola na marca central e chamará
um número, os alunos das equipes com o número correspondente
deverão disputar a posse de bola e em seguida, realizar a condução e
passes com seu colega, em direção ao gol da equipe adversária para
tentar marcar um tento nos golzinhos construídas com dois cones.

Variação: com um aluno, com três, aumentando o grau de dificuldade.

Objetivo: Tempo de reação, condução, drible, passe chute.

Recursos Materiais: Bolas e Cones

Espaço Físico: Área Livre

9 - Circuito de Condução: Formam-se dois grupos e monta-se um circuito


com cones e arcos, por onde o aluno deverá conduzir sinuosamente por
entre os cones e contornar completamente os arcos. O circuito deve ser
montado de maneira tal que os alunos que irão sair de suas equipes
possam se cruzar e neste momento ele pode tentar chutar a bola do
adversário para longe ou dribla-lo, se conseguir chutar o adversário não
poderá mais chutar a bola do seu adversário e terá de ir atrás de sua bola
para retornar ao ponto onde sua bola foi chutada e terminar seu trajeto.
Assim que o aluno terminar seu trajeto ele entregará a bola ao seu
companheiro e irá para o final da fila até que todos tenham realizado o
circuito.

Objetivo: desenvolvimento da condução e do drible.

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Recursos Materiais: Cones, Bolas e Arcos

Espaço Físico: Área Livre

10 - 4 Gols: Dividi-se a turma em duas equipes e constrói-se 4 golzinhos


com cones formando um quadrado com laterais de 15 metros. Serão
definidos quais os gols que cada equipe poderá marcar o tento (de
preferência os que forem paralelos). Dar-se inicio a partida e a equipe
poderá marcar o tento em qualquer um de seus gols.

Objetivo: Desenvolvimento da velocidade e marcação.

Recursos Materiais: Cones e Bolas

Espaço Físico: Área Livre

11- Barra Condução: Dividi-se a turma em dois grupos para cada um com
duas bolas. Inicia-se a brincadeira de barra onde o aluno só poderá
passar para a barra conduzindo a bola sem ser interceptado, quando o for
voltará para seu campo com sua bola. A atividade se desenvolve até que
um aluno consiga atravessar para a barra e voltar ao seu campo sem ser
interceptado.

Objetivo: Desenvolvimento do drible, condução e marcação.

Recursos Materiais: Cones e Bolas

Espaço Físico: Área Livre

12- Chute Cuidadoso: Dividi-se a turma em dois grupos que ficarão atrás
da linha de fundo da quadra de voleibol. Serão colocadas garrafas Pet,
em mesma quantidade, espalhadas pelas meia-quadra de cada equipe.
Cada equipe deverá chutar a bola com o intuito de derrubar as garrafas
da meia quadra adversária tendo o cuidado de não derrubar as suas
próprias garrafas em sua meia quadra.

Objetivo: Desenvolvimento do chute.

Recursos Materiais: Garrafas Pet e Bolas

Espaço Físico: Quadra de Voleibol

13- Sai Pra Lá: Dividi-se a turma em dois grupos que ficarão atrás da
linha de fundo da quadra de voleibol. Coloca-se um medicineball no
centro da quadra. Os alunos deverão realizar o chute com o intuito de
acertar o medicineball movimentando-o até a linha de fundo da quadra
adversária.

Objetivo: Desenvolvimento do chute.

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Recursos Materiais: Medicineball e Bolas

Espaço Físico: Quadra de Voleibol

14- Futevôlei: Dividi-se a turma em duas equipes a coloca-se a rede de


voleibol em uma altura mais baixa. Os alunos deverão através do passe e
domínio jogar o vôlei sem utilizar as mãos.

Objetivo: Desenvolvimento do domínio e do passe.

Recursos Materiais: Rede de Vôlei e Bolas

Espaço Físico: Quadra de Voleibol

15- Tóto Humano: Dividi-se os alunos em duas equipes, dispondo-os


como um jogo de tóto. Os alunos não podem sair de suas fileiras e
deverão realizar o passe para seus colegas da mesma fila ou então de
filas à frente ou atrás. Os adversários tentarão impedir que a bola chegue
ao adversário e assim que recuperá-la irão realizar o mesmo
procedimento, na tentativa de fazer o gol. Após cada gol marcado pode-
se trocar a posição dos alunos em relação ao local das fileiras (indo para
uma fila mais a frente ou mais atrás).

Objetivo: Desenvolvimento da recepção, do passe, do domínio e do chute.

Recursos Materiais: Bolas

Espaço Físico: Quadra de Futsal

16- Futsal Solidário: Dividi-se a turma em equipes que irão jogar futsal,
sendo que ao marcar um gol, este jogador irá para o time adversário.

Objetivo: Iniciação ao futsal.

Recursos Materiais: Bolas

Espaço Físico: Quadra de Futsal

17- Futsal em Dupla: Dividir a turma em número igual de duplas e iniciar


uma partida de futsal com suas regras básicas sendo que os alunos não
podem soltar a mão do companheiro durante o jogo.

Objetivo: Desenvolvimento do sentido de cooperação.

Recursos Materiais: Bolas

Espaço Físico: Quadra de Futsal

41
18- Pesquisa de campo, acerca dos times da região (entrevista com os
principais jogadores, estilo de vida, condição social...) comparar com a
realidade Nacional.

42
III UNIDADE DANÇA

DANÇA
Podemos dizer que a Dança esta intrinsecamente ligada à vida do
ser humano. Os conceitos para a palavra Dança são inúmeros,
ocasionando um amplo leque de opiniões na área da Dança e suas
diversas possibilidades de manifestações.
Segundo Nanni (2001, p.07):

As danças em todas as épocas da história e / ou


espaço geográfico para todos os povos e
representação de suas manifestações de seus
“estados de espirito”, permeios de emoções, de
expressões e comunicação do ser e de suas
características culturais. É ela que traduz por meios
de gestos e movimento a mais intima das emoções
acompanhadas ou não de musica e do canto ou de
ritmos peculiares.

1. Danças Regionais

As danças folclóricas abordam as tradições e costumes de


determinados povos ou regiões distintas da mesma nação e, muitas
vezes, são desenvolvidas na coletividade, envolvidas por um sentido de
partilha e hereditariedade. As danças dos camponeses festejando ora
uma boa colheita, ora passagens consideradas importantes (estações do
ano, casamentos, nascimentos, morte).

Tipos de danças:

1.Samba de Coco

É uma dança popular nordestina, principalmente em Alagoas,


cantada e dançado em roda, com um tirador no meio puxando um refrão e
a roda respondendo.
Os instrumentos musicais são todos de percursão, como bombo,
pandeiro, cuícas e ganzás. Na falta deles, bate-se o ritmo em caixotes,
mesas ou caixas improvisadas. Segundo a tradição, a dança vem dos
negros dos Palmares, empenhados durante o dia na faina de quebrar

43
cocos para alimentação.
Além da origem negra, é visível a influência indígena no bailado,
principalmente dos tupis que habitavam a costa. A coreografia sempre em
roda, é bem variada e sempre acompanhada de palmas e passos
ritmados, tanto do círculo como do tirador. Este cede a vez para outro,
fazendo uma vênia a outro participante que passa a ser, então, o novo
tirador.
Apesar de sua origem, o coco chegou a ser dançado, em outras épocas,
nos salões da alta sociedade de Alagoas e Paraíba.

2.Frevo

Dança instrumental, marcha em tempo binário e andamento


rapidíssimo. Assim o ensaísta Mário de Andrade sumariza o frevo em seu
Dicionário Musical Brasileiro (Editora Itatiaia, reedição, 1989). Derivado da
polca marcial, inicialmente chamado "marcha nortista" ou "marcha
pernambucana", o frevo dos primórdios trazia capoeiristas à frente do
cortejo. Das gingas e rasteiras que eles usavam para abrir caminho teria
nascido o passo, que também lembra as czardas russas. Até as
sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente
como armas de defesa dos passistas. De instrumental, o gênero ganhou
letra no frevo canção e saiu do âmbito pernambucano para tomar o país.
Basta dizer que O Teu Cabelo Não Nega, de 1932, considerada a
composição que fixou o estilo da marchinha carnavalesca carioca, é na
verdade uma adaptação do compositor Lamartine Babo do frevo Mulata,
dos pernambucanos Irmãos Valença. A primeira gravação com o nome do
gênero foi o Frevo Pernambucano (Luperce Miranda/ Oswaldo Santiago)
lançada por Francisco Alves no final de 1930. Um ano depois, Vamo se
Acabá, de Nelson Ferreira pela Orquestra Guanabara recebia a
classificação de frevo. Dois anos antes, ainda com o codinome de
"marcha nortista", saía do forno o pioneiro Não Puxa Maroca (Nelson
Ferreira) pela orquestra Victor Brasileira comandada por Pixinguinha.

Ases da era de ouro do rádio como Almirante (numa adaptação do


clássico Vassourinhas), Mário Reis (É de Amargar, de Capiba), Carlos

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Galhardo (Morena da Sapucaia, O Teu Lencinho, Vamos Cair no Frevo),
Linda Batista (Criado com Vó), Nelson Gonçalves (Quando é Noite de
Lua), Cyro Monteiro (Linda Flor da Madrugada), Dircinha Batista (Não é
Vantagem), Gilberto Alves (Não Sou Eu Que Caio Lá, Não Faltava Mais
Nada, Feitiço), Carmélia Alves (É de Maroca) incorporaram frevos a seus
repertórios. Em 1950, inspirados na energia do frevo pernambucano, a
bordo de uma pequena fobica, dedilhando um cepo de madeira
eletrificado, os músicos Dodô & Osmar fincavam as bases do trio elétrico
baiano que se tornaria conhecido em todo o país a partir de 1979, quando
Caetano Veloso documentou o fenômeno em seu Atrás do Trio Elétrico.

Invasão no carnaval
Em 1957, o frevo Evocação No. 1, de Nelson Ferreira, gravado pelo Bloco
Batutas de São José (o chamado frevo de bloco) invadiria o carnaval
carioca derrotando a marchinha e o samba. O lançamento era da
gravadora local, Mocambo, que se destacaria no registro de inúmeros
frevos e em especial a obra de seus dois maiores compositores, Nelson
(Heráclito Alves) Ferreira (1902-1976) e Capiba (Lourenço da Fonseca
Barbosa, 1904-1997). Além de prosseguir até o número 7 da série
Evocação, Nelson Ferreira teve êxitos como o frevo Veneza Brasileira,
gravado pela sambista Aracy de Almeida e outros como No Passo,
Carnaval da Vitória, Dedé, O Dia Vem Raiando, Borboleta Não É Ave,
Frevo da Saudade. A exemplo de Nelson, Capiba também teve sucessos
em outros estilos como o clássico samba canção Maria Bethânia gravado
por Nelson Gonçalves em 1943, que inspiraria o nome da cantora. Depois
do referido É de Amargar, de 1934, primeiro lugar no concurso do Diário
de Pernambuco, Capiba emplacou Manda Embora Essa Tristeza (Aracy
de Almeida, 1936), e vários outros frevos que seriam regravados pelas
gerações seguintes como De Chapéu de Sol Aberto, Tenho uma Coisa
pra lhe Dizer, Quem Vai pra Farol É o Bonde de Olinda, Linda Flor da
Madrugada, A Pisada É Essa, Gosto de Te Ver Cantando.

Cantores como Claudionor Germano e Expedito Baracho se


transformariam em especialistas no ramo. Um dos principais autores do

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samba-canção de fossa, Antônio Maria (Araújo de Morais, 1921-1964)
não negou suas origens pernambucanas na série de frevos (do número 1
ao 3) que dedicou ao Recife natal. O gênero esfuziante sensibilizou
mesmo a intimista bossa nova. De Tom Jobim e Vinicius de Moraes
(Frevo) a Marcos e Paulo Sérgio Valle (Pelas Ruas do Recife) e Edu Lobo
(No Cordão da Saideira) todos investiram no (com)passo acelerado que
também contagiou Gilberto Gil a municiar de guitarras seu Frevo
Rasgadoem plena erupção tropicalista.

A baiana Gal Costa misturou frevo, dobrado e tintura funk (do


arranjador Lincoln Olivetti) num de seus maiores sucessos, Festa do
Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) e a safra nordestina posterior não
deixou a sombrinha cair. O pernambucano Carlos Fernando, autor do
explosivo Banho de Cheiro, sucesso da paraibana Elba Ramalho,
organizou uma série de discos intitulada Asas da América a partir do
começo dos 80. Botou uma seleção de estrelas para frevar: de Chico
Buarque, Alcione, Lulu Santos e Gilberto Gil a Jackson do Pandeiro, Elba
e Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Fagner e Alceu Valença. Entre os
citados, Alceu, Zé e Geraldo mais o Quinteto Violado, Lenine, o armorial
Antonio Nóbrega e autores como J. Michiles, mantêm no ponto de fervura
o frevo pernambucano. Mesmo competindo com os decibéis – e o poder
de sedução – do congênere baiano.

Músicas

Vassourinhas (Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas) – Orquestra de


Frevos do Recife
Valores do Passado (Edgar Moraes) – Grupo Romançal
Mulata (Irmãos Valença) – Expedito Baracho
É de Amargar (Capiba) – Claudionor Germano
Evocação no. 1 (Nelson Ferreira) – Bloco Batutas de São José
Oh! Julia/ Casinha Pequenina/ Gosto de Te Ver Cantando/ Linda Flor da
Madrugada (Capiba) – Claudionor Germano
Relembrando o Norte (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara

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Come e Dorme (Nelson Ferreira) – Nelson Ferreira e sua Orquestra
Frevo no.1 do Recife (Antonio Maria ) – Maria Bethânia
Frevo (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) – Chico Buarque
No Cordão da Saideira (Edu Lobo) – Edu Lobo
Pelas Ruas do Recife (Marcos e Paulo Valle) – Marcos Valle
Frevo Rasgado (Gilberto Gil/ Bruno Ferreira) – Gilberto Gil
Atrás do Trio Elétrico (Caetano Veloso) – Caetano Veloso
Banho de Cheiro (Carlos Fernando) – Elba Ramalho
Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) – Gal Costa
Frevo Mulher (Zé Ramalho) – Amelinha
Chego Já (Alceu Valença) – Alceu Valença
Madeira Que Cupim Não Roi (Capiba) – Antonio Nóbrega
Me Segura Que Senão Eu Caio (J. Michilles) – Alceu Valença
Realeza Linda (Carlos Fernando/ Geraldo Azevedo) – Geraldo Azevedo
Bom Danado (Luis Bandeira/ Ernani Seve) – Lenine

3. Maculele

Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, cidade marcada


pelo verde dos canaviais, é terra rica em manifestações da cultura popular
de herança africana. Berço da capoeira baiana, foi também o palco de
surgimento do Maculelê, dança de forte expressão dramática, destinada a
participantes do sexo masculino, que dançam em grupo, batendo as
grimas (bastões) ao ritmo dos atabaques e ao som de cânticos em
dialetos africanos ou em linguagem popular. Dentre todos os folguedos
de, o Maculelê o mais contagiante, pelo ritmo vibrante e riqueza de cores.
          Sua origem, porém, como aliás ocorre em relação a todas as
manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida.
Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria
florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a
integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o
Maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-
indígena. 
          Conta a lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um
episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Ioruba, em que,
certa vez, saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo
na aldeia apenas 22 homens, na maioria idosos, junto das mulheres e
crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior
número de guerreiros. Os 22 homens remanescentes teriam então se
armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores,
demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada.
Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do
ocorrido e promoveram grande festa, na qual os 22 homens

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demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio
passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo,
enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares.
A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos
guerreiros. 
          No início do século XX, com a morte dos grandes mestres do
Maculelê de Santo Amaro da Purificação, o folguedo deixou de constar,
por muitos anos, das festas da padroeira. Até que, em 1943, apareceu um
novo mestre – Paulino Aluísio de Andrade, conhecido como Popó do
Maculelê, considerado por muitos como o “pai do Maculelê no Brasil”.
Mestre Popó reuniu parentes e amigos, a quem ensinou a dança,
baseando-se em suas lembranças, pretendendo incluí-la novamente nas
festas religiosas locais. Formou um grupo, o “Conjunto de Maculelê de
Santo Amaro”, que ficou muito conhecido. 
          É nos estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) que
se encontram indicações de que o Maculelê seria um fragmento do
Cucumbi, dança dramática em que os negros batiam roletes de madeira,
acompanhados por cantos. Luís da Câmara Cascudo, em seu “Dicionário
do Folclore Brasileiro”, aponta a semelhança do Maculelê com os Congos
e Moçambiques. Deve-se citar também o livro de Emília Biancardi, “Olelê
Maculelê”, um dos mais completos estudos sobre o assunto. 
          Hoje em dia, o Maculelê se encontra integrado na relação de
atividades folclóricas brasileiras e é freqüentemente apresentado nas
exibições de grupos de capoeira, grupos folclóricos, colégios e
universidades. Contudo, convém registrar as observações feitas por
Augusto José Fascio Lopes, o mestre Baiano Anzol, ex-aluno do mestre
Bimba e professor de Capoeira na Universidade Federal do Rio de
Janeiro: “...neste trabalho de disseminação, o Maculelê vem sofrendo
profundas alterações em sua coreografia e indumentária, cujo resultado
reverte em uma descaracterização. Exemplo: o que era originalmente
apresentado como uma dança coreografada em círculo, com uma dupla
de figurantes movimentando-se no seu interior sob o comando do mestre
do Maculelê, foi substituído por uma entrada em fila indiana com as
duplas dançando isoladamente e não tendo mais o comando do mestre.
O gingado quebrado, voltado para o frevo, foi substituído por uma ginga
dura, de pouco molejo."
          “Mais recentemente, faz-se a apresentação sem a entrada em fila.
Cada figurante posta-se isoladamente, sem compor os pares, e realiza
movimentos em separado, mais nos moldes de uma aula comum de
ginástica do que de uma apresentação folclórica requintada." 
          “Deve-se reconhecer que não só o Maculelê mas todas as demais
manifestações populares vivas ficam sempre muito expostas a
modificações ao longo do tempo e com o passar dos anos.  Entendo que
todas essas modificações devam ficar registradas, para permitir que os
pesquisadores, no futuro, possam estudar as transformações sofridas e
também para orientar melhor aqueles que vierem a praticar esse folguedo
popular de extrema riqueza plástica, rítmica e musical que é o Maculelê.”

Músicas

Sou eu, sou eu

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Sou eu Maculelê, sou eu
E nois viemos,
lá da Bahia,
aonde Morava o rei da alegria.
Tirar o sossego,
de quem me ensino.
A dizer sim
e não ao meu senhor.
O que eu não,
um dia eu serei.
Para ajustar as contas com meu rei.
Sou eu, sou eu
Sou eu Maculelê, sou eu
E nois viemos,
do Mato Grosso.
Com Açucena da mata real.
Sou eu, sou eu
Sou eu Maculelê, sou eu

_________________

Da laranja eu quero um gomo


Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço
Mangolê, olê, olê
Mangolê, olê, olá
Mangolê, olê caboclo
Mangolê, olê, olá
Quiser saber meu nome
Não precisa perguntar
Basta ouvir um lindo canto
Aqui em qualquer lugar
Mangolê, olê, olê
Mangolê, olê, olá
Mangolê, olê caboclo
Mangolê, olê, olá

2.Danças Folclóricas Internacionais

Classificação:
Como manifestações expressivas de determinados povos, com seus
atributos divinos e religiosos, emitem características que podem identificar
uma nação ou região.
- Tarantela, na Itália; Valsa, em Viena (Áustria); o Tango, na Argentina; as
Danças Latinas (rumba, mambo e o chá-chá-chá.

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- Dança do Ventre original do Oriente, que atualmente passa por uma
ressignificação para espetáculo, obtendo cunho artístico e
desenvolvimento técnico apurado.
As danças folclóricas podem ser classificadas coreograficamente,
conforme o número de participantes, em: solistas, quanto existe um só
dançador, como no frevo; de par enlaçado, como a valsa; de par solto,
como a chimarrita, podendo haver aquelas em que o par se enlaça e se
separa conforme as marcações, ex.: ciranda, quadrilha.
Algumas danças, como as primitivas, são de roda, pois nelas os
participantes fazem roda, ficando o dançador ou o par no centro, como no
caso do samba de roda ou batuque. Existem ainda as que, sendo de par,
os pares giram em roda, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio,
como o jongo. Existem também as de fileiras em que os dançadores se
colocam uns atrás dos outros em duas filas que se defrontam, como na
dança de São Gonçalo.
3. Danças de Salão

Tipos:
Tango, Bolero, Valsa, Tchá Tchá Tchá, Mambo, Passo Doble, Salsa,
Forró, Lambada etc.

www.casadadancacarlinhosdejesus.com.br. Acesso em 03/09/2006

Não se trata mais de um modismo, uma mania passageira


despertada por um espetáculo da dança como Salão de Baile, do paulista
J.C. Viola, ou um filme do tipo Vem Dançar Comigo, do australiano Baz
Luhrmann, que há três anos animaram uma legião de pessoas a bater à

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porta das academias que ensinam a valsa, o tango, a salsa e outros
ritmos. Sem nenhum estímulo de ocasião, a dança de salão vem
tomando conta das cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, calcula-se que
existem cerca de 40.000 pessoas freqüentando aulas de dança de salão,
em cerca de vinte escolas com alguma credibilidade. Numa reportagem
publicada recentemente, a revista The Economist disse que o Rio de
Janeiro está para a dança de salão assim como Hollywood está para os
filmes e a Broadway para os musicais. Campeonatos internacionais de
dança de salão acontecem todos os anos nos Estados Unidos, na Europa
e na Austrália.
A corte e a sociedade letrada tinham a música e a dança como as
manifestações de lazer preferidas. Eram tidas como ornamento
obrigatório da educação e das boas maneiras. O constante interesse,
levou os colégios femininos a ensinar a dança e a música. Munidos de
títulos raros, professores estrangeiros desembarcaram no Rio, propondo-
se a lecionar composição, canto, piano e música. A despeito da dança
figurar nos currículos dos colégios e ser ministrada por professores
destacados, não houve intérpretes da dança clássica. Os cursos, que se
ofereciam na cidade, destinavam-se apenas à aprendizagem da Dança de
Salão. Após o auge da polca, na Corte em 1845, vieram a valsa e a
'quadrilha de valsa', preferidas nos salões da sociedade, e o lundu, a
caiumba eram dançados pelo povo em bailes populares.
A música instrumental e o canto eram cultivados pela sociedade.
Os cursos de dança, anunciados na cidade, revelavam os gêneros de
música dançados nos salões: redova, mazurca, cracoviana, mexicana,
nova valsa francesa, as abaneras, polca lisbonense, polca mazurca, polca
figurada Príncipe Real, valsa londrina, etc. A polca voltou aos salões, mas
já não era com a força e a paixão da década de 40.
Começaram a surgir variações na valsa, herdada de Viena, e os
professores de dança e música aproveitavam para anunciar nas folhas
diárias que lecionavam nas casas e nas residências dos alunos. Alguns
forneciam piano e músicas grátis para o estudo. O piano seria ainda por
muito tempo instrumento preferido. Seu prestígio continuou pelo século
XIX a dentro. Mas a flauta, a rabeca, a harmônica, e o pistom eram
utilizados em oportunidades diversas.
Mesmo fora do tempo carnavalesco, as sociedades promoviam
bailes e, nestes eventos, dançava-se a polca, a valsa e a quadrilha.
Das aldeias, as danças passaram a ser realizadas nos salões da
nobreza real. Danças como sarabandas, polkas, mazurkas e minuetos
eram dançadas pela nobreza, indicando diversão. Atualmente citamos as
danças dos bailes e das festas, como o funk, o axé, o pagode e o forró,
que são denominadas pelos próprios gêneros musicais.

PROPOSTA DE ATIVIDADE

1- Discutir diversos aspectos da dança e sua importância na preservação


do patrimônio cultural.
2- Identificar as principais danças de sua região, vivenciar através de
intercambio (visitar grupos e convidá-los para apresentações),

51
recursos áudio-visuais, produzir documentários, montagem de grupos
para-folclóricos, etc.
3- Sugestão de filmes: Vem Dançar, Billy Elliot, Ritmo Quente, Vem
dançar comigo, etc. Solicitar aos alunos atividades que venham
contribuir na aprendizagem do tema.
4- Culminância com festival de danças folclóricas regionais,
internacionais e de salão.

52
IV UNIDADE GINÁSTICA

GINÁSTICA

1. Ginástica Artística (GA)

Histórico

Desde a antiguidade, muitos anos antes de Cristo, o


homem dedicava-se à realização de tarefas acrobáticas, que evoluíram
no decorrer dos tempos. Um exemplo característico dessas atividades é a
ginástica de solo, inicialmente praticada em danças sacras por antigos
povos; pouco a pouco foi se distinguindo até se transformar em atividade
isolada, quando se passou a ser praticada por saltimbancos no Egito. Na
Grécia e na Roma antiga a ginástica alcança destaque na sociedade
(crescimento cultural do indivíduo).
Durante a Idade Média há um desinteresse da ginástica como
competição e o seu aproveitamento como esporte ressurge na Europa no
século XVIII.
A moderna ginástica desenvolveu-se na Alemanha principalmente
impulsionada por Friedrick Ludwig Jahn, que fundou em 1811, perto de
Berlim, o primeiro ginásio ao ar livre para treinamento físico da juventude.
A ginástica de Janh era tipicamente militarista, pois visava formar
homens capazes de defender a Pátria. Janh deu o nome de Turnen a esta
atividade física, que consistia em marchas, corridas, saltos, lançamentos,
equitação, lutas, esgrima, exercícios de escalar e natação. No cavalo-de-
pau, Janh já distinguia os saltos sobre o aparelho e o trabalho de volteio,
típico de cavalo com alças da atualidade.
Em 1820, as atividades de Janh foram proibidas na Alemanha, por
motivos políticos (Bloqueio Ginástico) seus discípulos, então, emigraram
para outros países, o que acabou contribuindo para propagar a atividade
e o método de Janh.
Em 1881, é criada a Federação Internacional de Ginástica (FIG) na
Suíça, órgão que controla o esporte até hoje. Em 1896, com o
restabelecimento dos Jogos Olímpicos em Atenas, Grécia, a Ginástica foi
incluída no programa. Tornou-se um esporte olímpico, apesar de o
presidente do Comitê das Federações Européias de Ginástica (CFEG) ser
totalmente contra a caracterização da ginástica como esporte, graças ao
empenho de Charles Gazalet e colaboradores, que queriam vê-la nas
Olimpíadas, e, lógico, com o aval do criador dos Jogos Olímpicos
modernos, o Barão de Cobertin.
Nesta época esse esporte era apenas masculino, com provas de
argolas, barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto sobre o
cavalo e subida em corda lisa. Mesmo fazendo parte da primeira edição
das Olimpíadas, existiam alguns problemas: não havia regras a serem
seguidas pelos árbitros — o que gerava muitos atritos durante as
competições — e o fato de cada ginasta poder levar seu aparelho fazia
com que não existisse uniformidade. Para solucionar todos esses
problemas, em 1948, em Londres, foi produzido um Código de
Pontuação. A ginástica foi o sétimo esporte incluído nos modernos Jogos

53
Olímpicos. Em 1958, aconteceu a primeira participação feminina em
mundiais. O interessante é que, atualmente, a ginástica, embora seja
praticada por ambos os sexos, tem mais popularidade e aceitação entre o
público feminino, pelo menos no Brasil.

História no Brasil

A Ginástica Olímpica teve início com a colonização Alemã no Rio


Grande do Sul, em 1824. A mais antiga sociedade de Ginástica do Brasil
é a Sociedade de Ginástica de Joinville, em Santa Catarina, fundada em
16 de novembro de 1858. Internacionalmente, o Brasil iniciou sua
participação em 1951, nos I Jogos Desportivos Pan-Americanos,
realizado em Buenos Aires – Argentina. Em 1954 participou do
Campeonato Mundial, em Roma, em 1980 nos Jogos Olímpicos de
Moscou. A partir de março de 1979, a Confederação Brasileira de
Ginástica (CBG) assumiu definitivamente a direção da Ginástica Olímpica
no Brasil.

Modalidades:

Ginástica de Aparelho (inclui os exercícios de barras, barras


paralelas, trave, argola, e cavalo)
Ginástica de solo (série de movimentos executados sobre um
tablado.).

Provas

Para os homens:
Barra fixa, barras paralelas, cavalo com alça, prancha (antes salto
sobre o cavalo), argolas e Exercícios de solo(sem música).

Para as mulheres:
Exercícios de solo (com fundo musical), prancha, barras
assimétricas (ou paralelas assimétricas), e na trave de equilíbrio

Competições:
A ginástica faz parte das olimpíadas desde os primeiros Jogos
(1896), onde competiam somente os homens. A partir de Berlim
(Alemanha-1936), as mulheres participam quando são criadas as
categorias: Masculina e Feminina, individual e por equipe.

Campeonatos Mundiais
A Federação Européia de Ginástica (1903), organizou o primeiro
torneio internacional de Ginástica que a partir de 1934 passou a ser
denominado de Campeonato Mundial de Ginástica. O Campeonato
Mundial é realizado em anos pares não olímpicos.

Destaques Mundiais

A soviética, Olga Korbut (Bielorussa – Belarus – Ex- Rep. Soviética))

54
– medalha de Ouro em Munique(1972).
A romena Nádia Comaneci – em Montreal/1976. Aos 14 anos obtém
07 vezes a nota 10 do juri, alcançando o Ouro nos exercícios
combinados, nas barras assimétricas e na trave de equilíbrio.
Aleksandr Dityatin (Soviético), primeiro homem a ganhar a nota 10
(dez) em ginástica. Único a ganhar medalhas nas 08 categorias que
competiu (3 Ouro / 4 prata / 1 bronze).
Vitaly Scherbo ( Bielorrusso)– 06 ouro dos 8 disponíveis
Destaques Brasileiros

Luiza Parente – primeira brasileira a participar de uma final olímpica

Daniele Hipólito – 2ª brasileira a participar de uma final olímpica


(sidney-2000).

Dayane Santos – Revelação/Pan/winnipeg/99

Fundamentos Básicos da Ginástica Artística


Na área cinestésica

. Obter experiência espacial, através de balanços, saltos, apoios, giros


e vôos.
. Aprender a controlar os movimentos em situações difíceis (como de
cabeça para baixo ou em suspensão em um aparelho).
. Melhorar sua consciência corporal, aprendendo a avaliar e controlar a
posição dos diversos segmentos corporais.
. Experimentar a própria força e reconhecer os seus limites.
. Aprender a ordenar os próprios movimentos, no que se refere a
distância, altura e profundidade e à própria consciência corporal.

Na área sócio-emocional

. Resolver uma tarefa em conjunto.


. Aprender a compreender o companheiro.
. Auxiliar na satisfação da necessidade própria de movimento.
. Possibilitar um aprendizado sem medo.
. Ajudar a eliminar sentimentos de medo, através de ajuda externa, com
a presença de companheiros e aparelhos auxiliares.
. Permitir a vivência da alegria e satisfação em função do próprio
sucesso e do sucesso dos companheiros.
. Oferecer experiências de sucesso para influenciar positivamente a
estrutura de sua personalidade.

Na área cognitiva

. Possibilitar a percepção de que é possível executar movimentos


idênticos, similares, assim como diferentes, em função da diversidade dos
aparelhos utilizados.

55
. Possibilitar a compreensão de como os aparelhos e colchões devem
ser montados, colocados e desmontados, de forma a evitar acidentes e
traumatismos.
. Aprender a terminologia dos diferentes movimentos da ginástica, para
permitir sua correta utilização.
. Ajudar a construir imagens adequadas de movimentos e mostrar como
elas auxiliam a identificar eventuais causas de falhas.
. Permitir a compreensão e o reconhecimento das relações entre
movimentos corporais e leis mecânicas.
. Ajudar a comunicar aos companheiros suas falhas e ajudar na sua
correção.

Primeiros contatos com a Ginástica Artística

¢ Desenvolvimento das qualidades físicas básicas:


. Força
. Flexibilidade
¢ Desenvolver condições mínimas que permitam:
. sustentarem o peso do próprio corpo em situações diferenciadas
. utilização dos movimentos naturais
. flexibilidade
. agilidade

Como planejar as aulas de Ginástica Artística

Deve sempre iniciar-se com um eficiente aquecimento das grandes


funções do organismo, circulação e respiração, de forma a preparar essas
funções para as tarefas a serem realizadas.
A segunda parte da aula tem como finalidade preparar os segmentos
musculares e as articulações, através de exercícios de mobilidade
articular e elasticidade muscular, ou seja, alongamentos ou flexibilização.
Na terceira parte será dada uma atenção especial aos gestos
esteriotipados dos movimentos ginásticos e suas combinações, com ou
sem os aparelhos auxiliares ou oficiais como plintos, bancos suecos,
trampolins elásticos, etc.
Após o cumprimento das tarefas ginásticas e acrobáticas, podemos
realizar os exercícios específicos de desenvolvimento de força, que
deverá levar em conta as necessidades individuais dos alunos, inclusive
no que se refere ao escalão etário e outras variáveis referentes ao
planejamento mais amplo das atividades.
Ao contrário do que comumente se afirma, a ginástica artística não é
perigosa ou responsável pelo surgimento de problemas posturais, desde
que seja praticada gradativamente e de forma correta, com a proteção
necessária. Por isso, é importante praticar os exercícios apenas na
escola, sob a orientação do professor.

OS EXERCÍCIOS BÁSICOS

. SOLO
. ROLAMENTOS
. Rolamento para frente

56
. Rolamento para trás
. Rolamentos para frente e para trás com pernas afastadas
. Rolamento para frente com pernas unidas e estendidas
. Parada de Cabeça
. Parada de Mãos
. Estrela (Roda)
.O Pré-Impulso
. Rondante
. Ponte
. Como auxiliar na ponte
. Ponte para trás
. Ponte para frente
. Kippe
. Kippe de cabeça
. Kippe de nuca
. Reversão
. Flic-Flac
. Mortal para Frente (Grupado)
. Mortal para Trás

Exemplos de exercícios de Rolamento para frente

2.Elementos Básicos da Ginástica Rítmica (GR)

57
2.1. Origem e Evolução

Histórica no Mundo

 As raízes estão na GINÁSTICA MODERNA,


metade do Século XX , nascida na Europa Central.

A GINÁSTICA MODERNA visa o


desenvolvimento do indivíduo através dos
Movimentos Naturais.

 Séculos XVIII e XIX


Sistemas de Ginástica na época : exercícios
analíticos, artificiais, voltados para as características
masculinas e mecanizados.

 Várias áreas influenciaram no surgimento da Ginástica Rítmica


Desportiva (dança, música, teatro e a própria ginástica).

Correntes que Influenciaram

 PEDAGÓGICA (Pestalozzi, Gutz Mutz, Henrich Ling)


 ARTES CÊNICAS (François Delsart, Genevieve Stebbins, Hedwig
Kallmeyer)
 DANÇA (Isadora Duncan, Rudolf Laban)
 MÚSICA (Jacques Dalcroze, Rudolf Bode, Dienes Valeria, Henrich
Medau )

Nomenclaturas Recebidas

 GF – ginástica feminina
 GR – ginástica rítmica
 GM – ginástica moderna
 GRM – ginástica rítmica moderna
 GRD – ginástica rítmica desportiva
 GR – ginástica rítmica

Eventos
 Campeonatos Mundiais
 Campeonatos Europeus
 Copa 4 Continentes
 Jogos Olímpicos
 Universíada

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 Gymnaestrada
 Torneios e outros

 Os eventos são regulamentados pela FIG (Federação Internacional de


Ginástica)

Marcos da Ginástica Rítmica


1948 Primeira competição de GM organizada pela URSS
1952 LIGIM (Liga Internacional de Ginástica)
1953 I GYMNAESTRADA
1962 Reconhecida como modalidade independente
1963 Denominação oficial Ginástica Moderna
1968 Criação da regulamentação-FIG
1970 Primeiro código – FIG
1972 Denominação oficial Ginástica Rítmica Moderna. Desporto
Olímpico.
1975 Denominação oficial Ginástica Rítmica Desportiva
1976 Participação na abertura XX Jogos Olímpicos(MONTREAL)
1984 Primeira Competição de GRD Jogos Olímpicos (Los
Angeles)
1995 GRD nas UNIVERSIAD
1998 GRD nos Jogos Mundiais da Juventude

História no Brasil
Origem em 1953/1954

 MARGARETH FROELICH

III E IV CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO-PEDAGÓGICO


EM GFM EM SANTOS –SP.
 ERICA SAUR
- Continuidade do trabalho pedagógico de MARGARTH FROELICH em
GFM.

 ILONA PEUKER
- Inicia um trabalho além do pedagógico, com ênfase no ARTÍSTICO.
- Criação do CUG (GRUPO UNIDO DE GINÁSTICA).

 DAISY BARROS

59
- Ex-aluna de ILONA PEUKER,dando continuidade ao desenvolvimento
da GRD no BRASIL até hoje.

Nomenclaturas Recebidas

o GFM – ginástica feminina moderna


o GM – ginástica moderna
o GRM – ginástica rítmica moderna
o GRD – ginástica rítmica desportiva
o GR – ginástica rítmica
Eventos

o Campeonatos Brasileiros
o Campeonatos Norte-Nordeste
o Jogos da Juventude
o Jogos Universitários Brasileiros
o GymBrasil
o Torneios
o Seletivas
o Festivais Campeonatos
o Outros
o Os eventos são regulamentados pela CBG (Confederação

Brasileira de Ginástica).

Marcos da Ginástica Rítmica no Brasil

1965 Apresentação oficial da GFM


IV Centenário do Rio de Janeiro
1967 Participação do BRASIL em um Campeonato Mundial ( individual)
60
1968 A Federação Carioca de Ginástica inclui a GM em seus Programas
1969
Participação em JEB’S
1971 Campeonato Brasileiro de GM

1979 Criação da CBG

1995 GRD no JUB’S - GRD na UNIVERSIAD


1998 GRD nos Jogos da Juventude (Mundial)
1999 GRD nos Jogos PANAMERICANOS (Brasil – Campeão)

Nos estados a GR é regulamentada pelas FEDERAÇÕES.

Fundamentos Básicos da Ginástica Rítmica

A Ginástica Rítmica baseia-se em atividades naturais, espontâneas


e rítmicas, onde todo o corpo é solicitado num movimento fluente e global.

Elementos característicos do trabalho a mãos livres (sem aparelhos)

o Andar- Variações:andar natural, esticado, passo de valsa,


mazurca, passo deslizado, ponta dos pés, balanceado, passo
trocado e ponteado.
o Correr- Corrida molejada, com flexão da perna à frente, alongada.
o Saltitar- Variações:1º saltito, 2ºsaltito ou galope, polca ou saltito
lateral, saltito unido.
o Saltos- Salto tesoura, passo-pulo, salto grupado, salto cadete,
salto em arco, salto com giro, salto com reversão, salto longo ou
“spacat”, salto com flexão da perna atrás, salto batido, etc.
o Equilíbrio: Um pé, na ponta dos dois pés, no quadril, no joelho,
variações de posição.
o Giros e Pivots
o Balanceamentos e circunduções
o Ondulações e Flexões.

Obs.: Todos estes elementos devem ser explorados nas suas mais
diversas possibilidades, principalmente, com ajuda dos próprios
alunos, oportunizando o desenvolvimento da criatividade.

4.Ginástica Geral (GG)

61
A Ginástica Geral compreende a esfera da ginástica orientada para
o lazer e engloba programas de atividades no campo da ginástica (com e
sem aparelhos), dança e jogos, conforme as preferências nacionais e
culturais. FIG (1998)
Ao considerarmos a ginástica geral como algo a ser demonstrado,
devemos estar atentos para que ela não seja vista apenas como um
“produto”, desconectada de um processo. Ao contrário, essa perspectiva
de demonstração da ginástica geral precisa ser tratada como parte
integrante do processo educativo da GG na educação física escolar. Mais
ainda: no processo de elaboração de uma composição coreográfica,
devem ser privilegiadas as experiências e interesses dos alunos e o
trabalho em grupo, estimulando a cooperação, a capacidade de ação e a
autonomia dos educandos como sujeitos, buscando novas interpretações,
novas leituras, novas significações antes desconhecidas.
Ayoub (2003)

MOVIMENTOS

Uma postura correta, músculos e articulações bem trabalhados,


fortes e flexíveis, com controle neuromuscular, agilidade fazem parte do
ponto básico para se desenvolver formas dos movimentos naturais.
PALLARES (1979)

EXERCÍCIOS

Exercício das formas naturais no ato do indivíduo flexionar,


estender, ajoelhar, contrair, relaxar, circundar, molejar, balançar, andar,
correr, saltar, saltitar, equilibrar, girar, entre outros.

AMPLITUDE

Trabalho adequado dos membros inferiores, superiores e tronco,


garantindo assim postura e amplitude adequada para prática dos
movimentos.

Atividades propostas

62
ATIVIDADE 1 - GINÁSTICA DAS BEXIGAS
Vivenciar movimentos, ritmos e elementos característicos da
Objetivos
Ginástica com a utilização de um novo aparelho.
Materiais Bexigas e aparelho de som e outras bolas.
Alunos à vontade pelo espaço, para a execução dos
Disposição
movimentos.
Apresentar a diversidade de movimentos com a utilização das
Desenvolvimento da

bexigas e explorar formas de deslocar e se comunicar com os


colegas através da bexiga.
Atividade

Explorar movimentos no solo com lançamentos da bexiga e


recuperação da mesma de diferentes maneiras.
Deixar a criatividade dos alunos explorar diferentes
possibilidades de atividades rítmicas com a bexiga
acompanhando o ritmo da música e / ou do som escolhido.
Escolher mais formas de representação da ginástica através
de outros aparelhos.
Amarrar cordão na bola (trabalhar movimentos da articulação-
Variações punho)
Modificar o ritmo da música, diminuindo a quantidade de
bexigas e os alunos deveram formar novos grupos com um
número maior em contato com a bexiga sem deixá-la cair.

ATIVIDADE 2 – CIRCUITO DE GINÁSTICA RÍTMICA


Aprimorar a relação entre movimentos corporais e aparelhos
Objetivos
da Ginástica Rítmica.
Materiais Se possível utilizar aparelho de som e cd.
Alunos à vontade pelo espaço dispostos em estações de
Disposição
aparelhos de Ginástica Rítmica ou similar.

63
Elaborar um circuito com estações de aparelhos de Ginástica
Rítmica: Corda – Arco – Bola, entre outros.

Desenvolvimento da
Fazer uma seqüência de movimentos com cada aparelho
envolvendo as técnicas do aparelho e inserindo uma atividade

Atividade
lúdica.

Os alunos deverão passar por cada estação e executar as


atividades propostas.
O professor poderá unir todas as estações em uma
culminância final na aula com uma música para todos.

ATIVIDADE 3 – GINÁSTICA NATURAL


Apresentar os movimentos característicos da Ginástica Geral,
Objetivos
com uma abordagem sobre essa sistematização da ginástica.
Materiais Aparelho de som e cd
Disposição Alunos à vontade pelo espaço
Apresentar para os alunos o que é Ginástica Natural.
Desenvolvimento da

Desenvolver Movimentos característicos da Ginástica Natural,


a partir dos animais que são premissas para esse tipo de
Atividade

Ginástica.
Vivenciar formas diferentes desses movimentos
individualmente, duplas, trios e em um grande grupo.

Sugerir aos alunos que pesquisem sobre a Ginástica Natural e


Variações desenvolver oficinas com essa temática da Ginástica.
.

ATIVIDADE 4 – GINÁSTICA GERAL – GG


Objetivos Apresentar a diversidade de atividades presente na GG.
Vídeos, revistas, pesquisas , entre outros, sobre as atividades
Materiais que compreendem a GG , tais como: jogos, lutas, brincadeiras,
danças, folclore, entre outros.
Alunos à vontade pelo espaço disponível para exposição da
Disposição
aula

64
Desenvolvimento da
Apresentar para os alunos material que demonstre e
reconheça a importância e a necessidade de desenvolver a

Atividade
GG na escola.
Exemplo: o trabalho participativo e coletivo de criar uma série
de ginástica com a união das idéias de todos sobre algo que
caracterize a Ginástica.
Ex: unir a Dança e a Ginástica.

Apresentar vídeos de grupos de GG e a sua diversidade de


Variações
trabalho com ênfase a Educação Física Escolar.

Atividade 5 – Explorando os planos e espaços

Desenvolvimento -Divide-se os alunos em pequenos grupos onde ao


ritmo da música cada grupo deverá montar movimentos nos seguintes
planos (médio, alto e baixo).

Variação: mesma atividade variando formação, ritmo e espaço.

Atividade 6 – Ginástica exploratória

Desenvolvimento – Explorar os arredores da escola observando


possibilidades de saltos, rolamentos e equilíbrio (meio fio, calçadas,
desníveis, rampas, ladeiras, árvores, etc.).

Atividade 7- Ginástica Rítmica Alternativa

Desenvolvimento – Confecção e a vivência dos aparelhos da GR (arco-


cano,galho, corda- cadarço, cordão, cipó, fita- Bambu com o TNT, papel,
massa- bastões, bola- bexiga)
Variações- Os alunos poderão montar coreografia utilizando os materiais
confeccionado.

65
V UNIDADE LUTAS

LUTAS

1. Jiu Jitsu

História do Jiu-Jitsu

  Segundo alguns historiadores o Jiu-jitsu ou "arte suave", nasceu na


Índia e era praticado por monges budistas. Preocupados com a auto
defesa, os monges desenvolveram uma técnica baseada nos princípios
do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das alavancas,
evitando o uso da força e de armas. Com a expansão do budismo o jiu-
jitsu percorreu o Sudeste asiático, a China e, finalmente, chegou ao
Japão, onde desenvolveu-se e popularizou-se.

A partir do final do século XIX, alguns mestres de jiu-jitsu migraram do


Japão para outros Continentes, vivendo do ensino da arte marcial e das
lutas que realizavam.

Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, foi um deles. Depois
de viajar com sua trupe lutando em vários países da Europa e das
Américas, chegou ao Brasil em 1915 e se fixou em Belém do Pará, no
ano seguinte, onde conheceu Gastão Gracie. Pai de oito filhos, cinco
homens e três mulheres, Gastão tornou-se um entusiasta do jiu-jitsu e
levou o mais velho, Carlos, para aprender a luta com o japonês.

Franzino por natureza, aos 15 anos, Carlos Gracie encontrou no jiu-jitsu


um meio de realização pessoal. Aos 19, se transferiu para o Rio de
Janeiro com a família e adotou a profissão de lutador e professor dessa
arte marcial. Viajou para Belo Horizonte e depois para São Paulo,
ministrando aulas e vencendo adversários bem mais fortes fisicamente.
Em 1925, voltou ao Rio e abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu.
Convidou seus irmãos Oswaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a
criação dos menores George, com 14 anos, e Hélio,com 12.

Desde então, Carlos passou a transmitir seus conhecimentos aos irmãos,


adequando e aperfeiçoando a técnica à compleição física franzina
característica de sua família.

Também transmitiu-lhes sua filosofia de vida e conceitos de alimentação


natural, sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas,
a Dieta Gracie, transformando o jiu-jitsu em sinônimo de saúde.
66
De posse de uma eficiente técnica de defesa pessoal, Carlos Gracie viu
no jiu-jitsu um meio para se tornar um homem mais tolerante, respeitoso
e autoconfiante. Imbuído de provar a superioridade do jiu-jitsu e formar
uma tradição familiar, Carlos Gracie lançou desafios aos grandes
lutadores da época e passou a gerenciar a carreira dos irmãos.

Enfrentando adversários 20, 30 quilos mais pesados, os Gracie logo


adquiriram fama e notoriedade nacional. Atraídos pelo novo mercado que
se abriu em torno do jiu-jitsu, muitos japoneses vieram para o Rio, porém,
nenhum deles formou uma escola tão sólida quanto a da Academia
Gracie, pois o jiu-jitsu que praticavam privilegiava as quedas e o dos
Gracie, o aprimoramento da luta no chão e os golpes de finalização.

Ao modificar as regras internacionais do jiu-jitsu japonês nas lutas que


ele e os irmãos realizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de
mudança de nacionalidade de uma luta, ou esporte, na história esportiva
mundial. Anos depois, a arte marcial japonesa passou a ser denominada
de jiu-jitsu brasileiro, sendo exportada para o mundo todo, inclusive para
o Japão.

1.1. Elementos Gerais

O jiu-jitsu desportivo é a parte competitiva, onde os atletas exibirão suas


habilidades técnicas, físicas e psicológicas com o objetivo de alcançar a
vitória sobre seus adversários.

Os golpes válidos são aqueles que procuram neutralizar, imobilizar,


estrangular, pressionar, torcer articulações, como também lançar seu
adversário ao solo através de quedas enquanto os golpes não válidos,
considerados desleais, como morder, puxar cabelo, enfiar os dedos nos
olhos, atingir os órgãos genitais, torcer dedos ou qualquer outro processo
tendente a traumatizar com o uso das mãos, cotovelos, cabeça, joelhos e
pés.

As competições são o marco do esporte, é o momento mais importante


para os atletas, técnicos-professores e para todos aqueles que estão
envolvidos direta ou indiretamente, não cabendo pôr tanto, a vitória a
qualquer custo, ao contrário o fair play deve ser o principal norteador. O
comportamento ético é o que dará ao esporte credibilidade e segurança,
fatores indispensáveis ao nosso esporte, pois, pôr isso só, já
conquistamos o espaço na sociedade, em seus aspectos de eficiência e
de eficácia, tornando-o o esporte espetáculo.

Assim sendo, para se almejar a participar do maior espetáculo do mundo,


que é as Olimpíadas, devemos estar imbuídos deste objetivo, tornando o
jiu-jitsu desportivo como meta.

O regulamento é a carta magna do esporte, nesta consta os direitos e


deveres, de todos aqueles envolvidos, como atletas, técnicos-professores,
dirigentes, e até mesmo o público assistente. Pois teremos a

67
responsabilidade de cumprir e fazer cumprir este regulamento, pois, só
assim, poderemos conquistar os nossos objetivos.

Área de Competição

É toda a área que componha o palco da competição, que poderá ser


composta de uma ou mais áreas de lutas, com todo pessoal de apoio:
direção dos trabalhos, arbitragem, cronometristas, fiscais, segurança e
um departamento disciplinar convocado pela diretoria que atuará no
julgamento no decorrer do evento, com poderes de punir qualquer
conduta antiesportiva ou ética de técnicos-professores, atletas, árbitros e
de qualquer assistente que se mantenha no recinto da competição que
esteja atrapalhando o bom andamento do evento em questão.

ÁREA DE LUTAS: Cada área (ringue) será composta de no mínimo 64,00


m2 e no máximo de 100 m2. A área de 64 m2 será assim dividida: Área
interna, (Área de Combate) 36,00 m2. Área de Segurança, composta de
tatames em toda a volta da área de combate sendo que de cor diferente.
Exemplo: tatames de 2x1: 18 placas na área de combate e 14 placas na
área de segurança.

Equipamentos

MESA DIRETORA: Será a mesa de direção dos trabalhos da competição,


onde ficará somente o locutor controlador das chaves e autoridades
competentes; ficará ela, localizada à frente do ringue, devendo tanto
quanto possível, ser uma mesa para cada área de luta. Paralelamente à
mesa diretora ficarão as cadeiras para os Árbitros e Anotadores e
somente eles poderão ocupar as essas cadeiras. Ao lado das cadeiras
dos árbitros ficará uma mesa, que será ocupada pelo Fiscal da
arbitragem. Cabe ao Fiscal da arbitragem fiscalizar o bom andamento da
arbitragem, também fiscalizará as credenciais dos atletas da competição.

A) Cadeiras e mesas

Haverá mesas laterais em posição estratégica para o assentamento de


toda essa equipe de trabalho.

68
b) Placar

Para cada área de combate haverá dois placares, indicando a contagem


horizontalmente, situados fora da quadra de competição, onde possa ser
facilmente visualizados pelos árbitros,membros da comissão, oficias e
espectadores .

c) Cronômetros

Serão necessários os seguintes cronômetros :

Duração de combate – um

Reserva – um

Arbitragem

O combate será conduzido por um árbitro central sob supervisão da


comissão de arbitragem. O árbitro central será assistido pelos anotadores
e cronometristas. O árbitro central será a autoridade máxima dentro do
ringue, não podendo ninguém mudar o seu resultado, a não ser o próprio,
cabendo a ele unicamente o comando da luta e a possibilidade de
desclassificação dos lutadores durante a luta. Em casos especiais o
Tribunal de Justiça Desportiva da CBJJ, poderá julgar e decidir no
resultado, cumprindo os prazos legais.Caso o árbitro mostre-se
incapacitado de continuar a arbitrar pôr motivos de erros, os Fiscais do
evento poderão troca-lo.

Durante o combate o Árbitro Central, estará sempre dirigindo os lutadores


para o centro da área de luta (ringue), caso perceba que os lutadores
estão muito próximos à linha divisória conduzirá a luta para o centro, e
dizendo energicamente a palavra

“PAROU”, seguido do gesto relativo a este comando, os lutadores não


poderão se mexer até que determine a continuação da luta. O mesmo
ocorrerá quando os lutadores tenham até 2/3 (dois terços) do corpo para
fora da área de luta. O Árbitro puxará os contendores para o meio,
obedecendo à mesma posição em que estavam, caso o Árbitro tenha
dificuldade de mover os atletas, o mesário e somente ele, ajudará o
Árbitro ou poderá fazer com que os atletas se coloquem de pé e retornem
para o centro da área de luta na mesma posição.

O Árbitro não permitirá a interferência de terceiros durante a luta, o


médico, enfermeiro ou massagista, somente poderão dar assistência
quando solicitados e autorizados pelo Árbitro.

Durante o transcorrer da luta, é rigorosamente proibido a quem quer que


seja, exceto o Árbitro, conversar com o mesário, o qual também não pode
dirigir a palavra a outras pessoas exceto ao Árbitro e este só poderá
conversar com os lutadores, com o anotador e com a mesa Diretora.

69
Expirado o tempo determinado para o combate, o cronometristas
notificará, imediatamente, o árbitro central, por um sinal claramente
audível.

Após a mesa apitar o término do combate, o árbitro poderá dar uma


vantagem para o atleta que estiver em posição que vale ponto e este não
tiver sido dado ainda, ou no caso de uma posição de finalização que
estiver encaixada, exceto para queda que deverá ser dado o ponto, pois
esta não precisa de tempo para domínio.

O mesário deverá se certificar de que está completamente atualizado dos


comandos e gestos atualmente usados para a marcação dos pontos.

As anotações nos placares serão de responsabilidade do mesário, não


podendo quem quer que seja exceto o Árbitro Central, influir ou modificar
as suas anotações.

OBS: Fica a critério da CBJJ a utilização de três árbitros por área, sendo
que, quando os três estiverem em atuação os critérios são estes: Os dois
árbitros laterais têm poderes iguais ao Central, ou seja, de validar os
pontos, vantagens ou punições que árbitro central tenha marcado ou não,
e descordar da pontuação validada pelo árbitro central.

O árbitro central colocará de frente para a mesa, e o primeiro atleta a ser


chamado ocupará o lugar a sua direita e receberá a faixa verde e amarela
de identificação da arbitragem, caso os atletas estejam com kimonos da
mesma cor, o outro atleta ocupará a sua esquerda, caso estejam de
kimonos de cor diferente o atleta de kimono azul ficará do lado direito do
árbitro e os atletas de kimono preto ou branco do lado esquerdo, e caso
um dos atletas esteja de kimono branco e o outro de preto, o de preto
ficará do lado direito, e após as recomendações e cumprimento de praxe,
ordenará o início da luta, dizendo combate.

Os lances técnicos das lutas, à ordem do Árbitro Central, serão anotados


em placares ou papeletas próprias pelo anotador de acordo com os
pontos correspondentes. Caso haja empate nos pontos ou vantagens
determinados pelo Árbitro, ou não tendo havido pontos durante o
combate, o Árbitro Central, após analisar qual dos lutadores
desempenhou maior performance, de acordo com o regulamento, dá a
vitória ao atleta que ele julgou com maior ímpeto e virilidade durante a
luta. Não haverá empate em hipótese alguma. Compete ao Árbitro Central
determinar o vencedor da luta, sendo sua decisão soberana.

O árbitro central deverá assegurar-se de que tudo esta correto; por


exemplo: área de combate, equipamentos, uniformes, higiene, oficiais,
etc., antes de iniciar o combate.

O árbitro deve se certificar de que não haja espectadores, torcedores ou


fotógrafos em posições que possam incomodar ou provocar riscos e de
ferir os competidores.

70
INTERPRETAÇÃO DO PLACAR

O placar tem os seguintes pontos colocados horizontalmente lado a lado:

4 pontos – montada e pegada pelas costas

3 pontos – passagem de guarda

2 pontos – queda, raspagem e joelho na barriga

-1, -2...  - punições

1, 2, 3... – vantagens

4 3 2 -1 1
Montada Queda
Passagem
Pegada Raspagem
de Punições Vantagens
pelas guarda Joelho na
costas Barriga

O árbitro tem que em primeiro lugar olhar para os pontos, vence o atleta
que tiver o maior somatório de pontos, caso estejam empatados, o árbitro
olhará para as vantagens, ganhando quem tiver maior número, caso
continuem empatados, perderá aquele que tiver o maior número de
punições, porem se com todos estes critérios a luta terminar empatada
em pontos vantagens e punições, caberá ao árbitro decidir quem será o
vencedor pois nenhuma luta pode ter no final um empate.

Medidores 

O medidor verificará antes da luta, o comprimento das unhas dos atletas,


cor e estado da faixa e o estado do kimono (deverá passar pelo padrão
exigido pelo medidor oficial da CBJJ)

 Tamanho do medidor: Altura total do medidor:..............................15,0 cm

                                  Largura do medidor:...................................3,5 cm

                                  Tamanho da gola:......................................5,0 cm

                                  Largura da gola:........................................1,5 cm

71
                                  Largura da manga em todo seu comprimento: 7,0 cm

DECISÃO DAS LUTAS

Não haverá empate, as lutas serão decididas por:

I – Desistência

II- Desclassificação

III- Perdas dos sentidos

IV- Pontos

V- vantagens (combatividade)

I- DESISTÊNCIA

Desistência é a superioridade técnica que um dos atletas impõe ao


adversário decretando sua derrota. Ela pode ocorrer nas seguintes
hipóteses:

1- Ao atleta que dá duas batidas com a palma da mão no adversário, ou


no chão, ou em si próprio, de forma manifesta e visível;

2- Ao atleta que estando com as mãos e os braços presos desiste com


duas batidas com os pés no chão;

3- Ao atleta estando com as mãos, braços e pernas presas, pedindo ao


Árbitro que pare a luta;

4- Ao atleta que se acidentando ou sentindo-se sem condições técnicas


ou físicas, desiste pedindo ao Árbitro que pare a luta;

5- Em todas as categorias o Árbitro, verificando um golpe perfeitamente


encaixado e na certeza que poderá expor o atleta a sérios danos físicos,
interrompe parando a luta e dando vitória a quem deu o golpe;

72
6- Quando o professor e técnico de um dos atletas, reconhecendo a
derrota, pedem a sua desistência, dirigindo-se ao Árbitro em voz alta e
firme, pedindo para parar a luta ou ainda jogando a toalha na área de luta;

7- Ao atleta que, com um golpe encaixado, fala ou grita "Ai", será o


mesmo que bater.

8- Ao atleta que alega estar sentindo câimbras será o mesmo que bater.

Quando o Árbitro, verificando que um dos atletas acidentando-se ou ainda


por determinação do médico da competição, ficando comprovada a
impossibilidade de continuar a luta ou sangrando sem parar, tendo direito
a dois pedidos médicos, caso não pare o sangramento após o 2º pedido,
dá a vitória ao adversário, desde que não tenha havido falta intencional de
desclassificação.

II- DESCLASSIFICAÇÃO

FALTAS GRAVES:

São as que acarretam desclassificação imediata pelo Árbitro, são elas:

a) Proferir palavras obscenas, de baixo calão, ou atitudes acintosas de


imoralidade, ou desrespeito à mesa, ao Árbitro, ao público e ao
adversário.

b) Morder, puxar cabelos, golpes nos órgãos genitais, nos olhos, golpes
traumáticos (socos, cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, pontapé e etc.),
aplicar chave de calcanhar ou chave que torça o joelho, bate-estaca,
tesoura e cervical.

c) Quando o lutador tem seu kimono inutilizado e não o troque no prazo


máximo determinado pelo árbitro, a fim de se evitar a interrupção
excessiva da luta.

d) É obrigatório o uso de sunga ou cuecas pôr baixo da calça do kimono,


tendo em vista o risco de rasgar ou descosturar a calça, caso ocorra
algumas destas hipóteses, o atleta terá um tempo determinado pelo
Árbitro para vestir outra calça. Não o fazendo neste prazo, será
desclassificado imediatamente.

e) Quando o atleta tendo um golpe encaixado e para evitar bater e assim


perder o combate, foge deliberadamente para fora da área de combate.
Neste caso será desclassificado imediatamente.

Neste caso específico por ser uma falta técnica e não disciplinar o atleta
pode voltar a lutar no caso de chave de 3 ou absoluto, inclusive em
relação a sua colocação na chave.

73
f) Quando o atleta infringir qualquer das restrições do artigo 6º.

 FALTAS NÃO CONSIDERADAS GRAVES:

 Punição:

Na 1ª advertência o atleta será chamado a atenção,

Na 2ª advertência o atleta recebe a punição com 1 vantagem para o


adversário.

Na 3o advertência o atleta recebe a 2ª punição com 2 pontos para o


adversário e sucessivamente até a desclassificação.

Após a 3o advertência o Árbitro poderá desclassificar a qualquer outra


falta.

a) O atleta só poderá ajoelhar-se quando já estiver segurado no kimono


do adversário.

b) Quando o atleta ou ambos os atletas, em pé foge para as extremidades


da área de luta, evitando o combate, ou quando na luta de chão, foge
arrastando-se para fora do ringue, ou quando na luta de chão, foge do
combate ficando em pé evitando luta no chão, ou propositadamente pisa
fora da área de luta para ganhar tempo.

c) Quando o atleta foge do combate retirando, ou propiciando a retirada


do próprio kimono, a fim de paralisar a luta para

descanso ou evitar os ataques do adversário.

d) Quando o atleta segura na boca das mangas com os dedos virados


para a parte interior das mangas, ou das calças, ou com as duas mãos na
faixa do adversário.

e) Quando o atleta procura evitar o combate (amarrar a luta) segurando


seu adversário sem procurar combater ou finalizar a luta, estando na
guarda pôr cima ou pôr baixo, nas imobilizações, em pé ou em qualquer
posição que esteja nítida a falta de combatividade, terá depois de
estabilizada a posição 20 segundos marcada à solicitação do Árbitro que
dará uma advertência dizendo a palavra ”LUTE” seguido do gesto de
amarração. Após este tempo, se o atleta não estiver tentado um ataque
ou mudado de posição, o árbitro falará novamente a palavra “LUTE”
seguido do gesto de amarração e o atleta será punido com uma vantagem
para o adversário e, permanecendo na posição, o árbitro interromperá a
luta e o atleta será punido novamente com dois pontos para o adversário
e a luta se reiniciará em pé, podendo ser desclassificado na terceira
advertência.

f) Obs: Punição c/ perda direta de 2 pontos:

74
o 1.          Quando o atleta foge deliberadamente do ringue
evitando uma raspagem, que o árbitro considere que ia ser
concretizada, ou quando o atleta sai do ringue evitando um
golpe que ainda não estava encaixado e desta forma não se
enquadra no artigo “e” de Desclassificação.

III – PERDA DOS SENTIDOS

 Parágrafo Único: Um dos 2 é derrotado quando perde os sentidos por


golpes permitidos, como pressão, estrangulamento, quedas, ou em casos
de acidentes, em que o adversário não tenha cometido falta intencional de
desclassificação.

IV – PONTOS

1o - Pontos positivos

A competição pôr sua natureza impõe aos atletas a usarem suas


habilidades técnicas, tentando finalizar ou neutralizar as do seu
adversário, o ponto é a superioridade técnica que os atletas conquistam
durante a competição através de colocações e pontos negativos do
adversário. Para o atleta receber o ponto, é necessário que ele domine
por 3 segundos a posição.

 Pontos Cumulativos

        Pontos Cumulativos são os pontos que são somados porque são
feitos em seguida um ao outro, como: raspagem e montada
seguidamente, será marcado 6 pontos, sendo primeiro 2 da raspagem e
em seguida 4 da montada; passagem de guarda por dentro das pernas e
montada em seguida, serão marcados 7 pontos, sendo primeiro 3 da
passagem de guarda e em seguida 4 da montada.

2o - Pontos Negativos:  (penalidades)

São pontos que um atleta perde na 3o advertência de fuga; pôr


impossibilitar propositadamente a luta (amarrar a luta); pôr imobilizar além
de 20 segundos sem procurar finalizar a luta.

Imobilização: caso de imobilização clássica no sentido lateral, longitudinal


sem iniciativa de finalização.

Assim que o Árbitro perceber que a imobilização foi consolidada e que o


atleta não está procurando a finalização e somente se limita a segurar o
adversário, o Árbitro começará a contagem de 20 segundos marcada à
solicitação do Árbitro que dará uma advertência dizendo a palavra ”LUTE”
seguido do gesto de amarração. Após este tempo, se o atleta não estiver
tentado um ataque ou mudado de posição, o árbitro falará novamente a
palavra “LUTE” seguido do gesto de amarração e o atleta será punido
com uma vantagem para o adversário e, permanecendo na posição, o

75
árbitro interromperá a luta e o atleta será punido novamente com dois
pontos para o adversário e a luta se reiniciará em pé, podendo ser
desclassificado na terceira advertência.

 V – VANTAGENS

É considerada vantagem quando o atleta não conseguir conquistar as


posições fundamentais da luta como: Raspagem, Queda, etc; e também,
todas as iniciativas impostas ao seu adversário; tanto em pé como no
chão:

 ·         Vantagem na queda: Quando existe um desequilíbrio visível


no qual o adversário quase completa a queda
 ·         Vantagem no caso da guarda dentro das pernas:

a. O que está por cima fará jus a esta vantagem se estiver em ofensiva,
tentando dominar a guarda de seu adversário (passar), para que o Árbitro
considere a vantagem o atleta que está por cima tem que chegar em
posições de quase passagem, obrigando o adversário a gastar grande
energia para repor a posição. Ex: (meia guarda, quase conseguir a
imobilização, conseguir emborcar e manter a posição por 3 segundos,
etc...).

b. O que está por baixo, fará jus a esta vantagem, se quase conseguir
raspar, não conseguindo consolidar a raspagem, mas colocando o
adversário em posição de perigo, também quando conseguir encaixar um
golpe que leve perigo de finalização ao adversário. Obs. Para que a
tentativa de raspagem possa valer como vantagem o atleta de baixo terá
que abrir a perna tentando ir para cima do adversário.

 Em caso de placar empatado o árbitro deve considerar os seguintes


critérios para o desempate:

 ·         Quando um dos atletas demonstra tanto na luta em pé como


na luta de chão tentativa de golpes, colocações iniciativas técnicas,
levando o oponente a uma situação de defesa, então caberá ao
Árbitro, a decisão da luta a favor daquele atleta que superou em
vantagem seu adversário, o qual mostrou evidência de domínio
durante o combate.
 ·         Vantagem, no caso da luta em pé, será dada àquele atleta
que procurar com maior ímpeto e virilidade e iniciativas de quedas
ou de ataques de finalização durante a luta em pé.
 ·         Vantagem no caso de luta no chão, será dada aquele atleta que com
maior ímpeto, virilidade e técnica procurar levar seu adversário à atitude
de defesa.

RESTRIÇÕES

 ·         Em todas as categorias o Árbitro Central poderá interromper


o combate quando perceber que um golpe está perfeitamente
encaixado e na certeza que poderá expor o atleta a sérios danos

76
físicos, interferindo parando a luta e dando vitória a quem aplicou o
golpe – que o fez tomar esta atitude.

 A chave de cervical pelo risco que oferece, não vale para nenhuma
categoria (desclassificação imediata), com exceção para os
estrangulamentos nas categorias juvenis e adultos em todas as
faixas.
 Atleta menor de idade no caso Juvenil, só será permito participar
do absoluto quando for acima do peso Médio.
 Não será permitido uso de sapatilhas, protetores de orelhas nem
outros protetores que possam prejudicar o bom andamento das
lutas, bem como o uso de qualquer tipo de camisa por baixo do
kimono.
 No caso do triângulo encaixado se o atleta ficar de pé retirando o oponente
do chão o árbitro deverá se colocar de modo a proteger a coluna cervical
do atleta que estiver aplicando o golpe, nas categorias de pré-mirim até
infanto-juvenil.

 De 04 a 12 anos:

 Bate Estaca.
 Chave de Bíceps.
 Mão de Vaca.
 Triângulo Puxando a Cabeça.
 Chave de Pé (todas as formas).
 Chave de joelho, Leg-Lock
 Cervical.
 Mata Leão de frente
 Ezequiel
 Chave de Panturrilha
 Omoplata
 Gravata técnica de frente
 Kanibasami (tesoura)
 Chave de calcanhar

De 13 a 15 anos: 

 Bate Estaca.
 Chave de Bíceps.
 Mão de Vaca.
 Triângulo Puxando a Cabeça.
 Chave de Pé (todas as formas).
 Chave de joelho, Leg-Lock
 Cervical.
 Mata Leão de frente
 Ezequiel.
 Chave de Panturrilha
 Kanibasami (tesoura)
 Chave de calcanhar

De 16 a 17 anos e adulto faixa branca:

77
 Bate estaca,
 Leg lock
 Cervical
 Chave de bíceps
 Chave de panturrilha
 Mão de Vaca
 Mata leão no pé
 Kanibasami (tesoura)
 Chave de calcanhar

De Adulto a Sênior 5 (faixas azul e roxa)

 Mata leão no pé
 Bate Estaca
 Leg lock
 Cervical
 Chave de Bíceps
 Chave de Panturrilha
 Kanibasami (tesoura)
 Chave de calcanhar

Adulto à Sênior 5 (faixas marrom e preta) 

 Bate Estaca
 Cervical
 Kanibasami (tesoura)
 Chave de calcanhar

HIGIENE

a. O Kimono deverá estar limpo, seco e sem odores desagradáveis.

o b. As unhas dos pés e das mãos devem estar cortadas e curtas.
o c. Cabelos longos deverão ser presos de modo a não causar
incômodo ao outro competidor.
o d. O atleta não poderá pintar o cabelo com spray, caso isto aconteça e
o árbitro veja, será desclassificado.

KIMONO

  Os competidores deverão usar os kimonos atendendo as seguintes


condições:

o a. Tecido resistente em algodão ou material similar, em boas


condições (sem remendos ou rasgos).O material não deverá ser
muito espesso ou duro de modo a impedir que o oponente possa
fazer a pegada, é obrigatório o uso de kimono trançado para as
categorias juvenil e adulto.

78
o b. Cor preta, azul ou branca, não podendo ser misturado, nada: calça
azul e paletó branco, gola de uma cor e paletó de outra.    

o c. O paletó será suficientemente longo devendo ir até as coxas e,


no mínimo alcançar a altura dos punhos, estando os braços
completamente estendidos a frente do corpo. A manga
deverá ter uma folga de acordo com a medida oficial da
CBJJ entre a manga e o braço em toda a extensão do
braço.  

o d. Uma faixa resistente de 4 a 5cm de largura, cuja a cor


corresponda a graduação com a ponta preta, deverá ser
usada sobre o paletó, na altura da cintura e amarrada com
um nó duplo, suficientemente apertada para impedir que o
paletó se solte.

o e. É proibido ao atleta iniciar o combate com kimono


rasgado, descosturado, camisa pôr baixo do kimono (com exceção
da categoria feminina), ou ainda fora dos padrões exigidos, ou
seja, manga apertada.

o f. É proibido o uso de kimonos pintados em qualquer parte a não


ser que seja a logomarca de sua academia ou de seu patrocinador.

  CATEGORIAS POR FAIXA ETÁRIA

PRÉ-MIRIM              – 4,5 e 6 anos

MIRIM                     -  7,8 e 9 anos

INFANTIL                 - 10,11 e 12 anos

INFANTO-JUVENIL    – 13,14 e 15 anos

JUVENIL                  -  16 e 17 anos

ADULTO                  - 18 a 29 anos

MASTER                  - 30 a 35 anos

SENIOR 1                - 36 a 40 anos

SENIOR 2                - 41 a 45 anos

SENIOR 3                - 46 a 50 anos

SENIOR 4                - 51 a 55 anos

SENIOR 5                - 56 em diante


79
 DURAÇÃO DAS LUTAS

 Para os campeonatos o tempo de duração das lutas serão: 

o       PRÉ-MIRIM – 2 min


o       MIRIM – 3 min
o     INFANTIL – 4 min
o      INFANTO-JUVENIL – 4 min
o       JUVENIL – 5 min
o      ADULTO:
 a.  BRANCA – 5 min
 b. AZUL – 6 mim
 c.  ROXA – 7 mim
 d. MARROM – 8 min
 e.  PRETA – 10 min
o      MASTER:
 a.     AZUL – 5min
 b.     ROXA – 6min
 c.     MARROM – 6 mim
 d.     PRETA – 6 min

o       SENIOR:

 a.     AZUL – 5min


 b.     ROXA - 5 min
 c.     MARROM – 5min
 d.     PRETA – 5min

PONTOS ATRIBUÍDOS PARA OS ATLETAS DE ACORDO COM A


COLOCAÇÃO

 a) Campeão – 9 pontos

b) Vice-campeão – 3 pontos

c) Terceiro lugar – 1 ponto

Obs: Havendo somente um atleta para competir na categoria, este


receberá medalha de campeão; havendo ainda dois atletas da mesma
academia ou clube na mesma categoria, estes lutarão entre si, recebendo
as medalhas correspondentes do resultado da luta, e em ambos os casos
não estarão marcando pontos para suas academias ou clubes.

80
SISTEMA DE GRADUAÇÃO DA IBJJF

Sistema de faixas e idades correspondentes

I . BRANCA – Iniciante, qualquer idade

II. CINZA – 04 a 06 anos

III. AMARELA – 07 a 15 anos

IV. LARANJA – 10 a 15 anos

V. VERDE – 13 a 15 anos

VI. AZUL – 16 anos ou mais

VII. ROXA – 16 anos ou mais

VIII. MARROM – 18 anos ou mais

IX. PRETA – 19 anos ou mais

X. VERMELHA E  PRETA

XI. VERMELHA

2. Karatê

81
HISTÓRIA

A palavra "karate" é derivada de uma expressão usada na filosofia


zen, que pode ser considerada como parte integrante da filosofia oriental.
A palavra "sora" que se pronuncia também como "kara" ou "kuu",
representa o universo. No pensamento zen, a palavra contém o ato ou
processo de libertação da pessoa ou seu ego, conseguindo um estado de
mente que não é afetado por nada, isto é, estado de inexistência. Este
"estado", significa o esforço para livrar a pessoa de qualquer tipo de
desejo e desenvolver um caráter respeitável. Portanto o verdadeiro
propósito do karate é treinar de tal forma que o praticante possa viver de
maneira agradável, saudável, honrado e digno, sem criar problemas, sem
temer ao forte ou poderoso, sem se humilhar ante o homem influente, e
sem se tornar cego pelas riquezas da terra (desapego). Esse equilíbrio
existe através do In e You, que em conjunto, formam o universo, numa
combinação do positivo e negativo. O significado atual do karate, se deve
ao mestre Gichin Funakoshi, que mudando o sentido original do nome,
introduziu a palavra KARA com significado de vazio, Céu, Universo. TE
significa mão e DO caminho. Literalmente karate significa o caminho das
mãos vazias (Por isso se diz que o lutador de karate usa o próprio corpo
como armas para lutar) ou num sentido mais filosófico, caminho que
contém o universo.

 KARA: vazio;
 TE: mãos.

No karate existe uma famosa expressão do mestre Funakoshi:


"Karate Ni Sente Nashi", que significa que primeiro a defesa é importante,
depois o ataque, sem perder o espírito ofensivo, esse provérbio explica
claramente o objetivo do karate que é conter o espírito de agressão.
Dessa forma, nota-se a atitude de respeito na prática do "Kata" (Luta
imaginária), as quais sempre se iniciam com técnicas de defesa. Grande
responsável pelo desenvolvimento do karate, mestre Gichin Funakoshi,
introduziu o karate como esporte no Japão e foi convidado pelo ministério
da educação japonês, para dar aulas de karate nas escolas e
universidades do país. O mestre Funakoshi pretendeu com seu método
que visava a educação física como forma de defesa pessoal, aliada à
filosofia dos samurais, mas com base científica, ajudar os estudantes em
sua formação como homens e cidadãos úteis a sociedade, tudo isso, sem
perder o verdadeiro espírito marcial da luta.
82
O caratê, como arte marcial, iniciou ao chegar no Japão, através da
imigração de monges e rebeldes, que dominavam essas técnicas. Essa
imigração ocorreu em conseqüência do distanciamento da espiritualidade
das artes marciais, que começaram a existir apenas como combate,
contrariando o ideal iniciado pelos montes.
No Japão, veio o enriquecimento das práticas gerando uma nova
disciplina marcial. Nesse sentido, há de se destacar o arquipélago de
Okinawa por ter fundamental importância no crescimento das artes
marciais no Japão, devido a sua localização geográfica e as vias de
intercâmbios comerciais e culturais com a China. A medida em que a arte
foi sendo desenvolvida, estudada, cultivada e transmitida através das
gerações, mudanças e contribuições foram somadas para a formação de
diversos estilos de karate em evidência atualmente.

Há milênios já existiam formas de lutas sem armas, e na época dos


samurais no Japão, não existia o conceito de esporte. Os guerreiros
praticavam artes marciais também como forma de exercícios físicos,
através dos quais educava a disciplina, a moral, o civismo e impunham a
paz e a moral à sua Nação.

O karate foi considerado "arte divina" pela sua grande eficiência no


combate real. Um dos fatos mais importantes para o desenvolvimento do
karate, foi o surgimento do "karate-competição" como esporte. Nos anos
30 e 40, o karate começou a se espalhar pelo mundo.

Aqueles poucos indivíduos, que realmente alcançaram uma alta


condição na arte do karate, exibem capacidades que parecem estar
próximas dos limites do potencial humano. O praticante de karate, uma
pessoa altamente treinada nos aspectos físico-mentais, quando se
confronta com o atacante, apresenta um comportamento diferenciado e
da provas de sentimentos completamente incomuns a alguém tão
ameaçado. Existe um ruptura de pensamento intelectual e de emoções
como raiva, medo e orgulho. Em lugar disso, ele não se sente como
indivíduo separado das coisas que o cercam, como um indivíduo em seu
ambiente. Até mesmo seu oponente é olhado como uma extensão de si
próprio. É natural que tais sentimentos subjetivos estejam abertos ao
estudo científico.

Estes são os lemas do lutador de karate:

I- Esforçar-se para formação do caráter (Disciplina);


II- Criar o intuito de esforço (Determinação);
III- Respeitar acima de tudo (Respeito);
IV- Conter o espírito de agressão (Desapego);
V- Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão (Honra).

Funakoshi com 20 ensinamentos:

01- O karate inicia-se e termina com saudações.


02- No karate não existem golpes de agressão.

83
03- O karate apóia o caminho da razão.
04- Conheça-se a si próprio antes de julgar os outros.
05- A principio lapidar o espírito, depois a técnica.
06- Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
07- A falha surge com a acomodação mental e física.
08- O karate não se limita apenas ao Dojo.
09- A essência do karate se descobre no decorrer da vida.
10- Dará frutos quando associado a vida cotidiana.
11- O karate é igual água quente: se não recebe calor constantemente ela
esfria.
12- Não pense em vencer, mas não pense em derrota.
13- Mude sua posição conforme o tipo de adversário.
14- A luta depende do bom motivo da teoria In e You.
15- Imagina que seus membros são espadas
16- Para o homem que sai do seu portão, existe milhões de adversários.
17- No princípio, seus movimentos são artificiais, mas com a evolução
tornam-se naturais.
18- A prática de fundamentos deve ser correta. Enquanto em uso torna-se
diferente.
19- Domínio do seu corpo na coordenação, na força, na velocidade e
elasticidade.
20- Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente.

DESENVOLVIMENTO DOS ESTILOS

Como se vê por esse breve histórico, várias escolas de caratê surgiram.


Muitas bem sucedidas e que carregam vários adeptos através dos anos,
mantendo os ensinamentos originais de seus fundadores. Cada escola
marcial, que se tornava forte, tinha suas próprias características tornando-
se uma arte em si.
Além disso, a partir do estilo especial de treinar caratê criado em
Okinawa, linhas também especiais surgiram, como o Goju-Ryu, Shito-Ryu
e Shotokan.Esses se destacam como os principais estilos (mantém-se até
hoje, no mundo todo).
Cada estilo possuía dezenas de adeptos. Entre todos eles, alguns se
sobressaiam e chegaram a desenvolver a arte marcial a um nível nunca
atingido anteriormente. Dessa forma, o destaque e reconhecimento era
inevitável. Muitos alunos e seguidores consideravam seus conhecimentos
como um livro sagrado, na tentativa de perpetuar seus ideais.
Porém essa perpetuação não ocorreu de forma ilesa, isso, por permitir um
grande número de adeptos, que se espalhavam pelo mundo todo, e que
acabaram por criar diferentes correntes.
Para denotar essa situação, observa-se a figura 1. Nela estão descritos
os três principais estilos e as mais fortes correntes atualmente existentes.

84
Figura 1: Linhas de Karate derivadas dos principais estilos de Okinawa.
(GONZALEZ, 1985: 19)

Atualmente, no Brasil, há adeptos dos três estilos de Okinawa. Somente


algumas das linhas são fortes, como: Gojukai e Wadokai.

CARATÊ NO BRASIL
No Brasil, o caratê chegou com os imigrantes japoneses na década de 40.
Os treinos, hábito comum nas famílias que chegaram, foi aos poucos
sendo assimilado e desenvolvido, também, pelos ocidentais. Durante
muitos anos, a prática deste esporte se resumiu a apenas uma atividade
familiar. Com o passar do tempo, o grande número de adeptos
transformou isso em esporte.
Aqui, ainda há uma barreira cultural muito grande a ser quebrada, pois
essa atividade ainda não é considerada como outra qualquer no país.
Uma vez que essa sociedade classifica a arte como sendo apenas luta, e
isso está sempre ligado à violência, por esse motivo o caratê é, quase
que sempre, banido dos grandes círculos esportivos.
Por não ser popular, na hora de considerar por esse esporte ou por um
outro de maior penetração social e esportivo, o iniciante, futuro atleta, não
pensa duas vezes em deixar o caratê como última opção. Por outro lado,
graças a isso, é no caratê que se encontra um número muito maior de
atletas que realmente o praticam por gostar e não por esperar retorno
financeiro ou publicitário.
Devido à política do país, o esporte ficou vinculado muito tempo a uma
Federação Desportiva que não era diretamente ligada ao caratê. Isso
limitou muito a sua penetração na sociedade e a sua fixação como um
esporte comum.
Uma lei (a "lei Zico", criada quando o grande jogador de futebol Zico foi
Ministro dos Esportes) permitiu que a única federação oficial do país que
se conseguiu criar exclusivamente ao caratê fosse acompanhada de
federações paralelas. Estas novas federações, livres para agir, criaram
correntes que não são convergentes, dificultando também sua
penetração.

CARATÊ OLÍMPICO

85
A prática dessa arte marcial no mundo, hoje, é bastante acentuada
principalmente nos países maiores como Brasil, Estados Unidos, Canadá,
Espanha e como não podia deixar de ser, Japão, são os países onde há o
maior número de praticantes de pelo menos uma das linhas.
No Japão, por exemplo, caratê não é apenas um esporte, é uma filosofia
e uma necessidade de se manter corpo, mente e espírito saudáveis. Nos
Estados Unidos, os campeonatos são grandiosos eventos utilizados para
se obter lucro e divulgação publicitária, entre outros objetivos capitalistas.
Na Europa, também, o desconhecimento é bastante acentuado.
Com a disseminação do esporte no mundo todo, permitiu-se que se
criasse uma organização mundial ("WUKO"), com confederações em cada
país, organizando o esporte tomando força a ponto de se transformar num
esporte moderno.
Para isso, fez-se necessário que a prática do esporte fosse uma atividade
segura para seus praticantes, de forma que ao ser praticada, trouxesse
aos participantes desenvolvimentos físico e intelectual e não pudesse
causar riscos físicos.
Durante muitos anos essa tem sido a meta maior do esporte, mas a
maturidade demorou mais do que outros devido, principalmente, à prática
ser algo mais familiar do que de competição, praticamente no mundo
todo. O Judô, por exemplo, conseguiu atingir esta transformação muito
mais cedo e por esse motivo já participa de olimpíadas a vários anos.
Para ser um esporte olímpico, uma modalidade esportiva precisa primeiro
ser apresentada ao mundo em uma olimpíada. A modalidade será então
julgada para a decisão de sua aceitação ou não. Caso não consiga atingir
todos os requisitos para ser uma modalidade olímpica, deverá
permanecer pelo tempo de vinte anos se reorganizando. Isso aconteceu
com a arte marcial conhecida como Taekwendo, por exemplo.
O caratê está pronto para ser apresentado ao mundo. Nas Olimpíadas de
2000 em Sidney - Austrália, estará sendo apresentado ao mundo. Dois
atletas curitibanos estarão se juntando com atletas de outras cidades para
formar a equipe brasileira que participará nessa modalidade. O Brasil já
tem muita experiência de participações em campeonatos internacionais
realizados anteriormente entre as confederações mundiais, e pode
desempenhar, com nível extraordinário, o papel de apresentar o esporte e
de vir a tornar-se campeão, como já pudemos vivenciar com o Judô.
A organização do caratê, na olimpíada, dar-se-á da seguinte maneira: as
modalidades possíveis serão individuais e em equipe, masculino e
feminino, em todas as idades, de infantil a master.
Nas modalidades individuais, as competições objetivam o competidor com
o maior número de vitórias e é claro, nas equipes aquela que obtiver
também o maior número de vitórias. Tanto em uma como em outra
modalidade, após a divisão entre sexo, peso e idade, há subdivisões por
níveis de graduação. Um mesmo atleta poderá participar das modalidades
individuais e/ou em equipe.
O número de combinação de chaves acaba se tornando extenso,
principalmente se as chaves utilizarem o método de repescagem dupla,
isto é, quando o atleta estará fora da competição se ele perder duas
vezes.
Há, ainda, dois tipos básicos de competições no caratê: KATA e KUMITE.
Kata é um tipo de competição em que é exibido a base da arte marcial,

86
objetivando alcançar a melhor perfeição possível em uma seqüência de
golpes escolhida entre diversas seqüências padronizadas de competição.
No Kumite, acontece a competição em si.
Com relação aos diferente estilos, no caso de competições de grande
porte como as olimpíadas, não existe a divisão por estilo. Há um prévio
consenso na padronização das diferenças básicas.

PRÁTICA: NÍVEL DE DIFICULDADE E HABILIDADES


Cada pessoa é única, principalmente em si e é única em função da fase e
idade na qual se encontra.
O caratê, justamente por considerar os limites individuais importantes,
auxilia as pessoas a encontrarem a expansão para esses limites. Uma
vez encontrados, os treinamentos permitem isso, sendo mais fácil para
alguns e muito mais difícil para outros, dependendo especificamente de
cada um. TEGNER (1991) e DUNCAN (1979). No entanto, ao realizar
isso, a união com o espírito torna-se cada vez maior.
Nesse esporte que é considerado por muitos como sendo violento,
encontram-se muitas pessoas que obtiveram êxito em superar
deficiências, como:
 dificuldades respiratórias;
 dificuldades de inter-relacionamentos;
 tendências para a violência;
 medo de violência;
 etc.

Não há estatísticas oficiais sobre a questão dos benefícios obtidos com a


participação em treinos de caratê, mas pode-se facilmente encontrar
essas pessoas durante os treinamentos.
Apesar de considerado violento, encontra-se um índice muito maior de
pessoas machucadas em esportes considerados muito menos violentos,
como o futebol por exemplo, do que no caratê. Isso se deve aos
exercícios de auto controle, que são exaustivamente treinados. Por
exemplo, em lutas durante os treinos ou em competições, não é permitido
causar prejuízos físicos ao adversário. Isto é mais difícil executar, pois
exige maior força de controle e de concentração, além da força física,
mesmo que sejam utilizados protetores para o corpo.
A execução do Kata, por exemplo, desenvolve habilidades para
raciocínios espaciais maiores e mais rápidas pelos seus praticantes. No
Kumite, a superioridade física adquirida desenvolve uma habilidade maior
pelo respeito aos adversários em aula e, principalmente, fora dela.
Karate Do
 

 
2.1. Elementos Gerais

GOLPES

Os movimentos do karatê são muito complexos, necessitando-


se de muitos anos de treinamento árduo, dedicação, disciplina e muita

87
força de vontade para buscar cada vez mais a perfeição. Basicamente,
um movimento é composto da base, que é posição das pernas e a forma
de distribuir o peso do corpo sobre elas e um movimento dos braços, que
pode ser uma defesa, um ataque ou os dois combinados. Existe uma
infinidade de variações para cada tipo de posição ou movimento, estas
ilustrações são apenas um exemplo, não tendo a pretensão de transmitir
um conhecimento que só pode ser adquirido através de treinamento real.

MÉTODOS DE ENSINO E TÉCNICAS DE TREINAMENTO NA


APRENDIZAGEM DO KARATÊ

O primeiro trabalho de um professor de karatê é aprender como


apresentar seus conhecimentos a seus alunos da melhor forma possível,
pois deve haver sempre um método de ensino definido no qual o
professor tenha confiança.
A confiança se desenvolve com o saber, mas o conhecimento
deve ser geral e de forma que abranja a todas as coisas.

88
Se uma pessoa se propõe a ensinar, deve primeiramente aprender
as metodologias de ensino e como aplicá-las conscientemente, pois estas
lhe serão de muita utilidade, e o ajudarão nas dificuldades que poderão
aparecer na primeira vez em que se encontrar diante de uma classe de
alunos. Gradualmente: a experiência, a aplicação de conhecimentos e a
imaginação farão com que o instrutor construa seus próprios métodos,
porém até que chegue a esse estágio, o que se segue pode ter utilidade.
Daremos uma rápida vista no processo de aprendizagem, pois dar
uma relação completa dos argumentos das diferentes escolas
psicológicas, as quais pretendem explicar o que é aprender, seria um
objetivo muito ambicioso. Por isso, será feita uma breve descrição das
duas principais escolas ou correntes, que por razão de utilidade são de
aplicação mais conveniente ao ensino do caratê e do movimento técnico,
sendo denominadas PERCEPÇÃO A POSTERIORI E REFLEXÃO.
A Percepção a Posteriori (Automatista) trata do tipo de
aprendizagem baseada no processo de prova e erro (errando se
aprende). Enquanto que, Reflexão (Gestalt) trata de aprendizagem por
meio da aplicação do conhecimento e da experiência a um problema
específico.

A Percepção a Posteriori e Reflexão são igualmente importantes,


mas quando o problema global é percebido na sua totalidade se produz
uma reflexão e o problema pode ser resolvido com uma maior facilidade.
Na atualidade, a denominação dada para a Teoria da Reflexão é Método
“Sintético-Analítico-Sintético ou Global-Parte-Global” e para Teoria da
Percepção a Posteriori é “Analítico-Sintético” ou “Parte-Global”.
Resultados experimentais afirmam que o método “Global-Parte-
Global” é o melhor para iniciantes e o método “Parte Global” é melhor
para os alunos mais avançados.
Muitos professores de bom nível técnico, mas que chegaram a
esse nível a “duras penas” com muita prática e pouca teoria, usam o
método “Parte-Global” com os alunos iniciantes, decompondo um golpe
ou uma técnica em várias partes distintas e ensinando ao principiante
cada uma das partes, por exemplo: aonde por o pé direito e o esquerdo;
aonde deve ser colocada cada mão; como fazer um passo nas posições
de caratê; etc.
Quando o aluno “dominar” todas as partes, permitem-lhe que
experimente o movimento global. Raríssimas vezes mostram o
movimento ou a técnica com a sua finalidade, pois o próprio instrutor
demonstra unicamente uma parte de cada vez.
Desse modo, o principiante não tem idéia de que aspecto tem o
produto final, e o resultado é uma progressão técnica muito pobre,
havendo trancos de movimentos a outros movimentos, tão ineficazes
como feios. Por isso, essa forma de ensino é mais apropriada para alunos
ou atletas que têm uma visão final do objetivo.
O método “Global-Parte-Global” consiste em deixar o principiante
executar o movimento Global de uma técnica, tratando de imitar o

89
instrutor que demonstrou o movimento “global”, sendo que aqui o instrutor
deve ser um bom executante porque a imagem do movimento técnico vai
ficar gravada na memória do aluno.
Não importa que o resultado seja pobre quando se consegue fazer
“sentir” o movimento da técnica em maior ou menor grau. Partindo desse
ponto então o professor separa as partes que acha que podem ser
melhoradas e então retorna a colocá-las no movimento global, antes que
o global se perca de vista. O movimento global está presente na mente a
todo o momento, não se pode deixar que nenhuma “parte” concreta
assuma um papel dominante no desenvolvimento. Alem disso, deve-se
motivar cada pessoa que trata de realizar o global a sua própria maneira,
conforme o seu biótipo. Alem disso, a expressão da sua personalidade
(criatividade) se considera mais interessante que qualquer característica
imposta arbitrariamente por um instrutor.

Concluindo:
1. Para os alunos iniciantes é aconselhável o método Global-Parte-
Global (Reflexão).
2. Para os avançados é melhor o método Parte-Global (Percepção a
Posteriori).

A TÉCNICA

O seu significado pode variar conforme o contexto, mas para o


karatê podemos dizer que a técnica é uma sucessão de movimentos
realizados para alcançar um objetivo pré-determinado com a mínima
quantidade de esforço e com o máximo aproveitamento de acertos e
regularidade.
Primeiro se deve entender o que é a sucessão de movimentos,
pois se quisermos melhorar o nosso movimento técnico devemos repetir o
Global, isto é, a sucessão completa de movimento, porém não de uma
forma inconsciente, visto que a transferência de uma técnica não é um
processo automático.
Muitas pessoas parecem estar convencidas de que ao repetir com
suficiente freqüência uma sucessão de movimentos, estes se associarão
de alguma forma para melhorar a técnica. Assim sendo, supor um
progresso automático por estar repetindo centenas de movimentos é uma
premissa muito duvidosa - “A repetição ou a mera sucessão de
movimentos tem pouca força, talvez nenhuma, como causa de
aprendizagem” (Thorndike). Da mesma forma que se aprendem técnicas
eficientes, pode ocorrer na repetição de se acentuar o “erro”,
principalmente quando ocorre a fadiga muscular. Basta observar alunos
ou atletas que se dedicam com excesso a fazer centenas de movimentos
para melhorar a técnica e conseguem, sim, mais resistência para aquele

90
movimento, mas o seu golpe geralmente é lento e falho no tempo e
distância quando da aplicação prática.
O bom professor deve controlar os seus alunos e não permitir que
façam o que querem. Muitas vezes o aluno não entendeu e exagera
determinados exercícios pensando que assim aperfeiçoará a sua técnica,
mas isso pode lhe causar riscos de lesões e nenhum aproveitamento
técnico. Desta forma, deve-se ter cuidado com o entusiasmo do jovem.
Por exemplo: o que ocorre com esse tipo de aluno é o que ocorre com
quem se dedica ao levantamento de pesos. Ver o aumento da força e o
volume dos músculos é muito mais fácil e aparente e a motivação para
esse tipo de exercício é maior. Agora, perceber o aprimoramento de uma
técnica é mais difícil e é aqui que se deve ter muito cuidado.
O professor deve estudar e esforçar-se o máximo para que o aluno
não perca a motivação, encontrando sempre novos métodos e sistemas
de treinamento com a finalidade de melhorar a técnica.

MOTIVAÇÃO

O professor deve ter muita habilidade para manter o aluno


motivado porque o êxito na aprendizagem é vital. O aluno deve sentir que
está melhorando tecnicamente e o professor deve aplicar-se ao máximo
nesse ponto.
Às vezes é bom demonstrar algumas técnicas ou movimentos de
kata com intenção de induzir os alunos a maiores esforços. No entanto,
converter a sua demonstração em exibição pode causar um desconcerto
nos alunos, pois aqueles que não conhecem ainda a causa do
aprimoramento técnico – que é adquirido com um treinamento intenso e
adequado – estão vendo somente o resultado final dessa dedicação e
podem ficar convencidos da absoluta falta de habilidade e condições de
um dia poderem fazer o mesmo ou ainda, de que quem está
demonstrando tem algum dom especial.
O karatê tem uma motivação própria muito particular: a dos graus,
exames de faixas de kyu e dan. Muitos esportes não oferecem esse
incentivo.
Enquanto que o caratê, além do prazer que propiciam os seus
movimentos, proporciona os exames de promoção de faixa, infelizmente
um pouco deturpado pelos interesses comerciais de alguns professores.
Mas que, sem dúvida é a causa de muita gente trabalhar duro em seu
treinamento para conseguir a faixa seguinte, porém isso é uma faca de
dois gumes: se o aluno não consegue a faixa seguinte depois de uma
quantidade de esforços que o indivíduo considera normal (e quem sabe
quanto é isto?), pode ocorrer que perca o interesse e deixe o caratê por
completo. Ou pior: alguns indivíduos fracassam nos exames de faixa
preta, criam as suas “organizações” outorgam a si mesmo o grau, ou
passam para outras “organizações” de estilo para obter a promoção.
Infelizmente, isso ocorria muito em um passado não muito distante. No
entanto, hoje, com a fiscalização das Federações em conjunto com a

91
Confederação de Caratê, todos podem se habilitar aos exames e ter um
julgamento justo visto os parâmetros de cada um, como: idade, sexo,
participação no desporto, etc. Sem dever favor algum às “organizações de
estilo”.

Atividades Propostas

1- Equilíbrio/Desequilíbrio- em duplas, ombro com ombro, tente empurrar


o colega até desequilibrá-lo.
Variações: varie com as partes do corpo para o contato; utilize, por
exemplo, as costas para empurrar, as mãos etc.
Ralize a mesma atividade, procurando sempre aumentar o número de
participantes do grupo;

2- Produção em grupo – divida a turma em quatro grupos. Cada um


elabora um exercício- como proposto anteriormente – para tentar
“desequilibrar” o colega.
Cada grupo apresenta a sua proposta de atividade, e todos os demais
procuram realizar.
Obs.:Lembre-se apenas que o item “segurança” deve estar presente.

3- Em duplas – divida a turma em duplas.


Procure formar que se equilibrem no mesmo peso e altura.
Os dois membros da dupla iniciam a atividade sentados, frente a frente, e
de mãos dadas.
Ao mesmo tempo, a dupla tentará ficar de pé.
Variações: Inicie a atividade em duplas, só que agora um estará de
costas para o outro e deverão levantar-se ao mesmo tempo, ficando em
pé.
A turma toda deverá estar sentada e tentará se levantar ao mesmo
tempo, primeiramente de frente e depois de costas.

4 – Equilibrando o colega de cócoras – briga de galo – divida a turma em


duplas. Frente a frente, de cócoras (agachados), cada um da dupla deve
tentar desequilibrar o colega, até que um dos dois membros caia no chão.
Variações: Utilizando apenas a mão direita, a esquerda, o ombro.
Aumentar o número de participantes, trio, quádruplo.

5 -Força e resistência – Cabo de guerra, divida grupos iguais em relação


a peso, altura e quantidade. Estes segurarão uma corda e tentarão
deslocar o outro grupo. A corda deve ter a extensão igual para ambos os
grupos.

6- Apresentação de vídeos com: seqüências de Kata, lutas, filmes (o


Último Samurai, O Tigre e o Dragão).

92
VI UNIDADE JOGOS

1. JOGOS

A discussão a seguir será sobre o jogo, numa condição de vital


importância e relevância que exerce como forma e processo de
aprendizagem. Nesse contexto, hoje, a maioria dos filósofos, sociólogos,
etnólogos, antropólogos e professores de educação física concordam em
compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesmo o
objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir momentos de
prazer.
Sendo assim, Huizinga (1996, p.33) expressa a noção do jogo como:
Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites, dotados de um fim em si mesmos, acompanhados
de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser
diferente da vida cotidiana.
Assim, a alegria é a finalidade do jogo, em que, quando esta
finalidade é atingida, a estrutura de como se pode jogar assume uma
qualidade muito específica; torna-se uma ferramenta de aprendizagem
que mantém uma constância de forma a dar prazer e de continuar sendo
eterno.
Portanto, podemos verificar que o jogo é muito importante, não só
porque ficamos alegre ou nós dá prazer, mas quando estamos vivendo-o,
direta e reflexivamente, estamos indo além da sua representação
simbólica de vida.
De acordo com Brotto (1999, p.16), a idéia da aproximação do jogo
com a vida numa representação do reflexo de um sobre outro é: "eu jogo
do jeito que vivo e vivo do jeito que jogo".
Nesse sentido, o jogo passa a ter a capacidade de desenvolver, por meio
dele, formas e contribuições para gerar talentos, aperfeiçoar
potencialidades e criar novas habilidades de conviver.
Um outro autor a ser destacado é Friedmann (1996), que,
baseando-se nos estudos de Piaget, afirma que o jogo pode ser utilizado

93
como forma de incentivar o desenvolvimento humano por meio de
diferentes dimensões, que são:
O desenvolvimento da linguagem: onde a jogo é um canal de
comunicação de pensamentos e sentimentos.
O desenvolvimento moral: é um processo de construção de regras numa
relação de confiança e respeito.
O desenvolvimento cognitivo: dá acesso a um maior numero de
informações para que, de modo diferente, possam surgir novas situações.
O desenvolvimento afetivo: onde facilitem a expressão de seus afetos e
suas emoções.
O desenvolvimento físico-motor: explorando o corpo e o espaço a fim de
interagir no seu meio integralmente.
Partindo dessas dimensões, o jogo passa a ser ensinado em duas formas
e atitudes a serem tomadas:
1. Num jogar espontâneo, onde ele tem apenas o objetivo de
divertimento;
2. Num jogar dirigido, onde ele passa a ser proposto como fonte de
desafios, promovendo o desenvolvimento da aprendizagem.
Sendo assim, ao utilizarmos o jogo como uma atividade de
desenvolvimento humano, permitimos uma participação dessa forma de
aprendizagem, com o compromisso do buscar pedagógico, transformando
e contextualizando-o num exercício crítico e consciente do aprender.

Jogos Cooperativos

Partindo da premissa que para uma educação voltada para a


convivência e cooperação seja realmente concretizada, precisamos
observar alguns pontos que caracterizem este processo.
Para tal, a convivência é uma condição importante da vida cotidiana,
relação esta que, na medida em que buscamos a melhoria da qualidade
interpessoal e intrapessoal, podemos desenvolver e aperfeiçoar
competências na perspectiva de viver juntos.
Com relação à cooperação, num primeiro momento temos que identificar
o quanto os nossos comportamentos e atitudes estão condicionados e
postos em prática, em situações que favoreçam uma posição que nos

94
coloquem numa constante competição, gerando confronto, e em que
sejamos vistos como vitoriosos e considerados os melhores por tal
resultado.
Neste processo ou jogo da vida, precisamos resgatar e valorizar atitudes
e comportamentos mais humanos por meio de uma visão um pouco
diferente da que estamos acostumados a ver quando realizamos esse
jogo da vida, de maneira que possamos experimentar novas alternativas
que mostrem que é possível existir outros caminhos que possam ser
incorporados de maneira espontânea e autêntica com a devida
importância de sermos, essencialmente, o que somos e valorizarmos o
que fazemos.

COOPERAÇÃO: trabalhar e ajudar para alcançar um objetivo comum.


AUTONOMIA: faculdade de governar por si só.
Aprender a conhecer: significa combinar a cultura geral com as
possibilidades do aumento dos saberes num continuo exercício do
aprender a aprender para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela
educação ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer: a fim de poder agir, não somente sobre uma
qualificação profissional, mais sim ampliando suas competências no
âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho.
Aprender a viver juntos: participando e cooperando na compreensão do
outro e na percepção das interdependências, realizando projetos e
preparando-se para gerir conflitos e no respeito pelos valores humanos,
da compreensão mútua e da paz.
Aprender a ser: contribuir para o desenvolvimento mental, corporal e
espiritual a fim de atingir uma realização completa com cada vez maior
capacidade de autonomia de cada interser.
Sendo assim, o saber, o saber fazer, o saber conviver juntos e o saber ser
constituem quatro aspectos, intimamente ligados, de uma realidade de
experiência vivida e assimilada por momentos de compreensão e criação
pessoal.

95
Os Jogos Cooperativos surgiram com a constante valorização dada
ao individualismo e a competição das quais foram condicionadas e
aprendidas como única e melhor forma de caminho existente.
Sendo assim, existem duas definições que foram mal interpretadas
e divulgadas durante várias décadas que contribuíram para esse
caminho:
A primeira é de Charles Darwin, que fala da seleção natural, em
que as maiorias das pessoas dizem que o melhor está na sobrevivência
do mais forte e mais apto para vencer, afirmando, ainda, que, para a raça
humana, o valor mais alto de sobrevivência está na inteligência, no senso
moral e na cooperação social e não na competição.
Como podemos avaliar, várias pessoas utilizaram a palavra
sobrevivência como forma de promover sempre o melhor capacitado por
meio de uma competição, da qual somente um ganha e não na forma que
deveria ser, ou seja, de compartilhar o papel de cada um numa unidade
inter-relacionada.
A segunda é do francês Pierre de Coubertin (idealizador da nova
era olímpica), que diz que o mais importante não é vencer, mas tornar
parte; importante na vida não é triunfar, mas esforçar-se; o essencial não
é haver conquistado, mas haver lutado.
O esporte tem sua glorificação máxima com a chegada da
Olimpíada, cujo ideal é unificar a paz e a união entre todos os povos do
mundo. Como sabemos, porém, a cada ano que passa tornou-se uma
mera máquina de tecnologia, em que atletas são treinados para ganhar a
qualquer custo, mas esquecendo o símbolo que ela representa que é
universalizar culturas e raças para gerarem um momento de
confraternização pacífica, direcionando para a conquista com dignidade e
respeito.
Partindo dessas duas visões descritas, buscamos em Brotto (1997,
p.33) algumas definições sobre competição e cooperação:
COOPERAÇÃO: é um processo onde os objetivos são comuns e as
ações são benéficas para todos.
COMPETIÇÃO: é um processo onde os objetivos são comuns,
mutuamente exclusivos e as ações são benéficas somente para alguns.

96
Neste sentido, podemos constatar que Cooperação e Competição
são processos distintos, porém, não muito distantes. As fronteiras entre
eles são tênues, permitindo um certo intercâmbio de características, de
maneira que podemos encontrar em algumas ocasiões uma competição
cooperativa e noutras uma cooperação competitiva.

Para Orlick (1989, p.118), A principal diferença entre cooperação e


competição é que no primeiro todos cooperam e ganham, eliminando-se o
medo do fracasso e aumentando-se a auto-estima e a confiança em si
mesmo. Ao passo que no segundo, a valorização e reforço são deixados
ao acaso ou concedidos apenas ao vencedor, o que gera frustração,
medo e insegurança.

Sendo assim, podemos afirmar que cooperação e competição são


direcionadas a partir de agora em comparações entre as diferenças e
atitudes que essas duas palavras podem tomar:
Diferenças
Cooperação (aprende-se)
* A compartilhar, respeitar e integrar diferenças;
* A conhecer nossos pontos fracos e fortes;
* A ter coragem para assumir riscos;
* A ter sentimentos e emoções com liberdade;
* A participar com dedicação;
* A ser solidário, criativo e cooperativo;
* A ter vontade de estar junto.

Competição (inicia-se)
* Com a discriminação e a violência;
* Com o medo de arriscar e fracassar;
* Em fazer por obrigação;
* Pela repressão de sentimentos e emoções;
* Pelo egoísmo, individualismo e competição excessiva.

97
Vale salientar que não são todas as pessoas no mundo que agem
dessa maneira. Pelo contrário, trabalham, integrando a cooperação e a
competição. O que acontece é que na maioria das vezes somos dirigidos
a pensar que a maneira de competir corretamente é aquela que
precisamos sempre vencer a qualquer custo. Partindo das diferenças
entre cooperar e competir, veremos a seguir alguns tipos de padrões de
atitudes de percepção/ação que vivenciamos no dia-a-dia:

Omissão Cooperação Competição


Percepção/ação
(individualismo) (encontro) (confronto)

Insuficiência Suficiência Escassez


Visão do jogo
Impossível Possível exclusão

Objetivo Ganhar sozinho Ganhar junto Ganhar do outro

O outro Quem? Amigo Inimigo

Parceria e Desconfiança e
Relação Cada um na sua
confiança rivalidade

Jogar sozinho Jogar com Jogar contra


Ação
Ser jogado Troca e criatividade Rendimento

Clima do jogo Monótono Leve e ativo Tenso e pesado

Resultado Individualismo Compartilhamento Vitória

Alienação e Sucesso Acabar logo o


Conseqüência
indiferença compartilhado jogo

Motivação Isolamento Amor Medo

Solidão e Insegurança e
Sentimentos Alegria e satisfação
opressão frustração

Símbolo Muralha Ponte Obstáculo


Fonte: Brotto, 1997

Atividade proposta

1- Pesquisa de campo, entrevista com os pais, avós, amigos. Tipos e


nomes de jogo. Promover uma problematização de idéias. Vivenciar os
jogos pesquisados.

2.1. Perspectivas de conteúdos a partir da concepção de Inclusão:

98
Conceito

Quando o professor apóia, estimula, incentiva e valoriza o aluno está


acolhendo e tendo uma prática inclusiva nos jogos. Não precisa
necessariamente ser expresso por palavras, mas por atitudes de ajuda
efetiva. Deve valorizar os alunos, independentemente da etnia, sexo,
registro lingüístico, classe social, religião ou nível de habilidade, como
também favorecer discussões sobre o significado do preconceito, da
discriminação e da exclusão.
O processo ensino –aprendizagem é baseado na compreensão,
esclarecimento e entendimento das diferenças. As estratégias escolhidas
devem não apenas favorecer a inclusão, como também discuti-la e torná-
la clara para os alunos.

Tipos de unidades de ensino (especial e inclusiva)

Propostas metodológicas de Educação Física Especial, inclusiva e


adaptada.

A principal meta das escolas inclusivas é desenvolver uma


pedagogia centralizada nas crianças, capaz de educá-las sem distinção,
além de contribuir para corrigir atitudes discriminatórias e criar uma
sociedade mais acolhedora e solidária. Pressupõe-se que diferenças são
normais e o ensino deve ajustar-se às necessidades de cada educando,
em vez de o aluno ter de adaptar ao sistema educativo com ritmos, ocorre
à exclusão.

Atividades Propostas

1ª Atividade: “Dado Divertido”


Procedimento: O professor ao iniciar o jogo apresenta uma caixa de
papelão, explicando que cada lado equivalerá a um número, como em um
dado. Assim, ele estabelece que se o dado cair com o número 1 para
cima, todos deverão rir. Se for o número 2, todos deverão dançar, nº 3
cantar, nº4 bater palmas, nº5 chorar e nº6 sentar-se. Quem se enganar e
fizer a tarefa errada, irá pagar prenda, esta pré-definida pelo professor,
mas sorteada pela própria criança na caixinha surpresa.

Material: Caixa de papelão, caixa de sapato.


Objetivo Geral: Atenção, sentido e memória.
Variações: Colocar uma venda nos alunos e introduzir um chocalho na
caixa sendo que os números estarão em alto relevo (estimular a audição).

2º Atividade: “Quem será?”


Procedimento: O professor solicitará que a turma se organize em duas
fileiras, colocadas umas de frente para outra. Numa das fileiras, os alunos
estarão de olhos vendados e procurarão de olhos vendados e procurarão

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sentir, com as mãos, o rosto do colega que está a sua frente. Ao final de
um tempo fixado pelo professor, o grupo que foi estudado pelos que
estavam com os olhos vendados, se movimenta fazendo com que os
alunos troquem de posições. Quando eles se posicionarem de novo, os
outros alunos retiraram as vendas e procurarão descobrir, tocando os
rostos de todos os seus colegas, qual era o que estava a sua frente,
ganharam o jogo.

Material: Lenços
Objetivo Geral: Memorização e Percepção

3ª Atividade: Jogo do Sinal


Procedimentos : O professor formará pares entre os alunos, que ficarão
em forma circular. Durante o tempo do jogo, o professor tocará uma
música e os alunos iniciarão uma dança. A certa altura, o professor dirá
em voz alta: “o sinal está vermelho” e os alunos deverão parar de dançar
(o professor disse: o sinal está verde, os alunos deverão voltar a dançar,
ao mesmo tempo em que o professor reiniciará a música). No momento
em que o professor disser: “o sinal está amarelo” todos os alunos deverão
trocar de par.

Material: Som, CD’s , Cartolina (vermelha, amarela e verde)


Objetivo Geral: Percepção, Coordenação, agilidade e sociabilidade

4ª Atividade: Atitude Inversa


Procedimentos : O professor organizará um circulo com todos os alunos,
que deverão está de pé. A ordem é que todos deverão estar atentos a
explicação do professor. Quando o professor disser “cruzar os braços” ,
todos os alunos deverão levanta-los e, quando o professor disser
“levantar os braços”, todos os alunos deverão cruza-los. As ordens do
professor, no inicio, serão dadas devagar para os alunos irem se
adaptando para, posteriormente, aumentar a velocidade o professor
deverá ir dificultado o jogo, aumentando o número de ordens inversas.

Material: Nenhum
Objetivo Geral: Coordenação, Percepção Auditiva.

5ª Atividade: Entre a corda bamba


Procedimentos : Esticar duas cordas de 5 metros, paralelas, afastadas
aproximadamente 30 cm. Caminhar sobre as cordas, sem cair e retornar
ao final da fila. Podendo haver variações.

Material: corda
Objetivo Geral: Equilíbrio, Força,Coordenação e Velocidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ALBUQUERQUE FILHO, J. A. et al. (1984): Manual de Ginástica
Olímpica, 1ª edição, Interamericana, Rio de Janeiro.
BORRMANN, G. (1978): Ginástica de Aparelhos. Sportverlag, Berlim,
1974. Tradução para o português, Estampa Ltda. Lisboa.
BROCHADO, F. A.; BROCHADO, M. M. V. (2005): Fundamentos de
Ginástica Artística e de Trampolins, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
DIECKERT, J. ; KOCH, K. (1981): Ginástica Olímpica, exercícios
progressivos e metódicos. Ed. Ao Livro Técnico S/A. Rio de Janeiro.
HAY, J. G. (1981): Biomecânica das Técnicas Desportivas, 2ª edição,
Interamericana, Rio de Janeiro.
LOPES, A. O. et. al ( 1989): Repensando a Didática, 3ª ed. Papirus,
Campinas, S. Paulo.
PÚBLIO, N. S. (1998): Evolução Histórica da Ginástica Olímpica, Phorte e
Editora, Guarulhos, S. Paulo.
ANTUNES, A. et al. Lições de dança,2. Rio de Janeiro: UniverCidade,
2000.
BARRETO, D. Dança:ensino, sentidos e possibilidades na escola.
Campinas: Autores Associados, 2004.
GONZAGA, L. Técnicas de dança de salão.Rio de Janeiro: Sprint, 1996.
HORTA, C.F. de M. (org.). O grande livro do folclore. Belo Horizonte:
Leitura, 2000.
Ministério da Educação e Cultura – Secretaria de Educação Física e
Desportos. Atividade física para deficientes. Trad. Camille Simone
Bafutto. 1981.
ROSADAS, Sidney de Carvalho. Educação Física Especial para
Deficientes: Fundamentos da avaliação e aplicabilidade de programas
sensórios motores em deficientes. 3 ed . São Paulo/ Rios de Janeiro:
Livraria Atheneu, 1991.

____________ . Atividade Física Adaptada e Jogos esportivos para o


deficiente; eu posso vocês duvidam?. 1 ed. 3 ed . São Paulo/ Rios de
Janeiro: Livraria Atheneu, 1989.

SERGIPE. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO


DESPORTO E LAZER. Fundamentos Teóricos para Educação Especial.1.
ed. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto E Lazer Aracaju,
2000

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TESTE SUA CONDIÇÃO FÍSICA
Responda SIM ou NÃO às perguntas seguintes, para saber com está sua
condição física. Anote as respostas em seu caderno.
1. Após um período fé sono normal, você acorda indisposto? ( )
2. Você detesta fazer ginástica após se levantar? ( )
3. Ao fazer uma pequena caminhada, sente-se cansado? ( )
4. Quando faz exercícios físicos, sente dores no corpo no dia seguinte? ( )
5. Após subir uma escada com muitos degraus, sente-se muito fatigado?( )
6. Após grande atividade física, sente dores no abdome?
7. Durante o dia você se sente cansado e sem vontade de fazer nada?( )
8. Após uma corrida longa, sente tontura e náusea? ( )
9. Nas sua horas de folga, prefere dormir em vez de praticar uma atividade
física? ( )
10. Você detesta se movimentar constantemente? ( )

Avaliação dos resultados.


Conte um ponto para cada NÃO que você assinalou. Consulte a tabela de
pontos abaixo.
8 a 10 pontos – Boa condição física
6 a 7 pontos – Condição física Normal
1 a 5 pontos – Condição física insuficiente. Você não está em boas
condições físicas. Precisa se movimentar, praticar uma atividade física.

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