- Isabel - Os convivas, adolescentes e adultos muito jovens, estão amontoados no canto direito junto à lareira enorme, que preenche quase por completo uma das paredes ... Parece uma festa, que decorre num apartamento de reduzidas dimensões. ...
- Isabel - Os convivas, adolescentes e adultos muito jovens, estão amontoados no canto direito junto à lareira enorme, que preenche quase por completo uma das paredes ... Parece uma festa, que decorre num apartamento de reduzidas dimensões. ...
- Isabel - Os convivas, adolescentes e adultos muito jovens, estão amontoados no canto direito junto à lareira enorme, que preenche quase por completo uma das paredes ... Parece uma festa, que decorre num apartamento de reduzidas dimensões. ...
Os convivas, adolescentes e adultos muito jovens, estão amontoados no canto direito
junto à lareira enorme, que preenche quase por completo uma das paredes ... Parece uma festa, que decorre num apartamento de reduzidas dimensões. Isabel de vez em quando abre a porta para deixar entrar novos convidados ... por vezes recusa um ou outro, com gestos espalhafatosos e expressões faciais de desagrado ostensivo. Elemento masculino sem gravata não entra ... todos tinham sido prevenidos, alguns não a tomaram a sério e por isso têm que retroceder incrédulos. Os mais destituídos de coluna vertebral regressam fazendo vénias e sorrindo submissamente, exibindo uma gravata ao pescoço. Por vezes Isabel ajeita-lhes o nó antes de os introduzir na exígua divisão ... Cada vez mais aquele cubículo se enche de gente aperaltada, que sofre horrores com o calor vindo da enorme lareira, digna de uma sala de baile de um palácio. Sempre que novos convidados são admitidos, logo Isabel os conduz para junto da dita e a apresenta com gestos descritivos amplos que a desenham no ar, acompanhados de enormes sorrisos e olhares arregalados de orgulho. A lareira é com certeza uma aquisição recente ... talvez o principal pretexto para aquele evento. João, ainda adolescente, consegue ser admitido sem gravata devido, na opinião de Isabel, ao seu belíssimo aspecto e ao da sua vestimenta ... Isto faz com que fique durante todo o tempo a sentir-se como um intruso porque se acha favorecido indevidamente e alvo, parece-lhe, dos olhares reprovadores dos outros convivas ... Beatriz, dentro do aquário com uns quantos recém nascidos, nos braços da enfermeira, revela-se cedo perfeitamente obediente a sua avó, como é adequado ... Já conseguiu com esse seu comportamento coleccionar umas quantas notas de mil escudos. Embora não perceba, começa já a funcionar com o mesmo combustível do resto da família. Aparentemente não precisa de oxigénio ao contrário dos demais mortais. Seu pai, cá fora, médico, tem a boca preenchida o que lhe impossibilita a fala. É visível que pretende dizer qualquer coisa, está intranquilo ... sempre que faz menção de emitir um som sua sogra, avó de Beatriz, silencia-o, enfia-lhe pela boca a dentro um invoice de hotel, um bilhete de avião para uma qualquer riviera, ou um convite para algum evento comercial de lançamento de qualquer coisa. Por vezes a avó ciosa acrescenta: “Não é nada, esta é uma das melhores clínicas do país, eles são óptimos profissionais”. E uma vez ou outra ainda lhe lembra, ao pai de Beatriz: “Lindo menino ... Quem vai amanhã
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chapinhar na piscina? Quem vai? ... Se se portar bem ...”. É que Beatriz, desde que nasceu, há poucos minutos atrás, sustem a respiração, está roxa, e os necessários “óptimos profissionais” não aparecem ... Naquela clínica privada nada de mal é suposto – pode - acontecer uma vez que Isabel, mãe de Beatriz, do ponto de vista técnico, dados os antecedentes da gravidez, nem sequer deveria lá estar. O seu lugar era num hospital público devidamente equipado e com todos as especialidades médicas necessárias a qualquer momento. Mas não, isso seria demasiado humilhante para a avó de Beatriz, face à sua família de gente tonta, destituída de vida interior, mas conhecedora do que exteriormente é recomendável. Isabel, naquele momento ainda lá dentro em recuperação da cesariana, concordou apesar de seu marido médico, com pouca determinação, diga- se, ter manifestado opinião contrária. Beatriz, por seu lado, alheia ao drama que se desenrola por causa de si, inconsciente, sustem a respiração, interrompendo o devir de modo a que nada esteja a acontecer, como convém, esperando o médico especialista que não se sabe onde está, mas que há-de chegar e repor a bondade da decisão de se ter optado por aquela clínica comprovadamente repleta de boa imagem. João, só, na plateia, não sabe explicar porquê, refreia o impulso de saltar para o palco a correr, entrar pelo aquário adentro, tirar Beatriz dos braços da enfermeira aflita, já paralisada de terror, com vários pares de olhos e sorrisos imbecis, alvares, nas suas costa, e levá-la a correr à enorme fábrica de partos ali ao lado, mesmo correndo o risco de se perderem as notas de mil escudos pelo caminho ... Mas a dúvida sobre se essa seria a opção correcta ... afinal o pai de Beatriz é médico, sem vontade própria, é certo, mas médico, o único naquele momento presente naquela clínica exemplar ... Em desespero constata também que não consegue emitir qualquer som para dentro de cena ... Entretanto chega o avô de Beatriz num carro último modelo de uma marca de prestígio. Sai e logo um segurança lhe vem dizer: “Lamentamos mas o senhor não pode estacionar o carro dentro da clínica”. A que o visado responde alto e bom som, de modo a que todos em redor ouçam: ”Desculpe! Senhor, não! Doutor!”. E acrescenta: “Como posso eu deixar o meu carro novo, caríssimo, lá fora na rua? Esta é uma clínica de luxo que me está a custar muito dinheiro ... Deviam, ao menos, ter sítio para arrumar viaturas desta categoria!”. E aproxima-se a avó de Beatriz: “E olhe que eu frequentei o primeiro ano de Direito ... – depois saí porque achei muito chato o curso e não tinha necessidade de estudar, não precisava ... – escusa por isso de chamar a polícia porque eu sei bem o que lhes dizer ...”. O médico especialista chegou – finalmente! -, tomou as suas medidas, in extremis, veio-se a saber mais tarde, e Beatriz pode começar a respirar, assumindo por inteiro como era devido, e
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de outra forma não poderia ser, o seu ainda curto mas já perfeitamente apropriado papel na saga familiar – nascida numa clínica recomendável e badalada, onde tudo correu “às mil maravilhas”, e já com um pequeno pecúlio ganho com o sacrifício do seu próprio corpo em prol de uma causa que a transcende: a imagem familiar ... Começa cedo a aprender, para mais tarde, o que é o verdadeiro espírito de um casamento aconselhável. João remexe-se várias vezes na sua cadeira. A cena em palco provoca-lhe profundo desconforto. Ainda não se habituou à ideia de que alguém dê tanta importância ao assunto e, até, que isso seja motivo de inveja e despeito. Ele próprio nunca se lembra ... só quando outros se lhe referem. Sente-se por isso aviltado quando alguém demonstra esses sentimentos mesquinhos em público, ou simplesmente desconfortável se esse alguém age no pressuposto de que João dá igual importância à questão. O seu parentesco comprovado com várias dinastias reinantes desde os primórdios da cristandade na Europa é assunto que espanta e intriga muita gente, sobretudo Isabel e sua mãe. Até há pouco tempo não imaginava sequer que outras pessoas soubessem tanto sobre as suas ligações sanguíneas, que não lhe trazem qualquer benefício palpável, e a que ele reserva um estatuto de apenas simples curiosidade. Naquela ocasião o motivo para o tema voltar à baila e as invejas deslocadas serem avivadas é um jantar de amigos a que João e Rita compareceram, e o suposto herdeiro do trono de Portugal também. A propósito de nada, Isabel refere diversas vezes que também tinha sido em tempos convidada para um jantar dado por um árabe muito rico, de sangue real. Na sua ignorância não percebeu que se tratou simplesmente de um jantar de lançamento comercial de um empreendimento turístico de uma empresa da qual o referido árabe era o principal accionista. Que não foi um evento social privado, muito menos uma reunião de amigos íntimos, mas sim uma promoção comercial em grande escala. Promoção essa que saiu barata já que foi acompanhada por todos os media de cobertura nacional uma vez que consistiu na oferta de um jantar com pompa e circunstância as uns milhares de pessoas, e de portas abertas às câmaras fotográficas e da tv. E este era o grande e único objectivo do árabe empresário, de sangue real, muito provavelmente primo afastado de João por via de parentescos comuns com alguma ou algumas das primeiras e segundas dinastias reinantes na Península Ibérica. João não sabe como se comportar nestas ocasiões porque receia dar a entender que se rala com as atitudes dos outros em relação a si próprio e às pessoas das suas relações. Por outro lado, sente-se desconfortável por não agir, e faz um esforço para se conter, porque lhe daria algum prazer por a ridículo em público a Isabel e sua mãe que sempre vão enganando alguns tontos. Mas há
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crianças envolvidas ... Particularmente a propósito da aparição de Isabel num canal de tv libertino, pornográfico a partir da meia-noite, como suposta respeitável apresentadora aos olhos dos ignorantes ... E da sua preocupação secreta de que o segundo casamento lhe desse dinheiro, já que o primeiro não lhe tinha dado a exposição pública que tanto ambiciona, a todo o custo. E da sua inveja mal contida por Miguel, com pouco mais de um ano, ter sido escolhido pela sua beleza e vivacidade para um anúncio de comida para bebé ... sem cunhas, o que é uma impossibilidade no mundo medíocre de Isabel. E a propósito dos muitos e diversos hotéis que um conhecido comum frequenta por motivos profissionais ... e dos quais já está farto mas que aos olhos de Isabel, na sua pobreza de espírito, seriam o melhor que há na vida para neles passear a sua indolência e as suas nádegas tornadas firmes pelo milagre da ganga ... Talvez nessas circunstâncias conseguisse dar o golpe do baú para o qual foi educada ... até agora em vão. Beatriz, adolescente, na praia, algures no Algarve como não podia deixar de ser. Joga cartas na areia com familiares da sua idade. Sua mãe Isabel e sua avó estão por perto. O sol põe-se e faz-se noite. A praia fica deserta. Novo dia na praia. O mesmo grupo a jogar cartas, mas falta Beatriz. Esta chega com um bebé ao colo. Todos a olham surpreendidos. Atrás vem Isabel com um meio sorriso de quem não sabe se é apropriado mostrar contentamento ou um ar circunspecto. Beatriz deu à luz no intervalo entre dois dias de praia, sem perturbar as férias como convém, sem pré-aviso e alarido, sem gravidez, sem trabalho de parto digno desse nome ... Tudo aconteceu e passou a facto consumado em breves instantes, reduzindo ao mínimo os momentos de embaraço. Isabel e Beatriz recebem as felicitações ... também do tio Filipe, com nariz e calças de palhaço (João não entende porquê, sobretudo ali na praia ...), e da tia Francisca, também com nariz de palhaça, segundo casamento, cinco filhos, virgem, e santa. Muitíssimo embaraçados, em tom indisfarçado de pesar, enchem-se de coragem e de propósitos edificantes, parecendo cumprir uma penosa mas moralizadora obrigação, adoptam uma postura de clemência pateticamente deslocada perante Beatriz e dizem: “Felicidades para o bebé! ... Sua marota! ...”. Os constituintes da prol de cinco não se apresentam naquele dia na praia para serem poupados à constatação in loco, crua e irrefutável, daquilo que nas suas mentes é uma impossibilidade de facto face à estrita e belíssima educação religiosa de que são possuidores. Isabel, sempre com o seu meio sorriso, na dúvida se deve torná-lo franco ou simplesmente fechá-lo, vai recebendo outras felicitações ... No entanto não deixa de continuamente acariciar ao de leve com as mãos uma e outra nádega alternadamente porque as calças de ganga que as revestem,
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acabadinhas de estrear, de marca – caríssimas! -, justas, são merecedoras de toda a atenção e lhe realçam favoravelmente o traseiro ... Disso não tem dúvidas! A avó, agora bisavó, mãe de Isabel, não está presente ... constata e anota João. Apetece-lhe saltar para o palco e pegar no bebé ... mas o acesso à cena é-lhe vedado por um misterioso e resiliente obstáculo invisível. Ouve ao longe um som familiar, agudo, intermitentemente sem cessar, que o incomoda ... apercebe-se que está deitado na cama e que acabou de acordar. O som vem agora mesmo dali, do seu telemóvel poisado na mesinha de cabeceira. Lança-lhe a mão, tacteia até encontrar e pressiona o botão ... certo, constata aliviado ... Rita dorme a seu lado, revolve-se incomodada, ... Revê num ápice o sonho que foi interrompido pelo despertador. Detesta acordar a meio dos sonhos ... causa-lhe um profundo mal estar físico ... uma sensação de que não dormiu o suficiente. Em compensação, essa é a única forma de poder evocá-los acordado. Como os sonhos reduzem os comportamentos e os eventos, os instantes, ao essencial! Como deitam fora o acessório, como desnudam pessoas e cenários! Como neles é evidente que cada um de nós escolhe, melhor dito, constrói, não se apercebendo que o faz, o mundo que quer, do qual é e quer ser parte. Definitivamente não são necessárias, e nunca foram, os mass media modernos e a net de banda larga para a construção da virtualidade real, para o afirmar que se é para se passar a ser! Como terão entretanto Isabel e sua mãe conseguido baptizar o rebento às escondidas, evitando a exibição em público do constrangedor pecado e, sobretudo, a convivência à vista de todos com a família paterna? Família esta que está longe de corresponder aos cânones elementares de ... virgindade e santidade ... É que nunca tiveram que suster a respiração porque sempre beneficiaram do serviço de saúde público, e as mulheres sempre conceberam de pernas abertas ... Ou será que o baptizado ainda não ocorreu? Que terão os tios do mundo dos palhaços a dizer sobre isso? ... Arranca para Lisboa, para um dia de trabalho. Põe a tocar um cêdê de música Sufi. ... O sonho daquela noite retorna à sua consciência. As diferentes cenas e reflexões que subiram ao palco vão-se esbatendo umas nas outras, por um lado, e, por outro, vão- se arrumando na sua memória em pequenos episódios sincréticos, com princípio, meio e fim, que introduzem clareza e ordem à sucessão caótica de imagens, cenários e personagens. Que tornam simples aquilo que à partida é infinitamente complexo. Sabe que é isso que sempre acontece quando se recorda dos seus sonhos. Sabe que, quando acordado, não lhes tem acesso directo. Sabe que as suas memórias sobre os sonhos já
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contêm em si uma explicação dos mesmos, já estão perpassadas pelas suas atitudes quanto às pessoas e acontecimentos. E é, aliás, também o que se passa com todas as suas memórias sobre o seu passado acordado. De outra maneira não poderia ser, tanto consigo, como com todas as outras pessoas. ... Sorri por constatar mais uma vez que se recorda de si no sonho como um espectador numa plateia vazia em frente ao palco onde se desenrola a acção. E, a espaços, com algum obstáculo que lhe refreia um esporádico impulso de saltar para o meio da cena ... Outro entendimento não seria de esperar ... Sabe igualmente que as explicações e atitudes que se atribui, e as que atribui aos outros, em sonhos ou acordado, não são mais do que diferentes perspectivas sobre algo que não existe de per se. Que cada perspectiva não traduz nada que vá para além de si mesma, que é uma totalidade que contém em si explicação para tudo, inclusive a não explicação para aquilo que não é suposto ser explicado, que cada uma não é mais do que uma das infinitas virtualidades, tornadas reais somente e precisamente porque perspectivadas em determinado instante. São apenas virtualidades entre muitas possíveis, tornadas especiais porque trazidas para a realidade de uma infinidade de possibilidades, de um mundo de infinidades. Não são realidades virtuais – porque nada que exista é virtual – mas sim virtualidades reais, virtualidades tornadas reais. João, conduzindo pela auto-estrada, tenta simplificar e ilustrar com um exemplo curial ... São igualmente reais e absolutamente diferentes o jogo de futebol visionado na televisão e o visionado no calor emocional do estádio, como são igualmente reais e diferentes o jogo de futebol visionado na bancada central e o visionado na bancada lateral do mesmo estádio, como o visionado pelo adepto do clube x e o visionado pelo adepto do clube y, como o visionado em directo e o visionado em diferido, seja este na forma de resumo ou na sua totalidade, assim como o jogo presenciado e o recordado, assim como o visionado pelo adepto confiante na vitória e o visionado por quem nela não acredita, assim como o visionado no café entre amigos adeptos do mesmo clube e o visionado no isolamento da própria residência, assim como o visionado como puro lazer e o visionado como espectáculo/negócio, assim como o visionado por audiências especializadas nas questões técnicas sobre futebol e o visionado por fãs de alguns dos jogadores que evoluem no relvado ..., assim como o visionado e o sonhado ... Todos são realidades e diferentes na medida em que emergem no contexto sentido de interacções comunicativas e construção dos mundos cognitivo-emocionais in situ. Em suma, não são necessários os modernos media electrónicos para criar realidades diferentes, e muito menos esses media criam “não realidades”, como muitas boas consciências receiam,
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pretendendo ao mesmo tempo alertar-nos contra o seu suposto efeito alienador, desses media, que lhes seria intrínseco e de natureza incontornavelmente perversa. As divergências entre mundos igualmente reais emergem, passe a redundância deliberada, na emergência do humano nos contextos sentido, seja quais forem os media envolvidos. Por exemplo, à atribuição ao ambiente perpassado pelos novos media de alguma responsabilidade especial quanto à questão da formação de uma cultura de massas cada vez mais “irreal”, alienadora e partilhada acriticamente pela maioria, João entende que poderia contrapor precisamente a ideia contrária. Quer dizer, essa influência pode dar-se precisamente no sentido da maior fragmentação dessa cultura dita de massas – inclusive da sua maior individualização – pelas características cada vez mais interactivas, policêntricas, e policontextuais desses media, o que lhes permite escapar cada vez mais a controlos unilaterais eventualmente homogeneizantes. Mas João entende também que não deve fazê-lo precisamente pelas mesmas razões que o levam a rejeitar a postura contrária – é que a criação de mundos em contínuo, o que não é o mesmo que a percepção ou explicação do mundo – que não existe -, está na essência do humano, desde sempre. É o que aquela estátua do Marquês de Pombal, grandiosa, arrogante, lhe diz com clareza. Abandona as suas reflexões, volta a concentrar-se na música Sufi, e começa o processo de mentalização para o trabalho. Onde poderá tomar a sua indispensável segunda bica do dia?, a sua abertura de parêntesis na vida que logo anseia pela chegada do do fecho ... Que bom seria se conseguisse retirar tanto prazer e entusiasmo do trabalho como retira das outras facetas da vida ...