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Desenho técnico II

Desenho de arquitetura

O desenho de arquitetura tem sua importância, principalmente, devido a necessidade de


identificação das características básicas de uma edificação para realização de projetos
na área de climatização e refrigeração.
Podemos evidenciar na vida cotidiana que nem sempre o cliente disponibiliza o
desenho arquitetônico da obra, sendo necessário para o técnico elaborar um croqui ou
leiaute da situação encontrada.
Não serão abordados os detalhes específicos de construção de um projeto de
arquitetura para uma edificação, porém, o conteúdo básico é necessário para que
possamos entender a implantação dos sistemas de climatização e refrigeração.

Formato de papel

Conforme determina a NBR 10068, o formato básico do papel é designado A0 ( A zero),


é o do retângulo de lados medindo 841mm e 1189mm, tendo a área de 1m². Do formato
básico, derivam os demais formatos.

A1
1189

A3

A2

A4
A5

841

Formatos básicos

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Exemplos mais comuns

Observação: A margem esquerda é 25mm

Exemplos de margens

Formato Dimensão Margem


A0 841 x 1189 10
A1 594 x 841 10
A2 420 x 594 7
A3 297 x 420 7
A4 210 x 297 7
A5 148 x 210 7

Marcas de centro

Nas folhas de formato da série A devem ser executadas quatro marcas de centros.
Estas marcas devem ser localizadas no final das duas linhas de simetria, ou seja,
horizontal e vertical à folha.

Marcas centrais na folha

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Sistema de referência por malhas

Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos. O número de divisões deve ser
determinado pela complexidade do desenho e deve ser par. O comprimento deve ter
mais de 25 milímetros, não devendo ultrapassar o valor máximo 75 milímetros.

Modelo de divisão nos desenhos

Disposição do desenho

Segundo informações contidas na NBR 10582, que fixa as condições exigíveis para
localização e disposição do espaço na folha de desenho, a mesma deve ser subdividida
da seguinte forma:

a) Espaço para desenho;


Os desenhos podem ser dispostos na ordem vertical e horizontal.

b) Espaço para texto;


É posicionado a direita ou na margem inferior do padrão do desenho. A largura na
posição direita é no mínimo 100 mm ou igual ao tamanho da legenda. Já na
disposição da margem inferior a altura varia conforme a natureza do serviço.

c) Espaço para legenda.


É posicionada na margem inferior do lado direito. Seu tamanho e proporções
seguem os padrões estipulados na NBR 10068 que veremos posteriormente.

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Disposição do desenho

Legenda

A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos, A3, A2, A1, A0, ou ao longo
da largura da folha de desenho no formato A4 na posição retrato.

Formatos L + margem Total


A0 e A1 175 + 10
A2 e A3 178 + 7 185
A4 178 + 7

Informações no carimbo

Conforme determina a NBR 6492, as informações mínimas que devem constar numa
legenda são:

• Identificação da empresa e do profissional responsável pelo projeto;


• Identificação do cliente, nome do projeto ou do empreendimento;
• Título do desenho;
• Indicação seqüencial do projeto (números ou letras);
• Escala;
• Data;
• Autoria do desenho ou do projeto;
• Indicação de revisão.

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Exemplo de aplicação - legenda

Modelo de legenda

Dobramento

Conforme a NBR 13142, que fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de
desenho técnico, efetua-se o dobramento a partir do lado direito, em dobras verticais,
sendo a parte final dobrada ao meio de acordo com as medidas de cada formato.

Recomendações gerais

a) O formato final do dobramento de cópias de desenhos deve ser o A4;


b) As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda;
c) Quando as folhas de formato A0, A1 e A2 tiverem que ser perfuradas para
arquivamento, o canto superior esquerdo deverá ser dobrado para trás;

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Exemplos

1189
105

247
105

A0

297

297
A1
d d

130 130

297

297
LEG LEG
210 a=239 185 185 185 185 210 a=260 185 185

185

185

Dobragem A0 e A1

105
123

d d

A2 A3
297

297

210 192 192 130 105 185

192 185

Dobragem A2 e A3

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Caligrafia técnica

Caligrafia técnica são caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia deve
ser legível e facilmente desenhável.
A caligrafia técnica normalizada são letras e algarismos inclinados para a direita,
formando um ângulo de 75º com a linha horizontal.

Exemplos de letras maiúsculas

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUV
WXYZ

Exemplos de letras minúsculas

abcdefghijklmnopqrstuv
wxyz

Exemplo de algarismos

0123456789IVX

Proporções
10h
14

Legenda Norma 6789


14
4h

Uma das mais importantes condições dos desenhos mecânicos é a caligrafia simples,
perfeita, legível e facilmente desenhável.
Adotamos a CALIGRAFIA TÉCNICA, cujas letras e algarismos estão representados
abaixo segundo Norma – NBR 8402/1984.

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Forma de escrita vertical

ABCDEFGHIJKLMNOP
QRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnop
qrstuvwxyz
[(!?:;”-=+x:•√%&)]
012345678IVX

Tipos de planta

Antes de iniciarmos o assunto referente ao leiaute, é necessário discutirmos sobre os


desenhos de arquitetura em relação aos tipos de plantas e suas representações.

Planta de situação

Planta que compreende o partido arquitetônico como um todo, em seus múltiplos


aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do programa,
assim como para a finalidade a que se destina.
Nota: Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações
completas sobre localização do terreno.

Modelo de localização do terreno

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Planta de edificação

Vista superior do plano secante horizontal, localizado aproximadamente a 1,50 m do


piso em referência. A altura desse plano pode ser variável para cada projeto de maneira
a representar todos os elementos considerados necessários.

Nota: As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo, jirau, andar-tipo, sótão,
cobertura, entre outros.

Origem da planta baixa

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Planta baixa com detalhes indicativos

Planta baixa com detalhes

Planta de localização ou locação


SALA DE MÁQUINAS

Planta que compreende o projeto como um todo, contendo, além do projeto de


arquitetura, as informações necessárias dos projetos complementares, tais como
movimento de terra, arruamento, redes hidráulica, elétrica e de drenagem, entre outros.

Nota: A locação das edificações e eventuais construções complementares são


indicadas nesta planta.

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Planta baixa com dutos

Normalização

A normalização tem sua principal vantagem no sentido de estabelecer uma


uniformização de produtos, processos e serviços. No site da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), que regulamenta as normas no Brasil, normalização pode ser
definida como: “Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou
potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à
obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto”.
Padronizar procedimentos dentro de um contexto, tem como conseqüência inúmeras
vantagens, dentre elas: melhoria da qualidade, aumento de produtividade, controle do
processo, além de propiciar uma utilização adequada dos recursos disponíveis.

Benefícios da normalização

Numa economia em que a competitividade é acirrada e as exigências são cada vez


mais crescentes, as empresas dependem de sua capacidade de incorporação de novas
tecnologias de produtos, processos e serviços. A competição internacional entre as
empresas eliminou as tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e
de baixo custo. A normalização é utilizada cada vez mais como um meio para se
alcançar a redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando
sua qualidade.

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Normalização na arquitetura

A Norma Brasileira (NBR) 6492 estipula as condições para representação de projetos de


arquitetura e as simbologias básicas para a construção de um desenho.

Simbologias e indicações

No desenho técnico é necessário adotar simbologias e indicações para melhor


interpretar os detalhes construtivos de um projeto executivo.

Linhas de representação

As linhas do desenho devem seguir os parâmetros conforme determina a norma de


arquitetura:

Nome e descrição Tipo Esp. Representação


(mm)
Contorno Contínua ± 0,6
Internas Contínua ± 0,4
Cota Contínua ± 0,2
Auxiliares Contínua ± 0,1
Indicação e chamada Contínua ± 0,2
Silhueta Contínua ± 0,2
Interrupção Contínua ± 0,2
Situadas além do plano do Tracejada ± 0,2
desenho
Eixo ou coordenada Traço e ponto ± 0,2
Projeção Traço e dois pontos ± 0,2

Escalas

As escalas poderão ser adotadas dependendo da necessidade e do tamanho do


projeto. As escalas mais usuais são: 1/2, 1/5, 1/10, 1/20, 1/25, 1/50, 1/75, 1/100, 1/200,
1/250 e 1/500.

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Indicação do norte

É necessário como parâmetro para cálculos e desenvolvimento do projeto como um


todo.

Onde:
N – Norte verdadeiro
NM – Norte magnético que pode ser utilizado somente na fase de estudos preliminares
NP – Indicação da posição relativa entre os vários desenhos constituintes do projeto.
Essa indicação é opcional e deve ser acompanhada da indicação do norte verdadeiro.

Linhas de chamadas

A indicação com informações complementares sobre a construção dos detalhes típicos


de um desenho.

Modelo de indicação complementar

Acesso principal

A indicação gráfica de acesso principal de um projeto deve ser indicado para facilitar,
por exemplo, um futuro estudo de logística de transporte.

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Modelo de indicação de acesso principal

Escadas e rampas

Indicação de sentido ascendente conforme mostra a ilustração abaixo.

Modelo de indicação de escadas e rampas

Caimento de telhados e pisos

Modelo de indicação de caimento de telhados e pisos

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Cotas

As cotas devem ser indicadas da seguinte forma:

• Em metros (m) para as dimensões iguais ou superiores a 1(um) metro;


• Em centímetros (cm) para as dimensões inferiores a 1(um) metro;
• Em milímetros (mm) como se fossem expoentes.

Exemplo de cotas

As cotas devem, ainda, atender às seguintes prescrições:

a) As linhas de cota devem estar sempre do lado externo do desenho, exceto em


casos de impossibilidade;
b) As linhas de chamada devem ter a distância de 2mm a 3mm do ponto
dimensionado;
c) As cifras devem ter 3 mm de altura e o espaço entre elas e a linha de cota deve
ser de 1,5 mm;
d) Quando a dimensão a cotar não tiver espaço suficiente, colocar a cota ao lado
indicando seu local exato com uma linha;
e) Nos cortes somente marcar cotas verticais;
f) Evitar a duplicação de cotas.

Cotas de nível

As cotas de nível determinam a altura da superfície do ambiente a ser projetado, sendo


as mesmas indicadas em metros.

As indicações podem ser de dois tipos:


a) N.A. – nível acabado, geralmente utilizada em projetos já acabados;

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b) N.O. – nível osso, geralmente utilizada em projetos em andamento.

As cotas de nível podem ser representadas em planta ou em corte como mostra a


ilustração a seguir:

Exemplos de cotas de nível

Indicação de corte

A simbologia de indicação de um corte em arquitetura difere em relação aos desenhos


mecânicos, pois deve obedecer os parâmetros como mostra a ilustração abaixo.

Exemplo de indicação de corte

Na parte superior do símbolo coloca-se o número da folha e na região inferior o número


do desenho na folha.
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Indicação de fachadas e elevações

Exemplo de fachadas e elevações

Indicação de detalhes

Os detalhes típicos ou de construção podem ser elaborados em algumas ocasiões em


folhas separadas. Nesse caso deve-se apontar sua localização conforme mostra a
ilustrações abaixo.

Exemplo indicação de detalhes

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Indicação de detalhes

Numeração de títulos e desenho

Os desenhos devem ser numerados em cada folha do projeto, sem exceção, à partir do
nº 1 até “n”.
Para os desenhos de arquitetura a numeração e nomenclatura deve seguir os
parâmetros conforme a ilustração abaixo.

Exemplo de numeração de títulos

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Designação de portas e esquadrias

Exemplo de designação de portas e esquadrias

Hachuras

De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), hachuras são


traços finos eqüidistantes e paralelos e representam em traço convencional, os
materiais utilizados na construção de peças e máquinas.
Para cada material há uma hachura determinada, traçada com a inclinação de 45° em
relação á base ou ao eixo da peça.

45°
45
°

Modelo de hachuras

Quando o corte atinge duas ou mais peças, as superfícies dessas peças são
hachuradas em posições inversas uma da outra, respeitando-se as convenções do
hachurado.

Os materiais mais usados devem ter sua convenção representada conforme exemplos:

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Leiaute

Disposição dos componentes de um ambiente, uma área, um conjunto funcional.

Relevância

Na área de refrigeração e climatização devemos saber identificar e desenhar os


principais objetos situados dentro de um ambiente para que possamos, por exemplo,
dimensionar a distribuição de ar, ou ainda em refrigeração, efetuar a correta localização
funcional de prateleiras e caixas dentro do espaço disponível em uma câmara frigorífica.
Vejamos alguns exemplos:

Armazenagem de caixas em câmaras

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Disposição de máquinas

Distribuição de ar no ambiente

Corte

Plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido
longitudinal, seja no transversal.

Nota: O corte, ou cortes, deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo
possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde
necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. Nos
cortes transversais, podem ser marcados os cortes longitudinais e vice-versa.

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Cortes

Edificação

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Câmara frigorífica

Casa de máquinas

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Distribuição de ar

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