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COIMBRA
2020
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................................3
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................................................6
3. OJETIVOS E TRANSFORMAÇÕES.................................................................................................................109
4. METODOLOGIA................................................................................................................................................1210
5. ANÁLISE E AVALIAÇÃO................................................................................................................................1310
6. REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................1310
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1. INTRODUÇÃO
Professora! Preferi deixar a mensagem aqui porque fica mais expressiva para acompanhar o
trabalho. Quero requisitar uma ajuda porque acho que acabei me atrapalhando com o formato do
trabalho, e desconfio de dois motivos, mas acho que você pode me ajudar a identifica-los. Um
talvez seja pela sobreposição de objetivos, pois me mobilizei a fazer dois trabalhos nesse caso, um
em relação à DESCREVER O PROJETO FEITO ATRAVÉS DO REFERENCIAL DA IPCE e
outro em ARTICULAR O REFERENCIAL DO PROJETO COM O REFERENCIAL DA IPCE. No
decorrer da escrita à qual me propus, me vi diante de problemas difíceis de sistematizar, pois eu não
poderia apresentar o projeto e a Santa Marta sem trazer juntamente o escopo ético-político que
desenvolvi. Isso faria com que tivesse que apresentar todo o referencial teórico que utilizei. Diante
disso, precisei pensar não só sobre como descrever o projeto a partir do referencial da IPCE, mas
articular o meu referencial original ao referencial da IPCE. Pensei também que, além disso, tenho
intuito de produzir um diálogo intercultural. Sendo assim, gostaria de concluir explorando as
diferenças de valor que os ODS têm na Europa e na América Latina, visto que as complexidades
político-sociais de cada contexto podem fazer com que os ODS sejam assumidos de formas
totalmente diferentes em cada subcontinente.
Gostaria que você me ajudasse a identificar com mais clareza as partes fragmentadas dos
objetivos no decorrer do texto já escrito e no que sinalizei como tópico do que ainda pretendo
escrever. Acredito que essas inquietações dizem respeito à sua última pergunta nos comentários do
arquivo.
Ainda tem muita coisa em aberto para ser alinhada e escrita, e confesso que não me atentei a
resolver as referências com mais dedicação pois me estou emaranhado nessas problemáticas. Mas
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assim que me organizar melhor com a próxima devolutiva, tenho certeza de que deixarei um ótimo
trabalho ao final.
Para melhor expor e delinear o espaço-tempo da intervenção, que vou caracterizar não só como
psicológica, mas como político-clínica, torna-se importante apresentar o Programa de Ação
Socioeducativa na Comunidade (PASEC). Ele faz parte de uma iniciativa de ação social e serviço
de fortalecimento de vínculos organizada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
por meio do Centro de Cidadania e Ação Social (CCIAS). Gerenciado pela instituição como forma
de aproximar a produção de conhecimento das comunidades envolventes, justificando a função
social mais fundamental da universidade: a reconstituição da produção intelectual como
fortalecimento da soberania e participação no bem estar social de um povo. Assim, aproxima-se dos
territórios mais fragilizados pela desigualdade social e econômica do Brasil, do estado do Rio
Grande do Sul e da própria história da cidade de São Leopoldo, na qual a Vila Santa Marta pertence
enquanto periferia. Para isso, há mais de 20 anos o PASEC vem sendo desenvolvido com sede na
Escola Santa Marta e subsede no núcleo do CCIAS na UNISINOS, contemplando estudantes de 6 a
15 anos - em contraturno - da escola anfitriã e da escola Tancredo Neves, também na mesma vila. O
principal dispositivo socioeducativo utilizado é a Horta Mãe da Terra, situada no espaço da Escola
Santa Marta e, para a tessitura técnico-educativa das atividades em torno da horta comunitária-
escolar, o programa conta com a atuação de profissionais e estudantes dos cursos de Biologia,
Serviço Social e Psicologia da universidade. O PASEC funciona com base nos princípios dispostos
na Constituição Brasileira de 1988 e da fundamentação ética da Norma Operacional Básica do
Sistema Único de Assistência Social, que incentivam como práticas de ação social, entre muitas
questões, o fortalecimento do protagonismo e a autonomia dos sujeitos e a “defesa da liberdade, da
dignidade da pessoa humana, da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral e
psicológica, dos direitos socioassistenciais”. (Brasil, 2012, p.17).
No que diz respeito à comunidade Santa Marta, se constitui historicamente como um território
de ocupação urbana, que vem recebendo moradores desde meados de 1990 (Duarte, 2017). Essa
característica, apesar de conter multiplicidades no que diz respeito ao pertencimento cultural das
pessoas e famílias que migraram e fundaram a comunidade, ainda é profundamente entrelaçada por
determinadas configurações histórico-sociais da sociedade brasileira, que se entrecruzam nas muitas
periferias e favelas. E, especialmente quando falamos de ocupações urbanas, revelam uma demanda
social por habitação e melhor qualidade de vida diante da profunda desigualdade racial, política,
sexual e econômica do país. As favelas e periferias tornam-se marcadas a ferro pela violência e
precariedade em diversos níveis e, no caso da Santa Marta, não deixa de ser diferentes quando nos
perguntamos sobre os serviços básicos de saúde, segurança, educação e saneamento. Maricato
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(1995) explora, pela geografia crítica, essas determinações das cidades brasileiras enquanto
multiplicidades perpassadas por um contexto periférico ao capitalismo globalizado. Ela enfatiza que
o acelerado comprometimento político para com a globalização econômica do chamado “terceiro
mundo”, produziu no final do século XX um contexto que cobrou na mesma velocidade a produção
de desigualdade, violência e a predação ao meio ambiente inerentes ao modo de produção
capitalista, especialmente nas periferias. Diante disso, a miséria socioeconômica de certos setores
da população fizera com que as populações das cidades reinventassem suas configurações
territoriais e criassem movimentos de ocupação urbana.
Todo esse panorama político-social que constitui a Vila Santa Marta e muitas outras periferias
espalhadas pelo Brasil vai desencadear, na medida da violação de direitos, da exclusão e do
abandono, uma grande ampliação da violência. O quadro de violência e de instabilidade econômica
em relação aos futuros possíveis para a juventude de periferia vem instaurar novos fenômenos
subjetivos ao espectro de pertencimentos possíveis da adolescência e da infância. Isso se amplifica
quando falamos sobre jovens aos quais se marca um impedimento de participação no jogo cultural
produzido por uma sociedade consumista, bem como na interdição de possíveis trajetórias que
permitam ressignificação dos espaços de trabalho possíveis (Viscardi, 2011). Em geral, os
horizontes que se abrem para a adolescência na periferia acabam sendo os da instabilidade ou
impossibilidade de projetar um futuro possível de reconhecimentos ou que, ao menos, permita
habitar outros espaços além de seu contexto social de violência e medo. Juntamente a isso, enfatiza-
se que os mecanismos de inclusão social do estado ou de parceria público-privada não conseguem
dar conta da juventude e de suas ambivalências e instabilidades, e acabam produzindo outras formas
de exclusão ligados aos mecanismos de inclusão. (Dal Molin, 2011).
2. REVISÃO DE LITERATURA
Pensar novas possibilidades de existência com foco no bem viver das comunidades, das crianças
e dos jovens de periferia nos coloca em relação com múltiplos olhares. Eles se apresentam, não
apenas na gestão política e atenção aos lugares da exclusão enquanto processo democrático, mas de
crítica ao sistema capitalista e seus desdobramentos coloniais na contemporaneidade, podendo abrir
espaço para ressignificações da comunidade que enfatizem a valorização dos saberes populares, e a
importância da potencialidade criativa das relações humanas e das relações com entes não-humanos
que compõem igualmente a natureza. Vai, assim, mais além das trocas individualistas engendradas
pela cultura de consumo das massas e pela falácia discursiva da modernidade-colonial, na qual os
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade não se sustentam quando levada em consideração a
divisão internacional do trabalho. Não se pode ignorar que existem povos que devem “jogar o jogo”
em um estado de precariedade e submissão constante e povos que devem “dar as cartas”. Há, nesse
campo de forças geopolítico, uma produção contíinua de periferização das sociedades não-europeias
e não-estadunidenses, do qual os colonialismos históricos são produtores e se atualizam na
contemporaneidade em modos de subjetivação da colonialidade do poder, do saber e do ser
(Quijano, 2002).
É, sem dúvida, um desafio sustentar uma prática ético-político-clínica que não é aprisionada
pelas estruturas ideológicas da modernidade-colonial, visto que na maioria das situações, apesar da
bibliografia nos mais variados campos de conhecimento levar em conta a heterogeneidade cultural e
as problemáticas da violência e da vulnerabilidade social, ainda assim, na maioria dos casos,
reduzem as problemáticas ao desenvolvimento dos sujeitos em direção aos ideais hegemônicos e
arbitrários. Esses horizontes nos quais se demanda a educação disciplinar dos sujeitos permeiam,
em muitos casos, conceitos esvaziados marcados pela idealização de um estado-nação que, em
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O filósofo Michel Foucault (1987, 2008, 2015), em sua extensa contribuição, identifica as
práticas disciplinares que estão relacionadas à constituição de um sujeito oriundo do pensamento
racionalista, bem como as derivações epistêmicas no campo do direito e da psiquiatria. Essas
constatações nos permitem compreender algumas formas pelas quais a modernidade produz
subjetividades aprisionadas em modelos disciplinares, e em como essa experiência que dobra várias
dimensões da vida, compõe certos quadros de sofrimento psicossocial, e de reprodução de um modo
de vida próprio dos fluxos da modernidade. Na fábrica, no hospital, na escola, na prisão, em muitas
estratificações sociais ... os compartimentos institucionais do espaço e do tempo fazem com que o
corpo assuma uma periodicidade mecanicista. Se compartimenta os locais de atuação, organiza-se o
tempo ao qual todos estarão submetidos e os mantém constantemente vigiados. Essa configuração
social das instituições produz uma fragmentação da vida que se mantém vigiada com o corpo
habitando constantemente as diferentes instituições. Lendo o autor, me permito identificar que ele
não chega a explorar um contexto latino-americano em suas investigações. Apesar disso, ele
contribui para o entendimento de que as práticas de governo e os meios de produção (na
organização das fábricas) se valem de um poder disciplinar para governar as populações e explorar
a mais-valia (síntese minha para entendimento dos processos econômicos). Ao mesmo tempo,
enfatizo serem práticas oriundas de uma determinada manutenção de governo (não há como não
falar em elites econômicas aqui) que visam construir as técnicas e os conhecimentos que vão dar
validação aos contextos de dominação política e econômica. Dessas técnicas que não vão servir só
para marcar a periodicidade do corpo disciplinado, mas podemos enfatizar que servirá para
construir outras singularidades de governo da vida na América Latina pautadas também por
marcadores raciais. Com isso, podemos entender o quanto se atualiza para as sociedades latino-
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americanas essas relações de poder por meio do que Anibal Quijano (2002; 2005) vai delinear como
colonialidade.
exploração, dominação e conflito que negarem a autodeterminação do povo enquanto força pela
qual o poder é constituído (Dussel, 2017).
O novo escopo de caraterização - subsumido pela abordagem efetuada no projeto original - diz
respeito à Agenda 2030: Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das
Nações Unidas (ONU) e os aspectos de desenvolvimento abordados pelos objetivos das práticas
educacionais trazidas da IPCE. Nesse sentido, ressalto novamente que a importância dessa
sistematização acerca das práticas decoloniais surge como sustentação ético-política dessa nova
proposta, na qual também os ODS e a fundamentação das práticas educacionais sejam mediadas por
uma perspectiva mais integrada e atenta aos conflitos que se desdobram na contemporaneidade.
Nossa resistência aqui trata-se do cuidado em não resumir os contextos ao planejamento burocrático
das práticas institucionais, mas estarem integrados nas demandas e conflitos próprios dos povos e
populações.
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*Pensar nas diferenças de importância da ODS para o contexto português/europeu e para o contexto
brasileiro/latino-americano
*Como se caracteriza o sofrimento psicossocial nos casos expostos pelas referências da IPCE?
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3. OBJETIVOS E TRANSFORMAÇÕES
De todo modo, é importante levar em consideração de que duas planificações entram em jogo
no projeto, a primeira diz respeito ao PASEC como modelo organizativo e a segunda à intervenção,
que segundo a literatura sugerida pela IPCE, situa-se como um modelo psicopedagógico-social de
programa, com intervenção grupal (Herreras, ANO). Essa diferenciação afirma-se no caráter
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institucional assumido através dos objetivos do PASEC; o que, por outro lado, apesar de estar
vinculado à uma demanda trazida pela universidade (além das próprias da comunidade), não
acontece com o projeto, visto que se trata de uma intervenção pontual com tempo limitado ao
planejamento do estágio pela instituição de ensino.
4. METODOLOGIA
Para delinear a expressão metodológica dessa escrita dialógica, levo em consideração o trabalho
cartográfico, que, para além da concepção puramente aplicada à geografia, nos conduz para um
território das linhas de força que marcam os corpos e subjetividades através de um modelo
societário disciplinar, com maior ou menor liberdade de expansão da vida de acordo com o contexto
das populações e das relações de poder. O cartógrafo, em meio disso, atua e investiga permeado
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pelos afetos que compõem o campo de intervenção e faz da sensibilidade uma via potente para
construir conceitos e se implicar com os territórios existenciais que se apresentam pelos sujeitos e
coletivos. Sua intervenção é direcionada às dinâmicas próprias de subjetivação, que constituem os
sujeitos em suas narrativas históricas, mais além do discurso unidimensional da historiografia
hegemônica e aliadas à materialidade cultural, à agência coletiva própria da sociabilidade na qual
pertencem. formando, nesse entrecruzamento, um território existencial singular. Faz-se necessário
emergir, em detrimento disso, mais do que mera reprodutibilidade técnica, mas fissuras do poder
disciplinar e de controle, atentando à força motriz dos agentes político-sociais de um território como
potencializador de transformação e criação frente as condições na qual se encontram (Passos,
Kastrup, Da Escóssia, 2009).
*Pensar nos recursos utilizados no projeto original e o que poderia ser ampliado com as
ferramentas aprendidas na ICPE.
5. ANÁLISE E AVALIAÇÃO
*Diferenças entre a importância dos ODS para o contexto europeu e para o contexto latino-
americano.
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6. REFERÊNCIAS
Boulos, G. (2012). Por que ocupamos?: Uma introdução à luta dos sem-teto. São Paulo: Scortecci.
Dal Molin, F. (2011) Redes Sociais e micropolíticas da juventude. In SANTOS, José V. T.;
TEIXEIRA, Alex N.; RUSSO, Maurício. Violência e cidadania: práticas sociológicas e
compromissos sociais. Rio Grande do Sul: Sulina, Editora UFRGS.
Quijano, A. (2002) Colonialidade, poder, globalização e democracia. Revista Novos Rumos, v. 17,
n. 37.