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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL


AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES

CADERNO DE MEIO AMBIENTE


CONCESSIONÁRIA RUMO MALHA PAULISTA S.A.

PÓS AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 010/2016

Caderno de Meio Ambiente: Malha Paulista 1


SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................................................................................. 4
2. Objetivos ............................................................................................................................................................... 5
3. Antecedentes ......................................................................................................................................................... 6
4. Síntese da Licença de Operação nº 1180/2013 ..................................................................................................... 9
5. Audiência Pública Nº 010/2016 .......................................................................................................................... 10
5.1 Do objeto.......................................................................................................................................................... 10
5.2 Da metodologia ................................................................................................................................................ 10
5.3 Das contribuições ............................................................................................................................................. 12
6. Análise dos aspectos ambientais do Plano de Negócios da Concessionária ....................................................... 15
6.1 Plano de Negócios para a linha tronco ............................................................................................................. 15
6.2 Plano de negócios para ramais ......................................................................................................................... 16
7. Conflitos Urbanos ............................................................................................................................................... 19
8. Responsabilidades da Concessionária ................................................................................................................. 21
9. Pontos de Atenção .............................................................................................................................................. 22
10. Anexos ................................................................................................................................................................ 23

Caderno do Estudo de Meio Ambiente: Malha Paulista 2


TABELAS
Tabela 1: Prazo para recuperação dos ramais ........................................................................................................... 16
Tabela 2: Prazos definidos pela Deliberação ANTT nº 079/2013 ............................................................................ 17
Tabela 3: Ordem de priorização dos investimentos sugerida pelo MTPA ............................................................... 19

Caderno do Estudo de Meio Ambiente: Malha Paulista 3


1. Introdução

O presente Caderno de Meio Ambiente trata de questões referentes aos assuntos da área
ambiental da Malha Paulista, compreendendo a linha tronco e ramais (ativos e inativos).

São apresentados a licença ambiental referente ao trecho (Anexo I), o status de


cumprimento das condicionantes ambientais (Anexo II), a análise dos aspectos ambientais
relativos ao plano de negócios apresentado pela concessionária RUMO Malha Paulista - RMP,
bem como os pontos de atenção e obrigações futuras da Concessionária.

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2. Objetivos

O presente Caderno tem como objetivo apresentar o estado atual das obrigações
ambientais referentes à Malha Paulista e a definição de responsabilidades por estas obrigações
após a assinatura do Termo Aditivo ao Contrato, visando à prorrogação antecipada do contrato
de concessão ferroviária da Malha Paulista, após a incorporação das contribuições provenientes
da Audiência Pública nº 010/2016.

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3. Antecedentes

A Malha Paulista, pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A., foi originalmente


concedida à FERROBAN (Ferrovias Bandeirantes S.A.) no leilão realizado em 10/11/1998. A
outorga dessa concessão foi efetivada pelo Decreto Presidencial de 22/12/1998, publicado no
Diário Oficial da União em 23/12/1998, tendo início a operação pela FERROBAN em
01/01/1999.

A Deliberação nº 359/08, de 09/09/2008, aprova a alteração do Estatuto Social da


FERROBAN que passou a ser denominada ALL – América Latina Logística Malha Paulista S.A..
Em 2015, após um processo de fusão com a Rumo Logística, a Malha Paulista passou a ser
controlada pelo RUMO, a qual também detém as concessões da RUMO Malha Oeste, RUMO
Malha Norte e RUMO Malha Sul.

O processo de renovação dos contratos de concessão ferroviária teve início em 2015,


ano da fusão da ALL com a RUMO, a partir da publicação por parte do Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil da Portaria nº 399/2015, a qual estabelece as diretrizes a
serem seguidas pela ANTT para a prorrogação dos contratos de concessão de ferrovias.

A Medida Provisória nº 752/2016, convertida na Lei nº 13.334/2016, é o instrumento


pelo qual os pedidos de renovação tornam-se legalmente viáveis, dispondo sobre as diretrizes
gerais para a prorrogação antecipada dos contratos, inclusive determinando o escopo dos estudos
técnicos a serem conduzidos pela ANTT (art. 8º).

Em setembro de 2015, a ALL requereu à ANTT o pedido de prorrogação do prazo de


vigência contratual. Foi instituída uma comissão de servidores da ANTT por meio da Portaria
nº582/2015, alterada pela Portaria nº 430/2016, para análise do pedido em outubro de 2015.

Em 18 de dezembro de 2015, a ANTT publica a Resolução nº 4.975, a qual estabelece


procedimentos e diretrizes para a repactuação dos contratos de concessão de ferrovias no caso de
pedido de prorrogação de prazo formulado por concessionária.

Ato contínuo, foi enviado à Concessionária o Termo de Referência para Elaboração


do Plano de Negócios da ALL América Latina Logística Malha Paulista S/A, por meio do
ofício nº 248/2015/SUFER/ANTT, estabelecendo as diretrizes necessárias para execução de um
Plano de Negócios que permita à ANTT elaborar o fluxo de caixa por meio da análise das

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previsões e premissas adotadas pela Concessionária. O Plano de Negócios deve atender ao
Caderno de Obrigações apresentado pela Agência.

Em 14 de janeiro de 2016 foi apresentado pela Concessionária, por meio da Carta nº


0091/GREG/16, o Plano de Negócios, conforme Termo de Referência e dispositivos da
Resolução 4.975/2015. Registre-se que em 28 de abril de 2016, a RMP apresentou o seu Plano
de Negócios retificado, em atendimento aos critérios estabelecidos no artigo 3º da Resolução
ANTT nº 4.975/2015.

Por meio da Comissão de Servidores constituída para este fim, esse primeiro Plano de
Negócios foi analisado pela ANTT, tendo sido redigidos os correspondentes Cadernos de análise
de acordo com os temas que fazem parte do plano. Quando necessário, foram solicitadas
complementações ou esclarecimentos à Concessionária, os quais foram considerados se
respondidos tempestivamente por meio dos canais oficiais.

Seguindo a Resolução ANTT nº 3.705, de 10 de agosto de 2011, que “dispõe sobre


instrumentos do Processo de Participação e Controle Social no âmbito da ANTT”, o Plano de
Negócios deve ser submetido ao processo de participação e controle social. Como parte do
processo de colheita de subsídios sobre a prorrogação do contrato de concessão, foi realizada a
Audiência Pública nº 10/2016 entre 21 de dezembro de 2016 e 03 de fevereiro de 2017, tendo
sido dilatado o referido prazo em mais 30 dias. Como parte do processo, foram realizadas sessões
públicas em São Paulo e Brasília, respectivamente no dia 24 e 26 de janeiro de 2017.

Em face das contribuições recebidas no âmbito da Audiência Pública nº 010/2016, bem


como das tratativas com o Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União, a ANTT
enviou à RMP o Ofício nº 143/2017/SUFER, de 07 de agosto de 2017, solicitando entre outros
itens, as seguintes informações:

c) No que tange aos ramais sem tráfego, especialmente, Panorama e Colômbia:

c.1) Estudo Técnico indicando as intervenções necessárias à recuperação da linha


férrea, de forma a capacitá-la para a prestação do serviço de transporte ferroviário
de cargas, nos termos estabelecidos na minuta de Termo Aditivo ao contrato de
concessão, em especial o Anexo I (Caderno de Obrigações), visando o atendimento
dos volumes indicados no Estudo de Demanda, submetido a Audiência Pública nº
010/2016. O Estudo Técnico deve indicar, além das intervenções necessárias, o custo

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de implantação, bem como o prazo de execução, acompanhado dos projetos e
respectiva memória de cálculo.

d) No tocante aos Ramais de Cajati, Piracicaba e Varginha:

d.1) Estudo Técnico que demonstre a anti-economicidade dos ramais, acompanhado


de estudo de viabilidade ambiental. O referido estudo deve demonstrar o estado
atual de conservação do trecho e o valor de eventual indenização, nos termos da
legislação vigente. Caso os estudos indiquem a devolução dos trechos, apresentar
estudo sobre destinação da linha férrea.

Em resposta, a Concessionária protocolou, em 06/11/2017, a Carta s/n protocolo ANTT


nº 50500.573571/2017-52 com esclarecimentos e informações referentes aos itens “c”, “d”, “e”,
“f” e “g”.

Os aspectos ambientais da proposta da RUMO serão analisados abaixo no item 6.


Análise dos aspectos ambientais do Plano de Negócios da Concessionária.

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4. Síntese da Licença de Operação nº 1180/2013

A operação da Malha Paulista está amparada na Licença de Operação nº 1180/2013,


emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA. O objeto da licença é a operação da malha ferroviária concedida à RUMO Malha
Paulista, nos trechos compreendidos entre os municípios de Rubinéia – Santos, Tupã – Itirapina,
Jundiaí – Campinas e Araraquara – Pradópolis, localizados no Estado de São Paulo,
contemplando a via férrea principal, os pátios de cruzamento, os pátios de formação de
composições, os pontos de carregamento, o ramal ferroviário e o transporte de cargas associado.
A licença de operação não contempla os trechos não operacionais de Cajati – Santos, Panorama
– Tupã, Pradópolis – Colômbia e Araraquara – Recanto.

A licença teve sua vigência expirada em setembro de 2017 e o pedido de renovação de


licença foi realizado em 02/05/2017. O órgão ambiental ainda não se manifestou sobre o pleito.

A licença é contém dezoito condicionantes, todas de cumprimento obrigatório pela


concessionária. O status atualizado do cumprimento das condicionantes – conforme atestado pela
Rumo – segue como Anexo II a este caderno.

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5. Audiência Pública Nº 010/2016

5.1 Do objeto

A Audiência Pública nº 010/2016 teve como objetivo a apresentação à sociedade


interessada dos estudos realizados no âmbito da proposta de renovação da Concessão da Malha
Paulista.

5.2 Da metodologia

A documentação completa relativa ao objeto da Audiência Pública nº 010/2016 foi


disponibilizada no sítio eletrônico da ANTT às 14 horas do dia 21 de dezembro de 2016. As
contribuições por escrito puderam ser encaminhadas das 14 horas do dia 21 de dezembro de 2016
até às 18 horas do dia 03 de março de 2016 (horário de Brasília), por meio de Formulário de
Envio de Contribuições, disponível no sítio eletrônico da ANTT (Audiência Pública nº
010/2016), pela via postal ou pessoalmente no endereço da ANTT, SCES – Trecho 3 – Lote 10
– Polo 8 – Brasília/DF – CEP: 70.200-003, e, ainda, durante as sessões presenciais.

Foram realizadas sessões presenciais nas cidades de São Paulo/SP e Brasília/DF,


conforme descrição a seguir:

Data: 24 de janeiro de 2017

Horário: 14 h às 18 h

Local: MELIÁ PAULISTA BUSINESS AND CONVENTION HOTEL

Endereço: Av. Paulista 2181, Bairro Consolação 01311 - São Paulo/SP

Data: 26 de janeiro de 2017

Horário: 14 h às 18 h

Local: Auditório Eliseu Resende do Edifício Sede da ANTT – SCES, lote 10, trecho
03, Projeto Orla, Brasília-DF

As sessões presenciais da Audiência Pública foram conduzidas por uma Mesa Diretora,
composta pelos seguintes membros: Presidente, Secretário, representante da Ouvidoria, da

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Procuradoria Geral e da Superintendência de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário
de Cargas – SUFER.

Durante todo o período da consulta pública, foram registradas 167 manifestações


individuais, as quais foram recebidas da seguinte forma:

a. 103 (centro e três) manifestações feitas pelo Formulário de Envio de


Contribuições, às quais foram atribuídos números de protocolo da Ouvidoria da
ANTT;
b. 48 (quarenta e oito) manifestações recebidas oralmente, durante as sessões
presenciais em São Paulo/SP e Brasília/DF;
c. 16 (dezesseis) manifestações por escrito, sendo:
 11 (onze) entregues nas sessões presenciais em São Paulo/SP e em
Brasília/DF, registradas com protocolo provisório;
 5 (cinco) entregues via carta endereçada à ANTT, registradas com número
de protocolo geral da ANTT.

Finalizada a etapa de recebimento das contribuições, as manifestações foram


consolidadas e receberam o seguinte tratamento:

Da leitura e análise preliminar de cada uma das manifestações, foram identificados e


extraídos excertos, que consistem em trechos das manifestações que merecem resposta específica
da área técnica. Cada um desses excertos foi identificado como contribuição.

Assim, cada manifestação pode consistir de uma ou mais contribuições. No presente


caso, as 167 manifestações deram origem a 434 contribuições.

Nessa etapa de triagem, de modo a melhor direcionar a resposta da área técnica, cada
contribuição foi classificada conforme o assunto, com a seguinte subdivisão: estudo de demanda;
econômico; engenharia; jurídico. Em alguns casos, a contribuição foi classificada em mais de um
núcleo.

Após a classificação, a SUFER distribuiu as contribuições para as unidades técnicas


(Gerências e/ou Coordenações), de acordo com a respectiva competência para cada assunto.

A análise das contribuições seguiu o Manual de Procedimentos dos Processos de


Participação e Controle Social (PPCS), da ANTT. As contribuições foram integralmente
respondidas, constando o motivo de sua aceitação ou recusa, da seguinte forma:

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a. “Contribuição aceita”: atinente à matéria de Consulta e Audiência Pública e
incorporada ao texto proposto;
b. “Contribuição parcialmente aceita”: apenas parte da sugestão foi acatada para
fins da Audiência/Consulta Pública. A não aceitação de parte da contribuição é
justificada;
c. “Contribuição já analisada no item XX”: aquela cujo objeto já foi analisado em
contribuição anterior;
d. “Contribuição Rejeitada”:
 “Rejeitada para fins desta Consulta/Audiência Pública. Encaminhada para a área
XX para análise”: quando se tratou de objeto diverso do tratado na
Consulta/Audiência Pública.
 “Rejeitada por estar abordada no normativo XXX”: quando o objeto estiver
contemplado em outra norma.
 “Por vício de Competência”: para contribuições adversas às competências
legais da ANTT.
 “Por análise de mérito”: quando, após análise da área técnica, concluiu-se pela
não recepção da contribuição, com o devido embasamento técnico.

Durante a fase de análise, visando harmonizar as respostas, foi necessária interação entre
as áreas técnicas da SUFER.

Concluídas as análises pelas áreas técnicas, a Presidência da Audiência Pública


recepcionou, compilou e harmonizou as propostas de respostas às contribuições. O fluxograma
a seguir ilustra a metodologia adotada para o tratamento das contribuições:

Classificação por assunto


Levantamento do total de Identificação de contribuições Compilação Final e Apresentação
(Demanda, Econômico, Análise pelas Unidades Técnicas
manifestações protocoladas (167) (434) de Resultados
Engenharia, Jurídico)

5.3 Das contribuições

Após a classificação por assuntos, as contribuições foram proporcionalmente assim


distribuídas:

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0,25%
26,49% 31,68% Jurídico
Engenharia
8,17% Demanda
Econômico
33,42%
Todos os núcleos

Das 436 contribuições, 31 foram aceitas, 88 parcialmente aceitas, 212 rejeitadas e 105
não estão associadas ao escopo da audiência.

Dentre todas as manifestações, apenas a contribuição XXVVII tratou diretamente do


tema passivos ambientais, com a sugestão de “supressão do capítulo 7 - Passivos Ambientais do
Termo de Referência da Malha Paulista, bem como o anexo de ficha de cadastro dessas questões
ambientais, já que não faz parte da análise técnica da Agência e sim nos órgãos ambientais, o
que permite os processos andarem em paralelo.”.

A contribuição foi aceita, de forma que o tema não será tratado no presente Caderno.

Além desta, um grande volume de contribuições se referiu à avaliação da possibilidade


de recuperação de ramais sem tráfego para a reativação da operação ferroviária, que traz algum
impacto no tema licenciamento ambiental. Diante disso a Agência foi sensibilizada ao tema e
solicitou da Concessionária estudo técnico indicando as intervenções para recuperação
capacitação desses trechos, bem como análise dos trechos antieconômicos.

A Concessionária apresentou proposta para todos os ramais. Varginha, Piracicaba e


Cajati foram considerados antieconômicos, conforme estudo realizado pela Concessionária, e foi
proposta sua devolução com estimativa do valor de indenização. Porém, ressalta-se que a análise
desta proposta não é escopo do presente Caderno.

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Para os ramais de Colômbia e Panorama, a Concessionária propôs a modernização dos
trechos que se encontram ativos (Araraquara a Pradópolis e Itirapina a Bauru) e a recuperação e
modernização dos trechos não operacionais (Pradópolis a Colômbia e Bauru a Panorama).

Outro tema recorrente foi relativo à priorização de investimentos para redução de


conflitos urbanos. Todas as contribuições foram consideradas, entretanto foi ressaltado o papel
de definidor de políticas públicas do Ministérios dos Transportes na definição da priorização das
localidades, bem como a metodologia adotada pela ANTT para definição da solução, para cada
caso.

O item 6. Análise dos aspectos ambientais do Plano de Negócios da Concessionária


comenta o impacto do tratamento dado a essas contribuições no licenciamento ambiental da
Concessionária.

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6. Análise dos aspectos ambientais do Plano de Negócios da Concessionária

6.1 Plano de Negócios para a linha tronco

Através da Carta nº 0091/GREG/19, de 14/01/2016, a RMP apresentou Plano de


Negócios e Estudos Técnicos necessários ao atendimento dos critérios estabelecidos na
Resolução nº 4.975/2015. O documento foi complementado posteriormente através de novas
Cartas apresentadas pela concessionária.

Ressalta-se que o Plano de Negócios proposto pela Concessionária, bem como as


complementações apresentadas ao longo do processo atenderam ao Termo de Referência
encaminhado pela ANTT.

Para a linha tronco, a Concessionária apresentou proposta que compreende instalação e


ampliação de pátios de cruzamento, duplicação total de via (com duplicação completa dos trechos
de via singela no meio da via dupla e duplicação completa do trecho Boa Vista – Itirapina),
duplicação parcial de via, remodelação e modernização de via, readequação de seções de
bloqueio, aquisição de locomotivas, vagões e equipamentos de via e implantação de sistemas de
sinalização.

Na revisão do Plano de Negócios, apresentado pela Concessionária após a Audiência


Pública nº 010/2016, pode-se dizer basicamente que não houve modificações no rol de
investimentos a serem implementados ao longo da concessão na linha tronco.

Poderá ser necessária a emissão de licença ambiental/autorizações para a execução de


várias obras propostas, sempre a critério do órgão ambiental e de acordo com a legislação vigente.
Assim, a concessionária deverá envidar todos os esforços necessários para a emissão das licenças
pertinentes em tempo hábil.

A obtenção das licenças e autorizações necessárias para a execução das obras na linha
tronco será de responsabilidade exclusiva da concessionária, bem como o cumprimento do
cronograma pactuado com a ANTT, não sendo possível a repactuação de prazos por ausência da
licença ambiental necessária.

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6.2 Plano de negócios para ramais

Após a Audiência Pública nº 010/2016, mediante as contribuições relativas à operação


dos ramais, a Concessionária encaminhou à ANTT uma proposta de recuperação e também de
modernização da via para toda a extensão dos ramais de Panorama e Colômbia, mesmo para os
trechos que a Concessionária desconsiderou no Estudo Operacional por não apresentarem
demanda viável.

Essa modernização (troca de trilhos e dormentes, reforço de lastro, de obras de arte


especial e de dispositivos de drenagem, etc.) foi justificada principalmente porque a
Concessionária prevê que os trens-tipo futuros que trafegarão nestes trechos - principalmente
após a intervenção proposta para a Linha Tronco - utilizarão vagões de maior capacidade de carga
e maior tonelada por eixo.

Dessa forma, a RMP apresentou proposta de modernização de via para os trechos


Araraquara – Pradópolis e Itirapina – Bauru. Os trechos Pradópolis – Barretos, Barretos –
Colômbia, Bauru – Tupã e Tupã – Panorama receberão apenas a recuperação para que
mantenham as condições de trafegabilidade previstas em contrato.

Os prazos para recuperação desses ramais após a assinatura do Termo Aditivo ao


Contrato de Concessão estão definidos na tabela abaixo.

Tabela 1: Prazo para recuperação dos ramais


RECUPERAÇÃO DE RAMAIS 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Ramal de Colômbia - ZXE (Pradópolis ) a ZBR (Barretos)


Ramal de Colômbia - ZBR (Barretos) a ZCA (Colômbia)
Ramal de Panorama - ZTP (Triagem Paulista) a ZTU (Tupã)
Ramal de Panorama - ZTU (Tupã) a Panorama (ZPM)
Fonte: Produção própria

Sobre o tema, cumpre ressaltar que, em 06/07/2011, a ANTT publicou a Deliberação n°


124/2011, que estabeleceu prazos e fixou as condições para regularização, por parte das
concessionárias, da situação dos trechos e ramais ferroviários subutilizados ou sem tráfego de
cargas. Em 25/04/2013, foi publicada a Deliberação ANTT n° 079/2013, que estabeleceu os
prazos para recuperação dos trechos sob responsabilidade da concessionária Rumo Malha
Paulista, a saber:

Caderno do Estudo de Meio Ambiente: Malha Paulista 16


Tabela 2: Prazos definidos pela Deliberação ANTT nº 079/2013
OBRAS DE RECUPERAÇÃO
TRECHO
INÍCIO CONCLUSÃO
Pradópolis – Barretos Ago/13 Dez/14
Bauru – Tupã Jan/14 Dez/14
Tupã – Adamantina Jan/15 Set/15
Adamantina - Panorama Set/15 Ago/16
Varginha - Evangelista de Souza Jun/15 Mai/16
Barretos – Colômbia Jul/14 Dez/14
Fonte: Produção própria

Conforme se depreende da

Tabela 2, todos os trechos a serem reativados já deveriam ter tido suas obras concluídas,
no entanto, nenhum deles teve as obras sequer iniciadas, por ausência de licença ambiental.

O trecho Bauru – Tupã está incluído na Licença de Operação n° 1180/2013, que está
válida e permitiria as obras necessárias; porém devido a existência da Terra Indígena Araraibá
no local, a Fundação Nacional do Índio - FUNAI suspendeu o início das obras até a finalização
de tratativas entre a Concessionária e a Fundação.

Para o trecho Pradópolis – Colômbia, foi emitido pelo IBAMA o Parecer Técnico nº
069/2018/COTRA/GCLIN/DILIC, em 21/05/2018, concluindo que “restam pendências à
emissão de LI, ASV e ABIO para as obras de “Reativação do Trecho Ferroviário Pradópolis
Colômbia, sob responsabilidade da Rumo Malha Paulista S.A.", pois a documentação
complementar protocolada pela empresa não se mostrou suficiente e adequada para sanar as
pendências anteriormente identificadas por este Instituto.”

Assim, por meio do Ofício nº 197/2018/COTRA/CGLIN/DILIC-IBAMA, de


30/05/2018, o órgão fixou um prazo máximo de 90 (noventa) dias para o protocolo de toda a
documentação necessária à análise final do Instituto.

O trecho Tupã - Panorama ainda não foi licenciado pelo órgão ambiental. A
concessionária obteve, em 30/05/2018, anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN para emissão das licenças ambientais pleiteadas.

A SUFER/GPFER realizou o monitoramento do licenciamento ambiental dos trechos,


através de reuniões com a concessionária e com o IBAMA, troca de e-mails e ofícios e
acompanhamento mensal do status do licenciamento feito por meio de planilhas de controle

Caderno do Estudo de Meio Ambiente: Malha Paulista 17


encaminhadas pela concessionária. Até o presente momento, a Concessionária não obteve as
licenças/autorizações do órgão ambiental para início das obras.

Dessa forma, resta claro que as obrigações decorrentes das Deliberações nº 124/2011 e
079/2013 deverão ser acompanhadas no âmbito do Termo Aditivo do Contrato a ser assinado e
que a concessionária deverá envidar todos os esforços necessários para a emissão das licenças
ambientais referentes aos ramais em tempo hábil.

É importante esclarecer que o cumprimento do cronograma (incluindo a obtenção das


licenças ambientais e autorizações necessárias) é de responsabilidade exclusiva da
concessionária e que seu descumprimento pode ensejar a aplicação das penalidades cabíveis.

Além da modernização e da recuperação de ramais apresentadas acima, a concessionária


apresentou também proposta de devolução dos trechos: Nova Odessa – Piracicaba, Samaritá –
Juquiá, Juquiá – Cajati e Varginha – Evangelista de Souza.

Para os trechos que serão devolvidos, a concessionária será responsável exclusiva pelo
cumprimento da condicionante 2.17 da Licença de Operação nº 1180/2013, a saber:

“ 2.17 Em caso de desativação de trechos, o IBAMA deve ser comunicado com


antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a fim de verificar a necessidade de plano de
descomissionamento que garanta a inexistência de passivos ambientais”.

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7. Conflitos Urbanos

Por meio da Nota Técnica Conjunta nº 01/2018/SNTTA/SFP, de 16 de abril de 2018, o


Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil - MTPA emitiu parecer acerca da priorização
dos investimentos destinados à solução de conflitos urbanos discutidos no âmbito da prorrogação
do contrato de concessão firmado com a RUMO Malha Paulista S/A.

Através da mencionada Nota Técnica, o MTPA apresentou a tabela abaixo, com a ordem
de priorização dos investimentos.

Tabela 3: Ordem de priorização dos investimentos sugerida pelo MTPA


Ordem Município Intervenção Grupo de prioridade
São José do Rio Preto
1 Variante Ferroviária
Mirassol Grupo 1
2 São Carlos Contorno Ferroviário
3 Campinas Integrada Simples
4 Araraquara Remoção da Oficina
5 Embu-Guaçu Integrada Simples
6 Itirapina Integrada Simples
7 Votuporanga Integrada Completa
8 Rio Claro Remoção da Oficina
9 Mairinque Integrada Completa
10 Santa Ernestina Integrada Simples
Grupo 2
11 Cândido Rodrigues Integrada Simples
12 Catiguá Integrada Simples
13 Ibaté Integrada Completa
14 Taquaritinga Integrada Simples
15 Salto Integrada Completa
16 Pindorama Integrada Simples
17 Urânia Integrada Simples
18 Três Fronteiras Integrada Simples
Fonte: MTPA

Poderá ser necessária a emissão de licença ambiental/autorizações para a execução de


várias obras propostas, sempre a critério do órgão ambiental e de acordo com a legislação vigente.
Assim, a concessionária deverá envidar todos os esforços necessários para a emissão das licenças
pertinentes em tempo hábil.

A obtenção das licenças e autorizações necessárias para a execução das obras será de
responsabilidade exclusiva da concessionária, bem como o cumprimento do cronograma

Caderno do Estudo de Meio Ambiente: Malha Paulista 19


pactuado com a ANTT, não sendo possível a repactuação de prazos por ausência de licença
ambiental necessária.

A Nota Técnica Conjunta nº 01 esclarece também que “deve ser dada adequada
destinação à linha férrea que deixará de ser operacional, caso a variante e os contornos
ferroviários sugeridos sejam executados.”

Assim, caso haja desativação de trechos, a concessionária será responsável exclusiva


pelo cumprimento da condicionante 2.17 da Licença de Operação nº 1180/2013, a saber:

“ 2.17 Em caso de desativação de trechos, o IBAMA deve ser comunicado com


antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a fim de verificar a necessidade de plano de
descomissionamento que garanta a inexistência de passivos ambientais”

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8. Responsabilidades da Concessionária

A Concessionária será responsável pela obtenção e manutenção de todas as licenças


ambientais e autorizações necessárias à plena operação do empreendimento, assim como pelo
atendimento das condicionantes de licença e programas ambientais, aí incluídas as
condicionantes referentes à desativação de trechos, conforme mencionado acima.

Para futuras obras objeto da concessão, será de responsabilidade da concessionária a


obtenção das licenças ambientais necessárias, bem como o cumprimento de todas as
condicionantes ambientais e providências exigidas pelo órgão licenciador e pelos órgãos
intervenientes.

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9. Pontos de Atenção

Conforme mencionado acima, os trechos Pradópolis – Barretos, Barretos – Colômbia,


Bauru – Tupã e Tupã – Panorama já deveriam ter sido recuperados pela Concessionária no âmbito
da Deliberação nº 124/2011; porém, não o foram por ausência de licença ambiental necessária.

O processo de licenciamento ambiental para esses trechos iniciou-se em 2013, sem


emissão de licença até o momento. Assim, é importante que a concessionária solucione as
eventuais pendências para a emissão das licenças necessárias de forma a cumprir o cronograma
pactuado com a ANTT.

Novas obras propostas pela concessionária - aí incluídas as obras de resolução de


conflitos urbanos - também poderão estar sujeitas à licenciamento ambiental junto ao IBAMA.
A concessionária deverá obter as licenças ambientais necessárias para essas obras de forma a
cumprir o cronograma pactuado com a Agência.

Já para os trechos que serão devolvidos, a concessionária deverá comunicar a


desativação ao órgão licenciador e, caso seja necessário, cumprir plano de descomissionamento.

Diante do exposto, resta clara a necessidade de tratar, no Contrato de Concessão, a


questão do risco ambiental, de forma a minimizar problemas futuros.

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10. Anexos

Licença de Operação nº 1180/2013

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Status atualizado do cumprimento das condicionantes (apresentado pela Rumo Malha Paulista)

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