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CORTE INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM DA CÂMARA DE

COMERCIO INTERNACIONAL - ICC

Procedimento Arbitral nº ICC 22796/ASM/JPA/GSS

_____________________________________
LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA
_____________________________________
L-1574-0121
CORTE INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM DA CAMARA DE
COMERCIO INTERNACIONAL - ICC

Procedimento Arbitral nº ICC 22796/ASM/JPA/GSS

Requerente: Consórcio ENERG1

Requeridas: Estado de São Paulo


Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM

Tribunal Arbitral

Dra. Valeria Galíndez– Presidente


Dr. Aquiles Augusto Diniz Martins da Costa
Dr. André Castro Carvalho

1
Composto por TEJOFRAN de Saneamento e Serviços Ltda. e por SPAVIAS Engenharia Ltda.
SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES............................................................... 5
1.1. Objeto .................................................................................................... 5
1.2. Síntese da Controvérsia ............................................................................ 5
1.3. Objetivo da Perícia ................................................................................... 8
1.4. Normas Técnicas .................................................................................... 10
1.5. Assistentes Técnicos ............................................................................... 10
1.6. Equipe Perícia ........................................................................................ 10
2. SERVIÇOS CONTRATADOS ........................................................................ 12
2.1. Linha 12 Safira – Características Gerais..................................................... 12
2.2. Escopo Contratado ................................................................................. 15
2.3. Evolução Contratual ............................................................................... 18
3. METODOLOGIA – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO .............................. 20
4. VISTORIA ................................................................................................. 22
5. ANÁLISE DOS FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A EXTENSÃO DO
PRAZO DE EXECUÇÃO DA OBRA ................................................................ 37
5.1. Concessão de Intervalos de Acesso com Interdição de Via............................ 37
5.1.1. Aspectos Relevantes dos Documentos Fornecidos ................................ 38
5.1.1.1. Planilha de Intervalos (Doc. C-65) .................................................. 38
5.1.1.2. Planilhas dos Serviços do Contrato ENERG de 2010 – 2011 ................ 40
5.1.1.3. Relatórios Diários de Obra ............................................................. 42
5.1.1.4. Solicitações de acesso com interdição (Doc. R-22 e E-11) .................. 43
5.1.2. Liberação e Aproveitamento de Horas com Interdição de Tráfego
Ferroviário ..................................................................................... 46
5.1.2.1. Verificação dos dados integrantes dos Doc. E-11 e R-22 .................... 46
5.1.2.2. Análise dos dados ........................................................................ 47
5.2. Alteração da Metodologia de Execução dos Serviços de Instalação de Postes .. 51
5.3. Alteração de Projetos.............................................................................. 52
5.4. Execução de Serviços Adicionais............................................................... 53
5.5. Recursos Mobilizados .............................................................................. 67
6. CONSEQUÊNCIAS VERIFICADAS ............................................................... 72
6.1. Extensão do Prazo.................................................................................. 72
6.2. Mitigação dos Impactos .......................................................................... 82
6.3. Ociosidade ............................................................................................ 83
6.4. Custos Indiretos .................................................................................... 91
6.4.1. Aspectos Conceituais ....................................................................... 91
6.4.2. Custos Indiretos Apurados ................................................................ 95
7. RESPOSTA AOS QUESITOS ..................................................................... 104
7.1. Quesitos Consórcio ............................................................................... 104
7.2. Quesitos Estado ................................................................................... 135

3
7.3. Quesitos CPTM..................................................................................... 156
8. CONCLUSÃO ........................................................................................... 170
9. ENCERRAMENTO ..................................................................................... 172

4
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1.1. Objeto

Obras de fornecimento e instalação de via permanente e


sistema de suprimento de energia catenária para tração, entre o km 02 +
110 e km 41 + 240 e Pátio de Estacionamento de Trens Manoel Feio entre
o km 32 + 100 e km 32 + 800 para Linha F (12 – Safira) – Lote 3 – da
CPTM.

1.2. Síntese da Controvérsia

Os principais aspectos relacionados às questões técnicas de


engenharia envolvidas na controvérsia submetida à presente arbitragem
podem ser sintetizados conforme segue.

Em suas alegações iniciais, o Consórcio informa ter sido


contratado, em 03/11/2009, para realizar as obras acima identificadas.
Aduz que para cumprir o prazo de 18 meses, previsto no Edital, fez o
planejamento dos trabalhos, e projetou a mobilização dos recursos que
seriam necessários, considerando o conjunto de horários em que seria
possível executar os serviços, conforme definição da Contratante2.

Destaca que, em função disso, a viabilidade da consecução do


Contrato (de seu cronograma físico-financeiro e da equação pactuada)
dependia da observância dos intervalos de operação previstos, em especial,
para os casos de interdição total da circulação de trens.

Alega que, no entanto, enfrentou inúmeras situações adversas


supervenientes, tais como: a não disponibilização das condições
necessárias para que os serviços pudessem se desenvolver como previsto
– pela não concessão de acesso nos intervalos indicados na fase
concorrencial, pela redução do tempo relativo aos intervalos concedidos,
pelo cancelamento de intervalos autorizados, pela insuficiência de pessoal
da CPTM para fazer a fiscalização, pela interferência da MRS Logística, pela
alteração da metodologia de instalação de postes3 –; e, ainda, a
inadequação de projetos em relação à realidade local; o acréscimo de
serviços a executar e, finalmente, a ociosidade e a perda de produtividade.

Em decorrência dessas circunstâncias, observa que foram

2
Secção VI – Exigências da Contratante – Edital.
3
Essas restrições teriam resultado que somente 79 % dos intervalos solicitados tenham sido concedidos e que
apenas 64 % desse total tenham sido aproveitados.
5
celebrados sete aditamentos contratuais, sem que, contudo, tenha havido
ressarcimento dos custos diretos e indiretos adicionais que suportou em
razão da dilação do prazo contratual em 54 meses.

Ao final, entre outras coisas, requer a condenação dos


Requeridos a lhe ressarcirem a importância de R$ 50.026.853,65
(cinquenta milhões e vinte e seis mil e oitocentos e cinquenta e três reais e
sessenta e cinco centavos)4, acrescida de juros de mora e atualização
monetária.

A Requerida CPTM responde informando, inicialmente, que


foram enfrentadas situações imprevisíveis e que foi necessária a adequação
do objeto contratado, com a correspondente alteração de escopo, e que a
extensão do prazo contratual foi uma consequência natural dos vários fatos
que impactaram o desenvolvimento dos trabalhos.

Afirma que, no entanto, o pleito formulado pelo Requerente é


infundado porque eventuais custos adicionais que tenham sido incorridos já
foram devidamente incorporados ao Contrato pelo Termo Aditivo no 3 ou
resultaram de falha no planejamento executivo do Consórcio.

Destaca que, segundo o Edital, a execução da obra deveria


ocorrer de modo adequado à necessidade de continuidade da prestação de
serviços e operação do sistema ferroviário e que não havia previsão de
garantia de disponibilização total dos horários e tampouco de exclusividade
da prestação de serviço no local. Ressalva que os períodos mencionados
naquele documento correspondiam ao intervalo máximo passível de
concessão. Além disso, pondera que havia serviços que prescindiam de
acesso à via.

Assevera que dados de controle de acesso demonstram que não


é possível que lhe seja imputada a responsabilidade pela totalidade da
extensão do prazo, pois muitos dos pedidos de acesso concedidos não foram
aproveitados por razões atribuíveis exclusivamente ao próprio Requerente.
Segundo seu entendimento somente 4,5 dos 54 meses de prazo estendido
podem ser creditados a eventos relacionados à sua esfera de atuação.

Alega, ainda, a Requerida CPTM que o Consórcio não observou


o cronograma apresentado na proposta técnica e solicitou acessos, com
interdição da via, em períodos que não haviam sido programados
originalmente.

Além disso, destaca que não há evidência de que o Requerente


tenha tomado medidas para incrementar recursos visando mitigar os

4
Data base do Contrato.
6
alegados efeitos decorrentes das restrições de acesso e afirma ter dúvidas
sobre a efetiva exequibilidade da obra no prazo contratual com base no
planejamento inicial feito pelo Consórcio.

Comenta cada uma das alegações do Requerente reiterando seu


convencimento de que não é correto que lhe seja atribuída a integral
responsabilidade por toda a extensão do prazo contratual.

Mencionando os contextos que permearam a formalização dos


sete aditamentos contratuais, pondera que todas as solicitações formuladas
pelo ENERG foram atendidas e que, portanto, não há fundamento para
considerar que seja devida remuneração de despesas diretas e indiretas nos
termos requeridos.

Quanto aos valores pleiteados, é afirmado pela CPTM que não


existem comprovações de sua procedência e que não é possível verificar a
veracidade de algumas informações, sendo, outrossim, desconhecidos os
respectivos critérios de cálculo.

No tocante aos custos adicionais com seguros admite ser devido


o que venha a ser comprovado no período posterior a 27/06/2014. Em
relação aos custos de manutenção de equipe de meio ambiente, argumenta
que se tratava de obrigação contratual e, portanto, não houve prestação de
serviço adicional. Finalmente, quanto aos equipamentos, aduz que a
documentação apresentada não permite aferir o percentual alocado à obra
e tampouco identificar a taxa de ociosidade.

Ao final, requer, entre outras coisas, sejam julgados totalmente


improcedentes os pedidos formulados pelo Requerente.

O Estado de São Paulo também responde às alegações iniciais,


de modo geral, alinhado às considerações expostas pela CPTM e destacando
que teria havido deficiência de desempenho por parte do Consórcio, que
não mobilizou recursos suficientes para concluir o objeto contratual nos 18
meses pactuados. Nesse sentido, evidencia o fato de terem sido, pelo
Requerente, cancelados intervalos concedidos em número quatro vezes
superior aos cancelamentos feitos pela operadora da linha.

Pondera, ainda, o Requerido que as dificuldades para executar


obras em via férrea em funcionamento era de conhecimento prévio das
empresas constituintes do consórcio: TEJOFRAN e SPAVIAS.

Por essas razões, argumenta que a não conclusão da obra no


prazo contratualmente avençado não pode ser integralmente imputada aos
Requeridos.

7
Ao final, dentre outras considerações, pondera que não se há
de admitir que o Requerente receba valores extracontratuais por serviços
realizados e já integralmente pagos.

Em sede de réplica, o Consórcio impugna a planilha trazida pela


CPTM, com dados atribuídos ao Sistema de Controle de Solicitação de
Acessos, por se tratar de documento unilateral e por considerar que não
reflete a realidade vivenciada durante a execução da obra, que foi
registrada em Relatórios Diários de Obra e em correspondências e e-mails
emitidos à época relatando as dificuldades enfrentadas em relação à
liberação de acesso.

Aduz que os argumentos dos Requeridos no sentido de não


serem responsáveis pela extensão do prazo contratual são contraditórias
em relação às justificativas técnicas que embasaram os aditamentos
contratuais e ao fato de ter havido reconhecimento da procedência do
pedido de ressarcimento de custos adicionais com seguros.

Afirma que a mão de obra alocada era compatível com as


frentes de serviço disponibilizadas pela CPTM e que a mobilização de mais
recursos somente faria aumentar a ociosidade pela falta de condições
adequadas para alcançar a produtividade esperada tanto do pessoal quanto
dos equipamentos alocados. No mais, ao comentar as considerações
expostas pelos Requeridos, reitera e reforça os argumentos e pedidos
consignados em suas alegações iniciais acerca dos demais pontos
controvertidos.

Em suas tréplicas, os Requeridos CPTM e Estado de São Paulo,


essencialmente, refutam as alegações feitas pelo Requerente Consórcio
ENERG, renovando e complementando os termos das respectivas respostas
às alegações iniciais do Consórcio.

1.3. Objetivo da Perícia

Análise de causas e consequências da extensão do prazo


contratual de execução da obra identificada no item 1.1 deste laudo pericial.
O escopo dos trabalhos, definido em consonância com o Anexo I da Ordem
Processual no 3, abrange os seguintes aspectos:

 Custo Indireto Adicional por Conta de Dificuldades de Acesso

o Se houve problemas de mobilização por parte de


ENERG.

8
o Se ocorreram eventos de força maior (excludente de
responsabilidade) no curso da execução dos serviços.

o Se a não-concessão de acessos por CPTM afetou o


cronograma dos trabalhos e, em caso afirmativo, quais
dias/períodos em que não houve concessão e de que
forma (especialmente quantidade tempo).

o Se eram cabíveis e se ENERG tomou medidas


adequadas para mitigar os atrasos (e.g. aumento de
pessoal ou horas de trabalho).

o Se os danos indiretos estão devidamente comprovados.

 Alteração de Metodologia para Execução dos Serviços de


Instalação de Postes

o Se a mudança de metodologia de instalação dos postes


impactou no cronograma ou não e, em caso afirmativo,
em qual extensão.

 Alteração de Projetos

o A divergência entre projetos, de fato, afetou o


andamento dos serviços de ENERG e, em caso
afirmativo, de que forma.

 Execução de Serviços Adicionais

o Se os serviços adicionais impactaram no prazo


contratual e, em caso afirmativo, em que medida.

o Caso a execução dos serviços adicionais tenha causado


necessidade de extensão do prazo contratual, se os
Aditivos abrangem todos os custos indiretos
decorrentes dos serviços adicionais ora reclamados por
ENERG.

o Se os valores constantes das Tabelas de Preços da


Proposta Comercial remuneram, ou não, apenas os
custos diretos dos serviços.

9
 Ociosidade de Equipamentos

o Se houve, de fato, ociosidade de equipamentos além da


margem originalmente prevista por ENERG e, em caso
afirmativo, em qual extensão.

o Caso a resposta ao item anterior seja afirmativa, quais


os critérios a serem utilizados para o cálculo dessa
ociosidade imprevista e qual o valor correspondente ao
pleito.

1.4. Normas Técnicas

Os trabalhos foram desenvolvidos em consonância com


prescrições expressas nas seguintes normas técnicas:

 Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE – SP,


Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia
de São Paulo.

 ABNT NBR 13.752 – Perícias de Engenharia na Construção


Civil da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

1.5. Assistentes Técnicos

As partes designaram para exercer a função de Assistente


Técnico os seguintes escritórios e profissionais:

 Requerente:
Engenheiro Civil Eduardo T. P. Vaz de Mello

 Requeridos:
Engenheiro Civil João Luiz dos Santos Tosello5

1.6. Equipe Perícia

Além do subscritor, o desenvolvimento desta perícia teve a


destacada participação dos seguintes profissionais:

5
Em substituição ao Engenheiro Civil Cassio Penteado Serra Filho.
10
 Engenheiro Civil Luiz Gonzaga de Arruda Neto,
CREA/SP n° 5060449351

 Engenheira Civil Flávia Lacerda Piva, CREA/SP n°


0682390143

 Engenheiro Civil Ricardo Simplício da Silva, CREA/SP


no 5061550010

11
2. SERVIÇOS CONTRATADOS

2.1. Linha 12 Safira – Características Gerais

A Linha 12 – Safira da CPTM liga a Estação Brás (antiga


Roosevelt) à Estação Calmon Vianna, onde se encontra paralelamente com
a Linha 11 – Coral.

Com extensão de 39,00 Km acompanha o percurso do Rio Tietê


na Zona Leste do Município de São Paulo e serve 13 (treze) estações,
conforme ilustrado na figura abaixo.

Imagem extraída do site Wikipedia

Além da Capital, atende também Itaquaquecetuba e Poá.

Genericamente é composta pela Via Permanente – conjunto


formado pelos trilhos, dormentes e lastro – e pela Rede Aérea, estrutura
por meio da qual é feita a alimentação de energia elétrica das locomotivas6
que movimentam as composições.

A imagem aérea reproduzida a seguir permite verificar o real


desenvolvimento da linha.

6
O sistema de alimentação é também composto por subestações transformadoras/retificadoras que fazem o
rebaixamento da energia em alta tensão, recebida da concessionária.
12
Imagem extraída do site Google Earth

13
A Linha F teve seu traçado definido na década de 20, em grande
parte às margens do rio Tietê, servindo como uma variante da Linha E em
subsídios aos escoamentos de produtos agrícolas e siderúrgicos, ou seja,
voltada para o transporte de carga. Atualmente atravessa regiões
densamente povoadas e pode ser assim descrita:

 Em duas vias principais entre o Brás (Km 02+110) e Eng.


Sebastião Gualberto (08+500), onde paralelamente há
também duas vias principais da Linha “E” e mais a faixa
(murada) da Linha 3 da Cia Metrô, contendo duas estações
intermodais (Tatuapé e Brás);

 Em duas vias principais entre Eng. Sebastião Gualberto


(nesse trecho seu traçado se distancia em relação à Linha E)
até Calmon Vianna, onde em grande parte da sua extensão
tem em uma das suas margens o Parque Ecológico do Tietê
e no restante do trecho entre bairros e avenidas por vários
municípios da Zona Leste da Capital, com 11 (onze) estações
ferroviárias.

 Em toda a sua extensão as vias estão sobre lastro com


dormentes de madeira (predominantemente) e dormentes
de concreto (pequena extensão), com fixação elástica
(grampos), trilhos TR 57 e aparelhos de mudança de via
padrão americano (AREMA). Essas vias são sinalizadas e
possui o seu centro de controle operacional no Brás e estão
eletrificadas, no qual o contato se dá entre pantógrafo (trem
elétrico) e rede aérea (um único fio troley) apoiada sobre
estruturas metálicas (pórticos), com alimentação de 3000
v.c.c. e o trilho como retorno. As locomotivas de tração para
os trens de carga são a diesel.

Dentro do sistema operacional circulam trens metropolitanos da


CPTM e de cargas predominantemente da MRS Logística S/A, fazendo
transposições com rotas previamente estabelecidas.

Trens metropolitanos

 Circulam entre a Estação Ferroviária Terminal do Brás e a


Estação Ferroviária Terminal de Calmon Vianna e são
formadas por duas unidades denominadas de TUE's
(Trens Unidades Elétricas), sendo que dependendo da
série, esses TUE's podem ser de três vagões ou quatro
vagões entre carros motores, reboque e cabines com
carga de 23 t/eixo e velocidade diretriz de 90 Km/h.

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Trens de carga

 As composições de carga são formadas por locomotivas e


vagões, onde as suas formações são no geral com três ou
quatro locomotivas tracionando, carga de 30 t/eixo e
velocidade diretriz de 50 Km/h. Possuem duas rotas
distintas e de maiores intensidades nas transposições:

 Entre o pátio de cargas em Eng. Manoel Feio (km 32+905)


a Calmon Vianna (41+240), com destino a Linha E da
CPTM.

 O número de viagens por uma única via é de


aproximadamente 5 (cinco) composições, com
comprimentos diferenciados (entre 800 e 1200 metros);

2.2. Escopo Contratado

O Contrato, ajustado na modalidade de empreitada por preço


global, foi formalizado em 03/11/2009, sendo que o início da contagem do
prazo de execução, de 18 meses, data de 04/01/2010.

O preço estabelecido foi de R$ 189.810.872,56 (cento e oitenta


e nove milhões e oitocentos e dez mil reais e oitocentos e setenta e dois
reais e cinquenta e seis centavos).

Com relação à Rede Aérea, o escopo definido teve por objetivo


a adequação e remodelação da rede aérea de tração em 3 kVcc da Linha F
da CPTM, utilizando Rede Aérea Auto – Tensionada. Também estão
compreendidos a adequação e remodelação dos circuitos auxiliares de 4,4
kVca /13,8 kVca 2 Ø, e dos circuitos de proteção e aterramento. As
principais atividades previstas foram as seguintes:

• Projeto Executivo;

• Fornecimento, implantação e/ou remanejamento de bases, postes,


postes metálicos e pórticos;

• Substituição e/ou instalação de conjuntos para sustentação e


transferência da rede aérea;

• Fornecimento e instalação de cabo mensageiro novo e retirado do


cabo antigo;

• Fornecimento e instalação dos dois fios de contato de 107 mm2 e


ret1rada dos fios de 107 mm2 existentes;

15
• Fornecimento de cabos de aço de diâmetros 9/16", 3/4”, 1/2”;

• Fabricação de suspensórios articulados;

• Substituição de todos os suspensórios, que deverão ser constituídos


de fios articulados, e retirados os existentes;

• Implantação de novos seccionamentos elétricos e mecânicos;

• Implantação e substituição das interligações entre o Sistema de


Rede Aérea e as Subestações ou Cabinas Seccionadoras;

• Implantação de ligações equipotenciais, através de cabos de cobre,


de modo a participar de maneira mais significativa na
condutibilidade geral da linha, constituindo então ligações elétricas
mais eficientes entre os fios de contato e o cabo mensageiro;

• Fornecimento, instalação e/ou substituição de conexões


equipotenciais e seccionamento, e retirada dos existentes;

• Fornecimento, instalação e/ou substituição de isoladores de


suspensão e de seção, e retirada dos existentes;

• Fornecimento e instalação dos equipamentos tensores com bases,


postes e ancoragens de acordo com projeto aprovado pela CPTM;

• Fornecimento, instalação e/ou substituição do cabo terra, e retirada


dos existentes;

• Fornecimento e instalação de tomadas de terra, e retirada dos


existentes.

• Fornecimento e instalação de centelhadores, e retira dos existentes;

• Implantação, adequação e instalação de seccionamentos da rede;

• Fornecimento e instalação de chaves seccionadoras da rede aérea,


e retirada dos existentes;

• Fornecimento, montagem e instalação de para raios de chifre; e


retirada dos existentes.

• Uniformização do gabarito de altura dos fios de contatos para 5,50


m;

• Fornecimento e montagem dos circuitos de 4,4 kVca / 13,8 kVca 2


Ø nas estruturas novas, compreendendo:

o Instalação e/ou substituição de conjuntos de fixação e


isoladores;
o Instalação e/ou substituição dos cabos nus e/ou
isolados;
o Instalação e/ou substituição de chaves seccionadoras;
o Instalação e/ou substituição dos para-raios;

16
• Fornecimento e instalação de transformadores 4,4 kVca / 13,8 kV /
22 Vca para alimentação das chaves seccionadoras da rede aérea
de tração e equipamentos da sinalização;

• Fornecimento e instalação de comutadores de energia em baixa


tensão, para os equipamentos de sinalização e chaves
seccionadoras motorizadas.

• Fornecimento e instalação de sensores de tensão.

• Fornecimento de chaves tipo faca para sensores de tensão.

• Fornecimento e instalação de ancoragens dos pontos fixos.

Com relação a Via Permanente o escopo dos serviços contempla


a elaboração de Projetos Executivos da Infra (drenagem, terraplenagem) e
Superestrutura de Via permanente, incluindo a via corrida (adequação
geométrica das vias existentes com os novos AMV e nos trechos dos AMV
demolidos) e os AMV (projeto de fabricação dos AMV e todos os
componentes necessários para pleno assentamento do conjunto), e a
execução dos seguintes serviços e atividades:

• Identificação dos locais de intervenção em toda a extensão da Linha,


com relação aos acessos à obra e das mobilizações dos empregados,
materiais, veículos e equipamentos necessários aos serviços,
tomando-se os cuidados com relação ao tráfego ferroviário e a não
passagem de transeuntes no local;

• Sinalização durante a operação (emplacamento de via de acordo


com a norma da CPTM);

• Serviços de desmontagem de AMV's (de qualquer abertura no


cruzamento e comprimento da agulha) ou via corrida com a retirada
dos materiais. Envolvem atividades de:

• cortes de trilhos a frio;

• desmontagem de talas mecânicas (com parafusos e porcas);

• afrouxamento das fixações dos trilhos e demais dispositivos


(tirefonds, grampos elásticos, escoras, barras de conjugação etc.);

• retirada dos trilhos e das partes integrantes dos AMV's (agulhas,


jacarés, contratrilhos etc.);

• retirada de dormentes comuns e especiais (de comprimentos


diferenciados). Os dormentes não poderão ser estaleirados com as
placas de apoio (simples ou especiais);

• caixas de impedância, cabos de sinalização, demais materiais e


equipamentos dos AMV 's;

17
• remanejamento do lastro;

• limpeza do terreno;

• estaleiramento de materiais.

• Através das recomendações e orientações dos ensaios geotécnicos


da Linha F, serão efetuadas as correções e execuções da
infraestrutura da via permanente, incluindo reforço e ou aumento
de largura da plataforma, terraplanagem, drenagem, quando
necessários;

• Execução e montagem da superestrutura da via permanente,


envolvendo as atividades básicas:

• Preparação da base de assentamento, com materiais específicos


para as camadas de regularização e I ou reforço;

• Aplicação de manta geotêxtil; Aplicação de sublastro; Aplicação de


lastro;

• Assentamento de grade de via ou AMV (de geometria Nº 10 ou 14


tipo AREMA), de acordo com a pré-montagem;

• Soldagem dos trilhos por processo aluminotérmico;

• Regularização do lastro, nivelamento e alinhamento do AMV e I ou


da via corrida;

• Implantação dos marcos topográficos dos pontos notáveis da


geometria de via local e os respectivos marcos de segurança dos
AMV 's;

• Limpeza geral.

2.3. Evolução Contratual

Ao longo do desenvolvimento da obra foram formalizados 7


(sete) Termos de Aditamento Contratual:

18
10 out/10

11 nov/10

12 dez/10

13 jan/11

14 fev/11

15 mar/11

16 abr/11

17 mai/11

18 jun/11

19

20 ago/11

21 set/11

22 out/11

23 nov/11

24 dez/11

25 jan/12

26 fev/12

27 mar/12

28 abr/12

29 mai/12

30 jun/12

31

32 ago/12

33 set/12

34 out/12

35 nov/12

36 dez/12

37 jan/13

38 fev/13

39 mar/13

40 abr/13

41 mai/13

42 jun/13

43

44 ago/13

45 set/13

46 out/13

47 nov/13

48 dez/13

49 jan/14

50 fev/14

51 mar/14

52 abr/14

53 mai/14

54 jun/14

55

56 ago/14

57 set/14

58 out/14

59 nov/14

60 dez/14

61 jan/15

62 fev/15

63 mar/15

64 abr/15

65 mai/15

66 jun/15

67

68 ago/15

69 set/15

70 out/15

71 nov/15

72 dez/15
1

9
mar/10

mai/10

ago/10
jan/10

fev/10

abr/10

jun/10

set/10
jul/10

jul/11

jul/12

jul/13

jul/14

jul/15
Descrição

Contrato

Objetivo do Aditivo: Revisão de quantidades e inclusão de preços novos,


sem alteração de prazo e custo
Justificativas:
1º Aditivo - Alteração de quantidades
- Inclusão de itens novos
- Substituição da grade de linha em dormente de madeira por grade de linha
em dormente de concreto na via corrida

Objetivo do Aditivo: Aumento de Prazo Contratual (+18 meses) sem


alteração de valor
Justificativas:
- Modificações no projeto executivo de via permanente e rede aérea.
2º Aditivo - Necessidade de remoção e/ou remanejamento de interferências
(Eletropaulo, SABESP, e cabos de Sinalização e Telecomunicações)
- Atraso licenças ambientais
- Dificuldades de acesso às áreas operacionais (variação quantidade de
usuários 1.700.000 previsto e 2.400.000 atual)
- Elevado índice pluviométrico, acima da média, no ano de 2010

Objetivo do Aditivo: Revisão da planilha de quantidades e aumento do valor


do contrato (+ R$ 28.471.630,88), sem alteração de prazo
Justificativas:
- Implantação da Via Permanente e Rede Aérea em São Miguel
- Muros de Arrimo em São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo
3º Adtivo - Construções da Via Permanente e Rede Aérea em Calmon Viana
- Drenagens do Pátio de Manuel Feio
- Desvio Férreo em Engº Trindade e em Manoel Feio (3 novos desvios)
- Regulagens do circuito de sinalização nos Novos Travessões
- Remanejamentos de Cabo de Sinalização e telecomunicação
- Rebaixamento das Linhas de Sinais 4,4 kv
- Alterações da Rede Aérea em Manoel Feio

Objetivo do Aditivo: Alteração do prazo contratual (+18 meses) sem


alteração de valorJusitificativas:
- Restrição de Acessos às áreas Operacionais para a implantação da Rede
Aérea Autocompensada
4º Aditivo - Construção de via segregada, paralela a Linha 12, entre as estações de Eng.
Manoel Feio e Calmon Viana (obra MRS)
- Atrasos na autorização para execução do Manejo Arbóreo
- Falta de quadro de fiscais da CPTM
- Implantação da rede aérea de tração em duas etapas

Objetivo do Aditivo: Alteração da composição do consórcio


5º Aditivo Justificativas:
- Em razão da alteração da SPA para SPAVIAS

Objetivo do Aditivo: Revisão da


planilha de quantidades e aumento de
prazo contratual (+9 meses) sem
alteração no valor
Justificativas:
- Implantação da rede aérea
autocompensada, em duas fases
- Interferência com as obras da Linha
13 – Jade
6º Aditivo - Interferências com as obras da
estação de São Miguel Paulista
- Implantação da via segregada entre
as estações de Manoel feio e Calmon
Viana (MRS), com interferência nos
projetos de rede aérea e de drenagem
da linha 12
- Restrição de Acessos às áreas
Operacionais para a implantação da
Rede Aérea

Objetivo do Aditivo: Revisão da


planilha de quantidades e aumento de
prazo contratual (+9 meses) sem
alteração no valor
Justificativas:
- Implantação da rede aérea
autocompensada, em duas fases
7º Aditivo - Implantação da via segregada entre
as estações de Manoel feio e Calmon
Viana (MRS), com interferência nos
projetos de rede aérea e de drenagem
da linha 12
- Restrição de Acessos às áreas
Operacionais para a implantação da
Rede Aérea

19
3. METODOLOGIA – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Em conformidade com o que foi exposto no Capítulo 1, os


principais aspectos técnicos a serem analisados e esclarecidos pela presente
perícia relacionam-se a causas e consequências da extensão do prazo de
execução da obra – inicialmente fixado em 18 meses – para 72 meses.

Para tanto, foi estabelecida a seguinte sequência de atividades


ou etapas de trabalho que foram cumpridas pelo subscritor e por sua
equipe:

 Análise das alegações das Partes;

 Análise inicial da documentação técnica juntada pelo


Requerido e pelos Requeridos em suas respectivas
manifestações;

 Análise das Ordens Processuais nos 3 e 4 que definiram o


escopo da perícia;

 Reunião inicial, realizada no dia 09/09/20207, com a


participação da equipe do perito e dos assistentes técnicos
das Partes8.

 Na oportunidade a Engenheira Efigênia Guariento e o


Engenheiro João Luiz dos Santos Tosello fizeram exposições
dos respectivos argumentos técnicos relacionados às
questões a serem abordadas pela perícia e puderam
apresentar os contrapontos que foram entendidos cabíveis9;

 No dia 23/09/20 foi formalizado, junto aos Srs. Assistentes


Técnicos, um pedido para apresentação de documentação
complementar àquela juntada nos autos;

 Em 05/11/20, preliminarmente à realização de uma visita


técnica ao objeto da perícia, foi levada a efeito uma segunda
reunião de trabalho, oportunidade em que diversos pontos
controvertidos foram tratados (ver capítulo 4);

 Análise dos documentos encaminhados pelos assistentes


técnicos;

7
A reunião foi realizada por videoconferência.
8
O Engenheiro Eduardo Vaz de Mello foi representado pela Engenheira Efigênia Guariento.
9
A apresentação feita pelo Sr. Assistente Técnico dos Requeridos é apresentada no Anexo I deste laudo
pericial. A exposição feita pela Assistente Técnica do Requerente foi oral.
20
 Estudo do desenvolvimento da obra e dos fatores que
possam ter impactado o cronograma;

 Análise dos efeitos decorrentes dos fatores impactantes;

 Elaboração do laudo pericial e respostas dos quesitos


formulados.

21
4. VISTORIA

A vistoria foi realizada em 05/11/2020 e teve a participação dos


seguintes profissionais:

• Equipe do Perito:
Engo Civil Octavio Galvão Neto
Engo Civil Luiz Gonzaga de Arruda Neto
Engo Civil Ricardo Simplício da Silva

• Assistente Técnico do Requerente:


Engo Civil Eduardo T. P. Vaz de Mello

• Representante do Requerente:
Engo Civil Marcos Freitas (SPAVias)

• Assistente Técnico do Requerido


Engo Civil João Luiz S. Tosello

• Representantes dos Requeridos:


Engo Civil José Fernando Acosta (CPTM)
Engo Civil Thiago de Brito Leite (CPTM)

Como mencionado no capítulo precedente, foi inicialmente feita


uma reunião de trabalho, sendo tratados os seguintes temas:

 Composição de preços da proposta


 Histograma de mobilização de mão de obra e
equipamentos
 Preços novos – BDI
 Plano de ataque pós assinatura do Contrato
 Plano de trabalho
 Alteração de tipos de serviço

A visita teve início na Estação de São Miguel Paulista, seguindo


para o Pátio de Engo Manoel Feio e terminando na Estação Calmon Viana.

A seguir é apresentado o relatório fotográfico produzido durante


a vistoria que destaca os principais pontos verificados e alguns comentários
associados às observações feitas no local.

22
Foto 1 – Estação São Miguel Paulista (ponto de partida da vistoria).

Foto 2 – Plataforma de Embarque da Estação São Miguel Paulista.

23
Foto 3 – Foto 4 – Vista da chegada de composição na Estação São Miguel Paulista.

Foto 5 – Via Permanente com dormentes de concreto.

24
Foto 6 – Detalhe.

Foto 7 – Rede Aérea de Tração.

25
Foto 8 – Vista geral da Via Permanente e da Rede Aérea de Tração em pórtico.

Foto 9 – Detalhe da Rede Aérea em pórtico.

26
Foto 10 – Vista geral da Via Permanente, Rede Aérea de Tração e taludes.

Foto 11 – Muro de contenção executado na extensão da linha.

27
Foto 12 – AMV (Aparelho de Mudança de Via) na entrada no Pátio de Manoel Feio.

Foto 13 – Vista geral do Pátio de Manoel Feio.

28
Foto 14 – Redes Aéreas no Pátio de Manoel Feio.

Foto 15 – Detalhe de poste da Rede Aérea, com chave seccionadora.

29
Foto 16 – Contenções e drenagens executadas na extensão da linha.

Foto 17 – Detalhe da via segregada da MRS Logística.

30
Foto 18 – Foto 19 – Vista geral da Estação Calmon Viana.

Foto 20 – Detalhe da Via Permanente: dormente de concreto.

31
Foto 21 – Detalhe do dormente de concreto.

Foto 22 – Vista geral da Via Permanente e da Rede Aérea de Tração

32
Foto 23 – Detalhe da Via Permanente, com dormente de concreto. Detalhe da AMV (Aparelho de
Mudança de Via) e Travessão. À direita, via segregada da MRS Logística.

Foto 24 – Idem, vista por outro ângulo.

33
Foto 25 – Vista geral da Via Permanente da CPTM e da via segregada da MRS Logística.

Foto 26 – Via Permanente. Do lado esquerdo situa-se o Pátio de Manoel Feio (CPTM).

34
Foto 27 – Vista da Via Permanente. Do lado esquerdo, o Pátio de Manoel Feio.

Foto 28 – Vista da Via Permanente. Do lado esquerdo encontra-se o Pátio da CPTM e do lado direito
o Pátio da MRS Logística (Pátio de Manoel Feio).

35
Foto 29 – Via Permanente com dormente de concreto, AMV (Aparelho de Mudança de Via) e
Travessão. Ao lado direito, vista da via segregada da MRS Logística.

Foto 30 – Detalhe do tensor e contrapeso da Rede Aérea auto compensável.

36
5. ANÁLISE DOS FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A
EXTENSÃO DO PRAZO DE EXECUÇÃO DA OBRA

5.1. Concessão de Intervalos de Acesso com Interdição de Via

Um dos principais pontos controversos relacionados à extensão


do prazo contratual diz respeito à concessão e ao aproveitamento de
intervalos, com interrupção da circulação de trens, para execução de
serviços na Via Permanente e na Rede Aérea.

Para analisar essas questões, foram considerados, além das


correspondências acostadas aos autos, os seguintes documentos:

 Planilha de Intervalos elaborada pelo Consórcio (Doc. C-


65);

 Planilhas dos Serviços do Consórcio ENERG dos anos de


2010 e 2011, que serviram de bases de dados para a
elaboração do Doc. C-65, fornecidas pelos assistentes
técnicos das partes no curso da perícia;

 Relatórios Diários de Obra – RDO (Doc. C-66);

 Relatórios Diários de Obra fornecidos em 26/10/2020 pelo


Assistente Técnico da Requerente (Anexo II deste laudo
pericial);

 Solicitações de Acesso (SA) com interdição – 2010 a 2016


(Doc. R-22);

 SA referidas nos Diários de Obra (Doc. R-34);

 Solicitações de Acesso (Doc. E-11).

Conforme será exposto adiante, o que se busca verificar neste


tópico é qual teria sido a realidade das liberações e do aproveitamento de
frentes de trabalho dependentes de interrupção de tráfego ferroviário.

Para tanto, foram compilados dados extraídos da documentação


acima no intuito de identificar:

 Total de horas solicitadas pelo Consórcio

 Total de horas não concedidas pela CPTM


37
 Total de horas concedidas pela CPTM

 Total de horas concedidas, mas não disponibilizadas pela


CPTM (Horas canceladas pela CPTM)

 Total de horas concedidas e efetivamente


disponibilizadas pela CPTM

 Total de horas concedidas pela CPTM e canceladas pelo


Consórcio

 Total de horas utilizadas pelo Consórcio

O produto desse processo está consubstanciado no Anexo III


deste laudo pericial que recebeu a designação “Análise de Intervalos de
Acessos com Interdição de Via”.

5.1.1. Aspectos Relevantes dos Documentos Fornecidos

Preliminarmente a análise que será exposta no subitem


subsequente, é importante que sejam destacados alguns aspectos
relevantes da documentação considerada.

5.1.1.1. Planilha de Intervalos (Doc. C-65)

Observou-se que na planilha apresentada pelo Requerente no


Doc. C-65, abaixo reproduzida, nas colunas destacadas na cor amarela
existem discrepâncias em relação ao que consta nos documentos de origem
– inseridos na última coluna à direita – condição que pode ser verificada
nos exemplos que seguem.

38
Mês Área Solicitado Concedido Perdas Perdas (%)
VP 945:45 915:26 30:19 3,21%
jan/10
RA 155:15 92:20 62:55 40,53%
VP 728:30 674:20 54:10 7,44%
fev/10
RA 131:00 83:20 47:40 36,39% carta 096/10 ‐
VP 1583:00 1408:00 175:00 11,05% Doc. C‐66
mar/10
RA 236:00 153:30 82:30 34,96%
VP 1225:00 1083:00 142:00 11,59%
abr/10
RA 283:00 206:40 76:20 26,97%
VP 1205:30 1076:00 129:30 10,74%
mai/10
RA 246:00 204:10 41:50 17,01%
VP 753:00 714:40 38:20 5,09% carta 145/10 -
jun/10
RA 366:30 309:50 56:40 15,46% Doc. C-51
VP 614:00 553:00 61:00 9,93%
jul/10
RA 156:00 113:20 42:40 27,35%
VP 615:17 512:16 103:01 16,74%
ago/10
RA 215:30 172:30 43:00 19,95%
VP 617:56 530:26 87:30 14,16%
set/10
RA 293:00 243:39 49:21 16,84%
VP 1036:20 867:16 169:04 16,31% carta 240/11
out/10
RA 645:00 566:10 78:50 12,22% Doc. C-13
VP 824:54 661:58 162:56 19,75%
nov/10
RA 546:50 495:01 51:49 9,48%
VP 838:24 676:34 161:50 19,30%
dez/10
RA 522:28 518:38 3:50 0,73%
VP 939:46 913:08 26:38 2,83%
jan/11
RA 507:00 492:40 14:20 2,83%
VP 1378:12 1249:04 129:08 9,37%
fev/11
RA 530:59 487:32 43:27 8,18% carta 270/11
VP 989:52 842:56 146:56 14,84% Doc. C‐64
mar/11
RA 773:00 723:00 50:00 6,47%
VP 951:20 893:29 57:51 6,08%
abr/11
RA 536:22 530:17 6:05 1,13%
VP 1291:21 1217:41 73:40 5,70% carta 285/11
mai/11
RA 571:28 561:03 10:25 1,82% Doc. C-15
VP 1366:48 1332:08 34:40 2,54% carta 311/11
jun/11
RA 584:18 576:48 7:30 1,28% Doc. C-15

Fonte: Doc. C-65

Fonte: Doc. C-64 – Carta 096/2010 de 20/05/2010

39
Fonte: Doc. C-64 – Carta 311/2011 de 08/09/2011

Como evidenciado, há números diferentes, sendo provável que


essa situação guarde relação com a inclusão de horas de acesso sem
interdição de via, como será visto mais adiante.

5.1.1.2. Planilhas dos Serviços do Contrato ENERG de


2010 – 2011

As planilhas dos Serviços do Contrato ENERG de 2010 – 2011


foram tratadas e inseridas na planilha “Serviços do contrato 2010 2011”
integrante do Anexo III deste laudo pericial, Análise de Intervalos de
Acessos com Interdição de Via.

A tabela a seguir apresenta o resumo dos dados.


40
Soma de Horário Soma de Horário Soma de Horário
Rótulos de Linha
Solicitado (decimal) Concedido (decimal) Realizado (decimal)
CANCELADA CPTM 1.200,00 1.098,13 174,67
CANCELADA ENERG 987,87 859,57 410,10
CANCELADA FATO FORTUITO 274,45 274,12 234,37
SEM RDO 3.137,25 2.842,50 0,00
SERVIÇO EXECUTADO 14.256,98 12.665,40 11.666,07
SERVIÇO EXECUTADO COM ATRASO CPTM 5.053,03 4.623,62 3.204,93
SERVIÇO EXECUTADO COM ATRASO ENERG 295,00 288,50 257,67
Total Geral 25.204,58 22.651,83 15.947,80
Totais Sem RDO 22.067,33 19.809,33
Percentual em relação ao Solicitado 89,77% 72,27%
Percentual em relação ao Concedido 80,51%

Cabe ser esclarecido que foi feita uma conferência amostral dos
dados integrantes das planilhas fornecidas, uma vez que não foram
apresentados documentos que permitam a identificação precisa das
informações relacionadas, conforme exemplo abaixo:

Diferença entre
Hórario Horário Horário Correspondência no
Mês SSA Serviços Concedido e Observação Doc. R22 (*)
solicitado concedido realizado
Realizado
Instalação de postes e estrutura da região de Atraso na
jan/10 112 24:00 12:00 8:00 4:00 não
C. Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Instalação de postes e estrutura da região de Atraso na
jan/10 113 24:00 12:00 6:15 5:45 não
C. Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Instalação de postes e estrutura da região de Atraso na
jan/10 114 8:00 4:40 3:20 1:20 não
C. Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Transferência da R/A, retirada de estruturas Atraso na
jan/10 115 8:00 4:00 1:08 2:52 não
na região de C.Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Instalação de pilares da escada na
Atraso na
jan/10 116 plataforma central C. Viana - Consórcio 8:00 4:00 2:51 1:09 não
abertura da SSA
TSHO
Instalaçao de pilares da escada na Estação Atraso na
jan/10 117 8:00 4:00 1:08 2:52 não
C.Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Instalaçao de pilares da escada na Estação Atraso na
jan/10 118 8:00 4:00 2:51 1:09 não
C.Viana - Consórcio TSHO abertura da SSA
Transferência da R/A e retirada de estrutura Atraso na
jan/10 119 4:00 2:20 1:00 1:20 não
em C. Viana - Consórcio TSHO - CV abertura da SSA
Transferência da R/A e retirada de estrutura Atraso na
jan/10 120 4:00 2:20 0:28 1:52 não
em C. Viana - Consórcio TSHO - CV abertura da SSA
Demolição das vias do Patio km/s 32/150 ao
jan/10 121 168:00 167:53 59:30 108:23 sim
32/830
Relatório de
Construção de dispositivo de Drenagem em
jan/10 122 80:00 75:00 75:00 serviços não não
Manoel Feio entre km 33/01 e 33/17 localizado

Trecho da planilha “Serviços do contrato 2010 2011”


(*) colunas inseridas pela perícia

Tomando-se a SSA 114 de janeiro/2010, verifica-se que:

41
 A SA não consta do Doc. R-2210, embora seja possível,
pelo horário, inferir que se trata de serviço realizado no
período noturno – acesso com interferência;

 Os Relatórios Diários de Obra fornecidos tem como data


inicial o dia 28/01/2010;

 A correspondência 096/10 (Doc. C-09) não identifica as


SA consideradas no período.

 Não foram acostadas as SA relacionadas;

 Não há referência dos dias de realização dos serviços


relacionados que permitam uma verificação nos diários de
obra;

 Há registros de “Relatório de serviços não localizado”.

Assim, não é tecnicamente possível a utilização dos dados das


Planilhas dos Serviços do Contrato ENERG de 2010 e 2011 restou
prejudicada por: (i) falta de documentação comprobatória das solicitações
de acesso simples e (ii) Relatórios Diários de Obra que não abrangem todo
o período dos serviços, principalmente no que se refere ao período
contratual inicial.

5.1.1.3. Relatórios Diários de Obra

Como informado, os Relatórios Diários de Obra não foram


apresentados em sua totalidade e, além disso, suas informações são, em
muitos casos, incompletas. Verificando seus apontamentos foi constatado,
entre outras coisas, que:

 A primeira data fornecida é 28/01/2010 (sem atividades),


no entanto, como visto acima, há registro de atividades
nos primeiros dias de janeiro como indica a SA 121/2010
abaixo reproduzida parcialmente.

10
Solicitações de Acesso com interdição ‐ 2010 a 2016
42
 RDO de fevereiro/2010 – não há indicação do número da
SA diurna;

 RDO de março/2010 a maio/2011 – fornecidos somente


os períodos noturnos (acesso com interdição);

 RDO de junho/2011 – os períodos diurnos não contêm


indicação do número da SA;

 Somente a partir de julho/2011 os RDO passaram a


indicar a numeração das SA.

5.1.1.4. Solicitações de acesso com interdição (Doc. R-


22 e E-11)

O Doc. R-22 traz a listagem de todas as solicitações de acesso


com interdição elaboradas no período do contrato, até 2016, separadas por:
não concedidas, executadas, canceladas por CPTM e canceladas pelo
CONSÓRCIO).

O Doc. E-11 é uma planilha dessas SA com os respectivo status.

Pelo cruzamento dos dados informados nas SA versus registros


existentes nos RDO, foi constatado que o horário informado na SA é o
horário concedido pela CPTM e não aquele solicitado pelo Consórcio, não
havendo, entretanto, registro, nos RDO verificados, de consequências dessa
discrepância, conforme exemplo da SA 30023/2011 abaixo:

43
Trecho da correspondência ENERG 205/12 de 09.10.2012 ref. Intervalos para Serviços de Rede
Aérea de Tração (Doc. C-20)

Trecho da SA integrante do R-22 – p. 1070 do pdf

44
Trecho extraído de RDO: Livro 34 - 22.11.11 a 18.01.12 R A, p. 25 do pdf (destaque da perícia)

Trecho extraído de RDO: Livro 34 - 22.11.11 a 18.01.12 R A, p. 27 do pdf

Como resumo dos documentos acima citados tem-se:

Horas Horas Horas


Documento
Solicitadas Concedidas Realizadas

Correspondência ENERG 205/12 ‐ 2 dias (05 e 06) 06:00:00 04:30:00 ‐


SA 30023/2011 integrante do R‐22 ‐ 2 dias (05 e 06) ‐ 04:30:00 ‐
RDO de 04/01/2012 ‐ 1 dia 04:00:00 02:15:00 01:20:00
RDO de 54/01/2012 ‐ 1 dia 04:00:00 02:15:00 01:35:00

45
Em face do exposto, podem ser feitas as seguintes
considerações:

 Serviços que estavam programados para serem


executados em 06:00 h, das quais foram concedidas
04:30 h (75% do solicitado), foram realizados em 02:55
h (49% do solicitado e 65% do concedido);

 A maior parte dos RDO registra serviços realizados em


prazo inferior à quantidade de horas concedidas;

 Há registro de cancelamento de SA pelo Consórcio na data


de 14/10/2010 (Doc. C-12-1) por ser o intervalo
concedido insuficiente para a realização do serviço, porém
não é possível a verificação de tal registro em RDO, uma
vez que os RDO fornecidos deste mês estão incompletos;

 Não foram constatados registros nos RDO integrantes do


Doc. C-6611 relativos a consequências decorrentes da
discrepância entre o horário solicitado e o concedido.

5.1.2. Liberação e Aproveitamento de Horas com


Interdição de Tráfego Ferroviário

O tratamento dos dados consignados nos documentos


referenciados no tópico precedente – apresentados na planilha “R.22
Tratado” integrante do Anexo III deste laudo pericial – possibilitou
reclassificar o status das solicitações em grupos de forma a permitir uma
análise aprofundada dos dados apresentados, calcular a quantidade de
horas em números decimais, para reduzir a possibilidade de erros, e
verificar os dados apresentados nos RDO fornecidos, sendo importante
destacar que as colunas grafadas em vermelho foram inseridas pela perícia.

O tratamento dos dados está exposto nas planilhas que


integram o Anexo III – Análise de Intervalos de Acessos com Interdição de
Via e foi desenvolvido em etapas a seguir descritas.

5.1.2.1. Verificação dos dados integrantes dos Doc. E-


11 e R-22

11
Doc. C‐66 – RDO relativos a acessos com interdição durante o prazo do contrato inicial.
46
 Compilação dos dados os dados do Doc. E-11 na planilha
“E-11 Compilado”;

 Compilação dos dados do Doc. R-22, criação de uma


referência para possibilitar a busca entre planilhas
(Localizador) e verificação de sua consistência com o Doc.
E-11 – planilha “R-22 SA CPTM”;

 Separação dos tipos apresentados por CPTM: planilhas


“Canceladas CPTM”, “Canceladas ENERG”; “Executadas” e
“Não Concedidas”.

5.1.2.2. Análise dos dados

A análise dos dados compilados, que constam da planilha “R.22


Tratado”, tomou como base a planilha “E-11 Compilado” e consistiu em:

 Criação da coluna “Data” por meio de fórmulas que


possibilitem a separação por dias, meses e anos das SA
relacionadas;

 Criação da coluna “Número de Horas” por meio de


fórmulas a fim de transformar o formato das horas de
cada SA de horas, minutos e segundos em horas
decimais;

 Criação da coluna “Status Reclassificado”

Essa coluna exigiu a análise dos RDO fornecidos, das SA


integrantes do Doc. R-22 e do status do Doc. E-11.

o Verificação por amostragem da compatibilidade dos


registros em RDO de SA executada / cancelada
(número, horários e serviços) com as informações
das SA fornecidas.

o Verificação dos tipos das SA informados pelo


Estado: CANCELADAS, EXECUTADAS, NÃO
CONCEDIDAS e SOLICITADAS.

É importante destacar que:

47
(i) Todas as SA SOLICITADAS e APROVADAS
por CPTM tem a sua correspondente nas
SA CANCELADAS ou EXECUTADAS;

(ii) Cada SA NÃO CONCEDIDA é um registro


único para o qual não há SA
correspondente e status reclassificado.

o Reclassificação do status de forma a permitir a


utilização de filtros combinados sem possibilidade
de duplicação de registros.

Cabe ressaltar que, no que tange às quantidades de


horas registradas, somente o status reclassificado
como SERVIÇO EXECUTADO COM ATRASO CPTM
permite a apuração de diferença entre horas
solicitadas e aprovadas e horas executadas. Para o
restante dos serviços a quantidade de horas
indicadas é a mesma.

Na tabela abaixo, os textos em negrito referem-se


ao status reclassificado e os restantes, ao status
registrado nas SA.

APROVADO
APROVADO
ATRASO ‐ AGUARDOU MAQUINISTAS/PILOTO (OPERAÇÃO)
ATRASO ‐ DEVIDO A MANOBRAS ELÉTRICAS
ATRASO ‐ FALTA DE EMPREGADO DA MANUTENÇÃO
ATRASO ‐ PERDA EM MARCHA / PERCURSO (MANUTENÇÃO)
ATRASO ‐ PROBLEMAS EM EQUIPAMENTOS (MANUT.)
ATRASO ‐ PROBLEMAS OPERACIONAIS (SIN, RA,....)
CANCELADA CPTM
ACESSO/INTERVALO NAO SOLICITADO
CANCELADO ‐ ATENDER EMERGENCIA (ACID. FERROVIÁRIO)
CANCELADO ‐ ATENDER FALHA
CANCELADO ‐ ATENDER OUTRA SA .....Nº (NA OBS)
CANCELADO ‐ AVARIA DOS EQUIP. MANUTENÇÃO
CANCELADO ‐ FALTA DE COMUNICAÇÃO
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ MANUTENÇÃO
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ PARTICULARES
CANCELADO ‐ PARALIZAÇÃO/GREVE
CANCELADO ‐ PELA PRÓPRIA ÁREA SOLICITANTE
CANCELADO ‐ PELO CIM (CONFLITO)
CANCELADO ‐ PROBLEMAS OPERACIONAIS (SIN, RA,...)
INTERROMPIDO ‐ PELO CCO (PROB. OPERACIONAIS)
48
SERVIÇO NÃO EXECUTADO ‐ OUTROS
SERVIÇO NÃO EXECUTADO ‐ OUTROS (JUSTIFICAR)
CANCELADA ENERG
ACESSO/INTERVALO NAO SOLICITADO
CANCELADO ‐ ATENDER EMERGENCIA (ACID. FERROVIÁRIO)
CANCELADO ‐ ATENDER FALHA
CANCELADO ‐ ATENDER OUTRA SA .....Nº (NA OBS)
CANCELADO ‐ AVARIA DOS EQUIP. MANUTENÇÃO
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ MANUTENÇÃO
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ OBRAS
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ PARTICULARES
CANCELADO ‐ FALTA DE MATERIAL OBRA/MANUTENÇÃO
CANCELADO ‐ PELA PRÓPRIA ÁREA SOLICITANTE
CANCELADO ‐ PELO CIM (CONFLITO)
CANCELADO ‐ PROBLEMAS OPERACIONAIS (SIN, RA,...)
CANCELADO ‐ SERVIÇOS CONCLUÍDOS ANTERIORMENTE
INTERROMPIDO ‐ A PEDIDO DO EXECUTANTE
SERVIÇO NÃO EXECUTADO ‐ OUTROS (JUSTIFICAR)
CANCELADA FATO FORTUITO
CANCELADO ‐ MAU TEMPO
NÃO CONCEDIDAS
AGUARDANDO APROVAÇÃO
AGUARDANDO CODIFICAÇÃO
EXCLUÍDO
REPROVADO
SERVIÇO EXECUTADO
SERVIÇO EXECUTADO
SERVIÇO EXECUTADO ‐ OUTROS (JUSTIFICAR)
SERVIÇOS INICIADOS SEM FECHAMENTO DE DADOS AO CIM
SERVIÇO EXECUTADO COM ATRASO CPTM
ATRASO ‐ AGUARDAR PASSAGEM DE TREM DE CARGA
ATRASO ‐ AGUARDOU EMPREGADO ‐ OPERAÇÃO
ATRASO ‐ AGUARDOU EMPREGADO DA AREA SOLICITANTE
ATRASO ‐ AGUARDOU LIBERAÇÃO DO CCO
ATRASO ‐ AGUARDOU MAQUINISTAS/PILOTO (MANUTENÇÃO)
ATRASO ‐ AGUARDOU MAQUINISTAS/PILOTO (OPERAÇÃO)
ATRASO ‐ ATENDER FALHA
ATRASO ‐ ATENDER OUTRA SA
ATRASO ‐ DEVIDO A MANOBRAS ELÉTRICAS
ATRASO ‐ EQUIPE DA AREA SOLICITOU COM ATRASO
ATRASO ‐ FALTA DE COMUNICAÇÃO
ATRASO ‐ FALTA DE EMPREGADO DA MANUTENÇÃO
ATRASO ‐ MANOBRAS INTERNAS NO PÁTIO (ASOLICITANTE)
ATRASO ‐ MANOBRAS INTERNAS NO PÁTIO (OPERAÇÃO)
ATRASO ‐ PERDA EM MARCHA / PERCURSO (MANUTENÇÃO)
ATRASO ‐ PERDA EM MARCHA E/OU PERCURSO (OPERAÇÃO)

49
ATRASO ‐ PROBLEMAS EM EQUIPAMENTOS (MANUT.)
ATRASO ‐ PROBLEMAS OPERACIONAIS (SIN, RA,....)
SERVIÇO EXECUTADO COM ATRASO ENERG
ATRASO ‐ AGUARDOU EMPREGADO ‐ OBRAS
ATRASO ‐ AGUARDOU EMPREGADO ‐ PARTICULARES
ATRASO ‐ DEVIDO AGUARDAR CHEGADA DE MATERIAL
ATRASO ‐ ENTREGA DO SERVIÇO
ATRASO ‐ ENTREGA DO SERVIÇO (JUSTIFICAR)
ATRASO ‐ MAU TEMPO

 Criação da coluna “Período” para identificação dos


períodos contratuais.

Da análise dos dados acima detalhada e da consequente criação


das planilhas auxiliares “Resumo”, “Resumo Solicitadas” e “Atrasos CPTM”
foi elaborada a planilha “Resumo Laudo” que apresenta as quantidades de
horas apuradas por status, por período contratual e por meses, abaixo
reproduzida de forma resumida.

Total Total 2º Total 4º Total 6º Total 7º Total após


Resumo da Análise de Horas de SA com Interdição Total Geral
Contrato Aditivo Aditivo Aditivo Aditivo Contrato
Horas Solicitadas
Solicitadas 4.496,30 6.764,22 4.158,05 1.131,35 1.848,37 205,60 18.603,88

Horas Não Concedidas


Não Concedidas ‐ Horas 912,38 2.236,62 993,98 242,03 440,95 151,28 4.977,25
Não Concedidas ‐ Percentual de Solicitadas 20,29% 33,07% 23,91% 21,39% 23,86% 73,58% 26,75%

Horas Concedidas
Concedidas ‐ Horas 3.513,75 4.465,85 3.117,68 871,17 1.363,03 53,38 13.384,87
Concedidas ‐ Percentual de Solicitadas 78,15% 66,02% 74,98% 77,00% 73,74% 25,96% 71,95%

Horas Concedidas e Não Disponibilizadas por CPTM


Aprovadas e Canceladas por CPTM 187,27 225,30 206,27 55,40 74,42 22,48 771,13
Canceladas por Fato Fortuito 2,58 7,58 2,33 2,25 6,00 20,75
Atrasos CPTM 68,25 52,10 22,13 15,65 8,18 0,00 166,32
Total Horas Concedidas e Não Disponibilizadas 258,10 284,98 230,73 73,30 88,60 22,48 958,20
Percentual em Relação as Horas Concedidas 7,35% 6,38% 7,40% 8,41% 6,50% 42,12% 7,16%

Horas Concedidas e Disponibilizadas por CPTM 3.255,65 4.180,87 2.886,95 797,87 1.274,43 30,90 12.426,67
Percentual em relação as Horas Solicitadas 72,41% 61,81% 69,43% 70,52% 68,95% 15,03% 66,80%

Horas Canceladas por ENERG 781,22 491,62 134,25 58,15 59,58 6,50 1.531,32
Percentual em relação as Horas Disponibilizadas 24,00% 11,76% 4,65% 7,29% 4,68% 21,04% 12,32%

Horas Utilizadas por ENERG


Serviços Executados 2.165,00 3.139,38 2.422,60 580,62 1.077,32 23,33 9.408,25
Serviços Executados com atrasos de CPTM 225,25 507,98 231,78 119,82 120,73 1,07 1.206,63
Serviços Executados com atrasos de ENERG 152,43 93,98 115,95 49,93 24,98 437,28
Total Horas Utilizadas por ENERG 2.542,68 3.741,35 2.770,33 750,37 1.223,03 24,40 11.052,17
Percentual em Relação as Horas Solicitadas 56,55% 55,31% 66,63% 66,32% 66,17% 11,87% 59,41%
Percentual em Relação as Horas Concedidas 78,10% 89,49% 95,96% 94,05% 95,97% 78,96% 88,94%

50
5.2. Alteração da Metodologia de Execução dos Serviços de
Instalação de Postes

Conforme constatado na documentação acostada aos autos, a


metodologia de execução dos serviços de instalação de postes da rede aérea
de tração foi alterada pela CPTM no período de 16/03/2012 a 13/07/2012,
durante a vigência do 2º Aditivo Contratual.

A implantação de postes, que estava sendo realizada


paralelamente à circulação dos trens, passou a ter como premissa sua
execução nos horários de intervalo de operação dos trens (acesso com
interdição).

Assim, na falta de registros de efeitos advindos dessa alteração


em RDO e de outros elementos técnicos tais como o cronograma impactado,
foi elaborado o gráfico abaixo reproduzido.

A análise do desenvolvimento das horas solicitadas, não


concedidas e concedidas – durante os quatro meses de vigência da nova
premissa – em comparação com a média de 200 h horas concedidas no
período do 2º Aditivo, calculada excluindo-se o pico do mês de agosto de
2011, não permite, de forma tecnicamente fundamentada, identificar e,

51
menos ainda, mensurar a ocorrência de efeitos negativos no
desenvolvimento dos serviços, em razão da alteração da metodologia de
implantação dos postes.

5.3. Alteração de Projetos

Atas de reunião e correspondências emitidas pelas partes


registram a existência de divergências entre os projetos da rede aérea de
tração e da via permanente que estavam sendo executados pelo Consórcio
e os projetos de sinalização que vinham sendo executados por
subcontratadas da CPTM.

Tais divergências foram constatadas nas estações São Miguel


Paulista e Engenheiro Goulart, duas das treze estações que integram a linha
objeto do contrato, como é possível verificar na imagem abaixo
reproduzida.

Imagem extraída do site Google Earth

Apesar dos registros identificados, não há na documentação


fornecida, elementos que permitam uma avaliação tecnicamente
consistente de que a divergência entre esses projetos tenha afetado o
andamento dos serviços. Pelo contrário, observando toda a extensão da
obra, verifica-se que essa divergência envolveu uma ínfima parcela do
escopo contrato e, ao que tudo indica, não teve consequências relevantes.

52
5.4. Execução de Serviços Adicionais

As variações no escopo contratado foram formalizadas através


de aditivos contratuais, conforme detalhado a seguir.

Em 30/06/1112, ao final do prazo pactuado entre as partes, foi


assinado o 1º Aditivo, por meio do qual foi feita uma revisão de
quantitativos de materiais e serviços, com inclusão de novos itens, em razão
da substituição da grade de linha em dormente de madeira por grade de
linha em dormente de concreto.

Não houve alteração do valor contratual, foi realizada apenas


uma redistribuição dos valores de materiais e serviços, conforme resumo
apresentado a seguir.

Descrição Contrato 1º Aditivo


Serviços Projetos 1.253.600,00 1.253.600,00
Materiais Importados 21.489.481,04 21.489.481,04
Materiais Nacionais ‐ Via Permanente 45.201.666,19 44.088.383,77
Materiais Nacionais ‐ Rede Aérea 45.275.386,12 45.275.386,12
Serviços Via Permanente 30.923.686,01 32.036.968,43
Serviços Rede Aérea 45.667.053,20 45.667.053,20
Total 189.810.872,56 189.810.872,56
Quadro comparativo entre as parcelas do contrato e do 1º Aditivo

As variações mais expressivas nessa revisão ocorreram nos


serviços de instalação e montagem da via, passando de 14.889,00 m para
11.680,00 m. Uma redução correspondente a 21,5% em relação as
quantidades previstas inicialmente. Foi também alterada a quantidade de
execução de bueiros com tubo de concreto PA-3 Ø 0,60m, que passou de
30,00 m para 430,00 m. Um aumento de mais de 1.300,00 % em relação
às quantidades inicialmente previstas.

Posteriormente, em 01/07/2011, foi formalizado o 3º Aditivo,


por meio do qual foram adicionados ao contrato diversos novos serviços,
conforme detalhado a seguir13:

12
Doc. R‐14
13
Detalhes extraídos a partir da documentação disponibilizada pela CPTM através do Doc. R‐16
53
Implantações da Via Permanente e Rede Aérea em
São Miguel Paulista

Com a construção da nova estação de São Miguel Paulista


necessário o deslocamento do eixo da via férrea principal
para construção de via permanente e rede aérea nas
plataformas da estação.

Muro de Arrimo em São Miguel Paulista

A nova estação de São Miguel Paulista foi locada em local


próximo ao limite da faixa de domínio além de sofrer
aumento na extensão e largura, levando a via permanente
e a rede aérea a deslocamento vertical no limite desta
faixa de domínio.

Construções da Via Permanente e Rede Aérea em


Calmon Viana

A nova estação de Calmon Viana prevê um terminal de


linha férrea e também uma nova ligação entre a linha 12
Safira e a linha 11 Coral. Desta forma necessária a
construção de Via Permanente e Rede Aérea para estas
ligações.

Drenagens do Pátio de Manuel Feio

No local onde será construído o Pátio também foi


executada uma Subestação de Energia alterando a
configuração das vias férreas previstas havendo
necessidade de prolongamento das travessias e
adaptação do canal de drenagem.

Desvio Férreo em Engº Trindade

Os locais de estacionamento dos vagões de serviço foram


reduzidos com a remodelação da via permanente e será
necessária a construção de mais desvio para que não haja
comprometimento da Manutenção.

Regulagens do circuito de sinalização nos Novos


Travessões

Para a implantação dos novos travessões previstos pelo


novo plano de via os serviços de via permanente e rede

54
aérea precisarão de intervenção na regulagem dos
circuitos de sinalização de campo da linha 12.

Desvios Ferroviários em Manoel Feio

Construção de 3 novos desvios ferroviários no pátio de


Manoel Feio para utilização como estacionamento de trens
de serviço. O projeto do novo pátio previu 8 linhas para
trens metropolitanos sem levar em consideração às
necessidades de serviços de manutenção e dessa forma
tais desvios se fazem necessários.

Remanejamentos de Cabo de Sinalização e


telecomunicação

Há a necessidade de remanejar de local parte dos cabos


de sinalização e telecomunicação ao longo da via férrea,
pois estes cabos interferem na implantação da nova via
férrea e dos aparelhos de manutenção de vias.

Muro de Arrimo em Ermelino Matarazzo

Devido às fortes precipitações pluviométricas ocorridas no


verão ocorreu o desmoronamento do muro de divisa da
CPTM sendo necessária a sua reconstrução.

Rebaixamento das Linhas de Sinais 4,4 kv

Necessário o rebaixamento das linhas de sinais de 4,4 KV


sob as novas Passarelas construídas por toda a extensão
da Linha 12.

Alterações da Rede Aérea em Manoel Feio

A rede aérea do pátio de Manoel Feio terá 8 vias


eletrificadas. A exemplo dos demais pátios novos
projetados, ao invés de serem utilizadas funiculares, a
CPTM adotou a utilização de pórticos treliçados que
permitem a instalação do cabo mensageiro, e fio de
contato fixado no mesmo pórtico. A montagem e
manutenção deste tipo de rede aérea são mais favoráveis.

Os valores referentes a esses novos serviços foram definidos


conforme segue.

55
56
Quadro resumo dos valores do escopo adicionado ao contrato pelo 3º Aditivo (Doc. R-16)

57
O valor acrescido de R$ 28.471.630,88 é composto por parcelas
referentes a materiais, serviços e projetos. Dentre essas incidências a de
maior relevância em relação ao andamento da obra é de serviços, em razão
de sua dependência das condições de operação da CPTM. Por essa razão, o
acréscimo de serviços será analisado com mais detalhe a seguir.

Os serviços novos adicionados pelo Termo de Aditamento no 3


foram os seguintes:

PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UNID QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO

Instalação e montagem da Via Corrida com Trilho TR 57 SS, Fixações


PRN03 m 353,48 12.605,00 4.455.615,40
Elásticas, com Dormentes de Concreto em Bitola 1600mm
Geogrelha bi‐direcional de poliester de alta tenacidade com módulo
PRN04 m² 43,65 40.540,00 1.769.571,00
de rigidez de 1.000kN/m
PRN06 Execução de Sondagem a Percussão d=2 1/2" m 49,84 680,00 33.891,20
PRN07 Mobilização / Desmobilização de Sondagem a Pecurssão mob 728,90 10,00 7.289,00
PRN09 Montagem de Passagem de Nível un 6.880,05 14,00 96.320,70
PRN10 Desmontagem de Passagem de Nível un 4.348,79 14,00 60.883,06
PRN11 Injeção de solo cimento (1:10) m³ 163,39 12,94 2.114,27
Bueiro d=1,40m com escavação e retirada de solo, fornecimento e
PRN12 m 3.658,81 29,44 107.715,37
montagem das chapas corrugadas e=3,4mm e seus acessórios
Remoção / Remanejamento dos circuitos trifásico classe 15kVca (R$
PRN13 m 97,96 5.500,00 538.780,00
/ metro linear)
PRN14 Remanejamento de Rede Aérea (sem fornecimento de material) m 102,90 14.859,00 1.528.991,10
PRN15 Retaludamento (sem plantio de grama) m² 10,23 3.450,00 35.293,50
PRN17 Concreto projetado via úmida para revestimento de tunel liner m² 388,89 600,00 233.334,00
Carga, transporte e espalhamento em bota‐fora de terra classe 2
PRN18 m³xkm 5,56 1.405.313,77 7.813.544,56
(Material Não Inerte)
PRN19 Pedra Argamassada m² 378,49 20,00 7.569,80
PRN22 Solda exotérmica cj 23,48 1.860,00 43.672,80
PRN23 Instalação e Desinstalação de cross bond (provisório) un 378,95 51,00 19.326,45
Recuperação do circuito de retorno de tração, solda de rail bond e
PRN24 un 85,08 51,00 4.339,08
transposições
PRN25 Regulagem elétrica de circuito de via cj 2.611,39 51,00 133.180,89
PRN27 Assentamento e Regulagem do Aparelho de Manobra para AMV un 475,57 19,00 9.035,83
PRN28 Remanejamento de cabos de sinalização e telecomunicação m 179,41 5.400,00 968.814,00
PRN33 Rebaixamento do 4.4Kv m 525,76 1.750,00 920.080,00
PRN39 Plantio de grama esmeralda m² 13,92 3.450,00 48.024,00
PRN40 Execução de Para‐lastro m 139,26 1.400,00 194.964,00
PRN43 Para‐choque tipo Caixão un 32.928,87 7,00 230.502,09
PRN48 Estaca Hélice Segmentada d=0,35m ‐ sem fornecimento de aço m 167,82 4.212,00 706.857,84
PRN49 Investigação Ambiental ‐ Amostragem e caracterização de resíduo un 23.420,36 11,00 257.623,96
TOTAL DE SERVIÇOS NOVOS 20.227.333,89

Serviços novos (quantidades e preços conforme Doc. R-16)

Além dos serviços novos acima relacionados, verifica-se que,


em relação aos serviços que já constavam do Contrato, houve acréscimo e
redução de quantidades. Os serviços que sofreram acréscimos de
quantidades mais relevantes foram:

58
PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Base de Rachão 128,19 32.951,75 4.224.084,83
Lançamento de cabo mensageiro com encabeçamento - (R$/metro linear) 18,12 81.000,00 1.467.720,00
Armação Aço CA-50 9,00 140.267,49 1.262.407,41
Execução de bases de ancoragem com grampos. 2.364,02 377,00 891.235,54
Retirada de vigas metálicas ( R$/T ) 1.694,45 455,00 770.974,75
Transporte de Lastro Retirado da Via até a Obra ou Bota-fora (DMT até 15 1,63 463.338,00 755.240,94
Sub-lastro com bica corrida (e=20 cm) 108,57 6.900,10 749.143,86
Conexão equipotencial completa (cabo de 107mm2 / garra cabo/cabo
762,63 947,00 722.210,61
253/107 e garra cabo/fio 107/107)
Forma Metálica 85,76 6.736,06 577.684,51
Concreto fck = 20 MPa 494,37 1.104,90 546.229,41
Montagem de Para-raios tipo centelhador com ferragens de fixação 3.604,12 131,00 472.139,72
Instalação e Montagem da Via de Pátio com Trilho TR 57 SS, Fixações
128,89 3.054,00 393.630,06
Elásticas, com Dormentes de Madeira em Bitola 1600 mm
Levantamento Planialtimétrico Cadastral, Classe IIPAC 0,66 460.382,83 303.852,67
Soldagem por Caldeamento de Trilhos TR 57 SS ou IH 372,46 800,00 297.968,00
Transporte de Entulho ou Material Oriundo de Demolição até o Local de
1,63 175.706,60 286.401,76
Armazenamento ou Bota-fora (DMT até 15 Km)
Carga Mecanizada de Lastro Retirado da Via e Transporte até o 1º Km 6,96 37.088,00 258.132,48
Retirada de postes de concreto,metálicos. 592,17 434,00 257.001,78
Transporte de Solo até a Obra ou Bota-fora (DMT até 20 Km) 1,63 153.208,72 249.730,21
VRC II - (0,40x0,40) 121,53 2.000,00 243.060,00
Sub-lastro com bica corrida (e=10 cm) 108,57 2.074,00 225.174,18
Camada de Bloqueio com bica graduada (e=10 cm) 138,63 1.594,75 221.080,19
Retirada completa de ancoragens 2.134,01 100,00 213.401,00
Lançamento de fio trolley 107mm²,com encabeçamento e suspensórios -
19,60 10.238,00 200.664,80
(R$/metro linear)
TOTAL 15.589.168,71

Serviços contratuais que sofreram aumento de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-16)

Os serviços que sofreram redução de quantidades mais


relevantes foram:

PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Ancoragem de mensageiro e de dois fios de contato (Cabo de aço e
2.625,68 -6.824,00 -17.917.640,32
ferragens ) (ET)
Implantação de Bancos de Dutos 132,43 -6.295,00 -833.646,85
Execução de bases dos postes 1.851,53 -401,00 -742.463,53
Implantação da postes de concreto,metálicos com selamento das 1.262,09 -395,00 -498.525,55
Remoçao da rede aérea de tração,mensageiro fio de contato
47,90 -5.290,00 -253.391,00
suspensórios (R$/metro linear)
Montagem de aparelho tensor completo c/ ferragens, contrapesos,
3.222,36 -77,00 -248.121,72
grade de proteção e cabo.
Montagem completa de travessões 16.818,41 -13,00 -218.639,33
Implantação de isolador de seção nivelado e regulado 2.350,47 -90,00 -211.542,30
Remoçao dos circuitos trifásicos de 4,4kv /13,8 kv ( R$/metro linear ) 9,83 -12.822,00 -126.040,26
TOTAL -21.050.010,86

Serviços contratuais que sofreram redução de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-16)

O quadro apresentado a seguir apresenta um resumo da


situação contratual pós Termo de Aditamento no 3.
59
Quadro resumo dos valores aditados e da nova composição do Contrato, conforme o 3º Aditivo (extraído do Doc. R-16)

60
O 6º Termo de Aditamento14, firmado em 03/07/2014, também
introduziu alterações nos quantitativos de materiais, serviços e projetos a
serem executados.

No entanto, não houve alteração do valor contratual.

Os serviços que sofreram acréscimos de quantidades mais


relevantes foram:

PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Remoção / Remanejamento dos circuitos trifásico classe 15kVca (R$ / metro
97,96 19.366,00 1.897.093,36
linear)
Remanejamento de Rede Aérea (sem fornecimento de material) 102,90 17.062,77 1.755.759,03
Execução de bases dos postes 1.851,53 403,00 746.166,59
Montagem de aparelho tensor completo c/ ferragens, contrapesos, grade de
3.222,36 189,00 609.026,04
proteção e cabo.
Concreto Projetado fck = 20 MPa 1.090,90 492,03 536.755,53
Rebaixamento do 4.4Kv 525,76 1.006,70 529.282,59
Ancoragem de mensageiro e de dois fios de contato (Cabo de aço e ferragens
2.625,68 192,00 504.130,56
)(ET)
Implantação da postes de concreto,metálicos com selamento das bases 1.262,09 393,00 496.001,37
Lançamento de cabo mensageiro com encabeçamento - ( R$/metro linear ) 18,12 23.962,00 434.191,44
Execução de bases de ancoragem com grampos. 2.364,02 166,00 392.427,32
Camada de Bloqueio com bica graduada (e=10 cm) 138,63 2.734,91 379.140,57
Regulagem elétrica de circuito de via 2.611,39 125,00 326.423,75
Montagem de Triângulo articulado completo, com isoladores, tubos, puxadores e
353,04 824,00 290.904,96
peças de conexão
Montagem de ferragem de fixação das consoles 217,97 1.228,00 267.667,16
Tela de Aço Eletrosoldada 8,53 25.711,95 219.322,93
Forma Comum de Madeira 51,13 3.463,51 177.089,27
Fabricação de suspensórios 9,44 18.502,48 174.663,41
Regularização de Base com Brita nº 3 27,06 6.393,11 172.997,56
Montagem da Ancoragem do equipamento tensor 4.547,10 34,00 154.601,40
Investigação Ambiental - Amostragem e caracterização de resíduo 23.420,36 6,00 140.522,16
Montagem de ferragem da linha de 4,4kV / 13,8 kv com isoladores ( mastareu ) 675,59 201,00 135.793,59
Montagem (implantação) de treliças para Pórtico metálico/2 vias 6.684,88 20,00 133.697,60
Remanejamento de cabos de sinalização e telecomunicação 179,41 744,10 133.498,98
Injeção de Calda de Cimento 1,86 59.747,91 111.131,11
TOTAL 10.718.288,29

Serviços contratuais que sofreram aumento de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-19)

Os serviços que sofreram redução de quantidades mais


relevantes foram:

14
Doc. R‐19
61
PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Carga, transporte e espalhamento em bota-fora de terra classe 2 (Material Não
5,56 -847.101,95 -4.709.886,84
Inerte)
Sub-lastro com bica corrida (e=20 cm) 108,57 -21.195,85 -2.301.233,43
Implantação de Bancos de Dutos 132,43 -16.234,30 -2.149.908,35
Instalação e montagem da Via Corrida com Trilho TR 57 SS, Fixações Elásticas,
353,48 -4.122,40 -1.457.185,95
com Dormentes de Concreto em Bitola 1600mm
VRC II - (0,40x0,40) 121,53 -10.565,85 -1.284.067,75
Base de Rachão 128,19 -8.898,09 -1.140.646,16
Manta Geotêxtil 6,15 -142.451,85 -876.078,88
Geogrelha bi-direcional de poliester de alta tenacidade com módulo de rigidez de
43,65 -19.172,15 -836.864,35
1.000kN/m
Armação Aço CA-50 9,00 -87.923,37 -791.310,33
Puxamento de Via Corrida 80,66 -9.771,24 -788.148,22
Retirada de ferragens em geral ( R$/T ) 1.694,45 -437,83 -741.881,04
Solda e Soldagem Aluminotérmica de Fechamento em AMV´s 636,02 -988,00 -628.387,76
Escoramento Longitudinal de Via - Colocação e Retirada 62,24 -8.510,00 -529.662,40
Caixa de Passagem em concreto (0,80x1,20x1,10) m 856,40 -604,00 -517.265,60
Demolição da Grade da Via Corrida em Dormente de Madeira e Bitola 1600 mm
77,88 -6.461,40 -503.213,83
(1834 dormentes/Km)
VRC II - (0,50x0,60) 161,99 -2.920,00 -473.010,80
Transporte de Lastro Retirado da Via até a Obra ou Bota-fora (DMT até 15 Km) 1,63 -280.334,32 -456.944,94
Transporte de Solo até a Obra ou Bota-fora (DMT até 20 Km) 1,63 -255.924,79 -417.157,41
Instalação e Montagem da Via Corrida com Trilho TR 57 SS, Fixações Elásticas,
162,96 -2.520,14 -410.682,01
com Dormentes de Madeira em Bitola 1600 mm
Instalação e Montagem da Via de Pátio com Trilho TR 57 SS, Fixações Elásticas,
128,89 -3.103,00 -399.945,67
com Dormentes de Madeira em Bitola 1600 mm
Bueiro Ø=1,20m com escavação e retirada de solo, fornecimento e montagem
2.991,24 -118,00 -352.966,32
das chapas corrugadas e = 3,4 mm e seus acessórios
Bueiro Ø=2,40m com escavação e retirada de solo, fornecimento e montagem
6.756,34 -52,00 -351.329,68
das chapas corrugadas e = 3,4 mm e seus acessórios
Estaca Hélice Segmentada d=0,35m - sem fornecimento de aço 167,82 -1.946,27 -326.623,03
Montagem e Instalação de Travessão com AMV's nº 14 Otimizados com Trilhos
TR 57 IH em Dormente de Madeira em Bitola 1600mm - Entrevia entre 4,00m e 57.110,33 -5,00 -285.551,65
4,40 m
Forma Metálica 85,76 -3.324,19 -285.082,53
Dreno Profundo Longitudinal, Tipo I (conforme Desenho CPTM AC 4077-1) 90,62 -3.099,04 -280.835,00
Montagem de chave seccionadora tipo faca para seccionamento manual do
3.604,12 -76,00 -273.913,12
sensor de tensão com cabos e conexões
Montagem do Sensor de tensão c ompleta com cabos e conexões 3.604,12 -74,00 -266.704,88
Montagem de Para-raios tipo centelhador com ferragens de fixação 3.604,12 -73,00 -263.100,76
Transporte de Entulho ou Material Oriundo de Demolição até o Local de
1,63 -161.333,75 -262.974,01
Armazenamento ou Bota-fora (DMT até 15 Km)
Solda e Soldagem Aluminotérmica de Fechamento em Via Corrida 628,02 -396,00 -248.695,92
Demolição da grade de AMV Nº 10 em Bitola 1600mm 8.892,54 -27,00 -240.098,58
Instalação de Junta Isolante Colada - JIC em Via Corrida 461,42 -450,00 -207.639,00
-25.058.996,22

Serviços contratuais que sofreram redução de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-19)

O quadro apresentado a seguir apresenta um resumo da


situação contratual pós Termo de Aditamento no 6.

62
Quadro resumo da nova composição do Contrato, conforme o 6º Aditivo (extraído do Doc. R-19)

Da mesma forma, o 7º Termo de Aditamento15, formalizado em


04/04/2015, introduziu alterações nos quantitativos de materiais, serviços
e projetos. Neste caso também não houve alteração no valor do contrato.

Os serviços que sofreram acréscimos de quantidades mais


relevantes foram:

PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Remanejamento de cabos de sinalização e telecomunicação 179,41 3.371,00 604.791,11
Concreto fck = 20 MPa 494,37 834,50 412.551,77
Implantação de Bancos de Dutos 132,43 1.966,00 260.357,38
Montagem (implantação) de treliças para Pórtico metálico/2 vias 6.684,88 20,00 133.697,60
Remoção / Remanejamento dos circuitos trifásico classe 15kVca (R$ /
97,96 1.041,70 102.044,93
metro linear)
Execução de caixas de passagem em alvenaria,com tampa 1.127,72 84,00 94.728,48
Montagem de chave seccionadora p/ circuito 4,4kV /13,8kV manual ou
3.127,36 19,00 59.419,84
motorizada completa
Escavação Manual em Solo de Qualquer Categoria 60,15 920,38 55.360,86
VRC II - (0,40x0,40) 121,53 415,00 50.434,95
Sub-lastro com bica corrida (e=20 cm) 108,57 462,34 50.196,25
lançamento de Duto Corrugado(eletroduto) de 3" 19,60 2.199,00 43.100,40
Fabricação de suspensórios 9,44 4.200,01 39.648,09
Carga Manual de Solo e Transporte até o 1º Km 41,56 920,38 38.250,99
VRC I - 3 - (0,40x0,60) 104,86 330,00 34.603,80
TOTAL 1.979.186,46

Serviços contratuais que sofreram aumento de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-21)

Os serviços que sofreram reduções de quantidades mais


relevantes foram:

15
Doc. R‐21
63
PREÇO
DESCRIÇÃO QTDADE PREÇO TOTAL
UNITÁRIO
Lançamento de fio trolley 107mm²,com encabeçamento e suspensórios -
19,60 -80.526,00 -1.578.309,60
( R$/metro linear )
Remoçao da rede aérea de tração,mensageiro fio de contato
47,90 -25.001,31 -1.197.562,75
suspensórios( R$/metro linear )
Conexão equipotencial completa (cabo de 107mm2 / garra cabo/cabo
762,63 -1.000,00 -762.630,00
253/107 e garra cabo/fio 107/107)
Lançamento de cabo mensageiro com encabeçamento - ( R$/metro linear
18,12 -40.263,00 -729.565,56
)
Retirada de ferragens em geral ( R$/T ) 1.694,45 -400,00 -677.780,00
Lançamento de circuito bifásico aéreo de 4,4kv /13,8 kv - ( R$/metro linear
12,80 -48.717,00 -623.577,60
)
Remanejamento de Rede Aérea (sem fornecimento de material) 102,90 -5.000,00 -514.500,00
Ancoragem de mensageiro e de dois fios de contato (Cabo de aço e
2.625,68 -45,00 -118.155,60
ferragens )(ET)
TOTAL -6.202.081,11

Serviços contratuais que sofreram reduções de quantidades mais relevantes (conforme Doc. R-21)

O quadro apresentado a seguir apresenta um resumo da


situação contratual pós Termo de Aditamento no 7.

Quadro resumo da nova composição do Contrato, conforme o 6º Aditivo (extraído do Doc. R-21)

Para ilustrar as variações ocorridas, apresenta-se a seguir uma


planilha com a evolução das parcelas de materiais, serviços e projetos ao
longo de toda a execução da obra, separados por aplicação (Via Permanente
e Rede Aérea).

64
Descrição Contrato 1º Aditivo 3º Aditivo 6º Aditivo 7º Aditivo
Serviços Projetos 1.253.600,00 1.253.600,00 1.365.888,06 1.659.620,41 1.659.620,41
Materiais Importados 21.489.481,04 21.489.481,04 21.489.481,04 21.489.481,04 21.489.481,04
Materiais Nacionais ‐ Via Permanente 45.201.666,19 44.088.383,77 50.203.230,51 47.127.630,19 47.743.934,25
Materiais Nacionais ‐ Rede Aérea 45.275.386,12 45.275.386,12 53.235.049,05 72.925.925,98 76.366.980,93
Serviços Via Permanente 30.923.686,01 32.036.968,43 58.316.681,23 35.106.356,68 36.740.483,18
Serviços Rede Aérea 45.667.053,20 45.667.053,20 33.672.173,55 39.973.489,14 34.282.003,62
Total 189.810.872,56 189.810.872,56 218.282.503,44 218.282.503,44 218.282.503,44

Variação das parcelas de materiais, serviços e projetos, calculados com base nos Docs. R-11, R-14,
R-16, R-19 e R-21

O gráfico a seguir ilustra a evolução das parcelas em


comparação a cada um dos aditivos firmados:

Gráfico da evolução das parcelas de materiais, serviços e projetos, em relação aos aditivos,
calculado com base nos Docs. R-11, R-14, R-16, R-19 e R-21

Para ilustrar a variação em relação ao escopo inicialmente


contratado entre as Partes, o gráfico apresenta um comparativo entre o que
foi acordado em cada aditivo em relação ao contrato principal firmado entre
as Partes.

65
Gráfico da evolução das parcelas de materiais, serviços e projetos, em relação ao contrato principal,
calculado com base nos Docs. R-11, R-14, R-16, R-19 e R-21

Com base no exposto, verifica-se que o escopo dos serviços de


Via Permanente sofreu um acréscimo de 18% ao longo da execução da
obra, enquanto o escopo dos serviços de rede aérea foi reduzido em 24%.

Com relação aos materiais, o total relativo à Via Permanente


sofreu um acréscimo de 5%, enquanto o total relativo à Rede Aérea foi
acrescido em 68%.

Na documentação que deu suporte à formalização dos termos


de aditamento, relacionados ao aumento de valor do contrato e à revisão
de quantitativos (1º, 3º, 6º e 7º aditivos), não foram encontrados registros
de que os acréscimos de quantitativos ou sua revisão tenham sido os
responsáveis pela postergação do prazo de conclusão da obra.

Por outro lado, dentre as razões que motivaram a primeira


extensão do prazo contratual – Termo de Aditamento no 2 (Doc. R-15) – foi
consignado o que segue:

66
Durante o desenvolvimento do projeto, com o
intuito de atender as necessidades da CPTM, serão
realizadas modificações no projeto executivo, tanto
de via permanente como de rede aérea.

O subscritor interpreta que essa consideração diz respeito a


serviços adicionais que já se sabia resultariam de uma revisão do projeto a
ser feita, mas que, por óbvio, em 01/07/2011 ainda não poderiam ser
conhecidos em detalhes.

Como o prazo contratual havia se esgotado em 30/06/2011,


optou-se por, naquele momento, apenas estender a data de conclusão da
obra deixando o ajuste de valor para o momento em que já houvesse
definição das alterações de escopo decorrentes.

Assim sendo, é certo que parte dos 18 (dezoito) meses de


extensão de prazo concedida pelo segundo aditamento contratual deve ser
creditada ao aumento do escopo contratual definido no Termo de
Aditamento no 3.

Entretanto, as partes não definiram que parcela do tempo


adicional ajustado seria devida aos novos serviços e as variações de
quantidades dos serviços inicialmente contratados.

5.5. Recursos Mobilizados

A obra objeto da perícia, como tantas outras, além de projetos,


é essencialmente constituída de fornecimento de materiais e da execução
de serviços.

A apreciação da adequação da mobilização de recursos feita


pelo Consórcio para fazer frente às necessidades da obra foi feita a partir
da verificação do volume de serviços executados no primeiro período
contratual (primeiros 18 meses), a partir do levantamento dos valores
medidos em cada um dos meses da obra, que é apresentado do Anexo V
deste Laudo Pericial, sob a denominação de Evolução da Medições,
conforme exposto na tabela que segue.

67
Valores Avanço
Descrição Contrato Medidos até a até 18ª
18ª Medição Medição

Materiais Importados 21.489.481,04 19.536.133,64 91%

Materiais Nacionais 90.477.052,31 65.370.904,19 72%

- Materiais Nacionais - Via Permanente 45.201.666,19 36.510.124,07 81%

- Materiais Nacionais - Rede Aérea 45.275.386,12 28.860.780,11 64%

Projetos 1.253.600,00 987.700,00 79%

Serviços 76.590.739,21 13.965.936,82 18%

- Serviços Via Permanente 30.923.686,01 13.101.579,99 42%

- Serviços Rede Aérea 45.667.053,20 864.356,83 2%

Total 189.810.872,56 99.860.674,64 53%

Estratificação do preço da obra

O quadro mostra que do valor total dos serviços contratados


(R$ 76.590.739,21) cerca de 40 % correspondiam a serviços que deveriam
ser executados na Via Permanente e cerca de 60 % correspondiam a
serviços a serem executados na Rede Aérea.

Na proposta do Consórcio16 consta previsão de que parte dos


serviços de Via Permanente seriam executados sem a necessidade de
interdição das atividades da via, conforme transcrito abaixo:

Trecho da proposta do Consórcio (Doc. R-09)

Com base na informação da proposta do Consórcio foi possível


avaliar que dos serviços a serem executados na Via Permanente, uma parte
correspondente a 40 % do total somente poderia ser levada a efeito com a
interdição da circulação de trens e a parte correspondente a 60 % do total
poderia ser executada sem que houvesse a necessidade de interdição de
circulação de trens17, conforme demonstrado na tabela a seguir.

16
Doc. R‐09
17
Eventuais interferências havidas nesses locais foram pontuais e, portanto, não significativas.
68
Dos serviços a serem executados na Via Permanente, como
pode ser verificado abaixo, parte, correspondente a 40 % do total, somente
poderia ser levada a efeito na condição de não circulação de trens e parte,
correspondente a 60 % do total, poderia ser executada sem que houvesse
a necessidade de interdição de circulação de trens18.

Descrição Contrato

Serviços de Via Permanente 30.923.685,95

- Sem Necessidade de Interdição 18.740.565,90

- Com Necessidade de Interdição 12.183.120,05

Serviços de Rede Aérea 45.667.053,20

- Sem Necessidade de Interdição 0,00

- Com Necessidade de Interdição 45.667.053,20

Estratificação do preço dos Serviços

De acordo com a Planilha Contratual (Anexo III deste laudo


pericial), entre outros menos relevantes, os serviços que poderiam ser
executados concomitantemente à circulação das composições são os
seguintes:

 Dispositivos de drenagem (valetas, drenos, bueiros, caixas diversas,


etc.)

 Muros de fechamento

 Muros de contenção

 Estruturas de concreto armado diversas

 Demolições, Escavações e reaterros

 Carga e Transporte de materiais para bota-fora

 Base de rachão

 Execução de sublastro

 Serviços de limpeza de dispositivos de drenagem;

Isto posto, tem-se que dos quadros acima podem também ser
extraídas as seguintes considerações:

18
Eventuais interferências havidas nesses locais foram pontuais e, portanto, não significativas.
69
 Do valor total de serviços contratados, o Consórcio, até a
18a Medição, executou 18 %;

 Do total de serviços previstos na Via Permanente foram,


durante os 18 primeiros meses de obra, executados e
medidos 42 %;

 Do total se serviços previstos na Rede Aérea foram,


durante os 18 primeiros meses de obra, executados e
medidos 2 %;

 Observa-se que o valor total de serviços executados na


Via Permanente correspondeu a R$ 13.965.936,8219, aí
incluídos serviços que dependiam e que não dependiam
de interdição de via.

 Esse montante corresponde a cerca de 45 % do total de


serviços que deveriam ser executados na Via
Permanente;

 Tendo em conta que o valor total dos serviços que


poderiam ser executados na Via Permanente, sem a
necessidade de interdição de via, correspondia a R$
18.740.565,90, conclui-se que o desempenho do
Consórcio, em relação a essas frentes de serviço, foi de
apenas 74,5 % do poderia e deveria ter sido feito20.

Desse modo, verifica-se que o Requerente não atingiu a


performance esperada nas frentes de trabalho que não eram dependentes
da concessão de intervalos operacionais da linha.

Dentre os fatores que podem explicar essa produção insuficiente


para cumprir o prazo contratual encontra-se a defasagem observada entre
a Mão de Obra Direta (MOD) prevista para atendimento ao Contrato21 e a
Mão de Obra Direta (MOD)22 efetivamente mobilizada, conforme
demonstrado no gráfico a seguir.

19
Pelas medições não é possível identificar as parcelas correspondentes a serviços executados na condição de
interdição de circulação de trens e serviços executados sem a necessidade de interdição do tráfego.
20
R$ 13.965.936,82 / R$ 18.740.565,90 = 0,7452
21
Conforme histograma fornecido pelo Sr. Assistente Técnico do Consórcio, excluídas as funções relacionadas a
supervisão (encarregados, mestres e feitores) ou apoio a execução dos serviços (apontadores, auxiliares
técnicos, dentre outros)
22
Obtido a partir das folhas de pagamento fornecidas pelo Sr. Assistente Técnico do Consórcio, , apresentados
no Anexo VII deste Laudo Pericial, seguindo os mesmos critérios adotados para o histograma previsto.
70
Mão de Obra Direta prevista x Mão de Obra Direta mobilizada

Com base no exposto, pode-se concluir que, além das


dificuldades de acesso enfrentadas para execução de serviços que
dependiam de interrupção do tráfego de trens, o Consórcio apresentou
deficiência de desempenho e não atingiu a produção prevista nos locais
onde não havia limitação de horários de trabalho. Dentre as razões que
podem explicar essa condição evidencia-se a não mobilização de recursos
nas quantidades previstas em seu planejamento.

71
6. CONSEQUÊNCIAS VERIFICADAS

A seguir serão apuradas as consequências dos fatores


analisados no capítulo precedente, em consonância como que foi
estabelecido pelo Tribunal Arbitral no Anexo I da OP nº 03.

6.1. Extensão do Prazo

Como exaustivamente mencionado nas peças processuais, a


obra foi inicialmente prevista para ser executada em 18 meses. No entanto,
em razão de diversos fatores, o prazo contratual se estendeu por 54 meses,
alcançando 72 meses de duração.

As diversas prorrogações de prazo ocorridas ao longo da


execução da obra foram formalizadas através de aditivos contratuais que
foram assim fundamentados:

 Termo de Aditamento no 02 – 01/07/2011 (Doc. R-15)

o Objeto: Prorrogação do prazo de conclusão de todas as


instalações pelo período de 18 (dezoito) meses,
respeitando-se o cronograma anexo...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Os argumentos desta solicitação de aditamento de prazo


fundamentam-se nos seguintes pontos:

 Durante o desenvolvimento do projeto, com o


intuito de atender as necessidades da CPTM, serão
realizadas modificações no projeto executivo, tanto
de via permanente como de rede aérea.

 A área de execução do referido empreendimento


possui diversas interferências com outras empresas
e concessionárias, onde a remoção e/ou
remanejamento destas somente é executada
diretamente pelas Concessionárias, repassando os
custos de operação ao Consórcio.

 A emissão posterior dos Órgãos Ambientais


competentes de TCA – Termo de Compromisso
Ambiental para a poda e plantação de mudas
72
arbóreas que interferem com o desenvolvimento da
execução das obras, resultaram em serviços não
previstos inicialmente.

 Em que pese a existência de cadastro de


interferências no empreendimento o Consórcio
realizou trabalho de verificação das mesmas,
elencando as que mais provocaram impactos:
Eletropaulo, SABESP, e cabos de Sinalização e
Telecomunicações que correm dentro da faixa
operacional ferroviária que não estavam no escopo
do contrato.

 Dificuldades de acesso às áreas operacionais, com


a necessidade de utilização de cautelas e
interdições de via com prejuízo a circulação dos
trens. Esse fato se justifica uma vez que quando do
desenvolvimento dos estudos iniciais o número de
passageiros transportados diariamente era da
ordem de 1.700.000 usuários. Esse número, com o
decorrer do tempo e com as melhorias implantadas
nas linhas da CPTM passou para 2.400.000
usuários.

 Além disso, o cronograma previsto inicialmente


também foi prejudicado em função do elevado
índice pluviométrico, acima da média, no ano de
2010.

 Pelos motivos expostos o prazo Contratual


pactuado em 18 (dezoito) meses, contado a partir
da Ordem de Serviço de 04/01/2010, haverá
necessidade de aditamento de prazo de mais 18
meses.

 Termo de Aditamento no 04 – 03/01/2013 (Doc. R-17)

o Objeto: Prorrogação do prazo de conclusão de todas as


instalações, pelo período de 18 (dezoito) meses,
respeitando-se o cronograma anexo....

o Justificativa Técnica da CPTM:

Justificativas para o acréscimo de prazo contratual:


73
 Acessos às áreas Operacionais para a implantação
da Rede Aérea Autocompensada

 Desde 2010 os serviços em áreas operacionais


eram realizados com acesso simples (sem
interferência na circulação dos trens), acesso
elétrico (desligamento dos cabos de sinalização
em uma das vias com restrição de velocidade na
circulação dos trens) e acesso com interdição
(desligamento dos cabos de sinalização e de
rede aérea com interdição total de circulação dos
trens em uma das vias).

Em meados de 2012, com a complexidade das


obras em andamento, os acessos às áreas
operacionais ficaram mais restritos, resultado da
concessão de intervalos somente através de
interdição, em uma ou ambas as vias, o que
causou considerável diminuição na capacidade
produtiva da Contratada.

Igualmente, a área de operações da CPTM


passou a limitar a quantidade de autorizações
para expedição de acessos com interdição na
extensão total da linha, o que impossibilitou a
concessão de intervalos necessários por conta
dos conflitos com as obras de modernização e os
serviços de manutenção.

 Obras da empresa MRS Logística no mesmo local

 Em maio de 2012, a empresa MRS Logística,


responsável pelo transporte dos trens de carga,
iniciou as obras de construção de uma via
segregada exclusiva, paralela a Linha 12 –
SAFIRA da CPTM, para o transporte de cargas
sem interferir na circulação dos trens da CPTM,
pois hoje e circulação dos trens de carga se
alterna com os trens de transporte de
passageiros na mesma linha.

Analisando o projeto da MRS Logística,


encaminhado em meados deste ano, iniciou-se
a sua compatibilização com o projeto já
aprovado da Contrata, sendo suspensos os
74
serviços entre as estações de Eng. Manoel Feio
e Calmon Viana no aguardo dos ajudantes
decorrentes da compatibilização entre ambos.

 Atrasos na autorização para execução do Manejo


Arbóreo

 Em junho deste ano a CPTM providenciou


solicitação junto à Prefeitura de São Paulo e à
Prefeitura de Itaquaquecetuba para autorizar o
manejo de vários indivíduos arbóreos para
execução dos serviços de corte e/ou transplante
de árvores.

A falta das autorizações, até o momento, por


parte dos órgãos de Meio Ambiente dos
municípios, impede a execução dos serviços de
manejo arbóreo, atrasando as obras de
implantação da via permanente e instalação da
rede aérea em alguns trechos.

 Falta de quadro de fiscais da CPTM

 Durante o período de julho de 2011 a janeiro de


2012, as frentes de serviços foram reduzidas em
virtude da falta de empresa Supervisora para
fiscalização das obras o que gerou a paralisação
de alguns serviços ocasionando atrasos no
cronograma físico.

 Implantação da rede aérea de tração

 Para não comprometer a circulação dos trens


face à dificuldade de serem concedidos
intervalos nas duas vias e em grandes
extensões, em decorrência da impossibilidade
de execução segmentada da implantação da
rede aérea autocompensada, foi observado que
os serviços deveriam ser divididos em duas
etapas.

Primeiramente foi implantada a via permanente


(via corrida e AMV’s) e vários postes com a rede
aérea existente.

75
Posteriormente, foi iniciada a implantação do
sistema de rede aérea autocompensada em
trechos com vias, em pórticos metálicos únicos,
sem possibilidade de execução individualizada
por via, utilizando equipamentos ferroviários
especiais e diferenciados com necessidade de
interrupção na circulação dos trens. Esses
serviços tendem ser realizados nos horários
noturnos e nos finais de semana, com adoção da
operação PAESE, aumentando o prazo para
conclusão dos serviços.

Diante do exposto, por fatos alheios à vontade de ambas


as partes, faz-se necessário o aditamento tendo por
objeto a prorrogação do prazo contratual em mais 18
meses, a readequação do cronograma físico-financeiro...

 Termo de Aditamento no 06 – 03/07/2014 (Doc. R-19)

o Objeto: Readequação das Tabelas de Preço 2, 3 e 4 do


Contrato, com alteração de quantitativos e consequente
atualização da Tabela 5....

Inclusão do Cronograma Físico-Financeiro ... com a


prorrogação do prazo contratual em 09 (nove) meses...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Visando manter a circulação de trens de passageiros na


sua normalidade, diante do fato de que as obras são
realizadas com as vias em operação, com desligamentos
parciais da rede atual, foi constatada a necessidade de
implantação de uma etapa intermediária, com a
implantação da rede aérea autocompensada, em duas
fases:

 Na primeira fase, foi implantado grande parte do


projeto de via permanente com a rede aérea
existente, cm adequações na região de implantação
de novos traçados e nos locais onde estão sendo
implantados os novos aparelhos de mudanças de
via (AMV’s);

76
 Na segunda fase será implantado o sistema de rede
aéreo autocompensada, em trechos com 2 vias.
Como não há possibilidade de utilização da entrevia,
estão sendo instalados pórticos metálicos
abrangendo ambas as vias, com utilização de
equipamentos ferroviários especiais e
diferenciados, além da necessidade de interrupção
na circulação dos trens.

Com a necessidade de implantação dos serviços em duas


fases, o prazo para conclusão do sistema de rede aéreo
autocompensada deverá ser prorrogado, impactando
diretamente no cronograma de prazo contratual.

Nas proximidades da estação de eng° Goulart, as


implantações de via permanente e rede aérea conflitam
com as obras da nova Linha 13 – Jade, da CPTM.

Ocorrem também interferências com as obras do acesso


norte da estação de São Miguel Paulista, em construção
pela CPTM.

Além disso, a MRS Logística está implantando uma via


segregada para os trens de carga entre as estações de
Manoel Feio e Calmon Viana, cujas obras interferem com
os projetos de rede aérea e de drenagem da linha 12, que
deverão ser readequados visando otimizar a utilização da
faixa patrimonial da CPTM.

Originalmente, previa-se que os serviços fossem


realizados nos períodos das zero horas as 4 horas e no
período de vale, porém com o aumento da demanda e dos
números de viagens, utilizamos somente os períodos
noturnos que na prática representam apenas 3 horas de
trabalho efetivo e com eventual operação PAESE nos finais
de semana.

Pelo acimo exposto, há necessidade de readequação da


planilha contratual, com ajustes nos quantitativos
inicialmente previstos, bem como prorrogação do prazo
para execução dos serviços.

A dilatação do prazo contratual e a readequação da


planilha contratual são justificadas principalmente em
decorrência de:

77
 Interferências com as obras da MRS Logística na
implantação contratual são dos trens de carga;

 Implantação da rede aérea autocompensada em 2


(duas) fases, para minimizar os transtornos à
operação;

 Interferências com as obras da Linha 13 – Jade da


CPTM e com a nova estação de São Miguel Paulista.

 Termo de Aditamento no 07 – 02/04/2015 (Doc. R-21)

o Objeto: Readequação das Tabelas de Preço 2, 3 e 4 do


Contrato, com alteração de quantitativos e consequente
atualização da Tabela 5....

o Inclusão do Cronograma Físico-Financeiro ... com a


prorrogação do prazo contratual em 09 (nove) meses...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Visando manter a circulação de trens de passageiros na


sua normalidade, diante do fato de que as obras são
realizadas com as vias em operação, com desligamentos
parciais da rede atual, foi constatada a necessidade de
implantação de uma etapa intermediária, com a
implantação da rede aérea autocompensada, em duas
fases:

 Na primeira fase, foi implantado grande parte do


projeto de via permanente com a rede aérea
existente, cm adequações na região de implantação
de novos traçados e nos locais onde estão sendo
implantados os novos aparelhos de mudanças de
via (AMV’s);

 Na segunda fase será implantado o sistema de rede


aéreo autocompensada, em trechos com 2 vias.
Como não há possibilidade de utilização da entrevia,
estão sendo instalados pórticos metálicos
abrangendo ambas as vias, com utilização de
equipamentos ferroviários especiais e
diferenciados, além da necessidade de interrupção
na circulação dos trens.
78
Com a necessidade de implantação dos serviços em duas
fases, o prazo para conclusão do sistema de rede aéreo
autocompensada deverá ser prorrogado, impactando
diretamente no cronograma de prazo contratual.

Para a execução da Rede aérea entre o Km 34+322 (Alça


do PARATEI) e o Km 40+544, trecho em que a MRS
Logística implantou uma via segregada para os trens de
carga, a necessária readequação dos projetos para
otimizar a utilização da faixa patrimonial da CPTM
demandou tempo superior ao inicialmente previsto para a
definição da metodologia executiva, principalmente
devido à conflitos de território com aquela empresa.

Originalmente, previa-se que os serviços fossem


realizados nos períodos da zero hora às 4 horas e no
período de vale, porém com o aumento da demanda e dos
números de viagens, utilizamos somente os períodos
noturnos que na prática representam apenas 3 horas
efetivo e com eventual operação PAESE nos finais de
semana.

Pelo acima exposto, há necessidade de readequação da


planilha contratual, tabelas 2 e 4, com ajustes nos
quantitativos inicialmente previstos, bem como a
prorrogação do prazo para execução dos serviços, visto
que o prazo aprovado através do Termo Aditivo n° 06
mostrou-se insuficiente devido aos motivos apontados
neste relatório.

A dilação do prazo e a readequação da planilha contratual


são justificadas principalmente em decorrência da
necessidade de revisão de projetos e metodologia
executiva de implantação da Rede Aérea e Drenagem
devido a constatação de conflitos de território com
empresa MRS Logística no trecho entre o Km 34 + 322
(Alça do Pareteí) e o Km 40 + 544, visto que o prazo
aprovado através do Termo Aditivo no 6 mostrou-se
insuficiente devido aos motivos apontados neste
Relatório.

79
Verifica-se assim que as justificativas técnicas apresentadas
pela CPTM para as prorrogações do prazo contratual não atribuíram
nenhuma responsabilidade ao Consórcio. Pelo contrário, pois estão
relacionados diretamente aos seguintes aspectos:

• Necessidade de revisão de projetos;

• Inclusão de novos serviços;

• Dificuldades em liberar os acessos nos períodos e


quantidades necessários à execução dos serviços, com
necessidade de alteração na sequência de execução dos
serviços de Rede Aérea e Via Permanente (necessidade de
criação de etapa intermediária na execução dos serviços);

• Interferências com concessionárias de serviço público;

• Atraso na emissão de licenças ambientais;

• Índice pluviométrico acima da média no ano de 2010;

• Falta de quadro de fiscais da CPTM

• Coordenação da interface entre os serviços a serem


executados pelo Consórcio e as obras executadas pela MRS
Logística;

• Gestão das interfaces entre os diversos serviços em


andamento de forma simultânea, como por exemplo, a
interface com sistema de sinalização, construção de novas
estações, dentre outros;

Desse modo, embora tenha havido deficiência de desempenho


por parte do Consórcio, como demonstrado no tópico 5.5 deste laudo
pericial, formalmente não foi a ele atribuída qualquer participação na
responsabilidade pela extensão do prazo de conclusão da obra.

Visando permitir uma visualização global, embora sintética, da


evolução do Cronograma contratual é a seguir apresentado um gráfico
ilustrativo da programação das principais atividades previstas no Contrato
e nos Termos de Aditamento nos 2, 4, 6 e 7.

80
Meses
Item Descrição

10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1.1 Rede Aérea

1.1.3 Fornecimento de Materiais

1.1.4 Fornecimento de Fios e Cabos

Implantação de rede aérea e


1.1.5
linhas de 34,5 e 13,2 KV
Remoção das Instalações
1.1.6
Existentes

1.1.7 Testes

1.2 Pátio de Manoel Feio

1.2.1 Fornecimento de Materiais

1.2.2 Fornecimento de Fios e Cabos

Implantação de rede aérea e


1.2.3
linhas de 34,5 e 13,2 KV
Remoção das Instalações
1.2.4
Existentes

1.2.5 Testes

1.3 Via Permanente

1.3.1 Materiais

1.3.2 Serviços

Legenda:

Prazos previstos no Contrato

Prazos previstos no 2º Aditivo

Prazos previstos no 4º Aditivo

Prazos previstos no 6º Aditivo

Prazos previstos no 7º Aditivo

81
6.2. Mitigação dos Impactos

A documentação técnica examinada não apresenta registro de


que tenha havido alguma ação no sentido de mitigar os efeitos das
dificuldades enfrentadas e, em decorrência, os impactos havidos no prazo
de execução da obra.

O histograma de Mão de Obra mobilizada indica que ao longo


dos primeiros meses não houve incremento significativo de recursos. Cabe
ser observado que, embora tenha ocorrido um incremento de efetivo da
ordem de 25 % em outubro de 2010, àquela altura a quantidade de recursos
alocados era 35 % inferior do que o que foi previsto no histograma inicial23.

Em sentido contrário, a análise do histograma de recursos


mobilizados indica que a partir de maio de 2011 houve uma redução da
ordem de 25 % do efetivo à disposição da obra. Considerando que naquele
momento se afigurasse iminente a prorrogação do prazo de conclusão, essa
ação pode ser qualificada como mitigadora de custos adicionais que
poderiam ser experimentados pelas dificuldades de acesso às frentes de
trabalho.

23
Conforme histograma fornecido pelo Sr. Assistente Técnico do Consórcio, excluídas as funções relacionadas a
supervisão (encarregados, mestres e feitores) ou apoio a execução dos serviços (apontadores, auxiliares
técnicos, dentre outros)
82
Esse movimento pode ser qualificado como a ação
internacionalmente conhecida por Pacing24 ou Cadenciamento.

Desse modo, conclui-se que não se verifica que tenha havido


ação mitigadora visando promover aceleração com o intuito de recuperar
prazo. Pelo contrário, nota-se uma adequação dos recursos mobilizados à
realidade das frentes de trabalho da obra.

6.3. Ociosidade

Ociosidade ocorre em casos de paralisações de atividades ou de


frentes de serviço25, em situações nas quais não é possível a realocação dos
recursos mobilizados para serem aproveitados em outras atividades ou
outras frentes de serviço. Nessa condição permanecem mobilizados
improdutivos aguardando a retomada dos serviços.

Nesse sentido, o prejuízo experimentado pelo executante está


atrelado ao período em que os recursos mobilizados não puderam produzir
e se mantiveram à disposição da obra.

No caso em exame, a alegação formulada pelo Requerente de


que teria havido ociosidade de recursos está fundamentada no Doc. C-46 e
no Doc.C-61 abrangendo dois períodos: o prazo contratual inicial (18
meses) e o período de julho de 2011 a dezembro de 2015.

Os equipamentos considerados no pleito são os seguintes:

 Socadora manual para via (tipo Jackson)

 Equipamento de perfuração de trilho

 Composição autopropelida com vagão prancha e vagão


hopper

24
“DELAY, PACING –
(1) Deceleration of the project work, by one of the parties to the contract, due to a delay to the end date of the
project caused by the other party, so as to maintain steady progress with the revised overall project schedule.
(2) A delay resulting from a conscious and contemporaneous decision to pace progress of an activity against
another activity experiencing delay due to an independent cause.
(3) The consumption of float created by another delay, in performing work on an activity not directly dependent
on the progress of the work experiencing the other delay. (June 2007)” – Recommended Practice 10S‐90 – Cost
Engineering Terminology – AACE ® International.
25
SUSPENSION OF WORK, CONSTRUCTIVE – An act or failure to act by the owner, or the owner's representative,
which is not a directed suspension of work or work stoppage, but which has the effect of delaying, interrupting,
or suspending all or a portion of the work. (November 1990)” – Recommended Practice 10S‐90 – Cost
Engineering Terminology – AACE ® International.
83
 Tirefonadeira

 Reguladora de lastro

 Socadora/niveladora de via e AMV

 Veículo Rodoferroviário

A premissa adotada pelo Consórcio para o cálculo da ociosidade


dos equipamentos do período contratual (entre janeiro de 2010 e junho de
2011) foi de que os equipamentos apresentam custo fixo mensal e que as
perdas por ociosidade ocorrem nos meses em que a quantidade de horas
efetivamente trabalhadas é menor do que a quantidade de horas
previstas26.

O cálculo do percentual de ociosidade foi feito através da


comparação entre a quantidade mensal de horas trabalháveis previstas com
a quantidade de horas efetivamente trabalhadas, sendo essa última
calculada com base na relação entre a quantidade de liberações de acessos
solicitadas e a quantidade de acessos concedidas27.

Essa premissa pôde ser constatada comparando-se os


percentuais de ociosidade previstos na memória de cálculo apresentada no
Doc. C-61 com a evolução dos intervalos concedidos pela CPTM, conforme
constou do Doc. C-65.

Abaixo é apresentada a memória de cálculo da ociosidade


pleiteada pelo Consórcio para o período entre janeiro de 2010 e junho de
201128, podendo ser verificado no trecho demarcado pelo retângulo na cor
azul a relação dos equipamentos objeto da cobrança; no trecho demarcado
pelo retângulo em verde a quantidade prevista de horas trabalháveis por
mês e no trecho demarcado com o retângulo na cor vermelha o percentual
mensal de ociosidade que foi considerado pelo Consórcio (que corresponde
ao % de intervalos concedidos para os serviços de via permanente)

26
A quantidade de horas trabalháveis prevista no mês foi de 115,71, que corresponde aos períodos de segunda
à sábado das 00:00 as 4:00h (4 h / dia em 6 dias / semana) e de domingos e feriados das 01:00 as 04:00hs (3 h /
dia em 1 dia / semana) quando é possível a execução dos serviços com interdição da via e acesso de
equipamentos. A memória de cálculo é a seguinte: (30 dias por mês / 7 dias por semana) x (4 horas por dia x 6
dias por semana + 3 horas por dia x 1 dia por semana) = 115,71 horas por mês.
27
Esse foi o conceito possível de ser compreendido, tendo em vista não ter sido apresentada uma descrição da
metodologia utilizada pelo Consórcio para a quantificação da ociosidade reclamada.
28
Conforme Doc. C‐61
84
Horas trabalhadas/mês 115,71 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11
Ociosidade VP 3,21% 7,44% 11,05% 11,59% 10,74% 5,09% 9,93% 16,74% 14,16% 16,31% 19,75% 19,30% 2,83% 9,37% 14,84% 6,08% 5,70% 2,54%
Ociosidade RA 40,53% 36,39% 34,96% 26,97% 17,01% 15,46% 27,35% 19,95% 16,84% 12,22% 9,48% 0,73% 2,83% 8,18% 6,47% 1,13% 1,82% 1,28%
Equipamentos exigidos no edital valor/hora R$ TOTAL
Rodoferroviário 10.529,45
SOCADORA MANUAL PARA VIA (TIPO
14,85 1.718,36 55,08 127,77 189,96 199,19 184,59 87,48 170,72 287,70 243,32 280,33 339,41 331,69 48,70 161,01 255,07 104,49 98,03 43,58
JACKSON)
EQUIPAMENTO DE PERFURAÇÃO DE
26,04 3.013,20 96,59 224,04 333,11 349,29 323,69 153,39 299,36 504,50 426,67 491,57 595,16 581,63 85,40 282,33 447,27 183,23 171,89 76,42
TRILHO
COMPOSIÇÃO AUTIPROPELIDA COM:
3.041,78 351.977,40 11.282,88 26.170,82 38.910,96 40.800,65 37.810,93 17.918,28 34.968,44 58.931,45 49.840,36 57.421,34 69.522,19 67.940,93 9.975,17 32.979,26 52.246,65 21.403,53 20.078,99 8.927,34
VAGÃO PRANCHA E VAGÃO HOPPER
TIREFONADEIRA 21,66 2.506,37 80,34 186,36 277,08 290,53 269,25 127,59 249,00 419,64 354,90 408,89 495,06 483,80 71,03 234,84 372,04 152,41 142,98 63,57
REGULADORA DE LASTRO 1.226,94 141.974,49 4.551,09 10.556,33 15.695,22 16.457,45 15.251,51 7.227,56 14.104,96 23.770,74 20.103,73 23.161,61 28.042,64 27.404,82 4.023,61 13.302,60 21.074,34 8.633,38 8.099,11 3.600,95
SOCADORA/NIVELADORA DE VIA E
1.801,35 208.441,93 6.681,75 15.498,43 23.043,17 24.162,25 22.391,73 10.611,25 20.708,40 34.899,36 29.515,59 34.005,06 41.171,22 40.234,79 5.907,32 19.530,40 30.940,60 12.675,23 11.890,83 5.286,79
AMV'S

A planilha a seguir foi extraída do Doc. C-65 e apresenta como se fossem perdas as horas que não
teriam sido trabalhadas por não terem sido concedidas pela CPTM. O cálculo considera como não trabalhadas
as horas resultantes da diferença entre horas solicitadas e horas concedidas. Essa foi a referência utilizada pelo
Consórcio ENERG para apurar o que entende ter sido sua ociosidade.

85
Mês Mês Área Solicitado Concedido Perdas Perdas (%)
VP 945:45 915:26 30:19 3,21%
1 jan/10
RA 155:15 92:20 62:55 40,53%
VP 728:30 674:20 54:10 7,44%
2 fev/10
RA 131:00 83:20 47:40 36,39%
carta 096/10
VP 1583:00 1408:00 175:00 11,05%
3 mar/10
RA 236:00 153:30 82:30 34,96%
VP 1225:00 1083:00 142:00 11,59%
4 abr/10
RA 283:00 206:40 76:20 26,97%
VP 1205:30 1076:00 129:30 10,74%
5 mai/10
RA 246:00 204:10 41:50 17,01%
VP 753:00 714:40 38:20 5,09%
6 jun/10 carta 145/10
RA 366:30 309:50 56:40 15,46%
VP 614:00 553:00 61:00 9,93%
7 jul/10
RA 156:00 113:20 42:40 27,35%
VP 615:17 512:16 103:01 16,74%
8 ago/10
RA 215:30 172:30 43:00 19,95%
VP 617:56 530:26 87:30 14,16%
9 set/10
RA 293:00 243:39 49:21 16,84%
VP 1036:20 867:16 169:04 16,31%
10 out/10 carta 240/11
RA 645:00 566:10 78:50 12,22%
VP 824:54 661:58 162:56 19,75%
11 nov/10
RA 546:50 495:01 51:49 9,48%
VP 838:24 676:34 161:50 19,30%
12 dez/10
RA 522:28 518:38 3:50 0,73%
VP 939:46 913:08 26:38 2,83%
13 jan/11
RA 507:00 492:40 14:20 2,83%
VP 1378:12 1249:04 129:08 9,37%
14 fev/11
RA 530:59 487:32 43:27 8,18%
carta 270/11
VP 989:52 842:56 146:56 14,84%
15 mar/11
RA 773:00 723:00 50:00 6,47%
VP 951:20 893:29 57:51 6,08%
16 abr/11
RA 536:22 530:17 6:05 1,13%
VP 1291:21 1217:41 73:40 5,70%
17 mai/11 carta 285/11
RA 571:28 561:03 10:25 1,82%
VP 1366:48 1332:08 34:40 2,54%
18 jun/11 carta 311/11
RA 584:18 576:48 7:30 1,28%

As setas na cor vermelha indicam os percentuais mensais de


horas que o Requerente considerou ociosas no período entre janeiro de
2010 e junho de 2011.

Para o período compreendido entre julho de 2011 e dezembro


de 2015 foi apresentado conceito semelhante, conforme demonstrado
abaixo, através da reprodução de trecho da planilha de cálculo dos valores
de ociosidade de equipamentos apresentada no Doc. C-61.

86
ANÁLISE PLEITO CUSTOS DIRET0S (EQUIPAMENTOS)- CONTRATO 012/2009 (CONSÓRCIO ENERG)
Fornecimento e instalação de via permanente e sistema de suprimento de energia catenária de tração, entre o Km 02+110 e Km 41+240 e Pátio de Estacionamento de Trens Manoel Feio entre o
Km 32+100 e Km 32+800 para Linha F da CPTM (12 - Safira) – Lote 3 (“as instalações”) nº horas valor/hora OCIOSIDADE
R$ a
Comp Fornecedor Tipo DOC Nº Doc Descrição da compra/serviço R$ TOTAL OBS
COBRAR 115,7143
jul-11 JS SANTIAGO TERRAPLENAGEM LTDA ME NF 73 LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTO 13.478,72 235,53 VP 1,75%
jul-11 ANA HELIA BARROSO DE SOUZA - ME NF 1346 LOCAÇÃO DE CAMINHÃO 56.134,12 980,92 VP 1,75%
jul-11 ANA HELIA BARROSO DE SOUZA - ME RECIBO 84 LOCAÇÃO DE CAMINHÃO 35.000,00 611,61 VP 1,75%
jul-11 CARBONE COMERCIO DE MAQUINAS LTDA EPP NF 75 LOCAÇÃO DE CAMINHÃO BASCULANTE 611,46 10,68 VP 1,75%

jul-11 O.F. RIBEIRO TRANSPORTES ME NF 2740 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COM CAMINHAO MUNCK 16.020,00 279,94 VP 1,75%

jul-11 O&M IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS ESPECIAIS LTDA RECIBO 22 LOCAÇÃO DE VEÍCULO RODOFERROVIÁRIO 35.841,82 1.916,52 RA 5,35%

jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL SOCADORA MANUAL PARA VIA (TIPO JACKSON) 2.405,70 42,04 VP R$ 20,79 1,75%

jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL EQUIPAMENTO DE PERFURAÇÃO DE TRILHO 4.218,48 73,72 VP R$ 36,46 1,75%

COMPOSIÇÃO AUTIPROPELIDA COM: VAGÃO


jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL 492.768,36 8.610,90 VP R$ 4.258,49 1,75%
PRANCHA E VAGÃO HOPPER

jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL TIREFONADEIRA 3.508,92 61,32 VP R$ 30,32 1,75%


jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL REGULADORA DE LASTRO 141.974,49 2.480,94 VP R$ 1.226,94 1,75%
jul-11 EXIGÊNCIA EDITAL SOCADORA/NIVELADORA DE VIA E AMV'S 291.818,70 5.099,40 VP R$ 2.521,89 1,75%
TOTAL JUL/2011 1.093.780,77 20.403,52

87
Para o período de julho de 2011 até dezembro de 2015 não foi
possível se identificar a referência de onde foram extraídos os percentuais
de ociosidade considerados para cálculo dos valores apontados.

Em ambos os casos não constam comprovações ou registros


demonstrando que os principais equipamentos29 tenho permanecido
efetivamente mobilizados e dedicados exclusivamente para atendimento da
obra, nem tampouco os respectivos comprovantes dos custos incorrido.

Também não foi encontrado na documentação examinada


informações acerca da existência ou não de previsão de alguma ociosidade
para esses equipamentos no orçamento contratual, isto porque os horários
de trabalho previstos pelo Consórcio foram àqueles que a CPTM informou
como possíveis para a execução dos serviços, sendo que as programações
efetivas dependeriam de acordo entre as Partes.

Diante desse cenário, foi feita, com base no Anexo III deste
laudo pericial, uma avaliação acerca da quantidade de horas efetivamente
trabalhadas pelo Consórcio ao longo da execução da obra.

A partir da quantidade de horas trabalhadas em cada um dos


meses foi calculada a média de horas trabalhadas em cada período
contratual (na etapa contratual e nos períodos de cada aditivo) e em todo
o prazo de execução da obra.

As comparações são apresentadas no gráfico abaixo, no qual:


os losangos na cor branca indicam a quantidade de horas trabalhadas em
cada um dos meses; as colunas na cor laranja representam a média de
horas trabalhadas no período previsto originalmente (primeiros 18 meses
de obra); as colunas na cor cinza representam a média das horas
trabalhadas no período estendido pelo 2º aditivo; as colunas na cor amarela
representam a média das horas trabalhadas no período estendido pelo 4º
aditivo; as colunas na cor azul claro representam a média das horas
trabalhadas no período estendido pelo 6º aditivo; as colunas na cor verdade
representam a média das horas trabalhadas no período estendido pelo 7º
aditivo; a linha azul representa a quantidade de horas trabalhadas
mensalmente prevista pelo consórcio e a linha tracejada na cor vermelha
representa a média de horas trabalhadas ao longo de toda a execução do
Contrato.

29
Principais equipamentos objeto do pleito do Consórcio: Socadora manual para via (tipo Jackson),
Equipamento de perfuração de trilho, Composição autopropelida com: vagão prancha e vagão hopper,
Tirefonadeira, Reguladora de lastro, Socadora/niveladora de via e AMV's

88
89
O gráfico acima aponta uma grande variação na quantidade de
horas trabalhadas mensais, variação essa que depende de diversas fatores,
como horas de autorizações de trabalho não concedidas pela CPTM, horas
canceladas pela CPTM e horas canceladas pelo próprio Consórcio.

Já com relação as quantidades médias de horas trabalhadas ao


longo dos diversos períodos, verifica-se que em quase todos superaram as
horas de trabalho previstas pelo Consórcio, a exceção foi período referente
ao 6º Aditivo. No entanto, se considerado todo o período de execução da
obra indica, a quantidade média de horas trabalhadas por mês foi superior
à previsão declarada pelo Requerente.

Considerando que os cálculos apresentados por ENERG


consideram os custos dos equipamentos por mês e não por horas
trabalhadas, a ocorrência de variações nas quantidades de horas
efetivamente trabalhadas ao longo da execução da obra não caracterizam
a ocorrência de custos adicionais com ociosidade, pois as perdas de horas
em um mês são compensadas em outros meses, como pode ser verificado
no gráfico acima, que aponta inclusive, que ao média ao longo de toda a
obra foi superior àquela prevista.

O subscritor entende que variações nas quantidades de horas


trabalhadas ao longo dos meses pode, em tese, gerar perda de
produtividade na execução dos serviços, mas não ociosidade de
equipamentos.

Além disso, uma correta avaliação da perda de produtividade se


mostra integralmente comprometida, pois para tanto seria necessário
conhecer composições dos preços de cada um dos serviços – para se obter
a quantidade de recursos previstos para cada serviço –, assim como
precisariam ser conhecidas as quantidades mensais de cada serviço
executado durante o desenvolvimento da obra e os respectivos recursos
alocados. Essas informações, embora tenham sido solicitadas, não estão
disponíveis.

Pode-se considerar que seriam passíveis de cobrança, a título


de custos adicionais com ociosidade de equipamentos, os efeitos
decorrentes de eventos pontuais, como nos casos em que os trabalhos
foram iniciados com atraso, por motivos imputáveis a CPTM ou nos casos
em que os intervalos foram cancelados de última hora, impedindo a
reprogramação de atividades e a realocação dos recursos. No entanto, além
de o pleito formulado pelo Consórcio não se tratar desse tipo, como
mencionado, não estão disponíveis informações detalhadas que possam
subsidiar uma análise consistente.

Em arremate, cabe ser ponderado que o desempenho


90
apresentado pelo Requerente (ver item 5.5 deste laudo pericial) é
antagônico à circunstância de ter havido ociosidade.

São também pleiteados pelo Requerente valores referentes a


Salário Direto (horas improdutivas) no montante de R$ 2.902.166,16. No
entanto, além de não ser conhecido o critério de cálculo utilizado para
definição desse valor, não foram disponibilizados comprovantes,
documentos, memórias de cálculo, relação dos profissionais e motivações
que embasem o pleito. Em razão disso, neste caso também não se mostra
viável a realização de uma apreciação tecnicamente fundamentada.

6.4. Custos Indiretos

6.4.1. Aspectos Conceituais

Roberto Sales Cardoso, em “Orçamento de Obras em Foco”30,


ensina:

O custo direto é o principal componente do orçamento de uma


obra e pode chegar, em alguns casos, a valores da ordem de
50 % a 65 % do custo total ou até um pouco mais. Conhecido
o Custo Direto, restam aproximadamente 35 % a 50 % do
custo total a serem investigados, que vem a ser os Custos
Indiretos ou complementares, além das Despesas Indiretas –
DI, assim chamadas porque não incidem sobre a produção da
obra, isto é não guardam vinculação direta com ela, embora
afetem seu valor final.31

Em “Orçamento na Construção – Consultoria, Projeto e


Execução”32, Maçahico Tisaka, respeitado especialista em Engenharia de
Custos, assim conceitua a modalidade de fixação de preços em empreitada
por preço global:

Custo Direto mais BDI. Neste caso as quantidades dos serviços


são previamente determinadas, arcando o construtor com os
riscos de um eventual erro na quantificação de cada serviço.

A medição no campo dos serviços realizados normalmente se


faz pela determinação do percentual executado de cada
serviço, até o limite do valor proposto.

30
Editora PINI – 2011.
31
Composição e Cálculo do BDI – Página 419
32
Editora PINI – 2006.
91
As eventuais modificações de projetos, ou a existência de
situações imprevisíveis e que venham a alterar os quantitativos
previstos, são pagas à parte33.

No Capítulo II, no tópico introdutório ao tema “Orçamento de


Obras e Serviços”, esclarece o Autor:

Diferentemente dos serviços de elaboração de projetos e de


consultoria na Engenharia Civil, o cálculo da remuneração está
associado ao levantamento dos custos diretos representados
pelo valor dos insumos utilizados e horas de utilização de mão
de obra e de equipamentos que compõem seus custos unitários
dos serviços.

Por outro lado, a remuneração propriamente dita, que poderia


ser chamada de Lucro ou Benefício, está integrada num fator
chamado BDI, que, se acrescido ao custo direto, se chega ao
valor de venda.

Considerando o acima exposto, fica evidenciado que preços,


unitários ou globais, são compostos por duas parcelas. A primeira, atrelada
diretamente ao serviço (a ser) prestado, é chamada de custo direto. A
segunda, formada por outros custos não vinculados diretamente ao serviço
e pela remuneração do construtor, é, convencionalmente, designada pela
sigla BDI, que se define por Benefício (ou Lucro) e Despesas Indiretas.

Sobre o tema podem ser destacados alguns importantes


aspectos conceituais apresentados pelo mesmo Roberto Sales Cardoso na
obra retro mencionada:

Custos são todos os dispêndios necessários à produção do


bem. Podemos classificá-los em:

Custo Direto ou Custo Direto Inicial – compreende os gastos


necessários à produção do bem propriamente dito, com os
insumos: materiais, mão de obra e equipamentos.

Custo Indireto ou Complementar – corresponde à


infraestrutura necessária à realização dos gastos com a
produção: canteiros de obras, sua manutenção, administração
local, mobilização, desmobilização, etc.

Despesas – abrangem os dispêndios com logística e com a


comercialização: administração central inclusive gerência

33
Modalidades de Fixação do Preço – página 28.
92
financeira, análise de riscos e assessoria jurídica, tributos,
elaboração de orçamentos e propostas, comercialização, etc.

Finalmente, há ainda uma parcela a ser definida que é a


bonificação – B, a qual estudaremos adiante.

A expressão BDI – Benefício (ou Bonificação) e Despesas


Indiretas – veio da língua inglesa – Budget Difference Income,
que numa tradução ao pé da letra poderia ser: “Receita
adicional além do orçamento” (Max Obras – Elite Sistemas)34.

Em consonância, tem-se que equação que define o preço de


uma obra, segundo Tisaka, pode ser assim representada:

Preço de Venda (PV) = Custo Direto (CD) + BDI

Ainda segundo o Engenheiro Maçahico Tisaka, na mesma obra


citada, para calcular o BDI é necessário ao orçamentista ter em mãos uma
série de informações que vão constar de sua composição35, a saber:

 Custo Direto da obra

 Local de execução da obra e a sua distância da sede da


empresa

 Prazo de execução da obra

 Conhecimento sobre a infraestrutura local dos serviços


(água, energia, linha telefônica, transportes, recursos
humanos, fornecedores de materiais e serviços, etc)

 ISS da prefeitura local

 Salário dos funcionários da Administração Central

 Despesa mensal da Administração Central

 Média de faturamento da empresa ou do exercício fiscal

 Se a contabilidade da empresa é por Lucro Real ou


Presumido
34
Composição e Cálculo do BDI – Página 420
35
Cálculo do BDI – página 63.
93
 Taxa de juros cobrada pelo seu banco comercial

 Média dos últimos índices mensais de inflação

 Taxas dos tributos federais

 Gastos da empresa na comercialização

Além de intuitivo, é também inquestionável que o prazo de


execução dos serviços é uma variável fundamental na definição do custo e,
naturalmente, do BDI. Portanto, o prazo tem influência direta na
composição do preço, seja este unitário ou global.

A esse respeito, pode-se também citar Edson Garcia Bernardes


no Capítulo “Engenharia de Custos e Metodologias de Avaliação/Valoração
de Claims – Uma Visão mais Abrangente” do livro “Administração Contratual
e Claim”36:

Diferentemente dos Custos Diretos, as despesas indiretas são


consideradas aproximadamente fixas, sendo dimensionadas
para fazer frente ao prazo para cumprimento do contrato37.

O prazo, aliás, é também aspecto basilar no planejamento da


obra e, por conseguinte, na elaboração do cronograma físico, pois constitui
condição atrelada diretamente à duração de todas as atividades que devem
ser desenvolvidas para concretização integral do projeto.

Não é sem razão que as principais ferramentas de gestão


empregadas na execução de uma obra estão diretamente relacionadas ao
prazo de execução que, a toda evidência, é fator determinante no custo e
no resultado do empreendimento.

O Engo Aldo Dórea Mattos, em “Planejamento e Controle de


Obras” , faz uma interessante exposição dos principais instrumentos
38

gerenciais usualmente empregados como técnica de avaliação de


desempenho.

No capítulo 18, dedicado a análise do valor agregado, é


apresentada uma representação gráfica da correlação custo x tempo, que
vai abaixo reproduzida.

36
Editora PINI – 2015.
37
Orçamentos Elaborados pelas Empresas Construtoras – O Mercado – Visão Empresarial – página 190.
38
Editora PINI, 2010.
94
Representação gráfica da relação tempo x custo39

A clara influência do tempo na determinação do custo e, por via


de consequência, no preço de uma obra é visualmente perceptível no
gráfico, e é também irrefutável.

Deste modo, não é razoável, nem usual e, pode-se dizer,


tampouco seria correto que preços de uma obra sejam compostos com base
em um BDI que admita uma grande variação do prazo de execução. Vale
dizer: a extensão do prazo de execução de uma obra inevitavelmente
produz impactos no seu custo.

6.4.2. Custos Indiretos Apurados

No caso vertente, em consonância com o exposto no tópico


precedente, é certo que a extensão do prazo de 18 para 72 meses produziu
impacto nos custos indiretos da obra.

Visando fundamentar seu pleito de ressarcimento de custos


adicionais incorridos, em razão da postergação da data de conclusão dos

39
Página 371.
95
serviços, o Consórcio ENERG apresentou no Doc. C-61 uma relação de todas
as despesas indiretas que alega ter arcado ao longo do período de execução
da obra. O pedido, entretanto, abrange tudo quanto tenha sido arcado entre
julho de 2011 e janeiro de 2016.

No entender do signatário essa não seria a forma mais


adequada para fazer a apuração, pois durante o desenvolvimento dos
trabalhos, mesmo entre julho de 2011 e janeiro de 2016, parte da
remuneração recebida era composta de custos indiretos.

Assim sendo, o mais correto será comparar custos indiretos


orçados x custos indiretos incorridos. A diferença encontrada seria o total
dos custos indiretos adicionais.

Como nem o Contrato e tampouco a Proposta Comercial


destacam a despesas indiretas consideradas na elaboração do orçamento,
para efeito da presente análise será considerado o BDI cuja composição
consta do pleito de reequilíbrio apresentado pelo Consórcio à CPTM em
11/09/2013 (Doc. C-4), conforme segue.

96
Essa composição foi submetida à consideração da Requerida
CPTM ainda na fase de obra. Não foram identificados questionamentos
específicos que façam com que não possa ser considerada.

De todo modo, visando avaliar a adequação dessa referência,


expurgou-se a incidência relativa à Administração Local, resultando um BDI
ajustado de 25,13 %, muito próximo daquele que consta do Acórdão do
Tribunal de Contas da União apresentado pelas Requeridas (Doc. R-39).

Cabe destacar que a parcela relativa à Administração Local


abrange os seguintes custos indiretos necessários para a execução da obra:

 Despesas com mobilização e desmobilização de recursos (mão de


obra e equipamentos)
 Construção, manutenção e operação de canteiros de obra;
 Mão de obra de supervisão dos empregados diretos, como por
exemplo direção, planejamento, administração, apoio, outros;
 Gestão de almoxarifado, controle de material;
 Gestão da documentação em geral e material de escritório, impressão
de ordem de serviços, relatórios esclarecimentos, materiais do dia de
escritório;
 Controle de qualidade e fiscalização e andamento geral do serviço;
 Processo de compras e suprimentos;
 Departamento pessoal local e apontamento das horas trabalhadas;
 Veículos e motoristas;
 Técnicos administrativos, engenheiros, almoxarife;
 Transporte e alimentação de pessoal;
 Taxas emolumentos, ferramentas e equipamentos;
 Contas de telefone, água, energia, internet, outras;
 Construção e operação de alojamentos e repúblicas;
 Transportes internos de pessoal, equipamentos e materiais;
 Outros

Cabe destacar também que, segundo o entendimento do TCU,


essas despesas devem ser lançadas na planilha orçamentária como item
autônomo juntamente com os Custos Diretos. Como no caso ora examinado

97
essas despesas não integram a planilha de preços contratuais, deve-se
considerar como validado o BDI informado pelo Consórcio.

Outro aspecto a ser esclarecido é que custos com administração


local, comumente, apresentam grande variação de obra para obra, uma vez
que seu dimensionamento se dá de forma particular e sofre a influência de
diversos fatores, conforme exposto pelo Engº Aldo Dórea Mattos no livro
“Como preparar orçamento de obras”40 no trecho abaixo transcrito:

10.2 Fatores que influenciam no Custo Indireto

O custo indireto geral fica na faixa de 5% a 30% do custo total


da construção. O percentual oscila em função dos aspectos
expostos no quadro 10.1.

Quadro 10.1 Fatores de influência no custo indireto

Aspecto Influência
Uma obra em local remoto requer despesas
Localização como mobilização de pessoal e
geográfica equipamentos, custos de viagem da equipe,
aluguel de casas etc.
Diretrizes empresariais tem influência na
quantidade de engenheiros e supervisores
(mestres e encarregados), faixa salarial
Política da
adotada, quantidade de veículos à disposição
empresa
da obra, quantidade de computadores no
canteiro, padrão dos barracões de campo
etc.
As despesas administrativas são
Prazo
proporcionais à duração da obra
Obras com elevado grau de dificuldade
Complexidade tendem a exigir mais supervisão de campo e
suporte externo (consultoria)

Entendido como compatível com o tipo de obra em questão,


bem como com o que é praticado pelo mercado de Construção Civil, o BDI
acima referenciado balizou a estimação do custo orçado pelo Consórcio a
título de Administração Local.

Para tanto, das medições mensais apresentadas no Doc. C61,


complementadas pelas medições fornecidas pelo Sr. Assistente Técnico do
Requerente, foi deduzida a taxa de 40,0 % (BDI) para identificação dos

40
3ª Edição, Oficina dos Textos, 2019
98
Custos Diretos. Sobre os valores encontrados foi aplicado percentual de
14,87 %, sendo assim identificado o Custo Indireto orçado para a
Administração Local.

A apuração dos custos indiretos efetivamente gastos foi feita


com base nas planilhas constantes no Doc. C-61 e nos comprovantes de
custos apresentados pelo Assistentes Técnico do Consórcio (Anexo IV deste
laudo pericial)41, através da análise dos itens pleiteados pelo Consórcio e
dos comprovantes disponibilizados, sendo o resultado apresentado no
Anexo VI deste Laudo Pericial, denominado Análise dos Custos Indiretos.

Na planilha apresentada foram identificadas algumas


inconsistências, as quais foram corrigidas, a saber:

 Custos com renovação de seguros: havia lançamentos na


planilha de despesas indiretas referente a renovação dos
seguros da obra, como esse item é objeto de pedido
específico, sua manutenção na planilha geraria
duplicidade de cobrança e por essa razão foi excluído;

 Custos com projetos: havia lançamentos de custos de


projetos na planilha de despesas indiretas, por se tratar
de um serviço custeado pela planilha do contrato, não se
refere a despesa indireta e por essa razão foram excluídos
das planilhas;

 Custos com locação de caminhão rodoferroviário: foi


constatada a existência de lançamento de custos com
locação de caminhão rodoferroviário na planilha de
despesas indiretas, esse custo não se enquadra como
despesa indireta e por essa razão foi excluído;

 Custos com locação de caminhão, munck, caminhão


basculantes, retroescavadeira, rolo compactador: foi
constatada a existência de lançamento de custos com
locação desses equipamentos na planilha de despesas
indiretas, esses custos não se enquadram como despesa
indireta e por essa razão foram excluídos;

 Custos com 13º Salário: na planilha de cálculo do custo


da mão de obra indireta haviam lançamento de parcelas
mensais em dezembro de cada ano refere ao pagamento
do 13º salário dos funcionários, isso não é correto, pois

41
Os valores históricos das despesas foram retroagidos para a Data Base do Contrato aplicando‐se o índice de
reajuste contratual
99
os custos com o 13º salário estão contemplado na taxa de
encargos sociais, e por essa razão foram excluídos.

É oportuno que seja esclarecido que esses comprovantes foram


verificados em caráter amostral e que eventual checagem exaustiva de sua
correção deve ser feita por meio de perícia contábil42.

Foram identificados como documentos de cobrança:notas


fiscais, notas de débito e documentos internos do Consórcio referentes a
reembolsos de despesas de funcionário e do caixa de obra43.

Os comprovantes são apresentados no Anexo IV deste Laudo


Pericial sob o título de Comprovantes de Custo Incorrido.

Os custos incorridos foram retroagidos à data base do Contrato,


tomando-se como referência o índice de reajuste anual da parcela de
serviços do Contrato.

O resultado desse processo é apresentado no quadro abaixo


reproduzido.

42
Foram expurgados custos considerados improcedentes.
43
Documentos usuais em empresas do mercado de construção civil para comprovação de pequenas despesas
como refeições, transportes, pedágios, estacionamento etc.
100
Número Mês de Valor da Medição Custo Direto Custo Indireto Despesas Custo Incorrido Total do Custo Índice Total do Custo Diferença entre
da Referência no Mês, em Orçado Orçado Indiretas com Mão de Indireto Reajuste do Indireto Custo Indireto
Medição valores na Data (Descontado BDI (14,87% do Incorridas Obra Indireta Incorrido Contrato Incorrido, Orçado x
Base de 40%) Custo Direto (Anexo VI) (Anexo VI) (Acumulado) retroagido à Data Incorrido =
Orçado) Base Custo Indireto
Adicional
A B C D E F G H I J K

D = C / (1 + 40%) E = D x 14,87% H=F+G J=H/(1+I) K=J-E

1 jan-10 7.374.509,92 5.267.507,09 783.278,30 39.103,84 313.519,57 352.623,41 352.623,41 430.654,90


2 fev-10 19.403.192,34 13.859.423,10 2.060.896,22 70.765,23 331.105,22 401.870,45 401.870,45 1.659.025,77
3 mar-10 6.299.740,85 4.499.814,90 669.122,48 92.776,97 384.368,88 477.145,85 477.145,85 191.976,63
4 abr-10 7.169.851,01 5.121.322,15 761.540,60 150.305,66 310.545,00 460.850,66 460.850,66 300.689,94
5 mai-10 5.423.686,74 3.874.061,96 576.073,01 51.701,76 385.759,35 437.461,11 437.461,11 138.611,90
6 jun-10 5.001.417,49 3.572.441,06 531.221,99 242.135,91 417.482,80 659.618,71 6,9563% 616.717,96 -85.495,97
7 jul-10 2.066.512,15 1.476.080,11 219.493,11 249.451,83 377.080,45 626.532,28 6,9563% 585.783,43 -366.290,32
8 ago-10 4.281.107,22 3.057.933,73 454.714,75 192.604,92 377.920,72 570.525,64 6,9563% 533.419,38 -78.704,64
9 set-10 4.098.021,21 2.927.158,01 435.268,40 205.240,70 387.719,55 592.960,25 6,9563% 554.394,88 -119.126,48
10 out-10 6.528.399,41 4.663.142,44 693.409,28 159.521,71 375.082,60 534.604,31 6,9563% 499.834,34 193.574,94
11 nov-10 8.895.071,35 6.353.622,39 944.783,65 250.342,83 449.494,84 699.837,67 6,9563% 654.321,13 290.462,52
12 dez-10 3.690.647,46 2.636.176,76 391.999,48 233.667,70 490.748,09 724.415,79 6,9563% 677.300,72 -285.301,24
13 jan-11 1.540.699,89 1.100.499,92 163.644,34 195.168,94 439.479,51 634.648,45 6,9563% 593.371,73 -429.727,40
14 fev-11 4.207.519,00 3.005.370,72 446.898,63 215.619,79 410.460,09 626.079,88 6,9563% 585.360,45 -138.461,82
15 mar-11 4.095.541,80 2.925.387,00 435.005,05 235.178,14 415.280,78 650.458,92 6,9563% 608.153,91 -173.148,86
16 abr-11 4.017.790,89 2.869.850,64 426.746,79 200.652,19 407.887,91 608.540,10 6,9563% 568.961,44 -142.214,65
17 mai-11 3.765.243,03 2.689.459,31 399.922,60 121.048,35 426.674,53 547.722,88 6,9563% 512.099,69 -112.177,09
18 jun-11 2.002.273,76 1.430.195,55 212.670,08 215.259,07 427.004,98 642.264,05 15,9017% 554.145,50 -341.475,42
19 jul-11 1.696.998,45 1.212.141,75 180.245,48 131.369,14 457.445,74 588.814,88 15,9017% 508.029,55 -327.784,07
20 ago-11 2.123.959,22 1.517.113,73 225.594,81 112.558,77 451.421,06 563.979,83 15,9017% 486.601,86 -261.007,05
21 set-11 2.203.311,02 1.573.793,59 234.023,11 116.886,23 421.522,08 538.408,31 15,9017% 464.538,75 -230.515,65
22 out-11 2.231.386,75 1.593.847,68 237.005,15 115.246,24 392.443,49 507.689,73 15,9017% 438.034,76 -201.029,61
23 nov-11 2.396.838,60 1.712.027,57 254.578,50 83.162,91 447.568,90 530.731,81 15,9017% 457.915,47 -203.336,97
24 dez-11 2.310.000,05 1.650.000,04 245.355,01 131.459,65 426.883,60 558.343,25 15,9017% 481.738,62 -236.383,61
25 jan-12 3.321.364,35 2.372.403,11 352.776,34 76.020,01 169.988,52 246.008,53 15,9017% 212.256,18 140.520,16
26 fev-12 2.080.626,86 1.486.162,04 220.992,30 64.446,53 301.453,20 365.899,73 15,9017% 315.698,33 -94.706,03
27 mar-12 3.318.407,95 2.370.291,40 352.462,33 76.371,73 306.866,15 383.237,88 15,9017% 330.657,69 21.804,64
28 abr-12 1.491.653,01 1.065.466,43 158.434,86 68.247,97 331.570,23 399.818,20 15,9017% 344.963,19 -186.528,33
29 mai-12 1.789.734,74 1.278.381,96 190.095,40 122.505,48 353.325,75 475.831,23 15,9017% 410.547,24 -220.451,84
30 jun-12 3.772.720,02 2.694.800,01 400.716,76 96.261,93 337.862,54 434.124,47 23,6012% 351.229,98 49.486,79
31 jul-12 2.687.348,51 1.919.534,65 285.434,80 89.314,25 373.848,03 463.162,28 23,6012% 374.723,12 -89.288,32
32 ago-12 2.273.878,99 1.624.199,28 241.518,43 108.482,94 348.542,26 457.025,20 23,6012% 369.757,90 -128.239,47
33 set-12 1.817.292,56 1.298.066,12 193.022,43 61.817,62 373.752,25 435.569,87 23,6012% 352.399,38 -159.376,95
34 out-12 2.342.160,90 1.672.972,07 248.770,95 143.217,75 377.878,08 521.095,83 23,6012% 421.594,48 -172.823,53
35 nov-12 1.324.041,81 945.744,15 140.632,15 76.731,88 396.542,73 473.274,61 23,6012% 382.904,54 -242.272,39
36 dez-12 688.853,57 492.038,26 73.166,09 112.819,84 373.365,62 486.185,46 23,6012% 393.350,12 -320.184,03
37 jan-13 1.824.211,34 1.303.008,10 193.757,30 64.061,38 361.246,47 425.307,85 23,6012% 344.096,86 -150.339,56
38 fev-13 2.740.994,71 1.957.853,36 291.132,80 97.769,66 369.430,76 467.200,42 23,6012% 377.990,20 -86.857,41
39 mar-13 1.914.935,48 1.367.811,06 203.393,50 117.896,75 395.284,53 513.181,28 23,6012% 415.191,18 -211.797,68
40 abr-13 2.039.221,64 1.456.586,89 216.594,47 104.460,28 392.882,11 497.342,39 23,6012% 402.376,66 -185.782,19
41 mai-13 3.007.664,78 2.148.331,99 319.456,97 137.358,37 372.043,25 509.401,62 23,6012% 412.133,23 -92.676,27
42 jun-13 3.058.479,00 2.184.627,85 324.854,16 118.603,49 381.635,21 500.238,70 32,7907% 376.712,15 -51.857,98
43 jul-13 1.553.095,15 1.109.353,68 164.960,89 137.002,19 434.103,96 571.106,15 32,7907% 430.079,93 -265.119,04
44 ago-13 857.023,74 612.159,81 91.028,16 136.057,85 434.218,60 570.276,45 32,7907% 429.455,12 -338.426,95
45 set-13 1.973.344,16 1.409.531,55 209.597,34 95.887,50 428.810,21 524.697,71 32,7907% 395.131,37 -185.534,03
46 out-13 1.985.167,57 1.417.976,84 210.853,16 138.766,57 396.551,53 535.318,10 32,7907% 403.129,21 -192.276,05
47 nov-13 1.761.588,17 1.258.277,26 187.105,83 113.948,53 375.163,41 489.111,94 32,7907% 368.332,98 -181.227,15
48 dez-13 2.223.987,82 1.588.562,73 236.219,28 101.129,83 443.243,88 544.373,71 32,7907% 409.948,67 -173.729,39
49 jan-14 2.446.669,21 1.747.620,86 259.871,22 86.635,15 351.725,62 438.360,77 32,7907% 330.114,06 -70.242,84
50 fev-14 1.435.715,74 1.025.511,24 152.493,52 125.482,08 309.397,32 434.879,40 32,7907% 327.492,36 -174.998,84
51 mar-14 1.376.365,56 983.118,26 146.189,68 222.147,66 295.280,72 517.428,38 32,7907% 389.657,09 -243.467,41
52 abr-14 2.103.849,32 1.502.749,51 223.458,85 109.432,70 257.996,23 367.428,93 32,7907% 276.697,79 -53.238,94
53 mai-14 1.666.535,33 1.190.382,38 177.009,86 111.348,05 296.341,60 407.689,65 32,7907% 307.016,72 -130.006,86
54 jun-14 784.380,32 560.271,66 83.312,40 98.791,52 267.454,26 366.245,78 43,3784% 255.439,99 -172.127,60
55 jul-14 3.834.679,49 2.739.056,78 407.297,74 88.445,73 289.224,64 377.670,37 43,3784% 263.408,14 143.889,60
56 ago-14 3.336.836,53 2.383.454,66 354.419,71 96.116,89 367.942,66 464.059,55 43,3784% 323.660,71 30.759,00
57 set-14 2.254.273,15 1.610.195,11 239.436,01 121.724,64 339.430,32 461.154,96 43,3784% 321.634,89 -82.198,88
58 out-14 1.187.477,15 848.197,97 126.127,04 123.970,27 321.045,55 445.015,82 43,3784% 310.378,56 -184.251,52
59 nov-14 2.706.387,13 1.933.133,66 287.456,98 105.717,76 245.780,67 351.498,43 43,3784% 245.154,38 42.302,60
60 dez-14 1.225.916,96 875.654,97 130.209,89 87.980,00 284.791,57 372.771,57 43,3784% 259.991,44 -129.781,55
61 jan-15 2.273.109,53 1.623.649,67 241.436,71 107.938,88 295.277,59 403.216,47 43,3784% 281.225,39 -39.788,69
62 fev-15 3.292.314,32 2.351.653,09 349.690,81 87.630,74 282.045,92 369.676,66 43,3784% 257.832,88 91.857,93
63 mar-15 4.018.646,24 2.870.461,60 426.837,64 105.570,14 298.950,53 404.520,67 43,3784% 282.135,01 144.702,63
64 abr-15 3.179.857,73 2.271.326,95 337.746,32 124.074,48 262.031,45 386.105,93 43,3784% 269.291,56 68.454,76
65 mai-15 2.142.272,51 1.530.194,65 227.539,94 147.962,27 298.190,50 446.152,77 43,3784% 311.171,54 -83.631,59
66 jun-15 3.124.390,65 2.231.707,61 331.854,92 133.408,63 305.899,92 439.308,55 50,9692% 290.992,17 40.862,75
67 jul-15 1.943.319,67 1.388.085,48 206.408,31 182.711,32 303.292,38 486.003,70 50,9692% 321.922,42 -115.514,11
68 ago-15 1.635.438,95 1.168.170,68 173.706,98 152.860,52 381.652,71 534.513,23 50,9692% 354.054,49 -180.347,51
69 set-15 842.617,64 601.869,74 89.498,03 181.068,62 327.106,38 508.175,00 50,9692% 336.608,40 -247.110,37
70 out-15 809.110,38 577.935,99 85.939,08 175.280,00 306.808,04 482.088,04 50,9692% 319.328,74 -233.389,66
71 nov-15 548.702,73 391.930,52 58.280,07 165.003,34 235.539,13 400.542,47 50,9692% 265.314,03 -207.033,96
72 dez-15 1.778.817,81 1.270.584,15 188.935,86 139.400,62 235.097,56 374.498,18 50,9692% 248.062,64 -59.126,77
73 jan-16 491.218,39 350.870,28 52.174,41 0,00 52.174,41
215.110.418,93 153.650.299,24 22.847.799,50 9.351.110,82 25.712.812,30 35.063.923,12 28.683.920,15 -5.836.120,66

Parcela adicional relativa a Administração Central 7,52% -438.876,27

TOTAL DOS CUSTOS INDIRETOS ADICIONAIS PASSÍVEIS DE RECONHECIMENTO -6.274.996,93

101

101
Verifica-se assim que pela óptica da Engenharia de Custos, os
Custos adicionais correspondentes à Administração Local decorrentes da
extensão do prazo de execução da obra de 18 para 72 meses é de R$
6.274.996,93.

Para a identificação do valor total correspondente ao total


Custos Indiretos Incididos, cabe ainda considerar a parcela correspondente
à Administração Central.

Nesse sentido, o Consórcio apresentou demonstrações


contábeis de resultados das empresas e partir desses dados calcula o que
entende ser o correspondente custo da Administração Central.

O subscritor considera que esse procedimento não se mostra


adequado, pois na realidade essa parcela guarda relação com as receitas
geradas pela obra. Confira-se o que ensina o Engenheiro Aldo Dórea Mattos
no já mencionado livro Como Preparar Orçamentos de Obras44

11.1 Rateio da Administração Central

As construtoras geralmente dispõem de uma matriz (escritório


central ou sede) onde se baseia a administração central da
empresa. A administração central é a estrutura necessária para
a execução das atividades de direção geral da empresa,
incluindo as áreas administrativa, financeira, contábil, técnica,
de suprimento etc.

O escritório central é, então, apenas um gerador de despesas,


sem ser propriamente um gerador de receitas, pois são as
obras que internam dinheiro na empresa. Então quem arca com
as despesas da matriz? Logicamente são as obras – e, para
isso, a construtora precisa embutir no orçamento de suas obras
uma provisão de recursos para o custeio do escritório central.
As obras rateiam os custos da matriz e remetem mensalmente
uma cota proporcional ao porte de cada contrato. O percentual
do custo que as obras rateiam entre si recebe o nome de taxa
de administração central.

(..)

Os custos da administração são rateados entre as várias obras


da empresa, proporcionalmente ao porte de cada uma. Os
valores mais comuns ficam entre 4% e 8% do custo da obra.
Sendo fixado um percentual, cada obra participa do rateio de
forma proporcional ao seu montante. É importante ressaltar

44
Oficina de Textos.
102
que o percentual varia de acordo com o momento econômico
do setor da construção civil.

(...)

Para avaliar a taxa de administração central a ser praticada, o


orçamentista deve elaborar o orçamento anual da
administração central e estimar percentualmente a
representatividade desse custo em relação ao custo total das
obras durante o ano. O percentual obtido será utilizado pelo
orçamentista para majorar o custo da obra, a fim de incluir a
taxa de administração central.

Desse modo, uma vez que a parte correspondente à


Administração Central sobre os Custos Diretos já foi medida e paga pelas
Requeridas, o procedimento correto é o de aplicar apena sobre os custos
adicionais incididos o percentual de 7,52 %, que é o consta do BDI
informado pelo Consórcio.

Assim sendo, tem-se:

 Custos Adicionais Admin. Local: R$ 5.836.120,66

 Custos Adicionais Admin Central45: R$ 438.876,27

 Custos Adicionais Totais: R$ 6.274.996,93

Do exposto resulta que, pela óptica da Engenharia de Custos,


pode-se considerar como passível de ser reconhecido que, em decorrência
da extensão do prazo contratual de 18 para 72 meses, o Consórcio tenha
experimentado custos adicionais indiretos de R$ 6.274.996,93 (seis milhões
e duzentos e setenta e quatro mil e novecentos e noventa e seis reais e
noventa e três centavos).

O cabimento de eventual incidência de tributos é dependente de


apreciação de caráter jurídico.

45
0,0752 x R$ 5.836.120,66.
103
7. RESPOSTA AOS QUESITOS

No presente capítulo são apresentadas as respostas aos s


formulados pelas Partes.

7.1. Quesitos Consórcio

Queira o S Perito confirmar que a negativa de um acesso por parte


da Requerida CPTM, por exemplo, prejudica o orçamento com
prorrogação de prazos, ociosidade e custos não previstos e também
o planejamento, pois as atividades têm limitação de recursos (mão
de obra e equipamentos), não sendo possível simplesmente dobrar
a mobilização no próximo acesso liberado, para efeito de
recuperação.

R Do ponto de vista conceitual, a não permissão de acesso às frentes


de trabalho, em um nível de amplitude excessivo face à grade de
horários passíveis de serem aproveitados, pode produzir efeitos
negativos no planejamento e, por decorrência, impactar o
Cronograma e o custo da obra.

No presente caso, a realidade dos impactos no andamento serviços,


por negativas de acesso à via pela CPTM, foi analisada e está
exposta no tópico 5.1 deste laudo pericial.

Quanto à eventuais medidas para mitigação ou compensação do


não aproveitamento de intervalos programados, não se pode fazer
uma consideração de caráter genérico, pois é certo que iniciativas
dessa natureza dependeriam muito do serviço s ser executado e
das possibilidades de mobilização de recursos adicionais em curto
prazo.

O que originou e fundamentou cada um dos 07 Aditivos Contratuais


celebrados? É possível afirmar que os Aditivos abrangem todos os
serviços adicionais reclamados pelo Consórcio Requerente?

R Quanto à origem e fundamentação dos sete Aditivos Contratuais,


pode ser informado que, segundos o que consta dos Docs. R-14 a
R-21, as respectivas formalizações foram precedidas de um
processo composto pelas seguintes etapas:

 Proposta do Consórcio
 Relatório de Análise e Valoração
104
 Justificativa Técnica – CPTM
 Relatório Técnico à Diretoria – CPTM
 Proposição de Resolução de Diretoria – CPTM
 Parecer Jurídico CPTM
 Parecer Jurídico Secretaria de Estado dos Transportes
Metropolitanos
 Justificativa Técnica dirigida ao Banco Mundial (CPTM)

 Termo de Aditamento no 01 – 30/06/2011 (Doc. R-14)

o Objeto: Readequação das tabelas 2 e 4 do Contrato, com


alteração de quantitativos, inclusão de novos itens,
substituição de grade de linha em dormente de madeira
por grade em linha de dormente de concreto na via corrida
sem alteração do valor contratual, conforme Anexo I -
Tabelas 1 e 6 e Anexo II - Acordo de Preço Adicional e
Norma de Medição, constantes deste instrumento.

o Justificativa Técnica da CPTM (20/05/2010): As


antecessoras da CPTM tinham como prioridade o
transporte de cargas, aproximadamente 80 % dos
dormentes instalados na Linha 12 são de madeira e,
embora apresentem bom desempenho em termos
estruturais, é inferior ao dormente de concreto no que diz
respeito à qualidade do rolamento e, consequentemente,
no conforto produzido no interior das composições de
passageiros. (sic)

O Consórcio ENERG apresentou à CPTM...proposta para


substituição dos dormentes de madeira, inicialmente
contemplados no projeto, por dormentes de concreto,
mantendo o custo final da montagem da grade da via, não
onerando, portanto, o contrato...

Essa proposta foi submetida à avaliação técnica e


considerando os aspectos relativos ao plano de trabalho,
aos custos de manutenção, à segurança operacional e à
qualidade agregada ao sistema com essa solução, a
Gerência de Via Permanente e Estruturas de Rede
Aérea...concluiu pela viabilidade técnica e vantagem
operacional com essa substituição.

o Valor: mantido em R$ 189.810.872,56.


105
 Termo de Aditamento no 02 – 01/07/2011 (Doc. R-15)

o Objeto: Prorrogação do prazo de conclusão de todas as


instalações pelo período de 18 (dezoito) meses,
respeitando-se o cronograma anexo...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Os argumentos desta solicitação de aditamento de prazo


fundamentam-se nos seguintes pontos:

 Durante o desenvolvimento do projeto, com o


intuito de atender as necessidades da CPTM, serão
realizadas modificações no projeto executivo, tanto
de via permanente como de rede aérea.

 A área de execução do referido empreendimento


possui diversas interferências com outras empresas
e concessionárias, onde a remoção e/ou
remanejamento destas somente é executada
diretamente pelas Concessionárias, repassando os
custos de operação ao Consórcio.

 A emissão posterior dos Órgãos Ambientais


competentes de TCA – Termo de Compromisso
Ambiental para a poda e plantação de mudas
arbóreas que interferem com o desenvolvimento da
execução das obras, resultaram em serviços não
previstos inicialmente.

 Em que pese a existência de cadastro de


interferências no empreendimento o Consórcio
realizou trabalho de verificação das mesmas,
elencando as que mais provocaram impactos:
Eletropaulo, SABESP, e cabos de Sinalização e
Telecomunicações que correm dentro da faixa
operacional ferroviária que não estavam no escopo
do contrato.

 Dificuldades de acesso às áreas operacionais, com


a necessidade de utilização de cautelas e
interdições de via com prejuízo a circulação dos
trens. Esse fato se justifica uma vez que quando do
106
desenvolvimento dos estudos iniciais o número de
passageiros transportados diariamente era da
ordem de 1.700.000 usuários. Esse número, com o
decorrer do tempo e com as melhorias implantadas
nas linhas da CPTM passou para 2.400.000
usuários.

 Além disso, o cronograma previsto inicialmente


também foi prejudicado em função do elevado
índice pluviométrico, acima da média, no ano de
2010.

 Pelos motivos expostos o prazo Contratual


pactuado em 18 (dezoito) meses, contado a partir
da Ordem de Serviço de 04/01/2010, haverá
necessidade de aditamento de prazo de mais 18
meses.

o Valor: mantido em R$ 189.810.872,56.

 Termo de Aditamento no 03 – 28/12/2011 (Doc. R-16)

o Objeto: Readequação das tabelas de preço 2, 3 e 4 do


Contrato, com alteração de quantitativos, inclusão de
itens e respectivos critérios de medição...

Revisão do Apêndice 04 – Cronograma do Acordo


Contratual...

o Justificativa Técnica da CPTM:


...

Além destes fatos acima mencionados:

 Implantações da Via Permanente e Rede Aérea em


São Miguel Paulista

 Com a construção da nova estação de São


Miguel Paulista necessário o deslocamento do
eixo da via férrea principal para construção de
via permanente e rede aérea nas plataformas da
estação.

107
 Muro de Arrimo em São Miguel Paulista

 A nova estação de São Miguel Paulista foi locada


em local próximo ao limite da faixa de domínio
além de sofrer aumento na extensão e largura,
levando a via permanente e a rede aérea a
deslocamento vertical no limite desta faixa de
domínio.

 Construções da Via Permanente e Rede Aérea em


Calmon Viana

 A nova estação de Calmon Viana prevê um


terminal de linha férrea e também uma nova
ligação entre a linha 12 Safira e a linha 11 Coral.
Desta forma necessária a construção de Via
Permanente e Rede Aérea para estas ligações.

 Drenagens do Pátio de Manuel Feio

 No local onde será construído o Pátio também foi


executada uma Subestação de Energia
alterando a configuração das vias férreas
previstas havendo necessidade de
prolongamento das travessias e adaptação do
canal de drenagem.

 Desvio Férreo em Engº Trindade

 Os locais de estacionamento dos vagões de


serviço foram reduzidos com a remodelação da
via permanente e será necessária a construção
de mais desvio para que não haja
comprometimento da Manutenção.

 Regulagens do circuito de sinalização nos Novos


Travessões

 Para a implantação dos novos travessões


previstos pelo novo plano de via os serviços de
via permanente e rede aérea precisarão de
intervenção na regulagem dos circuitos de
sinalização de campo da linha 12.

 Desvios Ferroviários em Manoel Feio

108
 Construção de 3 novos desvios ferroviários no
pátio de Manoel Feio para utilização como
estacionamento de trens de serviço. O projeto
do novo pátio previu 8 linhas para trens
metropolitanos sem levar em consideração às
necessidades de serviços de manutenção e
dessa forma tais desvios se fazem necessários.

 Remanejamentos de Cabo de Sinalização e


telecomunicação

 Há a necessidade de remanejar de local parte


dos cabos de sinalização e telecomunicação ao
longo da via férrea, pois estes cabos interferem
na implantação da nova via férrea e dos
aparelhos de manutenção de vias.

 Muro de Arrimo em Ermelino Matarazzo

 Devido às fortes precipitações pluviométricas


ocorridas no verão ocorreu o desmoronamento
do muro de divisa da CPTM sendo necessária a
sua reconstrução.

 Rebaixamento das Linhas de Sinais 4,4 kv

 Necessário o rebaixamento das linhas de sinais


de 4,4 KV sob as novas Passarelas construídas
por toda a extensão da Linha 12.

 Alterações da Rede Aérea em Manoel Feio

 A rede aérea do pátio de Manoel Feio terá 8 vias


eletrificadas. A exemplo dos demais pátios
novos projetados, ao invés de serem utilizadas
funiculares, a CPTM adotou a utilização de
pórticos treliçados que permitem a instalação do
cabo mensageiro, e fio de contato fixado no
mesmo pórtico. A montagem e manutenção
deste tipo de rede aérea são mais favoráveis.

 A área de execução do referido empreendimento


possui diversas interferências com outras
empresas e concessionárias, onde a remoção
e/ou remanejamento destas somente é

109
executada diretamente pelas Concessionárias,
repassando os custos de operação ao Consórcio.

 A emissão posterior dos Órgãos Ambientais


competentes de TCA – Termo de Compromisso
Ambiental para a poda e plantação de mudas
arbóreas que interferem com o desenvolvimento
da execução das obras e resultarão em serviços
não previstos inicialmente.

Em face do exposto, verifica-se a necessidade de


aditamento do valor contratual em R$ 28.471.630,88, em
decorrência de acréscimo quantitativo do objeto
contratado, a readequação de planilha de quantidades e
serviços, bem como a revisão do cronograma físico-
financeiro...

o Valor: alterado para R$ 218.282.503,44.

 Termo de Aditamento no 04 – 03/01/2013 (Doc. R-17)

o Objeto: A prorrogação do prazo de conclusão de todas as


instalações, pelo período de 18 (dezoito) meses,
respeitando-se o cronograma anexo....

o Justificativa Técnica da CPTM:

Justificativas para o acréscimo de prazo contratual:

 Acessos às áreas Operacionais para a implantação


da Rede Aérea Autocompensada

 Desde 2010 os serviços em áreas operacionais


eram realizados com acesso simples (sem
interferência na circulação dos trens), acesso
elétrico (desligamento dos cabos de sinalização
em uma das vias com restrição de velocidade na
circulação dos trens) e acesso com interdição
(desligamento dos cabos de sinalização e de
rede aérea com interdição total de circulação dos
trens em uma das vias).

110
Em meados de 2012, com a complexidade das
obras em andamento, os acessos às áreas
operacionais ficaram mais restritos, resultado da
concessão de intervalos somente através de
interdição, em uma ou ambas as vias, o que
causou considerável diminuição na capacidade
produtiva da Contratada.

Igualmente, a área de operações da CPTM


passou a limitar a quantidade de autorizações
para expedição de acessos com interdição na
extensão total da linha, o que impossibilitou a
concessão de intervalos necessários por conta
dos conflitos com as obras de modernização e os
serviços de manutenção.

 Obras da empresa MRS Logística no mesmo local

 Em maio de 2012, a empresa MRS Logística,


responsável pelo transporte dos trens de carga,
iniciou as obras de construção de uma via
segregada exclusiva, paralela a Linha 12 –
SAFIRA da CPTM, para o transporte de cargas
sem interferir na circulação dos trens da CPTM,
pois hoje e circulação dos trens de carga se
alterna com os trens de transporte de
passageiros na mesma linha.

Analisando o projeto da MRS Logística,


encaminhado em meados deste ano, iniciou-se
a sua compatibilização com o projeto já
aprovado da Contrata, sendo suspensos os
serviços entre as estações de Eng. Manoel Feio
e Calmon Viana no aguardo dos ajudantes
decorrentes da compatibilização entre ambos.

 Atrasos na autorização para execução do Manejo


Arbóreo

 Em junho deste ano a CPTM providenciou


solicitação junto à Prefeitura de São Paulo e à
Prefeitura de Itaquaquecetuba para autorizar o
manejo de vários indivíduos arbóreos para
execução dos serviços de corte e/ou transplante
de árvores.
111
A falta das autorizações, até o momento, por
parte dos órgãos de Meio Ambiente dos
municípios, impede a execução dos serviços de
manejo arbóreo, atrasando as obras de
implantação da via permanente e instalação da
rede aérea em alguns trechos.

 Falta de quadro de fiscais da CPTM

 Durante o período de julho de 2011 a janeiro de


2012, as frentes de serviços foram reduzidas em
virtude da falta de empresa Supervisora para
fiscalização das obras o que gerou a paralisação
de alguns serviços ocasionando atrasos no
cronograma físico.

 Implantação da rede aérea de tração

 Para não comprometer a circulação dos trens


face à dificuldade de serem concedidos
intervalos nas duas vias e em grandes
extensões, em decorrência da impossibilidade
de execução segmentada da implantação da
rede aérea autocompensada, foi observado que
os serviços deveriam ser divididos em duas
etapas.

Primeiramente foi implantada a via permanente


(via corrida e AMV’s) e vários postes com a rede
aérea existente.

Posteriormente, foi iniciada a implantação do


sistema de rede aérea autocompensada em
trechos com vias, em pórticos metálicos únicos,
sem possibilidade de execução individualizada
por via, utilizando equipamentos ferroviários
especiais e diferenciados com necessidade de
interrupção na circulação dos trens. Esses
serviços tendem ser realizados nos horários
noturnos e nos finais de semana, com adoção da
operação PAESE, aumentando o prazo para
conclusão dos serviços.

112
Diante do exposto, por fatos alheios à vontade de ambas
as partes, faz-se necessário o aditamento tendo por
objeto a prorrogação do prazo contratual em mais 18
meses, a readequação do cronograma físico-financeiro...

o Valor: mantido em R$ 218.282.503,44.

 Termo de Aditamento no 05 – 16/06/2014 (Doc. R-18)

o Objeto: Fica alterada a composição do Consórcio


ENERG....

 Termo de Aditamento no 06 – 03/07/2014 (Doc. R-19)

o Objeto: Readequação das Tabelas de Preço 2, 3 e 4 do


Contrato, com alteração de quantitativos e consequente
atualização da Tabela 5....

Inclusão do Cronograma Físico-Financeiro ... com a


prorrogação do prazo contratual em 09 (nove) meses...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Visando manter a circulação de trens de passageiros na


sua normalidade, diante do fato de que as obras são
realizadas com as vias em operação, com desligamentos
parciais da rede atual, foi constatada a necessidade de
implantação de uma etapa intermediária, com a
implantação da rede aérea autocompensada, em duas
fases:

 Na primeira fase, foi implantado grande parte do


projeto de via permanente com a rede aérea
existente, cm adequações na região de implantação
de novos traçados e nos locais onde estão sendo
implantados os novos aparelhos de mudanças de
via (AMV’s);

 Na segunda fase será implantado o sistema de rede


aéreo autocompensada, em trechos com 2 vias.
Como não há possibilidade de utilização da entrevia,
estão sendo instalados pórticos metálicos
113
abrangendo ambas as vias, com utilização de
equipamentos ferroviários especiais e
diferenciados, além da necessidade de interrupção
na circulação dos trens.

Com a necessidade de implantação dos serviços em duas


fases, o prazo para conclusão do sistema de rede aéreo
autocompensada deverá ser prorrogado, impactando
diretamente no cronograma de prazo contratual.

Nas proximidades da estação de eng° Goulart, as


implantações de via permanente e rede aérea conflitam
com as obras da nova Linha 13 – Jade, da CPTM.

Ocorrem também interferências com as obras do acesso


norte da estação de São Miguel Paulista, em construção
pela CPTM.

Além disso, a MRS Logística está implantando uma via


segregada para os trens de carga entre as estações de
Manoel feio e Calmon Viana, cujas obras interferem com
os projetos de rede aérea e de drenagem da linha 12, que
deverão ser readequados visando otimizar a utilização da
faixa patrimonial da CPTM.

Originalmente, previa-se que os serviços fossem


realizados nos períodos das zero horas as 4 horas e no
período de vale, porém com o aumento da demanda e dos
números de viagens, utilizamos somente os períodos
noturnos que na prática representam apenas 3 horas de
trabalho efetivo e com eventual operação PAESE nos finais
de semana.

Pelo acimo exposto, há necessidade de readequação da


planilha contratual, com ajustes nos quantitativos
inicialmente previstos, bem como prorrogação do prazo
para execução dos serviços.

A dilatação do prazo contratual e a readequação da


planilha contratual são justificadas principalmente em
decorrência de:

 Interferências com as obras da MRS Logística na


implantação contratual são dos trens de carga;

114
 Implantação da rede aérea autocompensada em 2
(duas) fases, para minimizar os transtornos à
operação;

 Interferências com as obras da Linha 13 – Jade da


CPTM e com a nova estação de São Miguel Paulista.

o Valor: mantido em R$ 218.282.503,44.

 Termo de Aditamento no 07 – 02/04/2015 (Doc. R-21)

o Objeto: Readequação das Tabelas de Preço 2, 3 e 4 do


Contrato, com alteração de quantitativos e consequente
atualização da Tabela 5....

o Inclusão do Cronograma Físico-Financeiro ... com a


prorrogação do prazo contratual em 09 (nove) meses...

o Justificativa Técnica da CPTM:

Visando manter a circulação de trens de passageiros na


sua normalidade, diante do fato de que as obras são
realizadas com as vias em operação, com desligamentos
parciais da rede atual, foi constatada a necessidade de
implantação de uma etapa intermediária, com a
implantação da rede aérea autocompensada, em duas
fases:

 Na primeira fase, foi implantado grande parte do


projeto de via permanente com a rede aérea
existente, cm adequações na região de implantação
de novos traçados e nos locais onde estão sendo
implantados os novos aparelhos de mudanças de
via (AMV’s);

 Na segunda fase será implantado o sistema de rede


aéreo autocompensada, em trechos com 2 vias.
Como não há possibilidade de utilização da entrevia,
estão sendo instalados pórticos metálicos
abrangendo ambas as vias, com utilização de
equipamentos ferroviários especiais e
diferenciados, além da necessidade de interrupção
na circulação dos trens.
115
Com a necessidade de implantação dos serviços em duas
fases, o prazo para conclusão do sistema de rede aéreo
autocompensada deverá ser prorrogado, impactando
diretamente no cronograma de prazo contratual.

Para a execução da Rede aérea entre o Km 34+322 (Alça


do PARATEI) e o Km 40+544, trecho em que a MRS
Logística implantou uma via segregada para os trens de
carga, a necessária readequação dos projetos para
otimizar a utilização da faixa patrimonial da CPTM
demandou tempo superior ao inicialmente previsto para a
definição da metodologia executiva, principalmente
devido à conflitos de território com aquela empresa.

Originalmente, previa-se que os serviços fossem


realizados nos períodos da zero hora às 4 horas e no
período de vale, porém com o aumento da demanda e dos
números de viagens, utilizamos somente os períodos
noturnos que na prática representam apenas 3 horas
efetivo e com eventual operação PAESE nos finais de
semana.

Pelo acima exposto, há necessidade de readequação da


planilha contratual, tabelas 2 e 4, com ajustes nos
quantitativos inicialmente previstos, bem como a
prorrogação do prazo para execução dos serviços, visto
que o prazo aprovado através do Termo Aditivo n° 06
mostrou-se insuficiente devido aos motivos apontados
neste relatório.

A dilação do prazo e a readequação da planilha contratual


são justificadas principalmente em decorrência da
necessidade de revisão de projetos e metodologia
executiva de implantação da Rede Aérea e Drenagem
devido a constatação de conflitos de território com
empresa MRS Logística no trecho entre o Km 34 + 322
(Alça do Pareteí) e o Km 40 + 544, visto que o prazo
aprovado através do Termo Aditivo no 6 mostrou-se
insuficiente devido aos motivos apontados neste
Relatório.

o Valor: mantido em R$ 218.282.503,44.

116
No tocante à segunda parte da indagação, o exame da
documentação que fundamentou os aditamentos permite afirmar
que os Aditivos abrangem todos os serviços adicionais reclamados
pelo Requerente.

A Norma de Serviços no NS.DO/002 (Versão 02), especifica o que


era a Autorização de Acesso (AA):

Trecho da Norma de Serviços CPTM no NS.DO/002 – Versão 02, de 03/08/1998.

Queira o Sr. Perito confirmar que, para ter acesso às áreas


operacionais da CPTM, o CONSÓRCIO deveria solicitar
antecipadamente a AA, identificando o local, o horário e os
intervalos necessários para a execução dos trabalhos, seguindo o
planejamento previsto no Edital (cronograma) e em sua Proposta.
Já a última revisão da Norma de Serviços no NS.DO/002 (Versão
7) de 15/07/2013, passou a tratar a AA como Solicitação de Acesso
(SA), dentro do conceito de Sistema de Solicitação de Acesso
(SSA)?

Trecho da Norma de Serviços CPTM no NS.DO/002 – Versão 07, de 15/07/2013

R Em relação à primeira parte da indagação, a resposta é afirmativa.

Quanto à versão 7 da Norma de Serviços no NS.DO/002, o Sistema


de Solicitação de Acesso é assim definido:

117
Queira o Sr. Perito confirmar, mediante consulta a documentação
disponibilizada (RDO’s, correspondências, mensagens, Atas de
Reuniões, etc.), que as frentes de execução das obras não foram
disponibilizadas nas quantidades acordadas inicialmente, ocorrendo
restrições de acesso às vias; não concessão e/ou cancelamentos;
intervalos disponibilizados por períodos menores que os previstos;
e limitação de serviços possíveis de serem executados sem o
desligamento da energia elétrica. Considerando o “caminho crítico”
da obra, seria possível executar, livremente, a qualquer momento,
atividades que não dependiam de acessos liberados pela Requerida,
evitando ociosidade? As equipes e equipamentos eram exatamente

118
os mesmos para todas as atividades, dependentes ou não de
acessos?

R Com base na análise das condições de acesso às frentes de trabalho


exposta no tópico 5.1 deste laudo pericial, pode-se afirmar que
houve restrições de acesso às vias; não concessão e/ou
cancelamento; intervalos disponibilizados por períodos menores
que os previstos e limitação de serviços possíveis de serem
executados sem o desligamento da energia elétrica.

Entretanto, cabe ser observado que não houve definição prévia


acerca de quantidades de frentes de execução que deveriam ser
disponibilizadas.

Pode-se também afirmar que a ocorrência de restrições dessas


naturezas produziu impactos no andamento da obra. Essa
circunstância está bastante evidente nas justificativas técnicas
formuladas pela CPTM que fundamentaram a formalização de
aditamentos de extensão do prazo contratual.

Quanto à possibilidade de execução de serviços que não dependiam


de acessos liberados, deve ser ponderado que os cronogramas que
foram disponibilizados pelas partes são aqueles anexados ao
Contrato e aos Termos de Aditamento.

Anexo I do Termo de Aditamento no 2 do Contrato no ATM 012/2009 – Cronograma

119
Esses documentos, como pode ser visto na figura acima, são muito
simplificados, não indicam todas as atividades que deveriam ser
executadas, com identificação de predecessoras e sucessoras.
Assim sendo, não é possível, de forma tecnicamente
fundamentada, fazer qualquer juízo de valor quanto à viabilidade
de executar livremente atividades que não dependessem de acesso
liberado.

Por outro lado, de acordo com o que está exposto no tópico 5.5
deste laudo pericial, pode-se estimar que 24% dos serviços
contratados não dependiam de liberação de acesso, pois deveriam
ser executados fora da Via Permanente.

Queira o Sr. Perito confirmar, diante da análise dos documentos


mencionados no quesito anterior, que também houve a
necessidade de adequação dos projetos disponibilizados.

R Sim a necessidade de adequação dos projetos disponibilizados é


mencionada em vários documentos analisados e consta dos
fundamentos que motivaram a extensão do prazo contratual.

Queira o Sr. Perito confirmar, mediante consulta a documentação


já mencionada, se a Requerente notificou a Requerida CPTM, em
mais de uma oportunidade, acerca da necessidade de se proceder
ao restabelecimento do equilíbrio da equação econômico-financeira
originalmente pactuada no Contrato, conforme se infere das
Correspondências no ENERG 197/2013, de 11.09.2013, no ENERG
135/2014, de 02.12.2014, e no ENERG 026/2015, de 10.04.2015.
Os pleitos apresentados foram atendidos, ou seja, foram
devidamente ressarcidos os custos efetivamente incorridos no
curso da execução do Contrato?

R As correspondências mencionadas na indagação tratam de custos


extraordinários que o Consórcio afirma ter incorrido em razão dos
mesmos fatos apontados na presente arbitragem. Os pleitos
apresentados não foram atendidos.

Queira o Sr. Perito confirmar se a Requerente reportou a ocorrência


de problemas inerentes à concessão dos intervalos operacionais à
Requerida CPTM e, caso afirmativo, quando?
120
R Sim, o Requerente reportou a ocorrência de problemas inerentes à
concessão de intervalos operacionais à Requerida CPTM. O primeiro
registro de reclamações de problemas dessa natureza foi feito por
meio da correspondência ENERG 098/10 de 20/05/2010 (Doc.
C09). Em 11/01/2012, por meio da correspondência ENERG 285/11
(Doc. C15), o assunto foi novamente encaminhado pelo
Requerente, assim como na carta ENERG 022/14 de 25/02/2014.

A existência de problemas relacionados à concessão de acessos


também foi relatada nas seguintes datas: 03/05/2011 (ENERG
260/11); 04/09/2012 (ENERG 176/12); 11/02/2014 (ENERG
016/14) e 06/02/2015 (ENERG 015/15) que deram inícios aos
processos que culminaram com a formalização dos Termos de
Aditamento nos 2; 4; 6 e 7.

Como foi feita a liberação dos intervalos operacionais? Foi realizada


conforme o acordado entre as Partes quando do planejamento dos
trabalhos? Em caso negativo, esta liberação impactou os trabalhos?
Se sim, como?

R A análise da liberação das frentes de trabalho e, por consequência,


da liberação dos intervalos operacionais está apresentada em
detalhe no tópico 5.1 deste laudo pericial. Como já mencionado, os
problemas relativos à liberação de acesso à via impactaram os
trabalhos. Tanto é assim que constituiu um dos motivos
ensejadores dos quatro aditamentos contratuais que estenderam o
prazo de conclusão dos serviços: Termo de Aditamento nos 2, 4, 6
e 7.

Queira o Sr. Perito confirmar, diante da documentação


disponibilizada e já mencionada, que o percentual aproveitável dos
intervalos então concedidos pela Requerida CPTM foi decorrente da
redução perpetrada nos tempos conferidos para o serviço, o que
fez com que, de um total de 79% (setenta e nove por cento) de
intervalos autorizados, apenas 64% (sessenta e quatro) por cento
fosse passível de ser efetivamente utilizado pelo Consórcio
Requerente. Com efeito, essa redução de tempo, algumas vezes,
acabou inviabilizando a consecução de serviços que haviam sido
então programados pelo Consórcio Requerente, já que, diante do
tempo total então liberado pela Requerida CPTM, serviços
programados não puderam ser executados em sua integralidade?

121
R De acordo com a análise exposta no item 5.1 deste laudo pericial,
e conforme Anexo III – Análise de Intervalos de Acessos com
Interdição de Via, no primeiro período de 18 meses (prazo de
conclusão da obra inicialmente pactuado), a relação intervalos
concedidos versus intervalos solicitados foi de 78,15 %. No tocante
a todo o período contratual essa relação é de 71,95 %.

Sobre o aproveitamento de intervalos, no primeiro período de 18


meses (prazo de conclusão da obra inicialmente pactuado) foram
aproveitados 73,93 % dos intervalos solicitados. No tocante a todo
o período contratual esse aproveitamento foi de 67,64 % sobre o
total solicitado.

No Doc. 12.1 foi identificado uma troca de mensagens, onde o


Consórcio informa à CPTM sobre o cancelamento de serviços
programados (lançamento de cabos), em razão do tempo de
intervalo aprovado pela CPTM ser incompatível com o prazo
solicitado e necessário para a execução dos serviços.

Seria possível afirmar que o planejamento realizado pelo Consórcio


Requerente restou impactado em virtude de fatores imprevisíveis e
extraordinários? Se sim, quais seriam esses fatores /
acontecimentos e quais suas consequências diretas e indiretas para
a consecução do projeto?

R Conforme o que foi consignado na resposta do quesito 2 desta


série, diversos foram os fatores e acontecimentos enfrentados que
podem ser qualificados como imprevisíveis ou extraordinários:

 Necessidade de alteração do projeto


 Interferências com outras empresas e concessionárias
 Exigências de órgãos ambientais no Termo de Compromisso
Ambiental
 Dificuldades / restrições de acesso às áreas operacionais
 Elevado índice pluviométrico no ano de 2010
 Execução de obras da empresa MRS Logística no mesmo local
 Atraso na autorização para execução do manejo arbóreo
 Falta de quadro de fiscais da CPTM
 Implantação da rede aérea em duas fases
 Conflito com obras da Linha 13 – Jade
 Interferências com obras do acesso norte da Estação de São
Miguel Paulista
 Redução dos períodos de 4 h para 3 h

As consequências diretas são a necessidade de haver um


122
replanejamento para execução dos serviços e a extensão do prazo
contratual. A consequência indireta mais significativa é o aumento
dos custos indiretos decorrentes da extensão do prazo.

Queira o Sr. Perito confirmar que a dificuldade experimentada pela


Requerida CPTM na concessão dos intervalos operacionais
(devidamente assumidos e confessados pela Requerida ao longo da
execução do Contrato) levou à apresentação de nova programação
dos serviços por parte da Requerida, com a redução dos intervalos
de trabalho então estabelecidos originalmente, o que foi objeto da
Correspondência no CT.DE.111/11. (Doc. C14).

R Como pode ser verificado na correspondência aludida, em


10/06/2011, houve uma reprogramação nos horários dos intervalos
de acesso à via:

123
Os intervalos orginalmente previstos eram os seguintes:

atividades que implicassem na


segunda a sexta‐feira 09:30 15:30
interferência operacional com
restrições, sem interrupção da
sábado 14:00 24:00
circulação de trens
domingo 01:00 24:00

segunda‐feira a sábado 24:00 04:00 atividades que implicasse na


domingo 01:00 04:00 interdição da via

Queira o Sr. Perito confirmar que o Consórcio procedeu ao


replanejamento do Contrato, programando a consecução de seus
serviços apenas naqueles intervalos então informados pela CPTM
na aludida Correspondência no CT.DE.111/11. No entanto, também
estes intervalos não foram observados, o que, novamente, impediu
que o planejamento realizado fosse cumprido?

R Para o desenvolvimento do item 5.1 “Concessão de Intervalos de


Acesso com Interdição de Via” foram compilados todos os horários
relativos à execução de serviços que demandavam interdição de
via. Esse levantamento é apresentado no Anexo III deste laudo
pericial e aponta os impedimentos havidos após a data de emissão
da correspondência mencionada.

Pode-se também observar que há registro de reclamação


encaminhada pelo Consórcio à CPTM na correspondência ENERG
328/11 de 05/10/2011 (Doc. C15).

124
Queira Sr. Perito confirmar unicamente se, de fato, houve não
concessão de intervalos de trabalho solicitado por parte da CPTM e
quais os seus efeitos.

R Como já mencionado nas respostas de quesitos precedentes, no


item 5.1 “Liberação de Frentes de Trabalho” foi verificado que
houve não concessão de intervalos de trabalho solicitados. Os
efeitos dessa circunstância estão analisados em detalhes no
Capítulo 6, podendo ser destacado como o principal deles a
prorrogação do prazo contratual.

Queira o Sr. Perito confirmar, diante da documentação


disponibilizada, que a dificuldade na liberação de intervalos
operacionais de serviços restou ainda mais impactada em face da
escassez de pessoal experimentada pela Requerida CPTM, que não
dispunha de corpo técnico suficiente para a fiscalização e o
acompanhamento de todas as obras então em curso e sob sua
responsabilidade. Com efeito, essa escassez de pessoal fez com que
a Requerida não tivesse pessoal suficiente para fiscalizar e
acompanhar a execução das obras objeto do Contrato, o que
prejudicou o cumprimento do cronograma físico acordado, levando
à necessidade de se privilegiar serviços que não demandavam uma
participação constante de seus fiscais? (Doc. C50)

R Existem registros de não liberação de intervalos operacionais por


deficiências da estrutura de fiscalização da CPTM, como os que
constam das correspondências ENERG 09/12 e 113/12.

Do Anexo III deste laudo pericial, conforme abordagem exposta,


extrai-se que o total de horas que deixaram de ser aproveitadas
por falta de pessoal de fiscalização da CPTM foi de 35 h.

Complementarmente, verifica-se que na justificativa técnica para


fundamentar a formalização do Termo de Aditamento no 4, que
estendeu o prazo contratual em 18 meses, foi consignado por CPTM
que:

Durante o período de julho de 2011 a janeiro de 2012, as


frentes de serviços foram reduzidas em virtude da falta de
empresa Supervisora para fiscalização das obras o que gerou a
paralisação de alguns serviços ocasionando atrasos no
cronograma físico. (Doc. R-17)

125
Queira o Sr. Perito confirmar que a situação tratada no quesito
anterior foi pontuada pela própria Requerida CPTM, que tentou
conceber uma programação de serviços (a partir da elaboração de
um Plano de Contingências) que pudesse se adequar à sua difícil
situação de falta de pessoal, o que, na prática, acabou não se
efetivando (Ver Doc. C16). Essa insuficiência de pessoal fez com
que a Requerida CPTM determinasse, no início do exercício de 2012
(quando se esperava estar regularizada a questão), a priorização
da execução dos serviços da via permanente, em detrimento aos
serviços da rede aérea, o que levou à assunção de expressivos
custos com a ociosidade das equipes e dos equipamentos que se
encontravam alocados ao Contrato? (Ver Doc. C17)

R Além do que foi mencionado na resposta do quesito precedente, a


correspondência ENERG 291/11 (Doc. C16) faz menção ao fato de
ter havido orientação de CPTM no sentido de que fossem
executados prioritariamente serviços que não dependiam de
fiscalização.

Quanto à priorização de serviços na via permanente, em detrimento


da rede aérea, há referência a essa circunstância nas justificativas
técnicas feita pela CPTM para fundamentar as extensões de prazo
concedidas por meio dos Termos de Aditamento 4, 6 e 7:

Para não comprometer a circulação dos trens face à dificuldade


de serem concedidos intervalos nas duas vias e em grandes
extensões, em decorrência da impossibilidade de execução
segmentada da implantação da rede aérea autocompensada,
foi observado que os serviços deveriam ser divididos em duas
etapas.

Primeiramente foi implantada a via permanente (via corrida e


AMV’s) e vários postes com a rede aérea existente.

Posteriormente, foi iniciada a implantação do sistema de rede


aérea autocompensada em trechos com das vias, em pórticos
metálicos únicos, sem possibilidade de execução
individualizada por via, utilizando equipamentos ferroviários
especiais e diferenciados com necessidade de interrupção na
circulação dos trens. Esses serviços tendem ser realizados nos
horários noturnos e nos finais de semana, com adoção da
operação PAESE, aumentando o prazo para conclusão dos
serviços. (Doc. R.17)

Pode-se afirmar que o MRS interviu na consecução do Contrato? Em


caso positivo, a interferência da MRS impactou de alguma forma na

126
consecução do Contrato? Se sim, como e quais foram as
consequências de tal interferência?

R A não disponibilização de acesso em razão de interferências


relacionadas à MRS também está abordada no item 5.1 “Liberação
de Frentes de Trabalho”. Além disso, verifica-se que dentre as
justificativas técnicas que fundamentaram as extensões de prazo
concedidas pelos Termos de Aditamento nos 4, 6 e 7, houve
referência explícita a conflitos com a operação daquela empresa.

Em maio de 2012, a empresa MRS Logística, responsável pelo


transporte dos trens de carga, iniciou as obras de construção
de uma via segregada exclusiva, paralela a Linha 12 – SAFIRA
da CPTM, para o transporte de cargas sem interferir na
circulação dos trens da CPTM, pois hoje e circulação dos trens
de carga se alterna com os trens de transporte de passageiros
na mesma linha.

Analisando o projeto da MRS Logística, encaminhado em


meados deste ano, iniciou-se a sua compatibilização com o
projeto já aprovado da Contrata, sendo suspensos os serviços
entre as estações de Eng. Manoel Feio e Calmon Viana no
aguardo dos ajudantes decorrentes da compatibilização entre
ambos. (Doc. R-17)

Além disso, a MRS Logística está implantando uma via


segregada para os trens de carga entre as estações de Manoel
feio e Calmon Viana, cujas obras interferem com os projetos de
rede aérea e de drenagem da linha 12, que deverão ser
readequados visando otimizar a utilização da faixa patrimonial
da CPTM. (Doc. R.19)

A dilação do prazo e a readequação da planilha contratual são


justificadas principalmente em decorrência da necessidade de
revisão de projetos e metodologia executiva de implantação da
Rede Aérea e Drenagem devido a constatação de conflitos de
território com empresa MRS Logística no trecho entre o Km 34
+ 322 (Alça do Pareteí) e o Km 40 + 544, visto que o prazo
aprovado através do Termo Aditivo no 6 mostrou-se
insuficiente devido aos motivos apontados neste Relatório.
(Doc. R-21)

Qual era a metodologia prevista para os serviços de instalação de


postes? Se essa metodologia sofreu alterações ao longo da
consecução do Objeto do Contrato? Em caso positivo, por que?

R Conforme correspondência CT. GEM. 215/2012, emitida pela CPTM


em 16/03/2012, por sua determinação, os intervalos para
127
implantação de postes deveriam passar a ser requisitados como
interdição com desligamento de Rede Aérea e CTC.

A justificativa apresentada na correspondência aludida foi a


existência de conflitos com outras áreas da CPTM.

Entretanto, o subscritor não encontrou na documentação


examinada nada que permita considerar que os serviços de
instalação de postes deveriam ser executados concomitantemente
à circulação de trens.

Com a alteração da metodologia prevista para os serviços de


instalação de postes, conforme tratado nos quesitos anteriores, o
planejamento previsto pelo Consórcio Requerente no cronograma
físico original, a partir das premissas postas na fase concorrencial
respectiva, mostrou-se impossível de ser atendido, o que teve
expressivo impacto no desenvolvimento das obras, conforme
Correspondência no CT.GEM.215/2012 – Doc. C26?

R A influência da alteração de metodologia para execução de serviços


de instalação de postes no andamento da obra está apresentada no
item 5.2 deste laudo pericial.

Queira o Sr. Perito confirmar que, com a alteração da metodologia


prevista para os serviços de instalação de postes, o planejamento
posto pelo Consórcio Requerente no cronograma físico-financeiro
original, elaborado a partir das premissas informadas na fase
concorrencial respectiva, restou impactado, o que teve reflexo no
prazo de vigência inicial do Contrato e, também, na equação
econômico-financeira pactuada.

R De acordo com a resposta apresentada para o quesito precedente,


não foi possível identificar na documentação da fase concorrencial
alguma disposição que permita considerar que a instalação dos
postes se daria paralelamente à circulação de trens.

Quanto ao impacto observado em razão da alteração temporária da


metodologia de execução dos serviços de instalação de postes,
segundo análise exposta no item 5.2 deste laudo pericial, pode-se
considerar que não foram identificados efeitos relativos à alteração
de metodologia para a execução de serviços de instalação de postes
no cronograma inicialmente pactuado, pois referida mudança
ocorreu entre os meses de março e julho de 2012, ou seja, em
período posterior aquele pactuado inicialmente no contrato.
128
Havia divergências entre os projetos da rede aérea de tração e da
via permanente que estavam inicialmente executados pelo
Requerente e os projetos de sinalização que vinham sendo
executados por outras empresas contratadas pela CPTM?

R Sim, particularmente em relação aos travessões de Engenheiro


Goulart e São Miguel Paulista.

Queira o Sr. Perito confirmar que, na data de 04.03.2011, a


divergência constatada para a região de São Miguel Paulista restou
solucionada, sendo que, para a área de Engenheiro Goulart, esta
solução se deu na data de 08.06.2011. Tal evento acabou também
impactando a consecução do cronograma físico-financeiro original
e a própria estrutura de encargos e remuneração detalhada na
equação econômico-financeira do Contrato, o que, por via de
consequência, levou à necessidade de extensão do prazo de
vigência do Contrato, uma vez que, no período demandado para a
solução dessa divergência, o Consórcio Requerente se viu impedido
de executar serviços nestas localidades específicas.

R A correspondência ENERG 238/11 (Doc. 53), emitida em


04/03/2011, faz referência ao recebimento do Projeto Básico da
região de São Miguel Paulista e a ata de reunião havida em
08/06/2011 registra confirmação da posição do travessão de
Engenheiro Goulart.

Conforme análise exposta no item 5.3 deste laudo pericial, não foi
identificado impactos no cronograma físico-financeiro original e
tampouco na estrutura de encargos de remuneração que possam,
de forma isolada, ser vinculado a essas indefinições de projeto.

Pode ainda ser ponderado que dentre os motivos que determinaram


a formalização dos Termos de Aditamento nos 2, 4, 6 e 7, que
estenderam o prazo contratual não consta nada que se relacione a
esse assunto (ver resposta do quesito 10 desta série). A
necessidade de alteração de projeto que foi considerada causa
relevante para prorrogação da data de conclusão da obra diz
respeito a modificações efetivamente introduzidas e que motivaram
modificações e acréscimos nas planilhas de preços.

Queira o Sr. Perito confirmar que, pelos motivos mencionados no


quesito anterior, além da adequação da planilha contratual, fez-se
129
necessária a extensão do prazo de vigência do Contrato, para se
viabilizar a consecução dos referidos serviços adicionais, o que, por
consequência, teve impacto nos custos indiretos inicialmente
pactuados na equação econômico-financeira contratada, que
apenas contemplou aqueles custos previstos para serem
executados nos 18 (dezoito) primeiros meses de vigência deste
Contrato. Tal cenário foi devidamente pontuado pelo Consórcio
Requerente na Correspondência no Energ 016/2014 encaminhada
à Requerida CPTM, no âmbito da qual foi informada a necessidade
de extensão do prazo inicial previsto para a consecução do Contrato
por mais 9 (nove) meses (Ver Doc. C32)?

R Como dito acima, não foi identificado impacto decorrente das


indefinições de projeto relacionadas aos travessões de São Miguel
Paulista e Engenheiro Goulart que tenha resultado na necessidade
de adequação da planilha contratual ou que tenha influenciado o
cronograma.

A correspondência ENERG 016/2014 (Doc. C32) trata de outra


questão, conforme pode ser verificado no trecho abaixo transcrito.

130
Seria possível afirmar que a extensão mencionada no quesito
anterior ensejou na assunção de custos adicionais pelo Consórcio
Requerente? Em caso positivo, como?

R O subscritor reitera que não há evidência de que as indefinições de


projeto nas regiões de São Miguel Paulista e Engenheiro Goulart
tenham sido causadoras de extensão do prazo contratual.

Os dados contidos na proposta do Consórcio Requerente permitiam


alcançar, simultaneamente, um preço competitivo, performance
satisfatória e eficiente em caso, e o cumprimento das datas
previstas no Contrato?

R O subscritor não dispõe das informações necessárias para a


resposta deste quesito, pois não foram disponibilizadas as
Composições de Preços Unitários, Cronograma detalhado das
atividades a serem executadas, trecho por trecho, com a
necessidade de intervalos para cada atividade, Histogramas de Mão
de Obra Direta, Mão de Obra Indireta e Equipamentos, documentos
essenciais para uma avaliação da proposta do Consórcio a luz da
Engenharia de Custos e de planejamento.

Queira o Sr. Perito confirmar, mediante consulta ao conjunto


documental apresentado pelo Consórcio Requerente, que a
produtividade está ligada diretamente às condições de trabalho,
seja pela eficiência do operador ou pelo posicionamento dos
equipamentos envolvidos (Ver Doc. C45). A alteração
superveniente das condições e premissas postas na fase
concorrencial respectiva ensejou inegável impacto em todo o
planejamento detalhado no cronograma físico original e na própria
equação econômico-financeira do Consórcio Requerente, o que lhe
ensejou um custo adicional com a improdutividade dos
equipamentos alocados ao Contrato?

R “Produtividade” é definida por Aldo Dórea Mattos como a taxa de


produção de uma pessoa ou equipe ou equipamento, isto é, a
quantidade de unidade de trabalho produzida em um intervalo de
tempo especificado, normalmente hora46.

No caso da obra em comento, a produtividade estava ligada, entre

46
Planejamento e Controle de Obras – Editora PINI – página 77.
131
outras coisas, a: condições de acesso às frentes de trabalho,
experiência das equipes e grau de conhecimento dos serviços,
mobilização adequada de recursos e apoio logístico.

As consequências das condições enfrentadas pelo Consórcio em sua


produtividade estão analisadas no tópico 6.3 deste laudo pericial.

Queira o Sr. Perito confirmar que, ao invés de uma condição média


de trabalho para os equipamentos (o que havia sido considerado
pelo Consórcio Requerente e restou retratado em seu proposta
comercial), o Consórcio vivenciou condições de trabalho de baixa
produtividade, seja pela não liberação de intervalos operacionais de
serviços, conforme premissas postas na fase concorrencial, seja
pela liberação de intervalos inferiores àqueles então solicitados (e
que eram indispensáveis para se viabilizar o cumprimento do
cronograma físico respectivo), seja pelo cancelamento de
intervalos, seja pelas alterações de projeto perpetradas, seja pelas
demais adversidades experimentadas em virtude da divergência de
projetos, da interferência da MRS e da execução de serviços
adicionais.

R Como mencionado no quesito precedente, a influência das


condições adversas enfrentadas ao longo do desenvolvimento da
obra, que ensejaram a extensão do prazo de 18 para 72 meses,
está analisada no item 6.3 deste laudo pericial.

Queira o Sr. Perito confirmar, que as mencionadas planilhas


apresentadas pela Requerida em sua resposta às Alegações iniciais,
também não consideraram: (i) os cancelamentos vivenciados em
virtude do não comparecimento da fiscalização da Requerida para
o acompanhamento dos intervalos, (ii) o fato de que alguns
cancelamentos, ainda que solicitados pelo Consórcio Requerente,
foram decorrentes da redução dos intervalos operacionais
concedidos, o que fez com que a execução de serviços mais
complexos e detalhados então planejada não pudesse se efetivar
(isso em virtude da falta de tempo suficiente para esta execução),
(iii) o cancelamento de alguns dos intervalos autorizados ou a
redução do tempo de trabalho então autorizado, e (iv) o grave
descompasso existente entre os intervalos operacionais solicitados
pelo Consócio e aqueles efetivamente liberados pela Requerida. As
tabelas apenas consideraram os intervalos liberados e não os
efetivamente requeridos e aqueles que puderam ser efetivamente
aproveitados)?

132
R As planilhas apresentadas nas respostas de CPTM às alegações
iniciais (páginas 19 e 20) apresentam:

 Horas solicitadas pelo Consórcio


 Horas não concedidas pela CPTM
 Horas concedidas pela CPTM
 Horas executadas pelo Consórcio
 Horas de atraso pela CPTM
 Horas canceladas pela CPTM
 Horas canceladas pelo Consórcio
 Horas canceladas por fatos fortuitos

Não foram apresentadas considerações ou motivações que levaram


aos cancelamentos.

Queira o Sr. Perito confrontar as mencionadas planilhas


apresentadas pela Requerida em sua resposta às Alegações iniciais
com as informações contidas nos Diários de Obra e as
Correspondências formalmente apresentadas à Requerida (que
continham planilhas de acompanhamento dos intervalos liberados
e do descompasso entre os intervalos requeridos e aqueles então
liberados) e informar as divergências observadas.

R A compilação das informações registradas no Doc. R22 – Sistema


de Acesso às Áreas Operacionais –, confrontada com os registros
feitos no Relatórios Diários de Obra, está apresentada no Anexo III
deste laudo pericial.

Queira o Sr. Perito solicitar a Requerida toda a base de informações


utilizada para obter os resultados lançados nas planilhas
apresentadas pela mesma em sua resposta às Alegações iniciais e
confrontar com a realidade do contrato, observando principalmente
as informações contidas nos Diários de Obra e as Correspondências
formalmente apresentadas à Requerida (que continham planilhas
de acompanhamento dos intervalos liberados e do descompasso
entre os intervalos requeridos e aqueles então liberados). Qual foi
a metodologia adotada pela Requerida para obter os resultados
lançados nas tabelas?

R O subscritor considera que a avaliação das reais condições de


acesso à via deve ser feita da forma como confeccionado o Anexo
III acima mencionado. A Requerida, a partir dos registros
existentes no Doc. R22 Sistema de Acesso às Áreas Operacionais,
tabulou:
133
 Horas solicitadas pelo Consórcio
 Horas não concedidas pela CPTM
 Horas concedidas pela CPTM
 Horas executadas pelo Consórcio
 Horas de atraso pela CPTM
 Horas canceladas pela CPTM
 Horas canceladas pelo Consórcio
 Horas canceladas por fatos fortuitos

Queira o Sr. Perito confirmar que as tabelas apresentadas pela


Requerida em sua resposta às Alegações Iniciais não consignaram
os inúmeros cancelamentos vivenciados pelo Consórcio (alguns
solicitados pelo Consórcio, em face da insuficiência do intervalo
para a consecução do serviço que havia sido programado), e das
alterações de frentes que eram impostas ao Consórcio, sem o
devido e prévio planejamento (ao longo do Contrato, este Consórcio
era surpreendido com a liberação de frente diversa daquela para a
qual ele havia solicitado a liberação, e planejado sua consecução).
Esse cenário acabava levando ao cancelamento dos intervalos
concebidos, pois o Consórcio não havia mobilizado o pessoal e os
equipamentos que seriam necessários para a consecução da frente
então liberada (sem o devido planejamento de cada uma de suas
etapas, não havia como se viabilizar a consecução do complexo
objeto do Contrato)?

R De acordo com o que foi respondido no quesito 27 desta série, não


constam das planilhas apresentadas pela CPTM em sua resposta às
alegações iniciais detalhes das razões dos cancelamentos.

Queira o Sr. Perito confirmar os custos adicionais incorridos pelo


Consórcio Requerente, em virtude das adversidades vivenciadas ao
longo do Contrato que totalizam o montante R$ 50.026.853,65
(cinquenta milhões, vinte e seis mil, oitocentos e cinquenta e três
reais e sessenta e cinco centavos), na data-base do Contrato
(Maio/2009), conforme parcelas, decompostas e individualizadas
no Documento C46. No caso de alguma divergência favor justificar
e apresentar o cálculo revisado.

R Em conformidade com o que foi exposto no Capítulo 6 deste laudo


pericial, o subscritor entende que, pela óptica da Engenharia de
Custos, e com base da documentação examinada, são passíveis de
reconhecimento os seguintes valores:

134
Custos Indiretos: R$ 7.099.134,40

O detalhamento do cálculo e das razões da revisão dos custos


indiretos consta do item 6.4 deste Laudo Pericial.

Administração Central: R$ 533.854,91

O detalhamento do cálculo e das razões da revisão dos valores de


Administração Central consta do item 6.4 deste Laudo Pericial.

Ociosidade de Equipamentos e Improdutividade Mão de


Obra Direta

A avaliação desses itens foi prejudicada devido à falta de


documentos, conforme detalhamento constante do item 6.3 deste
Laudo Pericial.

Seguros

Custos adicionais com seguros não foram analisados.

Do ponto de vista técnico, houve desequilíbrio econômico financeiro


do Contrato? Em caso positivo, por quais motivos?

R No entendimento deste perito, pela óptica da Engenharia de Custos,


a extensão do prazo contratual de 18 para 72 meses, sem a
remuneração dos custos indiretos, desequilibrou a equação
econômico-financeira do Contrato.

7.2. Quesitos Estado

Se, ao longo do prazo originalmente pactuado para conclusão do


objeto contratual (18 meses), o Requerente solicitou a
disponibilização de intervalos com interferência operacional em
todos os horários previstos no edital;

R Em conformidade com o exposto no item 5.1 deste laudo pericial,


as solicitações de acesso à via não abrangeram a integralidade de
todos os intervalos citados no Edital.

135
Considerando as peculiaridades do presente caso, quantas horas de
acesso, com interferência operacional, seriam necessárias para a
conclusão do objeto contratual no prazo originalmente pactuado?

R O número de horas de acesso à via necessárias para a conclusão


do objeto contratual varia conforme o plano de trabalho que seja
concebido. No caso em tela, não foram disponibilizadas informações
para identificação do número de horas considerado pelo Consórcio
em seu planejamento.

Quantas horas de intervalos com interferência operacional foram


solicitadas pelo Consórcio à CPTM, ao longo do prazo originalmente
pactuado para conclusão do objeto contratual (18 meses);

R Com base nas Solicitações de Acesso constantes do Doc. R-22,


foram solicitadas pelo Consórcio 4.496 horas de intervalos com
interferência operacional.

Quantas horas de intervalos com interferência operacional foram


concedidas pela CPTM ao longo do prazo originalmente pactuado
para conclusão do objeto contratual (18 meses);

R Com base nas Solicitações de Acesso constantes do Doc. R-22,


foram concedidas pela CPTM 3.513 horas de intervalos com
interferência operacional

Se, ao longo do prazo originalmente pactuado para conclusão do


objeto contratual (18 meses), o Requerente solicitou o
cancelamento de intervalos com interferência operacional que
haviam sido concedidos pela CPTM;

O Tribunal pede à perícia que igualmente esclareça as razões pelas


quais a Requerente solicitou os eventuais cancelamentos.

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, o Consórcio solicitou o


cancelamento de 781 horas de intervalos com interferência
operacional que haviam sido aprovados previamente pela CPTM.

As razões pelas quais ocorreram os cancelamentos de intervalos


foram obtidos a partir da ficha de SA (solicitação de acesso)
disponibilizadas no Doc. R-22 e as quantidade de horas canceladas
foram obtidas a partir do Anexo III deste Laudo Pericial, e estão
dispostas mês a mês na tabela abaixo.
136
CANCELADO ‐
ACESSO / CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ SERVIÇO NÃO
FALTA DE INTERROMPIDO
INTERVALO FALTA DE FALTA DE FALTA DE PELA PRÓPRIA SERVIÇOS EXECUTADO ‐ Total
Mês MATERIAL ‐ A PEDIDO DO
NÂO EMPREGADO ‐ EMPREGADO ‐ EMPREGADO ‐ ÁREA CONCLUÍDOS OUTROS Geral
OBRA / EXECUTANTE
SOLICITADO MANUTENÇÃO OBRAS PARTICULARES SOLICITANTE ANTERIORMENTE (JUSTIFICAR)
MANUTENÇÃO
jan‐10 192 24 216
mar‐10 75 22 96
abr‐10 66 6 71
mai‐10 9 8 16
jun‐10 3 5 8
jul‐10 3 4 3 9
ago‐10 3 3 3 5 14
set‐10 6 24 35 2 2 69
out‐10 20 8 28 3 60
nov‐10 32 33 65
dez‐10 20 14 5 3 42
jan‐11 5 2 19 7 32
fev‐11 4 2 10 16
mar‐11 26 3 29
abr‐11 11 11
mai‐11 3 3 6
jun‐11 4 2 8 7 21
Total Geral 230 2 8 330 3 105 65 36 2 781

137
Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto
dos cancelamentos solicitados pelo Consórcio no prazo
originalmente pactuado para conclusão do objeto contratual (18
meses);

R Apenas com as informações disponíveis, não é tecnicamente


possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pelos
cancelamentos feitos pelo Consórcio no prazo originalmente
pactuado para conclusão do objeto contratual. No entanto é
possível apontar que os intervalos cancelados por solicitação do
Consórcio atingiram 22% dos intervalos que foram previamente
concedidos pela CPTM, e 17% do total do total de intervalos por ele
solicitados.

Se, ao longo do prazo originalmente pactuado para conclusão do


objeto contratual (18 meses), o Requerente deixou de aproveitar
intervalos com interferência operacional concedidos pela CPTM;

O Tribunal pede à perícia que igualmente esclareça as razões pelas


quais a Requerente deixou de aproveitar os intervalos concedidos.

R No entendimento do subscritor os intervalos operacionais não


aproveitados pelo Consórcio correspondem àqueles que foram
cancelados a seu pedido, os quais encontram-se relacionados na
resposta ao quesito 5 acima.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto


do não aproveitamento pelo Consórcio dos intervalos com
interferência operacional concedidos pela CPTM no prazo
originalmente pactuado para conclusão do objeto contratual (18
meses);

R Apenas com as informações disponíveis, não é tecnicamente


possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pelos
cancelamentos feitos pelo Consórcio no prazo originalmente
pactuado para conclusão do objeto contratual.

Quantas horas restaram após subtrair–se do total de horas com


interferência operacional solicitadas pelo Consórcio à CPTM, nos 18
(dezoito) primeiros meses da vigência do contrato, as horas que
foram canceladas a seu pedido e aquelas que ele deixou de
aproveitar;

138
Hr = Hs – (Hc + Hna)

Onde

Hr = Horas restantes
Hs = Horas com interferência operacional solicitadas nos 18
primeiros meses Hc = Horas canceladas a pedido do Consórcio
Hna = Horas não aproveitadas pelo Consórcio

R Em conformidade com o que consta do Anexo III – Análise de


Intervalos de Acessos com Interdição de Via, tem-se:

Hs = 4.496,30
Hc = 781,22
Hna = 1.170,48
Hr= 4.496,30 - (781,22+1.170,48) = 2.544,60

Se o número de horas restantes, mencionado no quesito anterior,


seria suficiente para concluir o objeto contratual no prazo
originalmente acordado;

R O prazo contratual não pode ser cumprido não apenas pelas


dificuldades de acesso à via, mas também pelas seguintes razões:

 Durante o desenvolvimento do projeto, com o


intuito de atender as necessidades da CPTM,
serão realizadas modificações no projeto
executivo, tanto de via permanente como de rede
aérea.

 A área de execução do referido empreendimento


possui diversas interferências com outras
empresas e concessionárias, onde a remoção
e/ou remanejamento destas somente é
executada diretamente pelas Concessionárias,
repassando os custos de operação ao Consórcio.

 A emissão posterior dos Órgãos Ambientais


competentes de TCA – termo de Compromisso
Ambiental para a poda e plantação de mudas
arbóreas que interferem com o desenvolvimento
da execução das obras, resultaram em serviços
não previstos inicialmente.

139
 Em que pese a existência de cadastro de
interferências no empreendimento o Consórcio
realizou trabalho de verificação das mesmas,
elencando as que mais provocaram impactos:
Eletropaulo, SABESP, e cabos de Sinalização e
Telecomunicações que correm dentro da faixa
operacional ferroviária que não estavam no
escopo do contrato.

 Além disso, o cronograma previsto inicialmente


também foi prejudicado em função do elevado
índice pluviométrico, acima da média, no ano de
2010.

Tais motivações foram relacionadas na justificativa técnica feita


pela CPTM para fundamentar a prorrogação do prazo contratual
originalmente pactuado.

Se as horas canceladas e não aproveitadas pelo Consórcio nos 18


(dezoito) primeiros meses da vigência do contrato impediram a
conclusão desse no prazo originalmente pactuado;

R Não, conforme mencionado na resposta do quesito acima, e


segundo a documentação que deu suporte a assinatura do Termo
de Aditamento no 2, o não cumprimento do prazo original deveu-se
a diversas outras causas que não o cancelamento de horas por
parte do Consórcio.

Quantas horas de acesso com interferência operacional seriam


necessárias para que fosse possível concluir o objeto contratual no
prazo originalmente pactuado (18 meses);

R Em consonância com o esclarecido nos quesitos precedentes, a não


conclusão da obra no prazo originalmente pactuado não se deu
apenas em razão de dificuldades de acesso à via com interferência
operacional.

Se a estrutura mobilizada pelo Requerente para a execução dos


serviços contratados (equipamentos e pessoal) permitia a
conclusão desses no prazo originalmente pactuado (18 meses);

R Conforme exposto no item 5.5 deste laudo pericial, os recursos


mobilizados não se mostraram suficientes para, dentro do prazo
140
contratual inicial, executar os serviços na Via Permanente que não
dependiam de interrupção do tráfego de trens. Além disso,
comparando-se o efetivo de Mão de Obra Direta previsto com a que
foi mobilizado, verifica-se que houve uma sensível redução em
relação ao que havia sido planejado.

Quantas horas de intervalos com interferência operacional foram


solicitadas pelo Consórcio ao longo de todo o período de execução
do objeto contratual;

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, foram solicitadas pelo
Consórcio 18.603 horas de intervalos com interferência
operacional, ao longo de todo o período de execução das obras

Se, ao de todo o período de execução do objeto contratual, o


Requerente solicitou a disponibilização de intervalos com
interferência operacional em todos os horários previstos no edital;

R Não, ao longo de todo o período de execução do objeto contratual,


não houve solicitação pelo Consórcio de todos os horários previstos
no edital.

Quantas horas de intervalos com interferência operacional foram


concedidas pela CPTM ao longo de todo o período de execução do
objeto contratual;

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, foram concedidas pela
CPTM 13.384 horas de intervalos com interferência operacional, ao
longo de todo o período de execução das obras

Se, ao longo de todo o período de execução do objeto contratual, o


Requerente solicitou o cancelamento de intervalos com
interferência operacional que haviam sido concedidos pela CPTM;

O Tribunal pede à perícia que apure e informe os motivos de cada


cancelamento eventualmente feito pelo Requerente.

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, o Consórcio solicitou o


cancelamento de 1.531 horas de intervalos com interferência
operacional que haviam sido aprovados previamente pela CPTM.

As razões pelas quais ocorreram os cancelamentos de intervalos


141
foram obtidos a partir da ficha de SA (solicitação de acesso)
disponibilizadas no Doc. R-22 e as quantidade de horas canceladas
foram obtidas a partir do Anexo III deste Laudo Pericial, e estão
dispostas mês a mês na tabela abaixo:

142
CANCELADO ‐ CANCELADO ‐
ACESSO / CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ CANCELADO ‐ SERVIÇO NÃO
ATENDER CANCELADO ‐ FALTA DE CANCELADO ‐ INTERROMPIDO ‐
INTERVALO ATENDER AVARIA DOS FALTA DE FALTA DE FALTA DE PELA PRÓPRIA PROBLEMAS SERVIÇOS EXECUTADO ‐ Total
Mês EMERGENCIA ATENDER MATERIAL PELO CIM A PEDIDO DO
NAO OUTRA SA .....Nº EQUIP. EMPREGADO ‐ EMPREGADO ‐ EMPREGADO ‐ ÁREA OPERACIONAIS CONCLUÍDOS OUTROS Geral
(ACID. FALHA OBRA / (CONFLITO) EXECUTANTE
SOLICITADO (NA OBS) MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO OBRAS PARTICULARES SOLICITANTE (SIN, RA,...) ANTERIORMENTE (JUSTIFICAR)
FERROVIÁRIO) MANUTENÇÃO
ja n‐10 192 24 216
ma r‐10 75 22 96
a br‐10 66 6 71
ma i ‐10 9 8 16
jun‐10 3 5 8
jul ‐10 3 4 3 9
a go‐10 3 3 3 5 14
s et‐10 6 24 35 2 2 69
out‐10 20 8 28 3 60
nov‐10 32 33 65
dez‐10 20 14 5 3 42
ja n‐11 5 2 19 7 32
fev‐11 4 2 10 16
ma r‐11 26 3 29
a br‐11 11 11
ma i ‐11 3 3 6
jun‐11 4 2 8 7 21
jul ‐11 14 35 12 10 71
a go‐11 10 123 7 140
s et‐11 15 3 12 6 35
out‐11 14 19 1 34
nov‐11 5 3 8
dez‐11 3 2 2 5 12
ja n‐12 8 6 2 5 7 28
fev‐12 2 2 4
ma r‐12 2 2 7 11
a br‐12 5 16 2 2 5 3 32
ma i ‐12 7 10 3 6 11 37
jun‐12 2 6 2 11
jul ‐12 16 2 2 6 26
a go‐12 13 3 3 18
s et‐12 2 2 4
out‐12 2 2 5
nov‐12 3 4 7
dez‐12 2 3 2 2 10
ja n‐13 24 2 17 2 45
fev‐13 4 4
ma r‐13 2 2
a br‐13 5 5
ma i ‐13 5 5
jun‐13 21 21
jul ‐13 5 7 2 14
a go‐13 2 2
s et‐13 5 2 3 9
out‐13 5 5
nov‐13 2 2
dez‐13 5 5
ja n‐14 5 5
fev‐14 4 5 9
ma i ‐14 2 2
jun‐14 2 2
jul ‐14 2 2
a go‐14 16 2 18
s et‐14 2 2 4
out‐14 5 2 7
dez‐14 2 2
ja n‐15 2 2 2 2 2 2 14
fev‐15 5 5
ma r‐15 2 2 2 7
a br‐15 2 2
ma i ‐15 4 2 6
jun‐15 4 4
jul ‐15 2 2 9 13
s et‐15 4 8 12
out‐15 4 4 8
nov‐15 6 6
dez‐15 4 4 8
s et‐16 3 3
out‐16 2 2 4
Total Geral 387 2 17 266 19 7 29 379 5 173 16 24 155 47 7 1.531

143
Quantas horas de intervalos com interferência operacional
concedidas pela CPTM foram canceladas a pedido do Requerente ao
longo de todo o período de execução do objeto contratual;

O Tribunal pede à perícia que apure e informe os motivos de cada


cancelamento eventualmente feito pelo Requerente.

R Ao longo da execução da obra o Consórcio solicitou o cancelamento


de 1.531 horas de intervalos com interferência operacional que
haviam sido aprovados previamente pela CPTM. O detalhamento
dos cancelamentos consta do quadro apresentado na resposta ao
quesito 17 acima.

Quantas horas de intervalos com interferência operacional


concedidas pela CPTM deixaram de ser aproveitadas pelo
Requerente ao longo de todo o período de execução do objeto
contratual;

O Tribunal pede à perícia que apure e informe os motivos de cada


não aproveitamento eventualmente verificado.

R Ao longo de todo o período de execução da obra o Consporcio


deixou de aproveitar 1.531 horas (Conforme demonstrado no
Anexo III de Análise de Intervalos de Acessos com Interdição de
Via – Resumo Laudo). O detalhamento das razões dos
cancelamentos e a quantidade consta do quadro apresentado na
resposta ao quesito 17 acima.

Se as horas canceladas e não aproveitadas pelo Consórcio ao longo


de todo o período de execução do objeto contratual impactaram no
prazo de conclusão desse;

R Sim, as horas canceladas e não aproveitadas pelo Consórcio ao


longo de todo o período de execução do objeto contratual
impactaram o prazo de conclusão.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto


(horas, dias, semanas, meses) que as horas canceladas e não
aproveitadas pelo Consórcio ao longo de todo o período de
execução do objeto contratual tiveram no prazo de conclusão
desse;

144
R Apenas com as informações disponíveis, não é tecnicamente
possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pelos
cancelamentos feitos pelo Consórcio ao longo de todo o prazo de
execução da obra.

Se houve, efetivamente, impacto negativo no cumprimento do


cronograma contratual pelo Requerente em virtude da falta de
fiscalização dos serviços por parte da CPTM;

R Sim. De acordo com manifestação feita pela CPTM para


fundamentar a prorrogação de prazo feita por meio do Termo de
Aditamento no 04 (Doc. R-17), foi justificado que:

 Falta de quadro de fiscais da CPTM

Durante o período de julho de 2011 a janeiro de


2012, as frentes de serviços foram reduzidas em
virtude da falta de empresa Supervisora para
fiscalização das obras o que gerou a paralisação de
alguns serviços ocasionando atrasos no cronograma
físico.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o prazo


adicional (atraso) e correspondente valor das despesas indiretas
incorridas pelo Requerente;

R Ao longo de todo o período de execução da obra o Consórcio deixou


de aproveitar 1.531 horas (Conforme demonstrado no Anexo III de
Análise de Intervalos de Acessos com Interdição de Via – Resumo
Laudo). O detalhamento das razões dos cancelamentos e a
quantidade consta do quadro apresentado na resposta ao quesito
17 acima.

Se o cumprimento do cronograma inicialmente pactuado sofreu


impacto de fatores supervenientes à formalização do contrato;

R Sim, é que se verifica nas justificativas técnicas apresentadas pela


CPTM para fundamentar todas as prorrogações de prazo concedidas
por meio de quatro aditivos contratuais. (ver item 6.1 deste laudo
pericial e resposta do quesito 2 da série formulada pelo
Requerente).

145
Se o cumprimento do cronograma inicialmente pactuado sofreu
impacto de eventos de força maior;

R No entender do subscritor, sim.

Se o Consórcio adotou medidas para mitigar os atrasos verificados


no prazo de execução do objeto contratual;

Decisão do Tribunal: não impugnado e admitido pelo Tribunal.

R Em conformidade com o que foi exposto no item 6.2 deste laudo


pericial, não foram identificadas medidas que pudessem ter o
propósito de mitigar os atrasos verificados no prazo de execução
do objeto contratual.

Se uma parte dos serviços contratados poderia ser executada sem


a necessidade de acessos com interferência operacional às vias de
circulação de trens;

R De acordo com exposição feita no tópico 5.4 deste laudo pericial,


havia uma quantidade considerável de serviços previstos que
poderiam ser executados na Via Permanente independentemente
de interferência operacional às vias de circulação de trens.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o percentual


dos serviços contratados poderia ser executado sem a necessidade
de acessos com interferência operacional às vias de circulação de
trens;

R Cerca de 60 % do valor total dos serviços a serem executados na


Via Permanente.

Se a atuação da empresa MRS impediu a execução do objeto


contratual no prazo originalmente pactuado (18 meses);

R Na documentação que fundamentou os Termos de Aditamento nos


04 (Doc. R-17) e 06 (Doc. R-19), foi consignado por CPTM que:

 Obras da empresa MRS Logística no mesmo local

Em maio de 2012, a empresa MRS Logística,


responsável pelo transporte dos trens de carga,
146
iniciou as obras de construção de uma via
segregada exclusiva, paralela a Linha 12 – SAFIRA
da CPTM, para o transporte de cargas sem interferir
na circulação dos trens da CPTM, pois hoje e
circulação dos trens de carga se alterna com os
trens de transporte de passageiros na mesma linha.

Analisando o projeto da MRS Logística,


encaminhado em meados deste ano, iniciou-se a
sua compatibilização com o projeto já aprovado da
Contrata, sendo suspensos os serviços entre as
estações de Eng. Manoel Feio e Calmon Viana no
aguardo dos ajudantes decorrentes da
compatibilização entre ambos.

Além disso, a MRS Logística está implantando uma


via segregada para os trens de carga entre as
estações de Manoel feio e Calmon Viana, cujas
obras interferem com os projetos de rede aérea e
de drenagem da linha 12, que deverão ser
readequados visando otimizar a utilização da faixa
patrimonial da CPTM.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto


da atuação da empresa MRS no prazo originalmente pactuado para
conclusão do objeto contratual (18 meses).

R Apenas com as informações disponíveis, não é tecnicamente


possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pela
atuação da empresa MRS no prazo originalmente pactuado.

Se a mudança na metodologia de instalação de postes afetou o


cumprimento do cronograma inicialmente pactuado (18 meses);

Decisão do Tribunal: não impugnado e admitido pelo Tribunal.

R Em consonância com o item 5.2 deste laudo pericial, não foram


identificados efeitos relativos à alteração de metodologia para a
execução de serviços de instalação de postes no cronograma
inicialmente pactuado, pois referida mudança ocorreu entre os
meses de março e julho de 2012, ou seja, em período posterior
aquele pactuado inicialmente no contrato.

147
Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto
que a alteração da metodologia de instalação de postes teve no
prazo de conclusão do objeto contratual;

R Conforme acima respondido, não há impacto a ser considerado.

Se a mudança na metodologia de instalação de postes afetou o


tempo total de duração do contrato;

R Pode-se afirmar que a alteração na metodologia de instalação dos


postes impactou no andamento dos serviços entre os meses de
março e julho de 2012 (período posterior ao prazo incialmente
contratado entre as Partes), no entanto, pode-se afirmar que a
extensão do prazo da obra em 54 meses não ocorreu em razão
dessa mudança na metodologia.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto


que a alteração da metodologia de instalação de postes teve no
tempo total de duração do contrato.

R O impacto se concentrou no período de 4 meses em que houve a


alteração da metodologia e nos meses subsequentes, entretanto,
não é possível quantificar de forma isolada o impacto produzido por
essa alteração no prazo da obra, pois diversas outras modificações
e impedimentos ocorreram de forma paralela a esse evento, como
por exemplo as dificuldades na liberação de intervalos com
interdição da via.

Se a divergência relativa à localização dos travessões e AMV’s nas


Estações Engenheiro Goulart e São Miguel Paulista impediu a
execução do objeto contratual no prazo originalmente acordado;

R R As pendências de projetos dos travessões e AMVs da estação de


São Miguel Paulista foram resolvidas em março de 2011 e as
pendências relativas a estação de Engenheiro Goulart foram
resolvidas em junho de 2011, mês no qual estava prevista a
conclusão dos serviços. Após a resolução das pendências os
projetos deveriam ser finalizados e os serviços programados, para
a partir desse momento serem executados, por essa razão, pode-
se concluir que os serviços não seriam concluídos dentro do prazo
contratual inicialmente estabelecido entre as Partes.

148
Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o impacto
que divergência relativa à localização dos travessões e AMV’s nas
Estações Engenheiro Goulart e São Miguel Paulista teve no prazo
de conclusão do objeto contratual;

R O impacto dos travessões e AMVs se concentrou e, pontos


localizados, sendo possível continuar com a execução da obra em
diversas frentes, por essa razão não é possível proceder a
quantificação de seu impacto de forma isolada, pois diversas outras
modificações e impedimentos ocorreram de forma paralela a esse
evento, como por exemplo as dificuldades na liberação de
intervalos com interdição da via.

Se durante o período demandado para solução da divergência


relativa à localização dos travessões e AMV’s nas Estações
Engenheiro Goulart e São Miguel Paulista o Consórcio poderia
executar serviços relativos a outras áreas do trecho a que se referia
o objeto contratual, de maneira a evitar/mitigar o impacto daquela
no prazo de execução do objeto contratual.

R Sim, era possível executar serviços relativos a outras áreas do


trecho a que se referia o objeto contratual, pois essas questões
tinham um caráter pontual.

Se a realização de serviços adicionais pelo Requerente em razão do


desenvolvimento dos projetos e para atender melhorias
implementadas pela Requerida CPTM impactaram no cronograma
originalmente pactuado;

R Sim, houve impacto em decorrência da realização de serviços


adicionais. Essa questão foi objeto de análise no item 5.4 deste
laudo pericial.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o prazo


adicional (atraso) e correspondente valor das despesas indiretas
incorridas pelo Requerente em razão da realização de serviços
adicionais;

R Não existem elementos para identificar com exatidão que parcela


do prazo adicional prorrogado pode ser atribuída à execução de
serviços adicionais. Como exposto no item 5.4 deste laudo pericial,
dentre as razões que fundamentaram o Termo de Aditamento no 2,
149
foi considerado que haveria uma quantidade ainda não conhecida
de novos serviços. Entretanto, diversas outras razões foram causas
concorrentes para a postergação da data de conclusão da obra e as
partes não atribuíram quanto do tempo estendido deveria ser
creditado ao aumento de escopo.

Em relação às despesas indiretas adicionais incorridas, pode-se


considerar que são de R$ 6.274.996,93.

Os valores constantes das Tabelas de Preços, que acompanharam


a Proposta Comercial do Requerente, remuneram/correspondem
aos custos indiretos? Se sim, quais?

R Sim. Em consonância com a análise feita no item 6.4.2 deste laudo


pericial, o valor total das despesas indiretas contidas no preço
contratual original era de R$ 22.847.799,5047 correspondente a
Administração Local e R$ 10.195.555,4448 correspondente à
Administração Central.

Se os documentos apresentados pelo Consórcio demonstram a


realização de despesas comprovadamente relacionadas aos
serviços objeto do Contrato STM 012/2009;

R Sim, os documentos de despesas apresentados pelo Consórcio são


essencialmente relacionados ao contrato em tela. Entretanto,
conforme exposto no item 6.4.2 deste laudo pericial, as despesas
entendidas como improcedentes foram desconsideradas.

Se o Requerente comprova as despesas indiretas que


supostamente teria tido em razão da prorrogação do contrato;

R Os comprovantes de despesas fornecidos pelo Requerente, por


meio de seu assistente técnico, foram verificados dentro da lógica
de uma perícia de engenharia. Sua efetiva comprovação deve ser
feita por meio de uma perícia contábil.

Se o somatório das despesas comprovadas pelo Requerente


coincide com o valor total pleiteado a título de custos diretos e
indiretos;

47
Parcela do BDI referente à Administração Local (14,87 %) sobre o Custo Direto da Obra: R$ 153.650.299,50.
48
Parcela do BDI referente à Administração Central (7,52 %) sobre o Custo Direto da Obra: R$ 153.650.299,50.
150
R Os valores se referem aos custos indiretos

Se o Requerente apresentou documentos que comprovam despesas


com Administração Central relacionadas com Contrato STM
012/2009;

R Não apresentou e nem teria como apresentar, pois conceitualmente


o peso da Administração Central no preço de uma obra decorre de
um rateio. Segue abaixo novamente reproduzido trecho do livro
Como Preparar Orçamentos de Obras de autoria de Aldo Dórea
Mattos:

11.1 Rateio da Administração Central

As construtoras geralmente dispõem de uma matriz (escritório


central ou sede) onde se baseia a administração central da
empresa. A administração central é a estrutura necessária para
a execução das atividades de direção geral da empresa,
incluindo as áreas administrativa, financeira, contábil, técnica,
de suprimento etc.

O escritório central é, então, apenas um gerador de despesas,


sem ser propriamente um gerador de receitas, pois são as
obras que internam dinheiro na empresa. Então quem arca com
as despesas da matriz? Logicamente são as obras – e, para
isso, a construtora precisa embutir no orçamento de suas obras
uma provisão de recursos para o custeio do escritório central.
As obras rateiam os custos da matriz e remetem mensalmente
uma cota proporcional ao porte de cada contrato. O percentual
do custo que as obras rateiam entre si recebe o nome de taxa
de administração central.

(..)

Os custos da administração são rateados entre as várias obras


da empresa, proporcionalmente ao porte de cada uma. Os
valores mais comuns ficam entre 4% e 8% do custo da obra.
Sendo fixado um percentual, cada obra participa do rateio de
forma proporcional ao seu montante. É importante ressaltar
que o percentual varia de acordo com o momento econômico
do setor da construção civil.

(...)

Para avaliar a taxa de administração central a ser praticada, o


orçamentista deve elaborar o orçamento anual da

151
administração central e estimar percentualmente a
representatividade desse custo em relação ao custo total das
obras durante o ano. O percentual obtido será utilizado pelo
orçamentista para majorar o custo da obra, a fim de incluir a
taxa de administração central.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, quais os


documentos que comprovam as despesas com Administração
Central;

R Como dito, esse tipo de despesa não é passível de comprovação.

Se o Requerente comprovou a ociosidade de pessoal e


equipamentos;

Decisão do Tribunal: não impugnado e admitido pelo Tribunal.

R A documentação fornecida pelo Consórcio não permitiu uma


apreciação técnica acerca da ociosidade de pessoal e
equipamentos, conforme detalhado no item 6.3 deste Laudo
Pericial.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, se os critérios


adotados pelo Consórcio para a apuração da ociosidade de pessoal
e equipamentos estão corretos;

Decisão do Tribunal: não impugnado e admitido pelo Tribunal.

R A documentação fornecida pelo Consórcio não permitiu uma


apreciação técnica acerca da ociosidade de pessoal e
equipamentos, conforme detalhado no item 6.3 deste Laudo
Pericial.

Ainda em caso de resposta positiva ao quesito da alínea f, se


ociosidade constatada foi superior àquela considerada na Proposta
Comercial;

R Não foi encontrada na documentação fornecida pelo Consórcio


registros acerca da ociosidade considerada na Proposta Comercial,
conforme detalhado no item 6.3 deste Laudo Pericial.

152
Se todas as despesas indicadas pelo Requerente na planilha contida
no documento C–61 são comprovadamente relacionadas com a
execução do Contrato STM 012/2009;

R As notas fiscais, recibos e folhas de pagamento apresentadas pelo


Consórcio para comprovação dos custos relacionados no Doc. C-61
são referenciados ao Consórcio Energ.

Se todas as despesas indicadas pelo Requerente na planilha contida


no documento C–61 foram comprovadas.

R Foram apresentados pelo Consórcio comprovantes dos custos


relacionados no Doc. C-61.

Qual o BDI declarado no edital e no Contrato STM 012/2009;

R Não houve declaração de BDI no Edital e tampouco no Contrato.

Qual o BDI, total e detalhado por rubrica, declarado na Proposta


Comercial apresentada pelo Requerente;

R Não houve detalhamento e nem mesmo identificação do BDI na


Proposta Comercial.

Se o BDI considerado pelo Requerente no pleito de reequilíbrio


objeto do presente procedimento arbitral foi o BDI PARA
ORÇAMENTO, ou seja, aquele por ele adotado quando da
elaboração do orçamento por ele apresentado (Proposta Comercial)
ou foi o BDI EFETIVO, isto é aquele baseado no efetivamente
ocorrido/realizado;

R Como a formação do preço contratual não foi aberta, não é possível


saber com certeza se o BDI considerado no pleito é o mesmo que
foi considerado no orçamento.

Em consonância com a análise feita no item 6.4.2 deste laudo


pericial, o BDI informado no pleito está alinhado ao que o TCU
considera adequado e está também alinhado com o que é praticado
pelo mercado de Construção Civil, segundo a experiência do
signatário. Por essas razões esse BDI foi considerado na presente
perícia.
153
Qual foi o BDI EFETIVO da obra (BDI real) apurado pelo Sr. Perito
através da análise de documentos anexados ao presente
procedimento arbitral e que efetivamente comprovam o quanto
realizado pelo Requerente;

R Para o cálculo do BDI efetivo da obra é necessário que se tenha


acesso a todos custos diretos e indiretos da obra, o que não é
possível, pois uma parte desses custos está sendo discutido na
arbitragem em curso.

No Capítulo 6 deste laudo pericial, foi realizada a avaliação dos


pedidos abaixo que tem impacto no BDI da obra, sob a óptica da
Engenharia de Custos, e com base da documentação base de cada
pedido disponível nos autos, relacionados, conclui-se como
passíveis de reconhecimento os seguintes valores:

Custos Indiretos: R$ 5.836.120,66

O detalhamento do cálculo e das razões da revisão dos custos


indiretos consta do item 6.4 deste Laudo Pericial.

Administração Central: R$ 438.876,27

O detalhamento do cálculo e das razões da revisão dos valores de


Administração Central consta do item 6.4 deste Laudo Pericial.

Seguros

A avaliação dos custos adicionais com seguros não foi objeto da


presente perícia.

Quais das despesas listadas no Relatório Detalhado de Despesas


são consideradas pelas práticas de mercado como sendo de custo
direto e quais são de custo indireto;

R Na documentação disponível nos autos não foi encontrado


documento denominado “Relatório Detalhado de Despesas”, e
portanto, não foi possível realizar a avaliar solicitada no quesito.

Se o mercado usualmente adota taxa de BDI igual para vendas


simples de materiais e para vendas de materiais a serem aplicados
em serviços (ex: cimento, areia, pedra, etc) e qual o valor de BDI
154
aplicado para cada uma das duas situações destacadas.

R Os aspectos conceituais sobre o que é o BDI e como é composto


foram expostos no item 6.4.1 deste laudo pericial. A formação dos
preços de obras de Construção Civil é definido pela equação abaixo,
sendo que no Custo Direto estão abrangidos os materiais e os
serviços (mão de obra e equipamentos).

Preço de Venda (PV) = Custo Direto (CD) + BDI

Se o Requerente comprovou despesas com a renovação de apólices


de seguros após 27.06.2014.

R Em razão de o Anexo I da Ordem Processual no 3 ter considerado


que a comprovação de despesas com a renovação de apólices de
seguro ter sido considerado ponto que não integra o escopo da
perícia, o subscritor não examinou essa questão.

Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, qual o valor das


despesas comprovadas.

R Como informado acima, essa questão não foi examinada.

Quanto foi pago pela CPTM a título de BDI com seguros e garantias.

R Como informado acima, essa questão não foi examinada.

Se o Requerente deveria ter adotado, para o cálculo do BDI


relacionado aos seguros, o mesmo critério utilizado para o cálculo
das demais rubricas.

R Como informado acima, essa questão não foi examinada.

155
7.3. Quesitos CPTM

Existe previsão, no Edital ou no Contrato, que assegure


exclusividade, ao Requerente, para a prestação de serviços no local
de execução das obras?

R Não existe.

Está comprovado, nos autos, que havia conhecimento prático, por


parte do Consórcio, da necessidade de compartilhamento do acesso
à via com terceiros, especialmente em razão de as consorciadas
terem atuado em obras no mesmo local, através de outros
contratos firmados com a Requerida CPTM?

R Sim, conforme do Doc. E-09 – fls.85/86.

Existe previsão, no Edital ou no Contrato, que assegure ao


Consórcio Requerente a concessão, por parte da Requerida CPTM,
da totalidade dos acessos solicitados?

R Não existe.

A Proposta Técnica apresentada pelo Requerente (Doc. R09, p. 43


a 100 do arquivo) encontra-se em conformidade com a cláusula
1.2.2 da Parte 2, Seção VI (Exigências da Contratante) do Edital
(Doc. R06, p. 91 do arquivo), que exige o não comprometimento
da operação e a demonstração de conhecimento da situação
existente?

R Observa-se na Proposta Técnica uma não conformidade em relação


aos horários, conforme segue:

156
Trecho extraído do Edital

Trecho extraído da Proposta

Havia conhecimento, por parte do Consórcio Requerente, da


existência de um Sistema de Controle de Solicitações de Acesso na
Requerida, que prevê a necessidade de conciliação da concessão de
acessos para a execução das obras com a operação do sistema
ferroviário?

R Sim. (ver também resposta do quesito 3 da série formulada pelo


Consórcio).

Estavam compreendidos no objeto do Contrato, a prestação de


serviços que independiam de interferência na operação do
transporte ferroviário da Requerida CPTM? Em caso afirmativo,
informar o percentual que tais serviços representam no total de
serviços contratados e se os mesmos podiam ser executados em
tempo e modo distintos daqueles originalmente programados, de
maneira a se adaptarem às necessidades dos Requeridos?

R Sim, conforme foi exposto no tópico 5.5 deste laudo pericial, cerca
de 60 % dos serviços que deveriam ser executados na Via
Permanente independiam de interferência na operação do
transporte ferroviário.
157
Com amparo na documentação acostada ao processo e
considerando o prazo de 18 (dezoito) meses originalmente
contratado: Qual a quantidade total de horas de acesso solicitadas
pelo Consórcio Requerente? Tal quantidade era efetivamente
necessária para a execução total dos serviços no prazo contratado?

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, o Consórcio solicitou


nos 18 primeiros meses do contrato o total de 4.416 horas de
intervalo com interdição da via, já para a execução de toda a obra
foram necessárias 12.695 horas de intervalos com interdição da via
(total de horas executadas pelo Consórcio). Em razão da diferença
verificada conclui-se que quantidade de intervalos solicitados no
primeiro período da obra não era suficiente para sua execução.

Com amparo na documentação acostada ao processo e


considerando as consecutivas prorrogações do prazo de execução
dos serviços por mais 18 (dezoito) meses (TA nº 02), mais 18
(dezoito) meses (TA nº04), mais 9 (nove) meses (TA nº 06) e mais
9 (nove) meses (TA nº 07): Qual a quantidade total de horas de
acesso solicitadas pelo Consórcio Requerente? Tal quantidade era
efetivamente necessária para a execução total dos serviços no
prazo de 72 (setenta e dois) meses?

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, para a execução da


obra foram necessárias o total 12.695 horas trabalhadas pelo
Consórcio (horas de intervalo com interdição de acesso) e para que
se obtivesse essa quantidade de intervalos liberados foi necessária
a solicitação de 18.603 horas, pois a a cada solicitação de intervalos
apresentada pelo Consórcio à CPTM, uma parte era concedida,
outra não era concedida e outras eram canceladas após terem sido
concedidas, conforme demonstra o quadro resumo abaixo:

158
Resumo da Análise de Horas de SA com Interdição Total Geral

Horas Solicitadas
Solicitadas 18.603,88

Horas Não Concedidas


Não Concedidas ‐ Horas 4.977,25
Não Concedidas ‐ Percentual de Solicitadas 26,75%

Horas Concedidas
Concedidas ‐ Horas 13.384,87
Concedidas ‐ Percentual de Solicitadas 71,95%

Horas Concedidas e Não Disponibilizadas por CPTM


Aprovadas e Canceladas por CPTM 771,13
Canceladas por Fato Fortuito 20,75
Atrasos CPTM 166,32
Total Horas Concedidas e Não Disponibilizadas 958,20
Percentual em Relação as Horas Concedidas 7,16%

Horas Concedidas e Disponibilizadas por CPTM 12.426,67


Percentual em relação as Horas Solicitadas 66,80%

Horas Utilizadas por ENERG


Canceladas por ENERG 1.531,32
Serviços Executados 11.052,00
Serviços Executados com atrasos de CPTM 1.206,63
Serviços Executados com atrasos de ENERG 437,28
Total Horas Utilizadas por ENERG 14.227,23
Percentual em Relação as Horas Solicitadas 76,47%
Percentual em Relação as Horas Concedidas 114,49%

Com amparo na documentação acostada ao processo, qual a


quantidade de horas não concedidas pela Requerida CPTM e o seu
respectivo impacto - em prazo e financeiro - para o cumprimento
do cronograma no prazo inicial de 18 (dezoito) meses originalmente
contratado? E qual o impacto - em prazo e financeiro - das horas
não concedidas, para o cumprimento do cronograma
sucessivamente prorrogado e que alcançou um prazo total de 72
(setenta e dois) meses?

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, a quantidade de horas


de intervalo com interdição da via não concedidos pela CPTM nos

159
primeiros 18 meses de obra foi de 912 horas, o que corresponde a
20% das horas solicitadas. Com relação a todo o período de
execução da obra as horas não concedidas totalizaram 4.977 horas,
o que corresponde a 26% do total de horas de intervalo com
interdição de via solicitadas pelo Consórcio. Apenas com as
informações disponíveis, não é tecnicamente possível quantificar de
forma isolada o impacto produzido pelos intervalos não concedidos
pela CPTM ao longo de todo o prazo de execução da obra, pois
diversos outros ocorreram de forma simultânea, como por exemplo
os acréscimos de serviços, revisões de projetos, alteração de
metodologia dos postos, dentre outros, no entanto, pode-se
concluir que a dinâmica de concessão de intervalos (SA não
concedidas, SA canceladas pela CPTM, SA executadas com atraso
causados pela CPTM) foi o principal fator causador da extensão de
prazo da obra .

Com amparo na documentação acostada ao processo, qual a


quantidade de horas de acesso efetivamente aproveitadas pelo
Requerente? Quais os motivos pelo não aproveitamento, pelo
Requerente, das horas de acesso concedidas pela Requerida CPTM?
A quem assiste a responsabilidade pelo não aproveitamento de tais
acessos?

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, a quantidade de horas


efetivamente aproveitadas pelo Consórcio para a execução da obra
foi 12.695 horas (horas de intervalo com interdição de acesso). Os
motivos para o não aproveitamento das demais horas concedidas
pela CPTM estão expostos na resposta ao Quesito nº 17, da série
de quesitos formulados pelo Estado. A responsabilidade pelo não
aproveitamento dos intervalos concedidos pela CPTM é do
Consórcio, salvo nos casos em que o cancelamento se deu por
motivos técnicos, como o descrito no Doc. 12.1, onde o tempo de
intervalo concedido foi menor do que o necessário para a execução
dos serviços.

Com amparo na documentação acostada ao processo: Qual a


quantidade de horas de acesso concedidas pela Requerida CPTM,
porém posteriormente canceladas pelo Requerente? Qual o impacto
de tais cancelamentos no cumprimento do cronograma inicial? E
qual o impacto de tais cancelamentos para o cumprimento do
cronograma inicial de 18 (dezoito) meses e sucessivas
prorrogações?

R Com base no Anexo III deste Laudo Pericial, a quantidade de horas


160
de intervalo com interdição da via cancelados pelo Consórcio nos
primeiros 18 meses de obra foi de 781 horas, o que corresponde a
22% do total de horas concedidas no período. Com relação a todo
o período de execução da obra as horas de intervalos canceladas
pelo Consórcio totalizaram 1.531 horas, o que corresponde a 11%
do total de horas de intervalo com interdição de via concedidas.
Apenas com as informações disponíveis, não é tecnicamente
possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pelos
cancelamento de intervalos pelo Consórcio ao longo de todo o prazo
de execução da obra, pois diversos outros ocorreram de forma
simultânea, como por exemplo os acréscimos de serviços, revisões
de projetos, alteração de metodologia dos postos, dentre outros,
no entanto, pode-se concluir que a dinâmica de concessão de
intervalos (SA não concedidas, SA canceladas pela CPTM, SA
executadas com atraso causados pela CPTM) foi o principal fator
causador da extensão de prazo da obra .

Com amparo na documentação acostada ao processo: Quais os


motivos justificadores das horas de acesso concedidas pela
Requerida CPTM e posteriormente canceladas pelo Requerente? A
quem assiste a responsabilidade pelo cancelamento de tais
acessos?

R Os motivos para o cancelamento pelo Consórcio de parte das horas


de intervalo concedidas pela CPTM estão expostos na resposta ao
Quesito nº 17, da série de quesitos formulados pelo Estado. A
responsabilidade pelo cancelamento desses intervalos concedidos
pela CPTM é do Consórcio, salvo nos casos em que o cancelamento
se deu por motivos técnicos, como o descrito no Doc. 12.1, onde o
tempo de intervalo concedido foi menor do que o necessário para a
execução dos serviços

Com amparo na documentação acostada ao processo: Qual a


quantidade de horas de acesso concedidas, porém posteriormente
canceladas pela Requerida CPTM? Qual o impacto - em prazo e
financeiro - de tais cancelamentos no cumprimento do cronograma
inicial? E qual o impacto - em prazo e financeiro - de tais
cancelamentos para o cumprimento do cronograma já prorrogado;
isto é, de 72 (setenta e dois) meses?

R A quantidade de horas de acesso concedidas, porém


posteriormente canceladas pela Requerida CPTM totaliza 258 horas
nos primeiros 18 meses e corresponde a 7% dos intervalos
concedidos. Já ao longo de toda a obra, foram canceladas 958 horas
161
de intervalos, o que corresponde a 7% do total de horas
concedidas. Quanto aos impactos, com as informações disponíveis,
não é tecnicamente possível quantificar de forma isolada o impacto
produzido pelos cancelamento de intervalos pela CPTM ao longo de
todo o prazo de execução da obra, pois diversos outros ocorreram
de forma simultânea, como por exemplo os acréscimos de serviços,
revisões de projetos, alteração de metodologia dos postos, dentre
outros, no entanto, pode-se concluir que a dinâmica de concessão
de intervalos (SA não concedidas, SA canceladas pela CPTM, SA
executadas com atraso causados pela CPTM) foi o principal fator
causador da extensão de prazo da obra .

Com amparo na documentação acostada ao processo: Quais os


motivos pelas horas de acesso concedidas e posteriormente
canceladas pela Requerida CPTM? A quem assiste a
responsabilidade por tais cancelamentos?

R Os motivos que levaram a CPTM a proceder o cancelamento de


intervalos conceitos são os descritos abaixo e foram extraídos do
Anexo III deste Laudo Pericial. A CPTM é a responsável por tais
cancelamentos.

Quantidade
Motivos de Cancelamento Pela CPTM de Intervalos Concedidos
de Horas
ACESSO/INTERVALO NAO SOLICITADO 27
CANCELADO ‐ ATENDER EMERGENCIA (ACID. FERROVIÁRIO) 7
CANCELADO ‐ ATENDER FALHA 5
CANCELADO ‐ ATENDER OUTRA SA .....Nº (NA OBS) 423
CANCELADO ‐ AVARIA DOS EQUIP. MANUTENÇÃO 13
CANCELADO ‐ FALTA DE COMUNICAÇÃO 3
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ MANUTENÇÃO 9
CANCELADO ‐ FALTA DE EMPREGADO ‐ PARTICULARES 6
CANCELADO ‐ PARALIZAÇÃO/GREVE 10
CANCELADO ‐ PELA PRÓPRIA ÁREA SOLICITANTE 103
CANCELADO ‐ PELO CIM (CONFLITO) 23
CANCELADO ‐ PROBLEMAS OPERACIONAIS (SIN, RA,...) 76
INTERROMPIDO ‐ PELO CCO (PROB. OPERACIONAIS) 32
SERVIÇO NÃO EXECUTADO ‐ OUTROS 2
SERVIÇO NÃO EXECUTADO ‐ OUTROS (JUSTIFICAR) 32
Total Geral 771

162
À luz dos documentos apresentados pelas Partes: Qual a
quantidade de horas comprovadamente não aproveitadas pelo
Requerente em decorrência de ausência ou atraso de fiscal das
obras, assim considerado algum empregado da Requerida CPTM ou
da empresa por esta contratada para tal fim (ENGEVIX
ENGENHARIA S/A e Consórcio SISTEMA PRI-FOCCO)? Qual o
efetivo impacto - em prazo e financeiro - que tal ausência/atraso
causou no cumprimento, pelo Requerente, do cronograma
inicialmente estabelecido? Qual o efetivo impacto - em prazo e
financeiro - que tal ausência/atraso causou no cumprimento do
cronograma já prorrogado?

R Do Anexo III deste laudo pericial, conforme abordagem exposta,


extrai-se que o total de horas que deixaram de ser aproveitadas
por falta de pessoal de fiscalização da CPTM foi de 35 h. Quanto aos
impactos, com as informações disponíveis, não é tecnicamente
possível quantificar de forma isolada o impacto produzido pela
ausência ou atraso de fiscais da CPTM ao longo de todo o prazo de
execução da obra, pois diversos outros ocorreram de forma
simultânea, como por exemplo os acréscimos de serviços, revisões
de projetos, alteração de metodologia dos postes, dentre outros,
no entanto, pode-se concluir que a dinâmica de concessão de
intervalos (SA não concedidas, SA canceladas pela CPTM, SA
executadas com atraso causados pela CPTM) foi o principal fator
causador da extensão de prazo da obra .

Relativamente à equipe alocada pelo Requerente: O


dimensionamento inicial foi adequado para cumprimento do objeto
do contrato no prazo contratual de 18 (dezoito) meses? E para o
cumprimento de cada um dos prazos de prorrogação do contrato?
Em face da não concessão ou cancelamento de acessos por parte
da Requerida CPTM, houve adequado remanejamento e
redirecionamento do pessoal a fim de compensar eventuais
prejuízos ao cronograma? Questiona-se o mesmo em face dos
acessos não aproveitados e cancelados pelo próprio Consórcio
Requerente.

R As considerações relativas ao dimensionamento e à mobilização do


efetivo de Mão de Obra Direta estão apresentadas no tópico 5.5
deste laudo pericial.

Quanto à alegada interferência da MRS no curso do contrato:


Considerando que as obras da MRS para implantação da via
segregada entre as estações Manoel Feio e Calmon Viana ocorreram
163
no período de 2011 a 2013, qual o impacto negativo - em prazo e
financeiro - à execução de serviços objeto do contrato no seu prazo
inicial de 18 (dezoito) meses? Quais os serviços prejudicados? Essa
interferência teria prejudicado a execução de outros serviços objeto
do contrato, no local ou ao longo da extensão da linha 12 - Safira?
É possível imputar às partes alguma parcela de responsabilidade
por qualquer prejuízo advindo dessa interferência? Em caso
afirmativo, explicar o montante do prejuízo apurado.

R As interferências das obras executadas pela MRS não foram


consideradas causas para extensão do prazo inicial de 2018 (ver
Doc. R-15).

Considerando que a alteração da metodologia para implantação de


postes foi comunicada pela Requerida CPTM ao Consórcio
Requerente em 16.03.2012, qual teria sido o impacto -em prazo e
financeiro - de tal alteração para o cumprimento do cronograma
físico original elaborado pelo próprio Requerente, cujo prazo
original era de 18 (dezoito) meses?

R Em consonância com o item 5.2 deste laudo pericial, não foram


identificados efeitos relativos à alteração de metodologia para a
execução de serviços de instalação de postes no cronograma
inicialmente pactuado, pois referida mudança ocorreu entre os
meses de março e julho de 2012, ou seja, em período posterior
aquele pactuado inicialmente no contrato.

Considerando o fato de que referida alteração de metodologia


durou apenas 4 (quatro) meses, vez que deixou de ser aplicada em
13.07.2012, qual o impacto negativo - em prazo e financeiro - que
a alteração de metodologia teria provocado na execução dos
serviços objeto do contrato, para o período de prorrogação do prazo
do contrato?

R Pode-se afirmar que a alteração na metodologia de instalação dos


postes impactou no andamento dos serviços entre os meses de
março e julho de 2012 (período posterior ao prazo incialmente
contratado entre as Partes), no entanto, pode-se afirmar que a
extensão do prazo da obra em 54 meses não ocorreu em razão
dessa mudança na metodologia. Com as informações disponíveis,
não é tecnicamente possível quantificar de forma isolada o impacto
produzido pela alteração na metodologia de instalação dos postes
ao longo de todo o prazo de execução da obra, pois diversos outros
ocorreram de forma simultânea, como por exemplo os acréscimos
164
de serviços, revisões de projetos, alteração de metodologia dos
postos, dentre outros, no entanto, pode-se concluir que a dinâmica
de concessão de intervalos (SA não concedidas, SA canceladas pela
CPTM, SA executadas com atraso causados pela CPTM) foi o
principal fator causador da extensão de prazo da obra

Na hipótese de a alteração da metodologia para implantação de


postes haver impactado negativamente o cronograma, indaga-se
se havia a possibilidade de execução de outros serviços, pelo
Consórcio Requerente, com a finalidade de cumprir o cronograma?
Qual foi a postura por ele adotada?

R Sim, outros serviços poderiam ser executados ao longo da obra.


Considerando os RDO e os boletins de medição, o Consórcio deu
continuidade a execução dos demais serviços normalmente.

Considerando que, conforme CT. GEV 167/11 (Doc. C31), os


projetos do Requerente foram considerados os corretos
excetuados, apenas, os travessões de Engenheiro Goulart e São
Miguel, qual foi a alteração de projeto efetuada?

R Nesse caso não se tratou de alteração de projeto, mas sim da


indefinição acerca de qual projeto seria considerado correto para e
utilizado para a execução dos serviços (projeto de rede aérea do
Consórcio ou o projeto de sinalização da EFACEC).

Qual o impacto negativo - em prazo e financeiro -produzido pela


divergência entre os projetos do Requerente e do Consórcio
contratado pelos Requeridos, EFACEC/ANSALDO? Quais serviços
tiveram sua execução prejudicada? Qual o lapso temporal
transcorrido entre a verificação da divergência, o encaminhamento
de documentos à Requerida CPTM reportando o ocorrido, sua
solução e a retomada dos serviços no local? É possível imputar
responsabilidade por demora a alguma das partes?

R A execução dos serviços nos travessões das estações de São Miguel


Paulista e Engenheiro Goulart ficaram aguardando a definição
acerca de qual projeto deveria ser utilizado na execução dos
serviços e após a definição da CPTM, foram programados e
executados. O impacto foi pontual e e restrito ao local onde seriam
instalados os travessões, sendo que todas as demais frentes de
serviços estavam liberadas para serem atacadas. Entre a
verificação da divergência entre projetos e a sua solução
165
decorreram 9 meses para a estação São Miguel Paulista e 12 meses
para a Estação de Engenheiro Goulart. A responsabilidade pela
demora na solução dessa pendência é da CPTM, pois ela era a
responsável pela gestão das interfaces entre o Consórcio e a
EFACEC.

A divergência entre os projetos (Consórcio ENERG x Consórcio


EFACEC/ANSALDO) e a alteração, se ocorrida, prejudicaram a
execução de outros serviços objeto do contrato, no local ou ao
longo da extensão da linha 12 - Safira? O Consórcio Requerente
adotou alguma estratégia com a finalidade de reduzir o impacto
negativo eventualmente produzido?

R O impacto se restringia ao local onde seriam instalados os


travessões. O Consórcio seguiu com a execução dos serviços nas
demais frentes liberadas.

Considerando o regime de execução do contrato (empreitada por


preço global): É possível afirmar que os valores constantes das
Tabelas de Preços da Proposta Comercial apresentada pelo
Consórcio Requerente (Doc. R09, pg. 05 a 32 do arquivo)
remunerariam apenas os custos diretos dos serviços? Os custos
indiretos estão indicados de modo destacado na Proposta
Comercial?

R As Tabelas de Preços da Proposta Comercial contemplam a


remuneração de Custos Diretos e dos Custos Indiretos, sendo que
estes não estão destacados.

Considerando os documentos e manifestações produzidas pelas


Partes ao longo desta Arbitragem, relacionados a todos os
Aditamentos Contratuais, seria possível inferir a existência de
custos indiretos adicionais não contemplados, no sentido de que
seria mantido o valor contratual?

R A análise acerca dessa questão está apresentada no tópico 6.4


deste laudo pericial. No entendimento do subscritor pode-se
considerar como passível de ser reconhecido que o Consórcio tenha
experimentado custos adicionais indiretos de R$ 6.274.996,93 (seis
milhões e duzentos e setenta e quatro mil e novecentos e noventa
e seis reais e noventa e três centavos).

166
Especificamente com relação ao Termo de Aditamento nº 03,
considerando o regime de execução do contrato e a resposta aos
itens anteriores: É possível afirmar que os valores constantes da
Proposta de Aditivo Contratual apresentada na Carta Energ nº
261/11 remunerariam apenas os custos diretos dos serviços ali
acrescidos, sem considerar os custos indiretos?

R Não, essa afirmação não pode ser feita. Deve-se considerar que o
valor aditado era composto por Custos Diretos e por Custos
Indiretos.

À luz da documentação apresentada no presente procedimento


arbitral: Houve a execução de algum serviço adicional não
contemplado (e não remunerado) através dos Termos de
Aditamento celebrados? Em caso positivo, a necessidade de
realização de tal serviço teria produzido algum impacto no prazo
contratual, ou poderia ser executado nos prazos ajustados nos
Termos de Aditamento?

R Não foram identificados serviços adicionais que não estivessem sido


considerados nos Termos de Aditamento celebrados.

Quanto às despesas adicionais que o Consórcio Requerente alega


haver incorrido: É possível afirmar que os documentos
apresentados pelo Requerente (Doc. C61, Doc. C45, Doc. C46)
contêm despesas corretamente classificadas, bem como que são
suficientes para demonstrar e comprovar seu efetivo dispêndio?

R Os Doc. C61, C45 e C46 não apresentam os documentos


necessários para a comprovação das despesas adicionais pleiteadas
pelo Consórcio, no entanto, seu Assistente Técnico apresentou ao
longo dos trabalhos periciais os respectivos comprovantes de
custos, conforme constante do Anexo IV deste Laudo Pericial

A Proposta Comercial apresentada pelo Consórcio Requerente


contém informação acerca da taxa de ociosidade considerada para
os equipamentos?

R Não tem.

Existem, nos autos, documentos hábeis a comprovar a quantidade


de horas de ociosidade, de pessoal e de equipamentos, que o
167
Consórcio Requerente alega ter suportado? Em caso negativo, qual
o prejuízo financeiro efetivamente comprovado pelo Consórcio
Requerente, decorrentes de ociosidade de recursos?

R A documentação fornecida pelo Consórcio não permitiu uma


apreciação técnica acerca da ociosidade de pessoal e
equipamentos, conforme detalhado no item 6.3 deste Laudo
Pericial.

A partir da análise dos documentos apresentados, é possível


afirmar a ocorrência de ociosidade de equipamentos superior
àquela considerada na Proposta Comercial, durante a execução do
contrato? Em caso positivo, é possível mensurar sua extensão e
valor?

R Não foi encontrada na documentação fornecida pelo Consórcio


registros acerca da ociosidade considerada na Proposta Comercial,
conforme detalhado no item 6.3 deste Laudo Pericial.

Existem, nos autos, documentos hábeis a comprovar o efetivo


dispêndio, pelo Consórcio Requerente, de todas as despesas
adicionais em que ele alega ter incorrido? Em caso negativo, qual o
valor comprovadamente devido pela CPTM, a título de despesas
adicionais?

R Foram apresentados pelo Consórcio comprovantes dos custos


relacionados no Doc. C-61. O valor apurado como passível de
reconhecimento a favor de Consórcio foi de R$ 6.274.996,93 (seis
milhões e duzentos e setenta e quatro mil e novecentos e noventa
e seis reais e noventa e três centavos).

No que tange aos valores apresentados a título de Administração


Central (Doc. C46, com informações do Doc. C58 e Doc. C59) e
tendo em vista os documentos anexados pelo Requerente, é
possível avaliar a correção do cálculo apresentado? É passível de
aceitação a metodologia adotada pelo Consórcio Requerente para o
cálculo das despesas adicionais com Administração Central? Em
caso positivo, a documentação apresentada pelo Consórcio
Requerente para comprovação de tais despesas pode ser aceita e
considerada suficiente para tal fim, sobretudo no que tange ao
percentual de participação do Contrato STM nº 012/2009 no
faturamento de cada uma das empresas que compõem o Consórcio
Requerente?
168
R No entender deste perito o cálculo apresentado para apurar o custo
adicional com Administração Central não se mostra correto, visto
que a metodologia emprega está em desacordo com a técnica de
orçamentação e com a própria proposta do Consórcio. Conforme
exposto no item 6.4.2 deste laudo pericial, a parcela
correspondente a Administração Central no preço de uma obra é
feita por rateio e não por comprovação de despesas.

169
8. CONCLUSÃO

Em face do exposto conclui-se que:

 Segundo consta da documentação que fundamentou a


formalização dos Termos de Aditamento Contratual, o
prazo de execução da obra foi estendido de 18 para 72
meses pelas seguintes razões:

o Necessidade de revisão de projetos;

o Inclusão de novos serviços;

o Dificuldades em liberar os acessos nos períodos e


quantidades necessários à execução dos serviços,
com necessidade de alteração na sequência de
execução dos serviços de Rede Aérea e Via
Permanente (necessidade de criação de etapa
intermediária na execução dos serviços);

o Interferências com concessionárias de serviço


público;

o Atraso na emissão de licenças ambientais;

o Índice pluviométrico acima da média no ano de


2010;

o Falta de quadro de fiscais da CPTM

o Coordenação da interface entre os serviços a serem


executados pelo Consórcio e as obras executadas
pela MRS Logística;

o Gestão das interfaces entre os diversos serviços em


andamento de forma simultânea, como por
exemplo, a interface com sistema de sinalização,
construção de novas estações, dentre outros.

 Embora não tenha sido considerado como fundamento


para a extensão de prazo, verifica-se que o Requerente
apresentou deficiência de desempenho e não mobilizou
recursos nas quantidades previstas em seu planejamento.

 Não foram identificadas ações com o propósito de mitigar


atrasos ou recuperar prazo.
170
 Não existem evidências de que tenha havido ociosidade
dos equipamentos mobilizados pelo Consórcio.

 Pela óptica da Engenharia de Custos, pode-se considerar


como passível de ser reconhecido que, em decorrência da
extensão do prazo contratual de 18 para 72 meses, o
Consórcio tenha experimentado custos adicionais
indiretos de R$ 6.274.996,93 (seis milhões e duzentos e
setenta e quatro mil e novecentos e noventa e seis reais
e noventa e três centavos).

171
9. ENCERRAMENTO

Nada mais restando, encerra este laudo pericial que é composto


de 172 (cento e setenta e duas) páginas impressas, todas rubricadas, sendo
esta última datada e assinada, e os seguintes anexos:

Anexo I – Apresentação Engo João Luiz

Anexo II – Relatórios Diários de Obra

Anexo III – Análise de Intervalos de Acessos com Interdição de


Via

Anexo IV – Comprovantes de Custos Incorridos

Anexo V – Evolução de Medições

Anexo VI – Análise dos Custos Indiretos

Anexo VII – Folhas de Pagamento

Anexo VIII – Evolução da Planilha Contratual

São Paulo, 12 de fevereiro de 2021

Engº Octavio Galvão Neto


CREA 0600762541
IBAPE/SP, FRICS, RICS Registered Valuer
Certificado IBAPE Avaliações AAA

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