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Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA

ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS - BARRAGENS PÁGINA: 1


ITEM: CAPA

ROTEIRO DE AUDITORIA
BARRAGENS
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS - BARRAGENS PÁGINA: 2
ITEM: APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO
Consoante a prioridade do Ministro-Presidente Humberto Guimarães Souto em
aprimorar os mecanismos de controle externo, especificamente em obras públicas, foi promovido
pelo Tribunal, em parceria com a Universidade de Brasília, a pós-graduação latu sensu “Curso de
Especialização em Auditoria de Obras Públicas”.

Este roteiro de auditoria é um dos produtos deste curso e foi elaborado tanto para prover
o Tribunal de um procedimento específico de auditoria em obras de barragem como para cumprir a
necessidade de elaboração de uma monografia de conclusão do curso de especialização.

No âmbito do Tribunal, este documento pretende fornecer melhores subsídios aos


analistas no desempenho de suas funções técnicas, visando ao contínuo incremento de qualidade,
objetividade e homogeneidade dos trabalhos desenvolvidos.

A expectativa é de que – aliado ao auxílio e à contribuição de todos os que vierem a se


utilizar deste valioso instrumento de controle, oferecendo críticas e sugestões para o seu contínuo
aperfeiçoamento – mais um importante passo esteja sendo dado no caminho da consolidação de
uma metodologia eficaz de controle.

Por fim, agradecemos em especial ao Professor André Pacheco de Assis, PhD,


integrante do corpo docente do curso de especialização, em face de sua importante a orientação para
elaboração deste trabalho e enfatizamos o grande proveito para o Tribunal de Contas da União da
realização de cursos especializados com a finalidade de promover o constante aperfeiçoamento de
seus funcionários.
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ITEM: SUMÁRIO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................5

2. ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO...................................................................................................................................6

2.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA......................................................................................................................6


2.1.1 Cadastro Básico................................................................................................................................................6
2.1.2 Pesquisa de Fiscalizações Anteriores...............................................................................................................6
2.1.3 Pesquisas em Sistemas Informatizados.............................................................................................................6
2.1.4 Solicitação de Documentação...........................................................................................................................6
2.1.5 Aquisição de Conhecimento Específico.............................................................................................................7
2.1.5.1 Conceitos básicos.......................................................................................................................................................7
2.1.5.2 Fases de projeto........................................................................................................................................................12
2.2 EXECUÇÃO DA AUDITORIA..............................................................................................................................15
2.2.1 PROJETO BÁSICO.........................................................................................................................................15
2.2.1.1 Orientações Preliminares..........................................................................................................................................15
2.2.1.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................15
2.2.1.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................16
2.2.1.4 Custos.......................................................................................................................................................................18
2.2.2 PROJETO EXECUTIVO.................................................................................................................................20
2.2.2.1 Orientações Preliminares..........................................................................................................................................20
2.2.2.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................20
2.2.2.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................20
2.2.3 LICITAÇÃO.....................................................................................................................................................21
2.2.3.1 Orientações Preliminares..........................................................................................................................................21
2.2.3.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................21
2.2.3.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................22
2.2.4 CONTRATOS...................................................................................................................................................24
2.2.4.1 Orientações Preliminares .........................................................................................................................................24
2.2.4.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................24
2.2.4.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................25
2.2.5 CONVÊNIOS...................................................................................................................................................26
2.2.5.1 Orientações Preliminares .........................................................................................................................................26
2.2.5.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................26
2.2.5.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................27
2.2.6 EXECUÇÃO FÍSICA DA OBRA......................................................................................................................27
2.2.6.1 Orientações Preliminares .........................................................................................................................................27
2.2.6.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................27
2.2.6.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................31
2.2.7 EXECUÇÃO FINANCEIRA/ORÇAMENTÁRIA..............................................................................................32
2.2.7.1 Orientações Preliminares .........................................................................................................................................32
2.2.7.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................33
2.2.7.3 Verificações Complementares..................................................................................................................................33
2.2.8 RECEBIMENTO DA OBRA............................................................................................................................33
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ITEM: SUMÁRIO

2.2.8.1 Orientações Preliminares .........................................................................................................................................33


2.2.8.2 Verificações Básicas.................................................................................................................................................34
2.3 RELATÓRIO DA AUDITORIA ............................................................................................................................34
2.3.1 CONVENCIONAL...........................................................................................................................................34
2.3.2 FISCOBRAS.....................................................................................................................................................37
2.3.3 RECOMENDAÇÕES PARA COMPOSIÇÃO DO PROCESSO......................................................................37
3. GLOSSÁRIO................................................................................................................................................................39

4. APÊNDICES.................................................................................................................................................................59

4.1 LEGISLAÇÃO........................................................................................................................................................59
4.2 RELAÇÃO DE NORMAS ABNT (APLICÁVEIS À ÁREA DE BARRAGENS)....................................................................65
4.3 JURISPRUDÊNCIAS E SÚMULAS......................................................................................................................67

5. BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................................................68
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ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
Este roteiro de auditoria tem por finalidade específica subsidiar os analistas deste
Tribunal com um instrumento útil, simples e objetivo para o melhor desenvolvimento dos
trabalhos relativos a auditorias em obras de barragens, buscando homogeneizar os
procedimentos, técnicas, relatórios e processos.
É de se ressaltar que este material deverá ser, quando oportuno, utilizado em conjunto
com os procedimentos de auditoria de licitações, contratos e convênios (PAs 03, 04 e 01,
respectivamente) deste Tribunal.

O roteiro está estruturado da seguinte forma:

 recomendações para a fase de planejamento da auditoria;


 itens de verificações básicas e complementares a serem observados durante a fase de
execução da auditoria;
 recomendações para estruturação do relatório;
 relação da documentação básica e complementar que deve compor o processo;
 glossário;
 relação da legislação, súmulas e decisões do Tribunal com relação à licitação,
contratação e fiscalização de obras públicas, bem como das principais normas
técnicas da ABNT aplicáveis a barragens; e
 bibliografia.

Todas as etapas de verificações, relacionadas com a fase de execução da auditoria,


estão divididas em básicas e complementares, sendo as básicas destinadas a levantamentos de
auditoria, ou seja, a auditorias mais expeditas, cujos prazos de execução são curtos (Fiscobras); e
as complementares destinadas a auditorias mais complexas que demandam análises mais
específicas. São abordados tanto aspectos legais de licitação, contratos e convênios, quanto
aspectos técnicos de engenharia.

Das verificações relativas a licitação, contrato e convênios, o usuário notará que


algumas das aqui elencadas estão presentes também nos PAs 01, 03, 04. Tal medida foi tomada
para que as verificações específicas de obras estivessem aqui contempladas, de modo a não se
perder a seqüência lógica dos trabalhos.
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2. ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

2.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

2.1.1 Cadastro Básico


A fim de facilitar o registro das informações básicas de cada obra, a equipe poderá enviar,
previamente ao início dos trabalhos de campo, o formulário sugerido no Apêndice (6.5 Modelo de
Cadastro) ao gestor do(s) contrato(s). Tal procedimento visa otimizar o tempo dos auditores, pois
em vez de buscar esses dados nos documentos (contratos e convênios, principalmente), já os
encontrarão registrados, bastando, portanto, conferir sua fidedignidade.
Vale ressaltar que o formulário sugerido contém as principais informações a serem
inseridas no sistema Fiscobras.
2.1.2 Pesquisa de Fiscalizações Anteriores
A equipe deverá pesquisar no âmbito do Tribunal de Contas da União e, sempre que
possível, da Secretaria Federal de Controle Interno e de outros Tribunais de Contas, a existência de
fiscalizações anteriores relativas à mesma obra, a fim de levantar informações que subsidiarão a
definição do escopo da auditoria.
2.1.3 Pesquisas em Sistemas Informatizados
A equipe deverá efetuar pesquisas nos sistemas Siafi e Siasg, a fim de levantar
informações básicas referentes ao volume de recursos orçados, empenhados e liquidados; contratos
e convênios com seus respectivos termos aditivos; empresas contratadas para execução da obra;
unidades gestoras e orçamentárias envolvidas; beneficiários das notas de empenho e das ordens
bancárias etc.
2.1.4 Solicitação de Documentação
Previamente ao início da fase de execução da auditoria, a equipe deverá elaborar as
solicitações dos documentos necessários definidos pelas pesquisas anteriores e, se julgar oportuno,
já encaminhá-las aos órgãos responsáveis, a fim de que sejam disponibilizados a partir do primeiro
dia da fase de execução da auditoria, com o objetivo de otimizar o tempo disponível para realização
dos trabalhos.
De forma geral, os documentos básicos a serem solicitados são:
 Processo licitatório completo, conforme o disposto do art. 38 da Lei nº 8.666/93
(inclusive documentação relativa ao estudo de viabilidade, projeto básico e projeto executivo);
 Caso seja inexigível ou dispensável a licitação, os documentos relativos ao
procedimento respectivo;
 Caso não tenha sido iniciado o procedimento de licitação, todos os documentos
relativos ao estudo de viabilidade e ao projeto básico, conforme disposto no inciso IX do art. 6º da
Lei nº 8.666/93;
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2.1.5 Aquisição de Conhecimento Específico


2.1.5.1 Conceitos básicos
Preliminarmente ao roteiro, é de fundamental importância que se apresente conceitos
básicos de obras de barragens a fim de que a equipe de auditoria tenha conhecimento do cenário
que irá encontrar quando da realização dos trabalhos.
Fotos: Vista aérea de barragens
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ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

A equipe deverá estudar as características básicas de obras de construção de barragens,


de forma a melhor compreender o objeto da auditoria. Sugerem-se como fontes de estudo os
sites da Centrais Elétricas do Brasil S.A. – Eletrobras (www.eletrobras.gov.br/atuacao/recursos)
e do Comitê Brasileiro de Barragens (www.cbdb.org.br) - os principais arquivos encontram-se
disponíveis na home-page da Secob. No primeiro, pode-se encontrar, além de uma descrição
detalhada das etapas do planejamento de uma barragem, a descrição dos serviços necessários à
construção de uma pequena central hidrelétrica, que, no tocante às obras civis, são aplicáveis a
qualquer barragem. No segundo, encontram-se informações técnicas sobre diversas barragens
construídas ou em construção no Brasil. Boa parte do resumo a seguir foi extraído dessas fontes.
Podemos destacar duas finalidades básicas desse tipo de obra:
 Barragem de regularização: regularização do regime hidrológico do rio pelo
armazenamento de água nos períodos de afluência maior do que a demanda a fim de garantir
vazões efluentes nos períodos de estiagem superiores às naturais;
 Barragem de retenção: retenção de água, sedimentos ou outros tipos de resíduos,
possibilitando o amortecimento de ondas de cheia e, consequentemente, inundações.
Nesse contexto, barragem é a estrutura que tem a função de represar a água,
visando, com a elevação do nível d’água do rio, possibilitar a alimentação da tomada d’água.
No caso de locais de baixa queda, a barragem tem também a função de criar o desnível
necessário à produção da energia desejada.
O tipo de barragem é escolhido em função das características topográficas e
geológico-geotécnicas do sítio, considerando-se, ainda, a disponibilidade de materiais naturais de
construção e o processo construtivo a ser utilizado.
Esse tipo de obra deve ser concebido sob um enfoque sistêmico, considerando as
inúmeras variáveis envolvidas: geologia local, disponibilidade de materiais de construção e mão-
de-obra, áreas de empréstimo, áreas que serão inundadas, interferências com a infra-estrutura
existente (cidades, rodovias, áreas indígenas, meio ambiente, etc.).
Especificamente em relação à barragem, podemos destacar duas estruturas
básicas: a do maciço e as fundações. O projeto deve ser concebido de forma a manter a
segurança do conjunto, bem como sua estanqueidade à passagem de água pelo maciço ou através
da fundação..
Com esse objetivo, diversos são os componentes presentes em uma obra desse
porte: tomada d´água, vertedouro, canal de fuga, filtros. O detalhamento desses conceitos é feito
no glossário do presente roteiro.
A prática atual em projetos de aproveitamentos hidrelétricos tem adotado,
preferencialmente, os seguintes tipos de barragem:

a - BARRAGEM DE TERRA:
É apropriada para locais nos quais a topografia se apresente suavemente ondulada,
nos vales pouco encaixados, e onde existam áreas de empréstimo de materiais argilosos/arenosos
suficientes para a construção do maciço compactado.
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ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

Um local considerado adequado para implantação de uma barragem de terra


deverá possuir as seguintes características: áreas de empréstimo e pedreiras localizadas em cotas
superiores às da barragem, visando facilitar o transporte de materiais ou situadas dentro da área
do futuro reservatório, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental; as fundações devem ter
resistência e estanqueidade suficientes; posicionamento do eixo em local mais estreito do rio,
visando-se reduzir o volume da barragem; margens do reservatório estáveis, visando-se
minimizar escorregamentos.
É importante destacar que, em regra, existem diversas áreas de empréstimo, no
âmbito do mesmo empreendimento, selecionadas de acordo com a disponibilidade de material e
da distância desse material ao local em que será aplicado.
Esse tipo de barragem pode ser subdividido em: homogênea, quando há
predominância de um único material; e zonada, quando há mais de dois tipos de materiais
predominantes.
O projeto deverá prever a proteção dos taludes, para evitar a erosão do material
compactado no corpo da barragem, bem como a presença de filtros verticais (prevenção do
carreamento do material no sentido montante e jusante) e de filtros horizontais (prevenção do
carreamento do material de fundação e promoção da drenagem das águas de percolação por meio
da fundação e do maciço compactado).

crista
borda livre

proteção com grama


NA máx. m2
1 dreno de pé
m1
H aterro
h 1
compactado
0,3h

m1 = inclinação do talude de montante;


m2 = inclinação do talude de jusante;
H = altura da barragem (m).
Obs: as medidas apresentadas são ilustrativas, podendo variar caso a caso
Figura 1 – Exemplo de seção de barragem homogênea

Caso o material a ser utilizado na compactação apresentar características de baixa


permeabilidade, o projeto consistirá em maciço homogêneo com sistema de drenagem interno
com a finalidade de evitar a possibilidade do fluxo atingir o talude de jusante e a formação de
“piping” (erosão regressiva).
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rip-rap crista

NA máx.

m1
1
m2
argila compactada 1
argila compactada

filtros

Figura 2 – Exemplo de seção de barragem homogênea com filtro interno

Para as barragens zonadas deve haver um núcleo de material terroso impermeável


com zonas de filtro como transição entre os diversos materiais.

transições

crista

NA máx.

m1
1
H m2
h m3 1
1 núcleo
impermeável 1
solo permeável m4 solo permeável

filtros

Obs: as medidas apresentadas são ilustrativas, podendo variar caso a caso

Figura 3 – Exemplo de seção de barragem zonada

b - BARRAGEM DE ENROCAMENTO:
É apropriada para os vales medianamente encaixados em regiões rochosas, nas
quais o capeamento de solo muitas vezes não existe ou é pouco espesso, onde existam condições
adequadas de fundações e pedreiras facilmente exploráveis a custo competitivo e/ou excesso de
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escavações obrigatórias em rocha. A inexistência de áreas de empréstimo de solos argilosos


torna antieconômica a adoção de barragem de terra nesses locais.
Tem sua implantação adequada em local com as seguintes características:
disponibilidade de material rochoso em quantidade suficiente; possibilidade de utilização direta
do material, sejam os mesmos provenientes da escavação das fundações das outras estruturas ou
das pedreiras; a largura do vale, na cota da crista da barragem, mais estreita no trecho
aproveitável do rio, visando-se reduzir o volume da barragem; e fundações e as ombreiras
resistentes e estanques.
Quando há predominância de material rochoso em sua seção, pode-se adotar dois
tipos de concepção distintos: com membrana externa impermeável (concreto, asfalto, etc) e com
núcleo impermeável interno (seção mista). A vantagem do primeiro tipo está ligada à
possibilidade de que o trecho de montante da barragem constitua-se na própria ensecadeira.

crista

NA máx.

m1 transição
m2
1
H 1
h
face de concreto enrocamento

plinto

Figura 4 – Exemplo de seção de barragem de enrocamento com face de concreto

transições

crista

NA máx.

m1 1 m2
1 m4
H 1
núcleo
h m3 argila
1
impermeável
enrocamento enrocamento

Figura 5 – Exemplo de seção de barragem mista


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O núcleo impermeável interno é constituído por material terroso impermeável,


contido por espaldares de enrocamento, e com zonas de filtro e transição entre o núcleo e o
enrocamento. A posição do núcleo pode ser inclinada ou central (simétrica).

c - BARRAGEM DE CONCRETO, CONVENCIONAL OU COMPACTADO A ROLO


(CCR), EM SEÇÃO TIPO GRAVIDADE:
Capaz de resistir, com seu peso próprio, à pressão da água do reservatório e à
subpressão das águas que se infiltram pelas fundações. É recomendado para vales estreitos,
encaixados, em maciço rochoso pouco fraturado e com boas condições de fundação. Sua seção
da barragem pode incorporar o vertedouro quando as condições topográficas do local
dificultarem a concepção de vertedouro lateral.

m u r e t a e v e n tu a l
1 ,0 0
0 ,3 0

N A m áx.
0 ,5 0

N A n o rm a l 1 ,0 0 lâ m in a v e r te n t e

0 ,1 0
H 1 0 ,7 0
Hv 1

s u p e r f íc i e d o
te r r e n o n a tu r a l

b 1 = 0 ,1 0 H
b1 b2
b 2 = 0 ,7 0 H
B
n o t a : d im e n s õ e s e m m e tr o

Obs: as medidas apresentadas são ilustrativas, podendo variar caso a caso

Figura 6 – Exemplo de seção de barragem de concreto

2.1.5.2 Fases de projeto

Os estudos relativos ao projeto de barragens exigem aprofundamento necessário


para que no momento da execução da obra não sejam encontrados fatos não previstos que
exigirão adequações ao projeto inicial e substanciais incrementos de custos, o que pode,
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ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

inclusive, inviabilizar a implantação do empreendimento. Para o correto desenvolvimento desses


estudos, podemos subdividi-lo em cinco etapas, consoante se segue:

1ª fase - ESTIMATIVA DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO

É a etapa dos estudos em que se procede a análise preliminar das características da


bacia hidrográfica, especialmente quanto aos aspectos topográficos, hidrológicos, geológicos e
ambientais, no sentido de verificar a vocação da bacia para geração de energia elétrica.
Essa análise, exclusivamente pautada nos dados disponíveis, permite efetuar uma
primeira avaliação do potencial, definir prioridades, prazos e os custos dos estudos da etapa
seguinte.

2ª fase - ESTUDOS DE INVENTÁRIO HIDRELÉTRICO

É a etapa em que se determina o potencial hidrelétrico da bacia hidrográfica e se


estabelece a melhor divisão de queda, mediante a identificação dos aproveitamentos que, no seu
conjunto, propiciem o máximo de energia, ao menor custo e com o mínimo impacto ao meio
ambiente.
Essa análise é efetuada com base em dados secundários, complementados com
essenciais informações de campo, e pautado em estudos básicos cartográficos,
hidrometeorológicos, energéticos, geológicos e geotécnicos, ambientais e outros usos de água.
Dessa análise resultará um conjunto de aproveitamentos, suas principais características, índices
custo - benefíco e índices ambientais.
Embora o duração dessa fase possa levar até 4 anos, percebe-se, atualmente, a
redução desses prazos, notadamente em função dos dados já disponíveis, visto que a grande
maioria das bacias já tem informações parciais relativas a estudos de inventário.

3ª fase - ESTUDOS DE VIABILIDADE

É a etapa em que se define a concepção global de um dado aproveitamento, da


divisão de queda selecionada na etapa anterior, visando sua otimização técnico-econômico e
ambiental e a obtenção de seus benefícios e custos associados. Essa concepção compreende o
dimensionamento do aproveitamento, as obras de infra-estrutura local e regional necessárias a
sua implantação, o reservatório, a área de influência, os outros usos da água e as ações sócio-
ambientais correspondentes.
Os Estudos de Viabilidade se constituem em documento de suporte técnico para
os processos de licitação da concessão.
O período de duração dessa etapa depende sobremaneira da qualidade dos
trabalhos realizados na fase de inventário, mas estima-se situar entre 1 e 2 anos.
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ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO

4ª fase -PROJETO BÁSICO

É a etapa em que o aproveitamento, concebido nos Estudos de Viabilidade, é


detalhado de modo a definir, com maior precisão, a segurança das estruturas através do
desenvolvimento das características técnicas do projeto, as especificações técnicas das obras
civis e equipamentos eletromecânicos, bem como os projetos sócio-ambientais.
O tempo estimado para a elaboração do Projeto Básico situa-se na faixa de 1 a 2
anos.
Em virtude de sua importância, o conceito de projeto básico é definido, no âmbito
das obras públicas, pelo art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/93, como o “conjunto de elementos
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço,
ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução”.
O detalhamento da análise desse projeto será feito em item específico do presente
roteiro. Porém, verifica-se que a exigência legal pressupõe a existência dos estudos anteriores
(inventário hidrelétrico e viabilidade), ou seja, a definição legal é mais ampla que o
detalhamento das etapas mencionadas sob o enfoque da engenharia.

5ª fase - PROJETO EXECUTIVO

É a etapa em que se processa a elaboração dos desenhos de detalhamento das


obras civis e dos equipamentos eletromecânicos, necessários a execução da obra e a montagem
dos equipamentos. Nesta etapa são tomadas todas as medidas pertinentes à implantação do
reservatório e dos projetos sócio-ambientais
De acordo com a Lei n° 8.666/93, é o conjunto dos elementos necessários e
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

É desenvolvido simultâneamente à execução da obras (duração de 4 a 6 anos).

Nessa etapa são desenvolvidos todos os desenhos definitivos que expressam com
fidedignidade os serviços executados, também chamados de “as built”.

Esses desenhos são de extrema valia quando da realização de uma auditoria “a


posteriori”.
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ITEM: GLOSSÁRIO

2.2 EXECUÇÃO DA AUDITORIA

2.2.1 PROJETO BÁSICO


2.2.1.1 Orientações Preliminares
A avaliação do projeto básico é uma das etapas mais importantes da auditoria, pois
grande parte das irregularidades encontradas têm sua origem na deficiência do projeto básico.
Os diversos elementos que o compõem (estudo de viabilidade, estudos geotécnicos e
ambientais, plantas e especificações técnicas, orçamento detalhado, etc.) muitas vezes
apresentam-se inconsistentes ou mesmo não existem, gerando problemas futuros de significativa
magnitude.
Entre as conseqüências de um projeto básico deficiente, podem-se destacar:

- falta de efetividade ou alta relação custo/benefício do empreendimento, devido


à inexistência de estudo de viabilidade adequado;

- alterações de especificações técnicas, devido à falta de estudos geotécnicos ou


ambientais adequados;

- alterações contratuais em função da insuficiência ou inadequação das plantas e


especificações técnicas, envolvendo negociação de preços.
De se ressaltar que essas conseqüências acabam por frustrar o procedimento licitatório,
dadas as diferenças entre o objeto licitado e o que será efetivamente executado, o que sugere a
conveniência de se promover audiência do responsável pela aprovação do projeto básico, quando
esse se apresenta inadequado.
O aprofundamento das verificações a seguir está diretamente relacionado com as
discrepâncias que serão encontradas quando da comparação dos serviços executados com os
previstos inicialmente.
2.2.1.2 Verificações Básicas
Verificar:
 Se foi realizado estudo de viabilidade para o empreendimento;
 Se existe projeto básico para toda a obra;
 Qual a data de sua elaboração;
 Se o projeto básico possui todos os elementos necessários;
Caso necessário, consultar definição de projeto básico e relação de seus elementos no glossário.

 Se existe Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do(s) responsável(is) pela sua


elaboração;
Caso necessário, consultar definição de ART no glossário.

 Se a Administração gestora do empreendimento adotou procedimento no sentido de


levantar as condições dos registros profissionais dos autores do projeto básico, junto ao órgão
fiscalizador competente, com o objetivo de facilitar a imputação de penalidades administrativas,
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 16
ITEM: GLOSSÁRIO

civis e penais, no caso de danos causados ao erário pela má execução dos referidos projetos
(Acórdão nº 580/2003- TCU - 2ª Câmara);
 Qual o valor previsto para execução da obra;
 Se possui orçamento detalhado de custos unitários;
 Quais as referências de custo utilizadas pela Administração para elaboração deste
orçamento;
 Se o custo da obra está compatível com valor de mercado;
 Se possui a licença ambiental;
Caso necessário, consultar esclarecimentos quanto à exigência de licença ambiental no glossário.

2.2.1.3 Verificações Complementares


Verificar:
 Se o planejamento do empreendimento passou pelas seguintes etapas: estimativa do
potencial hidrelétrico, estudos de inventário hidrelétrico, estudos de viabilidade, projeto básico e
projeto executivo (conforme a boa técnica recomendada pela ANEEL e Eletrobras para
implantação de um aproveitamento hidrelétrico);
 Se foi realizada licitação para elaboração do estudo de viabilidade, caso não tenha
sido elaborado pela própria administração;
 Se os profissionais responsáveis pelo estudo de viabilidade detêm capacitação técnica
compatível com a complexidade da tarefa;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram coletados, catalogados e analisados os
seguintes dados (conforme a boa técnica prescrita pela Eletrobras para Pequenas Centrais
Hidrelétricas):
 Mapas temáticos e imagens de satélites e radar;
 Base cartográfica, rede de apoio básico fundamental e
suplementar, levantamentos aerofotogramétricos, topográficos e
batimétricos;
 Relatórios de planejamento regional, planos diretores
municipais, planos setoriais (tais como planos rodoferroviários e
hidroviários);
 Relatórios de estudos de outros aproveitamentos hidrelétricos
da bacia hidrográfica, inclusive os Estudos de Impacto Ambiental;
 Relatórios de Estudo de Inventário Hidrelétrico da bacia em
que se insere o aproveitamento, inclusive os estudos ambientais já
realizados;
 Sistema energético em que se insere o aproveitamento;
 Bancos de dados, relatórios e estudos sócio-ambientais;
 Dados e relatórios de estudos geológicos, geotécnicos, de
recursos minerais e de sismicidade;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 17
ITEM: GLOSSÁRIO

 Dados e relatórios de estudos hidroclimatológicos e


hidrometeorológicos;
 Relatórios de estudos pedológicos;
 Relatórios sobre gestão global dos recursos hídricos da bacia,
destacando-se a existência de diagnósticos de bacias na ANEEL e de
Comitês de Bacias;
 Áreas de preservação ambiental, áreas indígenas, áreas de
remanescentes de quilombos, áreas de relevante interesse para o patrimônio
arqueológico, paisagístico e espeleológico;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizadas inspeções de campo com vistas
a confirmar e detalhar as informações decorrentes da análise de que trata o item anterior;
 Se o estudo de viabilidade definiu a área de influência direta e a indireta do
empreendimento;
 Se o estudo de viabilidade analisou alternativas de aproveitamento, que confirmem ou
alterem a proposta contida no Relatório de Inventário Hidrelétrico;
 Se foram elaborados Relatório de Planejamento dos Estudos Ambientais, Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos
aerofotogramétricos das prováveis áreas do reservatório;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos
topobatimétricos, incluindo: amarração topográfica das investigações geológico-geotécnicas,
apoio topográfico à sísmica de reflexão, levantamento topográfico das áreas das fontes potenciais
de materiais naturais de construção, pesquisas topográficas e levantamentos de eventuais selas nas
bordas do futuro reservatório, levantamento topográfico da área das vilas residenciais (se
houver) e levantamentos topográficos de apoio;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos
hidrometeorológicos, incluindo medições de descarga líquida e sólida e instalação e operação de
estação evapoclimatológica;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos geológicos e
geotécnicos, incluindo investigações manuais, mecânicas e geofísicas, ensaios geotécnicos e
geomecânicos e investigações complementares;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos sócio-
ambientais, incluindo pedologia e uso do solo, qualidade da água, limnologia, fauna aquática,
fauna terrestre, cobertura vegetal, unidades de conservação e outras áreas de interesse ecológico,
qualidade de vida da população, organização territorial, atividade produtivas e organização da
produção, organização social, cultural e política da população, patrimônio cultural, espeleológico
e arqueológico, populações indígenas, populações remanescentes de quilombos e população e
equipamentos de infra-estrutura na área de influência direta;
 Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos de custos,
incluindo obras civis, equipamentos eletromecânicos e custos sócio-ambientais;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 18
ITEM: GLOSSÁRIO

 Se foi realizada licitação para elaboração do projeto básico, caso não tenha sido
elaborado pela própria administração;
 Se os profissionais responsáveis pelo estudo de viabilidade detêm capacitação técnica
compatível com a complexidade da tarefa;
 Se o projeto básico foi elaborado de acordo com as Norams da ANEEL sobre o
assunto;
 Se foi analisada a possibilidade de adoção de soluções alternativas que facultassem a
redução de custos;
 Se o projeto básico prevê alguma técnica construtiva não convencional;
Caso afirmativo, verificar: se há justificativa técnica; se esta justificativa técnica é coerente; se foi
realizada análise do custo-benefício e do desempenho técnico dessa nova técnica;

 Se o projeto básico foi aprovado pela autoridade competente;

2.2.1.4 Custos

A matéria relativa a custos é de suma importância para a análise da boa e regular


aplicação dos recursos na obra.
Diferentemente de obras de edificação, onde encontramos diversos referencias de custos
por m2, a aferição do custo de barragens é uma tarefa mais delicada, visto haver uma maior
dificuldade para a definição de parâmetros globais.
Diversos são os fatores que dificultam a obtenção desses parâmetros, como por exemplo
os perfis geológicos e geográficos típicos de cada região ou as distâncias dos grandes centros
fornecedores de matéria-prima.
Dessa forma, fundamental se faz a análise dos preços unitários referentes aos principais
serviços, por meio da análise da composição analítica adotada no projeto básico. Se possível,
compará-los, levando em conta as peculiaridades, aos preços de contratos em obras similares
(CODEFASF, DNOCS, etc.).
Existe, também, uma excelente alternativa disponibilizada pela Eletrobras em seu site
(www.eletrobras.gov.br), que é a possibilidade de se efetuar o download de um sistema
específicos de custos, inclusive com manual explicativo - Sisorh. Transcrevemos abaixo um breve
resumo da estruturação desse sistema:

“Para a geração de orçamentos, são cadastrados dados específicos dos projetos que serão orçados. Além
desses, são cadastrados, também, os dados comuns, que podem ser utilizados por todos os projetos. Esses dados
comuns constituem a base conceitual, em torno da qual se busca uma unificação dos aspectos relativos ao processo
orçamentário. Eles podem ser subdivididos em quatro partes:

• definições sobre estruturas orçamentárias possíveis;


• tecnologias de construção;
• descrições dos insumos; e
• listas de preços dos insumos.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 19
ITEM: GLOSSÁRIO

Para cada parte dessas há um conjunto de classes as quais contêm objetos onde as descrições gerais,
independentes dos projetos específicos, são feitas.

Os dados dos projetos são definidos na classe Projeto, estabelecendo-se referências aos objetos da base
conceitual e cadastrando-se dados que os particularizam.

Visando uma maior flexibilidade e modularidade na especificação dos projetos que serão orçados pelo
SISORH, faz-se o uso de uma estrutura hierárquica para a definição do mesmo. Esta estrutura é mostrada na figura a
seguir.
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Conforme pode ser observado na figura:

• Cada projeto é definido como um conjunto de estruturas.


• Cada estrutura é composta por um conjunto de subestruturas.
• Cada subestrutura é composta por um conjunto de serviços.
• Cada serviço é formado por um conjunto de composições básicas, um de custos gabarito e um outro de
serviços de terceiros.
• As composições básicas refletem as tecnologias de construção. Ao se definir a utilização de uma
composição, determina-se, indiretamente, a utilização de insumos (materiais, mão-de-obra, equipamentos e
instalações industriais) e composições associadas, usadas para implementar uma composição maior
subdividida em outras.

É importante notar que, em alguns níveis da hierarquia, aparece o identificador (param). Ele indica os
níveis onde podem ser feitas definições de parâmetros de cálculo para o projeto. Deve ficar claro que estes
parâmetros não precisam ser definidos em todos os níveis hierárquicos. Ao se fazer o cálculo do orçamento para um
determinado nível da hierarquia, o sistema procura utilizar os parâmetros definidos neste nível. Caso um parâmetro
não esteja definido, ele será procurado no nível imediatamente superior, e, assim, sucessivamente até que seja
encontrado um valor. Desta forma, por exemplo, quando o SISORH calcula o custo unitário de uma composição
básica, ele procura os parâmetros definidos especificamente para ela. Se não os encontrar, passa a procurá-los no
serviço no qual está inserida a composição básica. Se ainda não encontrar, passa para a subestrutura que contém o
serviço e assim por diante.”
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 20
ITEM: GLOSSÁRIO

2.2.2 PROJETO EXECUTIVO


2.2.2.1 Orientações Preliminares
O projeto executivo detalha os elementos construtivos do projeto básico, como, por
exemplo, detalhes da fixação de equipamentos na casa de força (conforme as dimensões do
equipamento fornecido), detalhamento da seqüência de serviços de terraplenagem, etc.
É fundamental que se apresente coerente com o projeto básico, de modo que seja
respeitado o vínculo do objeto com o processo licitatório. Alterações significativas entre as fases
de projeto básico e projeto executivo indicam alta possibilidade de deficiência no primeiro.
De qualquer forma, alterações procedidas no projeto executivo (em relação ao projeto
básico) devem estar tecnicamente justificadas e aprovadas pela autoridade competente.
Conforme já mencionado neste roteiro, é no projeto executivo que são desenvolvidos
todos os desenhos definitivos que expressam com fidedignidade os serviços executados, também
chamados de “as built”. Esses desenhos são de extrema valia quando da realização de uma
auditoria “a posteriori”.

2.2.2.2 Verificações Básicas


Verificar:
 Se o projeto executivo é compatível com o projeto básico;
Caso necessário, consultar definição de projeto básico e relação de seus elementos no glossário.

 Se o projeto executivo abrange toda a obra;


 Qual a data de sua elaboração;
 Se o valor previsto no projeto executivo para execução da obra é compatível com o
valor previsto no projeto básico;
Caso não seja, verificar: se há justificativa técnica; se esta justificativa técnica é coerente.

 Se o projeto executivo foi (ou será) realizado pela contratante, pela contratada para
execução da obra ou por terceira parte;
 Se existe ART do(s) responsável(is) pela sua elaboração;
 Se a Administração gestora do empreendimento adotou procedimento no sentido de
levantar as condições dos registros profissionais dos autores do projeto executivo, junto ao órgão
fiscalizador competente, com o objetivo de facilitar a imputação de penalidades administrativas,
civis e penais, no caso de danos causados ao erário pela má execução dos referidos projetos
(Acórdão nº 580/2003- TCU - 2ª Câmara).

2.2.2.3 Verificações Complementares


Verificar:
 Se o projeto executivo contém todos os elementos necessários à completa execução da
obra;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 21
ITEM: GLOSSÁRIO

 Se o projeto executivo foi realizado antes da licitação ou se foi autorizado pela


Administração o seu desenvolvimento concomitante com a execução da obra;
 Se as técnicas de construção previstas e os materiais especificados no projeto
executivo são os mesmos previstos no projeto básico;
Caso negativo, verificar: se há justificativa técnica para essa modificação; se esta justificativa técnica é
coerente; se foi realizada uma análise do custo-benefício e do desempenho técnico dessa nova técnica;
e qual a implicação da utilização dessa nova técnica no custo da obra.

 Se o projeto executivo foi aprovado pela autoridade competente;


 Se o projeto as built vem sendo elaborado conforme o contrato.

2.2.3 LICITAÇÃO
2.2.3.1 Orientações Preliminares
A documentação concernente à licitação merece análise bastante criteriosa, visto que
decisões tomadas nessa fase influenciarão sobremaneira a condução do empreendimento até sua
conclusão.
Alguns aspectos merecem especial atenção, podendo-se destacar os descritos a seguir.

- Parcelamento da obra em etapas, de modo a aumentar a competitividade sem perder,


no entanto, as condições para economia de escala. No caso de barragens, o parcelamento não é
procedimento usual. Geralmente, a execução da obra fica é confiada a um consórcio de empresas,
composto por uma empreiteira de obras civis, uma empresa especializada em projetos, e
fornecedores de equipamentos eletromecânicos, sistemas de elevação de tensão, sistemas de
controle, material hidráulico pesado, etc. Quando a solução adotada não for essa, ou seja, quando
se optar pelo parcelamento da obra, a equipe de auditoria deve estar atenta à definição de
responsabilidades por cada serviço.

- Cronograma físico-financeiro compatível com o do projeto básico. Alguns


proponentes procuram aumentar os valores das etapas iniciais da obra, o que configura
antecipação de pagamento com riscos para a administração pública.

- Custos unitários compatíveis com os do projeto básico. Distorções significativas


podem gerar prejuízos à Administração Pública (acréscimo de serviços com preço unitário
elevado e redução daqueles cujos preços unitários estão baixos).
Quanto aos aspectos legais, o TCU possui PAs de licitação e contratos que devem ser
consultados. Neste roteiro, estão explicitados apenas os pontos mais relevantes para uma auditoria
de obra de barragem.
2.2.3.2 Verificações Básicas
Verificar:
 Qual foi (ou será) a data da abertura da licitação;
 Qual foi a data de homologação da licitação;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 22
ITEM: GLOSSÁRIO

 Se a modalidade de licitação adotada é compatível com o disposto nos arts. 22 e 23 da


Lei nº 8.666/93;
 Se a obra foi dividida em parcelas;
OBS.: Caso positivo, verificar se foi respeitada a modalidade de licitação pertinente para a execução
total da obra.

 Se o tipo de licitação adotado é adequado;


 Se houve dispensa de licitação;
OBS.: Caso positivo, verificar se há justificativa; se a justificativa é compatível com as disposições dos
arts. 24 e 26 da Lei nº 8.666/93.

 Se a licitação é inexigível;
OBS.: Caso positivo, verificar se há justificativa; se a justificativa é compatível com as disposições dos
arts. 25 e 26 da Lei nº 8.666/93.

 Se houve a devida publicidade de todas as etapas da licitação;


 Se há conformidade da proposta vencedora com os requisitos do edital e, conforme o
caso, com os preços correntes do mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com
os constantes do sistema de registro de preços, conforme dispõe o art. 43, inciso IV da Lei nº
8.666/93 (consulte o anexo específico neste relatório que trata da questão “preço”);
 Se houve exigências desnecessárias de caráter restritivo no edital, especialmente no
que diz respeito à capacitação técnica dos responsáveis técnicos e técnico-operacional das
empresas interessadas;
 Se os cronogramas físico-financeiros propostos pelo licitante vencedor ou pelas
demais empresas que participaram da licitação são adequados;
OBS.: Este é o caso em que há uma manipulação dos preços unitários de forma que os serviços iniciais
do contrato ficam muito caros e os finais muito baratos. Tal artifício permite uma maior capitalização
da contratada nos primeiros períodos da obra devido à antecipação de recursos.Como não há certeza da
aplicação dos recursos antecipados na própria obra, nas fases subseqüentes poderá haver dificuldades
por parte da empresa na execução do objeto contratado.

2.2.3.3 Verificações Complementares


Verificar:
 Se houve participação, direta ou indiretamente, na licitação do autor do projeto, básico
ou executivo, pessoa física ou jurídica;
OBS.: A Lei nº 8.666/93, em seu art. 9º, § 1º, apenas permite a participação do autor do projeto na
licitação, ou na execução da obra, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão
ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

 Se há indícios de direcionamento da licitação;


OBS.: Das informações contidas nas atas do procedimento licitatório, deve-se atentar para os casos de:
reduzido número de empresas participantes no certame licitatório (entre uma e quatro); a pacífica
participação nos trabalhos de análise das propostas pelas empresas interessadas no certame,
caracterizada pelo pequeno ou nulo registro de consignações nas atas; a realização de procedimentos
licitatórios integrais (da publicação até a adjudicação) em tempo extremamente reduzido; a pequena
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 23
ITEM: GLOSSÁRIO

divergência de preços globais propostos pelas empresas licitantes; a proporcionalidade de preços entre
as propostas das empresas licitantes.

 Se os critérios de medição e pagamento previstos no edital são usuais e se estão em


conformidade com o disposto nos arts. XX da Lei nº 4.320/64;
 A previsão, no instrumentos convocatório, de cláusulas que expressem
minuciosamente as penalidades administrativas, civis e penais a serem aplicadas aos responsáveis
pelos erros porventura constatados na elaboração do projetos básico e executivo (Acórdão nº
580/2003- TCU - 2ª Câmara).
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 24
ITEM: GLOSSÁRIO

2.2.4 CONTRATOS
2.2.4.1 Orientações Preliminares
Já existe no âmbito da administração federal sistema específico para o cadastramento de
todos os contratos e demais informações relevantes para o acompanhamento de sua execução,
denominado SIASG.
Atualmente, apenas a administração direta e parte da indireta utilizam-se desse sistema,
porém, comando inserido na lei de diretrizes orçamentárias para o exercício de 2002 prevê a
constituição de grupo de trabalho para a inserção de todos os órgãos e entidades pertencentes à
administração federal. Informações detalhadas podem ser obtidas no site www.
planejamento.gov.br.
2.2.4.2 Verificações Básicas
Verificar:
 Se a descrição do objeto do contrato é a mesma constante do edital de licitação;
 Qual o número identificador do contrato;
É o número dado pelo órgão público responsável pela obra.

 Qual o código SIASG do contrato;


É o código fornecido pelo SIASG, composto de: nº do contrato no SIASG, ano referente ao contrato,
código da Unidade de Administração de Serviços Gerais (UASG) que, no caso de obras, coincide com
o número da Unidade Gestora (UG). Caso a obra esteja cadastrada no SIASG (atualmente apenas a
administração direta e as autarquias), é possível a obtenção de quase todas as informações pertinentes
via sistema.

 Qual a data de assinatura;


 Qual a vigência inicial do contrato;
 Qual o valor inicial do contrato;
 Qual a data-base do orçamento do contrato;
Verificar se esta data-base, para fins de reajuste, é a mesma estabelecida no edital.

 Se o contrato, por meio da análise de suas cláusulas, vincula-se ao edital de licitação


(ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu) e à proposta do licitante vencedor;
OBS.: Verificar quais as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento dos preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das
obrigações e a do efetivo pagamento.

 Se houve termos aditivos;


Caso afirmativo, verificar as justificativas técnicas e os códigos no SIASG.

 Quais os objetos dos termos aditivos;


 Qual a vigência atual do contrato;
 Qual o novo valor do contrato;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 25
ITEM: GLOSSÁRIO

Acrescentar os valores referentes aos aditivos. Verificar se os acréscimos respeitam os limites previstos
no art. 65, XX 1º, da Lei nº 8.666/93, ou, se for o caso, os critérios estabelecidos pela DC 215/99-TCU-
P.

 Se eventuais alterações de projeto ou cronograma físico-financeiro foram


contempladas com aditivos contratuais;
 Se os termos aditivos contemplam acréscimos ou supressões de serviços; se esses
acréscimos foram devidamente justificados (conforme caput do art. 65 da Lei nº 8.666/93); e se
respeitam os limites definidos no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/93, ou, se for o caso, os critérios
estabelecidos pela DC 215/99-TCU-P;
OBS1.: Caso tenha havido acréscimo de serviços, verificar se esses foram contratados pelos mesmos
preços unitários da planilha orçamentária apresentada na licitação, conforme dispõe o §1 o do art. 65 da
Lei nº 8.666/93;
OBS2.: As alterações de quantitativos podem estar ocorrendo para reduzir quantitativos de serviços
cotados a preços muito baixos e/ou para aumentar quantitativos de serviços cotados a preços muito
altos. Analisar as justificativas apresentadas para as alterações de quantitativos para verificar sua
coerência e consistência.

 Se houve acréscimo de serviços cujos preços unitários não estavam contemplados na


planilha original, e se esses foram fixados mediante acordo entre as partes, conforme dispõe o § 3o
do art. 65 da Lei nº 8.666/93;
OBS.: verificar se ficou demonstrado que os preços ajustados são condizentes com os praticados no
mercado.

2.2.4.3 Verificações Complementares


Verificar:
 Se as especificações técnicas para execução da obra constantes do contrato são as
mesmas estabelecidas no projeto básico;
 Se o índice de reajustamento previsto no contrato está compatível com o objeto
contratado;
OBS1.: A Fundação Getúlio Vargas possui serviço de esclarecimento sobre a adequação de utilização
de cada um de seus índices. Pode ocorrer a utilização de um índice muito genérico para critério de
reajustamento em detrimento de índice mais específico. Geralmente, em obras de barragens, são
utilizadas cestas de índices, de acordo com o serviço a executar ou bem a fornecer.

 Se as datas-base adotadas nos termos aditivos são as mesmas do contrato original;


OBS1.: Especial atenção deve ser dada às datas-base utilizadas para aplicação dos reajustamentos. Em
contratos muito longos em que há ocorrência de vários termos aditivos, podem ocorrer datas-base
diferentes das do contrato original para os termos aditivos. Tal ocorrência é mais comum quando há
alterações de projeto com criação de serviços não previstos no contrato. Nesses casos, observar se está
sendo considerada data-base distinta para cada termo, para efeito das medições.

 A previsão, no instrumento contratual, de cláusulas que expressem minuciosamente as


penalidades administrativas, civis e penais a serem aplicadas aos responsáveis pelos erros
porventura constatados na elaboração do projetos básico e executivo (Acórdão nº 580/2003- TCU
- 2ª Câmara);
 Outros – Ver P.A. de Contratos.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 26
ITEM: GLOSSÁRIO

2.2.5 CONVÊNIOS
2.2.5.1 Orientações Preliminares
Pela leitura do instrumento de convênio a equipe tomará ciência do objeto do convênio
(que por vezes é extremamente impreciso), bem como das obrigações das partes. Especial
atenção deve ser dada aos aspectos técnicos das prestações de contas periódicas, dada a co-
responsabilidade do convenente, bem como à aprovação de alterações de projeto ou de
especificações técnicas por parte deste.
Há que se verificar, ainda, se vêm sendo cumpridas as obrigações do concedente no que
concerne à fiscalização dos trabalhos.
Ademais, existem casos em que foram firmados dois ou mais convênios (por órgãos
distintos da Administração Pública) para o mesmo objeto, o que pode fazer com que o
concedente não detecte um eventual sobrepreço.
Cabe lembrar a existência de Procedimento de Auditoria específico de Convênios (P.A.
01), que deve ser consultado para a verificação de aspectos legais do acordo.
Por fim, é importante destacar, quanto ao aspecto formal dos itens de verificação a
seguir, que há, em alguns casos, distinção entre eles. A maior parte dos aludidos itens necessita
de juízo de valor por parte do analista (caso do “verificar se...”), mas há itens que, de forma
imediata, assumem a função apenas informativa, tipo um cadastro, o que é caracterítica de vários
campos do Fiscobras (são os itens tipo: “Qual(is) ...”).

2.2.5.2 Verificações Básicas


Verificar:
 Se consta do termo de convênio a descrição detalhada, clara e precisa do objeto; se
coincide com a descrição do objeto da licitação, ou seja, se coincide com a descrição da obra;
 Qual a data de assinatura;
 Quais os órgãos concedente e convenente;
 Qual a vigência inicial do convênio;
 Qual o valor inicial;
 Qual o número do convênio no SIAFI;
 Qual a situação atual do convênio;
 Caso esteja concluído, extinto, rescindido ou suspenso, indicar a data da ocorrência.
 Se houve termos aditivos e indicar quais os seus números;
 Se o convênio teve seu objeto mantido nos termos aditivos;
 Qual a atual vigência do convênio;
 Qual o valor atual do convênio;
 Se não há duplicidade de convênios para o mesmo objeto.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 27
ITEM: GLOSSÁRIO

2.2.5.3 Verificações Complementares


 Ver P.A. de Convênios

2.2.6 EXECUÇÃO FÍSICA DA OBRA


2.2.6.1 Orientações Preliminares
Um dos mais importantes aspectos a observar numa auditoria de obra é o que se refere a
medições e pagamentos. Medições de serviços não executados e superestimativas de volumes de
serviços realizados têm sido comumente encontradas, especialmente em contratos por preços
unitários, o que irá gerar superfaturamento ou, no mínimo, antecipação de pagamentos.
Quanto aos aspectos técnicos, especial atenção deve ser dada ao cumprimento das
especificações da obra, pois é muito comum a contratada procurar aumentar seu lucro por meio
da substituição de materiais por outros de menor custo e pior qualidade.
Finalmente, convém destacar que o Livro de Ocorrências (ou Diário de Obra) é uma
importante fonte de consulta do analista quando este desejar analisar o desempenho da
fiscalização da obra naquilo que se refere às questões técnicas.

2.2.6.2 Verificações Básicas


A. ASPECTOS GERAIS
Verificar:
 Qual a situação do empreendimento na data da vistoria;
Indicar a data da vistoria. Situações possíveis: em andamento, paralisado, não iniciado ou concluído.

 Qual a data de início da execução;


 Se houve paralisação;
 Qual o percentual executado até a data da vistoria;
 Data prevista para conclusão;
 A coerência entre o percentual realizado e o valor estimado para conclusão (este valor
é informado no subitem 2.7.2);
 Se é possível utilizar parcelas já concluídas para a finalidade da obra.
OBS.: No caso de um só edifício, geralmente não é possível utilizar fases já concluídas.

 Se a execução da obra está sendo acompanhada e fiscalizada por um representante da


Administração especialmente designado;
OBS.: é permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
essa atribuição, conforme dispõe caput do art. 67 da Lei nº 8.666/93; essa contratação é especialmente
necessária quando o contratante não possui engenheiro com experiência no tipo de obra em execução.

 Se a obra está sendo executada fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
avençadas no contrato, conforme dispõe o art. 66 da Lei nº 8.666/93;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 28
ITEM: GLOSSÁRIO

 Se os profissionais responsáveis pela obra não são aqueles indicados na fase de


licitação para fins de comprovação de capacitação técnico-profissional, e se seus substitutos
possuem experiência equivalente ou superior, conforme dispõe o §1o inciso I do art. 30 da Lei
8.666/93;
 Se os materiais aplicados e os serviços executados na obra foram inspecionados pela
fiscalização, com vistas a se constatar o atendimento às especificações, conforme dispõe os
incisos I e II do art. 78 da Lei nº 8.666/93;
OBS: verificar se eventuais substituições de materiais especificados foram analisadas e aprovadas pela
fiscalização, e se foram mantidos os mesmos padrões de qualidade e preço.
B. MEDIÇÕES E PAGAMENTOS
Verificar:
 A correlação entre o Programa de Trabalho (PT), notas de empenho e ordens
bancárias;
 Se há relatório que demonstre que a fiscalização procede à rigorosa medição das
etapas já concluídas, para a liberação de pagamento de parcelas da obra, de modo a evitar
pagamentos antecipados ou discrepâncias entre os serviços medidos e pagos, conforme dispõe os
arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/64 e §1o do art. 67 da Lei nº 8.666/93;
OBS.: Atentar apara a competente atestação das faturas.

 Se as medições acumuladas são compatíveis com a previsão inicial de quantitativos de


serviços constante do orçamento estimativo do projeto básico;
 Se as medições acumuladas são compatíveis com o cronograma físico-financeiro da
obra a fim de verificar eventuais inconsistências;
 In loco se o volume desta etapa já executado corresponde ao volume medido pela
fiscalização;
 In loco se o percentual de volume já executado é coerente com o volume previsto no
projeto básico e executivo e com o cronograma físico da obra;
 Se não ocorreu duplicidade de pagamento de um mesmo serviço por fontes distintas
de recursos;

C. ASPECTOS TÉCNICOS

Alguns cuidados especiais devem ser adotados quando da análise da execução física de
uma barragem. Por vezes, é necessária a execução de barragens sobre solos que apresentam
características geotécnicas desfavoráveis – baixa resistência, elevadas permeabilidade,
compressibilidade e colapsibilidade. Nesse sentido, trataremos de quatro situações distintas:
fundações em solos permeáveis, em solos moles, em solos porosos e colapsíveis e em rocha.

a) fundações em solos permeáveis


Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 29
ITEM: GLOSSÁRIO

Duas são as preocupações nesses casos: evitar que a água penetre em região
indesejável e, caso necessário, facilitar sua saída dessa região.
Para o primeiro objetivo adotam-se as seguintes medidas:
 trincheiras impermeáveis (cut-offfs): construção de trincheiras vedantes obtidas compactando-
se solo impermeável em trincheiras escavadas na fundação permeável de barragem. É a
solução mais utilizada para profundidades até 30 m, tendo execução dificultada quando
necessário rebaixamento do lençol freático.
 paredes diafragmas – estruturas impermeáveis delgadas construídas pelo preenchimento das
trincheira com concreto (plástico) ou solo-cimento, abertas com o auxílio de lama
bentonítica. Atingem maiores profundidades (até 65 m) e tem espessuras situadas na faixa de
0,50 a 1,50m.
 cortina de estacas-pranchas cravadas a partir da superfície do terreno, não havendo a
necessidade de substituição do material da fundação;
 injeções de impermeabilização: processam-se por meio de numerosas rupturas hidráulicas que
permitem a penetração da calda no solo arenoso e dificultam a passagem de água de
percolação. O projeto deve compatibilizar as deformações do conjunto maciço-fundação para
que não ocorram trincas indesejáveis, visto que as injeções tornam mais rígido o trecho de
fundação tratado.
 Controle de percolação com drenos: possibilita a redução da subpressão a jusante como do
gradiente hidráulico da saída, aumentando a segurança do conjunto.
 Execução de tapete impermeável a montante: laje de concreto executada ao pé do talude de
montante, ao longo de toda a extensão da barragem, com o objetivo de aumentar o caminho de
percolação por sob a barragem, maximizando a eficiência do barramento.

transições

crista

NA máx.

núcleo
argila
impermeável
enrocamento enrocamento

cut off

cortina de injeções

Figura 7 – Exemplo de medidas de tratamento de fundação em solos permeáveis


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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 30
ITEM: GLOSSÁRIO

b) fundações em solos moles

A primeira alternativa em relação a esse tipo de solo é a de sua remoção total.


Porém, em alguns casos, em virtude de aspectos econômicos procura-se conviver com o
problema. Duas são as preocupações: ruptura de base (deslizamento de material de fundação de
do aterro) e recalques excessivos.
As soluções adotadas são, em regra:
 remoção do material mole e substituição por aterro compactado: escavação mecânica,
remoção por bombas de sucção, deslocamento por jatos d´água e deslocamento por peso do
aterro;
 lançamento de aterro sobre solo mole: quando for possível trabalhar com cronograma de
maior duração;
 adensamento acelerado: sobrecarregamento da fundação mediante alteamento do aterro, desde
que não haja risco para a estabilidade do aterro.

c) fundações em solos porosos e colapsíveis.

Esse tipo de solo tem como características elevada porosidade e baixo teor de
umidade, o que gera solo com baixo grau de saturação. Quando submetidos à saturação, sem
acréscimo de carga, sofrem recalques bruscos.
Procura-se, nos casos em que essa camada é muito espessa para remoção
econômica ou constitui tapete impermeável sobre camada permeável, as seguintes soluções:
 solo poroso, mas não colapsível: estudos de recalque devem ser efetuados visando remoção
parcial do solo;
 Solo poroso e colapsível: devem ser adotadas medidas para assegurar a ocorrência de
recalques da fundação durante a execução da barragem.

d) fundações em rocha
A solução é definida em função da qualidade do material do subsolo. Em geral,
a especificação é no sentido da remoção de todo o solo até a rocha alterada e apoio do núcleo em
rocha sã, com superfície final limpa por meio de jatos de ar e água.
 Utilização de concreto dental e recobrimento com argamassa ou concreto: para regularização
de depressões ou eliminação de taludes negativos;
 Tratamento profundo com injeções rasas: as profunidades de injeção variam de 4,0 a 10,0 m e
as pressões em torno de 0,25 Kg/cm2 por metro de profundidade. Visam evitar a migração do
materia do núcleo da fundação, reduzir a potencialidade de curto circuito hidráulico por sobre
a cortina de injeção e reduzir pressões de percolação elevadas no contato fundação-maciço no
pé de jusante do núcleo;
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 31
ITEM: GLOSSÁRIO

 Tratamento profundo com injeções profundas: são realizados furos com espaçamentos
reduzidos (furos exploratórios, primários, secundários) em função das absorções verificadas
ou critérios de perda d´água. Condicionantes geológicos e tipo de barragem determinam as
profundidades dos furos exploratórios, bem como a cortina de injeção.

No contexto apresentado, existem ocorrências que só podem ser previstas


durante a execução da obra.
O tratamento de fundação profundo, como abordado anteriormente, é um
exemplo típico, visto que a definição final só é obtida a medida que os serviços vão sendo
executados. Segundo o autor José Eduardo Moreira, “neste tipo de serviços, os projetos devem ter
uma característica mais conceitual do que determinística, explicando o porquê, quando e onde
determinado tratamento deve ser adotado. Por outro lado, a Fiscalização deve ter uma autoridade
de decisão ampla, a fim de obter um produto melhor e em prazo menor”.
Com efeito, no tratamento de fundação de barragem por meio de cortinas de
injeções, iniciam-se os serviços pelos furos primários, diminuindo-se o espaçamento com furos
intermediários (secundários), a assim sucessivamente, até que as absorções de calda sejam
inferiores aos limites pré-estabelecidos. A própria eficiência da cortina é aferida por ensaios de
perda d´água comparando-se as permeabilidades dos furos iniciais com a dos furos finais.
Outro ponto a ser destacado refere-se aos estudos hidrológicos que definem o
cálculo dos volumes hídricos disponíveis e das vazões de pico das cheias. Considerando que todos
os cálculos são probabilísticos, pode acontecer de que as vazões previstas no dimensionamento de
ensecadeiras e outras obras auxiliares sejam superadas durante a execução, o que obriga a
realização de serviços adicionais para a manutenção da segurança da obra.
Dessa forma, especial cautela ao analisar aditivos em contratos de obras de
barragem.

2.2.6.3 Verificações Complementares


A. ASPECTOS GERAIS
Verificar:
 Se existe o alvará de construção, conforme legislação municipal;
 Se existem placas de identificação da obra, conforme dispõe o art. 16 da Lei nº
5.194/66 e nas normas do órgão contratante ou concedente;
 Se o responsável técnico pela execução possui, na obra, a Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART), do CREA, conforme dispõe os arts. 1º e 2º da Lei nº 6.496/77;
 Se o contratado mantém preposto, aceito pela Administração, no local da obra, para
representá-lo na execução do contrato, conforme dispõe o art. 68 da Lei nº 8.666/93;
 Se o cronograma físico de execução da obra vem sendo cumprido;
Caso a obra esteja atrasada, verificar as justificativas que devem constar do processo.

 Se o representante da Administração, responsável pela fiscalização da obra, mantém


anotação em registro próprio de todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 32
ITEM: GLOSSÁRIO

determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados, conforme
dispõe o § 1º do art. 67 da Lei nº 8.666/93;
 Se o representante da Administração, responsável pela fiscalização da obra,
encaminhou relatórios à autoridade competente, comunicando ocorrências que poderiam ensejar
sanções ao contratado e alterações de projeto, custo ou prazo da obra, conforme dispõe o § 2o do
art. 67 da Lei nº 8.666/93;
 Se a contratada subcontratou partes da obra dentro do limite admitido pela
Administração, conforme dispõe o art. 72 da Lei nº 8.666/93;
 Outros – Ver P.A. de Obras
B. MEDIÇÕES E PAGAMENTOS
Verificar:
 A compatibilidade das memórias de cálculo das medições realizadas pela fiscalização
com os critérios definidos no edital;
OBS1.: Pode haver medições em desacordo com os critérios definidos (p. ex.: a medição do volume de
terra para um aterro está prevista nos critérios de medição como sendo por volume aterrado e está
sendo medida por volume transportado).
OBS2.: Poderá estar havendo antecipação de medições ou mesmo medição de serviços não previstos à
conta de serviços contratuais.

 Verificar se houve antecipações de medições e/ou pagamentos, relativas aos últimos


meses do ano;
OBS.: A impossibilidade de aproveitamento de recursos já inscritos em Restos a Pagar no exercício
seguinte pode induzir a esta prática. É comum encontrar-se um grande volume de Ordens Bancárias
emitidas nos últimos dias do exercício.

 Se o cálculo do reajustamento está correto, de acordo com os critérios previstos no


contrato, conforme dispõe o inciso III do art. 55 da Lei nº 8.666/93;
 A compatibilidade entre os valores das ordens bancárias emitidas, as faturas atestadas
pela fiscalização e as medições realizadas;

2.2.7 EXECUÇÃO FINANCEIRA/ORÇAMENTÁRIA

2.2.7.1 Orientações Preliminares

No que concerne à execução financeira e orçamentária, a equipe deverá verificar


a coerência entre os valores empenhados e liquidados, o percentual já executado do
empreendimento e o seu custo, conforme previsto no projeto básico, e o valor estimado para a
conclusão.
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 33
ITEM: GLOSSÁRIO

Especialmente para o Plano Especial de Auditoria de Obras (Fiscobras), essas


informações são essenciais, pois irão subsidiar a Comissão Mista de Orçamento do Congresso
Nacional na elaboração da lei orçamentária do exercício seguinte.

2.2.7.2 Verificações Básicas


Verificar:
 O mês/ano da primeira dotação;
 As origens dos recursos (União, Estados, Município, Externo, Privado, outros);
 O crédito pelo qual correrá a despesa;
 Calendário de desembolso;
 Se o ano da primeira dotação orçamentária coincide com o primeiro ano do calendário
de desembolso;
 Se há previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das etapas a
serem executadas no exercício financeiro em curso;
 O valor estimado para conclusão;
Verificar se o valor estimado para conclusão é compatível com o valor total orçado, obtido a partir do
valor atualizado do projeto básico ou de informações do executor, menos as parcelas correspondentes
ao total executado, ou seja, verificar se o valor estimado para conclusão + o valor liquidado é
compatível com o custo do projeto básico.

2.2.7.3 Verificações Complementares


Verificar:
 A conformação das curvas de percentuais de fluxos financeiros simples e acumulados
versus tempo;
OBS1.: Em geral, a curva de percentuais simples esperada deve ser crescente nos primeiros períodos
em função da mobilização da empresa. Tomando como referencial uma reta que passa pela origem dos
eixos e pelo percentual de 100% no último período da obra, a curva de percentuais acumulados
esperada deverá estar bastante próxima desta nos primeiros períodos.
Pode ocorrer manipulação dos preços unitários de forma que os serviços iniciais do contrato ficam
muito caros e os finais muito baratos. Tal artifício permite uma maior capitalização da contratada nos
primeiros períodos da obra devido à antecipação de recursos.
Como não há certeza da aplicação dos recursos antecipados na própria obra, nas fases subseqüentes
poderá haver dificuldades por parte da empresa na execução do objeto contratado.
Outro aspecto é o crescente desinteresse do contratado ao longo das demais períodos por conta do baixo
preço dos serviços remanescentes.

2.2.8 RECEBIMENTO DA OBRA


2.2.8.1 Orientações Preliminares
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 34
ITEM: GLOSSÁRIO

O recebimento da obra é uma das fases mais importantes do processo. O contratante


deve proceder à minuciosa análise de todos os serviços executados, elaborando check-list das
pendências e exigindo da empreiteira a correção das falhas detectadas.
Quando a auditoria ocorre após a conclusão da obra, é de extrema importância avaliar
sua qualidade. A existência eventual de equipamentos defeituosos ou com potência nominal
excessiva em relação ao necessário, vazamentos em juntas, e outros defeitos construtivos poderá
comprometer a funcionalidade do projeto, bem como gerar despesas futuras para a
Administração Pública.
É, portanto, fundamental verificar se o contratante acionou a empresa
construtora/fornecedora para sanar os problemas surgidos.
Evidentemente, o fato de a obra estar concluída não exime a equipe de auditoria de
avaliar os atos do gestor responsável no decorrer de sua execução.

2.2.8.2 Verificações Básicas


Verificar:
 Se houve recebimento provisório da obra, pelo responsável por seu acompanhamento
e fiscalização, mediante termo circunstanciado assinado pelas partes, conforme dispõe o art. 73,
inciso I, alínea a, da Lei nº 8.666/93;
 Se houve recebimento definitivo da obra, por servidor ou comissão designada por
autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após prazo de
observação ou vistoria que comprovasse a adequação do objeto aos termos contratuais, conforme
dispõe o art. 73, inciso I, alínea b, da Lei nº 8.666/93;
 Se a Administração rejeitou a obra, no todo ou em parte, por motivo de execução em
desacordo com o contrato;

2.3 RELATÓRIO DA AUDITORIA

2.3.1 CONVENCIONAL

Um relatório de auditoria abrangente pode ter a seguinte estrutura:


1. Sumário;
2. Resumo;
3. Folha de rosto;
4. Introdução;
5. Capítulos sobre os temas principais;
5.1. detalhamento das irregularidades encontradas ou análise dos pontos
identificados no ato de designação;
5.2. outras questões relevantes.
6. Conclusão;
7. Proposta de encaminhamento;
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 35
ITEM: GLOSSÁRIO

8. Anexos.
Partes do relatório de auditoria:
1. Sumario
O sumário facilita a localização de assuntos, porque indica as páginas correspondentes.
Permite ao leitor identificar o conteúdo do relatório, por intermédio dos títulos, capítulos e sessões
que o compõem. Deve mostrar que as informações estão em ordem lógica, podendo cada capítulo
ser analisado por si só, mas formando um conjunto.
Os anexos – glossários, tabelas, gráficos, ilustrações e outros documentos ou
informações necessários à formulação dos argumentos e das conclusões do relatório – também
devem estar referenciados no sumário.
2. Resumo
Segundo a NBR 6028, resumo é apresentação concisa dos pontos relevantes de um
texto. Tem como objetivo fornecer elementos capazes de dar ao leitor uma visão do tema
investigado, decidir sobre a necessidade de consulta ao texto original e/ou transmitir
informações de caráter complementar.
O resumo deve conter o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho.
Deve ser redigido em uma seqüência lógica, corrente, de frases concisas e não de uma
enumeração de tópicos, utilizando-se a terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa.
3. Folha de Rosto
A folha de rosto identifica o trabalho realizado. Deve conter os seguintes dados:
3.1) Da fiscalização.
- ato originário que determinou a realização da auditoria;
- portaria (ato) de designação;
- período de realização dos trabalhos;
- período abrangido pela auditoria;
- área de fiscalização;
- objetivo e escopo da auditoria;
- composição da equipe de auditoria (nome, cargo, matrícula).
3.2) Do ente auditado:
- nome do órgão ou entidade;
- natureza jurídica;
- vinculação (Ministério);
- identificação no SIAFI - UG/Gestão (se houver);
- vinculação: TCU;
- relação de responsáveis (nome, endereço, CPF, cargo e período).
3.3) Processos correlatos:
- TCs nº;
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ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 36
ITEM: GLOSSÁRIO

- fiscalizações anteriores: TCs, deliberações, mérito.


4) Introdução.
A introdução é uma visão geral da entidade e do relatório de auditoria, incluindo
antecedentes, objetivos, escopo e estratégia metodológica da auditoria.
a) Antecedentes
A equipe deve especificar a natureza do objeto da auditoria e mencionar, quando for o
caso, outras fiscalizações feitas recentemente sobre o assunto, que poderão constar em processos
de auditoria, prestações de contas, denúncias, representações. Convém, todavia, fazer uma
descrição suficiente do objeto auditado para permitir ao leitor compreender sua relevância e suas
principais características.
b) Objetivos e escopo da auditoria
Os objetivos da auditoria devem ser enunciados claramente para que se possam avaliar
os resultados alcançados pelo trabalho. Quando descrever os objetivos e escopo da auditoria, a
equipe estará definindo os limites do trabalho desenvolvido e especificando os temas,
instituições, sistemas ou aspectos que foram auditados. Sempre que a equipe crer conveniente,
para evitar ambigüidades, devem ser mencionados os aspectos específicos que não se abordaram
na auditoria.
Devem, também, ser mencionadas as limitações impostas à realização da auditoria,
associadas à confiabilidade ou à dificuldade para obter dados, assim como aquelas relacionadas
ao próprio escopo do trabalho.
5) Capítulos sobre os temas principais
Essa parte do relatório está relacionada com os objetivos da auditoria.
Os capítulos devem estar ordenados de forma a facilitar a leitura e compreensão dos
temas abordados. Podem ser organizados de diferentes maneiras: uma delas é tratar cada questão
de auditoria em um capítulo específico; outra, é estruturar os capítulos seguindo uma seqüência,
como organização administrativa, geográfica ou funcional do objeto da auditoria.
Cada capítulo deve permitir ao leitor acompanhar a lógica dos argumentos e das
justificativas que sustentem os achados, sem serem prolixos ou repetitivos. Caso haja
necessidade de mais detalhes, utilizar o anexo.
6) Conclusão e recomendação
Esse tópico tem por objetivo sintetizar, de forma exata, justa e clara, os aspectos
tratados em cada capítulo, de maneira a se obter um compreensível quadro dos principais
achados e das respectivas recomendações.
7) Proposta de encaminhamento
A equipe deve formular a proposta de encaminhamento em que constará a síntese das
recomendações formuladas no relatório e, quando for o caso, as determinações que, por seu
juízo, deveriam ser formuladas pelo TCU. Deverão ser indicadas as sessões dos capítulos que
tratam dos achados e recomendações que sustentam a proposta encaminhada.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 37
ITEM: GLOSSÁRIO

2.3.2 FISCOBRAS
Desde 1997, as Leis de Diretrizes Orçamentárias vêm determinando ao Tribunal a
prestação de informações ao Congresso Nacional referentes às obras públicas integrantes do
Orçamento Geral da União. Essas informações devem ser encaminhadas até 30 de setembro de
cada ano.
Assim, com o objetivo de padronizar essas informações, o Tribunal desenvolveu o
Sistema de Fiscalização de Obras Públicas - FISCOBRAS, cujo resultado final são relatórios
eletrônicos gerados a partir de informações obtidas pelas Secretarias de Controle Externo
(SECEXs) nos levantamentos de auditoria efetuados nas obras selecionadas anualmente. Essas
informações visam a subsidiar a apreciação pelo Poder Legislativo da proposta orçamentária do
Executivo, criando condições para uma avaliação mais criteriosa da alocação dos recursos
públicos em obras. No âmbito deste sistema, em 1997 foram fiscalizadas 96 obras; em 1998, 110
obras; em 1999, 132 obras; em 2000, 197 obras; em 2001, 304 obras. Em 2002, serão
fiscalizadas 421 obras.
Para obter detalhes que abordem navegação no sistema, conceitos e preenchimento dos
relatórios eletrônicos, aconselhamos a consulta ao Manual Fiscobras 2002, disponível na intranet
do Tribunal.
2.3.3 RECOMENDAÇÕES PARA COMPOSIÇÃO DO PROCESSO
O objetivo deste item é sugerir aos analistas do Tribunal algumas recomendações para
composição do processo de auditoria no que tange à sua “forma física”, a fim de colaborar na
uniformização dos procedimentos nas fiscalizações e, mais importante, servir de lastro às
fundamentações dos itens da proposta de encaminhamento da equipe, sobretudo daqueles que
propugnam pela reprovação do ato administrativo, por ação ou omissão.
Conforme dispõe a Resolução nº 136, de 30/08/2000, que estabelece procedimentos para
recebimento, autuação e tramitação de processos e documentos no âmbito do Tribunal:
“Art. 11. O processo será formado de maneira cronológica e seqüencial, terá numeração de páginas
contínua, e deverá ser desdobrado em volumes limitados ao máximo de duzentas páginas.

Art. 12. Sempre que o documento a ser juntado ao processo justificar sua disposição à parte dos autos
principais, por razões de conveniência para a organização, ou determinação normativa, deverão ser constituídos
anexos ao processo.

§ 1º Por razões de conveniência para a organização dos autos, poderão ser formados anexos que integrem
documentos pertinentes a defesa, audiência, diligência, inspeção.
§ 2º Aos anexos aplicam-se as mesmas regras de organização para os autos principais, incluído o desdobramento
em volumes.”
Na composição do volume principal do processo (caput), deve constar: a portaria de
designação dos analistas (cadastrada no Sistema Fiscalis) responsáveis pela auditoria, o respectivo
relatório de auditoria e os pareceres do Diretor e Titular da Unidade Técnica competente.
Quando o analista, durante uma auditoria, constatar alguma impropriedade,
irregularidade ou ilegalidade nos procedimentos adotados pelo órgão auditado, deverá
necessariamente juntar ao processo cópias dos documentos que as comprovem. Caso a
impropriedade, irregularidade ou ilegalidade seja relativa à inexistência de documento exigido
pela legislação, é recomendável que a equipe obtenha do responsável, durante a auditoria, uma
declaração da inexistência do referido documento para juntá-la ao processo.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 38
ITEM: GLOSSÁRIO

A seguir, relacionamos uma lista de documentos, dentre outros, que, de acordo com as
impropriedades, irregularidades ou ilegalidades detectadas na auditoria, deverão ter suas cópias
juntadas ao processo.
 projeto básico, com orçamento detalhado;
 projeto executivo;
 EIA , RIMA e licença ambiental;
 documentação relativa ao processo licitatório, especialmente a proposta da contratada;
 documentação relativa ao convênio;
 contrato e seus termos aditivos;
 anotação de Responsabilidade Técnica - ART, dos projetos e da obra;
 cronograma físico-financeiro;
 diário de ocorrências (ou de obras);
 relatórios e pareceres técnicos;
 laudos de verificação;
 relatórios de medições;
 notas fiscais, notas de empenho, notas de liquidação e ordens bancárias;
 termos de recebimento (provisório e definitivo);
 alvará de construção;
 legislação local aplicável (municipal/estadual).
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 39
ITEM: GLOSSÁRIO

3. GLOSSÁRIO

 AÇUDE
Fechamento de vale destinado ao armazenamento de água das chuvas ou à regularização do
fluxo de cursos d’água intermitentes (perenização de rios).
Comparar com BARRAGEM, DIQUE e REPRESA.

 ADENSAMENTO
Redução progressiva do volume de uma massa de solo sob o efeito de seu próprio peso ou do
acréscimo de pressão externa, em três estágios sucessivos: inicial, primário e secundário. A
redução se faz à custa do volume de vazios com a conseqüente expulsão de ar e água.
Ver também COMPACATAÇÃO.

 ADITIVO
Produto artificial ou natural adicionado a concretos, caldas ou argamassas de injeção, em
pequenas porcentagens, com o objetivo de alterar uma ou mais de suas propriedades.

 ADUFAS
Estruturas existentes nos maciços de algumas barragens, à semelhança de janelas, que
permitem a passagem da água durante a construção de outro trecho da barragem. Quando é
utilizado esse processo, providencia-se, inicialmente, a redução da largura do rio, por meio da
construção de ensecadeiras. Em seguida, na parte seca do leito do rio, constrói-se parte do maciço
da barragem, contendo as adufas. Em seguida, inverte-se o bloqueio do rio, isolando-se a outra
parte do leito e fazendo-se com que a água passe pelas adufas. Ao final da construção, as adufas
são fechadas com a utilização de comportas.

 AFLORAMENTO
Qualquer exposição de rochas ou solos na superfície da Terra. Podem ser naturais (escarpas,
lajeados) ou artificiais (em superfícies de escavação).

 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Processo para determinar a distribuição granulométrica de um solo, isto é, separação de um
solo em diversas frações formadas cada uma por grãos com determinadas dimensões.

 ANCORAGEM
Processo pelo qual é possível consolidar-se porções de maciços de solo ou rocha, bem como
melhorar a união de obras de engenharia aos seus maciços de apoio, por meio de barras de união,
atirantadas ou não, ou de cabos de aço protendidos.

 AQÜÍFERO
Formação geológica capaz de armazenar e transmitir água em quantidades apreciáveis.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 40
ITEM: GLOSSÁRIO

 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO EMPREENDIMENTO


Aquela cuja abrangência dos impactos incide diretamente sobre os recursos ambientais e a
rede de relações sociais, econômicas e culturais, podendo se estender além dos limites da área a
ser definida como polígono de utilidade pública.

 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA DO EMPREENDIMENTO


Aquela onde incidem os impactos indiretos, decorrentes e associados aos impactos diretos,
sob a forma de interferência nas suas interrelações ecológicas, sociais e econômicas, podendo
extrapolar os divisores da bacia hidrográfica e os limites municipais.

 AREIA
Solo sem coesão, formado por minerais ou partículas de rochas cujos diâmetros máximos e
mínimos são respectivamente da ordem de 4,76 e 0,075 mm.

 AREIA ARTIFICIAL
Areia resultante da britagem de rocha. Pó de brita.

 ARGAMASSA
Mistura de cimento, areia e água. É definida pelas relações areia/cimento e água/cimento.
Usada em geral para injeção de maciços com vazios de dimensões iguais ou superiores a três
vezes o diâmetro máximo das partículas da areia utilizada.

 ARGILA
Solo de granulação muito fina (menor que 0,002 mm) ou a parte de granulação muito fina de
um solo. Apresenta características marcantes de plasticidade dentro de uma certa faixa de teores
de umidade. É normalmente compactada para uso em núcleos impermeáveis de barragens.

 ART
Significa Anotação de Responsabilidade Técnica. É o registro que se faz, no Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) local, previamente à execução de
quaisquer serviços de engenharia, tais como projetos, perícias, avaliações, consultorias, sondagens
e a execução da obra propriamente dita. É ela que vincula o engenheiro responsável técnico ao
trabalho por ele prestado, pelo qual passa a responder na eventualidade de que algum erro técnico
seja detectado. Uma das vias da ART deve, obrigatoriamente, permanecer no local da construção,
à disposição da fiscalização do CREA, e deve conter o nome e número de registro de todos os
responsáveis por cada etapa da obra (sondagem, projetos, construção, etc.).

 AS BUILT
Ver referência em PROJETO EXECUTIVO.

 ASCENSÃO CAPILAR
Altura atingida por uma coluna de água num tubo capilar, acima do nível d’água fora do tubo.
Nos solos, significa a elevação da água acima do nível freático.
Ver também CAPILARIDADE.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 41
ITEM: GLOSSÁRIO

 ASSOREAMENTO
Acúmulo de solo causado por enchentes ou por construções. Enchimento de reservatórios
imediatamente a montante do barramento de fluxo fluvial, por partículas finas que variam desde
argila coloidal até areia.

 BACIA DE DISSIPAÇÃO DE ENERGIA


Região situada na saída do vertedouro, escavada em rocha ou revestida, na qual a água vertida
repousa de modo a dissipar sua energia cinética, reduzindo assim a probabilidade de erosão do
leito e das margens do rio.

 BANCADA
Forma geométrica dos taludes nas escavações a céu aberto com diferentes níveis, semelhantes
a degraus de uma escada.

 BARRAGEM
Vide conceitos no item 2.1.5.
Comparar com AÇUDE, DIQUE e REPRESA.

 BETUME
Mistura asfáltica constituída de hidrocarbonetos naturais utilizada em impermeabilizações
superficiais.

 BERMA
Plataforma horizontal executada no talude de jusante da barragem, destinada a possibilitar a
manutenção e o acesso a cabines de instrumentação.

 BORDA LIVRE
Porção do talude de montante situada entre o nível máximo do reservatório e a crista da
barragem. Precisa ser protegida contra os efeitos das ondas.
Ver Figura 1, item 2.1.5.1.
Ver também RIP-RAP.

 BRITAGEM
Fragmentação mecânica de uma rocha, industrialmente realizada em britadores, com o
objetivo de reduzir as dimensões até tamanhos não inferiores a 1 cm (abaixo desse tamanho, a
fragmentação denomina-se moagem).

 CALDA DE INJEÇÃO
No sentido amplo, é qualquer fluido destinado a injeção de maciços. Usualmente, o termo é
empregado para designar calda de cimento utilizada em impermeabilização.

 CÂMARA DE CARGA
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 42
ITEM: GLOSSÁRIO

A câmara de carga é a estrutura, posicionada entre o canal de adução e a tomada d’água


propriamente dita, destinada a:
• promover a transição entre o escoamento a céu aberto no canal de adução, e o
escoamento sob pressão no conduto forçado;
• aliviar o golpe de aríete que se processa no conduto forçado quando ocorre o
fechamento brusco do dispositivo de controle de vazões turbinadas; e
• fornecer água ao conduto forçado quando ocorre uma abertura brusca desse
mesmo dispositivo, até que se estabeleça, no canal de adução, o regime permanente de
escoamento.

 CÂMARA DE EQUILÍBRIO
O mesmo que CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO.

 CANAL DE ADUÇÃO
Canalização a céu aberto destinada a conduzir a água do reservatório até a câmara de carga e a
tomada d’água. A escolha da seção típica mais adequada para o canal vai depender das condições
topográficas e geológico-geotécnicas da ombreira em cada local onde o canal será implantado.
Poderão ser adotados canais trapezoidais, em solo, ou retangulares, em rocha, com ou sem
revestimento. Em muitos casos, a tomada d’água situa-se no próprio maciço da barragem,
tornando desnecessária a utilização de canal de adução. Essa denominação é aplicável também a
qualquer interferência promovida no fundo ou laterais do reservatório com o objetivo de
direcionar o fluxo de água para a tomada d’água.

 CANAL DE FUGA
Situado a jusante do tubo de sucção, entre a casa de força e o rio, é o canal através do qual a
vazão turbinada é restituída ao rio. Sua função é permitir a dissipação da energia cinética
porventura ainda existente, de modo a evitar erosão do leito e das margens do rio.

 CANAL DE RESTITUIÇÃO
Situado a jusante do canal ou túnel de fuga, é o canal através do qual a vazão turbinada é
restituída em baixa velocidade ao rio.

 CAPACIDADE DE CARGA
Valor da pressão que produz a ruptura de um solo de fundação quando submetido a um
carregamento aplicado em área limitada.

 CAPILARIDADE
Propriedade pela qual a água intersticial de um solo alcança pontos situados acima do nível
freático. Esse fenômeno está relacionado às tensões capilares e sua intensidade aumenta em
função da diminuição do índice de vazios.
Ver também ASCENSÃO CAPILAR.

 CARGA DE TRABALHO
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 43
ITEM: GLOSSÁRIO

Carga que pode ser aplicada com segurança a um solo de fundação, conduzindo ao mesmo
tempo a recalques compatíveis com a superestrutura ou mantidos dentro de limites previamente
estabelecidos.

 CASA DE FORÇA
Edificação que abriga os equipamentos necessários à geração de energia elétrica (turbinas,
geradores, etc) e seus auxiliares, imprescindíveis à operação e manutenção do sistema.
Geralmente, os transformadores e a subestação localizam-se nas imediações da casa de força.

 CASCALHO
Depósito natural de fragmentos de rochas arredondados e inconsolidados. Consiste
predominantemente de partículas maiores que areia.

 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO
Reservatório cilíndrico semelhante a uma caixa d’água, normalmente posicionado no final da
tubulação de adução de baixa pressão e a montante do conduto forçado, com as seguintes
finalidades:

• amortecer as variações de pressão, que se propagam pelo conduto


forçado, golpe de aríete, decorrente do fechamento rápido da turbina; e

• armazenar água para fornecer ao conduto forçado o fluxo inicial


provocado pela nova abertura da turbina, até que se estabeleça o regime contínuo.

• Deve ser instalada o mais próximo possível da casa de força, para reduzir
o comprimento do conduto forçado e diminuir os efeitos do golpe de aríete.

 CIMENTO
Em sentido amplo, todo e qualquer material susceptível de adquirir certa rigidez após
moldado, podendo ser utilizado como ligante de outros materiais ou servir de material de
enchimento de vazios.

 CIMENTO PORTLAND
Tipo de cimento hidráulico constituído fundamentalmente por óxidos de cálcio, alumínio,
silício e ferro. Após a hidratação, tais óxidos transformam-se em silicatos, dando rigidez e
resistência ao conjunto. Cimento comum.

 CISALHAMENTO
Fraturação ou tendência à fraturação de uma rocha por ação de esforços cisalhantes, isto é, de
dois esforços paralelos não alinhados e em sentidos opostos. Esse fenômeno pode ser produzido
artificialmente por ensaios de laboratório, ou ocorrer naturalmente, quando tensões fraturam e
movimentam as rochas da crosta terrestre.

 COESÃO
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 44
ITEM: GLOSSÁRIO

Parcela da resistência ao cisalhamento de um solo provocada pelas forças de atração entre as


partículas.

 COMPACTAÇÃO
Adensamento de um solo por meios mecânicos, visando melhorar suas características
geomecânicas.
Para determinação experimental da correlação entre a massa específica aparente seca de um
aterro, sua umidade, e a energia utilizada para a compactação do mesmo, utiliza-se o chamado
“ensaio normal de compactação”, idealizado por Proctor. Por esse ensaio, chega-se à conclusão de
que há uma umidade ótima para compactar o solo, para cada energia de compactação (peso do
rolo compressor e n.º de passadas por camadas). A essa umidade corresponderá uma densidade
máxima do solo atingida pela sua compactação. Se, na execução da compactação, a umidade for
maior ou menor que a ótima, o solo não atingirá o grau de compactação (densidade) desejado.
Portanto, quando da construção do núcleo argiloso da barragem, para cada camada de solo
compactado (aproximadamente 20 cm de altura) são feitos ensaios de compactação. A camada
que não atinge a densidade desejada deve ser removida e descartada.
Os equipamentos modernos utilizam pesos cada vez maiores permitindo obter no campo
densidades mais altas. Isto exigiu a modificação do ensaio normal de compactação. Hoje, além do
“Proctor Normal”, podem ser utilizados o “Proctor Intermediário” e o "Proctor Modificado".
Nesses ensaios, a densidade máxima é crescente, a partir da utilização de energia de compactação
(peso do equipamento e número de passadas) também crescente. Entretanto, a adoção de padrão
diferente do Proctor Normal exige a utilização de sistemática de controle tecnológico muito mais
eficiente. Na prática, o Proctor Intermediário e o Modificado são adotados apenas em projetos
com características especiais ou por empreiteiras de grande porte, detentoras de equipamentos
modernos e laboratórios de controle tecnológico bem aparelhados.

 COMPRESSIBILIDADE
Propriedade de um solo relativa a sua susceptibilidade de diminuir de volume sob o efeito da
aplicação de uma carga.
Ver também COMPACTAÇÃO.

 CONCRETO DE REGULARIZAÇÃO
Concreto magro (sem ferragem) utilizado com o objetivo de anular superescavações e permitir
a uniformização da superfície da fundação.

 CONCRETO DENTAL
Mistura de cimento, areia e pedra (concreto magro) utilizada no preenchimento de pequenos
bolsões e fendas e na regularização de taludes de rocha no sentido de uniformizar a superfície da
fundação.

 CONCRETO PROJETADO
Mistura de cimento e agregado de até 2,5 cm de diâmetro que é lançada sob pressão para os
tetos e paredes de escavações, com o objetivo de incrementar a capacidade de auto-sustentação do
maciço, e ainda de impermeabilização ou proteção à erosão.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 45
ITEM: GLOSSÁRIO

 CONDUTO FORÇADO
Tubulação de alta pressão situada entre a chaminé de equilíbrio e a casa de força. Construído
em aço ou concreto, tem inclinação de até 45° e, em função da dimensão da queda, permite o
escoamento da água em grande velocidade e com baixos níveis de atrito, de modo a maximizar a
rotação das turbinas e a conseqüente geração de energia elétrica. Em algumas barragens, o projeto
prevê a construção de conduto forçado embutido em concreto ou rocha (túnel), com ou sem
camisa de aço. Constitui um dos itens mais expressivos da planilha orçamentária de uma
obra de barragem em termos de custo.

 CORPO DE PROVA
Amostra de material para ser submetida a ensaios mecânicos destinados à medição das suas
propriedades, e possuindo geometria adequada ao tipo de ensaio a realizar.

 CORTINA ATIRANTADA
Laje ou conjunto de lajes justapostas e ancoradas utilizadas na contenção de taludes.

 CORTINA DE ESTACAS-PRANCHAS
Sistema de contenção das paredes verticais de uma escavação obtida pela cravação contínua
de tábuas de madeira ou perfilados metálicos justapostos lateralmente ao longo do corpo a ser
praticado.

 CORTINA DE INJEÇÕES
Porção de um maciço perfurada por um conjunto de furos dispostos em uma ou mais linhas,
nos quais se injetam substâncias com a finalidade de diminuir a permeabilidade do maciço.
Ver Figura 7 no item 2.2.6.2, alínea C.
Ver também INJEÇÃO.

 CRISTA DA BARRAGEM
Linha que une os pontos mais altos do maciço da barragem. Para todas os tipos de barragem
de terra, a largura mínima da crista deverá ser de 3,0 m. Se a barragem for utilizada como estrada,
a largura mínima será de 6,0 m. Nas barragens vertedouras, o enchimento total do reservatório
ocasiona o escoamento da água por sobre a crista. Nos demais casos, a água nunca deverá passar
por sobre a crista, mas, ao contrário, as cheias do rio devem ser administradas mediante a abertura
das comportas do vertedouro, mantendo-se uma borda livre entre o nível máximo do reservatório
e a crista.
Ver Figura 1 no item 2.1.5.1.

 CROSS-HOLE
Técnica da “sísmica de refração” que consiste em captar em um ou mais furos de sondagem
ondas geradas por uma fonte colocada em um outro furo. A velocidade de propagação das ondas
dá indícios da ocorrência de vazios (cavernas) ou de veios de rochas ou solos menos resistentes.
Ver também SÍSMICA DE REFRAÇÃO.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 46
ITEM: GLOSSÁRIO

 CUT-OFF
Técnica utilizada em tratamento de fundações de barragens, que consiste na escavação de uma
vala ao longo de todo o eixo da barragem (exceto onde for necessário tratamento de fundação em
rocha), e preenchimento com solo compactado. Essa solução tem sido mais intensamente utilizada
em vista da evolução dos equipamentos de terraplanagem, que a têm tornado mais econômica para
profundidades cada vez maiores. Têm profundidade de até 0,30 vezes a altura da barragem ,
limitadas a 35 m. Profundiades de até 25 a 30 metros são, hoje, perfeitamente razoáveis. Em
barragens de enrocamento com núcleo de argila, o cut off deverá estar, obrigatoriamente, sob toda
a base do núcleo impermeável.
Ver Figura 7 no item 2.2.6.2, alínea C.

 DATA-BASE
É a data a que se referem os preços utilizados na elaboração do orçamento detalhado constante
do projeto básico.

 DESCARGA AMBIENTAL
Vazão mínima que deve ser assegurada a jusante do barramento tanto durante o enchimento
do reservatório quanto ao longo da vida útil da barragem, com o objetivo de minimizar as
alterações nas condições ambientais locais e da bacia hidrográfica.

 DESCARGA DE FUNDO
Túnel ou conduto existente no fundo do reservatório, acionado eventualmente, com o objetivo
de permitir o escoamento de partículas de solo transportadas pelo curso d’água e represadas pela
barragem (assoreamento). É usual em projetos de barragens situadas em trechos de rios onde o
transporte de material arenoso é intenso. Das grandes barragens brasileiras, apenas a de
Sobradinho apresenta esse dispositivo.

 DESVIO DO RIO
Canal ou túnel provisório destinado a desviar o fluxo, possibilitando a drenagem do local do
barramento e a construção da barragem. É fechado ao final da obra, de modo a permitir o
enchimento do reservatório.
Ver também TÚNEL DE DESVIO.

 DIQUE
Estrutura de fechamento de vale destinada a impedir o escoamento da água de reservatório
formado a partir da construção de uma barragem. Os diques são barramentos que não possuem
estrutura de controle de vazão (vertedouro).
Comparar com AÇUDE, BARRAGEM e REPRESA.

 DRENO
Em sua concepção mais simples, constitui-se de um furo, preenchido ou não com areia,
destinado a coletar a água e conduzi-la para o local de esgotamento.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 47
ITEM: GLOSSÁRIO

 DRENO DE PÉ
Elemento drenante localizado na base do talude de jusante da barragem, destinado a impedir a
acumulação de água e o conseqüente processo erosivo.
Ver Figura 1 no item 2.1.5.1.

 EMPOLAMENTO
Aumento de volume que sofre determinado material rochoso ao passar do estado intacto para
o fragmentado. Nas escavações de solos ou rochas, por exemplo, o volume de material
transportado é maior do que o escavado, em virtude do empolamento.

 ENROCAMENTO
Técnica utilizada na construção de barragens, que consiste na superposição de pedregulhos
encaixados, de modo a formar uma barreira capaz de interromper o fluxo d’água. No
enrocamento, o índice de vazios é elevado, o que o torna permeável. É necessário, portanto,
combinar essa técnica com a construção de um núcleo de argila compactada impermeável
(barragem mista) ou com a execução de uma face de concreto impermeável sobre o talude de
montante.

 ENSECADEIRA
Barreira de terra e pedregulhos destinada a impedir a passagem da água por um trecho do leito
do rio, no qual será edificada a barragem. Após liberado o percurso que servirá de desvio do rio,
são concluídas as ensecadeiras a montante e a jusante do local do barramento.

 ESPECIFICAÇÕES
É o conjunto de descrições das características que cada material de uma obra ou serviço
deverá apresentar. Não se pode incluir na licitação bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
características e especificações exclusivas (exceto se tecnicamente justificável).

 ESQUEMA DE FOGO

Disposição de furos carregados de explosivos, que por meio de detonação instantânea ou


retardada das cargas, provocam o desmonte de determinado volume de rocha quer a céu aberto,
quer em escavação subterrânea.

O mesmo que PLANO DE FOGO.

 ESTUDO DE VIABILIDADE
É uma das etapas essenciais do planejamento de uma obra de barragem. Nessa fase são
estudadas todas as alternativas ao empreendimento (inclusive possibilidades de execução do
barramento em outros pontos do rio ou construção de várias barragens em seqüência) e
selecionada aquela que resulte na melhor relação benefício/custo.

Ver também item 2.1.5.2. – Fases de Projeto.


Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 48
ITEM: GLOSSÁRIO

 FACE DE CONCRETO
Laje inclinada apoiada sobre o talude de montante de barragem de enrocamento, cujo objetivo
é impermeabilizar o barramento.

Ver Figura 4 no item 2.1.5.1.

Ver também PLINTO.

 fck
É um índice utilizado para designar a resistência característica, ou de projeto, do concreto.
Normalmente são utilizados valores entre 15 MPa (ou 150 Kgf/cm 2), para edificações mais
simples, e 20 MPa (ou 200 Kgf/cm2), para obras de maior porte. A cada concretagem efetuada na
obra, devem ser moldados corpos de prova de concreto, que serão posteriormente rompidos em
laboratório para aferição de sua resistência. Atualmente há uma tendência em se especificar
estruturas com fck mais elevado (30 a 40 Mpa).

 FILTRO

Camada ou combinação de camadas de materiais permeáveis, projetada e colocada de maneira a


garantir a drenagem e a evitar o carreamento de partículas de solo e do próprio filtro sob o efeito
de percolação d’água. Em barragens, utilizam-se diversos tipos de filtro, tais como horizontal,
vertical, chaminé, etc.

Ver Figura 2 no item 2.1.5.1.

 FRATURA
Quebras em rochas resultantes de intenso dobramento ou falhamento. Descontinuidade do
maciço rochoso.

 FUNDAÇÃO
As barragens são constituídas de fundação e maciço. A fundação consiste, portanto, na infra-
estrutura da barragem, ou seja, a parte da barragem que está no nível do terreno natural (ou fundo
do leito do rio) ou abaixo dele. O termo também é utilizado para denominar o próprio solo ou
rocha onde a barragem é apoiada.
Ver também TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES.

 INJEÇÃO
Introdução de determinadas substâncias aglomerantes numa estrutura ou num maciço rochoso,
com a finalidade de impermeabilizar ou consolidar a zona injetada.
Ver também CORTINA DE INJEÇÕES.

 INSTRUMENTAÇÃO
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 49
ITEM: GLOSSÁRIO

Operação dos instrumentos e equipamentos destinados ao controle das variáveis cujo


acompanhamento é necessário durante a construção e/ou operação da barragem, tais como nível e
qualidade da água, vazão, velocidade nos condutos, recalque da estrutura, etc).

 JUNTAS
Seções de contato entre diferentes elementos da estrutura da barragem, como por exemplo,
entre a face de concreto e o plinto. O termo também é aplicável às frestas deixadas entre
elementos de concreto com o objetivo de evitar que sua dilatação por variações de temperatura
provoque o colapso da estrutura. Todas as juntas são preenchidas por material plástico
impermeável.

 JUSANTE
Região situada após o barramento, tomando-se como referência o sentido do fluxo do rio.

 LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS
Método utilizado na observação aérea de uma região. A área é coberta por diversas fotografias
sucessivas tiradas durante sobrevôo em avião fretado, de modo a haver certa sobreposição entre as
fotos. Quando observadas com a utilização de instrumento óptico específico, as fotos permitem a
visualização em três dimensões.

 LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS


Os levantamentos e estudos geológicos e geotécnicos têm os seguintes objetivos:
• investigar as condições das fundações e ombreiras na região das estruturas
componentes do aproveitamento, bem como das encostas na vizinhança da obra;
• pesquisar e caracterizar as áreas de empréstimo de solo, jazidas de areia e
cascalho mais próximas do sítio do empreendimento; e
• locais prováveis para lançamento de bota-fora, instalação de canteiro e
alojamento de operários.
• As investigações geológicas e geotécnicas necessárias devem ser
planejadas por técnicos com comprovada experiência em estudos dessa natureza. As
características do sítio, o tipo de arranjo e o porte do aproveitamento condicionarão a
extensão do programa de investigação.

 LEVANTAMENTOS TOPOBATIMÉTRICOS
Para o projeto de uma barragem, serão necessários levantamentos topográficos de precisão,
listados a seguir, os quais devem ser realizados de acordo com a Norma NBR 13133, da ABNT:
• determinação da queda natural no local;
• planialtimétricos das áreas de implantação das estruturas previstas;
• planialtimétricos das áreas de empréstimo de solo, jazidas de areia e
cascalho e pedreiras;
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 50
ITEM: GLOSSÁRIO

• nivelamento da linha d’água do reservatório;


• cadastro jurídico das propriedades atingidas;
• levantamento das propriedades atingidas para efeito de subdivisão e
averbação legal.
Além desses, deverá ser levantado o fundo do rio na região de implantação das estruturas
(topobatimetria).
A determinação da queda natural poderá ser feita utilizando-se, alternativamente, a tecnologia
de rastreamento de satélite GPS, a qual tem sido muito usada para locação das Referências de
Nível (RNs) no sítio da barragem, em substituição ao transporte de cotas para o local a partir de
marcos topográficos do IBGE na região. Essa tecnologia é particularmente atrativa quando os
marcos do IBGE estão longe do sítio, uma vez que demanda menos tempo, sem prejuízo para a
precisão, e é, quase sempre, mais econômica.
Esses levantamentos deverão ser executados por empresas especializadas, ou por profissionais
autônomos qualificados.

 LICENÇA AMBIENTAL
De acordo com o art. 2º da Resolução CONAMA nº 237/97 (que regulamenta o art. 10 da Lei
da Lei nº 6.938/81), "a localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental
competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis." Esta resolução estabelece, no
§ 1º do art. 2º, que estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades
relacionadas em seu Anexo I. Entre eles, encontram-se as barragens.
A licença ambiental é fornecida pelo Órgão Ambiental Estadual, pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – IBAMA, ou pelo Órgão Ambiental Municipal.
Nesse último caso, devem ser ouvidos, quando couber, os órgãos competentes da União e do
Estado/ DF onde se situa o município em que se localiza o empreendimento.

 LIMNOLOGIA
Estudo dos fenômenos físicos e biológicos relativos ao lago que será gerado a partir do
barramento.

 LIMPEZA DE FUNDAÇÃO
Método de tratamento de fundação em rocha, que consiste na remoção manual de pedras
soltas e outras impurezas e na aplicação de jatos de ar e água para limpar a rocha da fundação, de
modo a melhorar a aderência do maciço à fundação.

 MACIÇO DA BARRAGEM
As barragens são constituídas de fundação e maciço. O maciço consiste, portanto, na própria
superestrutura da barragem, ou seja, a parte da barragem que está sobre a fundação.

 MACIÇO ROCHOSO
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 51
ITEM: GLOSSÁRIO

Unidade geológica considerada como um conjunto de blocos de rocha e as descontinuidades


que os limitam.

 MONTANTE
Região situada antes do barramento, tomando-se como referência o sentido do fluxo do rio.

 NÚCLEO DA BARRAGEM
Porção de argila impermeável em uma barragem do tipo mista ou do tipo zonada.

Ver Figuras 3 e 5 no item 2.1.5.1.

 OBRA
São as construções, reformas, fabricações, recuperações ou ampliações, realizadas por
execução direta ou indireta.

 OBRAS E SERVIÇOS DE GRANDE VULTO


Aqueles cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite máximo para a modalidade de
licitação “tomada de preços”.

 OMBREIRAS
Encostas entre as quais é construída a barragem. A estrutura da barragem apóia-se no solo
(fundação) e, lateralmente, nas ombreiras.

 PALEOCANAL
Canal fluvial anterior ao atual leito do rio, que foi preenchido por sedimentação. Essa região
pode ter resistência e permeabilidade diferentes do restante da fundação, exigindo medidas
específicas durante a construção. O paleocanal, muitas vezes, pode ser descoberto ainda na fase de
elaboração do projeto básico, mediante a execução de sondagens com base em sísmicas de
refração.

 PAREDE-DIAFRAGMA
Estrutura planar situada verticalmente nas fundações de uma obra hidráulica ou no contorno
de uma escavação com a finalidade de impermeabilização. Nas fundações de barragens, esse
método consiste em preencher com concreto plástico uma trincheira, aberta com utilização de
lama bentonítica. São, em geral, executadas em painéis com 5 m de comprimento, em espessuras
de 0,50 a 1,50 m, e podem atingir profundidades próximas a 60 m.

 PEDOLOGIA
Estudo das características físicas, químicas e biológicas dos solos.

 PEGA

Processo de endurecimento de um cimento, ou seja, o conjunto de reações físico-químicas que


fornece rigidez ao ligante.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 52
ITEM: GLOSSÁRIO

 PERCOLAÇÃO

Movimento da água livre através de um solo, ou meio poroso, de um modo mais geral.

Ver também PIPING.

 PIÇARRA

Termo usado para indicar material semidecomposto de granito ou gnaisse e, às vêzes, de outras
rochas, mas que conserva ainda sua textura e uma certa consistência. É extensivo ao caso análogo
das rochas sedimentares. Assim, o cascalho grosso sedimentar é também chamado piçarra.

 PIPING
Movimento de partículas de uma massa de solo carreadas por percolação d’água, provocando
a abertura progressiva de canais dentro da massa de solo em sentido contrário ao do fluxo d’água,
razão pela qual o fenômeno é também conhecido como erosão regressiva ou erosão interna.
Constitui a principal causa do rompimento de barragens de terra.

 PLANO DE FOGO

O mesmo que ESQUEMA DE FOGO.

 PLINTO

Bloco robusto de concreto executado na base da face de concreto em barragens de enrocamento,


cujo objetivo é impedir o deslizamento da mesma face de concreto.

Ver Figura 4 no item 2.1.5.1.

Ver também FACE DE CONCRETO.

 PROCTOR
Ver referência em COMPACTAÇÃO.

 PROJETO BÁSICO
De acordo com a Lei nº 8.666/93, é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, elaborado com base nas
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
obra e a definição dos métodos e prazo de execução.
Deve ser aprovado pela autoridade competente (que vem a ser o gestor do órgão contratante)
ou por aquela que tenha recebido tal delegação.
Conforme a Resolução Confea 361/91, o Projeto Básico deve desenvolver a alternativa
escolhida, viável técnica, econômica e ambientalmente, identificar os elementos constituintes e o
desempenho esperado da obra, adotar soluções técnicas de modo a minimizar reformulações ou
ajustes acentuados durante a execução, especificar todos os serviços a executar, materiais e
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 53
ITEM: GLOSSÁRIO

equipamentos e definir as quantidades e os custos de serviços e fornecimentos de tal forma a


ensejar a determinação do custo global da obra com precisão de mais ou menos 15%.
O projeto básico deve possuir os elementos abaixo:
• desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da
obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
• soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de
elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
• identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
• informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar
o caráter competitivo para a sua execução;
• subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização
e outros dados necessários em cada caso;
• orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
• memorial descritivo, incluindo conjunto de materiais, equipamentos e
técnicas de execução (especificações);
• plantas de localização do empreendimento;
• estudos geológicos (inclusive laudo de sondagem do terreno);
• levantamento topográfico;
• plantas, cortes e perfis da obra.

Ver também item 2.1.5.2. – Fases de Projeto.

 PROJETO EXECUTIVO
Conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com
as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (ver relação de
normas em anexo). Pode ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras, desde
que autorizado pela Administração. Em barragens, geralmente o contrato inclui, na caracterização
do projeto executivo, a necessidade de elaboração do projeto as built, que é a representação de
cada detalhe da obra conforme foi executado. O as built será útil, no futuro, para orientar qualquer
intervenção necessária na barragem, ou mesmo para trabalhos de auditoria em obras concluídas.

Ver também item 2.1.5.2. – Fases de Projeto.


Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 54
ITEM: GLOSSÁRIO

 QUEDA LÍQUIDA
Altura da coluna d’água entre a tomada d’água e as turbinas, descontadas as perdas de pressão
nos tubos.

 REGULARIZAÇÃO DE FUNDAÇÃO
Método de tratamento de fundação em rocha, que consiste em eliminar taludes negativos
(cortes em rocha), preencher depressões e cavernas com concreto dental e nivelar a fundação com
utilização de concreto de regularização.
Ver também TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES EM ROCHA.

 REPRESA
Termo genérico utilizado para designar estruturas que visam à formação de um reservatório de
água, para qualquer fim.
Comparar com AÇUDE, BARRAGEM e DIQUE.

 RESERVATÓRIO
Lago formado em função da barragem.

 RIP-RAP
Proteção de talude feita de enrocamento. É usual na borda livre dos taludes de montante (entre
o nível máximo do reservatório e a crista), a fim de neutralizar o efeito das ondas.
Ver Figura 2 no item 2.1.5.1.

 SILTE

Solo de granulação fina (entre 0,002 e 0,075 mm) ou parte de granulação fina de um solo, de
plasticidade nula ou muito baixa.

 SÍSMICA DE REFRAÇÃO

Método sísmico que estuda os trajetos das ondas elásticas que, a partir do ponto de tiro, alcançam
os geofones diretamente ou se refratam em interfaces geológicas situadas a diferentes
profundidades. A sísmica de refração é utilizada largamente na Geologia de Engenharia,
principalmente na determinação de espessuras de solos, profundidade de rochas e na avaliação do
grau de escarificabilidade desses materiais. Pode ser, ainda, utilizada, mas com algumas
limitações para determinação dos valores de velocidade de propagação das ondas longitudinais
(Vp) e das ondas transversais (Vs). A técnica de sísmica de refração consiste em captar na
superfície ondas refratadas em profundidade em interfácies de meios que possuam velocidades de
propagação de ondas com valores contrastantes e que o material inferior tenha velocidade maior
que o material a ela sobreposto.

 SPT
Ensaio de penetração padronizado executado durante uma sondagem a percussão, em que se
visa obter índices de resistência a penetração do solo. Consiste na cravação de amostrador de solo
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 55
ITEM: GLOSSÁRIO

de dimensões padronizadas, por meio de golpes sucessivos de um peso de 65kgf em que da livre,
de uma altura padrão de 75 cm. Trata-se do ensaio mais utilizado para determinação da resistência
de solos em todas as obras de engenharia. No caso de barragens, recomenda-se também a adoção
de sísmica de refração.

 TALUDE
Plano inclinado do maciço da barragem. As barragens têm o talude de montante, que fica em
contato com a água do reservatório, e o de jusante, que permanece visível e deve ser protegido
contra erosão.

 TAPETE DRENANTE
Dreno horizontal que liga o filtro ao pé do talude de jusante, possibilitando o escoamento da
água captada.

 TAPETE IMPERMEÁVEL A MONTANTE


Laje de concreto executada ao pé do talude de montante, ao longo de toda a extensão da
barragem, com o objetivo de aumentar o caminho de percolação por sob a barragem,
maximizando a eficiência do barramento. Para isso, é necessário que o tapete seja muito menos
permeável que o solo da fundação e se estenda suficientemente para montante. A espessura e o
comprimento necessário dependem diretamente dos coeficientes de permeabilidade do material
que constitui o tapete e do solo permeável, da espessura da camada permeável do solo da
fundação e da carga hidráulica do reservatório (resultante do nível da água). Espessuras de 60 cm
a 3 m têm sido freqüentemente empregadas. Costuma-se, também, aumentar a espessura nas
proximidades do pé da barragem, onde o gradiente hidráulico é maior. Há casos em que o tapete
se estende para montante até uma distância próxima a dez vezes a altura da barragem.

 TOMADA D’ÁGUA
Dispositivo através do qual a água do reservatório e captada e direcionada pela tubulação de
adução e pelo conduto forçado até as turbinas localizadas na casa de força.

 TRANSIÇÕES
Camadas verticais de materiais de granulações decrescentes, situadas entre o enrocamento e o
núcleo de argila impermeável, com o objetivo de impedir o carreamento do material mais fino
para os vazios do material de granulação maior.
Ver Figuras 3 e 5 do item 2.1.5.1.

 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE

O mesmo que TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES EM ROCHA.

 TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES

Operação destinada a preparar a fundação para receber a estrutura, além de impermeabilizar o


solo ou a rocha abaixo do maciço da barragem.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 56
ITEM: GLOSSÁRIO

Ver também TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES EM ROCHA e TRATAMENTO DE


FUNDAÇÕES EM SOLO.

 TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES EM ROCHA

Normalmente, o tratamento consiste nas operações de limpeza manual e/ou com jatos de ar e
água, drenagem, preenchimento de cavernas e depressões com concreto dental, regularização da
superfície, eliminação de taludes negativos e execução de cortinas de injeções.

Ver também CONCRETO DENTAL, CONCRETO DE REGULARIZAÇÃO e COTINA DE


INJEÇÕES.

 TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES EM SOLO


São utilizados os seguintes métodos: trincheira impermeável (cut off), parede-diafragma,
cortina de estacas-prancha, injeções, tapete impermeável a montante, drenos ou substituição do
material da fundação.

Ver Figura 7 no item 2.2.6.2, alínea C.

Ver também CUT OFF, PAREDE-DIAFRAGMA, CORTINA DE ESTACAS-PRANCHA,


INJEÇÃO, TAPETE IMPERMEÁVEL A MONTANTE e DRENO.

 TRINCHEIRA IMPERMEÁVEL DE ATERRO COMPACTADO


O mesmo que CUT OFF.

 TUBULAÇÃO DE ADUÇÃO EM BAIXA PRESSÃO


É uma tubulação em baixa pressão como meio de ligação entre a tomada d’água e a entrada do
conduto forçado nos casos em que a alternativa de construção de um canal de adução em
superfície livre não seja viável.

 TÚNEL DE ADUÇÃO
Estrutura utilizada para adução quando a casa de força não é incorporada ao barramento.

 TÚNEL DE DESVIO
Desvio de rio executado por meio de túnel.

Ver também DESVIO DO RIO.

 TÚNEL DE FUGA
Situado a jusante do túnel de sucção, entre a casa de força e o rio, é o túnel através do qual a
vazão turbinada é restituída ao rio. Sua função é permitir a dissipação da energia cinética
porventura ainda existente, de modo a evitar erosão do leito e das margens do rio.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 57
ITEM: GLOSSÁRIO

 TÚNEL DE SUCÇÃO
Situado na saída da turbina, entre esta e o túnel ou canal de fuga, é o túnel através do qual a
água é sugada para fora da turbina.

 VERTEDOURO

Estrutura concebida a fim de possibilitar o extravasamento do excesso de água afluente ao


local do aproveitamento. Podem ser definidos três tipos básicos, em função das condições
topográficas e geológico-geotécnicas de cada local: por um canal lateral, em cota elevada em
relação ao leito natural do rio, com soleira vertedoura a jusante; por sobre o próprio corpo da
barragem, ao longo de toda a extensão da crista ou parte dela; através da combinação dos tipos
acima citados.

vertedouro

crista

tomada d’água

condutos
forçados

talude de
jusante
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 58
ITEM: GLOSSÁRIO

casa de
força

canal de fuga Figura 8 – Arranjo da UHE Segredo


Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 59
ITEM: GLOSSÁRIO

4. APÊNDICES

4.1 LEGISLAÇÃO

 Lei nº 8.666 de 21.06.93 (com as alterações da Lei nº 8.883/94 e


Medidas Provisórias).
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública.

 Lei nº 5.194 (DOU de 27.12.66)


Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e
dá outras providências.
Caracterização da profissão; atribuições; fiscalização do exercício da profissão
(CONFEA/CREA); registro dos profissionais, firmas e entidades.

 LEI Nº 6.496 (DOU DE 09.12.77)


Institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação de serviços de engenharia,
arquitetura e agronomia.

 MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.488


Dispõe sobre as condições em que são permitidos o reajuste de preços e a correção
monetária.

 PORTARIA Nº 2.296 (DOU DE 31.07.97) - MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO E


REFORMA DO ESTADO
Estabelece as práticas de projeto, construção e manutenção de Edifícios Públicos
Federais, a cargo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais – SISG, como
exigências mínimas de aceitabilidade.
Memorial descritivo (ou caderno de encargos) básico; terminologia; conceitos;
orçamentação; processo executivo; condições para recebimento.

 DECRETO Nº 1.054 (DOU DE 08.02.94)


Regulamenta o reajuste de preços nos contratos da Administração Federal Direta e
Indireta, e dá outras providências.
Obs: para casos anteriores a essa Norma, ver o Decreto 94.684 (DOU de 27.07.87)

 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2.03.003 (DOU DE 14.12.89) - SECR. SERV. GERAIS DO MINISTÉRIO DA


FAZENDA
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 60
ITEM: GLOSSÁRIO

Uniformiza e disciplina os procedimentos referentes à execução de obras e serviços de


engenharia no âmbito do Ministério da Fazenda.

 PORTARIA Nº 321 (DOU DE 27.05.88) - MINISTÉRIO DA SAÚDE


Aprova as normas e padrões mínimos destinados a disciplinar a construção, instalação e
o funcionamento de creches.
Obs: Portaria alterada pela de Nº 1.347 (DOU de 09.11.90), que incumbe às secretarias
de saúde estaduais e municipais adaptar as normas e padrões mínimos à realidade local,
vigorando, enquanto isso não ocorrer, as disposições da Portaria nº 321.

 PORTARIA Nº 1.884 (DOU DE 15.12.94) - MINISTÉRIO DA SAÚDE


Aprova as normas e os padrões sobre construções e instalações de serviços de saúde. Foi
alterada pela Portaria 2.531 (DOU de 06.02.96).

 DECISÃO NORMATIVA Nº 34 (DOU DE 25.05.90) - CONFEA


Dispõe quanto ao exercício por profissional de nível superior das atividades de
Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia.

 RESOLUÇÃO Nº 361 (DOU DE 12.12.91) - CONFEA


Dispõe sobre a conceituação de Projeto Básico em Consultoria de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
Conceitua e apresenta as principais características de um Projeto Básico.

 RESOLUÇÃO Nº 001 (DOU DE 17.02.86) - CONAMA


Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais
para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.
Relaciona os tipos de obras que dependem de aprovação dos respectivos relatórios de
impacto ambiental - RIMA.

O conjunto de leis considerado de grande importância, no panorama do Setor Elétrico de


hoje, está relacionado a seguir:

 Decreto-Lei no 1.872, de 21.05.81


Dispõe sobre a aquisição, pelo concessionários, de energia elétrica excedente gerada por
Autoprodutores.

 Decreto-Lei no 915, de 06.09.93


Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 61
ITEM: GLOSSÁRIO

Este Decreto autoriza a formação de consórcios para geração de energia elétrica para
Autoprodução.

 Decreto no 1.348, de 28.12.94


Este Decreto regula a participação de concessionários de serviço público de energia elétrica em
aproveitamento hidrelétrico de outro concessionário (arrendamento).

 Lei no 8.987, de 13.02.95


Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, liberando o
mercado de energia elétrica do monopólio estatal.

 Lei no 9.074, de 07.07.95


Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de Serviços
Públicos. Em seu capítulo II trata especificamente dos serviços de energia elétrica.

 Decreto no 1.717, de 24.11.95


Estabelece procedimentos para prorrogações das concessões dos serviços públicos de energia
elétrica de que trata a Lei 9.074 de 07.07.95.

 Decreto no 2.003, de 10.09.96


Regulamenta a produção de energia elétrica por Produtor Independente e por Autoprodutor.

 Lei no 9.427, de 26.12.96


Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regime de concessões
de serviços públicos de energia elétrica.

 Medida Provisória 1.549, de 12.08.97


Aprova Estrutura Regimental e Quadro de cargos em comissão e função de confiança da
ANEEL.

 Lei no 9.433, de 08.01.97


Institui a Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências.
Altera oficialmente o Código de Águas.

 Lei no 9.648, de 27.05.98


Altera dispositivos das Leis nos 3.890-A, de 25.04.61, 8.666, de 21.06.93, 8.987, de 13.02.95,
9.074, de 07.07.95 e 9.427, de 26.12.96.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 62
ITEM: GLOSSÁRIO

 ANEEL Resolução no 393, de 04.12.98


Estabelece os procedimentos gerais para registro e aprovação dos estudos de inventário
hidrelétrico de bacias hidrográficas.

 ANEEL Resolução no 394, de 04.12.98


Estabelece os critérios para o enquadramento de empreendimentos hidrelétricos na condição de
pequenas centrais hidrelétricas.

 ANEEL Resolução no 395, de 04.12.98


Estabelece os procedimentos gerais para registro e aprovação de estudos de viabilidade e
projeto básico de empreendimentos de geração hidrelétrica, assim como da autorização para
exploração de centrais hidrelétricas até 30 MW e dá outras providências

A legislação citada permite destacar os seguintes pontos principais:

• os concessionários de serviço público de eletricidade ficam autorizados a adquirir


energia excedente de Autoprodutores gerada com a utilização de fontes energéticas que não
empreguem combustível derivado de petróleo (Dec. Lei no 1.872, de 21.05.81);

• os concessionários de serviço público de energia elétrica ficam autorizados a efetuar


investimentos em aproveitamento hidrelétrico objeto de concessão a outro concessionário, a
serem dados em arrendamento ao titular da concessão (Decreto no 1.348, de 28.12.94);

• é assegurada a formação de consórcios entre os concessionários de Serviço Público, e


entre esses e os Autoprodutores de energia elétrica para exploração de aproveitamentos
hidrelétricos (Decreto no 915, de 06.09.93);

• a concessão de serviço público será concedida mediante licitação, na modalidade de


concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (Lei no 8.987, de 13.02.95);

• as concessões de geração de energia elétrica terão prazo necessário a amortização dos


investimentos, limitado a 35 anos, contado da data de assinatura do contrato, podendo ser
prorrogado no máximo por igual período (Lei no 9.074, de 07.07.95);

• define-se Produtor Independente de Energia Elétrica, a pessoa jurídica ou empresas


reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica
destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco (Decreto n o
2.003, de 10.09.96),

• define-se Autoprodutor de Energia Elétrica, a pessoa física ou jurídica ou empresas


reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica
destinada ao seu uso exclusivo (Decreto no 2.003, de 10.09.96);
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 63
ITEM: GLOSSÁRIO

• o Produtor Independente e o Autoprodutor terão assegurados o livre acesso aos


sistemas de transmissão e de distribuição de concessionários e permissionários de serviço público
de energia elétrica, mediante o ressarcimento do custo de transporte envolvido (Decreto no 2.003,
de 10.09.96);

• o Decreto no 2.003 ainda estabelece que a comercialização da energia produzida por


Produtor Independente poderá ser feita com:

a concessionários ou permissionários de Serviço Público de Energia Elétrica;

b novos consumidores com carga igual ou superior a 3 MW atendidos em qualquer


tensão;

c consumidores já existentes, respeitados os prazos dos contratos vigentes, conforme a


seguinte tabela:

ANO 1995 2000 2003

Tensão = ou maior 69 KV = ou maior 69 KV ↓

Potência = ou maior 10 MW = ou maior 3 MW ↓

↓ decresce de acordo com as regras do Poder Concedente.

d consumidores de energia elétrica integrantes de complexo industrial ou comercial, aos


quais forneça vapor ou outro insumo oriundo de processo de cogeração;

e conjunto de consumidores de energia elétrica, independentemente de tensão ou carga,


nas condições previamente ajustadas com o concessionário local de distribuição;

f qualquer consumidor que demonstre ao Poder Concedente não ter o concessionário


local lhe assegurado o fornecimento no prazo de até 180 dias, contado da respectiva solicitação.

• As PCHs de potência superior a 1MW e inferior a 30MW, destinadas a Produção


Independente ou Autoprodução poderão comercializar energia elétrica com consumidores cuja
carga seja maior ou igual a 500kW (Lei no 9.468, Art. 26, parágrafo 5º)

• Estas mesmas PCHs contam ainda com redução mínima de 50%, para as tarifas de uso
dos sistemas elétricos de transmissão e distribuição. As novas PCHs estão também isentas do
pagamento da compensação financeira, aos Estados e Municípios, pelo uso dos recursos hídricos.
No caso de sistemas isolados elas contam ainda com a possibilidade de uso dos recursos da CCC,
quando promoverem a substituição da geração termelétrica que utiliza derivados de petróleo.

• A Lei 9.468 e as Resoluções ANEEL 393, 394 e 395 definem, ainda, restrições e/ou
facilidades em termos de condições determinadas para concessão, permissão ou autorização de
exploração, em função da natureza do empreendimento e da faixa de potência conforme resumido
a seguir:
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 64
ITEM: GLOSSÁRIO

♦ SERVIÇO PÚBLICO

Hidrelétrica - até 1 MW: - só registro; acima de 1 MW - concessão por licitação.

♦ AUTOPRODUTOR E PRODUTOR INDEPENDENTE

Hidrelétrica - até 1 MW: - só registro; de 1 MW até 30 MW, com área inundada menor ou
igual a 3 km2 - autorização; acima de 30 MW - concessão por licitação.

• Para o registro de realização de estudos para o Projeto Básico de uma PCH, o


interessado deverá apresentar, dentre outras, informação dos Estudos de Inventário Hidrelétrico
realizados, adotados como referência para as características do aproveitamento, além do relatório
de reconhecimento do sítio onde se localiza o potencial. Os Estudos de Inventário em bacias
hidrográficas com vocação hidrenergética para aproveitamentos de, no máximo, 50 MW, poderão
ser realizados de forma simplificada, desde que existam condições específicas que indiquem
potencial de aproveitamentos até aquele limite ou imponham a segmentação natural da bacia em
sub-bacias cujos aproveitamentos estejam dentro do citado limite de 50 MW. Deverá ser
apresentado à ANEEL relatório de reconhecimento da bacia ou sub-bacia, justificando a
simplificação adotada para os Estudos de Inventário.

• Os empreendedores de aproveitamentos hidrelétricos deverão se articular junto aos


órgão de recursos hídricos para regularizar sua situação quanto ao uso da água para geração
hidrelétrica.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 65
ITEM: GLOSSÁRIO

4.2 RELAÇÃO DE NORMAS ABNT (Aplicáveis à Área de Barragens)


A Relação das Normas ABNT estão separadas por assuntos afins com a finalidade de se
facilitar futuras consultas:
1 – Agregados
NBR – 7211 – Agregados para concreto
2 – Caderno de Encargos
NB – 608/80 – Elaboração de caderno de encargos para execução de edificações -
Procedimento
3 – Capacete de Segurança
NBR – 8221/83 – Capacete de segurança para uso na indústria – Especificação
4 – Concreto
NBR –5732 – Cimento Portland comum
NBR – 5733 – Cimento Portland de alta resistência inicial.
NBR – 5735 –Cimento Portland de alto-forno
NBR – 5736 – Cimento Portland pozolânico
NBR – 5738 – Modelagem e cura de corpos-de-prova de concreto, cilíndricos ou
prismáticos
NBR – 5739 – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos e prismáticos de
concreto
NBR – 5750 – Amostragem de concreto fresco produzido por betoneiras estacionárias
NBR – 7211 – Agregados para concreto
NBR – 7212 – Execução de concreto dosado em central
NBR – 7223 – Determinação de consistência do concreto pelo abatimento do trono de
cone
NBR – 7584 – Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro
de reflexão
NBR – 8953 – Concreto – Classificação pela resistência à compreensão do concreto
NBR – 9606 – Concreto fresco – Determinação da consistência pelo espalhamento do
tronco de cone
5 – Controle Tecnológico da Construção Civil
NBR – 5672/80 – Diretrizes para o controle tecnológico de materiais destinados à
estrutura de concreto – Procedimento.
NBR – 5673/77 – Diretrizes para o controle tecnológico de processos executivos em
estruturas de concreto – Procedimento
NBR – 5681/80 – Controle tecnológico da execução de aterros em obras de edificações -
Procedimento
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 66
ITEM: GLOSSÁRIO

6 – Desenhos
NBR – 6492/80 – Execução de desenhos de arquitetura - Procedimento
NBR – 7191/82 – Execução de desenho para obras de concreto – Concreto simples e
armado - Procedimento
NB – 8 – Norma geral de desenho técnico
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 67
ITEM: GLOSSÁRIO

4.3 JURISPRUDÊNCIAS E SÚMULAS


A seguir apresentamos alguns casos interessantes, observados na realização de auditorias
relacionadas com obras e serviços de engenharia e obtidos em pesquisa em decisões e acórdãos do
TCU

 Acórdão 24/1999 - Plenário


Denúncia. Possíveis irregularidades no empreendimento Sistema de Abastecimento de Água de
Pirapama em Recife PE, financiado com recursos do FGTS, através da CEF. Obras paralisadas.
Falhas na elaboração do projeto básico. Modificação da concepção original do projeto com aumento
dos quantitativos físicos sem a contrapartida da existência de recursos. Proposta de aumento
considerável do investimento original dentre outros atos de gestão antieconômicos. Multa.
Determinação.

 Acórdão 56/2000 – Plenário


Representação formulada pela Procuradoria da República em São Paulo. Possíveis irregularidades no
DNOCS. Execução de contratos firmados com a Construtora Ikal Ltda. Construção das barragens de
Cachoeira, de Ingazeira e de Belo Jardim, e adutora, no estado de Pernambuco. Continuidade dos
serviços de supervisão por ocasião da paralisação da obra, ocasionando pagamentos contratuais
indevidos. Contratação de obras sem a devida previsão orçamentária. Defasagem entre o projeto
básico e o executivo. Realização de convênio com o Exército para realização da Barragem de
Ingazeira pelo dobro do preço. Alegações e defesa rejeitadas. Multa. Requisição de serviços técnicos
especializados da Universidade Federal de Pernambuco para análise do projeto executivo da
Barragem de Ingazeira. Determinação.

 Decisão 730/1998 - Plenário


Inspeção Especial e Extraordinária. Projeto de Irrigação Jacarecica II e contrato firmado entre o
Governo do Estado de SE e a Construtora Norberto Odebrecht e Contécnica Ltda, através da
Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas e da Companhia de Desenvolvimento de
Recursos Hídricos e Obras Públicas. Solicitação do Senado Federal. Falhas no projeto básico. Escolha
de área imprópria para o projeto. Indefinição dos critérios de escolha dos irrigantes. Alto custo de
drenagem. Pagamento antecipado. Sucessivas repactuações de contrato. Encaminhamento de dados e
informações ao Senado Federal.

 Decisão 545/1996 - Plenário


Auditoria operacional. Secretaria de Recursos Hídricos. CODEVASF. DNOCS. Projeto Nordeste I.
Empréstimo BIRD. Impropriedades na elaboração, aprovação e implantação do projeto. Falhas na
execução de procedimentos licitatórios e na formalização de contratos. Determinação.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 68
ITEM: GLOSSÁRIO

5. BIBLIOGRAFIA
 Manual Eletrobrás – Diretrizes para elaboração de projetos de PCH
 Leinz, V.; Leonardos, O.H. (1970) Glossário Geológico, Companhia
Editora Nacional, São Paulo.
 Vargas, Milton e outros (1981) –Barragens de Terra e Enrocamento –
Curso de Extensão Universitária, Brasília.
 Guerra, A.T. (1972) Dicionário Geológico – Geomorfológico, Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.
 ABGE (1977) Glossário de Termos Técnicos de Geologia de Engenharia –
Geologia Geral, São Paulo.
 Leinz, F.; Amaral, E. de (1977) Geologia Geral, Companhia Editora
Nacional, São Paulo.
 Loczy, L. de; Ladeira, E. A. (1976) Geologia Estrutural e Introdução a
Geotectônica, Blucher, São Paulo.
 Popp, J. H. (1979) Geologia Geral, Livros Técnicos e Científicos, Editora,
Rio de Janeiro.
 Mendes, J. C.; Petri, S. (1971) Geologia do Brasil, Instituto Nacional do
Livro, Rio de Janeiro.
 Ricci, M.; Petri, S. (1965) Princípios de Aerofotogrametria e Interpretação
Geológica, Companhia Editora Nacional, São Paulo.
 DNPM (1970/1979) Projeto Radam e Radambrasil, Volumes 1 a 18, Rio
de Janeiro.
 INPE (1970/1979) Imagens de ERTS e LANDSAT, Várias Publicações,
São Paulo.
 ABGE (1975) Glossário de Termos Técnicos de Geologia de Engenharia-
Geofísica, São Paulo.
 Griffiths, D.H.; King, R.F. (1972) Geofísica Aplicada para Ingeieros y
Geólogos, Paraninfo, Madrid.
 Parasnis, D.S. (1970) Princípios de Geofísica Aplicada, Paraninfo,
Madrid.
 Chiossi, N.J. (1975) Geologia Aplicada a Engenharia, Grêmio Politécnico,
São Paulo.
 Guidicini, G.; Nieble, G.M. (1976) Estabilidade de Taludes Naturais e de
Escavação, Blucher, São Paulo.
 ABGE (1971) Diretrizes para execução de sondagens 1ª tentativa, São
Paulo.
Tribunal de Contas da União ROTEIRO DE AUDITORIA
ASSUNTO: OBRAS PÚBLICAS DE BARRAGENS PÁGINA: 69
ITEM: GLOSSÁRIO

 ABGE (1975) Ensaios de Perda d’ água sob pressão, Boletim 02, São
Paulo.
 Mello Mendes, F. (1968) Mecânica das Rochas, Secção de Folhas de
Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, Lisboa.
 Rocha, M. (1971) Mecânica das Rochas, Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, Lisboa.

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