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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Curso: ENGENHARIA CIVIL

Disciplina: Física das Construções

Tema: Análise da regulamentação portuguesa de segurança contra incêndios e proposta


da sua aplicação a moçambique ”

Nome: PEDRO JORGE CABRAL

Código: 141032031007

Conteúdo:
O estado actual do desenvolvimento da construção civil em Moçambique obriga que, se
passe duma construção de edifícios com um deficiente e escasso suporte legislativo de
segurança contra o incêndio em edifícios, para uma construção segura contra o incêndio.
Com efeito, muitos países do mundo estão empenhados em estudos ou desenho de
regulamentos mais rigorosos na abordagem da segurança contra o incêndio, não devendo
Moçambique ficar alheio a estas iniciativas.
Com esta proposta de adaptação da legislação portuguesa de SCIE pretende-se constituir
um conjunto de medidas antecipadamente planeadas que permitam actuar perante uma
emergência, organizando e dotando os edifícios de todas utilizações-tipo da capacidade de
organização dos meios materiais e humanos disponíveis para darem uma resposta eficaz. Ou
seja, pretende-se dotar o país de legislação que regule e minimize os danos provenientes do
incêndio e crie entidades que zelem pelo seu cumprimento escrupuloso. No geral, procura-se
dar uma resposta eficaz e tão rápida quanto possível, permitindo à comunidade reduzir as
possibilidades de ser gravemente afectada por um incêndio.
A classificação dos edifícios ajudará na definição da carga de incêndio dos elementos de
estrutura, na conceição do número de saídas de emergência e no estabelecimento de zonas de
refúgio.
Os artigos de SCIE vigentes em Moçambique, embora reconheçam a instalação de
extintores em edifícios, não fazem referência ao dimensionamento das distâncias a percorrer
do local de permanência até ao extintor mais próximo, ou colocação dos extintores segundo
áreas por cobrir e nem se referem aos meios de combate ao fogo de primeira e segunda
intervenção. De igual modo, não prevêem as distâncias de separação entre hidrantes de tipo
carretel, visto que estes constituem meios de primeira intervenção. Estas matérias estão
criteriosamente inseridas na actual proposta de regulamentação de SCIE para Moçambique.
Da observação feita à cidade de Maputo, aquando do trabalho de campo para a presente
dissertação, verificou-se que não possui rede pública de incêndio. A cidade não tem hidrantes
de combate ao incêndio. Ainda que o vereador da área de infra-estruturas do Concelho
Municipal da cidade de Maputo e o comandante do Serviço Nacional de Salvação Pública da
cidade de Maputo, tenham assegurado que a colocação de hidrantes estaria contemplada nas
obras de reabilitação da rede pública de águas, até à altura (Setembro de 2013), nada se
vislumbrava nesse sentido. Mas mesmo que fossem incorporados, faltaria a fundamentação
legal actualizada, deficiência superada com a proposta de regulamentação patente nesta
dissertação.
É essencial destacar que o combate a incêndio em Maputo, assim como em muitas
outras cidades do país, tem sido muita das vezes um fracasso devido a vários factores:
exiguidade do pessoal e meios de combate, gradeamento dos vãos dos edifícios, má qualidade
ou inexistência das vias de acesso e a falta de hidrantes.
Para ultrapassar estas dificuldades propõe-se que as Câmaras Municipais melhorem a
rede rodoviária, porque a segurança ao incêndio não é só um problema do bombeiro, mas do
Estado. A eficácia no combate ao incêndio salva vidas humanas, o património, o ambiente e a
economia. Relativamente à exiguidade de recursos humanos e materiais é também tarefa do
Estado formar e apetrechar o SENSAP e outras entidades de protecção civil, para uma
resposta mais eficaz de combate ao incêndio.

Considerando que a regulamentação proposta aborda complexas matérias de segurança


contra incêndios em edifícios e que a sua implementação pode ser gradual impende-nos,
apontar algumas matérias ou acções que se consideram prioritárias para Moçambique no
combate ao incêndio:
1. Instalação de hidrantes de incêndio nas grandes cidades do país e nas cidades com um
acelerado e potencial desenvolvimento económico industrial.
2. Instalação de extintores de incêndio e sinalização de segurança.

3. Instalação dos detectores, alarme e alerta automático ao SENSAP.

4. Sensibilização e formação dos ocupantes dos edifícios, no que diz respeito as medidas de
autoprotecção (alarme, alerta, uso dos meios de primeira intervenção e fuga).

Para os trabalhos futuros com vista a melhorar a actual proposta de regulamento


propõe-se os seguintes:
1. Análise de segurança ao incêndio na zona industrial das cidades da Matola, Nacala-Porto,
vila de Moatize, entre outras cidades com desenvolvimento industrial à vista;

2. Um levantamento estatístico dos incêndios em edifícios ocorridos nas cidades de Maputo e


Matola e análise das causas que estiveram de trás dos mesmos;

3. Um estudo de análise de risco ao incêndio das indústrias do gás natural e carvão mineral;

4. Um estudo que vise apurar a existência ou não de condições para a criação de entidades de
protecção civil que possam regular e fiscalizar a segurança contra o incêndio.
Enquanto o vereador dizia que em certa medida nos projectos de SCIE, a entidade que
tutela recomendava que se observasse a legislação portuguesa, a Universidade Eduardo
Mondlane, na leccionação do curso de pós-graduação em Higiene e Segurança no Trabalho,
recorria principalmente à legislação brasileira e o Serviço Nacional de Salvação Pública
segue a regulamentação moçambicana. Daí que se proponha um regulamento único e típico
para o país, com vista a unificar a interpretação e a implementação da SCIE, assim como
compilar num único documento toda a informação relativa à segurança contra incêndio em
edifícios, visto que actualmente se encontra em pequenos artigos dispersos pelos diversos
regulamentos de construção.

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