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De acordo com Muianga (1977, pág. 190.), afirma que “Uma das principais
características do padrão de crescimento económico em Moçambique é a dependência
em relação a fluxos externos de capitais em forma de investimento direto estrangeiro
(IDE) e créditos comerciais no sistema financeiro internacional”.
No mesmo período, particularmente entre 2002 e 2016, 77 % do IDE teve como destino
o núcleo extrativo da economia (67 %) e a infraestrutura e serviços de suporte, com
destaque para transportes e comunicações (10 %) (Langa, 2017).
Concentração da produção
A evidência fornecida pela estatística oficial demonstra que os problemas descritos por
Brum, em 1976, não só permaneceram como se aprofundaram. A produção industrial
cresceu significativamente, mas a sua composição concentrou-se ainda mais em torno
de um pequeno leque de produtos primários ao longo do tempo. Este processo de
concentração foi acelerado com a entrada em funcionamento da Mozal (fundição de
alumínio).
Dos seis principais produtos para o mercado interno (açúcar, farinha, cerveja, sacaria,
cimento e produtos metálicos variados), apenas o açúcar (usado na indústria alimentar e
metalurgia) e o cimento (construção) servem como insumos para outras indústrias, e
apenas o açúcar tem um nível razoável de integração vertical (ligações intersectoriais a
montante e a jusante) na economia nacional por causa da integração vertical das
empresas açucareiras.
Brum (1976, pág. 40) afirma que, “Se os megaprojetos forem incluídos, a evolução das
exportações a partir de 2003 acompanha, grosso modo, a evolução das importações.
Sem os megaprojetos, o crescimento das importações relativamente ao crescimento das
exportações continuou a acelerar”.