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MODOS DE PRODUÇÃO
1
MODOS DE PRODUÇÃO E SUAS
CONTRADIÇÕES
7
IMPORTANTE
Representação do trabalho escravo em Trabalho artesanal representado em Linha de produção da Ford em 1928
detalhe de mural romano do século IV. iluminura do século XVI. nos Estados Unidos.
11
IMPORTANTE
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IMPORTANTE
O determinante para se definir o Modo de
Produção é entender qual tipo de relação de
produção predomina em determinada
sociedade.
TRABALHO:
Se refere a uma atividade própria do homem. O
trabalho é um desprendimento de energia
exclusivamente humano. Neste processo, o homem
se enfrenta como um poder natural, em palavras de
Karl Marx, o trabalho transforma a natureza.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX
PRODUÇÃO-CONSUMO:
Atividade de transformação
mediada pelo trabalho. "Sem
produção – afirma Marx – não há
consumo, porém, sem consumo
tampouco há produção, já que
neste caso a produção não teria
objeto". As esferas da produção e
do consumo estão interligadas por
um terceiro momento: o
distributivo. Marx alinha produção,
distribuição, intercâmbio e
consumo.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX
ALIENAÇÃO:
Para Marx, tem um sentido negativo,
em que o trabalho, ao invés de realizar
o homem, o escraviza; ao invés de
humanizá-lo, o desumaniza.
O homem é estimulado a trocar o verbo
SER pelo TER: sua vida passa a medir-
se pelo que ele possui, não pelo que
ele é...
Para Marx a religião e o Estado são
formas de alienação.
A alienação econômica é uma forma do
homem explorar o próprio homem,
utilizando formas de manipulação e
expropriação.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX
FETICHE:
Significa “objeto animado ou inanimado, feito pelo
homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui
poder sobrenatural e se presta culto. Significado
conferido ao fenômeno da atribuição de valor simbólico
aos produtos (manufaturas). É um objeto material ao
qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais,
positivos ou negativos.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX
MAIS VALIA:
O valor do trabalho é abstrato, no sentido
em que o valor padrão de um salário para
uma determinada atividade (e para uma
determinada duração da jornada de
trabalho) é dado pelo Mercado, isto é, pela
demanda agregada dos capitalistas.
A mais valia seria a ampliação da duração
da jornada de trabalho mantendo o salário
constante - o que ele chama de mais-valia
absoluta; ou ampliar a produtividade física
do trabalho pela via da mecanização - o que
ele chama de mais-valia relativa.
Extraído de:
http://3.bp.blogspot.com/_FZQ7oi0SOOw
/SyaRoBwqpHI/AAAAAAAAAvQ/eACU1sp
OGR4/s1600-h/trabalho+mais+valia.bmp
Infraestrutura - Superestrutura
Para entender uma determinada sociedade é
preciso conhecer bem o que se passa na
infraestrutura econômica.
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Superestrutura Ideológica:
É composta pelas ideias e pelos costumes existentes em
determinada sociedade e pelos aparelhos e instrumentos
(públicos ou privados) que servem para divulgar essas
ideias e costumes – Marx e Engels já diziam que as ideias
dominantes são sempre as ideias das classes dominantes
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A infraestrutura e a superestrutura se relacionam.
Hulton-Deutsch/Getty Images
seguintes características:
aumento da produtividade
com o controle das
atividades dos trabalhadores; Linha de produção da Ford em 1928 nos Estados Unidos.
Thinkstock/Getty Images
para promover o equilíbrio e a
colaboração no interior das
empresas.
Surgiram formas
de flexibilização
do trabalho e do
mercado.
As transformações recentes no mundo
do trabalho
Interior de fábrica
automatizada na
Alemanha, em 2005. Com o
processo de automação,
não existe mais trabalhador
específico para uma tarefa
específica. O trabalhador
deve estar disponível para
adaptar-se às diversas
funções existentes na
empresa.
precariedade do trabalho;
deficit de lugares;
qualificação do emprego e
desqualificação do empregado
Diante desses aspectos, os indivíduos tornam-se
estranhos à sociedade, pois não conseguem integrar-
se a ela, desqualificando-se do ponto de vista cívico e
político.
“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a
algum sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país
ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é
um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o
baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda
indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.
“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a
algum sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país
ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é
um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o
baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda
indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.
No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal, reproduzido no
Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete os lucros da Volks
na Alemanha”. No artigo ele afirma: “A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW,
mas vale menos no mercado do que a rival. Para saber por que, é preciso pegar um operário típico da
montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador
eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas de
segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela estabilidade no emprego.
Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia,
quatro dias por semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o
almoço no refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que produzimos veículos
muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”
A relação entre lucro capitalista e remuneração da força-de-trabalho pode ser abordada a partir do
conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado
pelo capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.”
(BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).
Com o intuito de ampliar a taxa de extração de mais-valia absoluta, qual seria a medida imediata mais
adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?
(A) Aumentar o número de veículos vendidos.
(B) Transferir sua fábrica para regiões cuja força-de-trabalho seja altamente qualificada.
(C) Incrementar a produtividade por meio da automatização dos processos de produção.
(D) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção.
(E) Intensificar a produtividade da força de trabalho sem novos investimentos de capital.
(UEL 2004)
No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal, reproduzido no
Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete os lucros da Volks
na Alemanha”. No artigo ele afirma: “A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW,
mas vale menos no mercado do que a rival. Para saber por que, é preciso pegar um operário típico da
montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador
eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas de
segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela estabilidade no emprego.
Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia,
quatro dias por semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o
almoço no refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que produzimos veículos
muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”
A relação entre lucro capitalista e remuneração da força-de-trabalho pode ser abordada a partir do
conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado
pelo capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.”
(BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).
Com o intuito de ampliar a taxa de extração de mais-valia absoluta, qual seria a medida imediata mais
adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?
(A) Aumentar o número de veículos vendidos.
(B) Transferir sua fábrica para regiões cuja força-de-trabalho seja altamente qualificada.
(C) Incrementar a produtividade por meio da automatização dos processos de produção.
(D) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção.
(E) Intensificar a produtividade da força de trabalho sem novos investimentos de capital.
(UEL 2007)
Segundo Émile Durkheim “[...] constitui uma lei da história que a solidariedade mecânica, a qual a
princípio é quase única, perca terreno progressivamente e que a solidariedade orgânica, pouco a
pouco, se torne preponderante”.
DURKHEIM, É. A Divisão Social do Trabalho, In Os Pensadores.
Tradução de Carlos A. B. de Moura. São Paulo: Abril Cultural, 1977, p. 67 .
Por esta lei, segundo o autor, nas sociedades simples, organizadas em hordas e clãs, prevalece a
solidariedade por semelhança, também chamada de solidariedade mecânica. Nas organizações
sociais mais complexas, prevalece a solidariedade orgânica, que é aquela que resulta do
aprofundamento da especialização profissional.
De acordo com a teoria de Durkheim, é correto afirmar que:
(A) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade orgânica para a solidariedade mecânica,
em função da multiplicação dos clãs.
(B) Na situação em que prevalece a solidariedade mecânica, as sociedades não evoluem para
a solidariedade orgânica.
(C) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica,
em função da intensificação da divisão do trabalho.
(D) Na situação em que prevalece a divisão social do trabalho, as sociedades não desenvolvem
formas de solidariedade.
(E) Na situação em que prevalecem clãs e hordas, as sociedades não desenvolvem formas de
solidariedade e, por isso, tendem a desaparecer progressivamente.
(UEL 2007)
Segundo Émile Durkheim “[...] constitui uma lei da história que a solidariedade mecânica, a qual a
princípio é quase única, perca terreno progressivamente e que a solidariedade orgânica, pouco a
pouco, se torne preponderante”.
DURKHEIM, É. A Divisão Social do Trabalho, In Os Pensadores.
Tradução de Carlos A. B. de Moura. São Paulo: Abril Cultural, 1977, p. 67 .
Por esta lei, segundo o autor, nas sociedades simples, organizadas em hordas e clãs, prevalece a
solidariedade por semelhança, também chamada de solidariedade mecânica. Nas organizações
sociais mais complexas, prevalece a solidariedade orgânica, que é aquela que resulta do
aprofundamento da especialização profissional.
De acordo com a teoria de Durkheim, é correto afirmar que:
(A) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade orgânica para a solidariedade mecânica,
em função da multiplicação dos clãs.
(B) Na situação em que prevalece a solidariedade mecânica, as sociedades não evoluem para
a solidariedade orgânica.
(C) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica,
em função da intensificação da divisão do trabalho.
(D) Na situação em que prevalece a divisão social do trabalho, as sociedades não desenvolvem
formas de solidariedade.
(E) Na situação em que prevalecem clãs e hordas, as sociedades não desenvolvem formas de
solidariedade e, por isso, tendem a desaparecer progressivamente.
A gente se acostuma, mas não deveria...
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não deveria ...
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha pra fora,
logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a
ace...nder mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a
amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo
porque está atrasado. A ler o Jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer
sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus
porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra aceita os mortos e que
haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E
não aceitando as negociações de paz aceita ler todo dia, de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as
pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e
assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado,
lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar por ganhar o
dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho,
para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos
levam na luz natural. Às bactérias da água potável, à contaminação da água do mar, à lenta
morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galos na madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães, a não colher fruta do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema
está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está
contaminada, a gente molha só o pé e sua o resto do corpo.. Se o trabalho está duro, a gente
se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a
gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A
gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
(UEL 2005)
LADAINHA
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extracorporal?
Por que levantar o braço para colher o fruto? A
máquina o fará por nós. Por que labutar no
campo, na cidade? A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar? A máquina o fará
por nós. Por que fazer um poema? A máquina
o fará por nós. Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
Cassiano Ricardo