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CONCEITOS BÁSICOS

Sobre
MODOS DE PRODUÇÃO
1
MODOS DE PRODUÇÃO E SUAS
CONTRADIÇÕES

Para sobreviver sobre a terra o ser humano


precisa produzir suas condições de existência.

Mas, o que é necessário para que haja


produção?
2
Relações de Produção
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam
diretamente da produção, da distribuição e do consumo de
bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da
sociedade.
Assim, o conjunto de indivíduos que participam da vida
econômica de uma nação é o conjunto de indivíduos que
participam da produção, distribuição e consumo de bens e
serviços.
Ex: operários quando trabalham estão ajudando a produzir,
quando, com o salário que recebem, compram algo, estão
participando da distribuição, pois estão comprando bens e
consumo.
As matérias primas e os meios de trabalho,
que são os objetos materiais que intervêm na
produção, são chamados de MEIOS DE
PRODUÇÃO.
4
Para que a produção se realize é necessário a
existência daquele elemento que põe em
movimento os meios de produção –
transforma as matérias primas em produtos
úteis – o trabalho humano, a FORÇA DE
TRABALHO.
5
Para que haja produção é preciso que existam
meios de produção e força de trabalho. Ao
conjunto desses elementos deu-se o nome de
FORÇAS PRODUTIVAS.
6
IMPORTANTE
As infindáveis riquezas presentes na
natureza de nada valem antes de
poderem ser transformadas pelo
trabalho humano.

7
IMPORTANTE

 Sem o trabalho humano nada se produz,


mas sem os meios de produção os homens e
mulheres não podem trabalhar. Por isso, quem
domina os meios de produção é também
quem detém a hegemonia de sua
comunidade.

 A questão da propriedade dos meios de


produção é um problema central para
entendermos a evolução das sociedades
humanas.
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Os seres humanos não podem sobreviver se não se
relacionarem com outros seres humanos. Para
produzir eles estabelecem relações entre si que são
chamadas RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO.
9
Há dois grandes tipos de relações sociais de
produção:

Relações de produção igualitárias: quando os


meios de produção são coletivos (Ex.
comunismo primitivo e socialismo moderno).

Relações de produção assentadas na


exploração: quando os meios de produção
estão nas mãos de umas poucas pessoas
(escravismo, feudalismo e capitalismo)
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O MODO DE PRODUÇÃO é a articulação
das forças produtivas (meio de produção
+ força de trabalho) com as relações de
produção.

Representação do trabalho escravo em Trabalho artesanal representado em Linha de produção da Ford em 1928
detalhe de mural romano do século IV. iluminura do século XVI. nos Estados Unidos.

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IMPORTANTE

O que distingue uma época econômica


da outra não é tanto o que se produz,
mas como se produz: com quais
instrumentos e técnicas e sob quais
relações.

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IMPORTANTE
O determinante para se definir o Modo de
Produção é entender qual tipo de relação de
produção predomina em determinada
sociedade.

Se as relações predominantes forem


escravistas o modo de produção também será
definido como escravista, se for servil de tipo
feudal será um modo de produção feudal, se
for servil e de tipo asiático teremos um modo
de produção asiático e assim por diante.
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Modos de Produção
Quando vamos a um supermercado e compramos
gêneros alimentícios, bebidas, calçados, material de
limpeza, etc., estamos adquirindo bens. Da mesma
forma, quando pagamos a passagem do ônibus ou
uma consulta médica, estamos pagando um serviço.
Estágios dos modos de produção
O modo de produção é a maneira
pela qual a sociedade produz seus
bens e serviços, como os utiliza e os
distribui. O modo de produção de
uma sociedade é formado por suas
forças produtivas e pelas relações de
produção existentes nessa
sociedade.
Modo de produção = forças
produtivas + relações de produção
Portanto, o conceito de modo de
produção resume claramente o fato
de as relações de produção serem o
centro organizador de todos os
aspectos da sociedade.
Modo de produção primitivo:
O modo de produção primitivo designa uma formação
econômica e social que abrange um período muito longo,
desde o aparecimento da sociedade humana. A
comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares
de anos, enquanto o período compreendido pelo
escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal
ultrapassa cinco milênios.
Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em
conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho
eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia
ainda a idéia da propriedade privada dos meios de
produção, nem havia a oposição proprietários x não
proprietários.
Modo de produção
escravista:
Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos
de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo
era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal
ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção
eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um
pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que
não tinham nenhum direito.
Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos),
dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de
produção) e do produto de trabalho.
Modo de produção
asiático:
O modo de produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia
e também na América Pré Colombiana e em algumas nações da África
até o século XIX.
Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar
que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos e
pelos camponeses, que eram forçados a entregar ao Estado o que
produziam.
Para sistematizar essa estrutura produtiva, o Estado contava com um
forte aparato burocrático e um rígido controle sobre a sociedade,
fundamentado no regime teocrático, daí ser também chamado de
Servidão Coletiva.
Modo de Produção Feudal:
Tem suas origens no século IV a partir das
invasões germânicas (bárbaras) ao Império
Romano (Europa). As características gerais do
feudalismo são: poder descentralizado,
economia baseada na agricultura de
subsistência, trabalho servil, economia
amonetária e sem comércio, onde predomina
a troca (escambo), o sistema econômico é de
subsistência.
Os trabalhadores do feudo produziam sob
um regime de servidão, ficavam presos à
terra, não podendo abandoná-las, porém não
eram considerados escravos pois recebiam
proteção de seus senhores e além disso,
possuíam direitos.
As principais obrigações devidas pelos
trabalhadores eram: Corveia e a Talha.
Modo de produção
feudal:
Num determinado momento, as relações
feudais começaram a dificultar o
desenvolvimento das forças produtivas. Como
a exploração sobre os servos no campo
aumentava, o rendimento da agricultura era
cada vez mais baixo.
Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado
pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades
era impedido pela ordem feudal. Já começavam a aparecer as
relações capitalistas de produção.
Modo de produção
capitalista:

O que caracteriza o modo de


produção capitalista são as relações assalariadas de
produção (trabalho assalariado). As relações de
produção capitalistas baseiam-se na propriedade
privada dos meios de produção pela burguesia, que
substituiu a propriedade feudal, e no trabalho
assalariado, que substituiu o trabalho servil do
feudalismo. O capitalismo é movido por lucros,
portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os
trabalhadores assalariados.
O capitalismo compreende quatro etapas:

Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se


desenvolvem relações capitalistas.
Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos
dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o
trabalho assalariado torna-se mais comum.
Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser
investido basicamente nas industrias, que se tornam à atividade
econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se
definitivamente.
Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam
a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à
agricultura, a industria, à pecuária, e ao comercio.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX

TRABALHO:
Se refere a uma atividade própria do homem. O
trabalho é um desprendimento de energia
exclusivamente humano. Neste processo, o homem
se enfrenta como um poder natural, em palavras de
Karl Marx, o trabalho transforma a natureza.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX

PRODUÇÃO-CONSUMO:
Atividade de transformação
mediada pelo trabalho. "Sem
produção – afirma Marx – não há
consumo, porém, sem consumo
tampouco há produção, já que
neste caso a produção não teria
objeto". As esferas da produção e
do consumo estão interligadas por
um terceiro momento: o
distributivo. Marx alinha produção,
distribuição, intercâmbio e
consumo.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX

IDEOLOGIA: Marx não separa a produção das


ideias e as condições sociais e
históricas nas quais são
produzidas (tal separação é o que
caracteriza a ideologia). Pode ser
compreendida como ciência das
ideias
Na análise marxista, a ideologia
age como uma deformadora de
realidade, pois mascara as
explorações do sistema capitalista.
A ideologia é utilizada nos
processos de alienação
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX

ALIENAÇÃO:
Para Marx, tem um sentido negativo,
em que o trabalho, ao invés de realizar
o homem, o escraviza; ao invés de
humanizá-lo, o desumaniza.
O homem é estimulado a trocar o verbo
SER pelo TER: sua vida passa a medir-
se pelo que ele possui, não pelo que
ele é...
Para Marx a religião e o Estado são
formas de alienação.
A alienação econômica é uma forma do
homem explorar o próprio homem,
utilizando formas de manipulação e
expropriação.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX

FETICHE:
Significa “objeto animado ou inanimado, feito pelo
homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui
poder sobrenatural e se presta culto. Significado
conferido ao fenômeno da atribuição de valor simbólico
aos produtos (manufaturas). É um objeto material ao
qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais,
positivos ou negativos.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DE KARL MARX
MAIS VALIA:
O valor do trabalho é abstrato, no sentido
em que o valor padrão de um salário para
uma determinada atividade (e para uma
determinada duração da jornada de
trabalho) é dado pelo Mercado, isto é, pela
demanda agregada dos capitalistas.
A mais valia seria a ampliação da duração
da jornada de trabalho mantendo o salário
constante - o que ele chama de mais-valia
absoluta; ou ampliar a produtividade física
do trabalho pela via da mecanização - o que
ele chama de mais-valia relativa.

É uma relação que associa TEMPO – LUCRO


– TRABALHO - EXPLORAÇÃO.
A Mais Valia explicada
em Quadrinhos.

Extraído de:
http://3.bp.blogspot.com/_FZQ7oi0SOOw
/SyaRoBwqpHI/AAAAAAAAAvQ/eACU1sp
OGR4/s1600-h/trabalho+mais+valia.bmp
Infraestrutura - Superestrutura
Para entender uma determinada sociedade é
preciso conhecer bem o que se passa na
infraestrutura econômica.

A infraestrutura é determinante em última instância.

Mas é preciso que também conheçamos as


SUPERESTRUTURAS. Elas se dividem em duas
grandes partes.
33
Superestrutura Jurídico-Política:
São os elementos do Estado em sentido restrito: as leis, a justiça, o
exército, as prisões, os governos central, regional e local, os
parlamentos nos diferentes níveis.

35
Superestrutura Ideológica:
É composta pelas ideias e pelos costumes existentes em
determinada sociedade e pelos aparelhos e instrumentos
(públicos ou privados) que servem para divulgar essas
ideias e costumes – Marx e Engels já diziam que as ideias
dominantes são sempre as ideias das classes dominantes

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A infraestrutura e a superestrutura se relacionam.

 Há uma determinação em última instância da


infraestrutura – se o Modo de Produção é capitalista as
superestruturas também o serão.

 Mas, existe também uma relação de reciprocidade


(dialética) entre a base econômica e as superestruturas.

 A infraestrutura também é influenciada pelas


superestruturas.
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Paradigmas de Produção
Em busca da melhor organização do sistema de
produção e visando a racionalização do processo
produtivo e o aumento do lucro, são criados modelos
(paradigmas) de produção inseridos à “administração
científica do trabalho”.

Dentre os Modelos de Produção destacamos:


⃝ Taylorismo – Fordismo
⃝ Toyotismo
Organização Racional do Trabalho:
- Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de
movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida
a sua função, estabelecendo um tempo médio.
-Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da
produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade
de pessoal.
-Divisão do trabalho e especialização do operário
-Incentivos salariais e prêmios por produtividade
-Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor,
não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de
produtividade
-Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir
os custos
-Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas
e materiais.
Taylorismo:

É o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro


Frederick Taylor, que é considerado o pai da administração
científica.
Taylor pretendia definir princípios científicos para a
administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os
problemas que resultam das relações entre os operários, como
consequência modifica-se as relações humanas dentro da
empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as
instruções, faz o que lhe mandam fazer.
Fordismo-taylorismo: uma nova forma
de organização do trabalho
No fim do século XIX, Frederick Taylor (1865-1915)
propôs a aplicação de princípios científicos na
organização do trabalho, buscando maior
racionalização do processo produtivo.
No século XX, o aperfeiçoamento contínuo dos
sistemas produtivos deu origem a uma forma de
divisão do trabalho que se tornou conhecida como
fordismo, numa referência a Henry Ford (1863-1947),
o inventor de um modelo de produção em série.
Ford introduziu em suas fábricas as
chamadas linhas de montagem, nas quais os
veículos a serem produzidos eram colocados
em esteiras rolantes e cada operário
realizava uma etapa da produção, fazendo
com que a produção necessitasse de altos
investimentos e grandes instalações.

O método de produção fordista permitiu que


Ford produzisse mais de 2 milhões de carros
por ano, durante a década de 1920. O
veículo pioneiro de Ford no processo de
produção fordista foi o mítico Ford Modelo
T, mais conhecido no Brasil como “Ford
Bigode”.
As expressões taylorismo e
fordismo passaram a ser
usadas para designar um
processo de trabalho com as

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seguintes características:
aumento da produtividade
com o controle das
atividades dos trabalhadores; Linha de produção da Ford em 1928 nos Estados Unidos.

divisão e parcelamento das tarefas;


mecanização de parte das atividades;
sistema de recompensas e punições conforme o
comportamento dos operários na fábrica.
A partir de 1930, Elton Mayo
(1880-1949) buscou medidas

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para promover o equilíbrio e a
colaboração no interior das
empresas.

Taylor, Ford e Mayo foram influenciados pelas


formulações de Durkheim, de acordo com as quais
uma consciência coletiva define as ações dos
indivíduos, submetendo-os às ordens estabelecidas.

As empresas devem dar continuidade a isso,


definindo o lugar e as atividades de cada um.
Para a crítica marxista, as formas de
regulamentação da força de trabalho propostas por
Elton Mayo seriam indiretas, pois o operário seria
manipulado por especialistas em resolver conflitos.
Foi com os procedimentos
propostos por Mayo que o
fordismo-taylorismo penetrou
em todas as organizações sociais.
Essa forma de organizar o
trabalho foi marcante até a
década de 1970 e ainda prevalece
Thinkstock/Getty Images
em muitos locais.
Taylor acreditava que o operário produzia muito menos do que
poderia e, nessa medida, gerava menos riqueza do que
deveria. Entendia, ainda, que a padronização salarial e os
espaços permissivos para a atuação de sindicatos e
organizações partidárias no interior das fábricas encorajavam
os operários a reivindicarem uma menor jornada de trabalho,
maiores salários, melhores condições de vida, etc.
Em busca do “homem eficiente”, Taylor pressupunha a
formação de homens dóceis, desprovidos de relações políticas
e fisicamente capazes para o desenvolvimento das atividades
laborais. Acreditava, ainda, que a nova organização do
trabalho suprimia as lutas operárias, sobretudo as greves,
criando laços de solidariedade entre os trabalhadores e entre
estes e seus superiores.
A Organização do Trabalho no século XX. Livro SAS Filosofia e Sociologia, pag. 128
As transformações recentes no mundo
do trabalho
Novas transformações aconteceram na sociedade
capitalista, principalmente depois da década de 1970,
e todas têm que ver com a busca desenfreada por
mais lucros.

Surgiram formas
de flexibilização
do trabalho e do
mercado.
As transformações recentes no mundo
do trabalho

Flexibilização dos processo de trabalho e de produção 


automação e consequente eliminação do controle
manual por parte do trabalhador.

Flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho 


utilização pelo empregador das mais diferentes formas
de trabalho, substituindo a forma clássica do emprego
regular, sob contrato.
Toyotismo
O Toyotismo é um modo de
organização da produção capitalista
que se desenvolveu a partir da
globalização do capitalismo na
década de 1980.
Surgiu após a II Guerra Mundial, mas só a partir da crise capitalista
da década de 1970 é que foi caracterizado como filosofia orgânica
da produção industrial, adquirindo uma projeção global.
O Japão foi o berço da automação flexível pois apresentava um
cenário diferente do dos Estados Unidos e da Europa: um
pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos,
e grande disponibilidade de mão-de-obra não-especializada,
impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção em
massa.
Toyotismo
O sistema pode ser caracterizado por quatro aspectos:

1 - Mecanização Flexível, uma dinâmica oposta à rígida


automação fordista decorrente da inexistência de escalas
que viabilizassem a rigidez.

2 - processo de multifuncionalização de sua mão-de-obra,


uma vez que por se basear na mecanização flexível e na
produção para mercados muito segmentados, a mão-de-obra
não podia ser especializada em funções únicas e restritas
como a fordista. Para atingir esse objetivo os japoneses
investiram na educação e qualificação de seu povo.
Toyotismo

3 - Implantação de Sistemas de Controle de Qualidade Total,


onde através da promoção de palestras de grandes
especialistas, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-
americano, onde, ao se trabalhar com pequenos lotes e com
matérias-primas caras, os japoneses de fato buscaram a
qualidade total.

Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era


assegurada através de controles amostrais em apenas pontos
do processo produtivo, no Toyotismo, o controle de qualidade
se desenvolve por meio de todos os trabalhadores em todos os
pontos do processo produtivo.
Toyotismo

4 - Sistema Just in Time, que se caracteriza pela minimização


dos estoques necessários à produção de um extenso leque de
produtos, com um planejamento de produção dinâmico.

Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir


um bem no exato momento em que é demandado.

O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que


permitiu a sua inserção nos lucrativos mercados dos países
centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da
flexibilidade, o Toyotismo se complementava naturalmente com
a automação flexível.
Toyotismo
A partir de meados da década de 1970, as empresas
toyotistas assumiriam a supremacia produtiva e econômica,
principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia
em produzir bens pequenos, que consumissem pouca
energia e matéria-prima, ao contrário do padrão norte-
americano.
Com o choque do petróleo e a consequente queda no
padrão de consumo, os países passaram a demandar uma
série de produtos que não tinham capacidade, e, a
princípio, nem interesse em produzir, o que favoreceu o
cenário para as empresas japonesas.
Polivalência, Multifuncionalidade e
Flexibilização do Trabalho

Interior de fábrica
automatizada na
Alemanha, em 2005. Com o
processo de automação,
não existe mais trabalhador
específico para uma tarefa
específica. O trabalhador
deve estar disponível para
adaptar-se às diversas
funções existentes na
empresa.

© Frithjof Hirdes/Corbis/Latin Stock


A sociedade salarial está no fim?

Em relação ao chamado posto fixo de trabalho, o


sociólogo francês Robert Castel, no livro A metamorfose
da questão social: uma crônica do salário, destaca
quatro aspectos que parecem estar se generalizando no
mundo:

desestabilização dos estáveis;


Jean Galvão, 2004

precariedade do trabalho;
deficit de lugares;
qualificação do emprego e
desqualificação do empregado
Diante desses aspectos, os indivíduos tornam-se
estranhos à sociedade, pois não conseguem integrar-
se a ela, desqualificando-se do ponto de vista cívico e
político.

Ocorre praticamente uma perda de identidade, já


que o trabalho é uma espécie de “passaporte”
para alguém fazer parte da sociedade.
Modo de produção
socialista:
A base econômica do socialismo é a
propriedade social dos meios de produção,
isto é, os meios de produção são públicos
ou coletivos, não existindo empresas
privadas. A finalidade da sociedade
socialista é a satisfação completa das
necessidades materiais e culturais da
população: emprego, habitação, educação,
saúde.
Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e
proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer
que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários
desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual.
Conclusão
Para produzir os bens de consumo e de serviço
de que necessitamos, os homens estabelecem
relações uns entre os outros. As relações que
se estabelecem entre os homens na produção,
na troca e na distribuição dos bens são as
relações de produção.

Nos últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente


e que tem trazido novos direcionamentos econômicos, culturais,
sociais e educacionais à sociedade. A acelerada transformação nos
meios e nos modos de produção, causada pela revolução
tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as
relações econômicas entre as pessoas e entre os países e a
natureza do trabalho sofrem enormes transformações.
(UERJ 2012)

O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com


alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse
sistema econômico.
Observe o anúncio publicitário: Uma estratégia própria do capitalismo pós-

fordista presente neste anúncio é:

(A) concentração de capital,


viabilizando a automação fabril
(B) terceirização da produção,
massificando o consumo de bens
(C) flexibilização da indústria,
permitindo a produção por
demanda
(D) formação de estoque,
aumentando a lucratividade das
empresas
(UERJ 2012)

O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com


alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse
sistema econômico.
Observe o anúncio publicitário: Uma estratégia própria do capitalismo pós-

fordista presente neste anúncio é:

(A) concentração de capital,


viabilizando a automação fabril
(B) terceirização da produção,
massificando o consumo de bens
(C) flexibilização da indústria,
permitindo a produção por
demanda
(D) formação de estoque,
aumentando a lucratividade das
empresas
(UEL 2005)

Fordismo é um termo que se generalizou a partir da concepção de Antonio Gramsci,


que o utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry
Ford, em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O
método fordista de organização do trabalho produziu surpreendente crescimento da
produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala para consumo de massa.
O papel desempenhado pelo fordismo, enquanto sistema produtivo, despertou, por
exemplo, a atenção de Charles Chaplin, que o retratou com ironia no filme Os
Tempos Modernos. Assinale a alternativa que apresenta características desse
método de gestão e de organização técnica da produção de mercadorias.
(A) Unidade entre concepção e execução, instaurando um trabalho de conteúdo
enriquecido, preservando-se, assim, as qualificações dos trabalhadores.
(B) Substituição do trabalho fragmentado e simplificado, típico da Revolução Industrial,
pelas “ilhas de produção”, onde o trabalho é realizado em equipes
(C) Supressão progressiva do trabalhador taylorizado e, consequentemente, combate
ao “homem boi”, realizador de trabalhos desqualificados, restituindo-se, em seu lugar,
o trabalhador polivalente.
(D) Controle dos tempos e movimentos do trabalho, coma introdução da esteira
rolante, e de salários mais elevados em relação à média paga nas demais empresas.
(E) Redução das distâncias hierárquicas no interior da empresa, como forma de
estimular o trabalho em grupos, resultando em menos defeitos de fabricação e maior
produção.
(UEL 2005)

Fordismo é um termo que se generalizou a partir da concepção de Antonio Gramsci,


que o utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry
Ford, em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O
método fordista de organização do trabalho produziu surpreendente crescimento da
produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala para consumo de massa.
O papel desempenhado pelo fordismo, enquanto sistema produtivo, despertou, por
exemplo, a atenção de Charles Chaplin, que o retratou com ironia no filme Os
Tempos Modernos. Assinale a alternativa que apresenta características desse
método de gestão e de organização técnica da produção de mercadorias.
(A) Unidade entre concepção e execução, instaurando um trabalho de conteúdo
enriquecido, preservando-se, assim, as qualificações dos trabalhadores.
(B) Substituição do trabalho fragmentado e simplificado, típico da Revolução Industrial,
pelas “ilhas de produção”, onde o trabalho é realizado em equipes
(C) Supressão progressiva do trabalhador taylorizado e, consequentemente, combate
ao “homem boi”, realizador de trabalhos desqualificados, restituindo-se, em seu lugar,
o trabalhador polivalente.
(D) Controle dos tempos e movimentos do trabalho, coma introdução da esteira
rolante, e de salários mais elevados em relação à média paga nas demais empresas.
(E) Redução das distâncias hierárquicas no interior da empresa, como forma de
estimular o trabalho em grupos, resultando em menos defeitos de fabricação e maior
produção.
(UEM 2008)

A respeito da organização do processo produtivo na economia capitalista no período pós Segunda


Guerra Mundial, assinale o que for correto.
I. A concentração espacial das distintas etapas do processo produtivo, o forte controle sobre
elas e a acentuada hierarquização das funções constituem características do denominado
modelo fordista.
II. Pode-se dizer que o toyotismo foi uma resposta à crise da economia capitalista mundial
manifesta na década de 1970. Ele se caracterizou, entre outros fatores, pela exigência de
maior versatilidade dos trabalhadores para o desempenho das funções.
III. O período em que vigorou hegemonicamente o modelo fordista foi acompanhado pela
expansão dos serviços públicos. Nos países de capitalismo central, essa expansão produziu o
denominado Estado de bem estar social.
IV. O fordismo caracterizou-se por métodos que procuraram fazer que os próprios operários
internalizassem a disciplina de trabalho necessária para a acumulação capitalista. Assim,
dispensou a necessidade de várias funções intermediárias do processo produtivo.
V. Embora distintos, o fordismo e o toyotismo coincidiram, igualmente, com períodos de
enfraquecimento das organizações sindicais dos trabalhadores.
Quais afirmativas estão corretas?
(A) Apenas a I e a II
(D) Apenas a I, a II e a III
(B) Apenas a II e a III
(E) Apenas a II. A III e a IV
(C) Apenas a III e a IV
(UEM 2008)

A respeito da organização do processo produtivo na economia capitalista no período pós Segunda


Guerra Mundial, assinale o que for correto.
I. A concentração espacial das distintas etapas do processo produtivo, o forte controle sobre
elas e a acentuada hierarquização das funções constituem características do denominado
modelo fordista.
II. Pode-se dizer que o toyotismo foi uma resposta à crise da economia capitalista mundial
manifesta na década de 1970. Ele se caracterizou, entre outros fatores, pela exigência de
maior versatilidade dos trabalhadores para o desempenho das funções.
III. O período em que vigorou hegemonicamente o modelo fordista foi acompanhado pela
expansão dos serviços públicos. Nos países de capitalismo central, essa expansão produziu o
denominado Estado de bem estar social.
IV. O fordismo caracterizou-se por métodos que procuraram fazer que os próprios operários
internalizassem a disciplina de trabalho necessária para a acumulação capitalista. Assim,
dispensou a necessidade de várias funções intermediárias do processo produtivo.
V. Embora distintos, o fordismo e o toyotismo coincidiram, igualmente, com períodos de
enfraquecimento das organizações sindicais dos trabalhadores.
Quais afirmativas estão corretas?
(A) Apenas a I e a II
(D) Apenas a I, a II e a III
(B) Apenas a II e a III
(E) Apenas a II. A III e a IV
(C) Apenas a III e a IV
(UEL 2004)

“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a
algum sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país
ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é
um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o
baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda
indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.

No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do


tipo Mcjobs “McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa
que apresenta somente características desse tipo de emprego.
(A) Alta remuneração da força-de-trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
(B) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
(C) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do
trabalho.
(D) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de
avanço na carreira.
(E) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.
(UEL 2004)

“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a
algum sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país
ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é
um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o
baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda
indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.

No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do


tipo Mcjobs “McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa
que apresenta somente características desse tipo de emprego.
(A) Alta remuneração da força-de-trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
(B) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
(C) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do
trabalho.
(D) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de
avanço na carreira.
(E) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.
(ENEM 2010)

A evolução do processo de transformação de matérias-primas em


produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato,
manufatura e maquinofatura.
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
(A) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira
padronizada.
(B) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo
diferente do modelo de produção em série.
(C) empregavam fontes de energia abundantes para o
funcionamento das máquinas.
(D) realizava parte da produção por cada operário, com uso de
máquinas e trabalho assalariado.
(E) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e
gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.
(ENEM 2010)

A evolução do processo de transformação de matérias-primas em


produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato,
manufatura e maquinofatura.
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
(A) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira
padronizada.
(B) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo
diferente do modelo de produção em série.
(C) empregavam fontes de energia abundantes para o
funcionamento das máquinas.
(D) realizava parte da produção por cada operário, com uso de
máquinas e trabalho assalariado.
(E) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e
gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.
(UEL 2004)

No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal, reproduzido no
Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete os lucros da Volks
na Alemanha”. No artigo ele afirma: “A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW,
mas vale menos no mercado do que a rival. Para saber por que, é preciso pegar um operário típico da
montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador
eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas de
segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela estabilidade no emprego.
Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia,
quatro dias por semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o
almoço no refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que produzimos veículos
muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”
A relação entre lucro capitalista e remuneração da força-de-trabalho pode ser abordada a partir do
conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado
pelo capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.”
(BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).

Com o intuito de ampliar a taxa de extração de mais-valia absoluta, qual seria a medida imediata mais
adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?
(A) Aumentar o número de veículos vendidos.
(B) Transferir sua fábrica para regiões cuja força-de-trabalho seja altamente qualificada.
(C) Incrementar a produtividade por meio da automatização dos processos de produção.
(D) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção.
(E) Intensificar a produtividade da força de trabalho sem novos investimentos de capital.
(UEL 2004)

No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal, reproduzido no
Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete os lucros da Volks
na Alemanha”. No artigo ele afirma: “A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW,
mas vale menos no mercado do que a rival. Para saber por que, é preciso pegar um operário típico da
montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador
eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas de
segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela estabilidade no emprego.
Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia,
quatro dias por semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o
almoço no refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que produzimos veículos
muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”
A relação entre lucro capitalista e remuneração da força-de-trabalho pode ser abordada a partir do
conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado
pelo capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.”
(BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).

Com o intuito de ampliar a taxa de extração de mais-valia absoluta, qual seria a medida imediata mais
adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?
(A) Aumentar o número de veículos vendidos.
(B) Transferir sua fábrica para regiões cuja força-de-trabalho seja altamente qualificada.
(C) Incrementar a produtividade por meio da automatização dos processos de produção.
(D) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção.
(E) Intensificar a produtividade da força de trabalho sem novos investimentos de capital.
(UEL 2007)

Segundo Émile Durkheim “[...] constitui uma lei da história que a solidariedade mecânica, a qual a
princípio é quase única, perca terreno progressivamente e que a solidariedade orgânica, pouco a
pouco, se torne preponderante”.
DURKHEIM, É. A Divisão Social do Trabalho, In Os Pensadores.
Tradução de Carlos A. B. de Moura. São Paulo: Abril Cultural, 1977, p. 67 .

Por esta lei, segundo o autor, nas sociedades simples, organizadas em hordas e clãs, prevalece a
solidariedade por semelhança, também chamada de solidariedade mecânica. Nas organizações
sociais mais complexas, prevalece a solidariedade orgânica, que é aquela que resulta do
aprofundamento da especialização profissional.
De acordo com a teoria de Durkheim, é correto afirmar que:
(A) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade orgânica para a solidariedade mecânica,
em função da multiplicação dos clãs.
(B) Na situação em que prevalece a solidariedade mecânica, as sociedades não evoluem para
a solidariedade orgânica.
(C) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica,
em função da intensificação da divisão do trabalho.
(D) Na situação em que prevalece a divisão social do trabalho, as sociedades não desenvolvem
formas de solidariedade.
(E) Na situação em que prevalecem clãs e hordas, as sociedades não desenvolvem formas de
solidariedade e, por isso, tendem a desaparecer progressivamente.
(UEL 2007)

Segundo Émile Durkheim “[...] constitui uma lei da história que a solidariedade mecânica, a qual a
princípio é quase única, perca terreno progressivamente e que a solidariedade orgânica, pouco a
pouco, se torne preponderante”.
DURKHEIM, É. A Divisão Social do Trabalho, In Os Pensadores.
Tradução de Carlos A. B. de Moura. São Paulo: Abril Cultural, 1977, p. 67 .

Por esta lei, segundo o autor, nas sociedades simples, organizadas em hordas e clãs, prevalece a
solidariedade por semelhança, também chamada de solidariedade mecânica. Nas organizações
sociais mais complexas, prevalece a solidariedade orgânica, que é aquela que resulta do
aprofundamento da especialização profissional.
De acordo com a teoria de Durkheim, é correto afirmar que:
(A) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade orgânica para a solidariedade mecânica,
em função da multiplicação dos clãs.
(B) Na situação em que prevalece a solidariedade mecânica, as sociedades não evoluem para
a solidariedade orgânica.
(C) As sociedades tendem a evoluir da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica,
em função da intensificação da divisão do trabalho.
(D) Na situação em que prevalece a divisão social do trabalho, as sociedades não desenvolvem
formas de solidariedade.
(E) Na situação em que prevalecem clãs e hordas, as sociedades não desenvolvem formas de
solidariedade e, por isso, tendem a desaparecer progressivamente.
A gente se acostuma, mas não deveria...
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não deveria ...
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha pra fora,
logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a
ace...nder mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a
amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo
porque está atrasado. A ler o Jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer
sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus
porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra aceita os mortos e que
haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E
não aceitando as negociações de paz aceita ler todo dia, de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as
pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e
assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado,
lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar por ganhar o
dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho,
para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos
levam na luz natural. Às bactérias da água potável, à contaminação da água do mar, à lenta
morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galos na madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães, a não colher fruta do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema
está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está
contaminada, a gente molha só o pé e sua o resto do corpo.. Se o trabalho está duro, a gente
se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a
gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A
gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
(UEL 2005)

LADAINHA
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extracorporal?
Por que levantar o braço para colher o fruto? A
máquina o fará por nós. Por que labutar no
campo, na cidade? A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar? A máquina o fará
por nós. Por que fazer um poema? A máquina
o fará por nós. Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
Cassiano Ricardo

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