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Um pouco sobre mim.

Eu Dario Sanchez Dias, sou natural de Fernandópolis SP, nasci em 14/05/61, meu pai
era carpinteiro, minha mãe domestica (ou do lar).

Desde que era criança trabalhei ajudando minha família, quando em 10 de julho de 1974
aos treze anos de idade, tive o meu primeiro registro em carteira, esta empresa foi
advertida pelo ministério do trabalho, pois na época a lei só permitia trabalhar após os
14 anos, no sexto mês em serralheria fiz um vitrô basculante 60 cm x 60 cm para
banheiro, daí em diante ganhei confiança do patrão, e todos os vitrôs basculantes era eu
quem fazia.

Aos poucos ia aprendendo com os serralheiros mais velhos, alguns meses depois já
fazia vitrôs de correr, logo após aprendi fazer portas de enrolar, e em pouco tempo
fabricava portões basculantes industrial, e residencial, venezianas, este ultimo fabricava-
se muito naquela época, fazia todo tipo de serviço em serralheria artística, tanto no
estilo moderno quanto colonial.

Algum tempo depois uma grande empresa do setor de construção civil convidou-me
para liderar sua serralheria, pois faziam muita obra para o Estado Ex: escolas, hospitais,
houve época de esta empresa estar construindo varias escolas ao mesmo tempo, em cada
obra dessas ter mais de cem vitrôs basculantes, fora outros serviços como portas,
portões, estruturas, etc.

Modéstia a parte, não tenho como provar, mas tenho certeza absoluta que esse tipo de
serviço foi eu que mais fiz no Brasil.

Essa obra que vou lhe apresentar Fabricando vitro basculante, tenha a certeza que
domino essa arte melhor que ninguém.

1
Índice

1-Fabricando o mesmo vitro de três formas diferentes................................................. ...5

2-Regras importantes ........................................................................... .......................... 6

3-Iniciando o primeiro vitro ... .........................................................................................6

Modo correto de desempenar o material.......................................................................... 7

Encaixe na cantoneira........................................................................................................8

Encaixes no Tee................................................................................................................ 9

Montando o quadro..........................................................................................................11

Calculando as palhetas.....................................................................................................12

Primeiro vitro palhetas apenas de cantoneira .................................................................12

Dividindo a cantoneira....................................................................................................13

Marcando a furação.........................................................................................................13

Conhecendo a matriz.......................................................................................................14

Prensa manual..................................................................................................................14

Prensa excêntrica.............................................................................................................15

Dobrando cantoneiras......................................................................................................16

Suporte, orelha, taquinho.................................................................................................17

Colocando os suportes nas palhetas.................................................................................17

Preparando os Tees..........................................................................................................18

Rebitando as palhetas......................................................................................................21

Montando o jogo dentro do quadro.................................................................................24

Calha e pingadeira...........................................................................................................26

Azeiteira (ou almotolia)...................................................................................................26

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Presilha............................................................................................................................27

Alavanca..........................................................................................................................27

Jumelo..............................................................................................................................27

Varão...............................................................................................................................28

Posicionando o furo do varão na alavanca......................................................................29

Rebitando varão na alavanca...........................................................................................29

Vitro pronto.....................................................................................................................31

Novo vitro usando Tee na palheta...................................................................................31

Traçando as palhetas........................................................................................................32

Tees e cantoneira das palhetas.........................................................................................32

Palheta montada com Tee................................................................................................32

Palheta com cantoneira....................................................................................................33

Graminho.........................................................................................................................33

Rebitando suportes no varão............................................................................................34

Rebitando as palhetas que usam Tee...............................................................................35

Vitro pronto em vista lateral, e frontal (interna)..............................................................37

Iniciando vitro, com Zee, na palheta...............................................................................38

Atenção ao calcular palhetas com Zee............................................................................38

Marcando a furação a moda antiga..................................................................................39

Estampando os Tees........................................................................................................40

Rebitando as palhetas com Zees......................................................................................41

Vitrô visto pelo lado de fora............................................................................................42

Vitro pronto.....................................................................................................................43

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Cadeirinha........................................................................................................................43

Quadro de cadeirinha.......................................................................................................44

Chumbador, ou grapa......................................................................................................44

Sugestão para escolha do modelo....................................................................................45

Vitro sem vão fixo lateral................................................................................................45

Sem vão fixo, com basculante em cima..........................................................................46

Vitro com 1100 de largura...............................................................................................47

Vitro 1200 largura, mas palheta 7/8................................................................................48

Vitro com duplo jogo de palhetas....................................................................................49

Vitro com dois jogos independentes................................................................................50

Vitro com três jogos independentes.................................................................................51

Sugestão: para uma boa escolha da altura.......................................................................51

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Fabricando o mesmo vitro de três formas diferentes.

Podemos fabricar um mesmo vitro basculante de três formas diferentes, primeira usando
somente cantoneiras na palheta, segunda usando Z, e a terceira forma usando T, aqui no
caso será fabricado com um metro tanto na largura quanto na altura (quadrado).

Palheta é a parte móvel do vitro basculante ou janela, a qual gira em um eixo (rebite).

Com as medidas em mãos e já definida pelo pedreiro, iremos fabricar, começando pelo
vitro que cuja palheta é feita de cantoneira.

A figura 1 ilustra como será o nosso vitro, ou janela como também é chamado.

Figura 1

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Para janelas residenciais (cozinhas, despensas, etc) usamos 170 mm como medida de
altura da palheta, é um bom tamanho, acima disso é considerada grande, pois pode
facilitar a entrada de ladrões, até pode ser maior essa janela desde que tenha grades de
proteção.

E quanto a largura da palheta, quando feita com cantoneira 3/4 com 800 mm está no
limite de um padrão aceitável, acima disso é considerada grande, se faz necessário
mudar a configuração do modelo de vitro, ou do material.

A figura acima lembra o desenho (rascunho) que eu recebia das mãos do líder de
serralheria, alguma coisa acrescentou-se para simplificar a compreensão do mesmo.

Regras importantes

Por uma questão de estética devemos usar a mesma medida da divisão da altura, na
largura dos vãos fixos laterais.

Portanto é o resultado do calculo da altura que vai definir as medidas dos vãos laterais.

A estrutura principal será fabricada com material de 1” cantoneira, e Tee, e as palhetas


com cantoneira 3/4.

Lembrando é muito importante que você adquira o hábito de cortar primeiro o material
maior, pois com a sobra do mesmo cortaremos as peças menores.

Isso é regra seguir em muitos casos não é conveniente cortar uma peça do final de uma
barra, pois daquele pedaço de material posso cortar dois de medidas menores sem sobra
ou com o mínimo de perda ou desperdício, em muitas situações o preço de um corte mal
pensado é igual a uma emenda a mais a fazer.

Iniciando o primeiro vitro

Vamos cortar duas cantoneira de 1 x 1/8” de abas iguais, com 1100 mm que será a
largura da janela, você deve estar se perguntando, porque 1100, se o vitro tem apenas
um metro (1000), é que deixamos passar 50 mm em cada extremidade da cantoneira,
pois o quadro a ser montado terá um metro, e o restante é o chumbador que o pedreiro
usará para fixar o vitro na parede.

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Cortaremos duas cantoneiras, e dois Tees, com 993 mm, essa medida é a altura do vitro,
já descontado 7 mm da espessura das cantoneiras já que elas vão por dentro daquelas
cortamos anteriormente, na verdade multiplicando 1/8 x 2 teremos 1/4 que é igual a
6.35 mm, arredondamos para 7 mm o desconto.

Esses materiais quando vem do fornecedor raramente estão planos (direito) em


condições de uso, é necessário que corrija essas imperfeições (curva, torção) no mesmo,
com um martelo e um objeto de apoio (figura 2) que seja côncavo de preferencia ferro
maciço.

Figura 2

Modo correto de desempenar o material

Veja na figura 3 a maneira correta de usar o martelo em relação ao material para


desempenar (endireitar) cantoneiras.

Figura 3

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No ferro Tee também é muito parecido com o caso anterior ao endireitar, veja
ilustrações na figura 4 mostrando como proceder.

Figura 4

Encaixe na cantoneira

Considerando que as cantoneiras já estão direitas, vamos pegar duas peças de 993 mm, e
fazer encaixes em suas extremidades usando uma prensa (ver mais adiante), sempre
fazendo pares, a cantoneira de 1” tem aba interna 7/8, ou 22.2 mm, faremos com 23 mm
esse encaixe, essa pequena fresta que ficará servirá de penetração para solda.

Figura 5

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A figura 6 mostra como ficará a junção (união) das cantoneiras.

Figura 6

Encaixes no Tee

Faremos encaixes nas duas extremidades do Tee, Procede-se da seguinte forma:


prendemos na morsa um retalho de cantoneira igual aquela que vai no vitro.

Deverá ser presa em sentido vertical e que fique com a aba voltada para dentro,
pegamos o Tee que vai receber o encaixe e encostamos sua extremidade na parte interna
da cantoneira, e com uma serra manual fazemos uma pequena incisão no mesmo, em
sua parte superior.

Essa incisão servirá de orientação para o serralheiro quando recortar as abas do Tee na
prensa, tanto do lado esquerdo quanto o direito.

Quando recortada as abas, devemos retirar a nervura do Tee, adentramos o mesmo


naquele entalhe que tem na matriz.

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Mais adiante teremos detalhes sobre a matriz, figura 7 a mesma recortando nervura do
Tee, e a sua aba encostando lateralmente no punção.

Figura 7
Depois de recortado o encaixe o Tee ficará igual figura abaixo.

Figura 8
A figura 9 mostra como ficará o Tee posicionado na cantoneira.

Figura 9

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Montando o quadro

É importante que você tenha um par de cavaletes para trabalhar sobre os mesmos
coloque sobre eles um material qualquer para servir de apoio, pode ser, uma coluna 60
mm, viga U 3”, ou um pedaço de tubo retangular (metalon), etc.

Colocamos sobre os cavaletes aquelas duas cantoneiras maiores de 1100 mm, e


perpendicular a elas colocamos as outras duas de 997 mm, considerando que os
encaixes já estejam prontos, deixando cada uma 50 mm das extremidades, em relação a
maior.

Com um esquadro manual vamos verificar se estão com 90º graus os ângulos dessa
peça, caso alguma diferença seja encontrada, devemos corrigir.

Agora vamos soldar esse quadro somente na parte externa, depois de soldado devemos
esmerilhar, logo após vamos colocar ao lado para dar continuidade na outra parte.

Figura 10
A figura acima mostra o quadro pronto, veja as extremidades da cantoneira que o
pedreiro usará como chumbador.

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Calculando as palhetas

Primeiramente vamos encontrar as medidas da palheta, de acordo com a figura 1, temos


um vão fixo em cima, e outro embaixo, e quatro palhetas ao meio sendo assim 6
divisões.

Sabendo que a altura do vitro é 1 Mt (1000 mm) , vamos dividir por 6 essa altura para
encontrar a medida básica da palheta, visto que assim se encaixa naquele parâmetro de
170 mm como medida máxima.

Então vamos lá, dividindo a altura primeiro 1000 ÷ 6 = 166.66 a medida básica de cada
divisão será 166 mm.

Grave bem isso, a medida interna da palheta na altura será sempre 10 mm menor que a
divisão básica, portanto será 156 mm.

Agora vamos achar a medida da largura, lembrando que de acordo com a figura 1,
temos vãos fixos nas duas laterais, sendo um em cada lado.

A divisão da altura definiu a largura do vão lateral que é 166, que multiplicado por 2 é
igual a 332, esse será o desconto na largura total da peça.

Primeiro vitro palhetas apenas de cantoneira

Portanto 1000 - 332 = 668, essa é a largura interna da palheta, agora somando os quatro
lados, temos: 156 + 668 + 156 + 668 = 1648 mm, essa é a medida que vamos cortar
quatro cantoneira 3/4”, para confecciona-las.

Depois de cortada, tirada as rebarbas, e desempenada, vamos traçar as medidas,


primeiro, prendemos na morsa, engatamos o inicio da trena na peça na extremidade da
cantoneira, com o auxilio de um esquadro colocamos na medida 156 mm, e com um
riscador bem afiado (pontiagudo) traçamos a primeira medida.

Seria um erro grave se estivesse marcando uma medida a partir de outra, pois surgiria
diferenças que iriam se somando, e no final a imprecisão seria grande.

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Dividindo a cantoneira

Vamos traçar a primeira medida 156, com a trena enganchada no inicio da cantoneira
vamos marcar a segunda medida 824 mm que é a soma de 156 + 668 = 824 depois a
próxima 980 (824 + 156 = 980) por fim 1648.

No lado oposto desses locais onde traçamos, mais especialmente na aba será cortada
uma estampa no material, para que possamos dobrar, obtendo assim um ângulo de 90º
na peça.

Essa cantoneira como já sabemos será a palheta, a mesma será presa por um rebite no
Tee da estrutura da janela, assim sendo teremos que furar na metade da altura da mesma
para a passagem do rebite.

O rebite que vamos usar será 3/16 que é igual 4.76 mm X 1/2 cabeça chata, o furo será
feito com uma broca de 5 mm, onde proporcionará uma pequena folga.

Marcando a furação

Nessa divisão para encontrar o meio poderá também ser feita com o uso de um
compasso, mas no caso aqui vou usar uma trena, portanto teremos que traçar na
cantoneira 78 mm que é a metade da altura, 156 ÷ 2 = 78, o segundo furo se encontra a
uma distancia de 902 mm do inicio, ou 824 + 78 = 902, o qual também está na metade
da altura da outra divisão, este furo deverá estar a 10 mm da face externa da aba.

Veja a figura 11 tire possíveis duvidas.

Figura 11

Essa cantoneira que preparamos terá que ser feito estampas na mesma, para isso vamos
usar a prensa, a qual possui uma ferramenta de corte denominada matriz.

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Para quem faz pouco trabalho como vitro uma prensa manual seria o suficiente, para
serviço em grande escala faz se necessário uma prensa excêntrica, as quais são elétricas
e permite uma grande produção.

Conhecendo a matriz

Essa matriz é composta de dois corpos, sendo um macho denominado punção, e a fêmea
chamada de base, fabricada em aço duro, logo após temperada, a mesma contem uma
ranhura inclinada a 45º em relação a face lateral, que serve de orientação ao operador
da mesma quando se pretende fazer uma estampa com 90º, possui também , um entalhe
para recortes de encaixes principalmente nos Tees, ou pequenos cortes em materiais.

Figura 12

Prensa manual

A figura 13 a seguir é algo que lembra uma prensa manual, muito boa para pequenos
trabalhos, na mesma você pode ver a matriz instalada.

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Figura 13

Prensa excêntrica

A prensa excêntrica, como é popularmente conhecida é a ferramenta ideal para esse tipo
de tarefa, nela também se instala uma matriz, de acordo com o trabalho a se realizar, no
nosso caso que é serralheria instalamos uma matriz para estampas em 90º,embrando
que existem outros tipos matrizes também usadas em serralheria (figura 14).

Figura 14

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A figura 15 mostra cantoneira já estampada para a confecção do nosso vitro, onde serão
dobradas formando um ângulo de 90º, na parte de cima da mesma figura você pode ver
a furação.

Figura 15

Dobrando cantoneiras

Prenderemos essa cantoneira na morsa, puxamos com a mão dobrando-a com auxilio de
um martelo batendo, e um esquadro deixará com 90º cada canto desses.

Na figura16 vemos uma palheta sendo dobrada.

Figura 16

Nesta palheta vamos solda-la por dentro e por fora apenas no canto onde as pontas da
cantoneira se encontram, não na aba interna onde apoia o vidro.

Figura 17
Quando dobramos a cantoneira, aquelas medidas que traçamos são internas, portanto a
medida externa passa a ser 2 X 1/8, ou 6.35 mm, temos por habito dizer que a mesma
aumentou 7 mm.

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Lembra-se de no inicio quando dividimos o vitro e descontamos 10 mm para encontrar
a medida interna da palheta? Agora depois de dobrada a mesma aumentou 7 mm
externa, significa que os outros 3 mm que faltam para completar 10, são as folgas que
ficarão entre as palhetas.

Suporte, orelha, taquinho

Com a palheta montada temos que colocar (soldar) agora os suportes que também são
conhecidos por orelha, taquinho, os mesmos unem a palheta ao varão dando a
possibilidade de articulação,

Figura 18

Isso pode ser feito de duas formas diferentes, uma é essa que vamos fazer agora, e a
outra rebitamos todos os suportes no varão, e depois soldamos em seus respectivos
lugares.

Esses suportes são comprados em casas que comercializam acessórios para serralheria, e
em muitos casos nas empresas onde se fabricam vitros em grandes quantidades
geralmente possuem matriz própria para confecção destes..

Colocando os suportes nas palhetas

Varão nesse caso é aquela barra de ferro-chato que na maioria das vezes fabricado de
material 5/8 X 3/16 onde são rebitados esses suportes que permite a articulação das
palhetas de um vitro, veremos isso mais adiante.

Vaja a figura 19 mostrando em duas vistas a posição desse suporte em relação à palheta,
a face superior do mesmo alinhado com a face inferior da aba da palheta.

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Figura 19
Nesse caso queira fazer um pequeno gabarito para manter iguais as medidas entre o furo
da palheta e o do suporte é muito simples, mas não vejo necessidade pois já temos
referencia.

A Figura 20 mostra o gabarito, fabricando o mesmo: corte um ferro chato com 74 mm


1/8 X 1/2, e faça dois furos 3/16 sendo 60 mm centro a centro para uso nessa palheta
aqui, nesses furos soldamos dois rebites.

Figura 20
O uso desse gabarito se dá da seguinte forma, introduziremos um desses rebibets no
furo da palheta, e o outro no furo do suporte para assegurar a possição onde será
soldado, isso se faz em todas as palhetas.

Preparando os Tees

Com as palhetas prontas chegou a hora de fazer encaixes (ou espigas) nos Tees,
prendemos um desses na morsa, e marcamos a primeira medida, em uma das
extremidade 165 mm, que será o vão fixo inferior, depois marcamos 166 mm, e
repetimos por mais três vezes que são as divisões onde irão as palhetas, por ultimo
ficará sobrando 164 mm que será o vão fixo superior.

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Essas medidas 166 mm serão divididas ao meio, neste local serão feito furos 3/16 por
onde passará o rebite vindo da palheta, se quiser usar um compasso para dividir é bom,
mas pode também traçar as medidas com a trena.

Engatando a trena em uma do Tee extremidade marcamos 248 mm (165 + 83) onde será
o primeiro furo cujo diâmetro será 3/16, depois 414 mm (248 + 166) o segundo, o
terceiro 580 mm, por fim 746 mm, que é o quarto furo, esses furos estarão a 10 mm da
face na aba interna do Tee, lembra-se que havíamos deixado 10 mm na face externa da
palheta é por essa razão.

Caso queira simplificar marcaremos 165 + 83 + (8 x 83 no total).

Figura 21
Agora vamos marcar o local onde será estampada (removida) a aba para a articulação da
palheta, no local onde está o furo devemos marar 12 mm abaixo e fazer um pequeno
entalhe com uma serra manual, e nas outras divisões deverá ser feita sobre a mesma.

Quando você tiver uma boa pratica poderá simplificar o trabalho, ao invés de traçar 12
mm abaixo dos furos e depois fazer um entalhe com a serra, lembre-se a própria lamina
de serra tem largura de 12 mm, basta alinhar a parte da serra sem os dentes com o furo,
e ao levantar a serra está sobre os 12 mm, é só fazer a marcação.

Agora vamos transferir as marcas feitas nesse Tee, para o segundo os quais deverão ser
pares, para isso usaremos uma ferramenta denominada cavalete, nada mais é que duas
cantoneiras 1” X 50 mm oposta uma a outra, e unidas por um ferro chato 1/8 X 1/2, veja
figura 22.

Figura 22

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Todos os serralheiros têm em suas bancadas diversos tipos de gabaritos para uso em
determinados serviços.

Figura 23

A figura 23 acima mostra o cavalete sobre dois Tees, para transferir


as marcas ou medidas de um lado para o outro.

Nesses Tees devemos fazer encaixes em suas extremidades, da


mesma forma que fizemos nas cantoneiras, para isso vamos usar a
prensa.

A figura 24 ao lado mostra um par de Tees, já estampados e também


ao lado a mesma peça vista em um ângulo diferente.

Esses encaixes, e estampas devemos fazer na prensa, mesmo após


ter feito esse trabalho de remoção, é comum sobrar restos de
nervura, a qual devemos retirar esmerilhando com disco de desbaste.

Usando uma broca um pouquinho maior que o furo devemos


rebarbar o mesmo.

Com o impacto sofrido pelo material quando estampavamos na


prensa, e o calor gerado ao esmerilhar, é muito comum o mesmo
empenar-se, e até torcer devemos corrigir isso.

Considera se pronto esse esqueleto (estrutura), agora o próximo


passo é rebitar as palhetas.

O rebite a ser usado será 3/16 x 1/2 cabeça chata, também


colocaremos entre a palheta e o Tee duas arruelas lisa 3/16.

Figura 24

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Para rebitar vamos trabalhar na bancada, mais exatamente na morsa, na mesma devemos
de ter um suporte de apoio para a cabeça do rebite, o qual deverá ser de ferro maciço
(aço) veja figura 25.

A nossa palheta fizemos com 163 mm externa, o que significa que temos 125 mm entre
as abas, para usar uma morsa de 5” polegadas que é a = 127 mm, devemos colocar um
calço entre o mordente móvel da morsa e o suporte de apoio, afastando o mesmo e
facilitando a entrada palheta.

Rebitando as palhetas

Aí está um suporte de apoio para rebitagem, não se faz necessário ser exatamente igual
a esse, mas sim que seja um material resistente, para tal funcionalidade.

Figura 25
Você pode usar qualquer material para fazê-lo, em depósitos de sucata é farto esse
material, solde uma pequena cantoneira, para que a palheta não escorregue e saia fora,

Figura 26
Veja figura 26, palheta no suporte com rebite, e arruela aguardando, o Tee estampado.

Pegamos a palheta, introduzimos o rebite na mesma, colocamos duas arruelas lisas 3/16,
e apoiamos sobre o suporte, em seguida colocamos o Tee, encaixando seu furo no
rebite, depois martelamos, ou melhor, rebitamos.

21
O ideal é que se use um martelo de bola (fig 27) para fazer uma cabeça na extremidade
do rebite, e não achata-lo de forma errada.

Figura 27

Primeira palheta sendo rebitada, agora sobre o suporte de apoio, onde vai receber o
Tee, nesse caso pode se iniciar de qualquer lado, isso não quer dizer que seja obrigatório
começar rebitar pelo lado que ficará embaixo no vitro.

Figura 28

22
Ao posicionar a palheta no suporte de rebitagem prestar atenção na posição que está o
taquinho (orelha), erros acontece com frequência principalmente quando fazemos vitros
jogo de duplo.

Acabamos de rebitar a quarta palheta, veja figura abaixo.

Figura 29
Agora devemos virar esse conjunto, trazendo o lado de baixo para cima, e rebitar o
outro Tee.

Figura 30

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Esse conjunto de palhetas rebitadas nos Tees recebe a denominação de “Jogo de
palhetas” para alguns simplesmente jogo.

Detalhe ampliado na figura 31, onde podemos ver a folga entre as palhetas, as arruelas,
a estampa feita no Tee.

Apesar de essa imagem ter sido feita com um software Cad, a mesma retrata com
exatidão o que acontece na pratica.

Figura 31
O próximo passo agora é colocar o jogo de palhetas dentro do quadro que fizemos lá no
inicio.

Montando o jogo dentro do quadro

Vamos colocar embaixo da primeira palheta com uma folga de 3 mm ou 1/8, um Tee
7/8, o qual vai limitar o vão fixo inferior, e ao mesmo tempo servindo de apoio para o
vidro, na parte de cima da palheta superior colocaremos uma cantoneira 7/8, também
com 3 mm de folga limitando o vão fixo superior.

Cortamos esse material com 679 mm, ou seja (668 + 7 + 4 = 679) medida interna da
palheta 668, mais 7 que aumenta ao dobrar, mais 4 espessura das arruelas.

Figura 32
Aproveitamos para fazer encaixes nas duas extremidades usando a prensa, as quais
apoiarão nas abas dos Tees da estrutura do vitro (fig 32).

24
È provável que você tenha notado alguma diferença pequena nas medidas, pois o
material laminado Tee, Cantoneira, produzido usando o sistema inglês de medidas
(polegadas), e aqui trabalhamos com milímetros, portanto se faz necessário relevar
décimos para ajustes, que as vezes altera, mas de forma insignificante.

Agora vamos achar as medidas dos vão fixos laterais, sabemos que este jogo de palheta
tem 685 mm de largura por fora da nervura do Tee.

O quadro de cantoneira do vitro tem 993 mm na largura interno então 993 – 685 = 308,
que dividido por 2 = 154 mm, essa é a medida interna do vão, assim sendo vamos
cortar dois Tees 7/8 nessa medida, nos quais devemos fazer encaixes para a aba do Tee
em uma extremidade, e na outra ponta para cantoneira.

No nosso vitro você pode ver os materiais que inserimos, recentemente, a cantoneira 7/8
no vão fixo superior, o Tee 7/8 no vão inferior, e também nas laterais.

Figura 33
A figura 23 mostra o vitro sendo visto pelo lado de dentro, como você pode notar falta
alavanca, varão, pelo lado de fora está faltando a calha e a pingadeira.

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Calha e pingadeira

Calha nada mais é que um ferro-chato 1/8 X 1/2, soldado na palheta, tem como objetivo
fazer com que a agua escorra, e não penetre pelo lado de dentro, faremos quatro dessas,
sendo uma delas 4 mm maior a qual vai na parte superior.

Figura 34
A pingadeira também tem a função de evitar a entrada de agua, servindo também como
reguladora de abertura da palheta, faremos 8 peças da mesma.

Figura 35

A pingadeira é um ferro-chato 1/8 X 1/2 que é soldado no Tee da estrutura do vitro,


fabricando a mesma mede se embaixo da calha, até o centro do rebite, no nosso caso
aqui tem 76 mm, devemos fazer um desvio (dobra) com ângulo de 45º a 12 mm da
extremidade (fig 35).

Com o vitro quase pronto, vamos desempenar, pois o calor gerado pela soldagem faz
com que isso aconteça, logo após devemos esmerilhar as soldas, aproveitando a situação
com uma talhadeira vamos remover respingos de soldas que é muito comum.

Azeiteira (ou almotolia)

Usando uma azeiteira, ou almotolia vamos pingar duas gotas de óleo lubrificante nos
rebites para que as palhetas possam articular melhor.

Figura 36

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Presilha

Em serralheria existe uma ferramenta chamada presilha, a qual tem a função de prender
a peça, no caso aqui a palheta (fixar) temporariamente enquanto executamos alguns
trabalhos, Ex: marcar furação, rebitar.

Figura 37
Você poderá fabrica-la com barra chata, 3/16 X 5/8, ou 1/2 X 1/4 (fig 37).

Alavanca

É com ela que abrimos e fechamos o vitro, a mesmas é encontrada em lojas de


acessórios para serralheria, existem vários tipos e modelos diferente, cromadas,
galvanizadas, de latão, bronze, e com outros tratamentos de superfície.

Figura 38
Outro acessório que também usamos é o jumelo, esse tem a função de unir a alavanca
ao varão permitindo a articulação entre ambos.

Jumelo

Figura 39

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O jumelo também se encontra em lojas de acessórios para serralheria, é fabricado com
ferro-chato 1/8 X 1/2 com aproximadamente 90 mm, são produzidos em larga escala
onde usam uma matriz especial para estampagem do mesmo.

No primeiro furo da alavanca devemos rebitar um suporte daqueles que usamos nas
palhetas, o qual será soldado no vitro.

No outro furo da alavanca vamos rebitar um par de jumelo, no qual em seu outro furo
rebitaremos no varão, na figura 40 você vê a alavanca pronta para ser rebitada no varão.

Figura 40

Varão

Vamos cortar um pedaço de ferro-chato 3/16 X 5X8 com 600 mm, ciente de que está
maior, depois recortaremos o excedente, a 8 mm de uma extremidade vamos fazer um
furo com 5 mm o chamaremos de varão.

Figura 41
Nesse furo colocaremos provisoriamente um rebite, que ao mesmo tempo, encaixamos o
no furo do suporte da palheta superior, agora encostamos esse varão nos demais
suportes, com o auxilio de um riscador, vamos marcar no varão a posição dos furos dos
suportes, e depois furamos com 5 mm.

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Posicionando o furo do varão na alavanca

Com o varão parcialmente furado, devemos agora achar a posição (medida) onde vai o
furo onde rebitaremos os jumelos da alavanca, isso se pode fazer de duas formas.

Figura 42
A primeira, colocamos o suporte da alavanca alinhado com o Tee 7/8 que está abaixo da
primeira palheta, pois é neste local que o mesmo será soldado.

Depois colocaremos os furos do varão alinhados com os que estão nos suportes das
palhetas, logo após introduziremos rebites apenas para manter na posição, neste
momento colocaremos a outra extremidade entre os jumelos, onde marcaremos a
furação no varão.

A segunda: Sabendo que o furo do suporte da alavanca coincide com o meio (centro) do
Tee 7/8, medindo desse rebite até o segundo furo do jumelo tem 107 mm, agora
medimos do furo da base da alavanca até o furo do suporte que está na primeira palheta,
temos 141 mm, sendo assim 141 – 107 = 34.

Rebitando o varão na alavanca

Sendo assim faremos o furo no varão a 34 mm do já existente, logo podemos rebitar, a


figura 43 mostra conjunto pronto.

Figura 43

Todo serralheiro tem em sua bancada um tarugo de ferro maciço para apoiar a cabeça
do rebite, enquanto martelamos a outra extremidade, o trabalho de rebitagem é feito
dessa forma.

29
Vamos usar o mesmo rebite 3/16 X 1/2, com as palhetas presas com presilhas então
vamos coloca-lo no varão, e em seguida por uma arruela, depois, introduziremos o
mesmo no furo do suporte, tenho por hábito começar de baixo para cima.

Com o varão rebitado nos suportes, devemos soldar a base da alavanca no Tee estrutural
alinhado com o Tee 7/8, depois colocar duas gotas de óleo lubrificante em cada rebite, e
movimentar as palhetas verificando se tudo está ordem.

Veja o vitrô pronto, visto por dentro, e o mesmo em outra projeção.

Figura 44

30
A figura 45 é uma ilustração do vitrô visto pelo lado de fora, onde é possível ver as
pingadeiras, calhas, etc.

Vitrô pronto

Figura 45
Você percebeu que fazer um vitro, não é nem um bicho de sete cabeças.

Novo vitro usando Tee na palheta

Agora vamos fabricar o mesmo vitro usando Tee na palheta, ao invés de ferro-chato
(chapinha).

Muita coisa pode usar do trabalho anterior, outras coisas vão mudar obviamente a
palheta que é a principal, e é o centro do assunto agora.

Como já temos a medida interna na largura da palheta que é 668 mm, vamos acrescentar
duas vezes a medida interna da altura, ou seja 156 mm X 2 = 312, que somando a
largura temos 980 mm, essa é a medida da cantoneira que vamos cortar quatro peças.

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Traçando as palhetas

Com a cantoneira desempenada, vamos traçar a partir do início da mesma, 156 mm que
é a primeira dobra, logo após 824 mm que é a segunda dobra, nesse caso aqui vamos
fazer a furação com a palheta montada.

Figura 46
Como já comentamos anteriormente, a medida traçada na cantoneira se apresenta 7 mm
maior na parte externa, no caso aqui teremos então 668 + 7 = 675, com essa medida
cortaremos três Tee, e uma cantoneira 3/4, que após ser feito encaixe nas duas
extremidades dos mesmos serão soldados.

Tees e cantoneira das palhetas

Os encaixes serão com 20 mm pois neste local será posicionada a cantoneira 3/4
proveniente da palheta, que é igual a 19.05 mm.

Figura 47
Lembrando que na palheta superior é a que vai, a cantoneira, nas demais Tees, veja a
mesma já com encaixe na figura 48.

Figura 48

Palheta montada com Tee

A figura 49 mostra a palheta montada com o Tee, igual a essa devemos fabricar três
peças, não colocaremos calha, pois os Tees possuem abas que a substituirão.

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Voltando ao assunto calha, devemos colocar apenas na parte superior soldada naquela
cantoneira 7/8 que já vimos no vitro anterior, aqui será igual.

Figura 49

Palheta com cantoneira

Palheta montada com a cantoneira, para esse vitro devemos fabricar apenas uma dessa,
a mesma será rebitada na parte de cima (fig 50).

Figura 50
Se no exemplo anterior traçamos a furação direta na cantoneira, agora aqui devemos
traçar na palheta pronta, podemos usar a trena, ou então um graminho.

O graminho é uma ferramenta para usar onde as medidas se repetem com frequência, é
construído da seguinte forma, é composto de um corpo guia o mesmo possui um
encosto, por onde trabalha uma régua interna, a mesma é fixada com um parafuso
borboleta quando ajustada na medida a trabalhar.

Graminho

Se você não tem um graminho, é simples de construir, veja figura 51, todo serralheiro
possui um em sua (gaveta) bancada.

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Figura 51
Essa ferramenta é de grande utilidade, não só aqui no uso da fabricação do vitro, mas
em serralheria geral, para traçar linhas repetitivas.

Usando o graminho: Se a palheta tem como medida externa 163 mm, isso dividiremos
por 2, temos 81.5 mm, marcamos da ponta da régua até o encosto 81.5 mm, traçamos de
um lado primeiro, depois viramos o graminho para o outro lado e marcamos também,
isso é importante, com duas linhas traçadas o centro é logico é o meio.

Rebitando suportes no varão

Nessas palhetas podíamos soldar os suportes, fazendo o mesmo processo que fizemos
no vitro anterior, mas aqui vamos diferenciar um pouco.

Esse serviço aconselha-se que tenha um bom domínio com solda, pois alguns lugares
não serão possíveis esmerilharem.

Vamos pegar aquele varão com a alavanca, e no mesmo rebitar os suportes iguais os
que soldamos na palheta, ver figura abaixo.

Figura 52
No vitro anterior criamos aquele Tee estrutural, e fizemos encaixes (estampas) para
articulação das palhetas que foram feitas de cantoneira, agora nesse caso estamos
usando Tee 3/4 na parte de cima, portanto temos que acrescentar a largura da aba do
mesmo na estampa do Tee estrutural, esse acréscimo será de 8 mm.

Faremos esse acréscimo nas três primeiras estampa, já que a palheta superior é fabricada
com cantoneira e não necessita dessa alteração no seu encaixe.

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Rebitando as palhetas que usam Tee.

Começamos a rebitar as palhetas iguais ao processo anterior, naquele suporte de


rebitagem preso na morsa.

A figura 53 mostra um jogo com três palhetas rebitadas feitas com Tee, sabemos que a
quarta palheta será com cantoneira.

Figura 53

Nessa figura é possível ver a aba do Tee 3/4 remontando sobre a palheta, veja também a
folga entre a aba do mesmo e a estampa que está no Tee da estrutura.

Neste vitro por usar Tee na palheta, não há necessidade de colocar calhas, já que a aba
do mesmo desempenha esse papel, usaremos apenas na parte de cima soldada na
cantoneira 7 X 8, colocamos aquele Tee embaixo da palheta inferior, e os dois menores
nas laterais dividindo o vão fixo, devemos também colocar pingadeira igual fizemos ao
anterior.

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Vamos trazer aquele quadro que fizemos no inicio e colocar esse jogo dentro, veja
figura 54.

Figura 54
Vitro visto pelo lado de fora, no qual você pode notar as pingadeiras que foram soldadas
na estrutura do vitro, onde deixamos 2 mm de folga entre parte inferior da palheta, até a
lado de cima da pingadeira.

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Vitrô pronto em vista lateral, e frontal (interna)

Este vitro está pronto, podemos enviar para o setor de pintura ao qual será usada uma
tinta de fundo, na maioria dos casos zarcão.

Figura 55

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Iniciando vitro, com Zee, na palheta

Agora vamos fabricar o terceiro vitro usando Zee, esse material tem esse nome pois
lembra a letra Z, veja figura 56.

Figura 56
Esse material Tem 15 mm na largura das abas, 23 ou 25 mm de altura, sendo fabricado
com chapa #16 (1.5 mm), e #14 (2 mm).

A vantagem desse material em relação a cantoneira é que a aba do mesmo serve de


calha, e isso é muito bom na fabricação de vitro..

Atenção ao calcular palhetas com Zee

Ao calcular um vitro desse devemos lembrar que a espessura desse material é menor do
que já usamos (1/8) e isso reflete diretamente naquela folga entre as palhetas, portanto
ao invés de 10 mm de desconto, usaremos 9 mm, portanto 166 – 9 = 157.

As palhetas que fizemos anteriormente tinha 156 mm interna, essa vamos fazer com
157, o recorte na aba será igual o qual fizemos na cantoneira do vitro anterior.

Lembrando que a medida interna da palheta no sentido horizontal é 668, acrescentamos


aqueles 7 mm que a peça aumenta ao dobrar, temos então 675 mm, portanto cortamos
três Zees nessa medida, e fabricarem três palhetas.

Figura 57

38
Veja figura 58, palheta feita com cantoneira e Zee.

Figura 58
Nesse vitro também vamos usar uma palheta feita com cantoneira, essa será a primeira
embaixo a qual terá a aba do Zee como calha.

Marcando a furação a moda antiga

Podemos trabalhar com aquele mesmo sistema que fizemos em outras ocasiões,
traçando ou usando compasso que tudo ficaria perfeito, mas vou utilizar um método
mais primitivo de como que se fabricava há algum tempo passado, ainda em uso por
alguns conservadores.

Vamos dispor sobre os cavaletes de nossa bancada dois Tees estruturais, de forma
paralela, na parte interna dos mesmos vamos esfregar giz isso se faz necessário para a
visibilidade da marcação que vamos fazer.

Agora colocaremos as palhetas em seus devidos lugares, deixando uma folga de 1/8
entre elas, e marcar com o riscador no Tee a furação que está na palheta.

Geralmente usamos para separar uma palheta da outra aquele suporte igual ao que
soldamos na mesma, apenas para manter a medida enquanto marcamos.

Depois de marcada a furação, retiramos a primeira palheta que está embaixo, essa que
foi feita de cantoneira, agora traçamos na aba do Tee tanto no lado esquerdo quanto no
direito, a parte inferior da segunda palheta para referencia da estampa que vamos
recortar.

Logo após a retiramos, e o mesmo processo se repete nas demais, também devemos
marcar no Tee, com espaço de 2 mm da palheta superior, para que a mesma possa
articular com folga, e logo mais faremos a estampagem.

39
Cada palheta retirada deve ser marcada, para que a mesma retorne ao seu local de
origem no momento da rebitagem.

Figura 59
Vamos prender o Tee na morsa, e no local que marcamos a furação faremos uma
pequena incisão com o punção.

Ainda no Tee faremos um pequeno entalhe com a serra no local onde marcamos a parte
inferior da palheta.

Vamos furar esse Tee usando uma broca 3/16, logo após volte-o para morsa, e com a
face lisa da serra alinhada com o centro do furo, deixando a parte com dentes para o
lado de baixo do vitro, depois levantamos a serra e marcamos um entalhe, seria o
mesmo que marcar 12 mm com a trena, pois a largura dessa lamina são 12 mm.

Estampando os Tees

Com tudo marcado chegou a hora de fazer a estampagem e o encaixe nas extremidades
dos dois Tees.

Sempre ficam sobras de material da nervura do Tee após esse processo, temos que
remove-las esmerilhando e retirando possíveis rebarbas.

40
É possível que o Tee tenha empenado com o impacto da matriz no momento do corte
(estampa), temos que corrigir.

Rebitando as palhetas com Zees

Com tudo pronto podemos iniciar a rebitagem, é aconselhável começar pela primeira
palheta do lado inferior, aquela que possui cantoneira, visto que a aba do Zee tende a
sobrepor a mesma, caso o trabalho não seja seguido nessa ordem poderemos ter um
pequeno incômodo.

Figura 60
Agora faltando rebitar as palhetas no Tee, depois colocar o jogo dentro do quadro,
soldar o Tee 7/8 embaixo dessa primeira palheta o qual determina o vão fixo inferior, e
na parte de cima colocamos a cantoneira 7/8 criando o vão fixo superior, colocamos
aquele Tee menor nas laterais dividindo o vão fixo, colocaremos calha apenas em cima
soldada naquela cantoneira 7/8, pois as palhetas tem abas que exerce a função da
mesma.

Também temos que confeccionar oito pingadeiras, e solda-las deixando um espaço livre
de 2 mm entre a aba da palheta e a própria.

41
Vitrô visto pelo lado de fora

Figura 61
Repetindo o que já fizemos anteriormente, soldar, esmerilhar, e desempenar, só assim
podemos colocar a alavanca.

Com o conjunto alavanca varão pronto, faltando apenas soldar, faremos o mesmo
processo que fizemos anteriormente.

42
Colocaremos duas gotas de óleo lubrificante em cada rebite, tanto nas palhetas, quanto
nos suportes, abrimos e fechamos o mesmo para verificar possíveis problemas, e em
seguida enviamos para o setor de pintura.

Vitro pronto

Figura 62

É importante citar que podemos fazer o quadro de um vitro não apenas com cantoneira,
mas também com perfilado (chapa dobrada) cadeirinha.

Cadeirinha

Quando fabricar um vitro residencial dê preferencia a cadeirinha no quadro esterno, fica


melhor o acabamento e visualmente também.

Veja figura abaixo, cadeirinha 30 X 30, a aba é padrão tem 15 mm largura, poderia usar
também 25 X 25, ver figura a seguir.

43
Figura 63

Quadro de cadeirinha

Assim ficará um quadro feito com cadeirinha, repare que o mesmo não tem aquela
ponta passante denominada chumbador, nas laterais para o pedreiro assentar (chumbar).

Figura 64

Chumbador, ou grapa

Sendo assim devemos fabricar e soldar o chumbador, alguns a chamam de grapa,


podemos a construir de varias formas, o primeiro feito com cantoneira, o segundo com
ferro-chato.

44
Figura 65
Se por acaso no local a ser chumbado tenha uma viga de concreto ou uma coluna,
devemos usar o chumbador feito de chapa,

Sugestão para escolha do modelo

Sugestão para criar um vitro de acordo com medidas, isso quando for sua a escolha, se
conter no projeto devemos obedecer, lembrando que devido algumas limitações de
medidas restringe a escolha, surge a falta de alternativa sendo assim necessitamos fugir
de algumas regras, procurei expor aqui uma boa opção para cada situação.

Vitro sem vão fixo lateral

Figura 66
A figura acima mostra dois vitros, os quais fabricados sem o vão fixo lateral, portanto
podemos fabricar desde 400 mm até 800 mm na largura desse modelo, se bem que 400
mm já é considerada pequena, palheta acima de 800 mm devemos fazer com cantoneira
7/8, ou então mudar a configuração do vitro.

45
Nesse tipo de vitro temos que usar um ferro-chato soldado no Tee da estrutura, para que
o pedreiro possa fazer o acabamento, e também ter espaço para articulação das palhetas,
e que não fique em atrito com o reboco.

Figura 67

Sem vão fixo, com basculante em cima

Vimos em esboços de vitro anteriormente com vão fixo em cima, também podem ser
fabricado sem esse vão, colocando uma palheta nesse local aumentando a ventilação, e
até na parte de baixo quando o vitro é muito pequeno, sendo muito raro este ultimo.

Figura 68

46
Nesse vitro com palheta em cima, devemos colocar a cantoneira no alto do quadro com
a aba voltada para fora, onde fecha a propria.

Figura 69

Vitro com 1100 de largura

O vitro logo a seguir (fig 70) tem 1100 mm de largura, as palhetas ainda estão dentro
das medidas aceitáveis por isso podemos seguir o mesmo padrão daqueles que já
fabricamos.

47
Figura 70
A próxima figura 71, cuja medida tem 1200 de largura, fabricaremos no mesmo padrão
que do anterior, mas com uma ressalva, usamos palheta de cantoneira 7/8.

Vitro 1200 largura, mas palheta 7/8

Figura 71

48
Ciente de que existem alguns serralheiros que insistem por usar cantoneira 3/4, no qual
o ideal seria 7/8 como já dissemos.

Vitro com duplo jogo de palhetas

Medidas acima de 1300, até 1500, temos que mudar a configuração do desenho,
podemos fabricar com dois jogo de palheta rebitados um ao outro, para isso
necessitamos preparar um Tee recortando estampas nas duas abas.

Figura 72
A melhor maneira de montar esse vitro é a seguinte, rebitaremos um jogo primeiro, e
em seguida o segundo, depois unimos os dois, assim em cada lado trabalha um conjunto
de palhetas.

Figura 73
Geralmente usamos uma alavanca no centro abrindo os dois jogos, para isso temos que
rebitar mais um suporte no varão, podemos também colocar cada jogo independente
cada um com sua alavanca na lateral, esse método é muito pouco usado.

49
Na imagem (fig 74) abaixo, alanca com vilta lateral, e superior.

Figura 74
Se você resolver fazer o vitro da figura anterior soldando os suportes nas palhetas

Eu até poderia fazer um vitro com 1600 mm de largura com a mesma configuração do
anterior, mas é recomendado que se use outro Tee estrutural.

O próximo vitro vamos fazer com dois jogos, mas agora independente entre si, nesse
caso usaremos as alavancas de cada jogo no centro.

Vitro com dois jogos independentes

Figura 75
Esse modelo acima tem 1600 mm de largura, podemos fabricar até 2100 mm de
largura, acima disso devemos usar três jogos.

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Vitro com três jogos independentes

Figura 76
Com o desenho acima pode-se fabricar até 3Mts de largura, acima dessa medida
devemos acrescentar outro jogo, lembro-me ter feito vitro até com 6 Mts de
comprimento.

Sugestão: para uma boa escolha da altura.

Como já vimos esboços de vitros, e medidas referente a largura, vamos agora encontrar
uma melhor configuração para altura, como já dissemos anteriormente que uma boa
medida da altura da é 170 mm.

Cada situação pede uma solução, vamos encontrar a melhor alternativa, ao passo que a
medida vai aumentando, cresce também o numero de opções.

Altura 500 ÷ 3 = 166.6 600 ÷ 4 = 150 mm

700 ÷ 4 = 175 mm 800 ÷ 5 = 160 mm

900 ÷ 6 = 150 mm 1000 ÷ 6 =166.6 mm

Espero que você tenha um grande proveito, e que venha enriquecer seu conhecimento.

Dario Sanchez Dias.

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