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Metodologia Cientifica

Resenha critica

Este tratado busca levantar uma crítica


sobre a obra O Rosacrucionismo no Brasil.

Prof. Carlo Alberto

Paulo Sérgio do Nascimento

CURITIBA
2007
RESENHA CRITICA

1. INFORMAÇÕES BIBLIOGRAFICAS
Secretariado Nacional de Defesa da Fé. O Rosacrucionismo no Brasil, 1610 – Editora Vozes
LTDA. Caderno 10. 1959. 47p. Petrópolis, Rio de Janeiro.

2. DADOS SOBRE O AUTOR


Frei Boaventura, O. F. M. (Não foi encontrado nem um dado sobre este Frei no livro nem
na internet.

3. DADOS SOBRE A OBRA


Esta obra é parte de uma coletânea de escritos elaborada pelo Secretariado Nacional de
Defesa da Fé. A obra, em numero total de 35 exemplares, tem por finalidade a defesa da fé contra
a Heresia Espírita a partir de ótica Católica sobre a Sociedade Secreta conhecida por “Rosa Cruz”,
sob o novo título geral de “Vozes em Defesa da Fé”.
É dirigido para um público leigo, partindo de uma breve explanação da origem Histórica
do Rosacrucionismo Alemão, organização e finalidades, seu desenvolvimento e conquistas
Européias, extendendo-se até a chegada da Fraternidade Rosa Cruz no Brasil por meio do Teósofo
Max Heindel em 1930. Passa então a expor normas de afiliação, organização, disciplina,
finalidades e por fim, o embasamento com várias outras seitas e sociedades como Maçonaria,
igreja e esoterismo.
A idéia principal da obra é trazer luz a um tema que até então tem sido aludido ao
“oculto”, desmistificando a Rosa Cruz aos olhos daqueles que pretendem conhecê-la. Não se trata,
entretanto, de um tratado a fundo sobre a Sociedade Fraterna Rosa Cruz, senão, um breve
preâmbulo que auxiliará àqueles que pretenderem conhecer mais a fundo sobre o tema.
Devemos considerar ainda, as críticas trazidas pelo próprio autor na perícope G das
paginas 23 e 24, onde são refutados os fundamentos da confraria Rosa Cruz, como Secreta cuja
admoestação do Cânon da igreja Católica condena (684 do Direito Canônico). O autor ainda a
qualifica de “insincera” quanto à apresentação da ordem como “não religiosa”. Traz ainda outras
críticas de ordem religiosas e cientificas.

4. POSICIONAMENTO CRÍTICO
Do ponto de vista acadêmico, não poderia descartar a obra como fonte de conhecimento
sobre uma sociedade que tanto tem gerado polemica entre as demais alas religiosas. Contudo, não
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considero que tenha alcançado o objetivo desejado por ter o autor simplificado ou sintetizado
muito sobre um tema que demanda maior argumentação tanto teológica quanto filosófica num
âmbito cientifico e religioso.
Houve uma falta de aprofundamento no assunto em pauta que elucidasse grandes dúvidas
que o Rosacrucionismo despertou nos vários anos de sua existência, diferentemente, por exemplo,
das obras publicadas a respeito da história da igreja ou do cristianismo.
A falta de um estilo clássico de literatura por ser dirigida a um público leigo na sua
maioria (como já citado acima) tornou a obra pobre em argumentação técnica que elucidasse
melhor àqueles que pretendem conhecer a Sociedade Rosa Cruz. Todavia, é um bom “aperitivo”
para aqueles que pretendem se aprofundar no tema abordado.
Foi percebido também, a falta de dados históricos mais incisivos sobre a confraria,
deixando assim a desejar o embasamento histórico que, creio eu, daria mais realidade e veracidade
ao tema abordado.
Outrossim, quando ainda na página 5, o autor relata a história da sua fundação por
Christian Rosenkreuts (Rosenkreuts quer dizer Rosa Cruz em alemão), o verbo está no futuro do
pretérito do indicativo, o que traz uma idéia de dúvida quanto ao fato relatado. Observe no trecho
citado:
Ele teria nascido em 1378, na Alemanha. Internado num mosteiro, Christian teria feito aí
seus estudos e aprendido o grego e o latim. Com 16 anos, teria abandonado o convento e iniciado
suas viagens pelo oriente e pelo norte da África, onde teria travado relações com os filósofos da
época. Com estes novos conhecimentos, teria resolvido fundar uma fraternidade para reformar o
mundo. Teria morrido em 1482, com a avançada idade de 106 anos (por causa do elixir da vida,
por ele descoberto) no fundo de uma caverna, onde teria passado seus últimos anos. (Frei
Boaventura, O. F. M, 1610, p.05.)
Ainda a este respeito (a veracidade dos fatos históricos), na página 08, é relatada uma
“criação” da Confraria Rosa Cruz, por homens (Descartes esta incluído entre eles) que ouviram
falar de uma nova doutrina que manipulava a alquimia, e que, tendo saído à procura da sede desta
confraria, não a encontrando, resolveram eles mesmo fundarem a Sociedade Rosacruciana.
Estes dados trazem dúvida quanto à legitimação do objeto desta obra.
Por estes e tantos outros argumentos que se poderiam extrair da obra, vale advertir o
verdadeiro cristão, não se deixar influenciar por esta “Seita Secreta” nem iniciar-se na Antiga e
Mista Ordem Rosa Cruz, pois, como cidadão, fugirá das sociedades secretas; como cientista,
estudará nas universidades combatendo o curandeirismo; como religioso, não se sujeitará às
cerimônias sem fundamento nem contestará “a priori” o sobrenatural; como cristão, dobrará seu
joelho somente, e tão somente perante o Pai, o Filho e o Espírito Santo e agradecerá ao “Verbo que

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se fez carne e habitou entre nós” os superabundantes benefícios da Redenção por sua paixão e
morte e que tornam inúteis quaisquer fantasias reencarnacionistas e de auto-redenção.

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