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LITERATURA E CULTURA:
ensaios críticos
Conselho Editorial
Série Letra Capital Acadêmica
L755
Literatura e Cultura: ensaios críticos / organização Maria Luiza Germano de Souza, Thiago Roney
Lira Borges. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital, 2019.
236 p. ; 15,5x23 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7785-704-3
1. Literatura - História e crítica. 2. Pós-colonialismo na literatura. I. Souza, Maria Luiza Germano
de. II. Borges, Thiago Roney Lira.
19-60172 CDD: 809
CDU: 82.09
Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439
Apresentação........................................................................................... 7
Parte I - Literatura, colonialismo e estudos pós-coloniais............. 13
1. Surdismo versus Ouvintismo: práticas colonizadoras veladas
pelos discursos.............................................................................. 15
Mary Andrea Xavier Lages
2. O Brasil e o racismo: o avesso do discurso na narrativa
Entre lembrar e esquecer, de Mauro Paz..................................... 25
Neila da Silva de Souza
3. O período do regime de exceção no Brasil como símile
a um processo de re-colonização e sua manifestação
na sociedade por meio da literatura.............................................. 43
Raimundo Nonato de França Fonseca
4. Aspectos do colonialismo na Carta, de Caminha, e no
Auto da Festa de São Lourenço, de Anchieta............................... 58
Maria Gabriella Flores Severo Fonseca
Autores................................................................................................. 232
7.
Colonialismo dos tempos do mundo:
a luta cronotópica em Cem anos de solidão
de García Márquez
Thiago Roney Lira Borges
Introdução
1 0 2 PARTE I - Li t e r a t u r a , c o l o n i a l i s m o e e s t u d o s p ó s- co l o n i ai s
como os alemães Ernst Bloch e Walter Benjamin. Entre os livros mais im-
portantes, nos quais aparecem os conceitos utilizados nesse estudo, estão:
Oprimidos pero no vencidos (1984), Ch’ixinakax utxiwa – Una reflexión
sobre prácticas y discursos descolonizadores (2010), Violencia (re)encu-
biertas en Bolivia (2010) e Sociología de la imagen: miradas ch’ixi desde
la historia andina (2015).
Preocupada com a profunda memória do passado colonial e com sua
reestruturação no presente, Silvia Cusicanqui pensa o colonialismo interno
como internalização de contradições diacrônicas de diversas camadas do
tempo histórico, emergindo e interpelando o presente em diversos campos,
como os modos de produção, as esferas culturais, as instituições estatais e
as relações sociais. Assim, o colonialismo interno se configura como um
marco temporal largo de dominação e estratificação das relações sociais, por
meio dos conflitos de etnicidade, passando por vários ciclos ou horizontes de
organização e modo de produção societal, tendo início no horizonte colonial
formal, reconfigurando-se, no entanto, no capitalismo tardio. Nesse sentido,
Cusicanqui sustenta, a partir da realidade da Bolívia, que
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A concepção de tempo histórico da teoria do colonialismo interno,
por conseguinte, produz uma crítica desestabilizadora à concepção linear e
teleológica da historiografia ocidental oficial. A tríade do tempo passado-
presente-futuro, na perspectiva teórica do colonialismo interno, perfaz
uma dinâmica mais próxima da imagem de um redemoinho, de uma espi-
ral, que o passado e o futuro se encontram no presente, ambos permane-
cendo com horizontes abertos, não somente o porvir, como também algo
do ocorrido. Para tanto, Cusicanqui se fundamenta, conceitualmente, por
um lado, na cosmovisão andina, pois “el mundo indígena no concibe a la
historia linealmente, y el pasado-futuro están contenidos en el presente: la
regresión o la progresión, la repetición o la superación del pasado están en
juego en cada coyuntura” (CUSICANQUI, 2010b, p. 55); por outro lado,
na concepção de história e tempo de Walter Benjamin, que possui uma
dimensão teológica de inacabamento do passado, abrindo a possibilidade
de um encontro secreto entre um ocorrido e um agora visado, ligados por
uma frágil força messiânica, aberta pela tensão histórica de um momento
de perigo para os sem nomes da história, cognoscível por meio de uma
imagem dialética. Assim, para interromper o continuum da história, con-
forme Benjamin (2012, p. 249), deve-se fazer um desvio rumo ao passado,
visando um salto para o futuro. Nesse sentido, em suma, Luis Huáscar An-
tezana, no prólogo do livro Oprimidos pero no vencidos (2010c, p. 11), traz
a seguinte sentença aymara, mirando dispor com toda força o significado
do tempo na historiografia de Cusicanqui: ñawpax manpuni – “olhar para
trás que também é ir para frente”.
Na perspectiva de Cusicanqui (2010b), considerando o horizonte co-
lonial de longa duração em articulação com sua reestruturação liberal e
populista, o passado recebe uma sobrevida política quando se mostra em
alguma dimensão atual no tempo posterior pela memória curta, trazendo
uma força em espiral na história para os oprimidos. Nesse sentido, a mul-
titemporalidade da teoria do colonialismo interno, com suas camadas his-
tóricas que recobrem o presente e a sua forma temporal de desvio cíclico
aberto ou em espiral, ao desestabilizar a concepção hegemônica de tempo
linear ocidental, faz uma crítica subjacente à ideia de progresso na histó-
ria humana, que arranja ideologicamente a reestruturação dos horizontes
coloniais do capitalismo tardio. Com a teoria do colonialismo interno, no
entanto, compreende-se que não há uma sucessão linear e progressiva, no
sentido de uma superação em diversos níveis, sobretudo humano, para se
chegar num lugar melhor. Ao contrário, as camadas históricas em atuação
no presente, quer dizer, as contradições não contemporâneas, nos termos
de Cusicanqui (2010b), pressupõem o conflito e a luta permanente.
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luta pelo passado, que se localiza o índice aberto do porvir descolonial no
encontro com o “agora” de sua cognoscibilidade.
Dito isso, deve-se discernir em quais pressupostos socioculturais-
-econômicos o romance, objeto desse estudo, ampara-se. Melhor dizendo,
antes de analisar os cronotopos e a criação do tempo suplementar narrativo
no romance símbolo do boom da narrativa hispano-americana, cabe situar
as condições de possibilidades para o surgimento do realismo maravilhoso
– enquanto estética de conjunção entre o “real” e o “irreal” – no que tange
à técnica literária, no sentido dado por Benjamin (2012, p. 121), em que
os impactos estéticos sofridos se articulam mais com a posição das obras
dentro das relações de produção da época do que com a mera consequência
dessas relações. Afinal, disso depende também as condições de possibi-
lidades de apropriação e (re)criação dos tempos do mundo como tempo
suplementar narrativo.
Nessa perspectiva, para dizer junto com Idelber Avelar (2003, p. 38),
em Alegorias da derrota, a nueva narrativa hispanoamericana pôde sur-
gir devido à “secularização e mercantilização que põem em crise a aura
religiosa do letrado latino-americano” em meados da década de 1950/60,
base da modernização da esfera literária e cultural. Em outras palavras, a
estética do boom emergiu a partir da desauratização do fazer literário, no
sentido benjaminiano, depois do avanço da técnica de reprodutibilidade
do romance pela impressão off set, possibilidade potente de editoração,
o que provocou uma mudança no valor da produção e na recepção liga-
da à exposição, produzindo, com isso, uma autonomia relativa à literatura
hispano-americana, sobretudo com a recente profissionalização do escritor,
que “já não é primordialmente um funcionário estatal, carreira na qual
inumeráveis haviam encontrado seu modo de sobrevivência desde as in-
dependências nacionais” (AVELAR, 2003, p. 42-43, grifo do autor). No
entanto, ao mesmo tempo em que gozava da autonomização do literário, o
escritor latino-americano recebia, em contrapartida, as pressões advindas
do mercado. Nesse contexto, sustenta Avelar,
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nalização e independência do escritor. O mercado começou a pressionar os
escritores, que sentiram o peso da perda da aura cultual do fazer literário, e,
paradoxalmente, tentaram reintroduzir o aurático no pós-aurático, apostan-
do na captura da não-sincronia de duas racionalidades diferentes.
Portanto, nessas condições se encontram pelo menos duas concepções
de tempos do mundo distintas, para não dizer uma multiplicidade, ampa-
radas, por exemplo, no encontro de duas narrativas distintas na gênese de
produção da maioria dos romances: a narrativa oral dos viventes da cultura
local e a narrativa escrita ocidental. Assim, de algum modo, esses tempos
foram reproduzidos nos romances. Se há um colonialismo interno e uma
multitemporalidade nas lutas do mundo, ou do encontro de mundos, do
referente hispano-americano e das condições de possibilidades do nueva
narrativa hispanoamericana, a tessitura do tempo suplementar do realis-
mo maravilhoso foi tecida com os espectros das malhas desse tempo.
11 0 PARTE I - Li t e r a t u r a , c o l o n i a l i s m o e e s t ud o s p ó s- co l o n i ai s
consciência do tempo histórico dos homens. Quando a imagem do herói é
estática, estamos diante de um romance sem emergência; ao revés, numa
imagem dinâmica do herói, o romance de emergência se constitui com
vigor. Portanto, a captura e a assimilação do tempo estruturam-se como
tecido modificador da imagem do herói.
Nesse sentido,
Foi tão tensa a atmosfera dos meses seguintes que até Úrsula a per-
cebeu no seu refúgio de trevas e teve a impressão de estar vivendo
de novo os tempos incertos em que seu filho Aureliano carregava no
bolso as pílulas homeopáticas da subversão. Tentou falar com José Ar-
cadio Segundo para fazê-lo conhecer esse precedente, mas Aureliano
Segundo informou-a de que desde a noite do atentado ignorava-se o
seu paradeiro.
– Igual a Aureliano – exclamou Úrsula. – É como se o mundo estivesse
dando voltas. (MÁRQUEZ, 2008, p. 283-284, grifo nosso)
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Na esteira da teoria do cronotopo, o tempo é materializado no espaço
de Macondo, vilarejo que cresce até se transformar numa cidade provincia-
na. A transformação de mais de um século, que tem origem na economia
elementar de subsistência, passando pela invasão estrangeira colonial, até
chegar ao capitalismo de horizonte liberal e populista, parece sair e che-
gar ao mesmo lugar em determinados momentos, embora haja diversos
acontecimentos característicos dessas passagens. Por vezes, os eventos pa-
recem compor apenas o pano de fundo para as peripécias da família Buen-
día. Outras vezes, contudo, imbricam-se na história das gerações. Assim,
a ambição do narrador sugere, de fato, uma mimetização total de algum
lugar existente no continente Americano, por isso a sentença crítica repe-
tida à exaustão de que “Cem anos de solidão é uma metáfora da América
Latina”. É possível. Basta saber, entretanto, a partir de que olhar o narrador
constrói essa metáfora. Talvez, a busca dessa compreensão do tempo su-
plementar narrativo nos indique essa perspectiva.
Víctor de La Concha (2007), em texto crítico para a edição comemo-
rativa de Cien años de soledad, da Real Academia Española, no seguinte
trecho, sintetiza essa primeira percepção majoritária do tempo “mágico”
macondiano, de tipo faulkneriano,
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Em Cem anos de solidão, no entanto, na qualidade de romance con-
temporâneo, não incorpora igualmente todas caraterísticas do romance de
viagem do século XVIII; evidentemente, transforma-as, atualiza-as, com-
põe variações. A composição de uma imagem estática da diversidade do
mundo parece ocorrer geralmente quando, visto a partir de um panorama,
os eventos se repetem, numa justaposição de contrastes, com o destaque
para o caráter “exótico”, caracterizado pela naturalização do sobrenatu-
ral ou sobrenaturalização do natural do realismo maravilhoso, de García
Márquez, sem qualquer vínculo enraizado no tempo e na cosmovisão de
mundo do cronotopo real-histórico, por exemplo, no caso, respectivamen-
te, do episódio do gelo como evento maravilhoso, e do episódio de levita-
ção do padre Nicanor Reyna como evento natural. Nas observações tem-
porais, encontramos inscrições com caráter litúrgico-demiurgo como “No
princípio” e “Na época”, dispondo um arranjo de destino, que tem relação
com o narrador e a luta cronotópica, e a passagem do tempo se registra
em escala muito maior, dada por anos. A escala temporal, precisamente,
explica-se pelo herói do romance. Não há um herói apenas, o herói é, por
assim dizer, uma legião: as gerações da família Buendía. Aqui, localiza-se
a dificuldade de identificar uma espécie nova de cronotopo que faz mover
o herói familiar coletivo para o destino circular dos “cem anos de solidão”.
Em relação à tipologia do tempo cronotópico, nesse sentido, a maioria
dos críticos, com estudos baseados no Bakhtin, não vacilam em classificar
o caráter do tempo circular idílio, sobretudo o idílio familiar e dos traba-
lhos agrícolas, dado a genealogia da família Buendía, pelas característi-
cas já expostas. Nessa linha, por exemplo, encontra-se Orlando Fontalvo
(2003), ao afirmar que
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Pegou o menor no colo e pediu a José Arcadio Segundo acavalou o menino
na nuca. Muitos anos depois, esse menino haveria de continuar contando
sem que ninguém acreditasse, que tinha o tenente lendo com um megafone
de vitrola o Decreto Número 4 do Chefe Civil e Militar da província. [...]
Muitos anos depois, o menino haveria de contar ainda, apesar de os
vizinhos continuarem a encará-lo como um velho maluco, que José Ar-
cadio Segundo o erguera por cima da sua cabeça e se deixara arrastar,
quase no ar, como que flutuando no terror da multidão, para uma rua
adjacente. A posição privilegiada do menino lhe permitiu ver que nesse
momento a massa ululante começava a chegar na esquina e a fila de
metralhadoras abriu fogo. (MÁRQUEZ, 2008, p. 289-291)
Em nenhum ato de sua vida, Aureliano tinha sido mais lúcido do que
quando esqueceu os seus mortos e a dor dos seus mortos e tornou a pre-
gar as portas e as janelas com as cruzes de Fernanda, para não se deixar
perturbar por nenhuma tentação do mundo, porque agora sabia que nos
Considerações finais
Em termos de tempo suplementar narrativo, portanto, no decorrer de
Cem anos de solidão, constrói-se um tempo cíclico sem qualquer potência
de captura da multitemporalidade e das contradições não contemporâneas,
a coexistência e a sincronicidade do tempo não permitem uma abertura para
o futuro, pois o tempo foi criado pelo narrador e prediz o destino, fazendo o
futuro como um passado dado a priori, colonizando os tempos num único
instante, como assegura o narrador: “A proteção final [...] radicava em Mel-
quíades ter ordenado os fatos não no tempo convencional dos homens, mas
concentrando tudo em um século de episódios cotidianos, de modo que todos
coexistiram num mesmo instante” (MÁRQUEZ, 2008, p. 393). Em outras
palavras, o tempo cíclico de Macondo, em relação à tendência à forma espiral
– a qual a articulação do passado, em suas camadas no presente, ativamente
abriria um vórtice para o futuro – é domesticado e colonializado pelo tempo
linear e progressivo dos de fora, vazio de sentido às ações das personagens,
que forma a imagem literária total do romance, mostrando seu caráter colo-
nial. Percebe-se isso, claramente, quando o narrador dispõe no entrecho final
do desfecho o fim da memória de Macondo dos homens, no momento em que
Aureliano Babilonia termina de decifrar os pergaminhos e percebe “que tudo
o que estava escrito neles era irrepetível desde sempre e por todo o sempre,
porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segun-
da oportunidade sobre a terra” (MÁRQUEZ, 2008, p. 394).
Portanto, se ainda persiste um colonialismo interno na América Hispâ-
nica, Cem anos de solidão capturou e apresentou um colonialismo dos tem-
pos do mundo, expresso pelo narrador demiurgo de Macondo, Melquíades,
em que o tempo linear-progressivo da escrita do pergaminho domestica e
subjuga o tempo cíclico macondiano, de acordo com Avelar (2003), que
acaba por bloquear a recriação de uma imagem literária da multitempo-
ralidade, de um tempo em espiral pleno de qualidades políticas, a partir
da referência à realidade do continente, construindo, assim, um romance
sem emergência, para utilizar os termos de Bakhtin (2003). Cem anos de
solidão pode até ser, por fim, uma metáfora da América Hispânica e Latina,
mas sugere ter sido construída a partir do olhar temporal do colonialismo.
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Referências
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América Latina. Tradução Saulo Gouveia. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
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cultura. Tradução Sérgio Paulo Rouanet. 8ed. - São Paulo: Brasiliense, 2012.
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Disponível http://www.rae.es/sites/default/files/Victor_Garacia_de_la_Concha_Gabriel_
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