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CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 3º BIMESTRE


Aula 24.06.19
Valores refletem o que é valioso para a sociedade, mas isso é relativo. São valores, no
direito  coletivos e não individuais
Ex: segurança jurídica
Ec: reforma da previdência a ser aprovada a qualquer custo
Os princípios servem de legislação entre os valores e o ordenamento jurídico (moral e
direito).
Ex: fornecimento de medicamento  principio
Diferença entre princípios e regras
Regras são mais específicas
Colisão : princípio da liberdade de expressão ( antinomia) x apologia ao nazismo
(limite)

1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Estado atuando para organizar as finanças. O Estado só pode fazer o que a lei permite.
Na administração pública, tal princípio está assegurado na CF/88 no art. 37 caput.
Ver art. 167
A realização de despesas com programas ou projetos somente é possível quando
autorizada por lei. A desobediência pode configurar crime de responsabilidade
(exceção: art. 167, parágrafo 3 da CF)

2) PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
vide art. 165, parágrafo 5º
Deve ser para todos e deve englobar todas as receitas e despesas.
Havendo 3 orçamentos, viola o princípio da unidade? Não.
I- Fiscal – entes da união
II- De investimento – estatais
III- Da seguridade social
O orçamento deve compreender toda a previsão de receitas e despesas.
Vide art. 2º da Lei 4.320/64 – anuidade/universalidade (ver art. 2º a 5º da referida Lei)
(exceção: súmula 66 STF; receitas e despesas operacionais das empresas públicas e
sociedade de economia mista  estão fora do orçamento; receitas extraordinárias – Lei 4320,
art. 3, p.ú.  Antecipação de receita orçamentária ARO)
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Apesar de haver várias leis, entende-se que se somam e são uma só.
3) PRINCÍPIO DA UNIDADE
O orçamento deve ser uno. Deve existir uma só lei orçamentária.
Vide art. 3º Lei 4320/64 e art.4º
Orçamento, mun. Esta. DF e união
LOA
Créditos
Adicionais especiais
suplementares
Extraordinários

 O orçamento é único para cada ente federativo, qualquer cidadão ou órgão de


controle deve ter conhecimento de toda atividade financeira do Estado
 Objetivo: evitar autorizações paralelas que dificultariam a fiscalização por
parte dos órgãos de controle
PPA – Plano plurianual ( 4 em 4 anos)
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – diz como será elaborada a LOA
LOA – Lei Orçamentária Anual

Aula 05.08.19 (faltei)


Falou um pouco sobre a reforma da previdência e a ligação com o direito financeiro.
A questão da destinação do dinheiro: Alguns tributos são vinculados. A receita é
vinculada, não só o tributo.
O dinheiro arrecadado com as taxas deve ser usado para os serviços ou fiscalização.
Por isso o governo fez a DRU  EC 94 de usar parte do dinheiro que pela CF seria da
Previdência para custear despesas gerais do Estado (ex. pagar funcionário e pagar juros)
LEGALIDADE
O orçamento é baseado em leis, a lei orçamentária.
O governo só pode gastar se houver previsão legal  a Administração só pode fazer
o que a lei permite.
UNIDADE
Veda o Caixa 2  o orçamento é único, não pode ser paralelo, tem que representar
todos os gastos.
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Há três leis que compõem o orçamento único:


- plurianual = para 4 anos
ANUALIDADE
A lei orçamentária anual vai ser feita todo ano, no exercício financeiro.
ORÇAMENTO BRUTO – art. 6º da Lei Geral de Orçamento
Todas as receitas e despesas devem contar no orçamento pelos seus valores brutos,
totais, vedadas qualquer dedução.
FPE = Fundo de Participação dos Estados
FPM = Fundo de Participação dos Municípios  tudo tem que estar no orçamento
EXCLUSIVIDADE – cai muito em prova *
A lei orçamentária só pode tratar de orçamento.
Ressalva que a CF faz: autorização para créditos suplementares e para contratar
operação de crédito.
Art. 165, §8º da CF.
Ex. ARO (Antecipação da Receita Orçamentária) = é como quando a pessoa pede um
adiantamento do pagamento do próximo mês. O governo tem uma receita tributária que
recebe todo mês. Chega um ponto em que o governo não tem dinheiro, chega em uma
instituição bancária e diz que tem previsão de receber certa quantia em tributo em
novembro, pede empréstimo e quando receber o tributo previsto de novembro paga.
ESPECIFICAÇÃO/DISCRIMINAÇÃO
Não pode haver dotações globais destinadas a atender despesas não discriminadas.
Exceções: reserva de contingência, que é para imprevistos (ex. ocorre uma catástrofe
e as vítimas precisam de comida, medicamentos...).
Dotação global = cada receita tem que ter um destino, cada verba tem uma etiqueta.
Não pode: tem tantos reais que vai gastar como quiser. Para gastar ele/mudar de etiqueta
precisa de autorização do Legislativo.
Então tem que ter discriminação mínima desse dinheiro.
PRECEDÊNCIA
O orçamento tem que ser sempre por lei anterior ao gasto, pois ele é uma
autorização para gastar, então tem que vir antes do gasto.
* Existem prazos, que estão na ADCT, art. 35, §2º – costuma cair em concurso = o
plano plurianual tem que ser enviado quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro (31 de agosto do primeiro ano do mandato). O plano vale para 4 anos.
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*Coisas que estão na CF, principalmente no ADCT tem chance maior de cair.
O projeto de LDO (lei de diretrizes orçamentárias) tem prazo de até 8 meses e meio
do primeiro exercício financeiro (15 de abril) para ser enviado. E será devolvido pelo
congresso até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (antes do recesso
de julho – deve ser devolvida até 17 de julho.
O projeto de lei orçamentária anual tem prazo de até quatro meses antes do
encerramento (31 de agosto) e deve ser devolvido até o fim do recesso, que é 22 de
dezembro.
Se os deputados e senadores não aprovarem a LDO até o recesso legislativo eles
ficam sem férias.
Sessões legislativas – art. 57, CF.
A LDO deve vir antes porque ela vai servir de diretriz para elaboração da LOA.
PROGRAMAÇÃO
O orçamento funciona como um programa, ali sabe tudo que vai ser feito no ano,
quais as obras, as verbas...
EQUILÍBRIO
Há vários aspectos:
- Jurídico  várias reformas de lei representam desequilíbrio.
- Contábil  ex. receita R$ 10,00, despesa R$ 10,00 – no aspecto contábil há
equilíbrio.
- Econômico  ex. tira receita creditícia, de empréstimos, por ex, que pode gerar
dívidas.
Todo governo é obrigado a gastar somente aquilo que está previsto no orçamento?
Não (porque e se acabar o dinheiro, vai ter que parar tudo? Não!).
Esse princípio do equilíbrio estava previsto na CF de 67, no art. 66, §3º, mas foi
suprimido pela EC n. 169 e não foi restabelecido pela CF de 88.
*Porém, algumas questões relativas ao equilíbrio estão na CF no art. 167:
- Não pode começar nenhum programa/obra sem o Legislativo autorizar/sem ter
dinheiro.
- Não pode realizar despesas ou assumir obrigações mais do que a receita prevista
para arrecadar.
- Não pode realizar operações de crédito que excedam a despesa de capital, que é a
despesa com obras e investimentos (há a despesa corrente (ex. pagar salário da empregada)
e a de capital (ex. fazer edícula na casa) – não pode pedir mais emprestado no banco acima
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da despesa de capital, que está prevista no orçamento, a não ser que haja autorização da
maioria absoluta dos membros do Legislativo.
No caso da Seguridade Social é previsto o equilíbrio financeiro – art. 201, CF. E se o
dinheiro arrecadado for insuficiente vai sair do tesouro.
TRANSPARÊNCIA
Transparência da gestão.
PUBLICIDADE
Art. 37, caput, da CF. Todas as leis orçamentárias e gastos tem que ser
publicados/divulgados. O Poder Executivo vai publicar um relatório resumido (RREO =
Relatório Resumido de Execução Orçamentária) a cada bimestre (art. 165, §3º, da CF), que é
regulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Precisa saber: dentre as formas de se concretizar/garantir o princípio da publicidade
é a previsão da CF de que a cada bimestre terá um relatório publicado (RREO).
Além do relatório resumido há o relatório da gestão fiscal, que é publicado a cada
quadrimestre.
Portal da transparência – tem detalhamento dos gastos público, e se não cumprir
tem sanções, que é impedido de receber transferência voluntárias, exceto para as verbas
mínimas de saúde, educação e assistência social, que são resguardadas mesmo que o
governador ou prefeito não tenham criado o portal da transparência.

Aula 08.08.19
Princípio da não vinculação da receita de impostos (ou não afetação da receita)
Nós vimos, quando estudamos os tributos, que existe uma classificação que diferencia
os tributos entre vinculados e não vinculados.
Aqui, a vinculação é outra, por isso este quadro. A vinculação do tributo é uma coisa,
a vinculação da receita é diferente.
VINCULAÇÃO DO TRIBUTO VINCULAÇÃO DA RECEITA
- tributos não vinculados - receita não vinculada
(impostos) (desvinculada) = há liberdade do gestor
quanto ao gasto público
- tributos vinculados (a cobrança é - receita vinculada – há uma
vinculada a uma atuação estatal destinação prévia para o dinheiro
específica em relação ao contribuinte – arrecadado.
taxas).
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Quando se fala em tributo vinculado, fala-se em vincular a quê? A cobrança é que é


vinculada a uma prestação estatal específica em relação ao contribuinte.
A cobrança é vinculada. Só pode cobrar se prestar o serviço ou se fizer a fiscalização.
Essa é a ideia de tributo vinculado.

saúde educação
Nesse sentido, quais os tributos vinculados? Taxas,
Tributos não vinculados? Impostos.
Nos impostos o governo cobra sem ter que demonstrar que fez alguma coisa específica
para aquele contribuinte. Então o Estado fez para todos, garantindo para todos. Por exemplo,
campanha de vacinação (ainda que você não tenha tomado a vacina, todas as pessoas em volta
tomaram, por isso você não pegou a doença). O dinheiro dos impostos é usado pelo governo
sem precisar provar que fez uma prestação específica para cada contribuinte, é uti universi, ou
seja, um serviço para todos.
Na vinculação da receita é diferente. Tem tributos em que a receita não é vinculada a
nada, ou seja, não tem uma destinação. O governo gasta como quiser.
Porque que tem que ter tributo com a receita desvinculada? Que o governo gasta como quiser?
Pelo seguinte: Vocês lembram da campanha eleitoral? Em que o candidato promete
que se eleito vai aplicar na saúde, fazer creche, construir hospital, estrada etc. Com que
dinheiro ele faria essas promessas se ele não tivesse uma verba lá para fazer o que bem
entende? Então ele tem que ter uma verba para cumprir as promessas, uma verba
desvinculada. Porque se tivesse tudo endereço certo, não precisaria prever. Cada verba já iria
para um setor próprio.
Tributos cuja receita é vinculada. O dinheiro já tem um destino certo.
O que diz o princípio da não vinculação? Ele diz que é proibido vincular a receita de
impostos ( e só impostos; taxas e contribuições não) a órgãos ou despesas, ou seja, dar uma
destinação para aquela receita prévia. SALVO as exceções constitucionais.
O imposto notadamente, o dinheiro dos impostos, para o governo custear as despesas
gerais do Estado.
Art. 167, inc. IV.
A receita arrecadada com os impostos é usada custear as despesas gerais do governo
(serviço uti universi),serviços estendidos a todos, ex: segurança pública, defesa das fronteiras.
Esse R$ vem dos impostos.
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O R$ que vem das taxas é vinculado. Vai para custear os serviços ou a fiscalização.
As contribuições, a receita é vinculada, por exemplo, contribuição de melhoria, é
vinculada àquela obra pública que deu causa a cobrança; Contribuição de previdência é
vinculada a gastar com previdência.
Em regra, a receita dos impostos não é vinculada e não pode ser vinculada.
A proibição diz respeito à vinculação da receita proveniente de impostos.
Vou explicar uma história. Vocês lembram quando o Fernando Henrique em 1993
queria criar a CPMF? De vez em quando fala-se de novo em criar...era um imposto sobre a
movimentação financeira.
Cada vez que fazia uma transação no banco pagava-se um valor.
Uma das fundamentações para criar esse imposto era relacionada a saúde.
O STF na ADI 939 declarou inconstitucional, porém
Se cria imposto novo e vincula a saúde, viola o art. 167, IV pois não pode vincular a
receita de um imposto a uma área específica. Por isso, declarado inconstitucional, criou uma
contribuição com o nome de CPMF (Contribuição sobre a movimentação financeira) aí pode
vincular à saúde. Contribuição nova pode ser criada por lei complementar.
Art. 18 da LC 9.311/96(?) da CPMF A CPMF acabou sendo criada por lei – o produto
da arrecadação vai ser usada para a saúde. A contribuição por ser vinculada a uma área, mas o
imposto não, pois barra na vedação constitucional.
Existem várias exceções ao princípio na própria CF.
Tudo o que a União arrecada de impostos (ITR,IR..) é repartido com Estados e
Municípios ( art. 157 a 159 CF)
Ex. No ITR, no IPVA, 50% do que a união arrecada, vai para o município.
Ex. Ações da saúde, ensino. O dinheiro que é gasto com a cobrança de tributos,... e
também com a prestação de garantia nas operações de crédito por antecipação de receita.
O princípio diz: a receita de impostos não pode ter um destino certo mas a própria CF,
nos arts. 158 e 159, diz que pertencem ao município, por ex. 50% do ITR ou IPVA, vai
entregar esse valor da União para Estados e Municipios (tendo destino certo, ou seja,
exceção).
Esses valores que já não são da união, tem destino certo.
Todos os veículos emplacadas são pagos ao Estado, mas 50% do valor deve ser
repassado aos municípios. É uma destinação obrigatória para aquela verba arrecadada.
Nos arts. 157 a 159 – exceção 1.
Exceção 2. Aplicação na educação e saúde (198 e EC 29)
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O dinheiro que é gasto para cobrança de tributos. exceção 3


Prestação de garantia nas operações de crédito por antecipação de receita.exceção 4.
 Ex. Estamos no mês de abril e o prefeito não tem dinheiro para cumprir o compromisso.
Ele vai no banco e da como garantia a contribuição de outubro, p ex iptu.
Exceção 5. Estados e municípios, os dinheiros que recebem da união e o que
arrecadam, podem dar em garantia à união mesmo. O governo federal acaba sendo credor dos
estados e podem dar em garantia esses valores.
Recentemente, teve a EC 86/2015 – orçamento impositivo  determina a aprovação
das Emendas.

Os deputados fazem a campanha deles na base com isso.


O orçamento é um programa de gastos.
O gestor é obrigado a gastar área por área o que está previsto? Não.
A doutrina entende que o orçamento é meramente autorizativo. Não impõe um gasto.
Ex. está previsto no orçamento construção da creche, mas o prefeito não é obrigado a
construir.
Ex. Governo Federal – corte de verba de ministérios – contingenciamento de verbas 
O governo faz contingenciamento para tentar cortar gastos para tentar pagar o mercado
financeiro (dívida interna).

PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO
A desvinculação, em geral,
DRU – Desvinculação das receitas de União ( criada por EC em 94/95) Foi criado com
o nome de Fundo Social de Emergência. Dava impressão de que seria usado em ações sociais.
Pegava a verba da A.S., saude, para pagar as outras coisas (20%) , inclusive para parar os
títulos da divida interna.
Essa DRU foi aprovada no final do governo Temer.
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Vide art. 76
Mecanismo que permite usar R$ que estava previsto para uma área em outra área.
Só no âmbito federal porque Estado e Município estão quebrados.

PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE DOS INCENTIVOS FISCAIS


Qualquer isenção ou subsidio precisa vir em lei específica, para evitar que seja
acoplada em uma lei grande e ninguém leia.
Este tipo de manobra desfalca o a=orçamento
Vide art. 150 parágrafo 6
PRINCIPO
Todos os governos são obrigados a criar e cobrar os impostos de sua competência.
Ex. o prefeito não pode subir no palanque e falar que ninguém vai precisar pagar
impost no mandato dele pois está previsto no art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Não pode-se engavetar execuções fiscais.
E os impostos sobre grandes fortunas? Não há violação pela falta desse tributo.

PROIBIÇÃO DO ESTORNO
O gestor não pode, por exemplo, pegar uma verba que era da saúde, devolver para o
cofre e usá-la para outra coisa.
Remanejar verba...
Estava previsto para construir uma creche, mas não construiu uma creche. Não pode
gastar SEM AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA.
É proibido utilizar uma verba para finalidade diversa da prevista, sem autorização
legislativa.

PRINCIPIO DA NEUTRALIDADE FISCAL


O tributo é neutro? Não. Ele toma partido.
Vide art. 146-A  combater concorrência desleal. Pode cobrar mais das grandes
empresas e menos dos pequenos produtores.
Vide art. 3º - erradicar pobrezas e diminuir desigualdades sociais  incentivos fiscais
Vide art. 151
12/08/2019
15.08.2019
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RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA


- estudo da obrigação tributária e seus elementos.
Como se dá a relação entre o fisco e o contribuinte.
Relação jurídica é uma espécie de interação que há entre o Estado de um lado e
Cidadão de outro lado.

Estado Cidadão

Utiliza-se do poder de tributar que decorre da soberania. O Cidadão entrega para o


governo toda a possibilidade de usar a força para fazer a justiça, cobrar tributos etc. Assim, o
Estado pode realizar todas as necessidades públicas.
O poder de tributar é limitado.
Do ponto de vista do Direito, esta relação entre Estado e Cidadão:
O soberano vem, por meio de uma lei e institui o tributo.
Lei (norma) Fatos Relação jurídica Tributária
Legislativo
HIPÓTESE DE INDICÊNCIA FATO GERADOR Obrigação
Tributária
(momento 1 – abstrato) (momento 2 – concreto)

A lei traz uma hipótese normativa (HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA) -> ainda não
ocorreu no mundo dos fatos.--> previsão abstrata que pode ou não ocorrer no futuro.
A partir da existência dessa lei... A lei é como se fosse uma cartomante/bola de cristal

que faz o futuro . Ex: taxa de fiscalização da Lua. Na época em que foi feita nem tinha
viagem à lua. A lei é uma previsão que pode ser que nunca aconteça. Ex. taxa de pouso no
território nacional de aeronave alienígena.
A lei é uma coisa abstrata e hipotética.
Se a previsão ocorrer no mundo dos fatos, aí tem-se o FATO GERADOR.
A lei tributária traz várias previsões. Dentre todos os fatos, a Lei tributária prevê qual
será tributado.
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No mesmo momento em que ocorre o fato gerador, nasce a relação entre o fisco e o
contribuinte (relação entre o Estado e o Cidadão). E aí surge a obrigação tributária.
Quanto a hipótese de incidência: é descrita na lei.
A hipótese tem um antecedente (previsão tributária) e um consequente (toda vez que
alguém praticar o fato previsto, deverá pagar tributo).
Toda a norma tributária possui uma hipótese ou antecedente de quem se podem extrair
critérios de identificação, quais sejam, os critérios material, temporal, e espacial. Possui
também um consequente, que aponto os critérios pessoal e quantitativo.
O que é hipótese de incidência?
É uma previsão que a norma (lei) faz de uma situação futura, hipotética, que toda vez

que ocorrer haverá uma consequência, que é o pagamento de um tributo. ( : lembrar da


previsão da vidente).

O que é o fato gerador?


Fato gerador é uma situação concreta,real, isto é, que ocorreu de verdade no mundo
dos fatos.( Ex. morte é o fato gerador do imposto da herança. Morte – abertura de sucessão).
Toda vez que esta situação ocorrer irá nascer uma obrigação tributária.
Se o fato que esta sendo analisado pelo interprete (jurista) não se encaixar na previsão
normativa, não haverá incidência do tributo. (NÃO INCIDÊNCIA)
Ex. O imposto de importação ou o ICMS incidem quando a mercadoria é própria? Ou
seja, eu estou com o meu guarda chuva passando pela alfandega. Se a mercadoria é minha, de
meu uso, já paguei por ela. Não paga o imposto de importação porque já era minha, levei ela
na mala.
Ex. IMCS, estou atravessando o estado com o guarda chuva, mas esse já era meu então
não incide o imposto.
Ex. Mala Miami. Pessoas tiram etiqueta para não pagar imposto.Mesma coisa acontece
nos casos de celular.
Ex> Imposto de Renda da Pessoa jurídica, se tiver renda a empresa, faturamento...
paga-se IRPJ. Se a empresa deu prejuízo não paga, pois a previsão é sobre a renda e não sobre
o prejuízo.
Vide art. 114 e 115 CTN.
O CTN usa a expressão fato gerador para dois momentos distintos: 1 – para a hipótese;
2- para a ocorrência no mundo dos fatos.
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Fato gerador = fato imponível ou fato jurídico tributário


Hipótese de incidência – art. 114 CTN.
Fato gerador tem duas espécies : principal e acessório.
Obs: O nome é acessório, mas não é acessória, é independente.
O professor chama de independente a acessório.
A obrigação principal...qual o fato gerador? É a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Ex. Imposto de importação – importar mercadoria estrangeira do exterior. 1:07
Já o fato gerador da obrigação independente é uma obrigação legal, é uma imposição
de lei que não tem necessariamente relação com o tributo. Ex1. apresentar declaração de IR.
Ex2. Imposto de Importação. Quando volta do exterior, pede-se no avião para declarar o que
tem na bagagem para declarar se está importando sob as penas da lei. Isso não tem nada a ver
com o tributo, tanto que quem não tem tributo nenhum para pagar, tem que apresentar essa
declaração.

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA + FATO GERADOR = OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

19/08/2019
Pegar até 5 minutos
Porque paga-se tributo? Obrigação legal, logo é um vínculo jurídico que tem como
objeto uma prestação.
Relação jurídica que se estabelece entre o Estado e o contribuinte

Pegar até 11
Obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e seu objeto é o
pagamento do tributo. ( art. 113, p. 1 do CTN)
Obrigação acessória consiste em,...
Art. 133, p. 3 – A obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância,
converte-se em obrigação principal.  O parágrafo 3 do art. 113 do CTN quer dizer que: o
descumprimento de uma obrigação acessória é o fato gerador de uma obrigação principal
Ex. não entreguei declaração – fato gerador de uma obrigação principal: pagar multa.
O pagamento da multa é uma obrigação tributaria, ainda que a multa não seja um
tributo. É, portanto, obrigação principal de natureza tributária.
Ex: fiança no contrato de locação
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♡ A obrigação acessória independe da principal


Uma entidade filantrópica de assistência, imune a tributos e a contribuição patronal
não possuem obrigação principal. Nesse caso, pode haver obrigação tributaria acessória?
Mesmo sendo imune, precisa ter os livros em dia art. 150, 6 da CF e 14 do CTN.
Segundo o parágrafo 3 do art. 113 do CTN, a obrigação acessória, em não sendo
cumprida, converte-se em obrigação principal. Explique essa afirmação. O parágrafo 3 do art.
113 do CTN quer dizer que: o descumprimento de uma obrigação acessória é o fato gerador
de uma obrigação principal, por isso, apesar da multa não ser tributo, o seu pagamento é
obrigação tributária.
O que é a regra matriz de incidência tributária? É uma norma jurídica que vai definir a
relaão jurídica tributaria trazendo um antecedente e atribuindo um consequente.
Regra matriz de incidência tributária é uma norma jurídica geral e abstrata que
descreve que para dada hipóteses x, deve ser o consequente y.
A regra matriz tem dois critérios:
Antecedente – hipóteses
Consequente
Para cada um desses critérios, pode-se identificar os elementos associados.
Quais os critérios, aspectos ou elementos da obrigação tributária?
Vide cap. 10 e cap. 12 do Livro do MAZZA.
a) aspecto temporal;(quando)
b) aspecto territorial ou espacial;(onde)
c) aspecto material;(o que – qual o tributo que está sendo analisado)
d) aspecto pessoal;(quem)
e) aspecto quantitativo.(quanto)
Para qualquer hipótese tributária, terão esses aspectos.
Antecedente – Quando, onde, o que
Consequente – Quem e quanto
a) Critério material  De qual tributo se trata? Qual o tributo está sendo
analisado?
É essência do fato descrito na hipótese de incidência
Observar verbo e seu complemento.
Exemplo: VERBO Ação ( vender mercadoria, auferir renda) ou estado ( ser
proprietário)
COMPLEMENTO - mercadoria, renda
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b) Critério temporal  quando ocorre um tributo?


Momento da ocorrência do fato gerador (“quando”)
Vide art. 116 CTN

I- tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as


circunstancias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são
próprios. Ex: Imposto de Importação.

II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente


constituída, nos termos do direito aplicável. Ex:Imposto sobre a propriedade.

Vide art. 117 CTN


Nos negócios condicionais, a condição pode ser suspensiva ou resolutória.

c) Critério

fal22.08.2019(faltei – viagem – visita monitorada ao TJ)


correção da prova
26.08.2019 (faltei)
Critério material da RMTI
Verbo + complemento
a) critério material é a essência do fato deserto na hipótese de incidência.
É o verbo que indica uma ação ou estado e seu complemento exigidos para que haja a
incidência tributária, aplicando-se o consequente da regra matriz de incidência
b) critério temporal: indica quando o tributo ocorre. Momento da ocorrência do
fato gerador.
1. situação de fato (art. 116, CTN): considera-se quando for verificado as
circunstâncias materiais necessárias para a produção dos efeitos.
2. Situação jurídica quando estiver de _____________________ constituído. No
momento ficado por lei/pelo direito.
Sempre que o direito regular a situação, estaremos diante de uma situação jurídica.
Obs. Negócios jurídicos condicionais
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1. condição suspensiva: o negócio ainda não produz efeitos; ainda não se


concretizou.
Produzirá efeitos apenas quando ocorrer a condição.
2. condição resolutória: o negócio produz efeitos desde já.
Enquanto se der a condição, produz efeitos
Obs. /havendo disposição tributária em contrário , prevalece o disposto na lei
tributária, e não no CC.
a lei especial derroga a lei geral
ex: compras pela internet.

c) Critério Espacial da RMTI


Princípio da territorialidade
Vigência territorial da lei: avalia-se de o fato gerador ocorreu no espaço em que
estende a competência do legislador tributário
Obs. A notificação encaminhada para o endereço errado é nula.
Obs: Regra básica – domicilio do devedor – domicilio de eleição ( eleito pelo devedor)
Art. 127 na fato de eleição
 Pessoa natural: residência habitual, onde exerce habitualmente suas atividades
 Pessoa jurídica: sede de local de cada um dos estabelecimentos
 Pessoa jurídica de direito público: qualquer de suas repartições no territória da
entidade tributante
Obs. Cuidado com as imunidades
 Lugar da situação dos bens; da ocorrência dos fatos de atos
Ex: circo
Obs. O fisco pode recusar o domicílio eleito!
Art. 127, parágrafo 2 CTN
Pode, desde que impossibilite a arrecadação do tributo ou sua fiscalização

Obs. Em uma franquia


 Principio da autonomia dos estabelecimentos
 Cada franquia é responsável pelo tributo cobrado
27.08.2019
Critério Pessoal da RMTI
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Regra matriz de incidência tributária


O critério pessoal está relacionado aos sujeitos ativo e passivo na relação pessoal
1º Sujeito ativo – pessoa fisisca ou jurídica que ocupa o polo ativo. Tem a prerrogativa
de forçar o devedor ao cumprimento da obrigação.
Somente entes tributantes – Uniao, Estados, Municipios, DF

COMPETENCIA TRIBUTARIA CAPACIDADE TRIBUTARIA


É um poder É uma atribuição
Poder de criar o tributo Possibilidade de cobrar o tributo
A cF define a repartição da A capacidade tributária é fixada
competência em lei
É indelegável Pode ser delegada

Art. 7º CTN. – pode ser delegada a outra pessoa de direito publico – exemplo: ITR –
se a união faz convenio com o município
Seria possível delgação a pessoa de direito privado na cobrança? Excepcionalmente
sim. Ex: Sumula 396 STJ; Ex. Senai, Sesi; Ex. delegatários dos serviços notariais (cartórios).
Sujeito ativo direto – ente que tem o poder, a competência tributária e também está
cobrando.
Sujeito ativo indireto – parafiscais – não tem competência tributaria – apenas
receberam a delegação da possibilidade de cobranças
O sujeito ativo pode ser direto ou direto
O sujeito ativo pode ser trocado? Sim, vide art. 120 CTN.
SUJEITO PASSIVO - pessoa física ou jurídica que vai suportar com seu patrimônio a
cobrança do tributo. Vai sofrer a invasão patrimonial. É o devedor.
Trata do contribuinte de fato e do contribuinte de direito.
CONTRIBUINTE DE FATO – quem sofre a incidência econômica do tributo. É
aquela pessoa que DE FATO sofre a incidência econômica do tributo. Sente no “bolso” o
peso do tributo. Ex: o consumidor no ICMS.
CONTRIBUINTE DE DIREITO: ocupa o polo passivo da relação jurídica tributaria. É
aquela pessoa que o DIREITO indica para ocupar o polo passivo da relação jurídica tributária.
Ex: o comerciante no ICMS.
Distinção entre contribuinte(1) e responsável tributária(2)
17

1- Aquela pessoa que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. Este pratica
o verbo do critério material/tributo. (sujeito passivo direto). Quem manifesta a riqueza que
está sendo tributada.
2- Aquela pessoa que a lei indica/aponta como devedora do tributo. Não aferiu
renda mas tem que pagar o tributo. (sujeito passivo indireto). A lei diz: “você deverá pagar
tributo”. O responsável não pode ser um estranho. Art. 128. Ela tem que estar vinculada ao
fato gerador de alguma forma
O que é exigido para que alguém seja indicado pela lei como responsável tributário?

Algum tipo de vinculo com o fato gerador. Ex.


Imposto de renda incide sobre a renda (produto do capital). Todo o resto é chamado de
proventos ( salario, pensão, montepio, auxilio, bolsa)
Quem é contribuinte do IR  quem pratica o verbo – auferir renda 
Vide art. 43 e 45 CTN.
Ex. banco e patrão,
Art. 123 CTN – Exemplo – aluguel – contrato de aluguel particular– quem é obrigado
a pagar é o inquilino. O fisco fala que o contrato não vale perante ele.
Art. 131 CTN só vale para bens MÓVEIS; não vale para imoveis - Exemplo – compra
de carro – O vendedor se responsabiliza por todos os IPVAS até essa data. O detran te executa
5 anos de ipva. Junta o contrato. Quem compra é que fica responsável pelos tributos devidos,
tem algumas exceções como compra em leilão. Entra depois com ação regressiva executando
clausula contratual ou então comprovando enriquecimento ilícito.

 Convenções particulares não valem contra o fisco

Questão correta: De acordo com o CTN, são apenas duas as espécies de obrigação
tributária> a principal e a acessória
29.08.2019
Art. 265 – A solidariedade não se presume – decorre da lei (embora no artigo está
escrito ou da vontade das partes.
A vontade das partes não prevalece sobre o fisco.
Não há solidariedade ativa no direito tributária – a repartição é horizontal.
18

Solidariedade passiva – pode e não há ordem de preferencia


Solidariedade de fato - caracterizada pela existência de um interesse comum na
situação que deu origem ao fato gerador.
Ex.
Ver até o minuto 10
Muito mais fácil fazer leilão de veiculo do que de imóvel – ver lei 8.009/90
(impenhorabilidade do bem de família)
VII – fiador do contrato de locação, a sua residência pode ser penhorada.
Interesse no fato gerador
Ex. contrato de leasing (áreas hospitalares ou aviação) – é um contrato de aluguel, mas ao
final do contrato a empresa pode pagar um valor e ficar com os produtos.
O imposto sobre serviços é o ISS e o ente competente para cobrar é o município.
“Em operação de arrendamento mercantil entre a instituição de arrendamento e o
arrendatário, o STJ entendeu que a instituição financeira (banco) e a empresa de arrendamento
não há solidariedade em relação ao ISS, pois o banco é instituição distinta que não participa
do fato gerador do tributo.”
Solidariedade de direito – decorre da lei. Ex. Lei 8.212/91
Ex. contribuição previdenciária da obra – quando tem obra maior na casa então o
Estado entende que tem que recolher por ter trabalho de pedreiro
O proprietário, incorporador, dono ou condômino são solidários com construtor e
subempreiteira em relação as obrigações com a seguridade social – direito de regresso:
executor ou contratante
Características da solidariedade  NÃO COMPORTA BENEFÍCIO DE ORDEM (art
124, pu e 125) é diferente do direito civil que tem que primeiro cobrar do devedor(art. 827)
Suponha um imóvel com 3 proprietarios: caio 60%, mévio 30% e tício 10%. O iptu
pode ser cobrado integralmente de ticio? Sim, pois não há beneficio de ordem, depois ele
pode entrar com ação de regresso contra os demais. Se demandado pelo valor integral e paga,
aproveita aos demais.

EFEITOS
Art. 125 – o pagamento feito por um aproveita aos demais
- a isenção (está na lei, dispensa do pagamento) ou remissão (perdão da dívida) de
credito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo,
nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.
19

Obs. Remissão / remição


REMIÇÃO (verbo remir): perdão oneroso, por meio de algum esforço, como estudo ou
trabalho. (Ex.: Remição de pena pela leitura alcança mais de 550 presos em Governador
Valadares.)
REMISSÃO (verbo remitir): perdão por compaixão, por misericórdia, sem nenhum ônus.
(Ex.: A manutenção do tratamento a longo prazo é fundamental para aqueles adolescentes
conseguirem a remissão dos sintomas da depressão.)
- a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais.
O direito de ação é imprescritível. O que prescreve é a pretensão. A pretensão é a
prerrogativa de pedir ao juiz que ele obrigue o outro ao cumprimento da obrigação por meio
da penhora, da condução coercitiva etc. Se prescreveu em juízo, da para usar outros meios de
cobrança, por ex. cheque prescreve em 6 meses, mas pode optar por exemplo, ao invés da
ação executiva, a monitória.
Efeitos: A prescrição, no tributário, extingue o próprio crédito tributário.
Art. 174 – ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 anos, contados da
data da sua constituição definitiva. O prazo flui contra o fisco e a interrupção a favor do
fisco.

02/09/2019
Trabalho para semana que vem: responsabilidade tributária
Vigência finalidade e eficácia
Prescrição no direito tributário: ao contrário do direito civil (aqui a prescrição fulmina
a pretensão), a prescrição fulmina o direito (o próprio crédito).
Capacidade tributária passiva – é a aptidão para ser sujeito passivo na RJT.
Aqui também é diferente do direito civil.
 Uma criança de 5 anos de idade, pode/tem capacidade tributaria passiva para
figurar numa obrigação tributária?
No direito tributário, qualquer pessoa, física ou jurídica, ainda que absolutamente
incapaz. Pessoa jurídica constituída formalmente ou não. Ex. menino de um ano, tem
capacidade tributaria, mas não tem capacidade de estar em juízo.

Critério quantitativo
20

O valor é apurado através de alíquota e base de cálculo que são sujeitos ao princípio da
legalidade.
Base de cálculo – grandeza da riqueza (refletir seu valor)
Ex. base de calculo do IPTU – refletir o valor do bem (valor venal ou de mercado)
As taxas não podem ter a mesma base de cálculos que os impostos ( há exceção: ex.
taxa de coleta de lixo)
Alíquota é aplicada sobre a base de calculo. Pode ser fixa ou variável, geralmente
corresponde a uma porcentagem.
Ex alíquota fixa – taxa de licenciamento de veiculo – é a mesma para carro novo ou
antigo
Ex alíquota variável – iptu (pode ter alíquotas progressivas )
Não pode ter efeito de confisco
A alíquota pode ser objeto do planejamento tributário e portanto o contribuinte pode
escolher como vai pagar
Redução da base de calculo – entra em vigor na data da publicação
05.09.2019 (faltei – semana da pátria)
09.09.2019

Planejamento tributário é uma das atividades mais comuns do tributarista, além do


contencioso.
É uma forma de se analisar a legislação tributária, de modo a reduzir os custos fiscais
do contribuinte. É um direito do sujeito passivo.
Requisitos
- respeitar a lei
- O planejamento tributário tem caráter preventivo, atua antes da ocorrência do fato
gerador
- identificar situações que se possa escolher uma forma menos onerosa para o
contribuinte, ou seja, o objeto é pagar menos
Se o ato praticado pela empresa ou contribuinte, violar a lei tributária, poderemos estar
diante de uma evasão ou elisão fiscal.
No direito americano, há o texto do propósito do negócio.  O contribuinte tem o
direito de reduzir o tributo devido, desde que se valha dos meios legalmente admitidos.
21

Para isso, analisar-se-á se o ato está dentro do proposito do negoio. Ex. a empresa faz
uma transferência de filial. Se esse ato for para melhorar a atividade da empresa, ok. Se não
for para isso, pode ser que ele esteja querendo fraudar algo.
Se o proposito é diminuir o pagamento do tributo devido, há 3 possibilidades:
1. ELISÃO FISCAL
O contribuinte utilizar meios lícitos para pagar o tributo de forma reduzida ou não
pagar.
Em regra, esta ocorre antes do fato gerador. Não pode ter lei vedando, mas não precisa
de ter lei expressa permitindo.
A declaração de imposto de renda é sempre sobre o exercício anterior (O fato gerador
já ocorreu no passado) Mesmo depois do fato gerador, há a opção de fazer a declaração
completa com deduções ou simplificado e aí está a exceção.

2. EVASÃO FISCAL
É ilícito. Sumir com o dinheiro do tributo. É a utilização de meios ilícitos pelo
contribuinte para não pagar ou pagar tributo menos.
Entre os meios ilícitos está : sonegação fiscal e a fraude (4.502/64)
Em regra ocorre após o fato gerador. Primeiro pratica o fato gerador e depois usa de
meios ilícitos para não pagar o tributo.
Ação ou omissão para impedir ou retardar total ou parcialmente para que a autoridade
tenha conhecimento da ocorrência do fato gerador ou das condições pessoais do contribuinte.
Ex. nota calçada
32:00 – 36:00

3. ELUSÃO FISCAL
O contribuinte quer iludir o fisco.de algo que aconteceu ou que não aconteceu.
Abuso das formas ; (Ex. usa forma licita para conseguir uma finalidade ilícita) e o ato
simulado( ex contrato de compra e venda para simular algo que não aconteceu )  construção
de algo que não existe.
Na simulação – declara uma mentira e na dissimulação – esconde uma verdade

Norma geral antielisão – busca combater o abuso de direito  pode desconsiderar o


negócio para o fisco, mas continuará vigente para as partes.
22

Para saber se será desconsiderado ou não, deve-se fazer uma análise econômica.
Crítica : violação do principio da igualdade; violação do princípio da legalidade ;
violação da separação de poderes.

12.09.2019
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

-sujeito passivo contribuinte


responsável
Vide lei 8.137/90 – art. 2 (crime tributário)

Características da responsabilidade
Art. 123 – a responsabilidade não pode resultar da vontade das partes, sempre decorre
da lei
O responsável nunca praticou o fato gerador, senão ele não seria responsável e sim
contribuinte.

Espécies de responsabilidade

a) Por transferência – em um primeiro momento é contribuinte que tem que


pagar, mas acontece algo, que é transferida para outra pessoa. Decorre de FATO
POSTERIOR  MOMENTO POSTERIOR AO FATO GERADOR
ex. o contribuinte morre
A.1) POR SUCESSÃO
A.2) por solidariedade
a.3) de terceiros

é possível que haja solidariedade


- entre contribuintes ( ex. 2 pessoas donas de 1 imóvel). Essa origem a uma dívida
solidária.
- entre o contribuinte e o responsável. Essa dá origem à responsabilidade solidária.

GRAUS DA RESPONSABILIDADE
23

1. SUBSIDIÁRIA  quem deve pagar é o devedor principal, mas se ele não


pagar, o responsável é chamado
2. SOLIDARIA  pode cobrar a dívida toda de qualquer deles.

23:10 – 28:45

Responsabilidade por transferência na sucessão


A sucessão pode ser de imóveis, de empresas ou então na causa mortis, em razão do
falecimento da pessoa natural

1. Sucessão imóveis – regra geral – o adquirente sempre responde ( o adquirente


paga os tributos devidos – art. 130 CTN – importante ter certidão negativa de débitos
Quando estiver falando de IMÓVEIS. Exceções (salvo – caput art. 130); (paragrafo
único – hasta publica
Se for móveis, não é essa regra, pois o art. 130 ctn só trata de bens imóveis
O art. 131 – o adquirente paga.
Veículos (STJ) em hasta publica, o adquirente não precisa pagar.

2. Sucessão de empresas – art. 132 e 133


regra geral: a nova empresa responde pelos tributos devidos pela velha
Regra específica: morte da pessoa jurídica (fechou) – parágrafo único – aplica a regra
geral se qualquer socio ou o espolio continuar exercendo a atividade, com outro nome.
Ex. joao e maria ltda. Morre um dos sócios, o sócio remanescente continua cuidando
do negócio
24

Extinção irregular da pessoa jurídica também aplica.


Art. 132 LER: MUITO IMPORTANTE

16.09.19
Exceções à sucessão empresarial trazidas pela Lei Complementar 118-05
Não há responsabilidade por sucessão na alienação judicial em processo de falência e
de filial ou unidade produtiva isolada em processo de recuperação judicial.
Parágrafo 1 do 133,
exceção da exceção : há responsabilidade por sucessão – parágrafo 2 do 133.  se a
venda em processo judicial for feita para sócios da empresa, parente ate 4 grau de um dos
sócios ou então preposto (agente) do falido./ (laranja)
07:14 – 10:48

Produto da alienação da empresa em processo de falência – parágrafo 3 do 133


Quais os créditos que vem antes? 1º trabalhadores;2º créditos com garantia real; 3º
créditos tributários (as multas não entram aqui, só o valor do principal), 4º crédito com
privigélio especial, 5º créditos com previlégio geral etc.

Sucessão pessoal: art. 131 CTN


A sucessão aqui não é propter rem, e sim pessoal.
1. O adquirente de um bem móvel responde pelos tributos devidos até a data da
aquisição, com a ressalva do entendimento do stj quanto asveículos, pois dívida de ipva e
multa, o stj entende que não respondem se for feita a aquisição em leilão.
Ele vai responder quando não assinar o recibo pois tem que ter a comunicação aos
órgãos oficiais.
Remição – resgate do bem. Alguém, depois da hasta pública ou leilão e antes da
assinatura do termo de arrematação, substitui o bem por dinheiro. Ocorre a remição quando o
cônjuge, ascendente ou descendente exercer a preferência na adjudicação.

2. Sucessor – herdeiros
25

Responsabilidade no caso de sucessão causa mortis – abre o processo de sucessão – terá


inventário, inventario extrajudicial ou arrolamento. Inciso II do 131
Com o óbito abre-se a sucessão.

ESPÓLIO

PROCESSO DE INVENTÁRIO

ÓBITO PARTILHA

Os herdeiros respondem pelos tributos devidos até a data da partilha. Depois da partilha
aparece uma dívida, então os herdeiros respondem até o limite que a pessoa recebeu da
herança.
O código não deixa fazer a partilha se tiver dívida do espólio art. 192 do CTN.
Morreu  espolio. Partilhou herdeiros
Vide art. 1829 CC.

Responsabilidade de terceiros (pessoas que não praticaram o fato gerador)


São pessoas que vão praticar atos relacionados ao bem, cuidando... São pessoas que tem
a responsabilidade, de alguma forma, pelo pagamento do tributo.
Ex. pai sobre bens do filho. Cuidou bem, mas não houve o pagamento de tributo por
falta de dinheiro
Níveis: regularmente, irregularmente, desconformidade com a lei(art 137)
a) Atuação regular
Art. 134 : pais , tutores, curadores , administradores (gestores), inventariante, síndico
(administrador judicial), tabeliães e escrivães , sócios.
26

Só respondem nos atos em que intervierem ou pelas omissões que forem responsáveis
( descuido).
A responsabilidade deles, segundo o art. 134 é CTN, é solidária. Mas pela leitura, é
possível perceber que é subsidiária pois primeiro cobra do contribuinte.
A pessoa física do socio não se confunde com a pessoa jurídica da empresa. Vide
sumula 430 STJ: O inadimplemento da obrigação tributaria pela sociedade não gera, por si só,
a responsabilidade do sócio gerente. Então o inciso VII não vale.
O sócio só responde se atuar fora do permitido.
O sócio responde pelo 134 nos casos de dissolução irregular. Vide sumula 435 STJ:
“Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicilio
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio gerente.” A obrigação da empresa, para fechar tem que ir na junta
comercial e dar baixa.
Art. 204 CTN – O fisco, na certidão da divida ativa, coloca o nome da empresa e do
socio gerente. Se tiver seu nome nessa certidão, ele também pode ser chamado a responder. O
sócio tem que comprovar que não praticou os atos do 135.
No 134 , p.u. – só se aplica a responsabilidade subsidiária as multas moratórias (mero
atraso no pagamento) e não responde pelas multas punitivas ( art. 135).
O 135 é feito para as pessoas do 134 e também voltado para empresa – responde por
excesso de poder, infração de lei, contrato social ou estatuto.  ai sim a responsabilidade será
solidária.
Ex. sócio da empresa que aplica o dinheiro da empresa em bitcoin. Não é crime, mas
não há previsão disso no estatuto.
Obs. Não confundir a responsabilidade do 135 com o do 137;
Ex. gerente que pratica fora do estatuto – 135
Se o ato é ilegal: 137
27

4º BIMESTRE
03/10/2019

RESPONSABILIDADE
- por infrações
Quem paga a multa
Sócio (responsabilizar ele quando há dissolução irregular ou atua acima do que podia – art
137)

DENUNCIA ESPONTÂNEA
- Se o contribuinte procurar o fisco e falar que está devendo, e pagar com os juros. Ou se não
concordar com o valor, mas fizer o deposito, ele fica livre das infrações ( não sera multado)
Requisitos:
1.A denuncia precisa ser espontânea – paragrafo único art 138
2.Não admite a denuncia se o fiscal já tiver entrado na lojinha pra fiscalizar. SE começou a
fiscalização, não vale mais a denuncia espontânea e estará sujeito a multa. Tem que ser feito
antes do inicio da fiscalização
3.Tem que fazer o pagamento integral dos tributos e dos juros. Não pode parcelar, porque
parcelamento não é pagamento. Art 155 A
4. A denuncia espontânea não livra de qualquer multa. Não impede que a fiscalização
encontre outras irregularidades, por exemplo, não ter o livro de controle.

“O parcelamento vale como denuncia espontânea? Não.”


“Para obter beneficio da denuncia espontânea, é necessário pagar o tributo, ou juros de mora e
a multa?. Não, fica livre da multa.”
“A denuncia espontânea evite ou impede a imposição de quaiquer multas? Não.”
28

RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO (Substituição tributária)

“Qual a diferença entre a responsabilidade por transferência e a responsabilidade por


substituição?”
Na resp. por transferência, quando se verifica o fato gerador cobra-se inicialmente do
contribuinte, mas se não tem como cobrar desse, transfere-se para outro. Ex. morto
Na resp. por substituição, desde o momento do fato gerador, a lei já determina que desde o
momento da ocorrência (concomitante) do fato gerador é um terceiro que irá pagar o tributo.
Ex. responsabilidade dos bancos. Os bancos desconta das aplicações financeiras dos
indivíduos e repassa ao fisco.

Há duas modalidades
 Para tras – regressiva - difererimento
 Para frente – progressiva

22:27 – 26:00
Substituição tributária regressiva
Toda vez que entrega um produto é fato gerador de algum tipo de imposto
Ex. vaquinhas – indústria – caixinha
Fornecedores – cadeia produtiva
Ao invés de cobrar do produtor da vaquinha ( 1 momento) – ele cobra quando a indústria
entrega no mercado ( a indústria paga pela operação do mercado contribuinte e pela primeira
operação como responsável tributário)
Ex. montadoras de automóvel
O carro tem inúmeros itens que nem sempre são fabricados pela chevrolet, ex, pneu,
computador de bordo, banco de couro, motor.
A fornecedora de pneu pega a borracha e faz o pneu. A montadora pega o pneu e faz o carro.
Tem ai dois fatos geradores diferentes ( duas operações ). Na primeira operação não cobra
nenhum tributo, mas quando a montadora entrega o carro, aí ela paga como responsável
tributário pelo pneu que adquiriu na operação anterior.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVO – PARA FRENTE


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Ex. posto de gasolina


A indústria manda para o distribuidor(1) e o distribuidor manda para a loja(2) (muitos postos
de gasolina) que vai para o individuo (3)
Cobra da indústria como contribuinte na primeira operação e também cobra da indústria como
responsável tributário pelas operações futuras.
Em algumas cadeias produtivas existem poucas industrias
Art. 150, p. 7 (EC 03/93)

Se não vender a mercadoria, é assegurada a imediata restituição do tributo que foi cobrado
antecipadamente pois não ocorreu o fato gerador
Se vender a um preço menor, até o 2016 o supremo entendia que não devolvia pela presunção
do valor. Depois, mudou o entendimento no tema 201 da repercussão geral. É devida a
restituição do ICMS pago a mais no regime de substituição tributaria para frente se a base de
calculo efetiva da operação for inferior presumida.
Se vender a um preço maior, .....
Só pode pedir a restituição se provar que não jogou o custo para o da frente ou para o
consumidor

07/10/2019

Fato gerador

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
IPVA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

Certeza liquidez
exigibilidade
Lançamento tributário

CRÉDITO TRIBUTÁRIO
30

Art. 139 CTN –


Diga a diferença entre crédito tributário e obrigação tributaria –
Obrigação surge com o fato gerador, é vinculo – não pode ser levada a juízo ainda porque
ainda não se sabe quem é devedor, quanto é devido. Depois que o fisco apurar, aí sim
Se não tiver nenhum impedimento – surge o crédito tributário – o fisco pode cobrar
Art. 140 -
Lançamento tributário – art. 142 CTN
Ser credor é poder exigir um pagamento
Algum vicio do crédito anula o ato? Art. 140 - Não afeta a obrigação tributária. Se o
crédito for contaminado de alguma forma, isso não afeta a obrigação tributária
22:38 – 26:23
Ocorrido o fato gerador, a cobrança é obrigatória
Lançamento – é um procedimento (conjunto encadeado de atos)
A natureza é dúplice. Declaratória e constitutiva (constitui o crédito tributário)
31

Finalidade do lançamento – constituir o crédito tributário, verificar a ocorrência do


fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e propor a aplicação da penalidade cabível.

Art. 143 -

Não pode aplicar a lei vigente hoje no fato que ocorreu? Sempre analisar o de tras?
Tem exceção – paragrago 1 do 144
Para a prova – ler muito a lei seca

3 modalidades de lançamento :
 De ofício : O estado tem todos os dados necessários para fazer o lançamento.
Ex. iptu, ipva,
Revisão do lançamento – art. 145
 Misto ou por declaração: o fisco não tem otdas as informações necessárias para
fazer o lançamento, por ex., falta algum dado. Então o contribuinte ou terceiro
faz o lançamento
Ex. itbi e itcmd
Obs: declaração de imposto de renda? Essa declaração é uma obrigação acessória.
Pode ser homologação ou oficio, não é por declaração porque embora o
contribuinte tenha que fazer a declaração de imposto de renda, não tem nada a ver
com lançamento.

 Autolançamento ou por homologação


Art. 150 CTN – o contribuinte sozinho pratica o fato gerador e com isso já
antecipa o pagamento. Deve também apresentar declaração mensal.
Ex. dentista
A autoridade tem 5 anos para homologar o fato do contribuinte.

CRÉDITO TRIBUTARIO
O lançamento serve para atribuir o crédito tributário a liquidez e a certeza da divida e
exigibilidade.
Com o lançamento se tem um titulo que pode inclusive cobrar em juízo;
32

HI  FG  OT  LANÇAMENTO  CT  DA  CDA  EXECUÇÃO


FISCAL
(LEI 6.830/80)

EXCLUSÃO 1175
DECADÊNCIA SUSPENSÃO prescrição 174
171/extinção 156
VER SLIDE -TA TUDO ERRADO AS SETAS AQUI

Isenção x anistia
Pode ter lei permanete ou temporária para isentar um objeto
Anistia exclui a cobrança da multa, a isenção impede a cobrança do tributo

CAUSAS DE SUSPENSAO PRÉVIA – IMPEDIMENTO anteriores


Ver artigo 151
- 6 hipoteses de suspensão

Causas de extinção – art. 156

Pagamento – entrega de dinheiro em moeda – art 158


Data do pagamento está na lei e na omissão até 30 dias da notificação

21/10/2019 faltei
24/10/2019
Receita publica
Cf
Lc 101/2000;
Lei 4.320/64
Se um município compra um prédio para instalar um hospital – investimento pois ampliou a
capacidade
33

Se um município aluga um prédio que já funciona como hospital e aí o dono resolve vender e
o município compra esse prédio já em uso – não aumentou a capacidade produtiva – fez
invrsao financeira

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