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linguagem ao contexto
Profa Roberta Dayne
FORTALECENDO IDEIAS
Formamos um plano de trabalho lógico ao leitor: a Introdução, que é o início de uma
ideia geral e importante (objeto principal do trabalho). Construímos o núcleo-frasal que
será desenvolvido; o Desenvolvimento que é a manifestação do tema em todos os seus
elementos "actions" (afirmação ou negação). Nele se desenvolvem os elementos
extrínsecos ou formais e os intrínsecos (conceitos e argumentos) observando a clareza e
a concisão do parágrafo. Conclusão é o sintetizador do desenvolvimento e criador do elo
final com a ideia geral mencionada na introdução.
A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
a) por indicações de espaço : "... não muito longe do litoral...".Utilizam-se advérbios e
locuções adverbiais de lugar e certas locuções prepositivas, e adjuntos adverbiais de
lugar;
b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo, certas preposições e
locuções prepositivas, conjunções e locuções conjuntivas e adjuntos adverbiais de
tempo;
c) por enumeração: citação de características que vem normalmente depois de dois
pontos;
d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e evidencia diferenças;
Conjunções adversativas, proporcionais e comparativas podem ser utilizadas nesta
ordenação;
e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas conclusivas, explicativas,
causais e consecutivas;
f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedores, elucidativos e
justificativos dentro da ideia que construída.
A finalidade do texto
Você já sabe que, toda vez que o objetivo for simplesmente informar alguma coisa a
alguém (como acontece nos jornais, nos textos técnicos, nos livros didáticos etc.), a
função predominante da linguagem será a referencial. Entre os dois textos que seguem,
o primeiro é o mais adequado para ser utilizado numa aula de geografia. Compare-os.
Texto 1
Brasília, sede administrativa do país, foi inaugurada pelo presidente Juscelino
Kubitschek de Oliveira, em 21 de abril de 1960, após 1000 dias de construção. Em
1987, foi tombada pela Unesco como patrimônio Cultural da
Humanidade. (Folheto da Setur - Secretaria de Turismo do Distrito Federal)
Nota-se claramente que sempre predominou uma análise que jamais revelaria
um momento de comemoração. O brasileiro não consegue somar à sua postura de vida
os valores nacionalistas. O único orgulho do povo é o esporte, pelo menos evidenciado a
âmbito nacional. Isso fica claro quando comparamos o aniversário da Independência do
Brasil com os jogos de copa do mundo. Politicamente essa é a atual visão do povo, e
economicamente, o státus que desfruta o país leva a mais uma decepção. A herança
colonial perdurou inclusive no aspecto social, pois ainda dividimos a sociedade de
acordo com os preceitos do passado, inclusive etnicamente, estruturada nas grandes
diferenças de classes. A triste concepção de desenvolvimento jamais buscou, porém,
elevar os valores, inclusive históricos, do povo brasileiro. Na visão ufanista talvez,
ainda possamos encontrar a luta que envolveu a conquista do título de nação, a singular
busca de autonomia e respeito, a excêntrica cultura nacional, a mesma que há muito
vem sendo marginalizada pela postura de subordinação nacional. Infelizmente, ao
pensarmos desta forma surge a crítica destrutiva, a desvalorização daqueles que buscam
fugir do passado presente na conduta do povo que compõe o Brasil atual.