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O processo de redação e a importância da adequação da

linguagem ao contexto
Profa Roberta Dayne

No processo de redação existe um plano estruturado para ligação lógica do que o


emissor codificador quer transmitir ao receptor ou decodificador da mensagem, ou
melhor, temos uma sequência de ideias que geram um diálogo entre duas pessoas
(escritor e leitor/ vestibulando e examinador) por meio de ideias que são tecidas por
meio do tema proposto e delimitado.
Formamos um plano de trabalho lógico ao leitor: a Introdução, que é o início de uma
ideia geral e importante (objeto principal do trabalho). Construímos o núcleo-frasal que
será desenvolvido; o Desenvolvimento que é a manifestação do tema em todos os seus
elementos "actions" (afirmação ou negação). Nele se desenvolvem os elementos
extrínsecos ou formais e os intrínsecos (conceitos e argumentos) observando a clareza e
a concisão do parágrafo. Conclusão é o sintetizador do desenvolvimento e criador do elo
final com a ideia geral mencionada na introdução.

FORTALECENDO IDEIAS
Formamos um plano de trabalho lógico ao leitor: a Introdução, que é o início de uma
ideia geral e importante (objeto principal do trabalho). Construímos o núcleo-frasal que
será desenvolvido; o Desenvolvimento que é a manifestação do tema em todos os seus
elementos "actions" (afirmação ou negação). Nele se desenvolvem os elementos
extrínsecos ou formais e os intrínsecos (conceitos e argumentos) observando a clareza e
a concisão do parágrafo. Conclusão é o sintetizador do desenvolvimento e criador do elo
final com a ideia geral mencionada na introdução.
A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
a) por indicações de espaço : "... não muito longe do litoral...".Utilizam-se advérbios e
locuções adverbiais de lugar e certas locuções prepositivas, e adjuntos adverbiais de
lugar;
b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo, certas preposições e
locuções prepositivas, conjunções e locuções conjuntivas e adjuntos adverbiais de
tempo;
c) por enumeração: citação de características que vem normalmente depois de dois
pontos;
d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e evidencia diferenças;
Conjunções adversativas, proporcionais e comparativas podem ser utilizadas nesta
ordenação;
e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas conclusivas, explicativas,
causais e consecutivas;
f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedores, elucidativos e
justificativos dentro da ideia que construída.
A finalidade do texto

Você já sabe que, toda vez que o objetivo for simplesmente informar alguma coisa a
alguém (como acontece nos jornais, nos textos técnicos, nos livros didáticos etc.), a
função predominante da linguagem será a referencial. Entre os dois textos que seguem,
o primeiro é o mais adequado para ser utilizado numa aula de geografia. Compare-os.

Texto 1
Brasília, sede administrativa do país, foi inaugurada pelo presidente Juscelino
Kubitschek de Oliveira, em 21 de abril de 1960, após 1000 dias de construção. Em
1987, foi tombada pela Unesco como patrimônio Cultural da
Humanidade. (Folheto da Setur - Secretaria de Turismo do Distrito Federal)

Texto 2 ( Brasília: esplendor, por: Clarice Lispector)


Brasília é uma cidade abstrata. E não há como concretizá-la. É uma cidade redonda
e sem esquinas. Também não tem botequim para a gente tomar um cafezinho. É
verdade, juro que não vi esquinas. Em Brasília não existe cotidiano. A catedral pede
a Deus. São duas mãos abertas para receber. Mas Niemeyer é um irônico: ele
ironizou a vida. Ela é sagrada. Brasília é uma piada estritamente perfeita e sem
erros. (...) Brasília é um futuro que aconteceu no passado.

Nome:   ABDSANDRYK CUNHA DE SOUZA  


Cidade: GOIÂNIA-GO  
Candidato ao curso (1ª opção) de: ENGENHARIA ELÉTRICA (D) 

Às margens do ano 2000, o Brasil começa a voltar suas atenções para a


comemoração de seus 500 anos de descobrimento, mesmo que recentemente pesquisas
revelem equívocos históricos que comprometeriam a precisão de tal momento. A
evidenciação do fato inspira nos mais críticos um momento de reflexão, notadamente
iniciado na análise histórica que remete uma explicação para a atual situação do país.  
         A volta ao passado evidencia uma visão histórica depreciativa pois o enfoque é
dado pela visão do europeu, que por vezes retrata tendenciosamente fatos indispensáveis
à compreensão da realidade. Livros revelam navegadores como heróis, nações européias
mitificadas, uma postura contemplativa por um lado, mas distorce a imagem do novo
mundo. Nesse princípio fica clara uma concepção capitalista, a oposição entre o rico e o
pobre, o poder e a miséria, característicos do cenário de dominação.  
Dessa forma, o Brasil foi colocado de forma marginalizada, uma postura
negativa que empobreceu os valores racionais. Não há quem contemple a riqueza
natural, sem ressaltar a pobreza espiritual daqueles que vivem e administram esse país.
A visão dos historiadores foi uma herança que entrou na cultura do povo, infelizmente.
Desde o princípio fixou-se uma imagem de terra explorada, quintal do mundo
desenvolvido, isto é, o Brasil é o mundo subdesenvolvido. Para completar essa
classificação, ou melhor, essa rotulação, inseriram nas relações passadas o bom
colonizador, aquele que trouxe a religião, o ensino, uma maneira de desbrutalizar o
povo americano. Assim, asseguraram mais uma vez a superioridade do europeu, agora
benevolente.  

Nota-se claramente que sempre predominou uma análise que jamais revelaria
um momento de comemoração. O brasileiro não consegue somar à sua postura de vida
os valores nacionalistas. O único orgulho do povo é o esporte, pelo menos evidenciado a
âmbito nacional. Isso fica claro quando comparamos o aniversário da Independência do
Brasil com os jogos de copa do mundo. Politicamente essa é a atual visão do povo, e
economicamente, o státus que desfruta o país leva a mais uma decepção. A herança
colonial perdurou inclusive no aspecto social, pois ainda dividimos a sociedade de
acordo com os preceitos do passado, inclusive etnicamente, estruturada nas grandes
diferenças de classes.   A triste concepção de desenvolvimento jamais buscou, porém,
elevar os valores, inclusive históricos, do povo brasileiro. Na visão ufanista talvez,
ainda possamos encontrar a luta que envolveu a conquista do título de nação, a singular
busca de autonomia e respeito, a excêntrica cultura nacional, a mesma que há muito
vem sendo marginalizada pela postura de subordinação nacional. Infelizmente, ao
pensarmos desta forma surge a crítica destrutiva, a desvalorização daqueles que buscam
fugir do passado presente na conduta do povo que compõe o Brasil atual.

O materialismo capitalista destruiu o passado, destruiu muitas das riquezas do


país, o índio, a mata, o povo. Na atual mistura de raças, não se reconhece o indivíduo
capaz de valorizar e engrandecer o país. Deve-se lembrar que o país, essa nação,
enfrentou situações terríveis, e por estar na atual situação, venceu. O potencial é
enorme, basta que este povo seja o primeiro a coletivamente perceber isso e lutar por
fazer de tais riquezas um bem ao país, e não aos que destruíram muito da fertilidade
desta nação. Somos hoje uma semente, livre, que pode fazer do futuro um motivo de
comemoração.

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