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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA

DA FAZENDA PÚBLICA DA CIDADE.


 
 
 
 
 
 
 
                                      MARIA DA SILVA, viúva, doméstica, inscrita no CPF (MF)
sob o nº. 111.222.333-44, e BELTRANO DA SILVA, solteiro, estudante, ambos
residentes e domiciliados na Rua das Marés, nº. 333, em Cidade – CEP nº.
112233, um e outro igualmente com endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br,
neste ato por si e representando o menor FULANO DA SILVA, menor impúbere,
ora intermediados por seu procurador ao final firmado – instrumento
procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na
referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V c/c
art. 287, caput, um e outro do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem
necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com
suporte no art. 186 e art. 948, inc. II, ambos do Código Civil c/c art. 37, § 6º, da
Constituição Federal, ajuizar a presente
 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS,
“dano material e moral”
 
contra a FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO, pessoa jurídica de direito
público interno, com endereço referido para citações na Av. das Tantas, nº.
0000, em Cidade (PP) – CEP 332211, endereço eletrônico desconhecido, em
razão das justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo delineado.
 
INTROITO
 
( a ) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)
                                                                                              
                                               A parte Autora não tem condições de arcar com as
despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros
para pagar todas as despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas
iniciais.
 
                                               Dessarte, formula pleito de gratuidade da justiça, o
que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c art. 105, in
fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento
procuratório acostado.              
                
( 1 ) QUADRO FÁTICO                                               
 
                                      O Autor é menor de idade, de apenas 11 anos, nascido em
00/11/2222, filho de Maria da Silva e Fulano da Silva, legitimados, pois, a
figurarem no polo ativo desta demanda. (doc. 01)
                                      A pretensão em espécie decorre de lesão ocorrida com o
Promovente, decorrente, unicamente, da negligência da Escola Municipal
Cidade.
                                      No dia 00/11/2222, o Autor, naquela ocasião estudante da
Escola Municipal Cidade, pediu ao seu professor, João de Tal, para ir até o
bebedouro. Foi autorizado.
                                      Contudo, ninguém o acompanhou, mormente por não ser o
horário destinado ao recreio.
                                      Próximo ao bebedouro, cujo piso era totalmente
escorregadio, havia uma poça de água. Nesse momento, o infante caiu e bateu
com os dentes no chão.
                                      O diagnóstico, expedido pelo cirurgião dentista Cicrano de
Tal, destaca que (doc. 02):
 
“O menor Beltrano de Tal, de 11 anos de idade, compareceu, acompanhado dos
seus responsáveis, com o fim de tratamento odontológico, devido haver sofrido
traumatismo nos dentes anteriores superiores (incisivos). Os dentes (4) estão
sob contenção (imobilização dos dentes afetados). Após exame clínico e
radiográfico, viu-se necessário tratamento endodôntico (tratamento de canal)
no dente incisivo superior direito, devido apresentar fratura coronária com
subluxação (lesão das estruturas de sustentação dos dentes, com mobilidade
anormal), necrose pulpar e dor ao toque. Ademais, será necessário
acompanhamento radiográfico de 2 em 2 meses até completar 8 meses, com
outras revisões de pelo menos 1 vez ao ano, a longo prazo (pelo resto da vida) a
fim de surpreender possíveis alterações, entre os quais, dentre as mais
frequentes, seriam necrose pulpar e as reabsorções radiculares.
 
                                      De mais a mais, o exame, tal qualmente feito por cirurgião
dentista, desta feita no Instituto de Medicina Legal, aponta para o mesmo
diagnóstico (doc. 03):
Nexo causal e temporal entre o evento alegado e os achados descritos no exame
direto, sendo constatada debilidade permanente da função mastigatória e
deformidade permanente devido a fratura coronária do incisivo central superior
direito, à época do exame.
                                      Demais disso, traz-se à colação todas as despesas, até aqui
gastas, com o tratamento dentário do infante, cujo montante resulta em
1.347,00 (mil, trezentos e quarenta e sete reais). (docs. 04/17)             
                                      Sem dúvida, extrai-se desse contexto que houve
inconfundível violação do dever de guarda e vigilância por parte dos
profissionais de educação, vinculados à Ré, máxime a quem foi confiada a
custódia dos estudantes.
                                       Necessário, pois, a devida responsabilização indenizatória.
 
 ( 2 ) MÉRITO
 
2.1. Responsabilidade objetiva do Estado
 
                                               Como cediço, à luz dos ditames empregados na Carta
Política, o Estado responde objetivamente pelos fatos danos administrativos. É
dizer, não exige a perquirição de culpa. (CF, art. 37, § 6°)
                                               Com esse enfoque, urge transcrever o magistério
de Hely Lopes Meirelles:
 
“O exame desse dispositivo revela que o constituinte estabeleceu para todas as
entidades estatais e seus desmembramentos administrativos a obrigação de
indenizar o dano causado a terceiros por seus servidores, independentemente
da prova de culpa no cometimento da lesão. Firmou, assim, o princípio
objetivo da responsabilidade sem culpa pela atuação lesiva dos agentes
públicos e seus delegados. “ (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
brasileiro. 38ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 718)
(itálico contido no texto original)
                                              
                                               Não bastasse isso, percebe-se que a Legislação
Substantiva Civil, do mesmo modo, adotou a orientação consagrada na Carta
Política. (CC, art. 43)
                                               Nesse diapasão, tem-se que a responsabilidade civil
pode deter natureza subjetiva ou objetiva.
                                               Em apertada síntese, a natureza subjetiva se verifica
quando o dever de indenizar originar-se de comportamento do sujeito que causa
danos a terceiros, por dolo ou culpa; na responsabilidade objetiva, todavia,
necessário somente a existência do dano e o nexo de causalidade para emergir a
obrigação de indenizar. Assim, sem qualquer relevância examinar se houve
conduta culposa, ou não, do agente causador.
                                               É ilustrativo evidenciar o seguinte aresto:
 
APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAIS E
MATERIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO.
ARREMATAÇÃO DE LOTES DE TERRENOS EM LEILÃO PERANTE A
JUSTIÇA DO TRABALHO. CIÊNCIA DO ATO PELA JUSTIÇA
ESTADUAL. BENS LEVADOS A NOVO LEILÃO POR OFÍCIO
JUDICIAL. AUSÊNCIA DE CAUTELA. OMISSÃO ESPECÍFICA.
DEVER DE INDENIZAR. DANOS MORAIS IN RE IPSA. VALOR
INDENIZATÓRIO. CRITÉRIO PEDAGÓGICO. JUROS DE MORA E
CORREÇÃO. ENTENDIMENTO FIRMADO PELO STF. CADERNETA
DE POUPANÇA QUANTO A VERBAS NÃO TRIBUTÁRIAS, E IPCA-E
COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO NOS TERMOS DO ART. 85, §3º, I, CPC.
PROVIMENTO PARCIAL DA REMESSA E DO APELO.
Embora nos casos de omissão do Poder Público tenha se admitido a aplicação
da Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva, tratando-se de omissão
específica, ou seja, quando a falta de agir do ente estatal é a causa direta e
imediata do dano, este responde objetivamente pelos prejuízos causados. Há
evidente ato ilícito no fato de se levar bens imóveis a leilão judicial, quando
houve prévia ciência acerca da arrematação dos mesmos bens em processo que
tramitou perante a Justiça Laboral. Outrossim, não há que se falar em culpa
concorrente, ante a ausência de Registro do bem no Cartório pertinente, vez o
Estado tinha ciência prévia da arrematação, o que tornou despicienda a medida,
cujo efeito principal não é, senão, tornar a coisa oponível erga omnes. Ao
concluir, na sessão do dia 20/09/2017, o julgamento do Recurso Extraordinário
(RE) 870947, em que se discutem os índices de correção monetária e os juros de
mora a serem aplicados nos casos de condenações impostas contra a Fazenda
Pública, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que, quanto às
condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros
moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é
constitucional, e que o IPCA-E é o índice de correção monetária a todas as
condenações impostas à Fazenda Pública. "§ 3º Nas causas em que a Fazenda
Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos
nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais: I. mínimo de dez e máximo
de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido
até 200 (duzentos) saláriosmínimos. (TJPB; APL 0115556-53.2012.815.2001;
Terceira Câmara Especializada Cível; Rel. Des. Aluízio Bezerra Filho; Julg.
12/02/2019; DJPB 26/02/2019; Pág. 9)
 
 
2.3. Dano moral decorrente de culpa in vigilando
 
                                      Como afirmado alhures, todo o quadrante fático, aqui
narrado, evidenciam a violação do dever de guarda e vigilância por parte dos
profissionais de educação, vinculados à Ré.
                                      Doutro giro, na espécie não se apresenta qualquer fato,
exclusivo de terceiro, que pudesse afastar a responsabilidade do Estado, aqui
demandado.
                                      Como bem acentua Arnaldo Rizzardo, há o dever de
indenizar do Estado, sobremodo quando atinente à culpa in vigilando:
 
Desde que estruturado e capaz o Estado de fazer frente a determinados
eventos, como na repressão ao crime, no combate aos incêndios, na prestação
de socorro médico, no atendimento a flagelados de intempéries, na repressão
a badernas e desordens, na perseguição de assaltantes, a falta de atuação
acarreta o dever de indenizar. Nessas eventualidades, com a omissão
configuram-se a culpa in omitendo e a culpa in vigilando, chegando ao
seguinte quadro, retratado por José Cretella Júnior: “São casos de inércia,
casos de não atos. Se cruza os braços ou se não vigia, quando deveria agir, o
agente público omite-se, empenhando a responsabilidade do Estado por
inércia ou incúria do agente. Devendo agir, não agiu. Nem como o bonus pater
familiae, nem como o bonus adminstrator. Foi um negligente. Às vezes
imprudente e até imperito. Negligente, se a solércia o dominou; imprudente, se
confiou na sorte; imperito, se não previu as possibilidades da concretização do
evento. Em todos os casos, culpa, ligada à ideia da inação, física ou mental.
(RIZZARDO, Arnaldo. Responsabilidade civil . 7ª Ed. Rio de Janeiro: Forense,
2015)
 
                                               A corroborar o entendimento acima exposto, insta
igualmente transcrever o entendimento de Sílvio de Salvo Venosa que assim
obtempera, verbo ad verbum:
 
Culpa in vigilando é a que se traduz na ausência de fiscalização do patrão ou
comitente com relação a empregados ou terceiros sob seu comando. Culpa in
commitendo ocorre quando o agente pratica ato positivo, geralmente
caracterizado por imprudência e culpa in omittendo decorre de uma
abstenção indevida, caracterizando negligência.13 Deixar, por exemplo, o
patrão que empregado sem condições técnicas opere máquina de alta
periculosidade. Nesse diapasão, surge a distinção de culpa por fato próprio,
fato de terceiro ou fato da coisa. A responsabilidade por conduta culposa
própria é da própria essência do instituto, e é a única modalidade aceita em
Direito Penal. O ordenamento, porém, alarga o sentido de responsabilidade,
determinando que o agente responda por ato de terceiro, a quem está legado
por um dever de guarda ou vigilância. Nesses termos, segundo o art. 932, os
pais são responsáveis pelos atos dos filhos menores que estiverem sob seu
poder e em sua companhia. (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil:
responsabilidade civil. 16ª Ed. São Paulo: Atlas, 2016, v. 4.)
 
 
                                               Confiram-se os seguintes julgados:
 
DIREITO CIVIL. ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ACIDENTE. DESABAMENTO
DE TRAVE DE FUTEBOL. ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO. DANO MORAL. CONFIGURADO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. RAZOÁVEL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOS
DESPROVIDOS.
1. O Estado possui responsabilidade objetiva sobre os menores que ficam sob
sua guarda, durante o período em que estão em sala de aula da rede pública,
devendo este zelar pela integridade física e mental de seus alunos, devendo
disponibilizar todos os meios possíveis para que nenhum evento danoso ocorra.
2. A ausência de agentes públicos na supervisão escolar, bem como a ausência
de manutenção da mobília, que veio a despencar no aluno, ensejam a
responsabilidade do município, nos termos do Art. 37, § 9º do CF. (TJAM; APL
0048980-85.2003.8.04.0001; Relª Desª Joana dos Santos Meirelles; Julg.
28/01/2019; DJAM 04/02/2019; Pág. 6)
 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
Acidente ocorrido no interior de escola pública municipal. Pretensão a
condenação do ente municipal em danos morais e estéticos. Sentença de parcial
procedência. Município do Rio de Janeiro condenado a pagar o valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais) a título de danos morais. Irresignação de ambas as
partes. Autora que foi atingida em sua perna por estilhaços de vidro oriundos da
janela quebrada por outro aluno. Responsabilidade civil do estado. Incidência
do artigo 37, §6º da CRFB. Teoria do risco administrativo. Não comprovada
qualquer das hipóteses de afastamento da responsabilidade civil do estado.
Alunos que, nas dependências do colégio público municipal, estão sob a
responsabilidade e vigilância do réu. Autora que não contribuiu para o evento
danoso. Aluno que arremessou sua mochila contra a janela que, em sala de aula,
deveria estar sob vigilância e orientação. Omissão genérica. Responsabilidade
objetiva. Precedentes desta corte fluminense. Dano moral. Caracterização.
Inolvidável dor e sofrimento. Quantum compensatório que se reduz para o valor
de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Desproporção entre a gravidade da conduta do
réu e o valor arbitrado em primeiro grau. Adequação que se impõe. Ente
federativo que prestou adequada e imediata assistência médica à autora. Juros
de mora que devem fluir a partir da citação. Incidência do artigo 405 do Código
Civil. Recursos conhecidos. Parcial provimento ao apelo do município.
Improvido o apelo autoral. (TJRJ; APL 0257596-28.2015.8.19.0001; Rio de
Janeiro; Vigésima Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Murilo Andre Kieling
Cardona Pereira; DORJ 01/02/2019; Pág. 919)
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
Adolescente que, em escola pública estadual, foi vítima de agressão física por
outro aluno. Dever de guarda do menor, caracterizando a responsabilidade
objetiva do Poder Público. Teoria do Risco da Administração. Manutenção da
sentença por fundamento diverso. Recursos de apelação desprovidos. (TJSP;
APL-RN 1020249-24.2014.8.26.0564; Ac. 12107347; São Bernardo do Campo;
Sétima Câmara de Direito Público; Rel. Des. Magalhães Coelho; Julg.
17/12/2018; DJESP 22/01/2019; Pág. 8448) 
 
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS.
LESÃO CORPORAL. ALUNO CONTRA ALUNO. ESCOLA PÚBLICA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
1) A obrigação do poder público de preservar a integridade física dos alunos,
enquanto estes se encontrarem no recinto do estabelecimento escolar, constitui
encargo indissociável do dever do Estado de dispensar proteção efetiva a todos
os estudantes que se acharem sob a sua guarda. Descumprida essa obrigação e
vulnerada a integridade corporal do aluno, emerge a responsabilidade civil do
Poder Público pelos danos causados a quem, no momento do fato lesivo, se
achava sob a guarda, vigilância e proteção das autoridades e dos funcionários
escolares. Precedentes do STF. 2) Os danos materiais não se presumem,
devendo, para sua caracterização, estar devidamente comprovados por
documentos idôneos. 3) Na condenação em danos morais o quantum
estabelecido deve, sob os critérios da razoabilidade e proporcionalidade,
desestimular o ofensor e compensar a vítima, devendo o magistrado atentar
para a extensão e repercussão do dano, as condições pessoais e econômicas das
vítimas e a capacidade financeira do ofensor. 4) Apelo parcialmente provido.
(TJAP; APL 0000105-76.2015.8.03.0006; Câmara Única; Rel. Desig. Des.
Carmo Antônio; Julg. 27/03/2018; DJEAP 25/04/2018; Pág. 53)
 
2.4. Pretium doloris
 
2.4.1. Dano moral
 
                                      No que diz respeito ao dano moral, ambos, pai e mãe,
sofreram esse, segundo melhor orientação jurisprudencial, nessas
circunstâncias, serve como norte de penalizar o ofensor e, além disso, reprimir
futuras ocorrências similares.
                                    Com essa mesma orientação, urge transcrever o seguinte
aresto elucidativo:
 
APELAÇÃO DA RÉ.
Transporte aéreo internacional. Atraso de 67 horas. Pedidos iniciais acolhidos.
Requeridas condenadas, solidariamente, ao pagamento de indenização por
danos materiais, no valor de R$2.924,80 e danos morais, no importe de R$
8.000.00, para cada autor. Pleito de reforma. Possibilidade. Agência de
turismo. Atividade de mera intermediação. Falha na prestação de serviço que
não diz respeito à atividade da intermediadora. Ticket emitido e encaminhado
aos autores corretamente. Eventual cancelamento imputável, exclusivamente, à
companhia aérea. Teoria da causalidade adequada. Inexistência de nexo de
causalidade. Recurso provido. APELAÇÃO DOS AUTORES. Quantum
indenizatório que deve ser fixado atendendo aos critérios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Falha grave que afetou, drasticamente, a viagem. Apreciação
equitativa, levando-se em conta a extensão do dano, o grau de culpabilidade do
ofensor e a situação econômica das partes, de modo a reparar o abalo sofrido,
bem como, inibir a repetição da conduta. Circunstâncias fáticas, que, in casu,
autorizam o acolhimento da pretensão recursal. Verba indenizatória majorada
para R$10.000,00, para cada autor. Precedentes desta C. Câmara. Recurso
provido. (TJSP; AC 1011273-47.2018.8.26.0577; Ac. 12249212; São José dos
Campos; Décima Nona Câmara de Direito Privado; Relª Desª Claudia Grieco
Tabosa Pessoa; Julg. 22/02/2019; DJESP 01/03/2019; Pág. 2259)
 
                                      De outro bordo, cediço que a indenização possui a
finalidade de compensar o abalo moral sofrido, devendo seu valor ser fixado de
modo a oferecer compensação aos lesados.
                                      Leve-se em conta, pois, as condições das partes, o bem
jurídico ofendido, a gravidade da lesão, a repercussão social e pessoal do dano, a
extensão da ofensa e a duração dos seus efeitos.
                                      Nesse diapasão, pede-se, a título de reparação de danos
morais, para cada um dos autores, a importância de R$ 10.000,00 (dez mil
reais).
 
2.4.2. Dano material          
 
                                      Mister, tal-qualmente, seja a ré condenada a pagar danos
materiais, no importe de R$ 1.347,00 (mil, trezentos e quarenta e sete reais).
                                      Para além disso, seja condenada a custear todo o
tratamento futuro, consoante futuras comprovações colacionadas aos autos, sob
pena de multa diária de R$ 100,00 (cem reais).
                                   
3. PEDIDOS e REQUERIMENTOS
 
                                               Ex positis, a Autora requer que Vossa Excelência se
digne de tomar as seguintes providências:
 
3.1. Requerimentos
 
( a ) A parte Promovente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC,
art. 319, inc. VII). Por isso, requer a citação da Promovida, na forma regida no
art. 242, § 2°, do CPC, para comparecer à audiência designada para essa
finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º), caso Vossa Excelência entenda que
haja possibilidade legal de realizar-se autocomposição (CPC, art. 190 c/c art.
334, § 4°, inc. II);
 
( b ) A Autora não guarda condições econômicas de arcar com as despesas do
processo, razão qual pede lhe sejam concedidos os benefícios da gratuidade da
justiça;
 
3.2. Pedidos
 
(a) Pede-se, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES OS PEDIDOS
FORMULADOS, condenando a Ré a pagar indenização por danos morais e
materiais nestes termos:
 
( i ) pleiteia a condenação a título de reparação de danos morais, o valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), para cada um dos autores;
 
( ii ) que a Ré seja igualmente condenada a reparar os danos materiais
perpetrados, razão qual se pede a condenação no valor de R$ 1.347,00 (mil,
trezentos e quarenta e sete reais), bem assim as despesas futuras, devidamente
comprovadas nos autos, sob pena de multa diária de R$ 100,00 (cem reais);
 
( iii ) pleiteia que seja definida, por sentença, a extensão da obrigação
condenatória, o índice de correção monetária e seu termo inicial, os juros
moratórios e seu prazo inicial (CPC, art. 491, caput);
 
( iv ) por fim, seja a Ré condena em custas e honorários advocatícios, esses
arbitrados consoante regra específica nesse tocante, quando parte a Fazenda
Pública (CPC, art. 85, § 3º), além de outras eventuais despesas no processo
(CPC, art. 84).    
                                            
                                               Com a inversão do ônus da prova, protesta provar o
alegado por todos os meios de provas admitidos, nomeadamente pela produção
de prova oral em audiência, além de perícia e juntada posterior de documentos
após à contestação.
 
                                               Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ),
sobremodo atendendo-se aos pedidos cumulados. (CPC, art. 292, inc. V e VIII).
 
                                               Cidade, 00 de fevereiro de 0000.

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