Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A crescente conscientização de que os recursos energéticos do mundo são limitados levou muitos países
a reexaminar suas políticas energéticas e a tomar medidas drásticas na eliminação de resíduos. Também
despertou interesse na comunidade científica para examinar mais de perto os dispositivos de conversão
de energia e desenvolver novas técnicas para melhor utilizar os recursos limitados existentes.
A primeira lei da termodinâmica lida com a quantidade de energia e afirma que a energia não pode ser
criada ou destruída. Essa lei serve apenas como uma ferramenta necessária para a contabilidade da
energia durante um processo e não oferece desafios ao engenheiro.
A segunda lei, no entanto, trata da qualidade da energia. Mais especificamente, preocupa-se com a
degradação da energia durante um processo, a geração de entropia e as oportunidades perdidas para
realizar trabalho.
2
EXERGIA: INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
EXERGIA
TRABALHO REVERSÍVEL
IRREVERSIBILIDADE
BALANÇO DE EXERGIA
3
EXERGIA: INTRODUÇÃO
Consideremos a Figura1a que mostra um sistema isolado que consiste inicialmente em um pequeno
recipiente de combustível cercado pelo ar em abundância. Suponha que o combustível queime (Fig. 1b),
para que finalmente haja uma mistura ligeiramente quente de produtos de combustão e ar, como
mostrado na Fig. 1c.
4
EXERGIA: INTRODUÇÃO
6
EXERGIA: CONCEITO
A Fig. 2 mostra que, se a transferência de calor Q durante o arrefecimento for passada para o ciclo de
energia, o trabalho Wc poderá ser realizado, enquanto 𝑄0 será descarregado na atmosfera. Estas são as
únicas transferências de energia. O trabalho Wc está totalmente disponível para levantar um peso ou, de
forma equivalente, como trabalho de rotação de um eixo ou trabalho elétrico. Por fim, o corpo arrefece
para 𝑇0 , e não sera realizado mais nenhum trabalho. No equilíbrio, o corpo e a atmosfera possuem
energia, mas não há mais potencial dos dois para a realização de trabalho, porque nenhuma interação
adicional pode ocorrer entre eles.
Observe que o trabalho Wc também poderia ser desenvolvido pelo sistema da Fig. 2 se a temperatura
inicial do corpo fosse menor que a da atmosfera. Nesse caso, as direções das transferências de calor Q e
𝑄0 mostradas na Fig. 2 seriam inversas. O trabalho poderia ser desenvolvido à medida que o corpo se
aquece para se equilibrar com a atmosfera.
Como não há variação líquida de estado para o ciclo de energia da Fig. 2, concluímos que o trabalho Wc é
realizado apenas porque o estado inicial do corpo difere do da atmosfera. Exergia é o valor teórico
máximo desse trabalho.
7
EXERGIA: CONCEITO
8
EXERGIA: POTENCIAL DE TRABALHO DA ENERGIA
Quando uma nova fonte de energia, como um poço geotérmico, é descoberta, a primeira coisa que os
exploradores fazem é estimar a quantidade de energia contida na fonte. Porém, somente essa
informação tem pouco valor na decisão de construir uma central naquele local.
Assim, seria desejável ter uma PROPRIEDADE que nos permita determinar o POTENCIAL DE
TRABALHO ÚTIL de uma determinada quantidade de energia em algum estado especificado. Essa
propriedade é EXERGIA, que também é chamada de ENERGIA DISPONÍVEL.
9
EXERGIA: POTENCIAL DE TRABALHO DA ENERGIA
Recorda-se que o trabalho realizado durante um processo depende do estado inicial, do estado final e do
caminho do processo. Isso é,
Em uma análise de exergia, o estado inicial é especificado e, portanto, não é uma variável. O trabalho do
sistema é maximizado quando o processo entre dois estados especificados é executado de maneira
reversível. Portanto, todas as irreversibilidades são desconsideradas na determinação do potencial de
trabalho. Finalmente, o sistema deve estar no “estado morto” no final do processo para maximizar a
produção do trabalho.
10
EXERGIA: MEIO AMBIENTE E “ESTADO MORTO”
Para análises termodinâmicas envolvendo o conceito de exergia, é necessário modelar a atmosfera usada na
discussão anterior. O modelo resultante é chamado de ambiente de referência de exergia, ou simplesmente
meio ambiente.
11
EXERGIA: MEIO AMBIENTE E “ESTADO MORTO”
Diz-se que um sistema está no estado morto quando está em equilíbrio termodinâmico com o ambiente
em que se encontra (Fig. 3). No estado morto, um sistema está à temperatura e pressão de seu ambiente
(em equilíbrio térmico e mecânico); não possui energia cinética ou potencial em relação ao ambiente
(velocidade zero e elevação zero acima de um nível de referência); e não reage com o meio ambiente
(quimicamente inerte). Além disso, não há desequilíbrio dos efeitos de tensão magnética, elétrica e de
superfície entre o sistema e a vizinhança, se forem relevantes para a situação em questão.
A noção de que um sistema deve ir para o estado morto no final do processo para maximizar a produção
do trabalho pode ser explicada da seguinte forma: Se a temperatura do sistema no estado final for maior
que (ou menor que) a temperatura do ambiente, sempre podemos produzir trabalho adicional,
executando um motor térmico entre esses dois níveis de temperatura. Se a pressão final for maior que
(ou menor que) a pressão do ambiente, podemos obter trabalho, permitindo que o sistema se expanda à
pressão do ambiente. Se a velocidade final do sistema não for zero, podemos capturar essa energia
cinética extra por uma turbina e convertê-la em trabalho de rotação de um eixo, e assim por diante.
Nenhum trabalho pode ser produzido a partir de um sistema que está inicialmente no estado morto. A
atmosfera ao nosso redor contém uma tremenda quantidade de energia. Sendo assim, a atmosfera está
no estado morto e a energia que ela contém não tem potencial de trabalho.
13
EXERGIA: DEFINIÇÃO
EXERGIA É O TRABALHO TEÓRICO MÁXIMO QUE PODE SER OBTIDO DE UM SISTEMA GERAL QUE
CONSISTE EM UM SISTEMA E O MEIO AMBIENTE, À MEDIDA QUE O SISTEMA ENTRA EM EQUILÍBRIO
COM O MEIO AMBIENTE (PASSA PARA O ESTADO MORTO).
As interações entre o sistema e o ambiente podem envolver dispositivos auxiliares, como o ciclo de
energia da Fig. 2, que pelo menos em princípio permite a realização do trabalho.
14
EXERGIA (POTENCIAL DE TRABALHO) ASSOCIADA À ENERGIA CINÉTICA E POTENCIAL
A energia cinética é uma forma de energia mecânica e, portanto, pode ser convertida inteiramente em
trabalho. Portanto, o potencial de trabalho ou exergia da energia cinética de um sistema é igual à própria
energia cinética, independentemente da temperatura e pressão do ambiente. Isso é,
𝑉2
Exergia de energia cinética: χ𝑘𝑒 = 𝑘𝑒 = (kJ/kg (01)
2
A propriedade exergia serve como uma ferramenta valiosa para determinar a qualidade da energia e
comparar os potenciais de trabalho de diferentes fontes ou sistemas de energia.
A avaliação da exergia sozinha, no entanto, não é suficiente para o estudo de dispositivos de engenharia
que operam entre dois estados fixos. Isso ocorre porque, ao avaliar a exergia, sempre se supõe que o
estado final seja o estado morto, o que quase nunca ocorre nos sistemas de engenharia reais.
As eficiências isentrópicas anteriormente discutidas também são de uso limitado porque o estado de
saída do processo do modelo (isentrópico) não é o mesmo que o estado de saída real e é limitado a
processos adiabáticos.
Nesta secção, descrevemos duas quantidades relacionadas aos estados inicial e final reais dos processos
e servem como ferramentas valiosas na análise termodinâmica de componentes ou sistemas. Essas duas
quantidades são o trabalho reversível e a irreversibilidade (ou destruição da exergia). Mas primeiro
examinamos o trabalho da vizinhança, que é o trabalho realizado por ou contra a vizinhança durante um
processo.
16
TRABALHO REVERSÍVEL E IRREVERSIBILIDADE
O trabalho realizado pelos dispositivos de produção de trabalho nem sempre se encontra na forma
totalmente utilizável. Por exemplo, quando um gás em um dispositivo cilindro-pistão se expande, parte
do trabalho realizado pelo gás é usado para empurrar o ar atmosférico para fora (Fig. 5). O trabalho, que
não pode ser recuperado e utilizado para qualquer finalidade útil, é igual à pressão atmosférica 𝑃0 vezes
a variação de volume do sistema,
Quando um sistema está expandindo e realizando trabalho, parte do Fig. 5 – À medida que um sistema
trabalho realizado é usado para superar a pressão atmosférica e, fechado se expande, é necessário
portanto, Wsurr representa uma perda. Quando um sistema é realizar algum trabalho para
comprimido, no entanto, a pressão atmosférica ajuda o processo de empurrar o ar atmosférico para fora
(Wsurr).
compressão e, portanto, Wsurr representa um ganho. 17
TRABALHO REVERSÍVEL E IRREVERSIBILIDADE
Nota: O trabalho realizado por ou contra a pressão atmosférica tem significado apenas para sistemas
cujo volume muda durante o processo (ou seja, sistemas que envolvem o trabalho de fronteira ). Não tem
significado para dispositivos e sistemas cíclicos cujas fronteiras permanecem fixos durante um processo,
como tanques rígidos e dispositivos de fluxo estacionário (turbinas, compressores, bocais,
permutadores de calor, etc.).
TRABALHO REVERSÍVEL
Trabalho reversível (Wrev) é definido como a quantidade máxima de trabalho útil que pode ser
produzido (ou o trabalho mínimo que precisa ser fornecido) à medida que um sistema passa por um
processo entre os estados inicial e final especificados. Esta é a saída útil de trabalho (ou entrada) obtido
(ou gasto) quando o processo entre os estados inicial e final é executado de maneira totalmente
reversível.
Para processos que exigem trabalho, o trabalho reversível representa a quantidade mínima de
trabalho necessária para executar esse processo.
18
TRABALHO REVERSÍVEL E IRREVERSIBILIDADE
Qualquer diferença entre o trabalho reversível Wrev e o trabalho útil Wu é devido às irreversibilidades
presentes durante o processo, e essa diferença é chamada irreversibilidade (I). É expressa como (Fig. 6):
𝐼 = 𝑊𝑟𝑒𝑣, 𝑜𝑢𝑡 − 𝑊𝑢, 𝑜𝑢𝑡
ou (05)
𝐼 = 𝑊𝑢, 𝑖𝑛 − 𝑊𝑟𝑒𝑣, 𝑖𝑛
A irreversibilidade é uma quantidade positiva para todos os processos Fig. 6 – A diferença entre
reais (irreversíveis) desde que Wrev ≥ Wu para dispositivos de trabalho reversível e trabalho
produção de trabalho e Wrev ≤ Wu para dispositivos que consomem útil real é a irreversibilidade.
trabalho. 19
TRABALHO REVERSÍVEL E IRREVERSIBILIDADE
A irreversibilidade pode ser vista como o potencial de trabalho desperdiçado ou a oportunidade perdida
de realizar trabalho. Representa a energia que poderia ter sido convertida em trabalho, mas não foi.
Quanto menor a irreversibilidade associada a um processo, maior o trabalho produzido (ou menor o
trabalho consumido). O desempenho de um sistema pode ser aprimorado minimizando a
irreversibilidade associada a ele.
20
EFICIÊNCIA DA SEGUNDA LEI, 𝜼𝑰𝑰
Torna-se aparente que o motor B tem um maior potencial de trabalho disponível (70% do calor
fornecido em comparação com 50% do motor A) e, portanto, deve se sair muito melhor que o motor A.
Portanto, pode-se dizer que o motor B está com um desempenho mau em relação ao motor A, embora
ambos tenham a mesma eficiência térmica.
É óbvio, neste exemplo, que a eficiência da primeira lei por si só não é uma medida realista do
desempenho dos dispositivos de engenharia. Para superar essa deficiência, define-se uma EFICIÊNCIA
DE SEGUNDA LEI 𝜼𝑰𝑰 como a razão entre a eficiência térmica real e a eficiência térmica máxima possível
(reversível) nas mesmas condições (Fig. 8):
𝜼𝑡ℎ
𝜼𝑰𝑰 = (motores de calor) (06)
𝜼𝑡ℎ, 𝑟𝑒𝑣
0,30 0,30
𝜼𝑰𝑰,𝑨 = = 0,60 e 𝜼𝑰𝑰,𝑩 = = 0,43
0,50 0,70
A eficiência da segunda lei também pode ser expressa como a razão entre a produção útil e a produção
máxima possível (reversível) de trabalho:
𝑊𝑢 (07)
𝜂𝐼𝐼 = (dispositivos produtores de trabalho)
𝑊𝑟𝑒𝑣
Nota: a eficiência da segunda lei não pode exceder 100% (Fig. 9).
Também podemos definir eficiência de segunda lei para dispositivos que
consomem trabalho como a razão entre a entrada mínima de trabalho
(reversível) e a entrada útil de trabalho:
Para dispositivos cíclicos, como refrigeradores e bombas de calor, a eficiência da segunda lei também
pode ser expressa em termos de coeficientes de desempenho, como:
𝐶𝑂𝑃
𝜂𝐼𝐼 = (Refrigeradores e bombas de calor) (09)
𝐶𝑂𝑃𝑟𝑒𝑣
23
EFICIÊNCIA DA SEGUNDA LEI, 𝜼𝑰𝑰
As definições anteriores para a eficiência da segunda lei não se aplicam a dispositivos que não se
destinam a produzir ou consumir trabalho. Portanto, precisa-se de uma definição mais geral.
A eficiência da segunda lei visa servir como uma medida de aproximação à operação reversível e,
portanto, seu valor deve variar de zero (0) no pior caso (destruição completa da exergia) a um (1) no
melhor caso (sem destruição da exergia). Com isso em mente, definimos a eficiência da segunda lei de um
sistema durante um processo como (Fig. 10):
Observe que a exergia pode ser fornecida ou recuperada em várias quantidades de várias formas, como
calor, trabalho, energia cinética, energia potencial, energia interna e entalpia. Às vezes, existem opiniões
divergentes (embora válidas) sobre o que constitui exergia fornecida, e isso causa definições diferentes
para a eficiência da segunda lei. Em todos os momentos, no entanto, a exergia recuperada e a exergia
destruída (a irreversibilidade) devem corresponder à exergia fornecida. Além disso, precisamos definir
o sistema precisamente para identificar corretamente quaisquer interações entre o sistema e seus
arredores.
Para um motor térmico, a exergia fornecida é a diminuição da exergia do calor transferido para o
motor, que é a diferença entre a exergia do calor fornecido e a exergia do calor rejeitado. (A exergia
do calor rejeitado à temperatura ambiente é nula.) A produção líquida de trabalho é a exergia
recuperada.
Para um refrigerador ou bomba de calor, a exergia fornecida é a entrada de trabalho, pois o trabalho
fornecido a um dispositivo cíclico está totalmente disponível. A exergia recuperada é a exergia do
calor transferido para o meio de alta temperatura (que é o trabalho reversível) para uma bomba de
calor, e a exergia do calor transferido do meio de baixa temperatura para um refrigerador.
Para um permutador de calor com duas correntes de fluido não misturadas, normalmente a exergia
fornecida é a diminuição da exergia da corrente de fluido com temperatura mais alta e a exergia
recuperada é o aumento da exergia da corrente de fluido de baixa temperatura.
25
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Ao contrário da energia, o valor da exergia depende do estado do meio ambiente e do estado do sistema.
Portanto, a exergia é uma propriedade combinada. A exergia de um sistema que está em equilíbrio com o
meio ambiente é zero. O estado do meio ambiente é chamado de "estado morto", pois o sistema está
praticamente "morto" (não pode fazer nenhum trabalho) do ponto de vista termodinâmico quando
atinge esse estado.
Nesta secção, limita-se a discussão à exergia termomecânica e, portanto, não se considera quaisquer
misturas e reações químicas. Portanto, um sistema nesse "estado morto restrito" está à temperatura e
pressão do ambiente e não possui energias cinética ou potencial em relação ao ambiente. No entanto,
pode ter uma composição química diferente do ambiente. A exergia associada a diferentes composições
químicas e reações químicas é discutida nos próximos capítulos.
26
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de uma massa fixa: Exergia sem fluxo (ou sistema fechado)
−𝛿𝑄 − 𝛿𝑊 = 𝑑𝑈
desde que a única forma de energia que o sistema contém é energia interna, e as únicas formas de
transferência de energia que podem envolver uma massa fixa são calor e trabalho.
Além disso, a única forma de trabalho que um sistema compressível simples pode envolver durante um
processo reversível é o trabalho de fronteira, que é dado por: dW = P dV quando a direção do trabalho é
considerada do sistema (caso contrário, seria − P dV).
A pressão P na expressão P dV é a pressão absoluta, medida a partir do zero absoluto. Qualquer trabalho
realizado por um dispositivo pistão-cilindro é devido à pressão acima do nível atmosférico. Portanto,
𝛿𝑊 = 𝑃 𝑑𝑉 = 𝑃 − 𝑃0 𝑑𝑉 + 𝑃0 𝑑𝑉 = 𝛿𝑊𝑏,ú𝑡𝑖𝑙 + 𝑃0 𝑑𝑉 (12)
28
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de uma massa fixa: Exergia sem fluxo (ou sistema fechado)
Um processo reversível não pode envolver nenhuma transferência de calor através de uma diferença
finita de temperatura e, portanto, qualquer transferência de calor entre o sistema à temperatura T e a
vizinhança à 𝑇0 deve ocorrer através de um motor de calor reversível.
Nota que dS = dQ/T para um processo reversível e a eficiência térmica de um motor térmico reversível
que opera entre as temperaturas de T e 𝑇0 é 𝜂𝑡ℎ = 1 - 𝑇0 /T, o trabalho diferencial produzido pelo motor
como resultado dessa transferência de calor é:
𝑇0 𝑇0
𝛿𝑊𝐻𝐸 = 1− 𝛿𝑄 = 𝛿𝑄 − 𝛿𝑄 = 𝛿𝑄 − (−𝑇0 𝑑𝑆) ⟶
𝑇 𝑇
𝛿𝑄 = 𝛿𝑊𝐻𝐸 − 𝑇0 𝑑𝑆
(13)
Substituindo as expressões dW e dQ das Eqs.12 e 13 na relação de balanço de energia (Eq. 11), após uma
reorganização, obtem-se:
onde Wtotal, útil é o trabalho útil total realizado à medida que o sistema passa por um processo reversível
do estado especificado para o estado morto, que é exergia por definição.
Um sistema fechado, em geral, pode possuir energias cinética e potencial, e a energia total de um sistema
fechado é igual à soma de suas energias interna, cinética e potencial. Observando que as próprias
energias cinética e potencial são formas de exergia, a exergia de um sistema fechado de massa m é:
𝑉2
𝑋 = 𝑈 − 𝑈0 + 𝑃0 𝑉 − 𝑉0 − 𝑇0 𝑆 − 𝑆0 + 𝑚 + 𝑚𝑔𝑧 (15)
2
Em uma base de massa unitária, a exergia ϕ do sistema fechado (ou sem fluxo) é expressa como:
𝑉2
ϕ = 𝑢 − 𝑢0 + 𝑃0 𝑣 − 𝑣0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧 (16)
2
= 𝑒 − 𝑒0 + 𝑃0 𝑣 − 𝑣0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0
30
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de uma massa fixa: Exergia sem fluxo (ou sistema fechado)
onde 𝑢0 , 𝑣0 e 𝑠0 são as propriedades do sistema avaliadas no estado morto. Observe que a exergia de um
sistema é zero no estado morto desde que 𝑒 = 𝑒0 , 𝑣 = 𝑣0 e 𝑠 = 𝑠0 nesse estado.
Δ𝑋 = 𝑋2 − 𝑋1 = 𝑚 𝜙2 − 𝜙1 = (𝐸2 − 𝐸1 ) + 𝑃0 𝑉2 − 𝑉1 − 𝑇0 𝑆2 − 𝑆1 (17)
𝑉22 − 𝑉12
= 𝑈2 − 𝑈1 + 𝑃0 𝑉2 − 𝑉1 − 𝑇0 𝑆2 − 𝑆1 + 𝑚 + 𝑚𝑔 𝑧2 − 𝑧1
2
ou, em unidade de massa,
𝑉22 − 𝑉12
Δϕ = 𝜙2 − 𝜙1 = 𝑢2 − 𝑢1 + 𝑃0 𝑣2 − 𝑣1 − 𝑇0 𝑠2 − 𝑠1 + + 𝑔 𝑧2 − 𝑧1
2
= 𝑒2 − 𝑒1 + 𝑃0 𝑣2 − 𝑣1 − 𝑇0 𝑠2 − 𝑠1 (18)
Nota: Para sistemas fechados estacionários (imóveis), os termos de energia cinética e potencial
desaparecem. 31
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de uma massa fixa: Exergia sem fluxo (ou sistema fechado)
Quando as propriedades de um sistema não são uniformes, a exergia do sistema pode ser
determinada pela integração de
32
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de uma massa fixa: Exergia sem fluxo (ou sistema fechado)
Nota:
33
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de fluxo
Foi mostrado anteriormente que um fluido que flui tem uma forma adicional de energia, chamada
energia de fluxo, que é a energia necessária para manter o fluxo em um tubo, por exemplo. E, foi
expressa como 𝑤𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 = 𝑃𝑣, em que v é o volume específico do fluido que é equivalente à variação de
volume de uma unidade de massa do fluido que é deslocada durante o fluxo.
34
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de fluxo
Portanto, a exergia associada à energia de fluxo é obtida substituindo a pressão P na relação de trabalho
de fluxo pela pressão acima da pressão atmosférica, (𝑃 − 𝑃0 ).
𝑉2
= 𝑢 − 𝑢0 + 𝑃0 𝑣 − 𝑣0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧 + 𝑃 − 𝑃0 𝑣
2
𝑉2
= 𝑢 + 𝑃𝑣) − (𝑢0 + 𝑃0 𝑣0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧
2
𝑉2
= ℎ − ℎ0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧
2
35
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de fluxo
𝑉2
ψ= ℎ − ℎ0 − 𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧 (22)
2
Então, a variação de exergia de uma corrente de fluido à medida que passa por um processo do
estado 1 para o estado 2 torna-se:
36
VARIAÇÃO DE EXERGIA DE UM SISTEMA
Exergia de fluxo
Nota:
A exergia de um sistema fechado não pode ser negativa, mas a exergia de uma corrente de fluxo
pode a pressões abaixo da pressão ambiente 𝑃0 .
37
TRANSFERÊNCIA DE EXERGIA POR CALOR, TRABALHO E MASSA
A exergia, como a energia, pode ser transferida de ou para um sistema de três formas: calor, trabalho e
fluxo de massa. A transferência de exergia é reconhecida nas fronteiras do sistema à medida que a
exergia a atravessa e representa a exergia adquirida ou perdida por um sistema durante um processo. As
únicas duas formas de interações de exergia associadas a uma massa fixa ou sistema fechado são a
transferência de calor e o trabalho.
38
TRANSFERÊNCIA DE EXERGIA POR CALOR, TRABALHO E MASSA
Transferência de Exergia por Calor, Q
Lembre-se que o potencial de trabalho da energia transferida de uma fonte de calor à temperatura T é o
trabalho máximo que pode ser obtido dessa energia em um ambiente à temperatura 𝑇0 e é equivalente
ao trabalho produzido por um motor térmico de Carnot operando entre a fonte e o ambiente. Portanto, a
eficiência de Carnot 𝜂𝐶 = 1 – 𝑇0 /T representa a fração de energia de uma fonte de calor à temperatura T
que pode ser convertida em trabalho. Por exemplo, apenas 70% da energia transferida de uma fonte de
calor em T =1000 K pode ser convertida em trabalhar em um ambiente à 𝑇0 = 300 K.
Sempre podemos produzir trabalho a partir de calor a uma temperatura acima da temperatura
ambiente, transferindo-o para um motor térmico que rejeita o calor residual no ambiente. Portanto, a
transferência de calor é sempre acompanhada de transferência de exergia. A transferência de calor Q em
um local à temperatura termodinâmica T é sempre acompanhada pela transferência de exergia 𝑋𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 na
quantidade de:
𝑇0
Transferência de exergia pelo calor: 𝑋𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 = 1 − 𝑄 (kJ) (24)
𝑇
39
TRANSFERÊNCIA DE EXERGIA POR CALOR, TRABALHO E MASSA
Quando T > 𝑇0 , a exergia e a transferência de calor estão na mesma direção. Ou seja, o conteúdo de
exergia e energia do meio para o qual o calor é transferido aumenta. Quando T < 𝑇0 (meio frio), no
entanto, a exergia e a transferência de calor estão em direções opostas. Ou seja, a energia do meio frio
aumenta como resultado da transferência de calor, mas sua exergia diminui. A exergia do meio frio
eventualmente se torna zero quando a temperatura atinge 𝑇0 .
40
TRANSFERÊNCIA DE EXERGIA POR CALOR, TRABALHO E MASSA
𝑇0
𝑋𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 = න 1 − 𝛿𝑄 (25)
𝑇
Exergia é o potencial útil do trabalho, e a transferência de exergia pelo trabalho pode ser simplesmente
expressa como:
A transferência de exergia com trabalho como trabalho de um eixo e trabalho elétrico é igual ao trabalho
W em si. No caso de um sistema que envolva trabalho de fronteira, como um dispositivo de cilindro-
pistão, o trabalho realizado para empurrar o ar atmosférico para fora durante a expansão não pode ser
transferido e, portanto, deve ser subtraído. Além disso, durante um processo de compressão, parte do
trabalho é realizada pelo ar atmosférico e, portanto, precisamos fornecer menos trabalho útil a partir de
uma fonte externa.
42
TRANSFERÊNCIA DE EXERGIA POR CALOR, TRABALHO E MASSA
A massa contém exergia, além de energia e entropia, e o conteúdo de exergia, energia e entropia de um
sistema é proporcional à massa. Além disso, as taxas de transporte de exergia, entropia e energia para
dentro ou para fora de um sistema são proporcionais à taxa de fluxo de massa. O fluxo de massa é um
mecanismo para transportar exergia, entropia e energia para dentro ou para fora de um sistema. Quando
a massa na quantidade m entra ou sai de um sistema, a exergia na quantidade mψ, onde ψ= ℎ − ℎ0 −
𝑉2
𝑇0 𝑠 − 𝑠0 + + 𝑔𝑧, a acompanha.
2
O fluxo de exergia associado a uma corrente de fluido quando as propriedades do fluido são variáveis
pode ser determinado pela integração de:
𝑋ሶ 𝑚𝑎𝑠 = න 𝜓ρ𝑉𝑛 𝑑𝐴𝑐
e 𝐴𝑐 (28)
𝑋𝑚𝑎𝑠 = න 𝜓𝛿𝑚 = න 𝑋ሶ 𝑚𝑎𝑠 𝑑𝑡
∆𝑡
Nota: A transferência de exergia por calor 𝑋𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 é zero para sistemas adiabáticos e a transferência de
exergia por massa 𝑋𝑚𝑎𝑠 é zero para sistemas que não envolvem fluxo de massa através de suas fronteiras
(ou seja, sistemas fechados). A transferência total de exergia é zero para sistemas isolados, pois não
envolvem transferência de calor, trabalho ou massa.
44
PRINCÍPIO DA DIMINUIÇÃO E DESTRUIÇÃO DA EXERGIA
• Princípio de conservação de energia segundo o qual a energia não pode ser criada ou destruída
durante um processo.
• Princípio do aumento da entropia que pode ser considerado um dos enunciados da segunda lei
segundo o qual a entropia pode ser criada, mas não pode ser destruída. Ou seja, a geração de
entropia Sgen deve ser positiva (processos reais) ou zero (processos reversíveis), mas não pode
ser negativa.
Balanço de energia:
Balanço de entropia:
Multiplicando a segunda relação por 𝑇0 e subtraindo-a da primeira, obtemos:
(29)
Da Eq. 17 temos:
(30)
desde que 𝑉2 = 𝑉1 para um sistema isolado (não envolve nenhum movimento de fronteira, portanto,
nenhumr trabalho de fronteira). Combinando Eqs. 29 e 30 dá:
(31)
já que 𝑇0 é a temperatura termodinâmica do ambiente e, portanto, uma quantidade positiva, Sgen ≥ 0 e,
portanto, 𝑇0 𝑆𝑔𝑒𝑛 ≥ 0. Então concluímos que:
46
Δ𝑋𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜 = (𝑋2 − 𝑋1 )𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜 ≤ 0 (32)
PRINCÍPIO DA DIMINUIÇÃO E DESTRUIÇÃO DA EXERGIA
Essa equação pode ser expressa como A EXERGIA DE UM SISTEMA ISOLADO DURANTE UM PROCESSO
SEMPRE DIMINUI ou, no caso limite de um processo reversível, permanece constante. Em outras
palavras, nunca aumenta e a exergia é destruída durante um processo real. Isso é conhecido como
PRINCÍPIO DA DIMINUIÇÃO DA EXERGIA. Para um sistema isolado, a diminuição da exergia é igual à
exergia destruída.
47
DESTRUIÇÃO DE EXERGIA
Irreversibilidades como atrito, mistura, reações químicas, transferência de calor através de uma
diferença finita de temperatura, expansão irrestrita, compressão ou expansão sem quase-equilíbrio
sempre geram entropia e qualquer coisa que gera entropia sempre destrói a exergia. A EXERGIA
DESTRUÍDA é proporcional à entropia gerada, como pode ser visto na Eq. 31 e é expresso como:
Observe que a exergia destruída é uma quantidade positiva para qualquer processo real e se torna zero
para um processo reversível. A exergia destruída representa o potencial de trabalho perdido e também é
chamada de irreversibilidade ou trabalho perdido.
48
DESTRUIÇÃO DE EXERGIA
Nenhum processo real é verdadeiramente reversível e, portanto, alguma exergia é destruída durante um
processo. Portanto, a exergia do universo, que pode ser considerada um sistema isolado, está
diminuindo continuamente. Quanto mais irreversível é um processo, maior a destruição da exergia
durante esse processo. Nenhuma exergia é destruída durante um processo reversível (𝑋𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 , rev =
0).
O princípio da diminuição da exergia não implica que a exergia de um sistema não possa aumentar. A
variação de exergia de um sistema pode ser positiva ou negativa durante um processo, mas a exergia
destruída não pode ser negativa.
49
BALANÇO DE EXERGIA: SISTEMAS FECHADOS
A natureza da exergia é oposta à da entropia, na medida em que a exergia pode ser destruída, mas não
pode ser criada. Portanto, a variação de exergia de um sistema durante um processo é menor que a
transferência de exergia em uma quantidade igual à exergia destruída durante o processo dentro dos
limites da fronteira. Então, o princípio da diminuição da exergia pode ser expresso como (Fig. 17)
(35)
Fig. 17 – Mecanismos de
transferência de exergia
Essa relação é conhecida como balanço de exergia e pode ser enunciada como a variação de exergia de
um sistema durante um processo é igual à diferença entre a transferência líquida de exergia através das
fronteiras do sistema e a exergia destruída dentro das fronteiras do sistema como resultado de
irreversibilidades .
50
BALANÇO DE EXERGIA: SISTEMAS FECHADOS
Mencionamos anteriormente que a exergia pode ser transferida de ou para um sistema por transferência
de calor, trabalho e massa. Então, o balanço de exergia para qualquer sistema passando por um processo
pode ser expresso mais explicitamente como:
onde as taxas de transferência de exergia por calor, trabalho e massa são expressas em 𝑋ሶ 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 =
𝑇
1 − 0 𝑄,ሶ 𝑋ሶ 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 = 𝑊ሶ ú𝑡𝑖𝑙 e 𝑋ሶ 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 = 𝑚𝜓,
ሶ respetivamente.
𝑇 51
BALANÇO DE EXERGIA: SISTEMAS FECHADOS
𝑋𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 𝑇0 𝑆𝑔𝑒𝑛 ou ሶ
𝑋ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 𝑇0 𝑆𝑔𝑒𝑛 (39)
Um sistema fechado não envolve nenhum fluxo de massa e, portanto, Fig. 18 - Balanço de exergia
para um sistema fechado
qualquer transferência de exergia associada ao fluxo de massa. Tomando a quando a direção da
direção positiva da transferência de calor para o sistema e a direção transferência de calor é
considerada para o sistema e
positiva de transferência de trabalho para o sistema, o balanço de exergia a direção do trabalho, do
para um sistema fechado pode ser expresso de forma mais explícita como sistema.
(Fig. 18):
52
BALANÇO DE EXERGIA: SISTEMAS FECHADOS
𝑋𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 −𝑋𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 + 𝑋𝑚𝑎𝑠𝑠, 𝑖𝑛 − 𝑋𝑚𝑎𝑠𝑠, 𝑜𝑢𝑡 − 𝑋𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = (𝑋2 −𝑋1 )𝑉𝐶 (43)
ou,
𝑇0
1− 𝑄𝑘 − 𝑊 − 𝑃0 𝑉2 − 𝑉1 + 𝑚𝜓 − 𝑚𝜓 −𝑋𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = (𝑋2 −𝑋1 )𝑉𝐶 (44)
𝑇𝑘
𝑖𝑛 𝑜𝑢𝑡
𝑇0 𝑑𝑉𝑉𝐶 𝑑𝑋𝑉𝐶
1− 𝑄𝑘ሶ − 𝑊ሶ − 𝑃0 + 𝑚𝜓 ሶ −𝑋ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 =
ሶ − 𝑚𝜓 (45)
𝑇𝑘 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑖𝑛 𝑜𝑢𝑡
A taxa de variação de exergia dentro do volume de controle durante um processo é igual à taxa de
exergia líquida transferida através das fronteiras do volume de controle por calor, trabalho e fluxo de
massa menos a taxa de exergia destruída dentro das fronteirsas do volume de controle.
Quando os estados inicial e final do volume de controlo são especificados, a variação de exergia do
volime de controle é:
𝑋2 − 𝑋1 = 𝑚2 𝜙2 − 𝑚1 𝜙1
55
BALANÇO DE EXERGIA PARA UM SISTEMA DE FLUXO ESTACIONÁRIO
A maioria dos volumes de controle encontrados na prática, como turbinas, compressores, bocais,
difusores, permutadores de calor e tubulações, operam em regime estacionário e, portanto, não
experimentam variações nos conteúdos de massa, energia, entropia e exergia, bem como em seus
𝑑𝑉 𝑑𝑋
volumes. Portanto, 𝑉𝐶 = 0 e 𝑉𝐶 = 0 para esses sistemas, e a quantidade de exergia que entra no
𝑑𝑡 𝑑𝑡
sistema de fluxo estacionário em todas as formas (calor, trabalho, transferência de massa) deve ser igual
à quantidade de exergia que sai do sistema mais a exergia destruída . Então, a forma de taxa do balanço
geral de exergia (Eq. 45) reduz para um processo de fluxo estacionário a (Fig. 20):
𝑇0
1− 𝑄𝑘ሶ − 𝑊ሶ + 𝑚𝜓 ሶ −𝑋ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 0
ሶ − 𝑚𝜓 (47)
𝑇𝑘
𝑖𝑛 𝑜𝑢𝑡
Para um dispositivo de fluxo estacionário único (uma entrada, uma saída), a
relação acima reduz a:
𝑇0
1− 𝑄𝑘ሶ − 𝑊ሶ + 𝑚(𝜓
ሶ 1 − 𝜓2 ) − 𝑋ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 0 (48) Fig. 20 – A exergia transferida para um
𝑇𝑘 sistema de fluxo estacionário é igual à
Em que os índices 1 e 2 representam os estados de entrada e saída, mሶ é a taxa exergia transferida do sistema mais a
exergia destruída no interior do sistema.
de fluxo de massa e a variação do fluxo de exergia 𝜓1 − 𝜓2 é dada pela
equação 23, como: 56
BALANÇO DE EXERGIA PARA UM SISTEMA DE FLUXO ESTACIONÁRIO
𝑉12 − 𝑉22
ψ1 − ψ2 = ℎ1 − ℎ2 − 𝑇0 𝑠1 − 𝑠2 + + 𝑔 𝑧1 − 𝑧2
2
𝑇0
1− 𝑞 − 𝑤 + ψ1 − ψ2 − 𝑋𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 0 (49)
𝑇𝑘 𝑘
onde 𝑞 = 𝑄/ ሶ 𝑚ሶ e 𝑤 = 𝑊/
ሶ 𝑚.ሶ são a transferência de calor e o trabalho realizado por unidade de massa do
fluido de trabalho, respectivamente.
No caso de um dispositivo de fluxo único adiabático sem interações de trabalho, a relação de balanço de
exergia simplifica ainda mais para 𝑋ሶ 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎 = 𝑚(𝜓
ሶ 1 − 𝜓2 ), que indica que a exergia específica do fluido
deve diminuir à medida que este flui através de um dispositivo adiabático livre de trabalho ou
permanece a mesma (𝜓1 = 𝜓2 ) no caso limite de um processo reversível, independentemente das
alterações em outras propriedades do fluido.
57
TRABALHO REVERSÍVEL, 𝑾𝒓𝒆𝒗
As relações de balanço de exergia apresentadas anteriormente podem ser usadas para determinar
trabalho reversível 𝑊𝑟𝑒𝑣 fazendo exergia destruída igual a zero. O trabalho W neste caso torna-se
trabalho reversível, isto é:
Por exemplo, a potência reversível para um dispositivo de fluxo estacionário de corrente única é, da
equação 48,
𝑇0
ሶ
𝑊𝑟𝑒𝑣 = 𝑚ሶ ψ1 − ψ2 + 1 − 𝑄𝑘ሶ (kW) (51)
𝑇𝑘
o que reduz para um dispositivo adiabático a:
𝑊ሶ 𝑟𝑒𝑣 = 𝑚(ψ
ሶ 1 − ψ2 ) (52)
Observe que a exergia destruída é zero apenas para um processo reversível, e o trabalho reversível
representa a saída máxima de trabalho para dispositivos produtores de trabalho, como turbinas, e a
entrada mínima de trabalho para dispositivos consumidores de trabalho, como compressores.
58
EFICIÊNCIA DA SEGUNDA LEI DE DISPOSITIVOS DE FLUXO ESTACIONÁRIO, 𝜼𝑰𝑰
A eficiência da segunda lei de vários dispositivos de fluxo estacionário pode ser determinada a partir de
𝐸𝑥𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎
sua definição geral, 𝜂𝐼𝐼 = . Quando as variações nas energias cinética e potencial são
𝐸𝑥𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎
insignificantes, a eficiência da segunda lei de uma TURBINA adiabática pode ser determinada a partir de:
𝑤 ℎ1 − ℎ2 𝑇0 𝑠𝑔𝑒𝑛
𝜂𝐼𝐼,𝑡𝑢𝑟𝑏 = = ou 𝜂𝐼𝐼,𝑡𝑢𝑟𝑏 =1− (53)
𝑤𝑟𝑒𝑣 ψ1 − ψ2 ψ1 − ψ2
onde 𝑠𝑔𝑒𝑛 = 𝑠2 − 𝑠1 .
Para um COMPRESSOR com energia cinética e potencial desprezável, a eficiência da segunda lei torna-se:
𝑤𝑟𝑒𝑣, 𝑖𝑛 ψ2 − ψ1 𝑇0 𝑠𝑔𝑒𝑛
𝜂𝐼𝐼,𝑐𝑜𝑚𝑝 = = ou 𝜂𝐼𝐼, 𝑐𝑜𝑚𝑝 =1− (54)
𝑊𝑖𝑛 ℎ2 − ℎ1 ℎ2 − ℎ1
onde 𝑠𝑔𝑒𝑛 = 𝑠2 − 𝑠1 .
59
EFICIÊNCIA DA SEGUNDA LEI DE DISPOSITIVOS DE FLUXO ESTACIONÁRIO, 𝜼𝑰𝑰
Para um PERMUTADOR DE CALOR adiabático com duas correntes de fluido não misturadas (Fig. 21), a
exergia fornecida é a diminuição da exergia da corrente quente e a exergia recuperada é o aumento da
exergia da corrente fria, desde que a corrente fria não esteja à temperatura mais baixa que a vizinhança.
Então, a eficiência da segunda lei do permutador de calor torna-se:
ou (55)
com
ou (56)
onde, e
60