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Para a associação, as alterações feitas à lei criam mecanismos que dificultam uma
fiscalização eficaz do financiamento político e abrem inúmeras oportunidades de
corrupção e financiamento ilegal.
Para Luís de Sousa, presidente da TIAC, “sob o pretexto de diminuir o esforço dos
contribuintes na comparticipação das despesas de campanha, a nova lei cria
verdadeiros poços de opacidade que apagam qualquer possibilidade de transparência
na relação entre as candidaturas e os eleitores: institucionaliza o donativo indirecto
como mecanismo de esvaziamento das despesas de campanha; introduz mecanismos
que permitem a criação de valor dentro dos partidos por via do arrendamento do seu
património às suas próprias actividades; cria mecanismos de branqueamento de
receitas ilegais ou de proveniência duvidosa através da contabilização de angariação
de fundos; anula o efeito punitivo das coimas, que passam a figurar como despesas
correntes dos partidos; e para cúmulo dos cúmulos ainda cria uma nova subvenção
pública que permite o financiamento dos partidos através dos grupos representados na
AR e nas assembleias regionais, e que tem vindo a ser paga ilegalmente aos partidos, à
revelia de um Acórdão do Tribunal Constitucional”.
Também não faz qualquer sentido promulgar uma revisão da lei 3 dias depois da
publicação de um relatório de avaliação do GRECO (Grupo de Estados Contra a
Corrupção do Conselho da Europa) que elenca um conjunto de recomendações a ser
incorporadas numa próxima revisão e alerta para os avanços feito pela Lei 19/2003 no
que concerne a fiscalização de receitas privadas. Com esta nova lei todo esse esforço
fica por terra.
http://www.transparencia.pt/imprensa/pr/nova-lei-amnistia-os-partidos-e-e-porta-aberta-
a-corrupcao/