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1 – INTRODUÇÃO
As estruturas, mesmo com a sua aparente rigidez, caracterizam sempre sistemas com certo
grau de movimentação (deformabilidade).
As forças induzidas pela gravidade são verticais compreendendo o peso próprio das
estruturas. Já as forças produzidas pelos elementos da natureza, tais como os ventos, a terra e a
água, são difusas (ocorrem em várias direções).
A atuação conjunta de todas as forças acima citadas introduz sempre, em maior ou menor
extensão, deformações nos sistemas estruturais.
2 – FISSURAS E TRINCAS
Possíveis causas:
- recalque das fundações;
- retrações de secagem;
- corrosão da armadura;
- sobrecargas;
- retração do concreto.
Edifícios de vários pavimentos são, em geral, mais frequentemente construídos em sistemas
reticulados, embora também existam na prática brasileira edifícios altos em sistema autoportante.
Por outro lado, casas e pequenos edifícios de até dois pavimentos, com muita frequência, são
construções em sistema autoportante, embora também possam sê-lo em sistema reticulados.
Em edifícios altos, em particular, é comum o aparecimento de fissuras e trincas nos andares
mais altos devido à ação do vento sobre a estrutura.
É comum, também, em qualquer edificação, o aparecimento de fissuras e trincas associadas
a problemas nas fundações.
Fissura: é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de qualquer material
sólido proveniente de ruptura sutil de parte de sua massa, com espessura de até 0,5mm.
Trinca: é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície da qualquer material
sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de sua massa, com espessura de 0,5mm a 1,0mm.
Rachadura: é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material
sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, podendo-se “ver” através dela e cuja
espessura varia de 1,0mm até 1,5mm.
Fenda: é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material sólido,
proveniente de acentuada ruptura de sua massa, causando sua divisão em partes separadas, com
espessura superior a 1,5mm.
Ao deparar-se com anomalias dessa natureza, o profissional deve procurar investigá-las,
visando a sua melhor caracterização.
As primeiras providências podem ser assim relacionadas:
1- Identificar se as mesmas encontram-se em elementos estruturais (lajes, vigas, pilares ou
alvenaria portante).
2- Verificar se a peça lesada está submetida, por algum agente externo (presença de água,
por exemplo) a um processo de deterioração progressiva.
3- Verificar a estabilidade ou progresso da anomalia.
Por exemplo, se uma trinca foi ocasionada, por exemplo, devido o recalque diferencial da
fundação, é necessário verificar se a estrutura já estabilizou ou se ainda continua recalcando. Se a
formação se deu, no entanto, por falta de armadura adequada, é preciso, primeiramente,
providenciar um reforço para só depois efetuar o tratamento.
Há diversos processos de controle, sendo os mais práticos e comuns:
- Preenchimento da abertura com selo de gesso. O fissuramento do gesso indica a
continuidade da movimentação;
- Fixação de plaqueta de vidro no local, com marcas de referências, observando-se o
eventual deslocamento desta;
4- Verificar a magnitude da abertura. Recomenda-se que em qualquer caso onde sejam
observadas aberturas mais largas do que a espessura de uma unha investigar mais
detalhadamente o problema.
Injeção de Epóxi: Recomendada geralmente para trincas profundas (maior que 25mm de
profundidade), mas que não apresentam movimentação.
O tratamento consiste em:
- execução de furos com 10mm de diâmetro ao longo da trinca, distanciados de 15 a 30cm;
- fixação de tubos plásticos ou niples de injeção;
- colagem dos tubos e colmatação da fissura com argamassa epóxi ao longo da trinca;
- injeção de epóxi fluido sob pressão, com auxílio de compressor.
Injeção de Epóxi Flexível: Recomendado geralmente para trincas com baixa movimentação
(inferior à 10%).
O tratamento consiste em:
- executar furos de 10mm de diâmetro ao longo da trinca, distanciados de 15 a 30cm, e
fixar tubos plásticos ou niples de injeção;
- colmatar e colar os tubos com argamassa epóxi ao longo da trinca;
- limpeza da trinca com injeção de ar comprimido;
- injeção de epóxi fluido flexível, sob pressão, com auxílio de compressor.
TRINCAS EM ALVENARIA: CAUSAS
As fissuras são frequentemente causadas por falhas no desempenho da estrutura,
entretanto estas prejudicam apenas as condições de serviço, interferindo no conforto e na
estética do ambiente não prejudicando sua resistência.
Podemos dividir os elementos causadores das fissuras em três:
1. Efeitos externos (cargas variáveis provenientes dos efeitos da natureza)
2. As mudanças volumétricas (retração, umidade, mudanças de temperaturas)
3. Interação de diferentes materiais anisotrópicos que se comportam de maneiras diferentes
alterando suas dimensões e quando conjugados causam as fissuras.
Fissuras Verticais
Quando ocorrem fissuras na argamassa, contornando o bloco, a
provável causa desta patologia é que a resistência a tração do bloco ser
significativamente maior que a da argamassa
Fissuras Inclinadas
O subdimensionamento de vergas e contravergas
aliado ao acumulo de tensões em trechos com presença de abertura
causam fissuras nas diagonais nos vértices das aberturas do painel.
Fissuras Horizontais
Apesar de não serem comuns, as fissuras horizontais aparecem por sobrecargas
verticais causando esmagamento da argamassa. Por outro
lado, em alvenarias pouco carregadas ocorrem fissuras na
base do painel por causa da dilatação desigual das fiadas de
argamassa e bloco.