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Trincas em paredes

Construindo Melhor 30 de setembro de 2008


A alvenaria é um componente da obra bastante sensível à fissuração, o que pode comprometer
a estética da obra e, em alguns casos, reduzir a vida útil da edificação
Créditos: Engª. Naguisa Tokudome – Assessora Técnico Comercial Itambé
Neste artigo, serão abordadas algumas formas de recuperações simples para fissuras de
revestimento e trincas superficiais, resultantes de tensões de origem térmica ou higroscópica -
absorção de água.
Para facilitar a compreensão do texto, será definido como fissura estado em que um
determinado objeto ou parte dele, neste caso a parede, apresenta aberturas finas e alongadas
em sua superfície. A trinca é o estado em que um determinado objeto ou parte dele se
apresenta partido, separado em partes e elas geralmente são contínuas.
Quando houver destacamento entre pilares e paredes, provocado por retração da alvenaria:
- É recomendada a inserção de material flexível no encontro delas. Nas paredes revestidas;
- Abrir uma cavidade retangular de forma que transpasse o pilar em aproximadamente 20
centímetros de cada lado;
- Fixar uma tela metálica leve na alvenaria com o auxílio de pregos ou cravos de metal,
medianamente distendido – nem frouxa, nem esticada;
- Chapiscar o conjunto alvenaria/pilar após a colocação da tela e revestir com argamassa de
baixo módulo de deformação, ou seja, argamassa com pouco consumo de cimento, para torná-
la flexível ao invés de rígida. No livro Trincas em Edifícios, o autor Ercio Thomaz, sugere o
traço 1:2:9 (cimento : cal hidratada : areia) em volume.
No caso de fissuras provocadas por movimentação higrotérmica da própria parede, Thomaz
sugere a utilização de tela metálica ou a interseção de uma bandagem que propicie a
dessolidarização entre o revestimento e a parede na região da fissura. A idéia principal é criar
um espaço cuja função é separar a área do revestimento de outras áreas para aliviar as
tensões provocadas pela movimentação entre os dois componentes.
O modo de tratamento é similar ao anterior. Porém, existem no mercado bandagens pré-
fabricadas, compostas de tela de poliéster auto-adesiva e massa corrida ou outra massa
indicada pelo fabricante.
Alguns fabricantes recomendam escarear a parede na extensão da trinca em 3 milímetros de
profundidade e largura da tela, de forma que o eixo da fissura permaneça no centro. Limpar a
superfície e aplicar uma camada fina da massa corrida e aguardar a secagem. Após aplicar a
tela, preencher e regularizar a área escareada com a massa corrida. Por último, lixar a
superfície para que esta receba o acabamento desejado.
Para pequenas fissuras ativas, pode-se tentar a recuperação com o sistema de pintura. Neste
caso, recomenda-se abrir na região da trinca um sulco em formato de “V” com
aproximadamente 2 centímetros de largura na horizontal e 1 centímetro de profundidade.
Limpar a poeira aderente à parede e deixá-la seca para aplicação de um selante flexível, que
deverá ser tixotrópico ou seja, retorna à sua posição original, após receber e cessar uma
determinada tensão. Exemplo: poliuretano e silicone.
Antes de iniciar o reparo, é importante descobrir a origem desta patologia pois ela pode ser um
sintoma provocado por uma movimentação estrutural. As situações nas quais as causas não
são tratadas, a trinca poderá surgir novamente.
Se possível, consultar um especialista e solicitar um Laudo Técnico com um parecer, que é um
diagnóstico cientificamente fundamentado.
Jornalista Responsável: Rosemeri Ribeiro Mtb. 2696

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