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Patologia das Edificações

Gilberto Adib Couri


couri@globo.com
PATOLOGIAS EM ALVENARIAS
‹ As alvenarias podem ser estruturais
ou apenas divisórias;
‹ São compostas de elementos inertes
ligados por um tipo de argamassa;
‹ Normalmente são revestidos;

‹ Servem de suporte e proteção para


as instalações da edificação, quando
embutidas e criam condições de
habitabilidade para edificação.
CLASSIFICAÇÃO DAS
ALVENARIAS
‹ Armada;
‹ Parcialmente armada;

‹ Não armada;

‹ Em função do tipo de material


empregado, ela pode ser de
concreto, cerâmica ou sílico-calcário;
‹ Conforme o tipo da unidade
utilizada, poderá ser de blocos ou de
tijolos.
PRINCIPAIS PATOLOGIAS

‹ Problemas de prumo;
‹ Problemas de massa de ligação de

má qualidade;
‹ “Aperto” inadequado ou inexistente.
PRINCIPAIS ANOMALIAS
‹ Trincas na região de encunhamento;
‹ Trinca nos encontros entre alvenaria e
estrutura;
‹ Trinca no encontro de paredes;
‹ Trinca no encontro de vãos de portas e
janelas;
‹ Trinca na base de paredes provenientes de
problemas de impermeabilização ou lençol
freático;
‹ Muros, peitoris que não estejam
convenientemente protegidos por rufos
apresentando fissuras na parte superior;
‹ Problemas devido a alterações térmicas;
‹ Desplacamentos;
‹ Eflorescências;
RESISTÊNCIA DA ALVENARIA
‹ Influem na resistência de uma
alvenaria de tijolos:
• Dimensão do tijolo;
• Espessura da junta;
• Diâmetro máximo dos agregados;
• Irregularidade da superfície;
• Etc.
RECOMENDAÇÕES
‹ Deve-se cuidar da resistência da
argamassa, a fim de evitar tensões de
tração que apareceriam no tijolo, devidas
à dilatação transversal diferente;
‹ Do mesmo modo, se a resistência do tijolo
for muito baixa, as tensões de tração
apareceriam na argamassa, cessando
então a solidarização entre os dois
materiais.
PROBLEMAS CONSTRUTIVOS CAUSADOS
POR AGRESSÕES/ DESGASTE – REVISÃO DE
FISSURAS/ TRINCAS/ JUNTAS

TIPO CAUSA TEMPO


PRIMÁRIA DESENVOLVIMENTO
Assentamento Exsudação em 10 minutos – 3 horas
plástico excesso
Retração Plástica Secagem rápida e 30 minutos – 6 horas
prematura
Contrações Excesso de 1 dia – 2 a 3 semanas
térmicas gradiente de
prematuras temperatura e
calor
Retração por Juntas mal Algumas semanas ou
secagem (longa projetadas. meses
duração) Ausência da
película de cura
FISSURAS
‹ Fissuras são aberturas capilares que
aparecem nos materiais oriundas de
tração.
‹ Sempre que observa-se a existência

de fissuras é porque algo não


previsto originariamente ocorreu
excedendo a capacidade de
resistência do material.
TRINCAS
‹ Quando a abertura de uma fissura
ultrapassa a 1mm, esta passa a se
chamar TRINCA.
‹ A partir daí, mesmo para os
materiais com armadura esta se
atingindo o limite de alongamento
normatizado, considerando-se risco
iminente de escoamento.
FISSURAÇÃO
‹ Ocorre sempre que a deformação à
tração a que o concreto está
submetido excede sua própria
resistência.
‹ A capacidade de deformação à tração

do concreto varia com a idade e


velocidade de aplicação da
deformação.
CASOS QUE ORIGINAM
DEFORMAÇÕES NO CONCRETO
‹ Movimentos gerados no seu interior,
tipo retração de secagem, expansão
ou contração térmica;
‹ Expansão de materiais devido a
corrosão das armaduras;
‹ Deformações oriundas da ação de
cargas ou deformações impostas
pela própria estrutura, como
exemplo os recalques diferenciais.
FISSURAS
‹ As fissuras podem ser
• Superficiais; um seccionamento na
superfície ou em toda seção transversal,
com abertura capilar provocando
tensões normais ou tangenciais.
• As fraturas podem atravessar a
alvenaria; podem aparecer
verticalmente e horizontalmente,
inclinadas ou aleatórias.
TRATAMENTO DAS TRINCAS

‹ Abertura e calafetamento
‹ Preenchimento por gravidade.

‹ Injeção de resinas

‹ Revestimento Elastomérico.
FISSURAÇÃO
‹ Deficiência de projeto;
‹ Contração Plástica;
‹ Assentamento do concreto/ perda de aderência;
‹ Movimentação de escoramentos;
‹ Retração;
‹ Deficiências de Execução – problemas de
vibração; má cura;
‹ Reações Expansivas;
‹ Corrosão das armaduras;
‹ Recalques Diferenciais – movimentos e esforços
na estrutura;
‹ Variação da Temperatura;
‹ Ações Aplicadas – fora das previstas em cálculo;
DEFICIÊNCIA DE PROJETO
‹ Projeto estrutural é composto de 5 etapas

‹ Concepção;
‹ Determinação de carga;

‹ Avaliação de esforços – Diagramas;

‹ Dimensionamento;

‹ Detalhamento;
DESAGREGAÇÃO DO
CONCRETO

‹ FISSURAÇÃO;
‹ MOVIMENTAÇÃO DAS FORMAS;

‹ CORROSÃO DO CONCRETO;

‹ CALCINAÇÃO;

‹ ATAQUE BIOLÓGICO;
Assentamento do concreto/ Perda de
aderência das barras da armadura.

Formação de fissuras por assentamento plástico do concreto


Fissuras acompanhando os
estribos do pilar
‹ Em termos de durabilidade, fissuras deste tipo,
que acompanham as armaduras, são as mais
nocivas, facilitam o acesso direto dos agentes
agressores, facilitando a corrosão das armaduras.
FISSURAÇÃO
Por flexão – insuficiente
seção do aço diante do
momento negativo.

Por flexão – insuficiente


seção do aço diante do
momento positivo

Esmagamento do concreto
insuficiência da armadura
de compressão

Cisalhamento por insuficiência


de armadura para combate
ao cortante.
FISSURAÇÃO EM LAJES
‹ Se forem peças muito longas, ou
seja, lajes armadas em uma só
direção, as fissuras ocorreriam
apenas paralelamente ao lado de
maior dimensão da laje, posto que a
laje assume o comportamento de
vigas paralelas à menor dimensão.
DESAGREGAÇÃO DO
CONCRETO
‹ Fenômeno que pode ser observado
nas estruturas do concreto, causado
por inúmeros fatores;
‹ É a própria separação física de placas

ou fatias do concreto, com perda de


monolitismo, e na maioria das vezes,
da capacidade de engrenamento
entre os agregados e a função
ligante do cimento;
FISSURAÇÃO
‹ 1) Fissuras causadas por movimentações
térmicas.
‹ 2) Fissuras causadas por movimentações
higroscópicas.
‹ 3) Fissuras causadas por atuação de
sobrecargas.
‹ 4) Fissuras causadas por deformabilidade
excessiva de estruturas de concreto armado.
‹ 5) Fissuras causadas por recalques de
fundação.
‹ 6) Fissuras causadas pela retração de
produtos à base de cimento.
‹ 7) Fissuras causadas por alterações
químicas dos materiais de construção.
ESFORÇO CONTÍNUO
sem tratamento
‹ Fissuras Trincas

JUNTAS

FRATURA
JUNTAS

‹ São aberturas nas estruturas,


provocadas intencionalmente de
modo a promover um alívio de
tensões;
‹ Elas podem ser estruturais ou

não estruturais;
‹ Ativas ou passivas;
JUNTAS DE DILATAÇÃO

‹ Defini-se como sendo uma separação


entre duas partes de uma estrutura
para que estas partes possam se
movimentar, uma em relação à
outra, sem que haja transmissão de
esforço entre elas.
JUNTAS DE DILATAÇÃO
‹ Considera-se junta de dilatação:
• Separação entre dois blocos de um
prédio;
• Separação de placas de pavimentação;
• Separação de panos de revestimento de
elementos pré moldados;
• Separação de lances de uma ponte, et;
• ..
TIPOS DE JUNTAS

‹ Juntas de movimentação – espaço regular que


define divisões da superfície revestida com placas
cerâmicas, cuja função é permitir o alívio de
tensões originadas pela movimentação da base
onde é aplicado o revestimento cerâmico ou pela
própria expansão das placas cerâmicas.
‹ Juntas de dessolidarização – espaço regular a
ser feito sempre que houver mudanças de direção
do plano revestido, ou quando ocorrerem
encontros de diferentes tipos de revestimentos.
‹ Junta estrutural – espaço regular cuja função é
aliviar tensões provocadas pela movimentação da
estrutura de concreto.
VEDAÇÃO DE JUNTAS
‹ As estruturas de concreto necessitam
das juntas de dilatação para
absorverem os movimentos de
dilatação e contração, ocasionados
principalmente pela variação da
temperatura;
‹ As juntas podem estar localizadas
em direções diferenciadas, no
sentido vertical ou horizontal.
DETALHAMENTO DE JUNTAS
‹ Contração da cura;
‹ Contração devido a umidade;

‹ Dilatações devido a mudança de

temperatura;
‹ Recalques da estrutura;

‹ Forças lineares;

‹ Fixação de elementos que estarão

sobre a estrutura.
SISTEMA DE VEDAÇÃO DE
JUNTAS

‹ Os sistemas de vedação de juntas,


por enchimento com mastiques, ou
com mantas, ou através de peças
mecânicas deslizantes, devem
acomodar-se à amplitude do
movimento da junta.
PRINCIPAIS SISTEMAS DE
VEDAÇÃO DE JUNTAS
Mastiques de enchimento – usados em juntas de pequena
amplitude de movimento, ex: juntas de piso, etc.
‹ Perfis de borracha ou PVC colocados sob pressão – usados
em juntas com grande amplitude de movimento.
‹ Mantas asfálticas – usados em juntas para separar blocos
de edifícios.
‹ Perfis de borracha ou PVC chumbados no concreto
(Fugenband) – usados em conjunto com uma outra
vedação, sozinhos não são seguros.
Dispositivos Mecânicos de deslizamento – usados em
casos especiais
FISSURAÇÃO POR VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA

‹ Ex. típico – coberturas, principalmente


horizontais, muito expostas aos
gradientes térmicos naturais

Fissuração por trabalho diferenciado dos dois materiais


VARIAÇÃO DE TEMPERATURA -
PREVENÇÃO
‹ Correta consideração da influência do
meio ambiente;
‹ Detalhamento correto das armaduras
das peças solidárias que possuam
inércias muito diferentes.
‹ Correta disposição das juntas de
dilatação;
‹ Escolha das cores nos elementos
estruturais;
MOVIMENTAÇÃO DAS FORMAS
‹ Fuga de nata de cimento pelas juntas ou
fendas das fôrmas, provocando a
segregação do concreto, com sua
conseqüente desagregação.
Futura fissura

Junta criada pelo deslocamento Fuga de nata de cimento, segregação


da forma; e fissuração;
RECOMENDAÇÕES RELATIVAS
ÀS ABERTURAS DAS FISSURAS
‹ 1 – Identificar se estão relacionadas a problemas
estruturais;
‹ 2 – Verificar se há alguma relação com um problema
externo como, por exemplo, ação do vento ou da água;
‹ 3 – Verificar a estabilidade ou progresso da anomalia,
ou seja, verificação da atividade da fissura (se a mesma
é ativa ou passiva). Para isso pode-se utilizar um selo
de gesso, preenchendo a abertura com o material
verifica-se se haverá fissuração do gesso colocado,
neste caso indica-se a continuidade da movimentação.
ALVENARIA ESTRUTURAL
‹ Usada em edificações nas quais não
haverá estrutura de concreto armado
e sim blocos de concreto ou
cerâmicos utilizados com uma
resistência elevada, sendo
autoportantes suportando o peso das
lajes.
ALVENARIA ESTRUTURAL
‹ As paredes estruturais são bastante
econômicas;
‹ As opções não se limitam às paredes
portantes de graute e ferragem.;
‹ A alvenaria não-armada vem
demonstrando um bom potencial técnico e
econômico.
‹ Os blocos existentes no mercado para
execução de alvenaria estrutural são:
blocos de concreto; blocos cerâmicos e
blocos sílico-calcáreo;
BLOCO DE CONCRETO
‹ * Largamente empregado no Brasil esse tipo de bloco
tem a seu favor o fato de possuir vários fornecedores
e de ser o único a possuir norma brasileira para cálculo
de alvenaria estrutural;
‹ * Possui boa resistência a compressão - o mínimo
exigido pelas normas é 4.5 MPa, mas alguns fabricantes
chegam a produzir blocos com mais de 16 MPa ;
‹ * É mais pesado e não possui o mesmo isolamento
térmico da cerâmica;
‹ * O recorde brasileiro no número de pavimentos para
alvenaria estrutural que emprega blocos de concreto é
de 24.
BLOCO CERÂMICO
‹ Material mais leve que o concreto (alguns
fabricantes dizem que cerca de 40%);
‹ Tem a vantagem de possuir melhor
isolamento térmico que o concorrente.
‹ Não alcança, porém, índices de resistência
à compressão similares com a mesma
geometria dos blocos.
‹ O edifício mais alto construído com blocos
cerâmicos estruturais no Brasil possui
oito pavimentos.
BLOCO SÍLICO-CALCÁREO
‹ * Com apenas um fornecedor no mercado
nacional, os blocos estruturais de silico-
calcário são bastante utilizados na Europa,
onde a execução de alvenaria não-armada é
tradicional e existe uma preocupação maior
com o isolamento térmico.
‹ * No Brasil, são fabricados blocos vazados
para alvenaria armada de 6 MPa e maciços
perfurados para não-armada de 10 MPa. O
máximo que alcançou por aqui um edifício
que empregou blocos estruturais de
silicocalcário foi 14 pavimentos.
‹ * É mais pesado que o bloco cerâmico.
BLOCO DE CONCRETO
CELULAR AUTOCLAVADO
‹ Entre os tipos de bloco estruturais disponíveis no
Brasil, é o menos empregado. Mesmo sendo
maciço e, portanto, utilizado apenas em obras
de alvenaria não-armada. Possui baixa densidade
e é leve.
‹ A resistência à compressão do bloco de concreto
celular pode chegar até 6 MPa, o que inviabiliza a
execução de prédios altos.
‹ Oferece bom isolamento acústico e resistência ao
fogo.
ALVENARIA TRADICIONAL
‹ * Conjunto rígido e coeso formado pela união
de tijolos ou blocos por juntas de argamassa.
Utilizada normalmente com função de
vedação. Usualmente o sistema construtivo
tradicional baseia-se no emprego da
estrutura em concreto armado com vedação
de blocos cerâmicos ou de concreto.
‹ * As alvenarias tradicionais dividem os
ambientes da edificação, controlando a ação
de intempéries e intrusos ao local, tais como:
vento, chuva, poeira, ruídos, animais, calor,
etc.
DRYWALL
‹ Sistema para
construção de
paredes e forros
que combina
estruturas de aço
galvanizado com
chapas de gesso
acartonado de alta
resistência
mecânica e
acústicas.
DRYWALL
‹ Após o tratamento das juntas das chapas,
as superfícies tornam-se planas e lisas,
prontas para receber qualquer tipo de
revestimento, tais como: pintura, papel de
parede, cerâmica, azulejo, etc.
‹ Em áreas molhadas o sistema drywall
pode ser utilizado com proteção antifungo,
resistentes a umidade.
DRYWALL
‹ Os componentes básicos do sistema drywall consistem em
perfis fabricados industrialmente mediante um processo de
conformação contínua a frio, por seqüência de rolos a partir de
chapas de aço revestidas com zinco pelo processo contínuo de
zincagem por imersão a quente.

‹ As massas de rejunte para o acabamento das juntas entre


chapas de gesso devem ser utilizadas juntamente com fitas
apropriadas, assegurando um acabamento sem trincas.

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