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CADERNODE
DE
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UNIDADE
REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
A EXPERIÊNCIA HUMANA DE DEUS 28
(28)
Uma forma de pensar sobre Deus é falar dele como objeto de Texto retirado e adapatado
conhecimento. Por exemplo, quando discutimos a origem do universo e da obra de: MO SUNG,
tratamos Deus como energia que o criou e continua mantendo o equilíbrio JUNG. Deus: ilusão ou
dele. Nesse sentido, o tema de Deus não se relaciona intimamente com realidade? Editora Ática,
nossa existência cotidiana, com nossas dúvidas e angústias existenciais. 1995. (p.8-13)
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coração e ficou cego! Casos semelhantes ocorrem muito na linguagem
religiosa, principalmente com os textos sagrados da Antiguidade.
É importante levarmos em conta as dificuldades de expressão, para
compreender um pouco melhor as narrativas das experiências de Deus, em
nossa busca pessoal. Bem compreendidas, as experiências alheias podem
servir de luz em nosso caminho pessoal.
É possível experienciar a Deus?
Até agora vimos que é difícil falar da experiência de Deus. E, na
verdade, ainda não discutimos se realmente é possível o homem experienciar
Deus.
Sobre a existência de Deus, não é possível chegar a uma resposta
definitiva. Para cada argumento contrário existe um favorável, e vice-versa.
Os mais conhecidos argumentos da existência de Deus estão baseados
na teoria da causalidade. Segundo essa teoria, tudo o que existe tem uma
causa. E, na origem de todas as coisas, haveria uma causa que não teria sido
originada por nenhuma outra – seria Deus. Na discussão sobre a origem do
universo, por exemplo, diz-se que no início houve uma grande explosão, a
famosa “big-bang”, mas não se conhece a causa ou o causador da explosão
inicial de onde todo o universo se teria formado.
Esse tipo de argumento sobre a existência de Deus, pela teoria
da causalidade, aceito por muitos filósofos e cientistas na história da
humanidade, não prova que os homens possam experienciar Deus. E muito
menos que esse Deus se deixe experienciar pelos homens e que esteja
“preocupado” com o destino dos homens ou interessado por esse tema.
É muito difícil provar que uma pessoa realmente ama outra, que
se preocupa desinteressadamente com outra. Também é difícil, para
não dizer quase impossível, provar que existe um Deus que se preocupa
desinteressadamente com os seres humanos. Quanto ao amor humano,
“apostamos”, que uma pessoa nos ama e procuramos construir uma relação
a dois. E na vida cotidiana, em meio às dificuldades, às contrariedades,
às alegrias e aos prazeres, vamos tendo a confirmação ou a negação da
validade da nossa “aposta”. Com Deus talvez ocorra algo semelhante. Se
“apostarmos” experienciar esse Deus que nos ama, iremos construindo
uma nova relação.
Não podemos esquecer, contudo, que tanto na “aposta” do amor
quanto na experiência de Deus existe algum acontecimento que fundamenta
a “aposta”. Um acontecimento que nos desperta para o amor e para a
pessoa amada, que serve como uma plataforma, de onde nos lançamos.
Uma experiência original que nos certa segurança para nos lançarmos na
grande aventura do amor em busca de Deus. Nessas duas apostas, nessas
duas maneiras de viver, que muitas vezes se confundem numa só, está
presente a fé. A fé na pessoa amada e a fé em Deus. No fundo, toda nossa
vida é uma grande aposta.
É sobre esta aposta, essa aventura que é nossa vida, que queremos
continuar falando. Nessa aventura, de uma forma ou de outra, está presente
uma imagem de Deus. Muitas vezes, há uma imagem negativa de alguém
que nos reprime e nos oprime, com ameaças de castigos eternos; outras
vezes, de alguém que nos anima e nos fortalece para a vida.
O Deus que busco humaniza a relações humanas, está ao lado do
Deus e a Experiência de Deus, Hoje - UCPEL Virtual, Pelotas 2007 33
CADERNO
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ser humano, e não contra o ser humano e sua felicidade, como muitas vezes
me foi apresentado. Deus, se é verdadeiramente deus, deve estar do lado
da humanidade, em favor dela toda, ajudando-nos a nos humanizar, para
vivermos realmente o grande projeto e o sonho de fraternidade universal.
Infelizmente, existem muitas distorções a respeito de Deus, o apresentam
mais como um “padastro sádico” do que um pai amoroso.
Acredito que você também esteja buscando esse Deus que nos
humaniza. Para tanto, convido-o a prosseguir em nossa reflexão. O próximo
desafio é o desmascaramento das distorções, o desmascaramento dos
“falsos deuses” que habitam nosso mundo. Só assim poderemos procurar
o Deus verdadeiro...