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ESTRATÉGIA DE RESPOSTA

PLANO DE ATUAÇÃO

CENÁRIO

Rio Vaza Barris:

1° REVISÃO
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Apresentação

O objetivo deste documento é apresentar os subsídios necessários e a metodologia que


norteará a elaboração de estratégias e a operacionalização do Plano de Atuação para o cenário
proposto. Todas as técnicas aqui comentadas são passíveis de evoluírem, sendo executadas
individualmente ou em conjunto conforme o desenrolar das condicionantes ambientais ou dos
objetivos estratégicos do coordenador da emergência.
Inicialmente cabe lembrar que por definição os “Planos de Atuação” são instrumentos
práticos e objetivos, cuja finalidade é definir a estratégia a ser adotada, estimando a infra-
estrutura, a logística, os recursos, as técnicas e as táticas mais adequadas para responder ao
cenário proposto. Além disto, nestes planos também são avaliadas as técnicas, as metodologias,
os tempos de resposta e as ações dos participantes, de acordo com a estratégia proposta e/ou
condições encontradas.
A resposta a emergências é um processo não rotineiro, no qual as informações são muito
escassas e de baixa precisão e, decisões críticas têm que ser tomadas em curto espaço de
tempo. Nos instantes iniciais, o planejamento tende a ser baseado em previsões e, por
conseguinte a busca por informações é primordial e servirá para nortear as primeiras ações.
Após um tempo, tende-se a adquirir uma certa normalidade com a emergência, sendo a previsão
substituída por ações de monitoramento.
O planejamento deve ser feito a partir das características intrínsecas do cenário objeto do
plano, das peculiaridades do local onde o mesmo ocorre deve ser considerado, o EAR (Estudo
de Análise de Riscos) do cenário deve ser avaliado, cada proposta deve ser organizada com a
infra-estrutura e a logística necessária para combater, controlar e minimizar os impactos
causados pela ocorrência dos eventos analisados.
No entanto, a CONAMA 398, os Planos de Emergência e os Procedimentos de
Atendimento devem ser consultados para estabelecimento dos Planos de Atuação, com a
finalidade de garantir o atendimento de eventos indesejados de forma associada, como no
presente caso, pois, o objetivo deste Plano é detalhar as ações emergenciais de resposta aos
incidentes de poluição possíveis de ocorrer nos cenários propostos.

Figura 1 – Fluxo de Insumos para o Plano de Atuação


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Considerando o exposto, as informações necessárias para embasar e subsidiar a elaboração


deste Plano de Atuação foram obtidas tanto com o levantamento de dados primários em campo
como também por meio de consulta às seguintes fontes de pesquisa e referências:
• Plano de Resposta a Emergências
• CONAMA 265
• CONAMA 398
• Plano de Emergência para Vazamento na Área Bacia de Sergipe - Alagoas
• Procedimento de Atendimento a Ocorrência Ambiental
• Procedimento de Proteção e Limpeza de Praias
• Procedimento de Proteção e Limpeza de Manguezal
• Procedimento de Contenção e Recolhimento de Rios de Águas Agitadas
• Carta Náutica 1000 de Maceió ao Rio Itariri
• Mapas de Sensibilidade Ambiental

Outras fontes quando utilizadas serão citadas na bibliografia deste documento.

1. Sistematização
Este estudo de cenário crítico para confecção de Plano de Atuação utilizou diversas ferramentas
de análise, bases de dados e técnicas de modelagem para garantir insumos que dessem a este
estudo os resultados esperados.
A eficiência da sistemática utilizada vai poder garantir alcançar os fatores críticos de sucesso
definidos.

2. Ferramentas Utilizadas
Todos os mapas gerados são resultados da análise dos dados oriundos do levantamento
de campo e das bases de dados do IBGE, DHN, MMA, INPE, IBAMA, ANA, ANP, EMBRAPA,
TRACKSOURCE, GOOGLE e YAHOO, além de fontes outras citadas no documento quando
utilizadas. As imagens de satélite são de origem do CBERS, GOOGLE Maps, YAHOO Maps e
SRTM. Os dados foram coletados em Projeção Geográfica (Latitude/Longitude) no Datum
WGS84, os adquiridos em outras projeções foram devidamente convertidos.
Os dados georeferenciados foram trabalhados nos formatos: MDB, GPX, GPM, SHP,
GEOTIFF, BSB, KMZ, KML e GDB. Os mapas foram gerados no formato JPG preferencialmente.
O trabalho de análise espacial georeferenciada foi feito com as ferramentas ArcGIS 9.3,
MapSource, TrackMaker e Global Mapper. As modelagens utilizaram o MATLAB, MODELUS,
ADIOS2, Excel e Access (geodatabase). Alem destas citadas, foram utilizadas ocasionalmente
as ferramentas da Texas General Land Office Oil Spill Prevention & Response (Vector Addition
Trajectory Tool), Maritime Safety (Oil Spill Calculator) e Oil Spill Training Company (Waste
Management Calculator, Boom Calculator, Quantification Calculator e Trajectory Calculator).
O geoprocessamento foi realizado com a ferramenta SIG (ArcGIS) e a modelagem
estruturada também.
A criação de um modelo simplificado do cenário alimentou aos dados constantes neste
documento.

3. Metodologias adotadas
As análises espaciais realizadas utilizam conceitos típicos do geoprocessamento, como
zonas de envolvência (buffers), zonas de interesse, intersecção de áreas, criação de temas e
outros.
Para definir a vulnerabilidade do cenário, na falta de uma área previamente definida pelo
Plano de Emergência ou um estudo de deriva, foi criada uma zona de envolvência na direção
definida pelo modelo criado, outra zona de envolvência nas áreas sensíveis encontradas, sendo
a vulnerabilidade considerada a interseção entre estas duas zonas de envolvência.
Para plotagem dos pontos estimados no modelo criado, o conceito utilizado foi o de
derrota loxodrômica, juntamente com os conceitos de trigonomia esférica.
A estimativa da movimentação de uma mancha foi realizada utilizando a fórmula
apresentada pelo Manual da IMO, desenhando-se um diagrama vetorial.
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Os processos a serem considerados pelo estudo do caso são dependentes de uma série
de fatores, tais como o tipo do óleo, temperatura, condições climáticas e marítimas. Os
processos de espalhamento, evaporação, dispersão, emulsificação e dissolução são mais
importantes durante os estágios iniciais de um derramamento, enquanto a oxidação,
sedimentação e biodegradação são mais importantes posteriormente e determinam o destino
final do óleo. Para entender como os diferentes óleos alteram-se com o tempo enquanto no mar,
é preciso saber como estes processos climáticos interagem. Para prever isto, os dados
referentes ao óleo foram inseridos no software ADIOS2 da NOAA.
Embora modelos simples não possam prever com precisão as mudanças que um óleo
sofre, podem fornecer uma ampla indicação de que um óleo tem a probabilidade de se dissipar
ou se alcançará aos pontos estimados de sensibilidade. Esta informação alimenta os insumos da
definição das estratégias, para decidir sobre as técnicas de resposta mais efetivas ao cenário
proposto e se tais técnicas podem ser iniciadas com a rapidez suficiente.

Figura 2 – Fluxo de dados para modelagem do Plano de Atuação


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Introdução
A poluição por óleo é uma das principais preocupações voltadas para a questão ambiental
costeira, causadora de impactos na biota, nas atividades socioeconômicas, no aspecto visual e
no alto investimento para recuperação de locais degradados. Os tipos de contaminação por óleo
podem ocorrer por meio de pequenos vazamentos durante produção e transporte de navios
petroleiros ou caminhões tanque, pelos naufrágios dos mesmos, por grandes acidentes em
plataformas de produção, terminais, instalações de armazenamento e refino ou oleodutos.
Neste documento estão inclusas algumas recomendações técnicas para atendimento ao Cenário:
Vaza Barris.
A Estratégia de Resposta recomendada, no documento, consiste nos passos a serem
adotadas conforme verificação da sensibilidade dos locais no litoral do povoado de Mosqueiro,
localizado no estado de Sergipe, atuando em todas as vertentes vislumbradas possíveis
objetivando compor parte deste Plano para treinamento da contenção e recolhimento.
Os estratagemas levam em conta algumas variáveis que podem ser modificadas
(correnteza, temperatura, vento, etc.). Portanto, deve-se realizar sempre uma previa avaliação
conforme mudanças de estação do ano.
Os bens a serem protegidos, cujo impacto teria maior relevância são: o Rio Vaza Barris e
a Praia de Mosqueiro.
Todo este trabalho é resultado da análise dos dados oriundos das bases de dados do
IBGE, MMA, INPE, IBAMA e GOOGLE, além de fontes outras citadas no documento quando
utilizadas.

Figura 3 – Mapa representativo da localização do Rio Vaza barris no estado de Sergipe

Dos levantamentos realizados, foram avaliados os índices da criticidade do cenário proposto e


entre as observações realizadas cabe enumerar:

1. A Base Avançada de Mosqueiro dispõe de equipamentos pronto operacionais para


possíveis eventualidades a derramamento, porém seu quantitativo é insuficiente para o
atendimento do cenário proposto.
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2. O rio Vaza Barris é fonte de subsistência dos povoados nas suas adjacências, que usam
suas águas para abastecimento humano, irrigação, pesca, dessedentação de animais, corpo
recepto e recreação/lazer.
3. A foz deste rio apresenta uma extensa abertura. Aproximadamente 4,5 km.
4. Este acidente poderá afetar aéreas de no mangue, presente em grande parte nas margens
do rio, podendo afetar atividades pesqueiras, coleta de crustáceos e moluscos, atividades
turísticas afetando, inclusive, as pessoas que utilizem aquela área como lazer.
5. Este rio sofre forte influência oceânica, sua foz é no oceano atlântico.
6. A vegetação composta por mata ciliar, em sua grande extensão por manguezal. São
perceptíveis zonas características de praia.
7. Seus principais afluentes são os rios: Paramopama; Tejupeba; Pedras; Traías Jacoca e
Lomba.
8. Para este cenário o vazamento foi considerando simulações da OCEANSAT, descritas no
Relatório Técnico / modelagem do Transporte e da dispersão do óleo no mar. Sendo assim,
foi considerado o quantitativo diário e a vazão.
9. Com a deposição de bancos de areia, os afluentes “Boca da Baleia”, “Riacho do Saco” e
“Croa Nova”, encontram-se em alguns trechos em franco processo de assoreamento. Deste
modo, apresenta canais de navegação irregulares e com baixa profundidade.
10. A velocidade média da corrente no mar sergipano varia em 0,7 à 2,0 nos.
11. Para navegação próxima ao rio, consulte as Cartas Brasileiras n° 1000 e 1003.
12. Consultar a previsão do tempo no site http://www.cptec.inpe.br e a tábua de maré em
http://www.mar.mil.br/dhn/dhn/index.html.

O plano trás recomendações técnicas, o que possibilita ao responsável pelas ações


alterar, a fim de garantir sempre a segurança das pessoas envolvidas e dos equipamentos
conforme condições de maré, clima e tempo, sendo expressas aqui as sugestões. A Estratégia
de Resposta a ser adotada consiste na ação de contenção, recolhimento e proteção de áreas
vulneráveis no Rio Vaza Barris e seus afluentes nas proximidades da sua foz.

Os demais conteúdos deste documento estão divididos em 5 anexos que se seguem:

Anexo 1- Estudo do caso


Anexo 2 – Plano Estratégico
Anexo 3 – Plano Logístico
Anexo 4 – Avaliação de Riscos
Anexo 5 – Plano de Treinamento.

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