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DEFEITOS

junta fria?

pin-holes

DE
FUNDIÇÃO sinterização

Defeitos de Fundição
Ricardo Fuoco - Metso Minerals - 2014 1
Defeitos de Fundição

• Ricardo Fuoco

Gerente Geral de Tecnologia de Fundição


Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda
Fone: (015) 2102-1212
Email: ricardo.fuoco@metso.com

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Índice

• 1. Introdução

• 2. Controle do processo de produção

• 3. Técnicas de análise de defeitos

• 4. Principais defeitos de Fundição

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Índice
• 4. Principais defeitos de Fundição
– 4.1 – Porosidades
• Porosidades de contração (rechupe)
– Rechupes em ligas com solidificação em casca
– Rechupes em ligas com solidificação pastosa
– Rechupes em ferros fundidos cinzentos
– Rechupes em ferros fundidos nodulares
• Porosidades de gases
– Microporosidades
– Bolha de gás (sopro)
– Porosidades de gás dissolvido no metal
» Porosidades de Nitrogênio
» Porosidades de Hidrogênio
– Pin Holes (reação metal / molde)

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Índice
• 4. Principais defeitos de Fundição

– 4.2 – Inclusões
• Inclusões de óxidos e de sulfetos em aços
• Inclusões de reoxidação
• Inclusões de areia

– 4.3 - Trincas
• Trincas por sobrecarga
• Trincas de solidificação (“hot tear”);
• Trincas por fragilização de nitretos de Al
• Trincas de têmpera
• Trincas por fragilização do revenido
• Trincas por re-precipitação de carbonetos (aço Hadfield)
• Trincas por fase sigma (inox duplex e superduplex);
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Índice

• 4. Principais defeitos de Fundição

– 4.4 - Defeitos superficiais


• Sinterização (“Burn on”);
• Penetração (“Burn in”)
• Carbono lustroso

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Introdução

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Introdução
• O processo de fundição é bastante peculiar por envolver uma
grande gama de processos e de variáveis de processo que
interagem entre si;

• Estão envolvidos no processo de fundir uma peça as seguintes


etapas:
• Fabricação do modelo e caixas de macho
• Preparação do molde e machos
• Preparação do metal líquido
• Vazamento do metal líquido no molde
• Solidificação do metal líquido
• Resfriamento do metal
• Tratamento térmico
• Rebarbação, limpeza e recuperação por solda

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Introdução

• Cada uma destas etapas envolve um grande número de variáveis


de processo a serem controladas;

• Na grande maioria das fundições, o controle das variáveis de


processo não é feito com apoio de laboratórios, através de
medidas físicas e químicas, com controle estatístico de processo e
nem mesmo com anotações sistemáticas de resultados típicos
que permitam uma comparação no dia a dia da produção;

• Como principal resultado deste “descontrole de processo”,


ocorrem as crises de defeitos.

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Introdução

• Este cenário de descontrole torna-se ainda mais complicado a


medida em que ocorrem interações entre os processos e suas
variáveis;

• Nenhuma etapa do processo é tão rica em interações de variáveis


de processo quanto o vazamento de metal líquido nos moldes;

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Introdução

• Durante o vazamento dos moldes, o metal líquido sofre:


• Turbulência;
• Contaminação com os gases da atmosfera;
• Contaminação com gases gerados dentro do molde;
• Interação com moldes e machos e com suas pinturas;
• Resfriamento;
• Solidificação (acompanhada de contração);

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Introdução

• Durante o vazamento, os moldes e machos sofrem:


• Rápido aquecimento (acompanhado de expansão);
• Degeneração dos seus ligantes;
• Produção de fumaças, fumos e vapor d’água;
• Erosão pelo metal líquido;
• Aumento da pressão de gases;
• Penetração do metal líquido;

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Introdução

• Vale destacar que todo o molde sofre estas variações e interações


durante o processo de vazamento do metal líquido, mas
certamente as regiões mais afetadas nesta etapa são:

• Sistemas de canais

• Machos;

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Introdução

• Entre o momento do vazamento e a solidificação da casca


superficial da peça, alguns defeitos de fundição podem ocorrer:
• Trincas ou destacamento de partes do molde ou da tinta;
• Penetração do metal contra o molde;
• Sinterização de areia;
• Sopro do molde;
• Erosão do molde;
• Absorção de gases;
• Reação de oxidação do metal (re-oxidação);
• Formação de bolhas de ar
• Reação metal/molde (ou com gotas de água condensada);

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Introdução
• Certamente, a utilização de controle de processos auxilia em
muito a diminuição dos problemas de fundição por permitir a
associação direta dos defeitos de fundição e de suas crises, com
alguma variação dos parâmetros de processo;

• É importante reafirmarmos que fundição é um processo industrial


que exige controle das principais variáveis de processo. Não é uma
ciência obscura e não deveria ser criar GURUS

• Isto reduz a chance de ouvirmos as frases tradicionais:


• “Eu não mudei nada e, de repente, começaram os defeitos !!!!”
• “ Fundição é assim mesmo !!!!!!”

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Introdução

• Outro aspecto importante a ser abordado em relação à defeitos


de fundição é a sistemática utilizada pelas empresas na solução dos
defeitos de fundição;

• Normalmente, um inspetor de qualidade verifica a existência de


defeitos nas peças e os qualifica baseado em seu aspecto visual;

• O relatório de defeitos executado pelo inspetor de qualidade é o


documento utilizado como base para a reunião de refugo;

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Introdução

• O inspetor de qualidade nem sempre é suficientemente bem


preparado para esta função e nem tem ao seu alcance as melhores
condições de iluminação e movimentação das peças para sua
qualificação;

• Em poucas empresas a classificação dos defeitos é feita com base


em estudos mais profundos, em observações das características dos
defeitos e, principalmente, com o uso de recursos laboratoriais, tais
como Lupa Estereoscópica e Metalografia, sendo frequentes os
erros de classificação de defeitos;

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Introdução
• Além deste aspecto, outra falha frequente dos relatórios de
defeitos é a utilização de nomes aos defeitos que já sugerem sua
causa e sua solução. Por exemplo:
– Uma peça apresentando um defeito de emenda, deveria ser classificada
como EMENDA e não como JUNTA FRIA ou METAL FRIO. Neste caso, o
motivo do defeito fica imediatamente apontado como sendo baixa
temperatura de vazamento, não havendo margem para estudos associados
a outras causas prováveis como ar preso, sopro de molde ou de macho, etc.

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Introdução

– Uma peça contendo inclusão de cor clara na superfície superior é classificada


como INCLUSÃO DE AREIA e não como INCLUSÃO, para posterior análise de
sua natureza com uma lupa. Na grande maioria das vezes as inclusões
decorrem de reoxidação do metal devido ao preenchimento turbulento, ou
seja, INCLUSÃO DE REOXIDAÇÃO;

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Introdução

• Outro problema da sistemática utilizada nas empresas nas


reuniões de refugo é distorção em relação ao objetivo da reunião:
ao invés de ser para resolver o problema não importando sua
origem, normalmente os participantes tem a clara intenção de não
ser apontado como “culpado” do problema;

• É muito frequente nestas reuniões observarmos pessoas de um


determinado setor sugerindo que houve problemas no setor alheio,
numa clara intenção de “livrar-se” da culpa sobre o problema;

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Introdução

• Assim, é bastante claro que o diagnóstico correto do defeito de


acordo com sua origem, feita com base em exames de Laboratório,
é meio caminho para a solução dos problemas;

• Infelizmente, a maioria das empresas de fundição não tem


investido em treinamento de pessoal e em equipamentos simples,
como uma Lupa Estereoscópica, que permitem um diagnóstico claro
da origem dos defeitos de fundição;

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Controle de processo

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Controle de Processo

• Uma função importante do Controle de Qualidade em fundições


é estabelecer as variáveis de processo que precisam ser
controladas em cada um dos processos na fundição;

• Uma vez selecionadas as variáveis de processo, o Controle de


Qualidade precisa estabelecer:
• Parâmetros de processo;
• Métodos de controle (ensaios de laboratório);
• Frequência de controle (mensal, semanal, diária, turno);
• Valores considerados aceitáveis (especificação);
• Forma de arquivamento dos resultados (cartas de CEP);

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Controle de Processo

• A partir deste plano, os operadores são treinados para medir e


arquivar os resultados dos parâmetros, além de alertar as chefias
sempre que algum parâmetro estiver fora dos valores
recomendados;

• Estes procedimentos são a base do CEP - Controle Estatístico de


Processo:

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Controle de Processo

• Quais são os parâmetros de processo que devem ser


controlados? Normalmente, os parâmetros controlados são os
essenciais para manter cada operação sob controle.

• Por exemplo, para uma moldagem com sistema de areia


aglomerada com resina:
• Resistência mecânica (tração) – 60 e 120 min
• Permeabilidade
• Compressão à quente – 240 min – preaquecimento 700°C 3 min
• Quantidade de carbono (perda ao fogo)
• Granulometria

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Controle de Processo

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Uma parte importante dos defeitos de fundição não são


resolvidos devido à classificação errônea de sua origem e de sua
natureza;

• Assim, para uma eficiente resolução de problemas de fundição,


deve-se iniciar com um bom diagnóstico da natureza do defeito;

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Isto certamente não pode ser feito por pessoas sem treinamento
específico, no chão da fundição, sem uma iluminação adequada e
sem o apoio de um equipamento de laboratório fundamental
para esta análise: uma Lupa Estereoscópica:

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Lupa Estereoscópica:

– Aumentos de 10 a 120 x
– Iluminação incidente superior
– Binocular

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Areia de sílica Areia de cromita


contaminada com sílica

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Inclusão de areia de sílica

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Inclusão de reoxidação

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• Exemplos de aplicação:

Inclusão de reoxidação

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Inclusão de escória originária do forno

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• Exemplos de aplicação:

Inclusão de material refratário

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Porosidades com superfície lisa (bolhas)

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• Exemplos de aplicação:
Lupa MEV

Porosidade com superfície dendrítica (rechupe)

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Técnicas de análises de defeitos de fundição

• Exemplos de aplicação:

Avaliação do tamanho e formato dos grãos

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