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SGQ ISO 9001

1. Definição A faixa de atuação das Gaxetas de Amianto deve-se


ao "grade" do fio utilizado na construção da Gaxeta.
O controle das perdas de fluidos é essencial para o Grade é a porcentagem em peso de amianto contido
bom funcionamento de equipamentos mecânicos. Vá- no fio; o restante do fio são cargas compostas de fi-
rios métodos são utilizados para controlar o vazamento bras inorgânicas que têm por finalidade aumentar a
nos eixos, hastes ou outras partes funcionais destes resistência mecânica e facilitar o processamento
equipamentos. O mais antigo, e até hoje o mais funcio- (construção) das Gaxetas.
nal dentre os dispositivos de selagem, é a Gaxeta.
GRADE % EM TEMP. MÁXIMA ( oC)
Construída com fios trançados de fibras, a Gaxeta se
caracteriza por ser um elemento macio, flexível e re- DO FIO PESO CALOR DIRETO REVESTI-
siliente (elástico) com resistência mecânica e quími- (IMERSÃO) MENTO
ca, utilizada para isolamento térmico, para controlar C(Comercial) 75 a 79 200 260
a passagem de fluidos e para suportar os esforços S(Segurança) 80 a 84 230 290
inerentes às aplicações estáticas (válvulas) ou dinâ- A 85 a 89 290 320
micas (bombas e eixos rotativos). AA 90 a 94 320 350
AAA 95 a 98 400 460
AAAA 99 a 100 480 540

2.2. Gaxetas Impregnadas


São aquelas destinadas à vedação de eixo de bom-
bas e hastes de válvulas. Normalmente usadas em
forma de anéis colocados entre o eixo (ou haste) e a
caixa de Gaxetas.
Principais Materiais
As Gaxetas podem trabalhar com todos os tipos de FIBRA TEMP. ( oC) FAIXA DE pH
fluidos, incluindo-se ar quente, água, vapor, ácidos, Vegetais 100 5-9 Teflonada
cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolina e outros
6-8 Parafinada
produtos químicos em amplas faixas de temperaturas
e pressões. 6-8 Grafitada
Amianto 260 a 540 4-10 Grafitada
2. Grupos de Gaxetas 2-13 Teflonada
2.1. Gaxetas Secas Acrílica 170 4-10 Grafitada
São aquelas destinadas somente para vedação de 230 3-12 Teflonada
calor e isolamento térmico (aplicações estáticas). Fenólica 250 1-13
Como exemplos mais comuns, podemos citar: PTFE Expandido 280 0-14
Aramida 280 2-12
• Vedação de portas de fornos, estufas e equipamen-
PTFE-grafite 280 0-14
tos similares.
EGK®: PTFE- 280 0-14
• Isolamento e proteção de mangotes contra respin- grafite-aramida
gos de metais fundidos.
EWK ®: PTFE- 280 0-14
• Isolamento externo de tubulações que conduzam Aramida
fluidos aquecidos. Carbono 430 at.oxidante 0-14
Materiais usados na Construção da Gaxeta 650 vapor
Grafite 450 At. oxidante 0-14
Fibra Temperatura Revestimento (oC) Grafite Expandido 650 vapor
com esforço sem esforço
mecânico mecânico Fibras Vegetais
Amianto 260 a 550 As fibras vegetais, tais como a juta, o rami e o algodão,
Vidro 260 550 têm como principal vantagem o seu baixo custo, além de
Aramida 290 290 não serem abrasivas. Apresentam boa resistência me-
Cerâmica 260 1000 cânica, porém baixa resistência aos produtos químicos.
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Amianto no) que, na seqüência, é transformada em fibra de gra-


fite. Ideal para trabalhos a altas temperaturas.
Entre os vários tipos de amianto existentes, utiliza-
mos o crisotila, de cor branca e fibras longas e muito Fenólica
resistentes, na construção de Gaxetas para vedação. É uma resina Kynol® (marca registrada da American
Estas fibras minerais ainda são muito usadas devido Kynol), de alta resistência mecânica e ao desgaste.
às suas excelentes propriedades mecânicas e quími- Apresenta boa resistência química.
cas, que não se alteram mesmo sob elevadas tempe-
raturas. Apresentam custo relativamente baixo em re- Grafite Flexível
lação aos outros materiais de vedação. Obtido a partir do grafite puro expandido e, posterior-
Acrílico mente, compactado sob pressão, o Grafite Flexível
apresenta propriedades únicas de inércia química,
Estas fibras possuem boas propriedades mecânicas resistência térmica, resiliência e compressibilidade. É
e de processabilidade, sendo alternativas ao amian- autolubrificante e dissipador de calor, sendo portanto
to em meios não agressivos. ideal para trabalhos a altas temperaturas.
PTFE expandido
3. Características Básicas de Aplicação
O PTFE expandido tem uma altíssima resistência a
3.1. Estática ê Válvulas
produtos químicos, bem como um coeficiente de atri-
to muito baixo. Tem boa resistência à compressão e Neste caso, a gaxeta funciona como elemento de se-
ótima estabilidade dimensional. Essas qualidades con- lagem e vedação.
ferem à Gaxeta feita com filamento de PTFE boa per-
formance numa ampla faixa de aplicação.
Aramida
HASTE

Fibra de poliamida aromática, de alta resistência me-


cânica e ao desgaste. Apresenta excelente estabili- ANÉIS DE GAXETA
PREME-GAXETA

dade dimensional e boa resistência a produtos quími- CAIXA DE GAXETAS

cos. Os tipos mais utilizados são o Kevlar (marca regis-


trada da DuPont) e o Twaron (marca registrada da Akzo).
PTFE-Grafite
Filamento obtido através da integração molecular do ENTRADA SAÍDA

PTFE com o grafite, resultando em um material auto-


lubrificante com altíssima resistência a produtos quí-
micos, coeficiente de atrito muito baixo, alta conduti- Não pode ocorrer vazamento visual. Portanto, são
bilidade térmica e dissipação de calor. Apresenta ex- gaxetas com características construtivas próprias para
celente selabilidade, não enrijece e virtualmente eli- resistir a alta pressão de aperto, recebendo ou não
mina o desgaste no eixo. reforços metálicos para aplicações extremas, o que
só é permitido porque neste caso não há movimento
EGK, EWK rotativo da haste.
O EGK e o EWK são filamentos exclusivos, patentea- 3.2. Dinâmica ê Bombas ou Eixos Rotativos
dos pela TEADIT. No EGK, o filamento de aramida
encontra-se totalmente envolvido pelo filamento de
PTFE-grafite (EGK), já no EWK encontramos somen-
te o filamento de PTFE. estes filamentos reúnem pro-
priedades tais como resistência mecânica da arami-
da (interna) e a resistência química, auto-lubrificação
e baixo coeficiente de atrito (externa). Possuem gran-
de resistência à extrusão.
Carbono e Grafite
São obtidas por processo de oxidação controlada de
fibras de base asfáltica ou acrílica. Numa primeira eta- Nestas aplicações, a gaxeta funciona como elemento
pa obtém-se a fibra de carbono (com 95% de carbo- controlador de vazamento. Necessariamente deve-
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rá ocorrer gotejamento, já que este ajuda a dimi- 4.1. Tolerâncias nas Caixas de Gaxetas
nuir o calor gerado na interface entre os anéis de gaxeta
e a superfície do eixo. Quando não for mais possível
controlar o gotejamento, substitua as gaxetas.
Não tente eliminar o gotejamento através de aperto
excessivo porque isto causará diversos problemas:
desgaste da gaxeta por aquecimento; extrusão da
gaxeta entre a caixa de gaxetas e o eixo; danificação
do eixo pela abrasividade das fibras, uma vez que os
lubrificantes serão queimados; travamento do eixo ou
até mesmo queima do motor elétrico.
Nunca use gaxetas com reforço metálico em bombas
porque o eixo será totalmente danificado.
3.2.1. Distribuição da Força de Aperto

As condições gerais do equipamento são de vital im-


portância para a vida útil do engaxetamento. De nada
adianta especificar corretamente o tipo de gaxeta se as
tolerâncias acima não forem obedecidas.
As folgas excessivas causam extrusão da gaxeta e o
empenamento causa fadiga no engaxetamento devi-
do aos esforços alternados de compressão durante
os movimentos rotativos do eixo.
5. Sistemas de Engaxetamento
Em bombas centrífugas ou alternativas, cerca de 70%
O procedimento para se instalar o engaxetamento e
do desgaste se concentra nos dois anéis externos
mantê-lo lubrificado depende do projeto da caixa de
mais próximos à sobreposta.
gaxetas. Os projetos mais comuns são:
4. Dimensionamento da Caixa de Gaxetas 5.1. Sistema Auto-lubrificante
O dimensionamento da caixa de gaxetas depende fun-
damentalmente do tipo de gaxeta que ela irá abrigar,
tipo este definido conforme as características físico-
quimicas do fluido e a função do equipamento. No
caso de bombas centrífugas, de uma maneira geral,
encontramos as seguintes medidas:

Este é um dos projetos mais usuais, amplamente uti-


lizado para líquidos limpos em bombas centrífugas de
simples estágio. A pressão interna será maior que a
pressão atmosférica, forçando o líquido entre o eixo
Número de anéis: 5 a 7 e a gaxeta, de forma a proporcionar a lubrificação
Curso ou ajuste da sobreposta: 2 vezes a bitola da gaxeta. necessária.
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5.2. Sistema Integrado de Lubrificação 6.2. Capa sobre Alma


Se o líquido bombeado contiver sólidos em suspen-
são, estes se acumularão entre o eixo e a gaxeta,
bloqueando a livre passagem do líquido e impedindo
a lubrificação da gaxeta. Assim, haverá desgaste ex-
cessivo no eixo e na gaxeta, por esmerilhamento.
Consiste em se trançar uma capa sobre uma alma de
fios torcidos. É uma gaxeta de pouca resistência me-
cânica, porém de excelente conformabilidade. Reco-
mendada para eixos de baixa velocidade.
6.3. Capa sobre Capa

Este sistema consiste na injeção de um líquido limpo


na caixa de gaxetas, com uma pressão de 1 a 1,5 kg/ Neste processo, são trançadas várias capas, uma
cm2 superior à pressão interna da caixa. Este líquido sobre a outra, até se atingir a bitola desejada. São
chega até os anéis da gaxeta através de um anel relativamente densas e recomendadas para altas
perfurado chamado Anel Lanterna, cuja posição no pressões e baixa velocidade periférica, como em vál-
engaxetamento é definida durante o projeto, pelo fa- vulas, juntas de expansão, etc.
bricante da bomba. Se não houver problemas de con-
6.4. Entrelaçada Trança Grossa
taminação do fluido bombeado, este líquido pode ser
suprido por uma fonte externa; se houver, deverá ser
retirado da própria descarga da bomba e filtrado para
então ser injetado na caixa de gaxetas.
O sistema integrado também é utilizado quando a pres-
são interna na caixa de gaxetas é inferior à atmosfé- Os fios são trançados de uma só vez, passando uns
rica. Neste caso, basta fazermos uma ligação da des- sobre os outros numa mesma direção. Normalmente
carga da bomba até o anel lanterna, desde que o macias, estas gaxetas podem absorver grande quanti-
fluido bombeado seja limpo. dade de lubrificantes e impregnantes. São recomen-
dadas para serviços de alta rotação e pressões relati-
6. Tipos Construtivos vamente baixas.
Como as gaxetas de fibras e filamentos são utilizadas
numa gama de aplicações de vedação – haste de 6.5. Entrelaçada Trança Fina
válvulas, bombas rotativas, alternativas e centrífugas,
misturadores, sopradores, tampas de filtros e reatores,
evaporadores e fornos entre outras, elas são fabricadas
em diferentes formas, conforme mostrado a seguir:
6.1. Torcida
Os fios são processados num entrecruzamento
diagonal, de um lado ao outro da gaxeta e são forte-
mente presos pelos outros, formando uma estrutura
Consiste em se agrupar um conjunto de fios e retorcê- muito sólida e densa, sem capas para se desgasta-
los, obtendo-se assim uma gaxeta com baixa resistên- rem. Flexíveis, estas gaxetas podem absorver lubrifi-
cia mecânica, só utilizada em aplicações estáticas de cantes e impregnantes. Ideais para aplicação em
vedação de calor e isolamento térmico. Permite a ob- bombas rotativas ou alternativas, sendo recomenda-
tenção de bitolas menores, retirando-se fios. das também para válvulas.
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7. Influência da Construção das Gaxetas A pressão da sobreposta vai diminuindo de anel para
na Selabilidade anel (nas direções axial e radial) no sentido da so-
breposta para o fundo da caixa de gaxetas, devido
Visando fornecer gaxetas de alto rendimento ao mer-
ao atrito entre o diâmetro interno do anel e o eixo, e
cado, dentro de padrões de qualidade internacional-
entre o diâmetro externo do anel e a caixa de gaxetas,
mente aceitos, a TEADIT vem desenvolvendo estudos
deixando uma menor força de aperto para o segun-
criteriosos quanto a composição e fabricação de fios e,
conseqüentemente, de construção das gaxetas. do anel e assim sucessivamente. Os anéis do fundo
da caixa de gaxetas recebem uma força/pressão de
Para ser utilizada, a gaxeta é cortada em forma de aperto menor que os anéis próximos à sobreposta.
anéis e flexionada de modo a abraçar todo o eixo. Em Esta relação de diminuição é função do número de
reação contrária a esta força de curvamento, o anel anéis e do tipo construtivo da gaxeta.
tende a voltar a sua forma inicial, provocando uma
expansão no sentido radial que o deforma. Esta ex- Várias experiências demonstraram que a força de
pansão será maior ou menor de acordo com a carac- vedação é influenciada pela construção da gaxeta.
terística de cada tipo de fibra. As gaxetas com construção mais densa, tipo trança
fina, propagam a força de aperto com maior intensi-
dade, portanto possuem melhor efeito de selabilida-
de. Proporcionam as seguintes vantagens:
Superfície mais lisa da gaxeta ê maior área de con-
tato da gaxeta com o eixo, proporcionando uma dis-
tribuição mais uniforme da "força de vedação".

Maior estabilidade dimensional ê menor deformação


quando recebe a pressão da sobreposta.

Maior controle de flexibilidade ê melhor ajuste da


gaxeta quando curvada sobre o eixo.
Melhor efeito de vedação ê transmite uma "força de
Os anéis "deformados" são instalados um a um na
vedação"; considerando um mesmo tipo de fibra,
caixa de gaxetas.
gaxetas com diferentes densidades possuirão dife-
rentes flexibilidades. A gaxeta torna-se menos flexí-
vel a medida que o número de fios de enchimento
(alma) aumenta.

Posteriormente, o aperto da sobreposta aplica sobre


os anéis uma pressão axial que os comprime, forman-
do uma superfície contínua e gerando uma força ra-
dial dos anéis contra o eixo e a caixa de gaxetas. Esta
força radial é chamada força de vedação e é a res-
ponsável pelo controle do gotejamento (selabilidade),
devendo seu valor ser um pouco menor que a pres-
são do fluido.

Assim, a TEADIT recomenda o uso de gaxetas com


construção entrelaçada (inteiramente trançadas), pois
serão sempre mais densas e terão maior flexibilidade
do que as com construção capa sobre capa ou capa
sobre alma.
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8. Impregnantes e Lubrificantes 8.2. Lubrificantes


Componentes de vital importância para o bom desem- Essenciais para Gaxetas utilizadas em aplicações di-
penho de um engaxetamento, os lubrificantes e nâmicas (eixos em movimento), os lubrificantes
impregnantes permitem à gaxeta deformar-se e recu- minimizam o atrito e dissipam o calor gerado na
perar-se para compensar leves deficiências mecâni- interface entre os anéis da Gaxeta e a superfície do
cas do eixo. Proporcionam também lubrificação às fi- eixo. Os tipos mais comuns são:
bras, reduzindo o atrito e ocupando os espaços vazi- Silicones ê variam de fluidos de baixa fervura a flui-
os na estrutura trançada da Gaxeta, prevenindo va- dos viscosos e borrachas. Resistem a condições ex-
zamentos através de sua seção transversal. tremas e são quimicamente inertes e termicamente
Se espremidos mecanicamente, fundidos a altas tem- estáveis até 360oC.
peraturas, dissolvidos ou precipitados por reações Lubrificantes Sólidos ê o mais usual é o grafite, na
químicas com o fluido bombeado, estes lubrificantes forma de escamas. Também podem ser utilizados o
e impregnantes podem se perder. A perda do volume bissulfito de molibdênio e a mica.
ocupado por eles bem como o desgaste normal do
uso força a contínuos reapertos da sobreposta, o que Óleos Minerais ê normalmente são empregados os
pode produzir uma massa de fibras abrasivas. Parti- óleos inertes quimicamente.
cularmente no caso do amianto, esta abrasividade 9. Fator pH
afetará drasticamente o eixo ou a bucha do equipa-
mento.
Daí a importância de um critério na escolha do im-
pregnante ou lubrificante da Gaxeta, pois a combi-
nação correta da fibra com estes componentes con-
tribuirá significativamente na redução dos reaper-
tos da sobreposta, prolongando a vida do engaxeta-
mento.

8.1. Impregnantes
Os impregnantes protegem a estrutura da Gaxeta
contra o ataque químico dos fluidos e formam uma Quimicamente, um fluido pode ser ácido, neutro ou
massa de vedação, evitando que o fluido passe atra- cáustico. A agressividade de um ácido ou cáustico, e
vés das fibras. Os tipos mais utilizados são: também dos solventes e derivados de petróleo, é
medida pelo seu fator pH.
Minerais ê comumente chamados de derivados de
petróleo, representam a maioria dos impregnantes uti- Um ácido será tanto mais agressivo quanto menor for
lizados atualmente. São elementos de carbono e hi- o seu fator pH, como o ácido sulfúrico, por exemplo;
drogênio, quimicamente combinados para formar os já próximo ao fator pH 7, caso da água, o produto é
componentes conhecidos como hidrocarbonos. considerado neutro; finalmente, exemplificando o fluido
cáustico temos a soda cáustica, fator pH acima de 7.
Sintéticos ê comparáveis, em alguns casos, aos
minerais, porém criados em laboratório para atender 10. Seleção de Gaxetas
especificações de alta performance. Possuem exce- As Gaxetas são introduzidas na Caixa de Gaxetas na
lentes características de viscosidade × temperatura forma de anéis e são pressionadas contra o eixo e a
e, quando se decompõem, volatizam-se sem deixar parede interna da caixa através da sobreposta. A pres-
resíduos. são da Gaxeta contra o eixo requer um trabalho adi-
cional para que este gire, provocando geração de
PTFE ê a emulsão de PTFE em suspensão é um dos calor.
impregnantes mais complexos atualmente, pois torna
a Gaxeta quimicamente inerte, resistente a altas tem- Numa Caixa de Gaxetas típica, o trabalho adicional e
peraturas, como baixo coeficiente de atrito e auto- o conseqüente aumento de calor gerado serão tanto
lubrificante. Como o PTFE não é um bom dissipador maiores quanto maior for a pressão, o comprimento
de calor, é comum adicionar-se um lubrificante da Caixa de Gaxeta, o diâmetro do eixo, sua veloci-
separador para prevenir atrito excessivo em eixos de dade tangencial e o coeficiente de atrito do engaxe-
alta velocidade. tamento. Portanto, ao fazer a seleção da Gaxeta para
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uma determinada aplicação, deve-se analisar os se- 11. Instalação da Gaxeta


guintes fatores: 11.1. Preparativos
Tipo e Condições do Equipamento ê as Gaxetas Organize as ferramentas para desmontagem; desli-
para válvulas devem ser mais densas e não há necessi- gue o equipamento.
dade de muito lubrificante; já para bombas, as Gaxetas
devem ser flexíveis e conter bastante lubrificante ou
então serem feitas com fibras auto-lubrificantes.
Características Físicas do Fluido ê os fluidos po-
dem ser gases ou líquidos, podendo ainda serem
voláteis, cristalizantes, limpos ou com sólidos em sus-
pensão. No caso de gases, em que podemos incluir o
vapor, trata-se normalmente de uma válvula. Quando
o fluido é volátil, obrigatoriamente devemos ter um
lubrificante externo ou aplicar uma Gaxeta auto-lubri- Remova a sobreposta e retire todo o engaxetamento
ficante. O mesmo acontece com os fluidos cristalizan- velho com Saca Gaxetas Teadit.
tes ou com sólidos em suspensão.
Características Químicas do Fluido ê a resistên-
cia química dos lubrificantes e impregnantes da
Gaxeta bem como a fibra utilizada na sua construção
tem fundamental importância neste item, diretamente
relacionado ao fator pH.
Temperatura na Caixa de Gaxetas ê aqui também
a resistência dos materiais de construção da Gaxeta Limpe inteiramente a caixa de gaxetas verificando se a
deve ser compatível com a temperatura a que serão sua superfície não está danificada; verifique também a
submetidos. concentricidade do eixo e as folgas existentes.
Pressão na Caixa de Gaxetas Folgas entre:
Diâmetro do Eixo sobreposta e eixo: Fse=0,4 a 0,5mm
sobreposta e caixa: Fsc=0,25 a 0,3mm
Velocidade de Rotação do Eixo ê experiências em caixa e eixo: Fce=0,25 a 0,4mm
campo mostraram que cada tipo de Gaxeta (material, empenamento: Em=0,025mm
construção, lubrificação) tem um limite de resistência
que pode ser relacionado com a pressão na caixa de SAÍDA
Fce: de 0,25 mm a 0,40mm

Gaxetas e com a velocidade periférica (ou superfici- Em : 0,025 mm

Fse : de 0,40 mm a 0,50 mm

al) do eixo. Fsc : de 0,25 mm a 0,30 mm

Fsc

Vp = φ eixo. π. RPM
Fce
E
m
E
N
T
R

60.000 A
D
A
Fse

onde:Vp = Velocidade Periférica do eixo, em m/s


φ = Diâmetro do Eixo, em mm
Determine a bitola da gaxeta pela fórmula: (Diâme-
RPM = Rotações Por Minuto tro da caixa – Diâmetro do eixo) / 2. Para determi-
nar o número de anéis, divida a medida da profundi-
Relação Custo x Benefício ê sempre que uma Ga-
dade da Caixa de Gaxetas pela bitola encontrada.
xeta for especificada, os seguintes fatores devem ser
observados: desempenho, durabilidade, contamina- Determine o comprimento do anel pela fórmula:
ção do fluido, otimização dos itens de estoque, even-
L = (1,3×S + D) × 3,14
tuais problemas à saúde de quem manuseia a Gaxe-
ta e perdas de produção. A análise de todos estes onde: L = comprimento do anel
fatores é que determinará o produto mais vantajoso S = bitola da gaxeta
ao cliente. D = diâmetro do eixo
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Com o auxílio do Dispositivo de Corte Teadit, realize o 11.2. Instalação em Bombas


corte a 45º. Para bombas com anel lanterna, determine a posição
ESCALA FIXA REFERENTE AO DIÂMETRO DO EIXO VÃO DE CORTE do anel medindo ou contando o número de anéis da
gaxeta até o local do furo de injeção, de modo que o
110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
início do anel lanterna coincida com o furo de injeção.

ESCALA MÓVEL REFERENTE À BIT OLA DA GAXET A MORDEDOR ANEL LANTERNA EIXO

Para gaxetas de carbono, grafite flexível, aramida e Após instalar o último anel, aperte alternadamente os
gaxetas com reforços metálicos, é necessário a utili- parafusos da sobreposta. Para se certificar de que o
zação de fita crepe envolta no local da gaxeta onde aperto não foi excessivo, gire o eixo com as mãos.
será efetuado o corte, de modo que as fibras não se
abram.

Ligue a bomba; aperte os parafusos alternadamente,


1/6 de volta por vez, até atingir o gotejamento desejado.

Instale anel por anel mantendo uma distância entre


as emendas de 90º.

Substitua a gaxeta sempre que o gotejamento não


for mais controlado pelo aperto da sobreposta.
Atenção para que o aperto da sobreposta e a força 11.3. Instalação em Válvulas
do fluido não incidam diretamente sobre o corte. Aperte a sobreposta até encontrar resistência, porém
sem prender a haste. Execute 10 a 20 ciclos de abertu-
ra e fechamento da válvula e reaperte a sobreposta.

ß à
ß à HASTE

PREME-GAXETA
ANÉIS DE GAXETA
CAIXA DE GAXETAS

â
ENTRADA SAÍDA

á
Coloque o sistema em operação. Havendo vazamen-
to, reaperte a sobreposta. Se esta atingir o fim do
Lubrifique parafusos e porcas com óleo multiviscoso curso e não mais mantiver a estanqueidade, substi-
(spray). tua o engaxetamento.
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12. Problemas Mais Comuns com Engaxetamento


Efeitos Aparentes Possíveis Causas Possíveis Soluções
Anéis com face inter- Alta Temperatura ò A tubulação do sistema de lubrifi-
na carbonizada. ♦ Falha de lubrificação interna (falta de cação e/ou refrigeração está obstruída
gotejamento) ou externa (anel fora de (normalmente a válvula está fechada).
posição) acarretando aquecimento ex- ò O anel lanterna foi montado fora
cessivo pelo atrito da gaxeta com o de sua posição.
eixo. ò A pressão da sobreposta está ex-
♦ O fluido bombeado possui tempera- cessiva, diminuindo ou impedindo o
tura acima do limite máximo da gaxeta. gotejamento.
ò Especificar uma gaxeta que suporte
a temperatura de trabalho do fluido.

Anéis com face interna Alta abrasividade ò Verificar se as fibras da gaxeta


desgastada. ♦ Causada pela abrasividade do fluido atendem ao fluido abrasivo.
ou até mesmo pela rugosidade acen- ò Providenciar reparo do eixo ou a
tuada da superfície do eixo ou da luva troca da luva de desgaste.
de desgaste. ò Se houver lubrificação externa, ve-
rificar se o fluido está sem impure-
zas (fluido abrasivo).

Anéis secos, sem im- Ataque químico ò Especificar a gaxeta adequada em


pregnantes ou lubrifi- ♦ Incompatibilidade da gaxeta com o relação ao fluido bombeado.
cantes. fluido.

Anéis mostram ten- Folga excessiva entre o eixo e a ò Providenciar o reparo da caixa de
dência a extrudar. sobreposta engaxetamento, do eixo ou da sobre-
posta para diminuir a folga.

Falta de anel ou parte Folga excessiva entre o eixo e o ò Providenciar o reparo do fundo da
do engaxetamento. fundo da caixa de engaxetamento caixa de engaxetamento ou do eixo
para diminuir a folga.
ò Se não for possível, utilizar um anel
rígido como primeiro anel.

Saliência lateral em Anel cortado muito curto ò Utilizar os anéis com os compri-
um ou mais anéis. mentos corretos.

Anéis com face exter- Anéis giram junto com o eixo ò Providenciar o reparo do eixo ou
na desgastada. ♦ Luva de desgaste ou eixo des- trocar a luva de desgaste.
gastado. ò Utilizar gaxeta com a bitola cor-
♦ Bitola da gaxeta inferior à reco- reta.
mendada.
Variação na espessu- Alta vibração ò Fazer o balanceamento do rotor.
ra radial dos anéis. ♦ Rotor desbalanceado ò Providenciar a troca dos rolamen-
♦ Rolamento danificado tos.
♦ Empenamento do eixo ò Fazer o reparo do eixo.
♦ Desalinhamento do eixo

Face de contato de um Um anel gira e o outro se mantém ò Fazer o reparo do eixo.


anel está brilhante. fixo

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