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Treinamento para o Guia de M&V – 1.

Apostila

Parte 1 – Revisão de M&V

1.2 – Terminologia da M&V

Revisão Motivo da Revisão Data


0 Emissão inicial 05/04/2014
1 Comentários treinamento ANEEL 24/04/2014
2 Comentários treinamento piloto distribuidoras 30/07/2014
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REVISÃO DOS CONCEITOS DE M&V (TERMINOLOGIA)

REVISÃO DOS CONCEITOS DE


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M&V
PIMVP e PROPEE

Faremos uma breve revisão dos conceitos de M&V apresentados no PIMVP e no PROPEE.

CONCEITOS

 Variáveis independentes
 Fatores estáticos
 Períodos de medição
 Modelo de consumo energético
 Fronteira de medição
 Efeitos interativos
 Opções do PIMVP

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Conceitos que serão revisados e que se constituem na terminologia do PIMVP. Em cada pro-
jeto, há que identificá-los, elaborar e executar um plano adequado para apuração dos resul-
tados da ação de eficiência energética.
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VARIÁVEIS INDEPENDENTES

 Fatores que determinam a


variação do uso da energia
(vetores, drivers)
 Clima
 Produção
 Ocupação
 ...
 É preciso estabelecer uma
relação matemática com o uso
da energia

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Quando a energia é constante, caso, de iluminação funcionando em horários determinados,


por exemplo, o problema é menor. A economia será apenas a subtração direta da energia
consumida depois da energia anterior à implementação da AEE. Quando a energia varia,
como no caso de ar condicionado, por exemplo, é preciso “reduzir” esta variação explicando-
a por meio do que a faz variar: temperatura ambiente, por exemplo – são as chamadas vari-
áveis independentes. Veremos como estabelecer esta relação e decidir se é boa ou não.

HOTEL NO RIO DE JANEIRO

70.000 250

60.000 200
[GDR 21oC]

50.000 150
[kWh/mês]

40.000 100

30.000 50

20.000 0
jun-10
jul-09

ago-09

set-09

nov-09

jul-10

ago-10
out-09

jan-10

mar-10

abr-10

mai-10
dez-09

fev-10

kWh GDR (21oC)

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Tomemos o caso de um hotel no Rio de Janeiro. O gráfico mostra o consumo mensal de um


ano de funcionamento da energia elétrica (em vermelho). Como o condicionamento ambiental
é muito presente nesta acalorada cidade, nota-se que a temperatura ambiente (expressa em
graus-dias de refrigeração – GDR – em relação a 21oC1) segue bem a variação da energia.
Portanto, é uma boa candidata a variável independente.

1A cada dia, o GDR é a temperatura média menos 21, se positivo. Em cada período de medição da eletricidade,
somam-se os graus dias de todos os dias.
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HOTEL - 2
70.000

60.000

50.000
[kWh/mês]

40.000 y = 183,18 x + 21.359


R2 = 0,9315
30.000

20.000

10.000

0
0 50 100 150 200 250
[GDR 21oC]

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Fazemos um novo gráfico, de dispersão, representando os kWh/mês contra os GDR. Vê-se


que os pontos (cada um representando um mês de consumo) ajustam-se bem a uma reta. O
Excel, além de dar a equação da reta, também calcula o coeficiente de determinação R2 do
modelo (IPMVP, item B-2.2.1) que, no caso, indica que 93% da variação da energia é expli-
cada pelos GDR. A equação é o nosso “fantasma”. No período de determinação da economia,
basta entrar na equação com os GDR de cada mês para calcular quanta energia a antiga
instalação teria consumido (se ainda existisse).

HOTEL - 3

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

LB LB ajustada Det

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No período de determinação da economia, basta entrar com os GDR na equação para calcular
quanta energia teria sido gasta pelo ar condicionado antigo. Subtraindo-se desta energia a
energia consumida pelo novo condicionador, tem-se a economia. O gráfico mostra também o
antigo consumo, sem correção, para mostrar como difere do consumo ajustado.
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FATORES ESTÁTICOS 4.5

 Fatores que também afetam o uso


da energia, porém... espera-se que
não variem
 Exemplo: ocupação de um shopping,
produção de um forno
 Mencionar no Plano de M&V
 Ajustes em caso de variação (ALB –
ajuste do consumo da linha de base)
Também chamados de ajustes não
de rotina ou ajustes não periódicos

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Há outros fatores que também fazem variar a energia, mas que não foram considerados no
modelo. Por exemplo, o tamanho da instalação, a maior ou menor ocorrência de sombras ou
insolação na fachada, uma eventual reforma ou ampliação do hotel, etc. Estes são os “fatores
estáticos”. Quando deixam de ser “estáticos”, fazem o modelo necessitar um ajuste, que é um
estudo de engenharia específico, podendo necessitar de mais medições. É o chamado ALB
– ajuste da linha de base, ajuste não de rotina, ou não periódico.

A capa do PIMVP apresentada indica o item para estudo no protocolo. Aparecerá em outros
slides, sempre com esta finalidade.

4.5
PERÍODOS DE MEDIÇÃO

Medem-se a
energia e as
variáveis
independentes!

Período da linha de base:


determinar o modelo de
consumo

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Há, portanto, dois períodos de medição, completamente diferentes quanto ao objetivo: antes
da AEE, o período da linha de base, cujo objetivo é estabelecer o modelo do consumo de
energia. Está concluído quando tivermos boas medições para o estabelecimento de um bom
modelo, que possa representar a instalação em todas as condições que possa operar. Depois
da AEE, temos o período de determinação da economia, que medirá as variáveis indepen-
dentes para introduzi-las no modelo e calcular a linha de base ajustada; e medirá a energia
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para subtrair da linha de base ajustada e calcular a economia. Os fatores estáticos deverão
ser acompanhados e ajustada a linha de base, se necessário. Estará concluído quando não
houver mais dúvida sobre o quanto economizou a AEE.

PERÍODO DE DETERMINAÇÃO DA
ECONOMIA 4.5.2

vida útil ou contrato ou...

períodos de determinação da economia

 Deve englobar pelo menos um ciclo de


funcionamento normal
 Pode ser um período de “teste”
 Considerar duração da AEE e
degradação no tempo

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Dependendo da situação, podemos medir a economia por toda a vida útil do equipamento,
durante todo o contrato de desempenho, ou somente durante um período acordado, que deve
poder estimar com segurança a energia economizada. O PIMVP recomenda que o período
de determinação da economia englobe pelo menos um ciclo de funcionamento da instalação
e seja tanto maior quanto mais durar a AEE e quanto mais se degradar no tempo.

MODELO DE CONSUMO ENERGÉTICO

Energia
R2 > 0,75
E = a vi + b
t>2

CV < 5%

temperatura
ocupação
produção
etc.
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O modelo de consumo da linha de base é, então, uma relação matemática que relaciona a
energia com as variáveis independentes. Em geral, resulta de uma análise de regressão li-
near. O modelo é deduzido empiricamente, com base nas medições – a engenharia ajuda
apenas a procurar as variáveis corretas. Há alguns critérios estatísticos para verificar se o
modelo está “bom”, que veremos adiante.
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FRONTEIRA DE MEDIÇÃO 4.5.1

 Toda a instalação ou isolada?


Considerar:
 objetivo da AEE
 responsabilidade da AEE
 abrangência das medidas,
medidas complicadas
 custo de medição
 modelos energéticos

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A fronteira de medição delimita os fluxos de energia que estão sendo medidos, tanto na “en-
trada” (energia usada no sistema), quanto na “saída” (serviços da energia, variáveis indepen-
dentes). Não é uma fronteira geográfica. Pode ser mais ou menos larga, dependendo dos
fatores mencionados no slide.

FRONTEIRA DE MEDIÇÃO – EXEMPLO


Gás

Vapor

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Se consideramos uma caldeira a gás, a fronteira pode ser simplesmente o medidor de gás da
concessionária e a medição da produção fabril. A vantagem é não necessitar de medições
adicionais. A desvantagem é que tudo que ocorre com o uso de gás ou vapor na fábrica é um
fator estático – e deve ser acompanhado.
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FRONTEIRA DE MEDIÇÃO – EXEMPLO – 2


Gás

Vapor

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Se o gás, além de ser utilizado na caldeira, tem outros usos complexos, podemos instalar um
medidor só para a caldeira. O gás ainda depende da produção e tudo o que ocorre com o uso
do vapor deve ser acompanhado.

FRONTEIRA DE MEDIÇÃO – EXEMPLO – 3


Gás

Vapor

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Se o uso do vapor é complexo, a solução é instalar um medidor de vapor na saída da caldeira.


Agora, tudo o que ocorre com o gás ou com o vapor na fábrica vai se refletir nos medidores e
não interessam à M&V. O que seria um fator estático nesta situação?
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EFEITOS INTERATIVOS 4.5

 Exemplo clássico: iluminação e ar


condicionado
 diminuição da carga térmica,
causando:
aumento da refrigeração
diminuição do aquecimento

A redução de potência no ar
condicionado é calculada dividindo-se
a redução de carga térmica pelo COP.

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Já o efeito interativo é a consequência da AEE fora da fronteira de medição. O exemplo clás-


sico é a diminuição da carga térmica para o condicionamento de ar provocada pela eficienti-
zação da iluminação. Outro efeito interativo é a diminuição nas perdas dos condutores a mon-
tante dos medidores de eletricidade. O efeito interativo deve ser ignorado ou estimado.

OPÇÕES DO PIMVP 4.6

Medição
isolada
A Medição e
estimativa

B Medição total

Toda a
instalação
C Dados de ambos períodos
de medição disponíveis

D Faltam dados de período


de medição separar
AEEs

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Finalmente, há as quatro opções de medição do PIMVP. É o assunto que mais gera polêmica,
muito acima da sua importância – uma vez definidas as variáveis independentes e a fronteira
de medição (ou seja, como medir a energia e as variáveis), a opção está praticamente defi-
nida. Se consideramos toda a instalação, temos a Opção C, que deve sempre ser a primeira
a ser considerada. Se necessitamos um medidor específico para a energia, temos as opções
A e B – B quando medimos tanto a energia quanto as variáveis independentes e A quando
estimamos algo, em geral, as condições de uso (tempo ou variável independente). A Opção
D permite modelar a AEE para enfrentar situações como de instalações novas. Também pode
ser usada, junto com a Opção C, para separar os efeitos das diversas AEEs.

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