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INTRODUÇÃO
Em menos de sete meses, a Nova Lei de Licitações e Contratos - Lei nº 14.133, de 2021 -
entrará em vigor como a única Lei Geral de Licitações do País. A partir de 1º de abril do
próximo ano, novas contratações públicas com base nas Leis nº 8.666/93, 10.520/02 e
12.462/11 não serão possíveis, pois estarão revogadas devido ao término do prazo de
eficácia jurídico-normativa.
Este novo diploma representa uma das maiores mudanças não apenas no direito público, mas
especialmente no âmbito transacional do Estado em um passado recente. Com 194 artigos, é um
texto abrangente que traz inúmeras inovações em comparação com o arcabouço legal anterior.
Além disso, aproximadamente 60 atos infralegais devem ser elaborados e publicados para conferir
eficácia à lei primária, com a maioria deles sendo refletidos em sistemas de tecnologia de
informação e comunicação para apoiar o paradigma das contratações governamentais eletrônicas.
Até o momento, em setembro de 2022, cerca de 40.000 contratações foram publicadas no Portal
Nacional de Contratações Públicas (PNCP), a maioria delas por dispensa de licitação por valor
(art. 75, incisos I e II). Esse número revela o uso limitado da Nova Lei pelo país. Considerando os
5.568 municípios existentes, além de uma variedade de órgãos e entidades estaduais e federais, é
evidente que há uma adesão insuficiente dos entes federativos à nova legislação.
Um cenário indesejado que deve ser combatido vigorosamente é o da inércia diante do novo. Se o
imobilismo persistir, os impactos vão desde a intensificação da insegurança jurídica até um atraso
na realização das contratações no próximo ano, caso os órgãos ou entidades não ajustem suas
práticas preparatórias de acordo com a Lei nº 14.133, de 2021. No centro dessa questão está a
perda da oportunidade de aprendizado, tanto em nível individual quanto organizacional.
É nesse contexto que surge o Plano de Gestão de Riscos da Operacionalização da Nova Lei de
Licitações (PGRONLL). Trata-se de um instrumento de governança de fácil elaboração, capaz de
orientar as ações organizacionais para a adoção efetiva do novo modelo. O convite é para uma
maior previsibilidade, visão sistêmica e uma atitude proativa diante da transição em curso.
Por fim, é importante destacar que o Plano apresentado aqui está sujeito a aprimoramentos e
adaptações às diversas realidades organizacionais e federativas. O objetivo é introduzir uma
ferramenta robusta de governança, caracterizada por uma relação custo-efetividade elevada, cujo
método e aplicação objetiva têm o potencial de nos orientar nos próximos meses.
Sigamos em frente.